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130 Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO: DA (I) LEGALIDADE DA
PORTARIA MF156/99 E DA INSTRUÇÃO NORMATIVA IN
SRF 096/99 EM FACE DO DECRETO-LEI 1.804/80
Samuel Almeida Keller1
André Luiz Peruhype Magalhães2
RESUMO: Este trabalho objetiva apresentar e analisar a grande
discussão existente sobre a tributação nas remessas postais
internacionais nos planos normativo, doutrinário e jurisprudencial.
Tem-se que a portaria do Ministério da Fazenda MF156/99 e a
Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal IN SRF 096/99
são aplicadas à tributação de remessas internacionais de modo a tornar
sem inócua a isenção consubstanciada no Decreto-Lei 1.804/80.
Portanto, por tais atos normativos secundários serem irrestritamente
aplicados, especificamente, pela Receita Federal, em detrimento do
Decreto-Lei, questiona-se se há afronta ao Princípio da Legalidade.
Trata-se de pesquisa bibliografia de método indutivo, que analisa os
fatos com o fim de alcançar uma verdade geral.
PALAVRAS-CHAVE: Isenção. Imposto de importação. Princípio da
legalidade.
ABSTRACTS: This study aims to present and analyze the major
debates on taxation in international postal items in regulatory, doctrinal
and jurisprudential plans. It has to be the order of the Ministry of
1 Bacharel em Direito pelo IESI/FENORD. 2 Mestre em Direito das Instituições Políticas, pela FUMEC-BH. Professor de Direito
Tributário do IESI/FENORD. Advogado Militante.
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Finance MF156/99 and Normative Instruction of the Federal Revenue
IN SRF 096/99 are applied to the taxation of international shipping in
order to make innocuous without the exemption embodied in Decree
Law 1.804/80. Therefore, for such secondary normative acts being,
unqualifiedly, applied specifically by the brazilian IRS, to the
detriment of the Decree-Law, wonders whether there affront to the
Principle of Legality. It is a bibliography research of inductive method,
which analyzes the facts in order to reach a general truth.
KEYWORDS: Exemption. Import tax. Principle of legality.
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, há uma maior facilidade para as pessoas
viajarem para outros países, consequentemente, compras de todo tipo
de produtos são feitas nesses lugares. Não obstante, destaca-se o
comércio pela internet e, assim, há, cada vez mais a entrada de
mercadorias internacionais no Brasil. Situações como estas fazem com
que as pessoas se submetam ao pagamento do Imposto de Importação
sobre as mercadorias trazidas do exterior para o território nacional.
Por isso, surgem algumas questões relativas às
possibilidades de isenção no Imposto de Importação pelo Regime de
Tributação Simplificada, existente para remessa postal internacional, o
que é objeto de discussão deste trabalho.
A legislação em vigor que dispõe acerca da tributação nas
remessas postais e encomendas aéreas internacionais refere-se ao
Decreto-Lei 1.804/80. O artigo 2º, II, do Decreto-Lei estabelece que as
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remessas de até US$ 100,00 (cem dólares) são isentas do imposto de
importação quando destinados às pessoas físicas, nada mencionando
sobre o remetente.
No entanto, a Portaria do Ministério da Fazenda
MF156/99, em seu artigo 1º, §2º, e a Instrução Normativa da Secretaria
da Receita Federal IN SRF 096/99, em seu artigo 2º, §2º, passaram a
exigir que tanto o destinatário quanto o remetente sejam pessoas
físicas, e diminuíram o valor da isenção para o limite de US$ 50,00
(cinquenta dólares). Evidentemente, surge um grande problema ao se
restringir o campo de isenção do Imposto de Importação pela Portaria
MF156/99 e pela IN SRF 096/99, porque, aumentam, ainda que de
forma indireta, o tributo.
Nasce, então, a discussão da validade das normas
complementares - Portaria do Ministério da Fazenda MF156/99 e
Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal IN SRF 096/99 -
expropriarem a atribuição privativa de lei, tendo em vista que, o art.
97, II, do Código Tributário Nacional, diz que “somente a lei pode
estabelecer a majoração de tributo”, não obstante, complementando a
ideia, o seu art. 111, II, prescreve que “interpreta-se literalmente a
legislação tributária que disponha sobre outorga da isenção” (BRASIL,
1999).
Assim, o estudo trata do Princípio da Legalidade
Tributária, previsto no artigo 150, inciso I, da Carta Magna, e nos
artigos 97, inciso II e 111, inciso II, do Código Tributário Nacional, no
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que tange a autoridade administrativa regulamentar por intermédio de
ato administrativo, ainda que normativo (portaria ou instrução
normativa), matéria claramente estabelecida e reservada à lei estricto
sensu.
Desta maneira, conforme o desenvolver do trabalho, por
tais atos normativos secundários serem irrestritamente aplicados,
especificamente pela Receita Federal, em detrimento do Decreto-Lei,
questiona-se, dentro do conceito de legislação tributária, se há afronta
ao Princípio da Legalidade, o que leva a seguinte indagação: quanto ao
Imposto de Importação, é (i)legal obedecer o art. 1º, §2º da Portaria do
Ministério da Fazenda MF156/99 e o art. 2º, §2º da Instrução
Normativa da Secretaria da Receita Federal IN SRF 096/99 em
detrimento do art. 2º, II do Decreto-lei 1.804/80?
Para responder este problema, no decorrer do trabalho
serão apresentadas algumas linhas de raciocínio, entre elas a
necessidade de reconhecimento da inviabilidade de se regulamentar
isenção por normas regulamentares, que no caso, são a instrução
normativa e a portaria; outra é a de tornar clara a definição de legislação
tributária lato sensu, inclusive devendo ser especificado o conceito de
lei estricto sensu.
Pelo exposto, o presente trabalho tem por objetivo a
indagação sobre a possível contrariedade às normas constitucionais e
infraconstitucionais, reitoras do Sistema Tributário Nacional, por parte
das autoridades alfandegárias.
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Importante destacar o que foi dito no início, que,
atualmente, o escambo internacional de mercadoria de pequeno valor
está muito aquecido, tendo em vista a facilidade que as pessoas têm
para viajar para o exterior e, sobretudo, para adquirir produtos
importados pela internet. Sendo assim, em se declarando a ilegalidade
da conduta das autoridades supra, muitos contribuintes estão sendo
prejudicados por não serem contemplados com a isenção, o que
demonstra a relevância jurídica do tema que será melhor analisado.
2. NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO E TRIBUTO
2.1. CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO
O Estado necessita captar recursos materiais para
solidificar seus fundamentos, alcançar os objetivos fundamentais da
República, zelar por seus princípios, e, sobretudo, promover os direitos
fundamentais dos cidadãos, conforme preceituam, respectivamente, os
artigos 3º, 4º e 5º da Constituição Federal.
Assim, para o Estado manter sua estrutura e disponibilizar
ao povo os serviços que lhes são de direito, é necessário obter recursos
materiais. No exercício da soberania estatal destaca-se o poder de
angariar receitas aos cofres públicos. As receitas são classificadas
como originárias e derivadas, aquelas são provenientes dos esforços do
próprio Estado sobre o seu patrimônio, sem que se utilize do poder de
império, quando predomina o Direito Privado. Este trabalho, se aterá,
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por outro lado, a uma subespécie de receita derivada, a qual origina-se
do uso do poder de império e obriga o particular a dispor de seu
patrimônio, predominando o Direito Público, qual seja, o tributo
(ALEXANDRE, 2012).
Os tributos, uma das subespécies de receitas derivadas, é a
fonte principal das receitas públicas, assim, há a necessidade de um
ramo específico e autônomo do direito para estudá-los. Segundo
Eduardo Sabbag (2012) o Direito Tributário ou Direito Fiscal, é a
ciência jurídica que estuda as regras advindas do sistema tributário.
Paulo de Barros Carvalho (2004, p. 15), conceituando
Direito Tributário, diz que “(...) é o ramo didaticamente autônomo do
Direito, integrado pelo conjunto de proposições jurídico-normativas,
que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação
e fiscalização de tributos”. Nesta toada, para Hugo de Brito Machado
(2009, p. 59), o Direito Tributário é o “ramo do direito que se ocupa
das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias
de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o
cidadão contra os abusos desse poder”.
Com grande variedade de conceitos, conclui-se que o
Direito Tributário é um ramo autônomo do ordenamento jurídico,
ligado ao direito público, concentrando as relações jurídicas entre
Estado e contribuinte, na atividade financeira daquele, quanto à
instituição, fiscalização e arrecadação de tributos.
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2.2. CONCEITO DE TRIBUTO
Uma vez assimilado o conceito de Direito Tributário, urge
conhecer o que vem a ser tributo. A doutrina é repleta de definições de
tributo, a exemplo, Luciano Amaro (2006, p. 25), diz que tributo é “a
prestação pecuniária, não sancionatória de ato ilícito, instituída em lei
e devida ao Estado ou a entidades não estatais de fins de interesse
público”.
Mas, é o artigo 3º do Código Tributário Nacional (CTN)
que traz a definição legal nos seguintes termos, “tributo é toda
prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”
(BRASIL, 1966).
No entendimento de Sabbag (2012), tributo é obrigação de
prestar dinheiro ao Estado, com o objetivo de assegurar o pagamento
em dinheiro, obstando as possibilidades de pagamento do tributo em
bens e do tributo in labore (em trabalho e serviços), ou seja, in natura.
Assim, atenta-se que o Princípio da Legalidade é
expressamente afirmado no artigo 3º do CTN, pois, tributo é uma
prestação instituída por meio de Lei. O surgimento do tributo se dá
através da realização do fato descrito na hipótese de incidência prevista
em lei, quando a vontade das partes é irrelevante (SABBAG, 2012).
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2.3. PRINCÍPIOS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Os princípios de direito tributário são limitações que a
Constituição Federal impõe ao poder de tributar, assim, a invasão
patrimonial do ente estatal fica restringida. Os artigos 150 a 152 da
Carta Magna, de forma exemplificativa, trazem princípios como:
Legalidade Tributária, Anterioridade Tributária, Isonomia Tributária,
Irretroatividade Tributária, Vedação ao Confisco, Não limitação ao
Tráfego de Pessoas e Bens e a Ressalva do Pedágio, Uniformidade
Geográfica, Proibição da tributação diferenciada da renda da dívida
pública e da remuneração dos agentes públicos, Proibição das Isenções
Heterônomas (FEDERIGHI, 2000).
Os comandos principiológicos constitucionais que regulam
a tributação são considerados limitações constitucionais à soberania
estatal, pois atinge, de fato, uma das suas facetas, o poder de tributar.
Consoante a jurisprudência do STF, o poder que o Estado tem de
tributar sofre limitações que são consideradas, também, como cláusulas
pétreas, já que servem como garantias constitucionais do contribuinte
contra a força estatal (SABBAG, 2012).
O poder de tributar não é absoluto, limita-se, assim, por
regramentos que refreiam o exercício arbitrário da tributação,
amoldando-o de acordo com a carga valorativa ínsita ao texto
constitucional. Assim sendo, o exercício desse poder deverá se dar de
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forma equilibrada e justa, sem provocar danos à propriedade e à
liberdade dos contribuintes.
Embora, todos os princípios tenham grande relevância,
tem-se que o presente trabalho irá abordar especialmente o princípio
da legalidade, tendo em vista que o mesmo tem reflexo direto no tema.
2.3.1. Princípio da legalidade
Prevalece no sistema tributário o princípio da legalidade
estrita, isto é, há ênfase no princípio da legalidade previsto no artigo
5º, II, da Constituição, que também dispõe de forma expressa, no artigo
150, que, “sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”
(BRASIL, 1988).
O legislador constituinte optou pelo caminho da
democracia representativa quanto à matéria tributária, pois, em tese, no
parlamento se encontram os legítimos representantes populares, e a
obrigação tributária que nasce da lei significa que houve a autorização
do povo (ALEXANDRE, 2012).
O princípio da legalidade determina que apenas a lei, em
seu sentido estrito, tem a legitimidade para instituir tributos, não se
admitindo, por consequência, a cobrança de exações através de
decretos, portarias e outras normas infralegais.
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Nessa toada, a Carta Magna ainda previu no artigo 150, 6º,
que (BRASIL, 1988):
§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições,
só poderá ser concedido mediante lei específica, federal,
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as
matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo
ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, §
2º, XII, g.
O tributo é um meio de invasão patrimonial, por isso é
necessário que ocorra segundo a vontade popular, cuja a representação
se dá nas casas do Poder Legislativo, por meio das leis. O trinômio
“tributo-lei-povo” assegura ao contribuinte uma proteção contra
injunções estatais feitas por instrumento diverso da lei. Esta relação,
baseada no princípio da legalidade, traz a noção de segurança jurídica
que, axiologicamente, imantará o convívio entre Estado-credor e
cidadão-pagador (SABBAG, 2012).
Por fim, a explicação da obediência ao princípio da
legalidade não é outra senão a busca pelos ideais de justiça e a
segurança jurídica. Passa-se, então, à exposição do que vem a ser lei
para o direito tributário.
2.4. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA E LEI TRIBUTÁRIA
A expressão legislação tributária abrange todo o conjunto
normativo que verse sobre matéria tributária. Portanto, os atos
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normativos primários, que têm o condão de inovar no ordenamento
jurídico, e os atos normativos secundários, os quais regulamentam os
atos normativos primários, compõem as normas lato sensu, as quais,
aqui, denominam-se "legislação tributária".
O art. 96 do Código Tributário Nacional dispõe que
(BRASIL, 1966):
A expressão “legislação tributária” compreende as leis,
os tratados e as convenções internacionais, os decretos e
as normas complementares que versem, no todo ou em
parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles
pertinentes.
Nas palavras de Ricardo Alexandre (2012, p. 194), "assim,
numa definição mais ampla, a 'legislação tributária' compreende todas
as normas gerais e abstratas integrantes do ordenamento jurídico
nacional que versem sobre tributos e relações jurídicas a eles
pertinentes".
Para Aliomar Baleeiro (2002, p. 612),
(...) o fato de o conceito de “legislação tributária” do art.
96 compreender não apenas a lei, no sentido formal, mas
ainda os decretos do executivo e outras normas e atos
administrativos não significa um rompimento com o
princípio da separação de poderes, indelegabilidade de
funções e da legalidade. A lei continua sendo fonte
fundamental de produção dos direitos e deveres
tributários. Ao contrário, a enumeração, que parte em
primeiro lugar da própria lei, demonstra a vinculação e
conformação necessária das fontes secundárias, como os
decretos e normas do Poder Executivo, à lei, da qual
extraem seu critério de validade. As diversas referências
feitas pelo Código Tributário Nacional à “legislação
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tributária” não afastam a noção de hierarquia das fontes
formais abrangidas pelo conceito, nem a primazia da lei.
Quanto à lei tributária, o artigo 97 do Código Tributário
Nacional diz que é aquela que pode estabelecer (BRASIL, 1966):
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado
o disposto nos arts. 21, 26, 39, 57 e 65
III - a definição de fato gerador da obrigação tributária
principal, ressalvado o disposto no inciso I do §3º do art.
52 e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação da alíquota do tributo e da sua base de
cálculo, ressalvado o disposto nos arts. 21, 26, 39, 57 e
65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou
omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras
infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de
créditos tributários, ou de dispensa ou redução de
penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação
de sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais
oneroso.
Para fins deste estudo, é necessário destacar o citado inciso
VI, o qual revela que é condição sine qua non para a exclusão do
crédito tributário, ou seja, para a concessão de isenção, que esta seja
feita por meio de lei, sob pena de incorrer em ilegalidade.
Para melhor compreensão do assunto, passa-se ao subitem
abaixo:
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2.4.1. Atos Normativos Primários e Secundários
Nas democracias representativas, como na brasileira, de
tradição escrita, as leis, como atos formais do Poder Legislativo, são a
fonte principal de criação do Direito Positivo.
Atos normativos primários, também chamados de fontes
formais principais do Direito Tributário, são aqueles que possuem
força de lei, neste contexto, significa que tem aptidão para inovar no
ordenamento jurídico, criando novos direitos e regendo as obrigações
tributárias principais (Alexandre, 2012).
Por exemplo, a norma constitucional, instrumento primeiro
e soberano, abriga, em grande parte, regras de estrutura que prescrevem
como outras normas devem ser produzidas, modificadas ou extintas. É,
também, na Carta Maior que estão os grandes princípios que servem
como diretrizes supremas a orientar os governantes e os governados.
Estão previstos no artigo 59 da Constituição Federal de
1988 as espécies que correspondem aos preceitos primários, quais
sejam, emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias,
leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções
(BRASIL, 1988).
Embora não estejam previstos no artigo 59, Os Decretos-
Leis, que se destacam neste trabalho, têm força de lei e foram
expedidos por Presidentes da República em dois períodos, de 1937 a
1946 e de 1965 a 1989. A atual Constituição não prevê essa
possibilidade, mas alguns Decretos-Leis ainda permanecem em vigor.
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Os Decretos-Leis que foram recepcionados pela
Constituição de 1988 tem força de lei, podendo ser Lei Complementar,
como exemplo o Código Tributário Nacional, ou Lei Ordinária, como
exemplo o Decreto-Lei nº 1.804/80 que dispõe sobre a tributação nas
remeças postais internacionais. Desta maneira, tem-se, de forma
cristalina, que os Decretos-Leis somente podem ser alterados por leis
semelhantes.
Já os atos normativos secundários são, em regra, os
expedidos pelas autoridades administrativas, ou seja, aqueles editados
pelos órgãos e servidores da administração tributária. Estas normas
visam detalhar a aplicação das normas que complementam. Por seu
turno, benfazeja obtemperar que não podem inovar no ordenamento
jurídico (ALEXANDRE, 2012).
Destaca-se que, os atos normativos secundários, que
compõem o conceito de legislação tributária, “são entes normativos
servos da lei, se se apresentarem contra legem ou ultra legem, serão
censurados pelo Judiciário como ilegais” (COELHO, 2004, p. 542).
Para Paulo de Barros, os instrumentos secundários são
todos os atos normativos que estão subordinados à lei, e a
Administração Pública lhe deve obediência, não propriamente em vista
de seu conteúdo, mas por obra da lei que determina que sejam
observados os mandamentos superiores da própria Administração
(CARVALHO, 1999).
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Importa destacar, para fins deste estudo, as instruções
normativas e as portarias. Quanto às instruções normativas, são regras
jurídicas de nível secundário, tornando possível a aplicação efetiva das
leis e dos decretos regulamentares, e assegurando, deste modo, a
uniformidade na prestação da atividade administrativa. “É despiciendo
frisar que as disposições desses atos não podem contrariar os comandos
da lei ou do regulamento, situando-se em patamar inferior”
(CARVALHO, 1999, p. 75).
As portarias, por sua vez, consubstanciam regras
individuais e/ou gerais que o superior hierárquico edita para
observância dos seus subalternos. Das mais simples repartições do
serviço público aos ministérios, as portarias estão presentes,
veiculando comandos, designando funcionários às funções, abrindo
sindicância e instaurando processos administrativos (CARVALHO,
1999).
Pelo exposto é possível constatar que de maneira alguma
os atos normativos primários podem ser modificados ou contrariados
pelas normas secundárias, mas tão somente, podem ser
complementados.
2.5. ISENÇÃO TRIBUTÁRIA
A isenção tributária é uma hipótese de exclusão do crédito
tributário. Nas palavras de Ricardo Alexandre (2012, p.469),
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Excluir o crédito tributário significa impedir a sua
constituição. Trata-se de situações em que, não obstante
a ocorrência do fato gerador e o consequente nascimento
da obrigação tributária, não pode haver lançamento, de
forma que não surgirá crédito tributário, não existindo,
portanto, obrigação de pagamento.
O artigo 175 do Código Tributário Nacional traz duas
situações em que haverá a exclusão do crédito tributário, quais sejam,
a isenção e a anistia. Esta exclui o crédito relativo à penalidade
pecuniária, enquanto aquela o relativo ao tributo. Assim, as cláusulas
excludentes impedem a constituição do crédito tributário.
Por outro lado, as causas de exclusão não se confundem
com as limitações do poder de tributar, que são o conjunto de princípios
e normas que formam fronteiras delineadoras das áreas de atuação dos
entes federados, ou seja, onde, como, de que forma e quando exercerão
o poder de tributar. São, assim, meios que interferem na competência
tributária da União, Estados, Municípios e Distrito Federal (AMARO,
2009).
Isenção é a dispensa feita por lei do pagamento do tributo
devido. Pela jurisprudência, a isenção não é causa de não incidência
tributária, pois, mesmo com a isenção, as obrigações tributárias
continuam a ser geradas, excluindo-se apenas a etapa do lançamento e,
portanto, não haverá constituição do crédito.
O artigo 150, § 6º, da Constituição da República impõe que
a isenção seja concedida por intermédio de lei específica, não sendo
permitido a previsão por meios infraleais. É o princípio da
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indisponibilidade do patrimônio público, bem como a integridade
patrimonial do contribuinte que estão em questão, sendo assim, é por
meio das normas advindas do parlamento, que representa o povo, que
é possível manejar tal instrumento.
Por tudo isso, afirma-se que, como já visto, no direito
tributário vige o princípio da legalidade estrita, segundo o qual os
aspectos da hipótese de incidência e do consequente da norma
tributária somente podem ser estabelecidos por lei formal, o mesmo se
aplicando às isenções, conforme os preceitos do artigo 176 do CTN.
Assim, não pode mais a autoridade administrativa
determinar a isenção de forma alheia e discricionária sem que seja
definida, com exatidão, por meio de lei, a situação, as condições, a
extensão e os limites quantitativos do seu alcance (BALEEIRO, 2002).
3. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO
A Constituição Federal é que atribui competência aos entes
federados, de maneira privativa, para a instituição dos impostos. Os
artigos 153, 155 e 156 enumeram, taxativamente, os impostos que a
União, os Estados e os Municípios, respectivamente, podem cobrar do
contribuinte.
Os impostos são tributos que remuneram os serviços uti
universi, ou seja, gerais, de responsabilidade do Estado. Daí decorrem
algumas características dos impostos, como, a não vinculação. Assim,
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não se espera uma atividade específica e divisível do ente tributante em
contraprestação ao pagamento do tributo (BALEEIRO, 2002).
Destaca-se no presente estudo o Imposto de Importação, o
qual é um dos mais antigos da história. Antigamente, quando da sua
instituição pelo Decreto-Lei nº37 de 18 de novembro de 1966, a
respectiva receita era considerada puramente fiscal, mas, com o
decorrer do tempo, passou a ser um instrumento de proteção dos
produtos internos, da indústria nacional, do câmbio e do balanço de
pagamentos, com natureza, agora, extrafiscal (BALEEIRO, 2002).
A legislação do Imposto de Importação impõe à entrada de
mercadoria estrangeira no território nacional a obrigação de pagar o
referido imposto, ressalvadas as exceções legais (isenção, não
incidência, alíquota zero) (ALEXANDRE, 2012).
A competência para instituir imposto de importação está
adstrita à União, uma vez que apenas esta pode impor, no exercício da
soberania, um critério uniforme de tratamento em relação às
importações.
A obrigação tributária tem o importador, em princípio,
como sujeito passivo ou contribuinte. O imposto alfandegário é
exigível, portanto, de quem quer que, a qualquer título, introduza
mercadoria estrangeira no país, ressalvadas, como já dito, as exceções
da lei.
Quanto à previsão legal, o imposto sobre a importação de
produtos estrangeiros no artigo 153, I, da Constituição Federal de 1988,
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no artigo 19 e seguintes do Código Tributário Nacional, bem como, no
Decreto-Lei nº 37 de 18 de novembro de 1966.
Quanto ao fato gerador, conforme artigo 1º do Decreto-Lei
nº37 de 1966, é no momento da entrada da mercadoria estrangeira no
território nacional. (BRASIL, 1966).
Ressalte-se que o imposto será cobrado em casos de
permanência definitiva do bem no território nacional, não incidindo nas
mercadorias estrangeiras que ficarem temporariamente no território
(por exemplo, feiras e exposições) (SABBAG, 2012)
Seguindo o que consta no artigo 20 do Código Tributário
Nacional, a base de cálculo do imposto de importação é:
a) A unidade de medida adotada pela lei tributária, quando a
alíquota for específica;
b) O preço normal do produto, ou seu similar, alcançar, ao tempo
da importação, em uma venda em condições de livre
concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do
produto no país, quando a alíquota for ad valorem;
c) O preço da arrematação, quando se tratar de produto apreendido
ou abandonado, levado a leilão.
Para a compreensão da sistemática da base de cálculo, tem-
se que a alíquota ad valorem é aquele percentual a ser multiplicado por
uma quantidade específica em moeda corrente para alcançar o valor do
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tributo a ser pago. A alíquota específica, por outro lado, tem um valor
fixo definido, sendo este multiplicado pela quantidade de bens
importados (ALEXANDRE, 2012).
É imperioso que se observe o aspecto temporal, pois este é
de grande relevância para determinar a alíquota e a taxa de câmbio que
serão aplicadas no cálculo do imposto (BALEEIRO, 2002).
Por sua natureza, o imposto de importação goza de regime
especial. Suas alíquotas são flexíveis e fixadas pelo Poder Executivo
entre o mínimo e o máximo já estabelecidos em lei, não se submetendo
aos princípios da anterioridade e noventena, de forma que os aumentos
do imposto podem gerar efeitos imediatos (BALEEIRO, 2002).
No entanto, a alíquota do imposto de importação no âmbito
do Mercosul vai além de indexadores brasileiros, há a prenuncia de
políticas macroeconômicas comerciais integradas por meio da Tarifa
Externa Comum (TEC). (SABBAG, 2012)
Há algumas situações nas quais o imposto de importação
não será cobrado do contribuinte, como:
a) Os medicamentos destinados a pessoa física, por exemplo,
possuem alíquota zero do imposto, mas a sua liberação está
condicionada à apresentação de receita médica exigida pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA;
b) Os livros, revistas, jornais e outras publicações são imunes, de
acordo com o artigo 150, VI, “d” da Constituição Federal;
150 Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016
c) As entidades beneficentes sem fins lucrativos cadastradas no
Conselho Nacional do Serviço Social como de utilidade pública
são isentas de imposto de importação quanto aos bens
destinados ao atendimento as suas finalidades institucionais;
d) Os brasileiros que permaneceram por mais de um ano no
exterior terão isenção de imposto de importação quanto aos
seus bens remetidos ao país;
e) Os bens com valor de US$50,00, cujos remetentes sejam
pessoas físicas, são isentos de imposto de importação
(BRASIL, 2006).
4. DA ILEGALIDADE DA PORTARIA MF 156/88 E A
INSTRUÇÃO NURMATIVA IN SRF 096/88 EM FACE DO
DECRETO-LEI 1.804/80
Quanto ao tópico “e)”, do subtítulo anteriormente citado,
observa-se que a Receita Federal leva em consideração os critérios
estabelecidos na Portaria MF 156/88 e na Instrução Normativa IN SRF
096/88, quais sejam, os bens com valor de US$50,00, cujos remetentes
sejam pessoas físicas, são isentos de imposto de importação.
Entretanto, existe o Decreto-Lei 1.804/80 que trata
especificamente sobre a tributação nas remessas postais e encomendas
aéreas internacionais, o qual reza no seu artigo 2º, II, que as remessas
de até US$ 100,00 (cem dólares) são isentas do imposto de importação
quando destinados às pessoas físicas, deixando indeterminado o
remetente.
151
Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016 151
É necessário enfatizar que o artigo 150, § 6º, da
Constituição da República impõe que a isenção seja concedida por
intermédio de lei específica, não sendo permitido a regulamentação por
meios infraleais. É, em especial, o princípio da legalidade que está em
questão, sendo assim, é por meio das normas advindas do parlamento,
que representa o povo, que é possível manejar a isenção.
Assim, conclui-se, facilmente, que um ato administrativo
não pode restringir isenção concedida em lei. Portanto, a Receita
Federal do Brasil está contrariando o Decreto-Lei 1.804/80
(recepcionado pela Constituição Federal, conforme artigo 34 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias) ao inovar e restringir o
alcance de uma isenção, por meio das citadas Portaria e Instrução
Normativa.
O Poder Judiciário, representado nos seguintes
exemplos pelo Tribunais Regional Federal da 4ª Região, tem se
manifestado sobre o tema, e o entendimento aponta para a afronta
ao princípio da legalidade quando da cobrança de imposto
importação sobre as mercadorias cujo valor seja inferior a cem
dólares americanos e cujo destinatário seja pessoa física,
independentemente se o remetente é pessoa física ou jurídica. Nesta
toada, segue a Jurisprudência do TRF da 4ª Região:
TRIBUTÁRIO E ADUANEIRO. IMPOSTO DE
IMPORTAÇÃO. ISENÇÃO. REMESSA POSTAL.
PORTARIA MF Nº 156/99 E IN SRF 96/99.
152 Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016
ILEGALIDADE.
1. Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art.
2º, II, as remessas de até US$ 100,00 (cem dólares),
quando destinadas a pessoas físicas, são isentas do
Imposto de Importação.
2. A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99, ao exigir que o
remetente e o destinatário sejam pessoas físicas,
restringiram o disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80.
3. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio
de ato administrativo, ainda que normativo (portaria),
extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei,
pois está vinculada ao princípio da legalidade. (PARANÁ, Apelação em Reexame Necessário nº
5059996-50.2014.404.7000/PR, Data da Decisão
29/04/2015, Órgão Julgador: Segunda Tuma, Relator
Jairo Gilberto Schafer)
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO.
ISENÇÃO. REMESSA POSTAL. PORTARIA MF Nº
156/99 e IN SRF 96/99. ILEGALIDADE.
1. Conforme disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80, art.
2º, II, as remessas de até cem dólares, quando destinadas
a pessoas físicas, são isentas do Imposto de Importação.
2. A Portaria MF 156/99 e a IN 096/99, ao exigir que o
remetente e o destinatário sejam pessoas físicas,
restringiram o disposto no Decreto-Lei nº 1.804/80.
3. Não pode a autoridade administrativa, por intermédio
de ato administrativo, ainda que normativo (portaria),
extrapolar os limites claramente estabelecidos em lei,
pois está vinculada ao princípio da legalidade. (RIO
GRANDE DO SUL, Apelação em Reexame Necessário
nº 2005.71.00.006870-8/RS, Data da Decisão
15/04/2010, Órgão Julgador: Primeira Tuma, Relator
Álvaro Eduardo Junqueira).
Nesse acórdão, o relator concluiu que “não havendo no
Decreto-Lei restrição relativa a condição de pessoa física do
153
Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016 153
remetente, a exigência não poderia ter sido introduzida por ato
administrativo, afastando-se do princípio da legalidade” (RIO
GRANDE DO SUL, Apelação em Reexame Necessário nº
2005.71.00.006870-8/RS, 2010).
A autoridade administrativa não pode, então, determinar a
isenção de forma indeterminada e discricionária sem que seja definida,
com exatidão, por meio de lei, a situação, as condições, a extensão e os
limites quantitativos do seu alcance (BALEEIRO, 2002).
5 CONCLUSÃO
Pela análise sistemática das noções gerais de direito
tributário e de tributo, bem como pelo estudo do Imposto de
Importação, fica nítido que a autoridade administrativa não pode por
intermédio de ato administrativo, ainda que normativo (portaria ou
instrução normativa), extrapolar os limites estabelecidos claramente
em lei, sob pena de o fazendo, atropelar o princípio da legalidade e, por
consequência lógica, desestabilizar o ordenamento jurídico.
Então, incorrem em ilegalidade os órgãos administrativos
quando utilizam a Portaria MF 156/99 e a Instrução Normativa IN SRF
96/99 para privarem os contribuintes de seu direito de isenção de
imposto de importação resguardado no Decreto-Lei 1.804/80.
Como visto, as Turmas dos Tribunais já têm se posicionado
neste sentido, mas, não são todos que recorrem ao Judiciário para ver
154 Águia Acadêmica - Revista Científica dos Discentes da FENORD - dezembro/2016
seu direito efetivado, pois, muitas vezes, o desgaste com a espera de
um processo gera um custo maior que o próprio benefício da isenção.
Entretanto, apesar da cobrança arbitrária e da insegurança
jurídica que assola os contribuintes, espera-se um posicionamento
coerente, bem como medidas conjuntas dos três Poderes pátrios no
sentido de dirimir tal contradição legislativa-regulamentar.
Por fim, não se pode abrir mão da aplicação do princípio
da legalidade em seu sentido estrito no direito tributário. Desse modo,
deve prevalecer a cota de isenção de cem dólares americanos ou valor
correspondente, sem a necessidade de que o remetente seja pessoa
física, para as importações feitas por meio de remessa postal, razão pela
qual é ilegal a aplicação das regras constantes na Portaria do Ministério
da Fazenda MF156/99, em seu artigo 1º, §2º, e a Instrução Normativa
da Secretaria da Receita Federal IN SRF 096/99, em seu artigo 2º, §2º,
no aspecto analisado.
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