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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES - TIJUCA
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA DIREITO
AMBIENTAL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
SUPERIOR
Trabalho monográfico do curso de pós-
graduação em Docência Superior realizado
de acordo normas exigidas pela Instituição
e pela ABNT.
VANILCE MARTINS CUNHA
ORIENTADOR : CELSO SANCHEZ
RIO DE JANEIRO / RJ
JUNHO DE 2003
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES - TIJUCA
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
“Cuidar é mais que um ato; é uma
atitude de ocupação, preocupação, de
responsabilização e de envolvimento afetivo
com o outro.”
( Leonardo Boff.Saber Cuidar, 6ª edição,editora
Vozes )
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AGRADECIMENTOS
A todos os amigos, e ao orientador,
que de alguma forma contribuíram para o
desenvolvimento e enriquecimento desse
trabalho monográfico
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DEDICATÓRIA
Primeiramente ao meu bom DEUS, que
me auxilia nas horas difíceis e me dá forças para
suportar a luta diária e a mim mesma, que, com
essa força, transformo-a em energia para a
batalha.
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OBJETIVOS
Despertar a prática de ensino e de pesquisa nos cursos de
Direito nas Instituições de Ensino Superior com atuação dos
graduandos, para uma realidade sócio-ambiental, sendo um
compromisso para a vida, o bem estar individual e em sociedade
local e globalizada.
Como também mostrar a inserção da disciplina de Direito
Ambiental nas Instituições de Ensino Superior através do
conteúdo programático.
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RESUMO
Diante da necessidade do conjunto de fatores que
propiciam um ambiente com as condições adequadas para a
sobrevivência do ser humano, e sabedores da degradação que o
meio ambiente vem sofrendo, é que surge a iniciativa deste
trabalho monográfico.
Esperamos despertar nos leitores uma reflexão quanto a
variedade de problemas que interferem na qualidade de vida
humana, e apontar a Educação Ambiental, como um processo
por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada incide sobre pesquisas das obras
bibliográficas.
Como também através de pesquisa de campo realizada, no
Município do Rio de Janeiro, em Instituições de Ensino Superior
que possuem em sua grade curricular o curso de direito, numa
expectativa de 60% das I.E.S.
Avaliou-se às ementas dos programas das Instituições
quanto aos critérios adotados em relação à disciplina de Direito
Ambiental; sendo uma matéria eletiva ou obrigatória na grade,
número de créditos adotados, exigências de pré- requisitos,
dentre outros.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I 10
MEIO AMBIENTE 10
CAPÍTULO II 16
EDUCAÇÃOAMBIENTAL 16
CAPÍTULO III 21
DIREITO AMBIENTAL 21
CAPÍTULO IV 28
A DISCIPLINA DIREITO AMBIENTAL 28
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 42
ANEXOS 44
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INTRODUÇÃO
Nos tempos remotos, até que poderíamos dizer que nós
vivíamos em paz com a natureza.Infelizmente, na atualidade,
estamos longe de vivermos um conto de fadas.
A relação homem x natureza está cada vez mais em
combate, sendo que, para tantas agressões humanas, respostas
violentas do ambiente, como exemplo o recente tornado
americano que destruiu tudo o que tinha à sua volta.A nossa
realidade hoje são rios e praias poluídos, buraco na camada de
ozônio, aumento da temperatura, até a possível falta de água que
não está longe de acontecer.Esse fato é de simples explicação, a
natureza se baseia na Lei de Newton, da ação e reação.
Estamos diante de um estado crítico na Terra, onde a
humanidade deve ter a consciência do que espera para um breve
futuro.Somos uma grande família humana e uma comunidade
terrestre, atual e futura, com um destino em comum.Devemos
somar forças para gerar uma sociedade sustentável global
baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos
universais, na justiça econômica e numa cultura de paz.
É neste sentido que essa pesquisa se baseia, pois o Direito
Ambiental é uma área ligada ao meio ambiente, já que regula a
relação sócio-ambiental.
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CAPÍTULO I
MEIO AMBIENTE
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I.1) Apresentação e Conceito
Como já foi exposto anteriormente, o meio ambiente é o início para
todo esse processo educativo (educação ambiental) – punitivo (como direito
ambiental) pois, mesmo antes do surgimento do ser humano o ambiente já
existia, este foi apenas transformado, levando aos processos de extinção ou
adaptação os menos favorecidos e mesmo renascendo outros seres
animais, minerais e vegetais, no grande complexo denominado TERRA.Não
podemos desvincular o ambiente do homem, como também o meio ambiente
do direito.
O conceito de ambiente se dá em duas visões.De acordo definição
legal, baseada na lei 6.938/81( Política Nacional do Meio Ambiente ) no seu
artigo 3º inciso I, Meio Ambiente:
“É o conjunto de condições, leis, influências e interações
de ordem física, química e biológica, que permite, abriga
e rege a vida em todas as suas formas”.
A Constituição Federal, no seu artigo 225, também faz menção ao
Meio Ambiente, considerando-o:
“Um bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida”.
Na visão social, como ambiente humano, considera-se:
“Tudo aquilo que envolve o homem, como o seu habitat,
para a sobrevivência e reprodução, também nas suas
relações familiar e social”.
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I.2) Evolução Legal
Até o início dos anos oitenta, pode-se dizer que não havia
fundamentação de proteção ao meio ambiente, pois o ordenamento jurídico
que era relativo a águas e florestas, tinha o objetivo de proteção mais
econômica do que ambiental.Com a Lei 6938/81 da Política Nacional do
Meio Ambiente e decreto 99.274/90 que a regulamenta, passou a ter uma
visão protecionista, instituindo as responsabilidades às pessoas físicas e
jurídicas, de direito pública e privado, que direta ou indiretamente causar
degradação ambiental, sendo este o Princípio do Poluidor Pagador adotado
pela Legislação Brasileira, dentre vários outros Princípios de igual
importância.
Adotou-se, no Brasil, a partir daí, a Teoria da Responsabilidade
Objetiva, na qual o risco é que determina o dever de responder pelo dano.
Esta Lei foi recepcionada pela Constituição da República de 1988,
cujo artigo 225 fixou os princípios gerais em relação ao meio ambiente,
estabelecendo no parágrafo terceiro que:
“As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente
sujeitarão aos infratores, pessoas físicas ou jurídicas, às
sanções penais e administrativas, independentemente
da obrigação de reparar o dano causado”.
Somente em 1998 com a Lei 9605, estabeleceu as sanções penais e
administrativas, regulamentando a Constituição.A partir daí, com os poderes
conferidos ao Ministério Público, pela própria Constituição e em seguida,
pelo Código de Defesa do Consumidor, somados às atividades dos Órgãos
Ambientais, começou a existir efetividade desta Lei.
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I.3) Classificação do Meio Ambiente
Baseando-se na Constituição Federal de 1988 que coloca como
principal bem ambiental “a sadia qualidade de vida”, o meio ambiente está
erguido sobre as bases do:
MEIO AMBIENTE NATURAL, no seu artigo 225 e parágrafo Iº incisos
I e VII da CF/88, que é constituído por todos os elementos responsáveis pelo
equilíbrio entre os seres vivos e o meio em que vivem, como o solo, água,
ar, flora e fauna.
Pelo MEIO AMBIENTE CULTURAL, no seu artigo 216 e incisos I a V
da CF/88, sendo integrado pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico,
paisagístico, turístico, que embora artificial, em regra, como obra do homem,
difere do anterior pelo sentido de valor especial.
Pelo MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL, no seu artigo 182, 225, 21, XX,
5º da CF/88, é aquele constituído pelo espaço urbano constituído,
consubstanciado no conjunto de edificações e dos equipamentos públicos.
O MEIO AMBIENTE DO TRABALHO, no seu artigo 200 inciso VIII da
CF/88, que o objeto jurídico tutelado aqui é a saúde e a segurança do
trabalho, levando em consideração que todos têm direito à sadia qualidade
de vida.
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I.4) Relação com a Educação Ambiental
A preservação do ambiente deve ser de acordo os interesses
plurindividuais, estes superam a noção de interesses individuais ou
coletivos, pois abrangem toda a humanidade considerando o homem como
ser humano.
A doutrina passou a denominar interesses difusos, que de acordo a lei
8.078/90 ( Código de Defesa do Consumidor ) no seu artigo 81 que versa:
“Interesses ou direitos difusos são os transindividuais de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato”.
Assim, o ambiente é considerado um bem transnacional, sendo que,
este não pertence a um país, mas a todos os povos, desse modo, um ato
praticado num local pode repercutir em outra região em tempo atual ou
futuro, como ocorreu com a contaminação dos rios no Estado do Rio de
Janeiro em função do vazamento de uma empresa em Minas Gerais.
A preservação do ambiente deve ser um interesse difuso, sendo este
um direito transindividual, de natureza indivisível, que são titulares as
pessoas indeterminadas.
Como bem apresenta a obra Planeta Terra, dos professores Elida
Séguin e Francisco Carrera, o fenômeno ambiental é tido como um triângulo,
onde a base é a economia, representada pelo desenvolvimento sustentável,
onde deveria haver uma transformação estrutural do sistema social em
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geral.Suas laterais, como saúde representada pela questão ambiental em
decorrência das poluições e devastações ambientais e a outra, como a
educação ambiental como forma de preservação do ambiente através do
conhecimento por toda a sociedade.
Considerando esse tripé como a sadia qualidade de vida no Planeta.
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CAPÍTULO II
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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II.1) Apresentação e Conceito
A estratégia para reverter o processo de degradação na natureza se
dará através do conhecimento da humanidade da situação de calamidade do
meio ambiente.
A sociedade deve conscientizar que só depende dela para atingir uma
melhor qualidade de vida, e que tudo que fizermos de agressão contra o
ambiente, estaremos fazendo contra nós mesmos porque nós somos o
próprio meio.
A educação ambiental baseia-se no conceito legal Federal 9795 de
27/04/99, artigo 1º, sendo:
“O processo por meio do qual o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentação”.
Como também na definição doutrinária, sendo:
“O processo educacional de estudos e aprendizagem dos
problemas ambientais e suas interligações com o homem na
busca de soluções que visem a preservação do meio
ambiente”.De acordo Antônio Silveira r. dos Santos – A
importância da Educação Ambiental, jornal A Tribuna, Santos /
SP, em 31/05/99.
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II.2) Evolução Legal
A evolução histórica da educação ambiental se deu com a
necessidade de atenção com o meio ambiente e também a instituição de
dispositivos legais que visem a sua proteção.
Teve seu início, segundo a obra Educação Ambienta - Princípios e
Práticas de Genebaldo Freire Dias; em 1965 na Grã - Bretanha na
Conferência em Educação realizada em Keele, onde concluiu-se que a
Educação Ambiental deveria se tornar um processo essencial de educação
na sociedade.
Dando seguimento com a Conferência da ONU sobre o Ambiente
Humano, realizado de 05 a 16 de junho de 1972, em Estocolmo na Suécia,
onde surgiu em âmbito mundial a preocupação com os problemas
ambientais.Como também em outras Conferências e Workshops de igual
importância que se relacionam abaixo:
Conferência sobre Educação Ambiental, a primeira
Intergovernamental, realizada em Tbilisi, na Geórgia e na Rússia de 14 a 26
de outubro de 1977 pela UNESCO e que constituiu num marco histórico de
base para esse estudo. e conseqüentemente de legislação própria.
Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em
Jomtien na Tailândia de 05 a 09 de março de 1990, que reforça a
necessidade da aprendizagem na proteção ao meio ambiente.
Conferência sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, realizada no
Rio de Janeiro de 03 a 14 de junho de 1992 pela ONU, a Rio – 92, onde a
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Educação Ambiental foi incorporada através da Agenda 21 com diretrizes
para o século 21.
Workshop sobre Educação Ambiental ocorrido na Conferência
Mundial em julho de 1992, no Brasil, com o objetivo junto ao MEC e as
Instituições de Ensino Superior, da inserção dos currículos na implantação
de Educação Ambiental no 3º grau.
Com a Lei Federal 9795/99 e a Estadual 3325/99, a educação
ambiental se tornou disciplina obrigatória em todos os níveis escolares, no
papel da conscientização popular da necessidade de preservação do meio
ambiente sadio.
II.3) Relação da Educação Ambiental com a Sociedade
A sociedade educada é a força que os governantes faltavam para
completar o trabalho de prevenção, reparação e repressão ao meio
ambiente.Através de ONGS, escolas, grupos comunitários, todos devem
estar engajados e com participação plena, para um mesmo objetivo
ecológico.
A Carta Magna e o Pacto Social de 1988 atribuíram as
responsabilidades da preservação ambiental ao Poder Público juntamente
com a sociedade, apesar desta ainda não ser muito ativa, para fazer valer os
seus direitos através de meios processuais frente à proteção ao meio
ambiente através de Ação Civil Pública, Inquérito Civil, Ação Popular, dentre
outros.
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II.4) Relação da Educação com o Direito Ambiental
É a partir da conscientização social da proteção à natureza que se
pode observar a relação do Direito com o Ambiente, pois se constatam que a
ação ambiental tem efeito educativo – pedagógico para o agressor, tanto a
pessoa física como a pessoa jurídica, sendo que a sua condenação faz com
que seus atos sejam revistos.
É uma questão de educação, sem dúvida, de se buscar através dela o
equilíbrio do ecossistema.
A importância de estudar o Direito Ambiental é que este visa regular a
relação do homem e seus meios de produção com a natureza, como forma
de permitir o equilíbrio dessa relação, dando sustentação ao
desenvolvimento e minimizando os efeitos degradantes sobre o meio
ambiente.
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CAPÍTULO III
DIREITO AMBIENTAL
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III.1) Apresentação e Conceito
A partir do momento em que é concebido, o homem passa a ser
detentor de direitos e passível de obrigações.Para isso todas as suas ações,
nos diversos seguimentos, são regidas por ordenamentos seja de ordem
moral, ética ou legal, visando regular a convivência harmônica em sociedade
do homem com o outro.Assim, quando há desrespeito com intromissão ao
direito do próximo haverá punição para o ofensor.
Não poderia ser diferente em relação ao meio ambiente, onde os
princípios acima descritos também têm sua aplicabilidade na proteção à
natureza.Surgindo, com isso, o Direito Ambiental sendo definido, de acordo
a professora Helita Barroso Custódio, na Revista de Direito, São Paulo,
1996, 76:58 como sendo:
“O conjunto de princípios e regras impostos,
coercitivamente, pelo poder público competente e
disciplinadores de todas as atividades direta ou
indiretamente relacionadas com o uso racional dos
recursos naturais como o ar, águas superficiais e
subterrâneas, águas continentais ou costeiras, solo,
espaço aéreo e subsolo, espécies animais, vegetais,
alimentos e bebidas em geral, luz, energia, bem como a
promoção e proteção dos bens culturais de valor
histórico, artístico, arquitetônico, urbanístico,
monumental, paisagístico, turístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico, científico, tendo por objeto a
defesa e a preservação do patrimônio ambiental natural
e cultural e por finalidade a incolumidade da vida em
geral, tanto a presente quanto à futura”.
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Pode-se perceber com este dispositivo legal que o objetivo principal é
a proteção total ao meio ambiente.
III.2) Evolução Legal
O Direito Ambiental por se tratar de um ramo novo do direito, muitos
acreditam ainda não existir e também como disciplina jurídica, mas por suas
características já ficou sendo um direito indutor de um paradigma de relação
entre o homem e o meio ambiente de forma a permitir o equilíbrio dessa
relação.
Existiu, em relação ao uso da nomenclatura de Direito Ambiental e
Direito Ecológico, divergências entre estudiosos e doutrinadores.
O Direito Ecológico deriva de ecologia que são as questões ligadas
aos fatos naturais, já o Direito Ambiental vem de ambiente que é tudo que
envolve o homem.Assim, adotou-se a denominação Direito Ambiental por
ser mais ampla que o Direito Ecológico.
Outro conflito é quanto à divisão do Direito Ambiental, alguns autores
aderem a essa posição, colocando que há divisão, sendo o Direito Ecológico
que trata do equilíbrio e da preservação dos ecossistemas no geral e o
urbanístico que se refere aos ordenamentos das cidades, englobando
aspectos do meio ambiente cultural e do meio ambiente artificial, de acordo
o magistério de Adherbal Meira Mattos.
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III.3) O Direito Ambiental no Brasil
Esse tema dá continuidade a Evolução Legal do Direito Ambiental,
com as Ordenações Afonsinas, que, de acordo o Livro V, Título LVIII,
proibiam o corte de árvores frutíferas.Já o Livro V, Título LXXXIII, das
Ordenações Manoelinas, vedava a caça a perdizes, lebres e coelhos com
redes, fios, bois ou outros meios e instrumentos capazes de causar dor e
sofrimento na morte desses animais.
As Ordenações Filipinas protegiam as águas, de acordo o Livro LXXV,
Título LXXXVIII, & 7º, punindo com multa quem jogasse material que sujasse
ou viesse a matar os peixes.
O corte deliberado de árvores frutíferas também foi proibido por
ordenação determinada pelo rei D.Afonso IV, em 12/03/1393, sendo um
crime de injúria ao rei o corte, era em função da proteção ambiental.
Em relação à proteção aos animais, o rei Dom Diniz, em 09/11/1326,
equiparava o furto das aves com o furto de qualquer outra espécie, para
efeito criminal.
No Brasil Colônia, se iniciou a comercialização do pau-brasil, sendo a
primeira riqueza permutável geradora do primeiro contrato de arrendamento
entre a Coroa Portuguesa e os cristãos-novos, liberados por Fernão de
Noronha.
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III.4 ) Relação com outros Ramos do Direito
Por ser multidisciplinar, o Direito Ambiental é considerado como um
direito horizontal pelos doutrinadores, já que é formado simultaneamente,
por normas que regem outras áreas, como o Direito Tributário, o Direito do
Trabalho.
O Direito Constitucional, este que, com a preocupação com o
ambiente, originou o aparecimento do Direito Constitucional Ambiental.
No âmbito do Direito Civil, no que se refere ao direito de propriedade
e a reparação dos danos causados pelas atividades poluidoras com base
legal na Lei 6938 de 31/08/1981.
No Direito Processual Civil, com as suas várias medidas processuais
para garantir a preservação ambiental.
Na esfera Penal, como um processo educativo-punitivo.
No Direito penal Militar que, apesar de não ser este um direito
específico à tutela ambiental, as infrações implicam em danos ecológicos.
No Direito Administrativo, onde a Administração pública condiciona o
uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais em benefício da
coletividade ou do Estado.
Já no Direito Comunitário, existe uma grande relação, principalmente
no que diz respeito aos princípios e a transdisciplinaridade da matéria.
Direito Ambiental como Ciência, existe uma corrente que prevalece
esta postura, pois possui seus próprios princípios.
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E finalizando com o Direito Internacional, já que o meio ambiente é
transnacional e tem como base às relações internacionais.
III.5) Princípios que regem o Direito Ambiental
A Legislação Ambiental dispõem sobre as Leis, Regulamentos,
Licenças e aos Princípios que são fundamentais para entender e interpretar
as Leis que regem a matéria de proteção ao meio ambiente.
A obra Guia Prático de Direito Ambiental do magistério de Wanderley
Rebello Filho e Christianne Bernardo, adotou como fundamentais os
Princípios:
Da Prudência ou também denominado Cautela;
O Princípio Democrático;
Do Equilíbrio;
Do Limite;
Da Responsabilidade;
Princípio do Poluidor-Pagador.
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III.6) Atualidade
Com os padrões dominantes de produção e consumo provocando a
devastação no ambiente, afetando suas espécies e seus recursos, há
necessidade de uma união global para cuidar da Terra.
Nos tempos atuais está ficando cada vez mais fácil a sociedade rever
seus valores, conhecer os desafios ambientais e aceitar as mudanças
necessárias à sadia qualidade de vida.
Hoje em dia as pessoas mais informadas e conscientes priorizam, no
seu consumo, mais às empresas que não agridem a natureza para a sua
produção e que por ela faz um trabalho de conscientização e também as
universidades que a viabilizam no seu currículo.
Isso se dá em conseqüência da maior procura por essa área nova e
em expansão no mercado de trabalho.
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CAPÍTULO IV
A DISCIPLINA DIREITO AMBIENTAL
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IV.1) Apresentação
A disciplina ambiental ocupa hoje espaço crescente na iniciativa da
educação brasileira em face à relevância da interação do homem com o
ambiente e a necessidade de se trabalhar a problemática ambiental em
todos os níveis do ensino e espaços pedagógicos, especialmente na
Universidade, concomitante com a família.
A questão ambiental ocupa espaço tão relevante no contexto
globalizado que seu caráter emergencial é reconhecido pelos governos,
empresas, entidades comunitárias, igrejas, ONG’s, Universidades e outros
seguimentos sociais.
Para se trabalhar a disciplina ambiental, necessariamente precisamos
interligar a Universidade com a Comunidade, promovendo simultaneamente
o desenvolvimento de conhecimento, de atitude e de habilidades
necessárias à preservação e melhoria da qualidade ambiental.
No que se refere ao ensino de nível superior, torna-se primordial para
os bacharelandos o conhecimento da matéria, como ser humano e também
para o mercado de trabalho, para a efetiva concretização dos objetivos
gerais desta dimensão educativa, a formação de cidadãos conscientes de
seus direitos e suas responsabilidades em uma perspectiva ambiental.
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IV.2) Da Graduação e da Pós - Graduação
O curso habilita o aluno em bacharelado, onde visa a formação de
operadores do Direito Ambiental, dentre outros ramos, com uma excelente
base técnica e sólidos conhecimentos jurídicos, comprometidos com a ética
profissional, o Estado Democrático de Direitos e da Cidadania, sob a
orientação de corpo docente qualificado da Instituição.O curso deverá ser
reconhecido pelo MEC, através de Portarias.
Atualmente, os cursos possuem duração de cinco anos o que antes
eram de quatro anos.Para ser Advogado, o bacharel deverá prestar provas
da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, que serão em duas etapas.
As oportunidades profissionais são crescentes nas áreas do Direito, o
bacharel na posse de seu documento de identidade de Advogado poderá
advogar em escritório particular ou de empresas; ser Advogado, Consultor
ou Assessor Jurídico de empresas públicas ou privadas; ser Magistrado
exercendo cargo de Juiz Estadual ou Federal ou ainda Juiz do Trabalho; ser
Membro do MP Federal ou Estadual; Procurador do Estado, Município ou de
Autarquias; Defensor Público; Delegado de Polícia Estadual ou Federal e
Advogado da União.
O curso de pós - Graduação é ministrado apenas pelas Instituições
que possuem autorização para tal; sendo o público alvo, os Graduados e os
Operadores do Direito em geral.
O objetivo de um curso de Pós - Graduação,é fazer a ligação do
aprendizado teórico do Direito com sua dinâmica prática; capacitar para
interação em debates e discussões, proporcionando maior senso e
expandindo os limites da compreensão; qualificar para o exercício do Direito
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bem como a pesquisa e docência do magistério; especializar-se nas áreas
da Magistratura, Defensoria Pública e Ministério Público, como também ao
incentivo e divulgação da pesquisa e produção científica.
O Programa adotado pelas Instituições, é praticamente o mesmo na
área Ambiental, sendo a Metodologia do Ensino Superior; Metodologia da
Pesquisa; Direito Ambiental, Direito Constitucional do Ambiente; Direito
Penal Ambiental; Responsabilidade Ambiental; Direito dos Instrumentos de
Gestão Territorial e Direito Administrativo.Observando que todas as
Instituições Superiores que divulgam o curso possuem um corpo docente de
alta qualificação.
IV.3) Problemática
Não se pode negar que há uma enorme preocupação em todos os
âmbitos e níveis do conhecimento com a questão ambiental, mas, por outro
lado, nota-se que as dificuldades observadas em se promover educação
ambiental satisfatória decorre da desintegração do sujeito, da entidade de
ensino e da comunidade.
Os educadores, professores, alunos e a sociedade como um todo
devem estar conscientes da necessidade de uma implantação efetiva da
educação ambiental como também no processo educacional moderno
público e privado e exigir dos órgãos competentes a aplicação da nova
Legislação, bem como incentivar a educação ambiental não formal, pois só
assim poderemos conseguir desenvolver uma sociedade sadia e coerente
com os princípios básicos de preservação do meio ambiente.
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A base Legal da Educação Ambiental no Brasil se dá pela
Constituição da República Federativa, no seu artigo 225 parágrafo Iº-VI, que
determina ao Poder Público a promoção da educação ambiental em todos os
níveis de ensino e a Lei Federal 9795 de 27 de abril de 1999 que institui a
Política Nacional de Educação Ambiental.Apesar destas previsões legais, a
educação ambiental já é reconhecida mundialmente como ciência
educacional e também recomendada pela UNESCO, mas pouco é feito no
Brasil para a sua implantação concreta no ensino.
Através da pesquisa de campo realizada no Município do Rio de
Janeiro, constatamos que em todas as Instituições de Ensino Superior que
possuem graduação no curso de direito possui no seu currículo a disciplina
de direito ambiental, mas não são todas que a tem como disciplina
obrigatória, conforme a exigência Legal 9795 de 27/04/99 e Constitucional
no seu artigo 225, que versa:
“Promover a Educação Ambiental em todos os níveis de
ensino e a conscientização pública para a preservação
do meio ambiente”.
Foi observado que, a maioria das Instituições de Ensino particulares
zelam pelo cumprimento da referida lei, algumas particulares renomadas que
até ministram curso de pós-graduação nesta área não se enquadram, tendo
no seu currículo, no máximo, como disciplina eletiva; enquanto que as
Instituições públicas, que deveriam cumprir a exigência legal, possuem no
seu currículo como optativa ou eletiva deixando assim de promover a
conscientização social necessária para todos, como também deixando de
graduar profissionais nesta área em expansão no Brasil e no Mundo, como
já foi mencionado anteriormente.
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Aos órgãos fiscalizadores do Executivo federal, estadual e municipal
caberiam a aplicação de penalidades as I.E.S. que não cumprissem as
exigências legais bem como a propagação de pesquisas na área ambiental e
programas de educação ambiental nas comunidades, visando uma melhor
qualidade de vida para todos.
IV.4) Análise dos Programas
De acordo a pesquisa de campo realizada nas Instituições de Ensino
Superior no Município do Rio de Janeiro que possuem em sua grade
curricular o curso de direito, através de uma análise nos programas destes,
constatamos as diferentes formas de se estudar a Disciplina Direito
Ambiental nas Universidades:
Em relação à Disciplina Direito Ambiental :
É ministrada nos cursos de direito das Instituições de Ensino
Superior.A matéria pode aparecer nos currículos, de acordo cada Instituição,
como disciplina obrigatória, eletiva ou optativa.
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Quanto aos Objetivos :
Todos os cursos pesquisados procuram levar aos alunos de
graduação conhecimentos sobre a questão ambiental, buscando
desenvolver esse estudante para o mercado de trabalho e para um melhor
ser humano.
Em relação ao Período Determinado :
A disciplina Direito Ambiental aparece nos currículos universitários
entre o 4º período e o 9º período.
Em relação à Exigência de Pré-Requisitos :
A maioria das Universidades exige o cumprimento anterior da
disciplina Direito Constitucional, válido para a disciplina Direito Ambiental a
nível obrigatória, optativa ou eletiva.
Quanto a Valoração da Disciplina pela Instituição :
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Nas Instituições públicas a disciplina é considerada eletiva ou optativa
e para a maioria das particulares, possuem a disciplina de direito como
obrigatória, mas há aquelas renomadas que, mesmo com pós-graduação na
área, é considerada eletiva.
Em relação às Referências Bibliográficas :
Todas as I.E.S. analisadas adotam renomados profissionais da área
Ambiental como também das áreas afins.
Em relação aos Créditos da Disciplina majorados pela
Instituição :
Os créditos aplicados à disciplina nem sempre vão depender da
valoração dada a matéria pelas Instituições (obrigatória, eletiva, optativa) às
vezes ocorre que a Universidade adota a disciplina como obrigatória, mas
coloca seu crédito mínimo de 02.
As Instituições variam entre 02 a 04 créditos adotados no currículo.
Em relação ao Acesso do Programa na Instituição :
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A maioria só admite ao aluno da Instituição ter acesso ao conteúdo,
pessoas que não fazem parte do quadro de inscritos, não podem acessar,
nem pela internet e nem pelo setor de expedição de documentos.
Em relação à Carga Horária :
As I.E.S. na sua maioria analisada possui a carga horária de 36
horas/aula. O programa dos cursos não condiz com a carga horária prevista,
sendo inviável para a Instituição apresentar todo o conteúdo numa carga
horária desproporcional para tal.
Quanto à Metodologia :
Todas possuem as mesmas características metodológicas,
oferecendo aulas teóricas expositivas, com utilização de quadro e giz,
retroprojetor, seminários, debates, trabalhos em grupos e estudo
direcionado.
Quanto ao Programa :
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Todas usam o mesmo conteúdo programático, que versa sobre a
questão do Meio Ambiente, Direito Ambiental, Princípio do Direito Ambiental,
Leis referentes, Política do Meio Ambiente, mas nenhuma Instituição
menciona a importância do estudo sobre a Lei Federal 9795/99 de 27/04/99
que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental.
Quanto a Ementa :
Todas as Instituições possuem a preocupação com o bem estar social
e natural.
Em relação à Prática da Disciplina :
Nenhuma das Instituições usam esse método de estudo.
Quanto à Pesquisa :
Todas as Universidades são carentes nesta área.
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Em relação à Nomenclatura da Disciplina Direito Ambiental
adotada pelas I.E.S :
As Universidades determinam de acordo os critérios internos de cada
Instituição.
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CONCLUSÃO
É de extrema importância a Universidade juntamente com a
sociedade fazer atividades voltadas para o ambiente como
também lembrar das datas comemorativas importantes para a
ecologia.
Observa-se que as comemorações abrangem todo o ano,
isso nos lembra que durante esse período, em todos os dias
sempre é fundamental o zelo pela natureza.
A disciplina Direito Ambiental, por ser uma área atual dos
cursos de Direito e das relações sociais, observa-se não
demonstrar ,a princípio, estar tendo do Direito uma atualização
bibliográfica, o que pode estar ocorrendo uma estagnação teórica
como também uma incoerência da teoria com a prática.
Esperamos com este trabalho monográfico, despertar a
prática de ensino e pesquisa nos cursos de Direito nas
Instituições de Ensino Superior com atuação dos graduandos,
para uma realidade sócio-ambiental, sendo um compromisso para
a vida, o bem estar individual e em sociedade local e globalizada.
40
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BIBLIOGRAFIA
FILHO,Wanderley Rebello e BERNARDO,Christianne.Guia Prático de Direito
Ambiental.Rio de Janeiro: Editora Lúmen Júris.2ª edição,1999.
SÉGUIN,Elida e CARRERA,Francisco.Planeta Terra – Uma Abordagem de
Direito Ambiental.Rio de Janeiro: Editora Lúmen Júris.1999.
SILVA,José Afonso da.Direito Ambiental Constitucional.São Paulo: Editora
Malheiros.2ª edição, 1995.
BOFF,Leonardo.Saber Cuidar.Rio de Janeiro: Editora Vozes.6ª edição.
ANTUNES,Paulo de Bessa.Curso de Direito Ambiental.Rio de Janeiro:
Editora Lúmen Júris.2000
Constituição da República Federativa do Brasil.São Paulo: Editora
Saraiva.2002
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( Educação Ambiental )
http://www.aultimaarcadenoe.com.br/educatrata.htm
( Educação Ambiental )
http://www.terrravista.pt/portosanto/5701
( TOC )
http://www.maurolemes.hpg.ig.com.br/estudosdireitoambiental.htm
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( REGI Consultoria S/C )
LOUREIRO,CFB.Educação Ambiental e Universidade: Proposta
metodológica para pesquisa e extensão.In: Revista PARADOXA.Rio de
Janeiro.Ano II – Nº4 – 1996/1997.
MENEZES,Cibélia Maria Lente de.A Questão Ambiental e a Universidade :
Uma Proposta Metodológica.Jus Navigandi, Teresina, a.7, n.60,
nov.2002.http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.
COUTINHO,Sérgio.A Importância do Direito Ambiental.Jus Navigandi,
Teresina, a.3, n.31, mai.1999.http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.
42
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I 10
MEIO AMBIENTE 10
I.1- Apresentação e Conceito 11
I.2- Evolução Legal 12
I.3- Classificação do Meio Ambiente 13
I.4- Relação com a Educação Ambiental 14
CAPÍTULO II 16
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 16
II.1- Apresentação e Conceito 17
II.2- Evolução Legal 18
II.3- Relação da Educação Ambiental com a Sociedade 19
II.4- Relação da Educação Ambiental com o Direito Ambiental 20
CAPÍTULO III 21
DIREITO AMBIENTAL 21
III.1- Apresentação e Conceito 22
III.2- Evolução Legal 23
III.3- O Direito Ambiental no Brasil 24
III.4- Relação com outros Ramos do Direito 25
III.5- Princípios que regem o Direito Ambiental 26
43
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III.6- Atualidade 27
CAPÍTULO IV 28
A DISCIPLINA DIREITO AMBIENTAL 28
IV.1- Apresentação 29
IV.2- Da Graduação e Pós-Graduação 30
IV.3- Problemática 31
IV.4- Análise dos Programas 33
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 42
ANEXOS 44
44
44
ANEXOS
45
45
ANEXOS
46
46
ANEXOS