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1 | DEZEMBRO 2009 | #225

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Revista AmBear #225 DuduchoRJ

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DEZEMBRO2009

08 | Correio e Destaque09 | Trends10 | Trucker (Humor)11 | Novidades14 | Capa - DuduchoRJ20 | Internet, bandido ou Mocinho?

22 | Uma mesa para Alguns24 | Projeto SuperHero26 | Meu casamento acabou, e agora?

34 | Bear Fashion Week36 | Sua História com a AmBear38 | Urcine: Apenas o fim

bem-vindo.

A Última edição de 2009 vem recheada de matérias e fotos do DuduchoRJ. Woof e boa leitura.

capa de deZembRo

O Carioca, Eduardo, (DuduchoRJ) vencedor do Big Bear Brasil, reality show, do site ursos. Foto: Alexandre Maritello Tratamento: Ham

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Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro, Bingo!Foram cinco meses sem as edições da revista AmBear, e por este motivo, resolvi escrever o editorial, com a ajudo do meu maridão, claro.Antes de mais nada, quero pedir desculpas para todos os meus parceiros, amigos e colunistas, principalmente para o Pablo Bi-glia, que se esforçou para levantar as matérias e deu uma geral no pessoal da redação.Vou tentar esclarecer a minha ausência, sou um amigo ausente, confesso, não sei separar, amigos, família, profissão, amor - sou totalmente incompetente - quero dar atenção demais para um, deixando de lado os outros. A culpa é minha, é uma escolha de não se assumir, por isso antes de me julgar, gostaria de con-versar, bater um papo, pois cada um tem os seus problemas. E juntos podemos resolver alguns gargalos da vida. Este mês na AmBear temos uma matéria muito complexa do Pablo Biglia, sobre o fim do casamento, servindo para gays e heterossexuais. Rodrigo Ramos escreveu sobre internet e Do-diSP sobre os quilos a mais traumáticos na hora da refeição. Também temos Ber, The Bear, Superheros, a estréia do Trucker, caminhoneiro que tapou o buraco do Docinho Superpoderoso, DuduchoRJ, Urcine e uma história de chaser. Boa leitura a todos.

Ham - Fundador da Revista AmBear

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Um dia!Pela primeira vez li a revista e fiquei encantado. A qualidade dos textos, a diagramação e a defesa do estilo Ursino, merecem congratulações.Eu sou fervoroso amante de ursos. Adoro tudo relacionado à estes peludos adoravéis. Adorei o HotBear de Junho. Ele mora pertinho da minha cidade, Três Corações, no sul de Minas. O capricho das páginas

14 e 15, merecem elogios à parte. Eu trabalho com arte e diagramação e fico fascinado quando me deparo com trabalho tão primoroso. Virei fã do Ber the bear. Demais! Parabéns a todos os colunistas que enriqueceram a revista. Obrigado pelas informações e troca de idéias. Os Ursos estão representados a altura do valor que eles tem. Falando sobre Ursos, tenho que confessar: Eu sempre quis ser Urso. Para mim eles são homens de verdade em todo sentido que a expressão. Como não sou, coube à mim, ser admirador e torcer para casar com um urso bem fofo e gostoso. Vida longa a AmBear e a todos os Ursos do Brasil. Abraços,Paulo Andrade. Oi Paulo, muito obrigado por escrever, e esperamos

que você se torne um ursão. Abração de toda equipe .Ham - Marketing

Gosto de GG Olá pessoal da AmBear, primeiramente eu queria parabenizar-los pela revista, acompanho vocês desde que eram somente a capa, pelo Fotolog. Sou gay assumido a 3 anos e meio, porém tenho minha condição de chaser a pouco mais de 1 ano.Rogério Silva.

Olá Rogério, veja seu texto na página 28 desta edição.Ham - Marketing

brüno (orkut) Não so um ursinho mais todos dizem k so GATO, não so um ursinho mais estou em busca do meu tipo perfeito. Primeiro: Temke ter pose de homem. Segundo: Tenke ter pegada. Terceiro: Tenke

� veja os vídeos na íntegrawww.ambear.com.br

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ambear HoT ivo vÍdeo QUenTe de 2009A Primeira versão do AmBear HOT nasceu em 2006, com a presença do Henrique de Londrina, casado com o Ham, responsável pela criação da Revista. Nesta nova versão há uma pequena produção, a revista impressano corpo do ursão Henrique.

o QUe você esTá faZendo?Siga os seus amigos, escreva o que você erstá fazendo e sejá seguidono Twitter. www.twitter.com

Nota: ★★★★★

rolar quimica. Quinto: Tenke ser fiel senão eu largo. Sexto: Tenke ser limpinho e cheiroso. Setimo: Tenke ser gostoso pra mim. Oitavo: Tenke ser homen pra me defender. Nono: Tenke ser fofinho amo os gordinho. Decimo: Tenke me amar. E me fazer interessar por ele. Se forem me add, não escrevão algo assim muito escroto, porke tenho familia no orkut beijos aos FOFOS DA COMUNI vcs já tem uma chance comigo por ser ursinho, se vcs fizerem esquecer o Marcelo Arantes (Ex- BBB) eu namoro com o urso que conseguir.Bruno Oliver (Orkut)

Esperamos que você encontre uma cópia do Doutor Marcelo na sua vida. Um ursão machopara te defender. Um grande

abraço, mais tenke ser de costas. Ah! e não esqueça de ver o filme Brüno nos melhores cinemas. Abraços.Ham - Marketing

blog bear Por que a AmBear não tem um blog? Acho melhor.Guilherme.

A AmBear mudou o seu site para ser mais dinâmico, quase um blog, também possuimos perfil e comunidade no Orkut, Twitter, facebook, iBear e Ursos.com.brHam - Marketing

capa Como faço para ser capa da revista AmBear?Cláudio.

Entre na nossa comunidade do orkut, tem um tópico.Ham - Marketing

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Eu quero o Docinho Super-poderoso aqui na AmBear.Ursinho do Rei, de Curitiba.Trucker: aprende essa viado! macho que é macho não escolhe, pega o primeiro que aparece. Quem escolhe muito fica por último e casa com dragão.|||||

Trucker, ontem dei pinta na frente de uma amiga. Me empolguei e cantei Poker Face fazendo performance.Baleinha, do Rio de Janeiro.Trucker: Quem é poker face? não conheço esse cara, ele é ingrês? diga a ela que todo ingrês é meio afeminado por natureza.|||||

Amigo, tenho uma dúvida, ativo mostra a bunda na cam? Antonio ativo, de Belo HorizonteTrucker: mostra sim, macho que é macho não tem medo de rola. só não abra a bunda para ele ver o seu cuzinho, aí é demais.|||||

APRENDA SER MACHO COMo nosso amiGo TRUcKeR.A partir de hoje, urso fofolete será um urso ativoe sem frescuras do passado.

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www.berthebear.blogspot.com | © 2009 R.Lopes

cHUbbieLicioUs Um blog diferente.

Muitos imitam a AmBear, fazem capas e conteúdos em PDF. Mas Chubbielicious foi muito criativo e está fazendo o maior sucesso entre os blogs.A Seção WALKER mostra ursos andando nas ruas, muito engraçado e até sexy.

www.chubbielicious.blogspot.com

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Ham - Fundador e Diretor Geral | Nick Nausea -

Coordenador | Hursu - Coordenador Master de

TI | Pablo Biglia - Colunista Chefe | Paulo Luiz

- Colunista | Pierre Cortes - Colunista | Rodrigo

Parra - Colunista | Rodrigo Ramos - Colunista

| Dodi SP - Colunista | Pedro Lourenço -

Colunista | Ursinho Feio - Estatística | R. Lopes

- Ilustração - Bear The Bear | BearChaserCwb

- Web Site Ursos do Paraná

CWBears, Curitiba-PR | iBear, Rio de Janeiro-

RJ | Universo Mix, Ponta Grossa-PR | Ursos

de Pernambuco, Recife-PE | Ursos do Paraná,

Curitiba-PR | Ursos do Rio, Rio de Janeiro-RJ |

Ursos.com.br, Rio de Janeiro-RJ | Ursound,

São Paulo-SP

A AmBEAR é UmA PUBlicAçãO DESTiNADA AO PúBlicO gAy, DENOmiNADOS URSOS, FUNDADO NO PRimEiRO DiA DE AgOSTO DE 2003 POR HAm. TODOS OS mEmBROS DA AmBEAR SãO VOlUNTáRiOS, cOm O iNTUiTO NA DiVUlgAçãO DO mEiO URSiNO NO BRASil.

ATENDimENTO AO URSOSe você tem dúvidas sobre as reportagens publicadas, críticas, sugestões, perturbações, cantadas ou gostaria apenas de participar da seção AmBear Responde entre em contato.

E-mail:contato@ambear.com.brDOWNlOADwww.ambear.com.brwww.ursosdoparana.com.brwww.universomix.info

ASSiNATURASA AmBear não tem uma publicação impressa, apenas virtual, que pode ser baixada nos sites da AmBear, Ursos do Paraná e Universo mix.

EDiçÕES ANTERiORESSolicite gratuitamente em sites parceiros, caso não encontre envie-nos um e-mail.

REDAçãOPablo Biglia - Ponta grossa [email protected]

PUBliciDADEPaulo Sérgio - curitiba [email protected]

WEBmASTERRodolfo - Pres. Prudente [email protected]

www.ambear.com.br

NOSSOS PARcEiROS:

© MMIX GRUPO AMIGOS DA AMBEAR - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.PROÍBIDO A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL DESTA EDIÇÃO SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DOS EDITORES DA AMBEAR.

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Contudo, a super exposição a que algumas pessoas se submetem, às vezes, chega a ser constrangedor. Nos sites de relacionamento, a coleção de bundas, barrigas, peitos e afins, que se proliferam é enorme, há quem acredi-te que pôr uma foto do rosto é se expor, mas não vêem problema algum em dividir com o mundo suas partes intimas. Provavelmente o antiquado aqui seja eu, mas qual a graça de sair com uma pessoa que já mostrou tudo que se tinha para ver? O prazer da descoberta já foi perdido ali. Sem entrar no mérito de que uma vez publicadas, tais fotos podem parar na mão de qualquer um, ou em qualquer lista de e-mails que circula por ai. E só para avisar os mais descuidados, é possível sim reconhecer uma pessoa pelo formato do corpo. Para os

mais corajosos existem ainda os sites de vídeo, dominados por gringos carentes e com neces-sidade de aparecer, ou existe alguma outra jus-tificativa plausível para isso? Enfim, se está lá a disposição, eu assisto. Não que eu seja contra tais ferramentas, faço uso diário de todas elas, mas me reservo o direito de manter minha pri-vacidade. E que ninguém reclame de ser o as-sunto da vez, quando tudo que faz o dia todo é postar atualizações nos orkuts e facebooks da vida sobre o que esta pensando ou fazendo no momento, mas se você quiser fazer, que seja de forma sintética, resumida e elegante, deixe que as pessoas descubram quem você é com o tempo. Corre o risco de acharem você mais interessante do que talvez você realmente seja. Funciona comigo até hoje. �

� Rodrigo Ramos

A internet tem sido uma grande ferramenta quando se trata de encontrar novos amigos, pretendentes ou apenas parceiros casuais.

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Uma vez estava com um ex-namorado na praça de alimentação do shopping Igua-

temi em São Paulo esperando a sessão de ci-nema começar quando decidimos tomar um lanche, sentei na cadeira e o ex perguntou: “você cabe aí?”. Devo ter corado subitamente de raiva, mas tentei ser o mais natural possível e respondi: “pode sentar, você também cabe”. Detalhe: ele era mais redondo, mais encorpa-do nas partes baixas. Contudo, tenho sorte de não ser um espelho para ninguém. Depois dis-so, me afoguei nas anfetaminas da vida e só ti-nha coragem de comer a sobremesa. Não sou um destruidor de cadeiras, até porque quase sempre estive por trás das mesmas trabalhan-do como cozinheiro. Porém, já presenciei situ-ações deveras constrangedoras com amigos e clientes. Incrivelmente as pessoas associam

o seu tamanho com a quantidade de comida que você vai ingerir e, obviamente, uma coisa está ligada à outra. Entretanto, isso poderia vir de uma maneira mais branda ou, talvez, mais ilustrativa do que simplesmente apontar e alarmar. Tenho impressão, às vezes, quando vou a um restaurante, de que os garçons, em geral, demandam uma atenção maior do que deveriam à minha pessoa. Definitivamente não tenho cara de playboy muito menos de “gor-jeta gorda”, mas de quem consome além da maioria, o que nem sempre é uma realidade. Nos bastidores a coisa não é diferente. Por diversas vezes recebi na banqueta comandas cheia de observações, na hora de marchar o prato, verificava a mesa e lá estava um bola-chudo esperando sua refeição. Essa cadeia de julgamentos começa bem antes de se en-

� Dodi SP

Como alguns quilos a mais podem ser traumáticos na hora da refeição.

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trar em qualquer restaurante da vida. Quando crianças, nossas mães têm a mania de enfiar comida para nos tornarmos bambinos mais saudáveis, mais bochechudos. Quando cres-cemos, a situação se inverte, afinal, quem nunca foi chamado de saco sem fundo? Na rua a coisa não é diferente, pelo contrário, sem os laços afetivos, a mania de perseguir se torna maior e mais violenta. Muitas vezes, para evitar aborrecimentos, principalmente os mais rústicos, fugimos do que chamo de ambiente hostil e acabamos apelando para as cadeias de fast food, tidas diversas vezes como comida marginal por muitos. Discordo. São lugares geralmente pensados na realida-de de todos (principalmente a dos robustos americanos). A comida nem sempre é das melhores, mas o custo/benefício é lucrativo, sem contar a tão discutida informalidade e a falta de tempo a perder com coisas tão rele-vantes, como o gordinho que esta um pouco mais distante da mesa que os demais, atra-palhando a menina que quer manter a mes-ma distância da mesa para mostrar a bunda empinada. O fato é que não nascemos pra viver na imaculada segregação dos guetos e isso é quase um fato isolado da sociedade Brasileira. É o nosso Brazilian Dream (como somos fúteis), mas é o caminho que estamos tomando. Se o movimento Bear hoje em dia está melhor do que dez anos atrás, não é por-que a sociedade decidiu nos acolher mas sim porque caminhamos para ser uma maioria dentre a minoria. Mas o movimento por um “salão mais bonito” ainda existe. Em tempos de sites de relacionamento e comunidades ursinas, deveríamos criar as antigas confrarias tão extintas e primórdias, porém mais liberais. Alguém topa? Buon appetito! �

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O fotografo Ryan Robinson criou o projeto Superhero, foto de amadores vestidos de super heróis, o hotsite é animado e tem muitas fotos de gordinhos, vale a pena conhecer este trabalho.

� Hamtaro

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� www.projectsuperhero.net

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Demorou um tempo, mas a ficha caiu. Foram dias e dias na cama, comendo, chorando com a sombra e lamentando cada passo em relação ao que aconteceu. Cada música, cada sus-piro, cada movimento fazia me lembrar o fato de que eu estava solteiro. no começo eu achei que seria mais fácil, acreditei que logo estaríamos juntos novamente e que toda aquela agonia, uma hora ou outra, iria embora.Não foi! Manter a calma é fundamental neste primeiro momento. Vários sentimentos estão à flor da pele e é inevitável que estes seconfundam, gerando uma atmosfera perturbadoramente assustadora. Então nada melhor do que respirar bem fundo, chorar sem receio e exercer sua auto compaixão por alguns instantes, mas tendo em vista que esta será a única possibilidade em que poderá beneficiar-se de seu efeito placebo. Então, como superar? Já provei na penúltima edição que esquecer um relacionamento usando outro como escudo é furada. Fuja dessa! Então, o melhor a fazer é começar a pesar somente o lado positivo da situação. No meu caso, começou quando resolvi que volta-ria a estudar, pois o ex me forçou a parar com os estudos para ficar em casa ao lado dele. Como eu era passional assumido, aceitei, tentei sal-

� Pablo Biglia.

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var um casamento falido e acabei atrasando meus estudos por mais um ano. A princípio a Universida-de era a única coisa que me ale-grava, que me tirava daquela si-tuação lamentável. Eu era apenas um ser humano jogado na cama, sem vontade própria. Assim como qualquer outro tipo de trauma, fí-sico ou psicológico, o término de um relacionamento exige que passemos por um processo de cura. A forma de conduzir este processo fica a critério de cada um nós, porém temos que ter em mente que alguns são mais efica-zes que outros. Caso você ain-da esteja sentindo pena de você mesmo (através do efeito placebo

da auto compaixão) está na hora de começar a agir e, principal-mente, reagir. Lembre-se de que sempre, sem exceções, uma das duas partes sairá mais ferida que a outra. E se você for a parte mais ferida neste caso, enquanto esti-ver sentado em sua cama choran-do abraçado com seu ursinho de pelúcia, ele estará se arrumando para sair, ou estará caçando em algum site de relacionamento, ou até mesmo, estará se divertindo em algum motel. Não sinta pena de você mesmo. Sinta pena dele.Foi voltando aos estudos que co-nheci verdadeiros anjos da guar-da. Amizades tão preciosas que conseguiram me levantar, me er-

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guer das cinzas. Fui uma verdadeira ave Fênix. Com o tempo, com a ferida cicatrizando, fui co-nhecendo novas pessoas e, a cada beijo uma comparação. Era tudo muito recente e, ao meu ver, não existiria alguém no mundo capaz de su-perar aquele ex que ainda se fazia presente no meu coração. Quando terminamos, se passaram exatos 19 dias até que ele começou a namorar novamente. Quando eu vi tal informação no orkut, jurei para mim mesmo que aquela seria minha úl-tima visita ao seu perfil. E foi. Alguns processos de cura são mais demorados do que outros, haja visto que algumas pessoas são mais marcantes em nossas vidas do que outras, mas indepen-dente das marcas deixadas, que podem ser boas ou ruins, é necessário manter o positivismo mes-mo sabendo que esta é uma das tarefas mais di-fíceis a serem realizadas. Quando digo positivis-mo, não me refiro em alimentar falsas esperanças com a possibilidade de um retorno com seu ex-companheiro. Eu, particularmente, não acredito em retorno, pois sempre levo em consideração as circunstâncias que culminaram com o término do relacionamento. Entre todas estas circunstân-cias existe um fator em comum que é a dificulda-de em compreender e aceitar as diferenças que naturalmente existem entre duas pessoas, mas não são estas diferenças que impossibilitam a concretização de um relacionamento duradouro e sadio, mas sim, a incapacidade de aceitá-las. Quando duas pessoas se amam, firmam um pac-to aceitando os defeitos um do outro, não permi-tindo que isso influencie em suas características individuais. Amar de verdade é muito mais difícil do que alguns pensam, e só é possível quando duas pessoas estão em plena sintonia.Quando chegou o Carnaval e eu estava doente, preocupado com os resultados de um exame, eu estava conversando com ele no MSN, tentan-do ser amigo do ex, coisa que, ao meu ver, não

“jurei paramim mesmo que aquela seria minha última visita ao seu perfil”

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existe. Pelo menos não enquanto é recente. Ao mencionar meus exames e meu estado de saú-de, eis que a criatura me diz “ah, relaxa, é Carna-val, saia, trepe bastante. Eu vou fazer isso”. Entrei em choque. Não sabia se aquilo era uma piada de mal gosto ou se eu estava dormindo. Aquilo não poderia ser verdade. Mas, infelizmente foi. E foi quando o excluí de vez da minha vida. Não queria mais passar por uma situação daquelas. O rompimento era recente demais para que ele não demonstrasse sequer alguma preocupação em relação à minha saúde.Foi nesse momento que decidi que seria forte. Consegui ignorar todas as tentativas de reaproxi-mação que ele fazia. Foram 36 dias sem chora-deira, sem lamentações, batia uma saudade ou outra, mas era dentro do normal. Uma noite, no MSN, uma amiga (que também era amiga dele) me repassou um recado: “desculpe por eu ser assim, mas saiba que te amo”. Já haviam se pas-sado quase quatro meses da nossa separação e ele ainda tentava me procurar, o que tornava o processo de superação ainda mais difícil.Desta forma, todo término de relacionamento é uma nova oportunidade. Oportunidade não só de observar a importância das pessoas que permi-timos entrar em nossas vidas, mesmo que sem mérito em algumas vezes, mas também para que seja realizada uma auto análise de nossos valo-res, assim como ponderarmos até que ponto o sofrimento pode ser justificado nesta situação. Isso não significa que não se pode sofrer com o término de um relacionamento. Muito pelo con-trário. Deve-se sofrer. É através deste sofrimento que criamos forças para aceitar algumas verda-des e, desta forma, passamos a agir de forma racional. O que não podemos deixar acontecer é permitir que a angústia, as dúvidas, as incertezas e as perguntas não respondidas nos consumam.Segui forte, até a Parada Gay de São Paulo. Fui

“fui conhecendo novas pessoas até que, recebi um e-mail dele com ameaças.”

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até o fervo paulista na expectativa de encontrá-lo, por mais que aquilo fosse me fazer mal. Felizmen-te esse encontro não aconteceu e eu vivi um dia atípico naquele hospício acizentado. Dias depois o ser ressurgiu das trevas, deixando um recado em uma rede social, hoje extinta. Conversamos, foi de boa, até que voltamos o contato via MSN e a partir dali surgiram algumas conversas inusita-das. Declarações de amor da parte dele, desejo de feliz dia dos namorados, além de outras mani-festações de saudades. Superar os sentimentos que nos colocam pra baixo é parte fundamen-tal deste processo de recuperação. Na verdade, isso resume este processo como um todo, pois com isso resolvido, começamos a observar que não vale a pena nos trancarmos no quarto. Para aceitar o rompimento de uma relação é necessá-rio aceitar que existe um mundo cheio de pos-sibilidades que estão à nossa volta. É perceber que o ser humano tem a incrível capacidade de adaptação ao ponto de se sentir seguro e bem consigo novamente.No entanto, era cada dia mais difícil esquecer que meu coração ainda clamava pelo nome daquele que já estava longe, embora ainda demonstrasse - do seu jeito - muita estima por mim. Fomos le-vando as conversas, fui conhecendo novas pes-soas até que, numa bela tarde, recebi um e-mail dele com ameaças. Foi simplesmente deplorável. O nível abaixou tanto que tive dor de ouvido. Ain-da ressentido e com muita coisa entalada na gar-ganta, lhe escrevi três e-mails. Abri meu coração, me libertei, disse tudo aquilo que me machucava, joguei na cara todas as coisas que me fizeram mal e, para ajudar, criei tópicos enumerando as diversas razões pelas quais o final daquele casa-mento tinha melhorado minha vida. De fato, tudo melhorou, exceto meu psicológico que ainda ten-tava se recuperar.Aos poucos fui retomando o controle da minha

“ele já não ocupava mais o espaço de amor da minha vida dentro do meu coração”

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vida. Meus amigos mais próximos cortaram re-lações com ele, evitando qualquer transmissão direta de informação. Embora ele continuasse a visitar meu orkut com certa regularidade, segui forte. Decidi que não me daria ao ridículo, que manteria minha dignidade e que seria o superior da relação. Sendo o mais passional, aquele que amou mais, certamente também fui o que sofreu mais, o que precisou de mais tempo para curar a ferida. Enquanto me dedicava aos estudos, es-tágios e novos projetos, sabia de fontes indiretas que ele estava se acabando na balada, se en-volvendo com más companhias e torrando seu salário com futilidades.Se passou um ano quando olhei pra dentro e percebi. Ele já não ocupava mais o espaço de amor da minha vida dentro do meu coração. Fiz um teste: revi algumas fotos nossas. Caí na gar-galhada, pois tive uma sensação muito engraça-da, ele parecia um estranho, era como se nosso casamento tivesse acontecido em um sonho do qual eu já havia despertado. As noites chorando, as lamentações já não faziam sentido e eu sentia muita vontade de rir, tinha ímpetos de vasculhar minha memória na tentativa de resgatar qualquer coisa que fizesse aquele rosto ter sentido na mi-nha vida. Não teve. Relembrando atitudes do passado e situações na qual me vi envolvido den-tro de um casamento falido, pude tirar um grande proveito. Lições de vida fantásticas, adquiri uma evolução tão grandiosa, tive a oportunidade de conhecer anjos, revi muitos conceitos, trabalhei meus ciúmes, controlei melhor minha ansieda-de e nunca mais precisei tomar remédios con-trolados. Não existe uma fórmula mágica para superar o final de um casamento. Existe a força de vontade. Existe Deus que tira da sua vida um obstáculo para que você tenha a capacidade de olhar para dentro e perceber que está na hora de continuar sua trajetória. Para ajudar a caminhar

“não existe uma fórmula mágica para superar o final de um casamento”

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pelo processo de maneira mais fácil, apegue-se aos amigos. Crie no-vos projetos de vida. Chore até doer o maxilar, sente no chão durante o banho e lamente tudo, pois o alívio será imediato. Fuja de informações que liderem para o ex. Não aceite recados e não veja fotos. Mude o número do seu celular, o número da sua casa. Limpe o HD, salve as fotos em um cd e guarde-o no fundo daquele baú de tranqueiras. Se-pare tudo que te faz lembrar da criatura e coloque numa mochila. Des-pache essa mochila para seu dono e não aceite nada de volta. Limpe as mensagens do seu celular, apague e-mails. Delete esse ser humano do seu coração. Se achar difícil no começo, saiba que vai piorar. Mas não é impossível, basta força de vontade, determinação para perceber que você merece o melhor. Como sempre deixamos o melhor para o final, tenha fé de que o amor da sua vida está esperando por você. Não tenha pressa de encontrá-lo. Valerá a pena.Pessoas que hoje choram por terem perdido alguém sempre encontra-rão outras pessoas que, um dia, já choraram pelo mesmo motivo. Então chore, sofra e questione, mas tudo em suas devidas proporções. Só não se esqueça que cada lágrima derramada pode ser uma possibilidade perdida de encontrar alguém especial. Viver intensamente é sentir tudo isso. Então viva ao invés de apenas sobreviver. Bola pra frente e busque sua felicidade. Texto com colaboração de Paulo Luiz. �

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Gisele Bundchen, Carol Terntini, Flávia de Olivei-ra e Isabeli Fontana foram algumas das modelos mais famosas do mundo que participaram da Paris Fashion Week. E tem urso brasileiro incluso neste hall da fama.

A coleção Primavera/Verão 2010 do designer Walter Van Bei-rendonck deu oportunidade para ursos desfilarem na semana da moda parisiense. O brasileiro nascido no nordeste Sidney Lima foi um dos escolhidos, e nos contou que foi uma experi-ência super bacana e inesquecível.Van Beirendonck mostrou a moda para todos os tipos de ho-mens, aqueles que não gostam de roupas justas e que pre-ferem a praticidade, o que justifica o implemento de muitos bolsos nas peças da coleção ursina.

Muito obrigado Sidney (Sid Bear por mandar esta matéria in-crível), participe voc6e também, mande sugestões e pautas para a AmBear.

� Hamtaro

SID BEARDesfile em:www.youtube.com/watch?v=-Fnpu04cBD0

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SUA HISTÓRIACOM A NOSSAREVISTA.

EU SOU UM CHASERPor: Rogério Silva de Bombinhas-SC

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Olá pessoal da AmBear, primeiramente eu queria

parabenizar-los pela revista, acompanho vocês desde que eram somente a capa, pelo Fotolog. Sou gay assumido a 3 anos e meio, porém tenho minha condição de chaser a pouco mais de 1 ano. Nun-ca dei atenção a essa minha preferência, gostar de gordos parecia uma coisa fora do comum. Daí então conheci o “mundo Bear” atravéz do Orkut, e logo de cara, conhe-ci a AmBear e a URSOund (que me despertou um desejo enorme de conhece-la). Fiz pesquisas, procurei mais in-formações além do Fotolog, até descobrir que era apenas a capa, sem conteúdo. Mes-mo assim, achava interessan-te a idéia, eu, que havia me descoberto gay a pouco tem-po, agora estava me desco-brindo um Chaser! De lá pra cá muita coisa mudou, apren-di mais sobre esse “mundo”, descobri não ser o único a gostar de gordos, enfrentei mais esse preconceito, por incrível que pareça, no pró-prio meio gay! Começei a me valorizar mais, assumi esse meu gosto, por mais estra-nho que fosse, entrei de ca-beça no meio ursino, procurei

comunidades, conheçi pes-soas, e este ano, ganhei um presente: a Revista AmBear, com matérias, com conteúdo, mesmo que em PDF, achei um máximo. Eu, que estou crescendo, amadurescendo neste espaço, vejo a Revista que me colocou nele crescer também. Muitas das maté-rias me fizeram refletir, como a “O lado negativo dos Cha-sers”, quando fala que “...a barriga se torna o “objeto” mais cobiçado pelo magro.”, realmente me vi nesse perfil, muitas vezes não pensei no parceiro, e sim, no meu te-são pelo corpo dele. E assim é a vida, agente aprende en-quanto vive, e eu agredeço por vocês serem, de alguma forma, meus professores.Bom, o que tenho a dizer a vocês, é que vocês conti-nuem assim, dando o me-lhor de vocês para construir essa revista, que está melhor a cada edição, e que estou aqui na expectativa pela pró-xima, torcendo pelo suces-so de vocês, e esperando, como grande parte dos leito-res também esperam, por um dia ter a AmBear impressa, e pode ter certeza que serei as-sinante assíduo!Um grande abraço a todos. �

“gostar de gordos parecia uma coisa fora do comum”

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Depois de perder as exibições de “Apenas o Fim” (2008), do jovem diretor Matheus Souza, no Festival do Rio do último ano, tive esperar quase um ano para poder assisti-lo no circuito comercial. Após todo esse tempo, posso dizer que cada minuto da espera valeu a pena, tanto por poder co-nhecer um pouco melhor esse moreno lindo de barba escu-

ra, quanto pelo filme em si.Muito mais que uma produ-ção de universitários, ainda que ela tenha sido quase que completamente filmado por estudantes dentro do cam-pus da PUC RJ e com orça-mento de meros oito mil re-ais, “Apenas o Fim” revela-se um filme pulsante, verdadeiro e, acima de tudo, emocio-nante. O mais interessante,

no entanto, é que apesar de dialogar com todas as ida-des, é sem dúvida um longa feito por e para jovens, algo raro no cinema brasileiro.Recheado de referências pop, desde “Os Cavaleiros do Zo-díaco” até o Mc Donald’s, de Mario Bros. a Britney Spears, o filme é pura diversão e uma aula de sarcasmo e ironia. Mérito de Matheus, que tam-

� Rodrigo Parra

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bém assina um roteiro muito bem lapidado e esperto e que acaba por retratar de forma mui-to bem humorada as preocupações e delírios da juventude brasileira. Se o roteiro de “Apenas o Fim” é a fonte da qual emana toda a singe-leza e força do filme, é por meio de seu casal de protagonistas, Érika Mader (sim, sobrinha de Malu) e Gregório Duvivier (fofo!), que as pa-lavras no papel ganham vida e estofo. Como que saídos de uma sala de aula da universida-de, Érika e Gregório transpiram cumplicidade e veracidade, fazendo-nos acreditar que aqueles são realmente os momentos finais de um rela-cionamento entre um garoto nerd e uma garota amalucada. Intercalando presente (colorido) e passado (em preto e branco) do casal, somos gradativamente apresentados aos sentimen-tos que regem esse relacionamento terminal e minuto a minuto nos vemos a negar o que parece ser inevitável. Realmente, um primor de atuação de ambas as partes. Ao se anali-sar a estética empregada no filme, é impossível não fazer comparações óbvias a Wood Allen

e a Domingos de Oliveira, tanto pela ironia, quanto pela produção de qualidade, sem no entanto apelar para soluções cinematográfica mirabolantes. É inegável também a influência de “Antes do Amanhecer” (1995) e “Antes do Por do Sol” (2004), ambos do texano Richard Linklater, na estrutura narrativa do filme. Assim como o par de Linklater faz em Viena e depois em Paris, Matheus foca suas atenções no qua-se que eterno vagar de Érika e Gregório pelos diversos cantos do campus, fazendo desses meandros arborizados molduras para reminis-cências daquilo que um dia foi um amor eterno. Muitas são as qualidades de “Apenas o Fim”, mas acredito que a maior delas é saber suas limitações técnicas (e financeiras), o que obri-gou o diretor a extrair de seu texto e de seus atores o que há de melhor. Isso certamente fez com que Matheus entregarsse ao público um obra concisa, de excelente qualidade e de raro frescor nos dias de hoje. Se esse é apenas o fim, aguardo ansiosamente o reinício de Ma-theus Souza. Vale a pena conferir!

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