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COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR AUGUSTO CÉSAR PONTES COELHO IMPLEMENTAÇÃO PADRONIZADA DA DESCONTAMINAÇÃO DO UNIFORME 4º A DO CBMGO QUANDO EM CONTATO COM FLUIDOS CORPORAIS GOIÂNIA 2018

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COMANDO DA ACADEMIA E ENSINO BOMBEIRO MILITAR

AUGUSTO CÉSAR PONTES COELHO

IMPLEMENTAÇÃO PADRONIZADA DA DESCONTAMINAÇÃO DO UNIFORME 4º A DO CBMGO QUANDO EM CONTATO COM FLUIDOS CORPORAIS

GOIÂNIA 2018

AUGUSTO CÉSAR PONTES COELHO

IMPLEMENTAÇÃO PADRONIZADA DA DESCONTAMINAÇÃO DO UNIFORME 4º A DO CBMGO QUANDO EM CONTATO COM FLUIDOS CORPORAIS

Artigo Científico, apresentado ao Comando da Academia e Ensino Bombeiro Militar - CAEBM, como requisito parcial para a conclusão do Curso de Formação de Oficiais e obtenção do titulo de Aspirante a Oficial, sob a orientação do Sr. 2º Tenente QOA Marcos de Jesus Borges Peres.

GOIÂNIA

2018

AUGUSTO CÉSAR PONTES COELHO

IMPLEMENTAÇÃO PADRONIZADA DA DESCONTAMINAÇÃO DO UNIFORME 4º A DO CBMGO QUANDO EM CONTATO COM FLUIDOS CORPORAIS

Goiânia, 09 de janeiro de 2018.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Roberto Machado Borges – TC QOC

Oficial Presidente

________________________________________ José Rodolfo Vicente Ribeiro – 1º TEN QOC

Oficial Membro

_______________________________________ Sancler Ramos – 1º TEN QOC

Oficial Membro

Nota

IMPLEMENTAÇÃO PADRONIZADA DA DESCONTAMINAÇÃO DO UNIFORME 4º A DO CBMGO QUANDO EM CONTATO COM FLUIDOS CORPORAIS

Augusto César Pontes Coelho1 RESUMO O bombeiro militar exercendo suas atividades operacionais de assistência as vitimas traumatizadas, existe o risco biológico por estarem em contato com fluidos corporais que contém microrganismos patógenos. Desta forma, o presente trabalho busca a padronização da descontaminação do uniforme 4º A do CBMGO. Para tanto, foi realizada revisão de literatura, discorrendo sobre descontaminação, riscos biológicos, patologias transmitidas quando em contato com fluidos corporais e substâncias úteis para descontaminação. Além disso, a aplicação de questionário sobre o posicionamento dos militares sobre o tema. Os resultados obtidos demostraram que o contato com fluidos corporais por bombeiros militares nas ocorrências é elevado, necessitando da implementação padronizada de descontaminação do uniforme. Palavras-chave: Descontaminação. Riscos biológicos. Agentes biológicos. ABSTRACT The military firefighter performing his operational activities of assisting traumatized victims, there is the biological risk of being in contact with body fluids that contain pathogenic microorganisms. In this way, the present work seeks a standardization of the decontamination of the uniform 4º A of the CBMGO. For this, a literature review was carried out, discussing on decontamination, biological risks, transmitted diseases when in contact with body fluids and substances for decontamination. In addition, a questionnaire application on the position of the military on the subject. The results showed that the contact with body fluids by military firefighters in the occurrences is high, necessitating the standard implementation of decontamination of the uniform. Keywords: Decontamination. Biological risks. Biological agents. ______________________ 1

Graduado em Bacharelado em Biomedicina pela UNINOVAFAPI.

5

INTRODUÇÃO

O bombeiro militar no seu cotidiano executa atividades operacionais de:

combate a incêndio, busca, salvamento e resgate. Essas atividades são de agir

diretamente na assistência de vítimas de acidentes, em situação de perigo eminente

e em ambientes hospitalares, ou seja, inseridos em atividades que integram a área

de assistência à saúde. Com isso, bombeiros militares do estado de Goiás estão

sempre próximos de fluidos corporais (sangue, secreção, excreção, líquido cérebro-

espinhal, líquido pleural, líquido sinovial, fluido pericárdico, fluido peritoneal, fluido

amniótico e sêmen) principalmente quando atuam em atendimento pré-hospitalar e

resgate (ROSA, 2012).

Há riscos biológicos na atividade do corpo de bombeiros e com isso

susceptível a adquirir doenças que possam ser prevenidas através de: utilização de

Equipamento de Proteção Individual (EPI), vacinação, lavagem correta das mãos e

descontaminação do uniforme militar. Conforme citado por Maia (2012) esses riscos

inerentes à atividade do bombeiro podem ser causados por microrganismos

patógenos imperceptíveis a olho nu, como: vírus, bactérias, fungos, parasitas e

outros agentes.

Segundo Goiás (2016), o uniforme operacional do CBMGO (4º A) é útil na

proteção do socorrista, apesar de não ser considerado como EPI pelo fato de não

ser realizado a troca ou a sua higienização ao fim de cada ocorrência. Salienta-se

que o grau de utilização desse fardamento é satisfatório tanto para agentes físicos

como para agentes biológicos, advertindo o manual de resgate que seja em

pequena quantidade e fazendo o uso EPI, que são: capacete; óculos; máscara;

luvas de procedimento ou cirúrgica; joelheira e bota ou coturno.

O presente trabalho buscou sugerir a padronização na descontaminação de

uniforme 4º A utilizado pelos bombeiros em serviço operacional como medida

preventiva para inúmeras patologias que possam ser contraídas nessa atividade ou

ser transmitidas para as vítimas ou pessoas que usufruem do serviço do corpo de

bombeiros. Além de informar aos militares que através da prevenção os riscos que

podem ser evitados intrínsecos a profissão.

Dessa forma, esse trabalho produziu um material simples e de fácil

entendimento para que seja divulgado e executado em domicílio por militares e/ou

familiares evitando qualquer risco biológico.

6

Ressalta-se que esse trabalho está em concordância com o Planejamento

Estratégico 2012-2022, onde o segundo eixo estratégico estabelece ações que

envolvem tanto o público interno como o publico externo, ou seja, bombeiros

militares e cidadãos com atividades de saúde (GOIÁS, 2012).

Além do mais, os objetivos foram de sugerir medidas padronizadas de

descontaminação do uniforme 4º do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás

(CBMGO) através de um folder (ver apêndice B) produzido para ser divulgado em

todas as unidades da Corporação, a fim de instruí-los como realizar a higienização

do uniforme em ambiente doméstico.

2. CONCEITOS

Biossegurança é toda ação com a finalidade de prevenir, minimizar, eliminar e

os riscos intrínsecos de atividades relacionadas ao ensino, pesquisa e prestação de

serviços capazes de afetar a saúde humana, animal e ambiental (TEIXEIRA; VALLE,

2010).

Fluidos corporais são substâncias líquidas que auxiliam no funcionamento

adequado das funções metabólicas e fisiológicas do corpo humano (STRASINGER;

LORENZO, 2009).

3. DESCONTAMINAÇÃO

Descontaminação é um processo de tornar o material, instrumento ou

superfície seguro para uso, com objetivo de eliminar ou minimizar os microrganismos

presentes e diminuir os riscos (SOUZA; PEREIRA; RODRIGUES, 1998).

Fazem parte do processo de descontaminação: limpeza, desinfecção e

esterilização.

Limpeza é o procedimento que busca retirar a sujidade e o material orgânico

do item contaminado através de processos de fricção mecânica e imersão. É a

primeira etapa da descontaminação e sua importância é essencial para que se

realizem os processos de desinfecção e esterilização (MATO GROSSO DO SUL,

2014).

7

Desinfecção é a segunda etapa da descontaminação, onde através de

processos químicos ou térmicos, busca-se eliminar e inativar microrganismo, exceto

os esporulados (MATO GROSSO DO SUL, 2014).

A esterilização é a ultima etapa da descontaminação, onde utiliza-se de

processos físicos ou químicos para eliminar todos os microrganismos que possam

não ter sido inativados na etapa anterior (MATO GROSSO DO SUL, 2014).

4. RISCOS BIOLÓGICOS

Toda atividade onde o trabalhador expõe-se a agentes biológicos, direta ou

indiretamente, capazes de gerar acidentes ou doenças ocasionadas por agentes

patógenos é chamada de risco biológico (BRASIL, 2011).

Os agentes patógenos são microrganismos, tais como: bactérias, vírus,

parasitas, fungos, príons e outros agentes que podem causar doenças nos animais e

nos seres humanos (BRASIL, 2009).

De acordo com Baumgart (2012), todos os agentes patógenos acima citados

são considerados agentes biológicos.

Esses organismos estão presentes em materiais biológicos transmissores de

doenças, principalmente em fluidos corporais, como: sangue, secreção, excreção,

líquido cérebro-espinhal, líquido pleural, líquido sinovial, fluido pericárdico, fluido

peritoneal, fluido amniótico e sêmen (MAIA, 2002).

5. PRINCIPAIS PATOLOGIAS TRANSMITIDAS EM CONTATO COM FLUIDOS

CORPORAIS

Os microrganismos presentes nos materiais biológicos podem ocasionar

diversas patologias, as principais são: Hepatite C, HIV, HSV-1, Tuberculose e

Influenza.

5.1 Hepatite C

É uma doença hepática que causa degradação do fígado ocasionada pela

reprodução do vírus (VHC) nas células hepáticas. Dos fluidos corporais, o sangue é

o meio que mais transmite essa virose. Não existe vacina e nem qualquer tipo de

8

intervenção ao VHC após exposição. Aproximadamente, 3% da população mundial

estão contaminados com o vírus e muitos desconhecem o fato de albergá-lo

(FIGUEIREDO; PIAI, 2007).

5.2 HIV

É um retrovírus que debilita o sistema imunológico do indivíduo de forma

crônica e progressiva onde diminui quantitativamente as células, em especial os

linfócitos C4, de defesa gerando a Síndrome Imunodeficiência Adquirida (AIDS).

Surgimento de medicamentos anti-retrovirais tem prolongado a sobrevida, mas

ocasiona inúmeros efeitos colaterais, alto custo e inexistência de cura para a doença

(CANINI et al., 2004).

5.3 HSV-1

É uma doença infecciosa aguda humana, conhecida como Herpes, causada

pelo vírus DNA (Herpes Vírus Simples) que dissemina através de saliva infectada ou

lesões periorais. Considerada uma patologia de distribuição universal, pois 50% a

90% apresentam anticorpos circulantes contra o HSV-1. O Herpes vírus simples tipo

1 pode ocasionar lesões ou úlceras nos lábios, boca, olho e até no cérebro,

conhecida como menigoencefalite (AZAMBUJA et al., 2004).

5.4 Tuberculose

É uma doença infecciosa causada por bactéria de gênero Mycobacterium

afetando normalmente os pulmões, como também ossos, rins e meninges. Fluido

corporal transmissor é a saliva com a presença da bactéria. É uma patologia

tratável, porém de ampla dispersão geográfica e multirresistente. Estima-se que em

2010 cerca de aproximadamente 8,8 milhões de novos casos de tuberculose

ocorrem mundialmente (PEDRO; OLIVEIRA, 2013).

9

5.5 Influenza

É uma doença infecciosa do sistema respiratório, também conhecida como

gripe, causada por vírus RNA. O vírus da Influenza se subdivide em três tipos: A, B,

C e podem sofrer mutações. Transmitida por partículas de fluido corporal, saliva,

com a presença de vírus. Normalmente essa doença causa febre, dores no corpo,

dores na garganta, tosse e cansaço. Existem vacinas como medida preventiva e os

sintomas são tratáveis (BREHMER et al., 2011).

6. PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS ÚTEIS PARA DESCONTAMINAÇÃO

6.1 Água e sabão

Sabão é composto químico formado a partir da reação saponificação, ou seja,

de triglicerídeo com uma base forte na presença de calor gerando um sal. Esse sal

se solubiliza tanto em meios polares quanto apolares, devido essas características,

sabão juntamente com água tem grande capacidade remover a sujidade através da

fricção mecânica (CAOBIANCO, 2015).

6.2 Álcool 70%

É um composto orgânico hidratado, ou seja, solução aquosa de álcool etílico.

Tem grande utilidade por apresentar característica de desinfecção de ação rápida e

baixo custo. Possui grande efetividade na destruição de microrganismos (bactérias,

vírus envelopados, fungos), porém baixa efetividade para esporos e vírus não

envelopados (vírus que não possui membrana lipídica envolvendo-o). Normalmente

utiliza-se na concentração entre 60% a 70% por volume para ter grande efetividade

de desinfecção (RIBEIRO et al., 2015).

6.3 Hipoclorito de sódio

É um composto químico (NaClO), conhecido como água sanitária, com função

alvejante, higienização e desinfecção. Utiliza-se em forma de solução aquosa

(hipoclorito de sódio e água) em uma concentração de 2% a 2,5%. Observa-se que

10

hipoclorito em contato com material orgânico (sangue, fezes, fluidos e secreções) é

inativado rapidamente devido às enzimas presentes nos fluidos corporais (CAMPOS,

2016).

7. METODOLOGIA

O trabalho utilizou o método de pesquisa de revisão sistemática da literatura,

ou seja, buscando através da hipótese a solução em trabalhos publicados,

analisando e debatendo as contribuições científicas. Assim, trouxe meios para o

conhecimento sobre o que será pesquisado, como e sob qual abordagem foi tratado

o assunto na literatura (RIBEIRO et al., 2015).

As fontes dos artigos científicos utilizados foram encontradas no domínio

público Google Acadêmico, no Acervo da Biblioteca do Comando da Academia e

Ensino Bombeiro Militar do Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás e em manuais

de instituições coirmãs.

Realizou-se aplicação de um questionário (Apêndice A) com sete questões

simples e objetivas para averiguar como os militares se posicionam sobre o tema

estudado. Participaram desse questionário militares que já trabalharam ou trabalham

no serviço operacional do Corpo de Bombeiros Militares do Estado de Goiás

pertencentes aos batalhões da região metropolitana de Goiânia: Comando da

Academia e Ensino Bombeiro Militar (CAEBM); Batalhão de Salvamento e

Emergência (BSE); 1º, 2º e 8º Batalhão Bombeiros Militar.

Os resultados foram analisados e tabulados no programa Microsoft Excel e

em seguida descritos em textos e apresentados em forma de gráficos.

8. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados levantados através da aplicação de questionário (ver apêndice A)

para 185 militares do serviço operacional dos batalhões da região metropolitana

pesquisados observam-se os seguintes resultados:

O gráfico 1 representa as respostas obtidas com o questionamento acerca da

exposição dos militares a fluidos corporais em ocorrências. Pelos dados, percebe-se

que a maioria dos bombeiros que participaram da pesquisa foram expostos a fluidos

11

corporais. O resultado demonstra que segundo Rosa (2012), os riscos biológicos

estão presentes na atividade de bombeiro militar.

Gráfico 1 - Exposição a fluidos corporais em ocorrências Fonte: Do autor

Em relação aos dados contidos no gráfico 2, estes demostram quais os

fluidos que esses militares tiveram contato. Com base nos dados 163 bombeiros

militares tiveram contato com sangue, 39 com excreções, 76 com secreções e 11

com outros não especificados. Corroborando com esse resultado, Rosa (2012)

afirma que diversos fluidos corporais estão presentes em ocorrências,

principalmente na atividade de atendimento pré-hospitalar.

Gráfico 2 - Fluidos corporais em contato com militares Fonte: Do autor

90%

10%

Sim

Não

Sangue Excreções Secreções Outros

163

39

76

11

167 167 167 167

Fluidos Militares

12

Já o gráfico 3, trata sobre isolamento do uniforme contaminado por fluidos

corporais e da descontaminação do local. Tratando-se do isolamento do uniforme,

obteve o percentual de 75% para a resposta “Não” e apenas 25% responderam

“Sim”. Quando abordado sobre a descontaminação do local, obteve-se um

percentual de 69% para a resposta “Não” e apenas 31% responderam “Sim”. Isto

nos leva a observar que a importância do isolamento do material contaminado, pois

para Knackfuss, Barbosa e Mota (2010), através de barreiras mecânicas evita-se a

contaminação do ambiente. Além da descontaminação do local para minimizar os

riscos biológicos presentes na farda e no ambiente.

Gráfico 3 – Isolamento do uniforme contaminado por fluidos corporais e descontaminação do local

Fonte: Do autor

Os dados dispostos no gráfico 4 objetiva relacionar quais materiais utilizados

na descontaminação do uniforme como proteção. Nota-se que dos militares

entrevistados houve a prevalência por não usar nenhum dos seguintes materiais:

luva de procedimento, luva de látex reutilizável, máscara descartável, óculos e

avental.

Como discutido por Santos (2017), o uso de equipamento de proteção é

importantíssimo e obrigatório na atividade com a finalidade de proteger aos riscos

existentes e à saúde do trabalhador.

Isolamento do uniforme

Descontaminação do local

25%

31%

75%

69%

Sim Não

13

Gráfico 4 – Materiais utilizados na descontaminação do uniforme como proteção Fonte: Do autor

No gráfico 5, analisou se a descontaminação do uniforme é realizado junto

com outras roupas. O resultado apresentando foi 22% responderam “Sim” e 78%

responderam “Não”. Essa medida é essencial para evitar que ocorra contaminação

cruzada, ou seja, para Knackfuss, Barbosa e Mota (2010) é a transmissão de

microrganismos patógenos entre pessoas, objetos por meio de material

contaminado.

Gráfico 5 – Descontaminação do uniforme junto com outras roupas Fonte: Do autor

45 22 20 28

4

103

167 167 167 167 167 167

Materiais Militares

22%

78%

Sim

Não

14

Por outro lado o gráfico 6, relaciona as substâncias utilizadas pelos militares

em ambiente doméstico para descontaminação do uniforme e do local.

Gráfico 6 – Substâncias descontaminantes utilizadas pelos militares Fonte: Do autor

Analisando os dados acima dos 167 militares que tiveram contato com fluidos

corporais temos prevalência da utilização da água e sabão como substância

descontaminante quando comparado com álcool 70%, água sanitária e outras.

Para Busato et al. (2015), a capacidade da água sanitária utilizada a 0,08%

por um período de 15 minutos é efetiva na descontaminação. Outro detalhe

importante, afirma Graziano et al. (2013) é a ação germicida no período de até 50

segundos do álcool 70% e seu baixo custo quando comparado ao outras

substâncias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio desse trabalho, através da revisão de literatura e aplicação de

questionário, percebe-se a importância e a necessidade da realização da

descontaminação do uniforme 4º A do Corpo de Bombeiro Militar do Estado de

Goiás.

Pelo estudo observa-se que o contato com fluidos corporais por bombeiros

militares nas ocorrências é de 90%, necessitando da implementação padronizada da

Água esabão

Águasanitária

Álcool 70% Outros

167

63 46

6

167 167 167 167

Substância descontaminante Militares

15

descontaminação do uniforme a ser seguido pelos militares, ou seja, desde o

isolamento do uniforme até descontaminação do local.

Os fluidos corporais com inúmeros microrganismos patógenos podem causar

inúmeros danos à saúde do militar e dos familiares. No entanto, pode ser evitado

com diversas medidas paliativas que são: vacinação, utilização do uniforme 4º A

juntamente com EPI´s e a sua devida descontaminação quando em contato com

esses fluidos.

Com isso, criamos um material (ver apêndice B) de fácil entendimento,

ilustrado que será divulgado nos quarteis do CBMGO acessível tanto aos bombeiros

militares quanto para seus familiares, utilizando materiais acessíveis e de baixo

custo para realizar a descontaminação correta do uniforme em ambiente doméstico.

Corroborando com a prevenção de doenças e a redução de custo, tais como:

a não obrigatoriedade de implementar lavanderias no quarteis da instituição e a

diminuição de faltas ao serviço ocasionado por doenças causadas por

microrganismos patógenos.

Recomenda-se que a descontaminação seguindo o folder (ver apêndice B)

deve ser executada somente quando o uniforme entrar em contato com fluidos

corporais em ocorrências.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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16

BREHMER, Laura Cavalcanti de Farias et al. Revisão Integrativa da Literatura sobre a Influenza AH1N1. Texto Contexto Enferm, Porto Alegre, v. 1, n. 20, p.272-277, 2011. Disponível em: <http://www.index-f.com/textocontexto/2011pdf/20s-272.pdf>. Acesso em: 16 set. 2017. CAMPOS, Lucas Medrado. A biossegurança no suporte básico de vida do corpo de bombeiros militar do estado do Goiás. 2016. 26 f. TCC (Graduação) - Curso de Curso Formação de Oficiais, Comando da Academia e Ensino Bombeiro Militar, Goiânia, 2016. BUSATO, Claudia de Abreu et al. Utilização do hipoclorito de sódio na descontaminação de escovas dentais: estudo in vitro. Revista de Odontologia da Unesp, [s.l.], v. 44, n. 6, p.335-339, dez. 2015. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1807-2577.04214. CANINI, Silva Rita Marin da Silva et al. Qualidade de vida de indivíduos com HIV/AIDS: uma revisão da literatura. Rev Latino-am Enfermagem, [s.i.], v. 6, n. 12, p.940-945, dez. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v12n6/v12n6a14.pdf>. Acesso em: 16 set. 2017. CAOBIANCO, Gabriel. Produção de sabão a partir do óleo vegetal utilizado em frituras, óleo de babaçu e sebo bovino e análise qualitativa dos produtos obtidos. 2015. 57 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Industrial Química, Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2015. Disponível em: <https://sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2015/MIQ15012.pdf>. Acesso em: 01 out. 2017. FIGUEIREDO, Rosely Moralez de; PIAI, Thaís Helena. Hepatite C e Enfermagem: revisão da literatura. Rev. Min. Enf., [s. L.], v. 1, n. 11, p.86-89, mar. 2007. Disponível em: <http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/319>. Acesso em: 16 set. 2017. GOIÁS. Corpo de Bombeiro Militar. Manual operacional de bombeiros: resgate pré-hospitalar. 2016. Disponível em: <http://www.bombeiros.go.gov.br/wp-content/uploads/2015/12/MANUAL-DE-RESGATE-PRÉ-HOSPITALAR.pdf>. Acesso em: 13 out. 2017. ______.______. Planejamento Estratégico: 2012 - 2022. 2012. Disponível em: <http://www.bombeiros.go.gov.br/wpcontent/uploads/2012/09/PlanejamentoEstrategico.pdf>. Acesso em: 20 out. 2017. GRAZIANO, Maurício Uchikawa et al. Eficácia da desinfecção com álcool 70% (p/v) de superfícies contaminadas sem limpeza prévia. Revista Latino-americana de Enfermagem, São Paulo, v. 21, n. 2, p.1-6, mar. 2013. KNACKFUSS, Paula Laviaguerre; BARBOSA, Thays Consul; MOTA, Eduardo Gonçalves. Biossegurança na odontologia: uma revisão da literatura. Revista da Graduação: publicações de TCC, [s. L.], v. 3, n. 1, p.1-13, nov. 2010.

17

MAIA, Arlete Delfina Marques. Riscos ocupacionais em trabalhadores de banco de sangue. 2002. 61 f. Monografia (Especialização) - Curso de Especialização em Medicina do Trabalho, Sociedade Universitária Estácio de Sá, Campo Grande, 2002. Disponível em: <http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/cd49/13-2.pdf>. Acesso em: 06 ago. 2017. MATO GROSSO DO SUL. Secretaria de Justiça e Segurança Pública. Limpeza, desinfecção e gerenciamento de resíduos de serviço de saúde. Campo Grande, 2014. Disponível em: <http://www.bombeiros.ms.gov.br/wp-content/uploads/sites/37/2015/05/9-MANUAL-DE-DESINFECÇÃO.pdf>. Acesso em: 16 set. 2017. PEDRO, Alexandre San; OLIVEIRA, Rosely Magalhães de. Tuberculose e indicadores socioeconômicos: revisão sistemática da literatura. Rev Panam Salud Publica, [s. L.], v. 4, n. 33, p.294-301, ago. 2013. Disponível em: <http://iris.paho.org/xmlui/bitstream/handle/123456789/9185/a09v33n4.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 16 set. 2017. RIBEIRO, Maíra Marques et al. Eficácia e efetividade do álcool na desinfecção de materiais semicríticos: revisão sistemática. Rev Latino-am Enfermagem, [s.l.], v. 4, n. 23, p.741-752, jul. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v23n4/pt_0104-1169-rlae-23-04-00741.pdf>. Acesso em: 01 out. 2017. ROSA, Felipe. A importância da imunização para os bombeiros militares do estado de Santa Catarina. 2012. 17 f. TCC (Graduação) - Curso de Curso Formação Soldado, Biblioteca Cebm/sc, Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Florianópolis, 2012. Disponível em: <https://biblioteca.cbm.sc.gov.br/biblioteca/index.php/component/docman/doc_download/228-felipe-rosa>. Acesso em: 06 ago. 2017. SANTOS, Josiane Oliveira dos. Análise dos efeitos do fluxo de calor aos militares do Corpo de Bombeiros Militar do estado de Goiás: Uma Abordagem ao Efetivo Operacional: 1º BBM, 2º BBM, 3º BBM, 8º BBM, BSE, CAEBM e 1ª CIBM de Trindade. 2017. 28 f. TCC (Graduação) - Curso de Curso de Formação de Oficiais, Comando da Academia e Ensino Bombeiro Militar, Goiânia, 2017. SOUZA, Adenícia Custódia Silva e; PEREIRA, Milca Severino; RODRIGUES, Márcia Alves Vasconcelos. Descontaminação prévia de materiais médico-cirúrgicos: estudo da eficácia de desinfectantes químicos e água e sabão. Rev Latino-am Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 3, n. 6, p.95-105, jul. 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v6n3/13896.pdf>. Acesso em: 06 ago. 2017. STRASINGER, Susan K.; LORENZO, Marjorie S. di. Urinálise e Fluídos Corporais. 5. ed. [s. L.]: Lmp, 2009. 220 p. TEIXEIRA, Pedro; VALLE, Silvio. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. 2. ed. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2010. 442 p.

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APÊNDICE A: Questionário aplicado para as guarnições

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E ADM. PENITENCIÁRIA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

QUESTIONÁRIO

Esse questionário busca recolher dados para serem utilizados no Trabalho de

Conclusão de Curso do Cadete CFO III Augusto César Pontes Coelho, que tem

como principal foco verificar sobre a correta descontaminação de uniforme exposto a

fluidos corporais no serviço operacional do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de

Goiás.

1 – Durante as ocorrências você já sofreu alguma exposição com fluidos corporais?

(Se responder “Sim” prosseguir com questionário).

( ) Sim ( ) Não

2 - Quais fluidos corporais você foi exposto? (Pode marcar mais de uma alternativa).

( ) Sangue ( ) Secreções

( ) Excreções ( ) Outros: _________________________.

3 – Quando seu uniforme entra em contato com uma das substâncias citadas na

questão anterior, você realiza algum tipo de isolamento para transporte até sua

descontaminação?

( ) Sim ( ) Não

4 – Você utiliza algum desses materiais durante a descontaminação do uniforme do

Corpo de Bombeiros em ambiente doméstico? (Pode marcar mais de uma

alternativa).

( ) Luvas de Procedimento ( ) Luvas de Látex Reutilizável

( ) Máscara Descartável ( ) Avental

( ) Óculos ( ) Nenhuma das alternativas

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5 – Você realiza a descontaminação do uniforme do Corpo de Bombeiros junto com

outras roupas?

( ) Sim ( ) Não

6 – Quais substâncias você utiliza para descontaminação do uniforme quando em

contato com fluidos corporais (sangue, secreções, respingos de saliva e outros)?

(Pode marcar mais de uma alternativa).

( ) Água e Sabão ( ) Hipoclorito de Sódio (Água Sanitária)

( ) Antes de lavar utiliza Álcool 70% ( ) Outros: ______________________.

7 – Após a descontaminação do uniforme, você realiza a descontaminação do local

(máquina de lavar, tanque de lavagem, recipientes plásticos)?

( ) Sim ( ) Não

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APÊNDICE B: Folder sobre descontaminação do uniforme 4º A do Corpo de

Bombeiros Militar do Estado de Goiás

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