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ESTUDO DE CASO Implantação da Rede de Bibliotecas Digitais no âmbito do Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA Implementation of Network Digital Libraries under the Brazilian Department of Airspace Control – DECEA. Implementación de Bibliotecas Digitales de la Red en el Departamento de Control del Espacio Aéreo Brasileño – DECEA. Autoria: Priscyla Patrício de França 1 [email protected] 1 1 1° TEN QCOA Biblioteconomia, é adjunta da Seção de Instrução e Atualização Técnica do CINDACTA I, possui o MBA de administração estratégica de sistemas de informação na Fundação Getúlio Vargas, DF.

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ESTUDO DE CASO

Implantação da Rede de Bibliotecas Digitais no âmbito do Departamento de

Controle do Espaço Aéreo – DECEA

Implementation of Network Digital Libraries under the Brazilian Department of

Airspace Control – DECEA.

Implementación de Bibliotecas Digitales de la Red en el Departamento de Control

del Espacio Aéreo Brasileño – DECEA.

Autoria:

Priscyla Patrício de França1

[email protected]

1

1 1° TEN QCOA Biblioteconomia, é adjunta da Seção de Instrução e Atualização Técnica do CINDACTA I, possui oMBA de administração estratégica de sistemas de informação na Fundação Getúlio Vargas, DF.

ESTUDO DE CASO

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo identificar a viabilidade do produto Rede de Bibliotecas Digitais

para o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro – SISCEAB em cinco aspectos específicos

abordados metodologicamente: 1) infraestrutura física de tecnologia da informação; 2)

infraestrutura lógica da arquitetura de metadados e da recuperação de informação; 3) aspecto

negocial decisório de inclusão e aquisição de conteúdo; 4) aspecto de serviços e suporte e 5)

marketing informacional e gestão de mudança. O estudo antecedeu o Termo de Abertura do

Projeto de implantação da Rede de Bibliotecas Digitais do SISCEAB – Rede REUNI, pois envolvia

uma análise prévia de riscos, variáveis quantitativas e qualitativas envolvidas no escopo da

implantação. As amostras e simulações permeiam a área de estudo da inteligência estratégica de

negócios que antecedem o processo decisório, o que recomendou a implementação, como

oportunidade de agregar valor no desempenho da atividade-fim do DECEA por meio de uma ação

concreta de gerenciamento direto do conhecimento, sendo o marco do aceite da estratégia

proposta por esta técnica aqui descrita, concretizada pela Portaria n° DECEA N° 189-T/D-DOC, de

13 de Junho de 2013.

Palavras-Chave: Bibliotecas Digitais, Gestão da Informação, Inteligência Estratégica de Negócios

ABSTRACT

This research aimed to identify the product's viability Network Digital Libraries for the Control

System of the Brazilian Airspace - SISCEAB in five specific aspects methodologically addressed:

1) physical infrastructure, information technology, 2) logical infrastructure architecture and

metadata information retrieval, 3) making business aspect of inclusion and content acquisition, 4)

respect and support services, and 5) marketing informational and change management. The study

preceded the Opening Statement of the Deployment Project Network Digital Libraries SISCEAB -

Rede REUNI, because it involved a prior analysis of risks, quantitative and qualitative variables

involved in the scope of deployment. Samples and simulation permeate the study area of strategic

business intelligence prior to the decision-making process, which recommended the

implementation as an opportunity to add value in the performance of end-activity DECEA through

concrete action direct-management knowledge being the accepted framework of the strategy

proposed by this technique here described, implemented under Ordinance No. DECEA 189-T/D-

DOC of June 13, 2013.

Key-Works: Digital Libraries, Information Management, Strategic Business Intelligence

2

ESTUDO DE CASO

RESUMEN

Esta investigación tuvo como objetivo identificar la viabilidad de la red de Bibliotecas Digitales del

producto para el Sistema de Control del Espacio Aéreo Brasileño - SISCEAB en cinco aspectos

específicos abordados metodológicamente: 1) infraestructura física, tecnología de la información,

2) Arquitectura infraestructura lógica y metadatos recuperación de la información, y 3) hacer

aspecto comercial de la inclusión y la adquisición de contenidos, 4) el respeto y apoyo, y 5) la

comercialización de información y gestión del cambio. El estudio anterior a la declaración inicial de

los proyectos de implementación de Red de Bibliotecas Digitales SISCEAB – Rede REUNI,

porque se trataba de un análisis previo de los riesgos, las variables cuantitativas y cualitativas que

intervienen en el ámbito de la implementación. Las muestras y simulación impregnan el área de

estudio de la inteligencia de negocio estratégica previa al proceso de toma de decisiones, que

recomendó la aplicación como una oportunidad para agregar valor en la realización de fines de la

actividad DECEA través de acciones concretas en el conocimiento de gestión directa siendo el

marco aceptado de la estrategia propuesta por esta técnica aquí descrita, implementado bajo la

Ordenanza N º DECEA 189-T/D-DOC de 13 de junio de 2013.

Palabras-Clave: Bibliotecas Digitales, Gestión de Información, Inteligencia Estratégica de

Negocios

ESTUDO DE CASO

4

INTRODUÇÃO

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA é uma Organização Militar

do Estado brasileiro, subordinada ao Ministério da Defesa e ao Comando da Aeronáutica -

COMAER, responsável pelo controle estratégico do espaço aéreo brasileiro (DECEA,

2012). Todos os serviços prestados demandam um alto grau de planejamento, pesquisa,

desempenho tecnológico e profissional relacionados à atividade de controle do espaço

aéreo.

Desde a criação da Aeronáutica, em 1941, e a primeira reunião do conselho da

Organização Internacional de Aviação Civil – OACI2, três anos mais tarde, o COMAER

vem empregando esforços na profissionalização de suas atividades de gerenciamento do

tráfego aéreo em conformidade com os acordos e tratados firmados por esta Organização

Internacional.

O DECEA possui macroprocessos ligados ao gerenciamento do tráfego aéreo,

meteorologia, cartografia, instrumentos de auxílio à navegação, telecomunicações,

inspeção de voo e resgate, conforme firmado entre países signatários na Convenção

Internacional de Chicago em 1944, veiculado pelo DOC 7300, art. 28:

Cada Estado contratante se compromete a:

a) Prover em seu território aeroportos, serviços de radiotelecomunicações,meteorologia e outras instalações e serviços necessários à navegação emconformidade com as normas e procedimentos estabelecidos por esta Convenção;

b) Adotar e aplicar sistemas normalizados apropriados sobre procedimentosde comunicações, balizamento, sinais, iluminação e demais métodos e regras deoperação que se recomendem, ou seja, estabelecidas por esta Convenção;

c) Adotar medidas internacionais para assegurar publicações aeronáuticasde instrumentos de auxílio à navegação e cartas em conformidade com asrecomendações estabelecidas por esta Convenção (ICAO, 2012, p. 13, traduzido).

4

2 Agência especializada da Organização das Nações Unidas – ONU, a OACI foi criada em 1944 com aincumbência de promover a segurança e a ordem no desenvolvimento das atividades de aviação civil noâmbito mundial. Seus procedimentos e regulamentações veiculadas através de publicações sãoconstantemente emendadas e revisadas visando contemplar os diversos segmentos, óbices eparticularidades padronizando a regulação e a recepção de seus dispositivos pelos países signatários.

ESTUDO DE CASO

Em 1983, o crescimento do fluxo aéreo foi diagnosticado pela OACI que declara

oportunamente a incapacidade dos componentes tecnológicos suportarem a demanda

identificada para o futuro breve. Assim, no ano de 1991, surgiu o conceito CNS/ATM3,

modelo oficializado pela 10ª Conferência de Navegação Aérea. O conceito considera a

integração de processos, tecnologia e pessoas na aplicação em grande escala da

tecnologia satelital, comunicação digital e gestão estratégica das operações (DECEA,

2011, p. 7-8).

A entrada em operação do CGNA, em 2006, tornou realidade o contingenciamento

do fluxo no espaço aéreo brasileiro, modernizando o controle de tráfego aéreo nacional,

facilitando o trabalho de pilotos e controladores de voo, proporcionando maior economia

de combustível e diminuindo o impacto no meio ambiente, sem perder de vista a

segurança das operações aéreas. Hoje, como integrante do Sistema de Aviação Civil, o

órgão é o responsável pela análise das intenções de voos das aeronaves, no que diz

respeito ao comprometimento da infraestrutura aeronáutica e aeroportuária - em

coordenação com a INFRAERO e ANAC - , tendo em vista a harmonização do fluxo do

tráfego. (DECEA, 2012).

Outro fator preponderante para que essa transição tecnológica ocorra com sucesso

é o emprego de esforços na capacitação, treinamento e desenvolvimento de aptidões e

competências pelos controladores, meteorologistas, especialistas em informações

aeronáuticas e demais envolvidos nas atividades operacionais. Da teoria dos Fatores

Humanos, o desenvolvimento de atitudes de alerta situacional visa evitar que “seres

humanos que operam sistemas complexos ocorram em erro devido a situações de

estresse, excessiva confiança no sistema, monotonia e/ou sobrecarga de trabalho”.

(HELMREICH, 1998).

Segundo a FAA (2002) esse conceito de fatores humanos cerceia uma série de

medidas que visam uma ótima operação do controle de tráfego aéreo pautado no esforço

multidisciplinar da área de ensino e pesquisa visando compilar informações sobre a

potencialidade e a limitação humana impactados pelo uso de equipamentos, no

5

3 Sistema de Comunicação, Navegação, Vigilância e Gerenciamento de Tráfego Aéreo.

ESTUDO DE CASO

levantamento de procedimentos, no mapeamento de processos, na implementação

de sistemas, na divisão de tarefas, nos estudos de ergonomia e adaptação.

Portanto, no ano de 2004, o Instituto de Controle de Espaço Aéreo – ICEA teve

uma nova reformulação estratégica pedagógica, visando atender às demandas de

implantação do CNS/ATM de acordo com a metodologia TRAINAIR adotada pela OACI. O

Instituto demanda por um controle dos objetos didáticos, projetos e estudos realizados,

tanto no âmbito local, quanto nos polos de ensino espalhados nos Centros Integrados de

Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo.

É na Academia da Força Aérea – AFA, no Instituto Tecnológico da Aeronáutica –

ITA, na Universidade da Força Aérea – UNIFA, no Centro de Instrução e Adaptação da

Aeronáutica – CIAAR, Escola de Especialista – EEAr, no próprio ICEA e seus polos de

ensino, as SIAT's, no momento de sua formação, capacitação, atualização ou

aperfeiçoamento, que o fator humano do SISCEAB, irá consolidar conhecimentos através

de técnicas de elicitação e utilizá-los nas organizações conforme Nonaka & Takeushi

(2008) defendem, sendo o consumidor do produto Rede de Bibliotecas Digitais do

SISCEAB.

Como força interna, as instituições do SISCEAB, subordinadas ao DECEA,

possuem um alto potencial informacional que poderá ser organizado e disponibilizado o

acesso mediante um portal de informações a ser utilizado internamente para a melhoria

dos processos gerenciais, para a pesquisa aplicada de programas de pós-graduação

continuada no SISCEAB e, por fim, para acesso ao cidadão que deseje explorar e

conhecer o universo das informações sobre o tráfego aéreo brasileiro.

Na matriz a seguir, é apontado como oportunidade a consolidação de um portal de

pesquisa à fontes de informações voltado para os pesquisadores da área de Controle do

Espaço Aéreo, pois a dificuldade dos mesmos em identificar fontes de informação

especializadas, modelos científicos consolidados e outros dados e informações integrados

em uma interface amigável de pesquisa que apresente resultados consistentes e

confiáveis.

6

ESTUDO DE CASO

Figura 1: Matriz SWOT da Rede REUNI de Bibliotecas Digitais do SISCEAB.

Fonte: FRANÇA, 2013.

Diante do cenário propício à implementação de um sistema de informação para

controlar o conteúdo corporativo, o GT de implantação escolheu uma metodologia

acadêmica de planejamento estratégico de tecnologia da informação – PETI, para a

análise de viabilidade técnica da rede REUNI e andamento do projeto.

Como metodologia escolhida para o PETI foi apontado o autor Rezende (2002),

com algumas adaptações desta para aplicação da estratégia para o ambiente corporativo

e do alinhamento estratégico com o nível de maturidade organizacional. Para o

andamento do projeto, foi abordado o PMBOK e a metodologia MIKE 2.0 para

implantação de projetos de ECM corporativos.

7

ESTUDO DE CASO

2. OBJETIVO

Adaptar o modelo de gestão de projetos - MIKE 2.04 e uma metodologia PETI para

a implantação da Rede REUNI e identificar uma estratégia futura que contemple o amplo

acesso ao conhecimento científico e tecnológico, fomentando a capacitação, pesquisa e

desenvolvimento nos conhecimentos específicos do SISCEAB.

3. METODOLOGIA

3.1. Metodologia PETI para implantação da Rede REUNI

Figura 2: Metodologia PETI para a implantação da REDE REUNI.

Fonte: Vázquéz-Fernandez, G. A. et. al., 2013.

Através da matriz SWOT apresentada anteriormente, é lição do Prof. Ribeiro (2013) alinhar

as estratégias de acordo com o seguinte quadrante:

AMBIENTE INTERNO AMBIENTE EXTERNO

Eliminar (Fraqueza) Monitorar (Ameaças)

Melhorar (Força) Capitalizar (Oportunidades)

Fonte: Ribeiro (2013).

8

4 http://mike2.openmethodology.org

ESTUDO DE CASO

Esse alinhamento ocorrerá antes da elaboração do PETI. Na etapa de planejar o projeto,

houve a aplicação das etapas do PMBOK e da metodologia do MIKE 2.0. A identificação do

cenário atual e futuro de TI foram conduzidas por uma pesquisa realizada pela REDE BIA (Rede

de Bibliotecas do Comando da Aeronáutica), pelo diagnóstico da Rede REUNI, diagnóstico da

REBIMD (Rede de Bibliotecas das Forças Armadas) e outros benchmarks realizados.

O Core de soluções da arquitetura SAFE é extenso e serve pra mapear todas as fases do

MIKE 2.0, não necessariamente deverão ser utilizados todas as subetapas, somente as que

agregam informações e valor aos produtos informacionais a serem entregues.

Figura 3 – As cinco etapas apresentadas pelo MIKE 2.0.

Fonte: http://mike2.openmethodology.org/wiki/What_is_MIKE2.0

Sobre o plano de transformação de TI, trazendo TARAPANOF (1995), considerar

que no SISCEAB as soluções de tecnologia deverão ser homologadas com um modelo de

aceitação consensual, fazendo referencia a osborn-parnes5 para solução de problemas

citado pela autora.

5 Modelo de Osborn-Parnes citado em THORN (1987) pág. 99.

ESTUDO DE CASO

3.2 Infraestrutura física de Tecnologia da Informação

Foi examinada a infraestrutura disponível e levantados os requisitos funcionais e

não-funcionais necessários para a implantação da rede. A operacionalização desta etapa

da metodologia foi decomposta da seguinte forma:

a) Solicitação formal de parecer técnico de órgão de competência do COMAER

reportando as necessidades para a implantação da Rede REUNI através de

Arquitetura de acesso Cliente/Servidor do Software SophiA entre as OM que

detinham;

b) Envio de questionário para coleta de situação das unidades de informação do

COMAER para identificar quais os sistemas gerenciadores tinham sido adotados e

se os mesmos possuíam o protocolo Z 39.50 e o formato MARC21;

c) Levantamento dos requisitos não-funcionais através do levantamento teórico deste

trabalho e dos requisitos funcionais por meio de estudo realizado pelo Grupo de

Trabalho de implantação da Integração de Bibliotecas da Aeronáutica – Rede BIA.

3.3. Infraestrutura lógica de Tecnologia da Informação

Os acordos de níveis de serviço foram analisados com o objetivo de levantar os

requisitos necessários para a implantação da rede no COMAER, estabelecendo os papéis

de cada OM participante, bem como mapear as diversas responsabilidades e critérios

para atender à Política de Segurança da Informação da Força Aérea.

3.4. Gestão de conteúdo

Mapear parcerias para fins de conteúdo da rede;

Criar os padrões de metadados para cada tipo de conteúdo mapeado;

Empregar os critérios de verificação e aceitação da qualidade dos conteúdos da

rede.

3.5 Planejamento de sistema de informação

Indicar uma política de serviços e de avaliação de desempenho.

ESTUDO DE CASO

3.6 Riscos

Analisar os riscos envolvidos para a Arquitetura de Segurança da Informação

proposta pelo COMAER.

4 PROCEDIMENTO ANALÍTICO

Foram utilizadas as seguintes ferramentas de análise para cada objetivo

operacionalizado:

Examinar a infraestrutura disponível para a implantação da rede e levantar os

requisitos necessários para a implantação da rede: utilização de análise crítica do

relatório remetido pela SDTE e de demais informações coletadas, especificação

dos requisitos funcionais e dos não-funcionais e, por fim, decomposição destas em

tabela conforme metodologia do MIKE 2.0.

Mapear parcerias para fins de integração de conteúdo da rede e empregar os

critérios de verificação e aceitação da qualidade dos conteúdos da rede: foi

utilizada a metodologia de análise do MIKE 2.0 para avaliação do grau de

maturidade informacional através de questões que dimensionavam todos os

aspectos deste modelo de maturidade.

Estabelecer um critério para criação de modelos de metadados e análise

taxonômica: através de revisão da literatura especializada, foram identificados os

elementos de descrição e de análise da informação para composição de taxonomia

da rede.

Indicar uma política de serviços e de avaliação de desempenho e analisar o

impacto atual e a expectativa dos usuários potenciais da rede;: através da

aplicação de um questionário para uma comunidade de 150 usuários potenciais e

de um diagnóstico das unidades de informação que coletou informações junto aos

profissionais da informação e outros responsáveis por estas.

Analisar os riscos envolvidos para a Arquitetura de Segurança da Informação

proposta pelo COMAER: através da análise de tabela com itens decompostos

conforme literatura especializada e demais documentos do COMAER de

Segurança da Informação.

ESTUDO DE CASO

5 OPERACIONALIZAÇÃO DE VARIÁVEIS

1) Para o alcance dos objetivos “examinar a infraestrutura disponível para a

implantação da rede e levantar os requisitos necessários para a implantação da

rede” no intuito de viabilizar a análise da infraestrutura e tecnologia da informação

e entregar como produto os requisitos funcionais estratégicos que se aplicam a

infraestrutura de desenvolvimento das capacidades avançadas foram

operacionalizadas as seguintes variáveis:

Maturidade de infraestrutura;

Princípios orientadores da tecnologia;

Arquitetura conceitual para o estado futuro.

Quadro 1 – Análise de requisitos estratégicos da rede REUNI.

Fatores Requisitos deNegócio

CapacidadeTecnológica

Avaliação doRequisito

Interface de busca Funcional Suficiente Alto impacto

Interoperabilidade Funcional Insuficiente Médio impacto

Integração dos recursos digitais

Funcional Suficiente Alto impacto

Infraestrutura de acesso que viabiliza a integração num cenário de alta dispersão territorial

Não-funcional Insuficiente Alto impacto

Segurança e acesso às informações na Internet

Não-funcional Suficiente Alto impacto

Política de instalação de gerenciadores locais e acessoao servidor que viabilizam a segurança dos sistemas sem comprometer o projeto de acesso

Não-funcional Insuficiente Médio impacto

Definição de itens que poderiam ser enviados ao servidor e seu acesso pelo sistema

Não-funcional Insuficiente Baixo impacto

Formas de compartilhamento dos registros e importação de dados

Não-funcional Suficiente Alto impacto

Integração de recursos e níveis de serviço através de contratos de TI

Não-funcional Suficiente Médio impacto

ESTUDO DE CASO

2) Para o alcance do objetivo “mapear parcerias para fins de integração de conteúdo

da rede” no intuito de viabilizar a integração de conteúdos e entregar como produto

o modelo de maturidade de informações foram realizados diagnósticos nas

organizações participantes da rede no intuito de identificar o seguinte modelo de

maturidade:

Quadro 2 – Análise do nível de maturidade de Enterprise Information Management.

Definição do Nível Organizações Variáveis analisadas

Nível 1: não possui práticas de informações comuns, existem informações descentralizadas em feudos que possuem o gerenciamento baseado em iniciativas individuais.

--- Possuem sistema de gerenciamento de documentos e informações? NÃO.

Padronizam procedimentos, políticas e padrões para todo o SISCEAB? NÃO.

Quem gerencia e patrocina o projeto de EIM? NÃO OBSERVADO.

O órgão é auditor de informações e dados do SISCEAB? NÃO OBSERVADO.

A informação é passível financeiro? NÃO OBSERVADO.

Nível 2: possui práticas de gerenciamento informacional que envolvem alguns setores, reagindo prontamente aos problemas de gerenciamento de dados e informações.

CINDACTA I, II, III e IV

SRPV-SP

ICA

ICEA

Possuem sistema de gerenciamento de documentos e informações? SIM.

Padronizam procedimentos, políticas e padrões para todo o SISCEAB? NÃO.

Quem gerencia e patrocina o projeto de EIM? As Seções de Documentação observa-se um nível estratégico baixo.

O órgão é auditor de informações e dados do SISCEAB? NÃO.

A informação é passível financeiro? NÃO.

Nível 3: possui um significativo grau de maturidade na gestão informacional, a organização apresenta Core maduro deprocedimentos, políticas e padrões que são utilizados em todos os projetos. Nesse nível a TI gerencia e patrocina o projeto de Enterprise Information Management.

1° GCC

JJAER

PAME-RJ

Possuem sistema de gerenciamento de documentos e informações? SIM.

Padronizam procedimentos, políticas e padrões para todo o SISCEAB? SIM.

Quem gerencia e patrocina o

ESTUDO DE CASO

projeto de EIM? As Subdivisões Técnicas e de TI

O órgão é auditor de informações e dados do SISCEAB? NÃO.

A informação é passívelfinanceiro? NÃO.

Nível 4: o gerenciamentos da informação como ativo organizacional, os processos envolvem fortemente a gestão informacional e utiliza auditorias para garantir o cumprimento da qualidade informacional em seus projetos.

DECEA

GEIV

CGNA

Possuem sistema de gerenciamento de documentos e informações? SIM.

Padronizam procedimentos, políticas e padrões para todo o SISCEAB? SIM.

Quem gerencia e patrocina o projeto de EIM? É um macroprocesso gerenciado interdisciplinarmente de alto nível estratégico.

O órgão é auditor de informações e dados do SISCEAB? SIM.

A informação é passívelfinanceiro? NÃO.

Nível 5: a informação nesse nível de maturidade é passivo financeiro e material, essas práticas são utilizadas em todos os projetos da organização. Ofoco na melhoria contínua que distingueesse nível, as iniciativas de Enterprise Content Management servem para basear instrumentos de análise de padrões de melhoria contínua.

CISCEA Possuem sistema de gerenciamento de documentos e informações? SIM.

Padronizam procedimentos, políticas e padrões para todo o SISCEAB? SIM.

Quem gerencia e patrocina o projeto de EIM? É um macroprocesso gerenciado interdisciplinarmente de alto nível estratégico.

O órgão é auditor de informações e dados do SISCEAB? SIM.

A informação é passívelfinanceiro? SIM, por meio daaplicação em projetos deimplantação de novas tecnologias.

Ainda nesse objetivo foram criados os padrões de metadados para cada tipo de

conteúdo mapeado, baseados no modelo conceitual e revisão de literatura no item 3.2 e

foram identificados os critérios a serem identificados de verificação e aceitação da

qualidade dos conteúdos da rede explanados no item 3.3 desta pesquisa através da

análise de outros cases de compartilhamento de conteúdos.

3) Para o alcance do objetivo “indicar uma política de serviço e de avaliação de

desempenho e analisar o impacto atual e a expectativa dos usuários potenciais da

ESTUDO DE CASO

rede” no intuito de viabilizar o planejamento da rede REUNI foram aplicados

questionários nas organizações participantes da rede no intuito de realizar estudo

de usuários potenciais da rede, com questões conforme:

a) Questões abertas e fechadas encaminhadas aos responsáveis por unidades de

informação:

Existência necessidade de implantação tecnológica para controle de acervo;

Quantidade de informações mapeadas;

Tipo de informações mapeadas.

6 REFERENCIAL TEÓRICO

AS REDES DE INFORMAÇÃO

A informação é elemento importante na tomada de decisões pertinentes, de

qualidade e no momento adequado, ou seja, pode ser utilizada para reduzir a incerteza.

Este é um dos argumentos mais conhecidos. Na nova sociedade industrial, como afirma

Castells6, o modo de produção é caracterizado pela interconectividade dos sistemas

produtivos, as redes, e o principal insumo de produção não são, somente, o capital e a

mão de obra, neste modelo há um elemento fundamental de sustentação, a informação.

As organizações irão se diferenciar, num contexto competitivo, principalmente pela

forma como usam as informações em seus processos produtivos. Eis aí uma razão para a

adoção de uma administração estratégica que possa gerenciar esse fluxo de informações.

No setor público, a busca pela consistência e efetividade das decisões em conformidade

com a lei irá respaldar ainda mais a necessidade do gerenciamento de informações.

Os gestores de informação, inseridos nesse contexto, devem considerar o que

Levy (1999) menciona: “estamos numa sociedade em que os jovens questionam

profundamente as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas

educacionais e produtivos tradicionais”, transpondo mutações para os papéis

6 Manuel Castells é um sociólogo espanhol que nos meados da década de 1990 juntou seus estudos emum sólido trabalho conhecido como a Era da Informação. Um de seus exemplos clássicos é o das redesde informação e comunicação formadas por pesquisadores da área de engenharia genética para aconclusão do projeto Genoma. Observa o autor na sua trilogia que, a cada década que se passa oscentros de pesquisa e desenvolvendo vão sendo desarticulados de seus ambientes físicos e tomandoespaço em sistemas produtivos pela Internet, possibilitando a troca multicultural e global deconhecimentos. (FRANÇA, P. P. F. de, 2006).

ESTUDO DE CASO

desempenhados pelo mediador de informações e o usuário, que, por vezes, o primeiro

aprende mais com o segundo nessa nova sociedade digital.

Nonaka & Takeuchi (2008) estabelecem um padrão para a compreensão do

processo de criação do conhecimento. Numa primeira fase há o compartilhamento tácito –

principalmente ‘startado’ pelos gestores de pessoas, psicólogos e educadores – após isto

a criação de conceitos, justificação dos conceitos, construção do arquétipo – algo tangível

e concreto – que é o campo de pesquisa da área de arquitetura da informação, e, por fim,

a difusão interativa do conhecimento, por meio de redes de informação, bibliotecas

digitais, mailings, listas, disseminação seletiva de informações, serviços de disseminação

de resumos, publicações, módulos de ensino à distância e índices.

Assim a organização deverá criar um ambiente que proporcionará que a espiral do

conhecimento gire de maneira mais rápida e que as externalizações do conhecimento,

bem como, suas combinações com o conhecimento sistêmico ocorram de forma

adequada. Takeuchi & Nonaka (2008) acentua que esse ambiente favorável para o

aumento do potencial inovador e elicitação do conhecimento só poderá ocorrer com

mudanças significativas nas relações interorganizacionais, na confiança em laços

interpessoais estáveis e parcerias sólidas.

É, portanto, fator agregador para a concepção de projetos de redes e sistemas de

informação as parcerias interinstitucionais que enriquecem o conteúdo a ser

compartilhado, aumentando a possibilidade de uso e reuso da informação. Le Coadic

(2004) menciona que o objetivo final de um produto de informação ou de um sistema de

informação deve ser pensado em termos dos usos dados à informação e dos efeitos

resultantes desses usos nas atividades dos usuários.

A função mais importante da informação deve ser aquela que a ‘orienta para o

usuário’. É justamente esse uso, acrescido ao fato da economia enxergar na informação e

no conhecimento uma fórmula de inovar o seu modelo de desenvolvimento, começam os

estudos em Arquitetura da Informação7. Que além de se ocupar com o acesso indistinto à

informação, também antevê modelagem de sistemas voltados para a capacidade de

7 O termo “arquitetura da informação” foi cunhado em 1976, pelo arquiteto Richard Saul Wurman,expressando uma formidável percepção da importância de se tratar a informação a partir de umaconcepção de ciência e arte. Ele via a arquitetura da informação como a organização de espaços.Entendia os problemas de uma reunião, organização e apresentação da informação como análogos aosde um arquiteto ao projetar um edifício que serviria às necessidades de seus ocupantes. (LIMA-MARQUES, M.; MACEDO, F. L.O. de, 2006, p. 243-244).

ESTUDO DE CASO

compreensão do usuário de determinada informação, a sua organização sustentável e os

possíveis usos dela.

Também na ecologia da informação: a rede dos relacionamentos que cria um

espaço de informação modelado especificamente para veiculá-los, é importante o

contexto organizacional no qual se inserem e os usuários que o acessam. (HEAGEDORN,

2000. Apud LIMA-MARQUES, M.; MACEDO, F. L. O. de, 2006, p. 246). Esse processo de

concepção de um espaço digital sustentável é importante, porque elimina aqueles

conteúdos não mais úteis desonerando os recursos de infraestrutura, também tangenciam

a criação, aquisição, distribuição e armazenamento de documento sob sua forma digital

em objetos com design eficientes.

Thomas Davenport8, no seu livro ‘ecologia da informação’, apresenta quatro

atributos-chave, além de exigir um modo holístico de se pensar, são eles: a integração

dos diversos tipos de informação, o reconhecimento de mudanças evolutivas, ênfase na

observação e na descrição, ênfase no comportamento pessoal e informacional. Do seu

modelo ecológico para o gerenciamento da informação, conforme figura abaixo será

considerada principalmente a arquitetura do ambiente informacional e o ambiente

organizacional que proporciona o gerenciamento da informação:

8 Thomas H. Davenport é um autor norte-americano que contribuiu com publicações sobre sistemas deinformação, mais precisamente da gestão da tecnologia da informação. Ficou conhecido pelo mundoatravés de seu livro ‘Information Ecology’ editado pela Universidade de Oxford em 1977. Nesse casoespecífico atentar para a cunhagem do termo arquitetura da informação.

ESTUDO DE CASO

Figura 2 – Modelo ecológico de Thomas Davenport para o gerenciamento da informação.

Fonte: Davenport (2000, p. 49).

Davenport (2000) afirma que “assim como acontece com muitas abordagens

orientadas para o computador, a arquitetura” [da informação] “não ‘chegará’ a lugar algum

se não levar em consideração o comportamento e a motivação humana”. Para uma

abordagem ecológica da informação há necessidade de um comportamento desejável dos

sistemas – quiçá de sistemas especialistas com organização avançada de taxonomias,

folksonomias, websemântica e estruturação do conhecimento.

Cunha (1999) aponta na biblioteca digital uma maneira de se transpassar os

abismos sociais, idealismo tão defendido por centenas de autores ao longo de cinco

décadas, uma missão nobre dos bibliotecários de hoje. Rowley (2002) iniciou os estudos

denominando o termo biblioteca eletrônica, em meados da virada do milênio,

denominando-a como uma coleção organizada e administrada de informações numa

variedade de meios (texto, imagem fixa, imagem em movimento, som, ou suas

combinações, porém todos em formato digital).

Esse cenário foi idealizado por Otlet, “no final do século XIX, o documentalista e

ESTUDO DE CASO

visionário belga publicou o Traité de Documentation (1934), considerada a primeira obra

sistemática da Ciência da Informação, que trata dos problemas de representação e

organização do conhecimento”. (LIMA-MARQUES, M.; MACEDO, F. L. O. de, 2006, p.

242). Continua os autores citados explicando que Paul Otlet propôs a elaboração de

repositórios cooperativos de dados, por meio de um registro sistemático e completo de

todas as informações relevantes relacionadas a determinada área do conhecimento.

Contextualizando o momento histórico da época de Otlet, ainda não existiam

tecnologias de grande memorização de dados para tal empreitada como as bases de

dados e as tecnologias de redes e satélites. De seu arcabouço cognitivo disponível ele

imaginou um livro – o Bíblion – que:

[...] seria constituído de ideias, fatos, nomenclaturas de sistemas e teoriasfundamentais, condensados em tabelas, diagramas, mapas e esquemas, além deilustrações. (...) Otlet imaginou ainda a possibilidade de acesso às bases de dadosa partir de grandes distâncias, por meio de um telescópio elétrico, conectadoatravés de uma linha telefônica, capaz de recuperar uma imagem em fac-símile aser projetada remotamente em uma tela plana (LIMA-MARQUES, M.; MACEDO, F.L. O. de, 2006, p. 242).

A IFLA9 e a UNESCO lançaram (entre os anos de 2007 a 2009) o Manifesto para

as Bibliotecas Digitais10, para que os governos reconheçam a importância estratégica

desses mecanismos e estimulem a instalação dessas bibliotecas como agentes

essenciais na promoção do acesso, paz e valores humanos, à medida que estas abrem

um universo de conhecimentos e informações, conectando culturas em todas as fronteiras

geográficas e sociais. (ROSETTO, 2008, pág. 128).

O livro verde, publicado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI

em 2000, e, posteriormente, o livro branco pela mesma instituição pública, dois anos mais

tarde, são publicações que tangenciam e operacionalizam conceitos para a popularização

do acesso à Internet e, no último caso, da viabilização de infraestrutura de tecnologia da

informação para o desenvolvimento de pesquisas em universidades e institutos de

pesquisa. Nota-se também o grande esforço conjunto do Instituto Brasileiro de Ciência e

Tecnologia – IBICT, observado por Kuramoto (2008), na educação continuada de

9 Federação Internacional de Associações de Bibliotecários.10 Ver em: http://www.ifla.org/en/news/unesco-endorses-the-ifla-manifesto-for-digital-libraries.

ESTUDO DE CASO

internautas e pesquisadores em ambientes digitais.

Um cenário previsto na virada do século, parafraseando Cunha (1999), será

realizar algumas modificações que poderão ocorrer nos ambientes bibliotecários para

atentar para a realidade vindoura de ambientes virtuais de conhecimento. São elas:

a) Variedade de formatos – o especialista em desenvolvimento de coleçõesprecisará considerar os diversos formatos, desde o impresso, como tambémarquivos bibliográficos, arquivos de textos completos, arquivos numéricos,multimídia e programas aplicativos.

b) A biblioteca como conceito abstrato – a nova biblioteca universitária, [no caso doICEA], existirá mais como um conceito abstrato e não tanto como uma realidadefísica. O desenvolvimento de coleções privilegiará as necessidades dos usuários,e não a completeza dos assuntos. Para atender a essas novas necessidades,serão utilizados não somente os recursos documentários locais, mas,principalmente, pelo acervo virtual acessível via comutação bibliográfica,consórcios, rede e vendedores comerciais. As tarefas típicas do futuro especialistaem desenvolvimento de coleções hão de incluir, também, as funções relativas àsatividades de fazer hiperligações para mapear os recursos informacionaisexternos.

c) Pagamento da informação – a possibilidade de pagamento pelo acesso deveráser uma rotina. Além disso, será necessário conhecer os detalhes relativos àsnovas modalidades de contratos para se poder acessar a informação externa.

d) Esforços cooperativos – para se reduzir os custos advindos da duplicação deacervos eletrônicos, em diversas universidades haverá campo propício para açõescooperativas mediante convênios. A coleção local não mais será o foco primário deatenção (CUNHA, 2004, pág. 261, grifado pela autora).

Devido ao forte potencial informacional das instituições de pesquisa e ensino do

COMAER, bem como, de outras instituições de pesquisa na temática de gerenciamento

do tráfego aéreo e pesquisas espaciais, rememora-se Rosetto (2008), relatando o case da

biblioteca digital EUROPEANA, um projeto iniciado em 2007 com o propósito de criar uma

rede temática, fundada pela Comissão Européia, dentro do programa eContentplus, como

parte da política i2010.

Rosetto discorre que foi produzido um protótipo de website com o objetivo de

oferecer, num primeiro momento, aos usuários o acesso direto a mais de 2 milhões de

objetos digitais, incluindo filmes, fotografias, pinturas, registros sonoros, mapas,

manuscritos, livros, jornais e materiais de arquivos”. (ROSETTO, 2008, p. 113-114).

Assim, demais fontes de informação e de conhecimento subjacentes e externas podem

ser subcontratadas ao catálogo em linha da rede REUNI.

ESTUDO DE CASO

Rowley (2002) exemplifica a realidade britânica de consorciamento de recursos

eletrônicos em bibliotecas públicas e serviços de informações digitais, nos casos

específicos do BLCMP e do LASER:

O BLCMP, antes conhecido como Birminghan Libraries Cooperative MechanizationProject, é um empreendimento cooperativo que abrange uma série de serviçosque são usados por um grande número de bibliotecas. O BLCMP mantémextensas bases de dados MARC, que incluem registros de livros, peçasaudiovisuais, partituras musicais e publicações seriadas. Existe um extensoarquivo de autoridade, TALIS é o sistema de gerenciamento de bibliotecas doBLCMP.

O LASER, que significa London and South Eastern Region, surgiu dando destaqueaos empréstimos entre bibliotecas e ao compartilhamento de recursos, e não àcatalogação. No entanto, a fim de alcançar seus objetivos, desenvolveu um grandecatálogo coletivo e posteriormente uma base de dados bibliográficos. (...) Umavanço recente e importante do LASER foi o EARL (Electronic Access toResources in Libraries). O consórcio EARL de bibliotecas públicas do Reino Unidofoi criado em 1995 para desenvolver a função das bibliotecas públicas na provisãode serviços bibliotecários e de informação pela rede. Seus participantescorrespondem a mais de 50% das bibliotecas públicas do Reino Unido. Exemplosde iniciativas do EARL são a EARLWEB, uma rede de recursos de informação embibliotecas públicas, e um mecanismo consorciado de aquisição do serviçoFirstsearch do OCLC11.

Dois serviços de informação interessantes são relatados por Rowley (2002), o

JANET (Joint Academic Network) e o BIDS (oferecido pelo UK Office for Library

Networking). O JANET é uma rede de telecomunicações que permite a comunicação

entre usuários de recursos de informática de mais de cem universidades,

estabelecimentos de pesquisa e outras instituições. A rede conta com um gateway para

outras redes, como a EARN (European Academic Research Network), Internet e redes

públicas de dados (ROWLEY, 2002, p. 375).

11 A OCLC - Online Computer Library Center é uma organização mundial que congrega 25.900 bibliotecasem 170 países membros, colaborando catálogos, índices, resumos, listas, vocabulários especializadosentre as bibliotecas participantes. Em uma aplicação de automatização de bibliotecas no Instituto deMatemática Pura e Aplicada – IMPA, CHATAIGNIER & SILVA (2001) optaram por terceirizar aimportação dos registros em MARC do instituto, devido ao grande volume de informação a serprocessada. Para isso, a OCLC foi contratada pela sua credibilidade. Elas contam que transferiram oslotes de informação para a OCLC através de dois formatos, Excel e DBASE via FTP. O serviço demigração de transformação de registros em MARC válidos levou cerca de um ano. Sendo que algunsvoltaram para ser confirmados. Mesmo depois de findo o trabalho de migração e reprocessamento, oIMPA decidiu continuar o contrato para utilização de seus softwares de catalogação – o CateME (OCLCCataloging Micro Enhancer).

ESTUDO DE CASO

Já o BIDS, continua a autora, tem como função suportar o desenvolvimento de

atividades de interligação por redes entre bibliotecas do Reino Unido, ao representar as

necessidades das bibliotecas junto à indústria de informática e telecomunicações, e

promover o uso eficaz das infra-estruturas de redes, existentes e em desenvolvimento, no

Reino Unido e outros países. São serviços: o BIDS ISI Service, BIDS EMBASE Service,

BIDS COMPENDEX Service, BIDS UnCover service e BIDS Inside Information Service

(ROWLEY, 2002, p. 375).

Outras duas metodologias de fornecimento de serviços e produtos informacionais é

o UK Pilot Site License Initiative e o ADONIS. O primeiro provê o acesso ao

JournalsOnLine, como o serviço oferecido pela CAPES aqui no Brasil. Aqui, nesse

sentido, ainda vale conferir os serviços dos concorrentes Periodicals e da Elsevier. E por

fim, o ADONIS que é um serviço de fornecimento de artigos baseado em cederrom que,

aqui no Brasil, foi muito utilizado pela EMBRAPA, pela rede RVBI do Senado Federal e

pelo IBAMA.

ESTUDO DE CASO

7 RESULTADOS DA PESQUISA EXPLORATÓRIA

7.1 ATIVIDADES PROPOSTAS

1) Solicitação formal de parecer técnico de órgão de competência do COMAER

reportando as necessidades para a implantação da Rede REUNI através de

Arquitetura de acesso Cliente/Servidor do Software SophiA entre as OM que

detinham;

2) Envio de questionário para coleta de situação das unidades de informação do

COMAER para identificar quais os sistemas gerenciadores tinham sido adotados e

se os mesmos possuíam o protocolo Z 39.50 e o formato MARC21;

3) Levantamento dos requisitos não-funcionais através do levantamento teórico deste

trabalho e dos requisitos funcionais por meio de estudo realizado pelo Grupo de

Trabalho de implantação da Integração de Bibliotecas da Aeronáutica – Rede BIA.

4) Levantamento do nível de maturidade informacional das OM integrantes da Rede

REUNI, diagnóstico por parte dos gestores de unidades de informação e

identificação da quantidade de informações a serem compartilhadas;

5) Análise do acordo de contratação de TI para viabilização do projeto da Rede

REUNI através de identificação de contratos existentes nas OM subordinadas ao

DECEA;

6) Elaboração de um planejamento de serviços para os integrantes da Rede REUNI

através da identificação da expectativa dos usuários potenciais para elaboração

futura de um instrumento de avaliação de desempenho.

7) Elaboração de um Core de análise de riscos para o projeto.

7.2 PARECER TÉCICO DO SDTE

Para se realizar o levantamento da adequação do plano inicial de infraestrutura de

tecnologia da informação existente para o projeto REUNI, foi encaminhada consulta ao

Subdepartamento Técnico do DECEA que teve como resposta o seguinte:

O Subdepartamento Técnico do DECEA apresentou parecer desfavorável à

solicitação enviada através do Relatório n° 01/GTREUNI/2012 de viabilização da

implementação da rede REUNI através do aumento da largura de banda do link da

ESTUDO DE CASO

intranet. Portanto, a nova estratégia de viabilização de tráfego de dados entre os

gerenciadores instalados nas diferentes regiões e o servidor do SophiA, foi a

desmobilização da arquitetura hospedada na rede da intranet e acesso via VPN

pela Internet.

A estratégia adotada visou também atender à segunda solicitação do relatório de

acesso ao catálogo OPAC pela Internet. Para essa nova estratégia, foi necessária

a aquisição de hardware e modelagem de arquiteturas baseada na nuvem, com a

ressalva do SDTE de observação dos requisitos de segurança da informação

definidos pelo COMAER.

Da análise da DCA 7-2 “Política de Segurança da Informação”, instrução emitida

pelo DECEA em 2010, que se baseia nos aspectos de confidencialidade,

integridade, disponibilidade, autenticidade, legalidade, uso adequado, integração,

controle e custos. Algumas observações feitas principalmente na confidencialidade,

integridade e disponibilidade que já foram abordadas neste trabalho. Aspectos

também tangenciados na DCA 14-8 “Política de Segurança da Informação do

COMAER” de 2006.

Também nesta seara, na “ABNT NBR ISO/IEC 27001 Sistema de Gestão de

Segurança da Informação” de 2006, algumas considerações foram inseridas na

política de modelagem de metadados e interoperabilização dos recursos

informacionais, observando-se: apontamentos inadequados que possam abrir porta

para usuários na Web, questões de direitos autorais que limitam o acesso por meio

de senhas e confidenciabilidade de determinados metadados que somente podem

ser enxergados pelos bibliotecários.

Esses aspectos serão abordados detalhadamente na seção ‘riscos’ desta

exposição da pesquisa exploratória. Para a instalação do acesso ao servidor no DECEA

via VPN pelo CINDACTA I foi necessária a elaboração de um relatório de autorização de

acesso e gestão de riscos e mudança na equipe de redes e segurança da informação

local.

Sobre a menção à nuvem, a Prima Informática apresenta como produto uma

estratégia voltada para a nova metodologia de compartilhamento de recursos tecnológicos

que abrigam arquiteturas em nuvem. Na época do Encontro de Unidades de Informação,

ESTUDO DE CASO

houve a solicitação de definição de estratégias dessa nova tecnologia, diante de múltipla

e vasta dispersão territorial das Organizações Militares que desejam compartilhar

conteúdo.

Assim, a unidade de negócios de pesquisa e desenvolvimento da Prima Informática

em parceria com a FAPESP foi sensibilizada da necessidade de apresentação de

produtos para atender às estratégias de compartilhamento de conteúdos provenientes dos

mais diferentes cantos do país. Uma arquitetura de integração que dificilmente seria

contemplada pela infinidade de aspectos de negócios locais de contratação de acesso à

internet.

7.3 RESULTADO DO DIAGNÓSTICO

Foi enviado para cada OM subordinada ao DECEA um questionário no qual, para o

presente estudo, foram analisados:

Se o gestor da Unidade de Informação da OM identificava a necessidade de uma

solução tecnológica integrada para controle de conteúdos e compartilhamento de

informações. Das OM respondentes apenas 42% possuíam profissionais da

informação (Arquivistas e Bibliotecários) que responderam adequadamente ao

instrumento, entendendo a sua abrangência. Estes afirmaram ser indispensável a

solução tecnológica de integração. Os outros respondentes tiveram a necessidade

de serem esclarecidos dos aspectos da questão. Mesmo assim restou 21% dos

respondentes que não enxergaram o impacto do projeto de integração ou que

confundiram a iniciativa de Enterprise Information Management – EIM com Gestão

Eletrônica de Documentos – GED.

Se a informação mapeada na OM poderia entrar no Core de compartilhamento.

Esta pergunta era fechada, mas com uma alternativa para o respondente identificar

outro tipo de informação. Foram dadas as alternativas seguintes: 1) Material

Bibliográfico Convencional (Livros, Revistas, Etc.). 2) Publicações Especializadas

(Periódicos, Bases de Dados, Convenções e Documentos internacionais e

Legislação Aeronáutica), 3) Material Multimídia e cartográfico, 4) Relatórios

Técnicos, Projetos, Manuais Técnicos e Documentos de Sistemas, 5) Outros.

Apresentou-se o seguinte perfil dos respondentes: OM com alto nível estratégicos

de estudos e projetos multidisciplinares como o DECEA, a CISCEA, o CGNA e o

ESTUDO DE CASO

GEIV apontaram o item 2. Institutos de Pesquisa como o ICA e o ICEA apontaram

para 1 e 3 e os demais que apresentam alta aplicação técnica apontaram para o 4.

Em outros, os respondentes sugeriram a aplicação multimídia para memória

institucional e instrução.

Quantidade de informações que foram mapeadas. Foi identificado que no DECEA e

OM subordinadas possuem um potencial considerável, são estimados 145.000

registros de informações a serem inseridos no compartilhamento. Destes, somente

no ICA 40.000 cartas e informações aeronáuticas a serem disponibilizadas para o

público interno e externo.

Das tabelas 1 e 2 serão feitas as seguintes considerações:

A infraestrutura de acesso, após a resposta do SDTE teve que ser remodelada

porque era de alto impacto para o projeto. Conforme especificado acima através da

leitura do parecer técnico, essa foi uma das medidas corretivas que mais

demandou ações gerenciais e discussão no GT de implantação.

A interoperabilidade é um requisito de médio impacto e será utilizado para

aproveitar bases de dados já existentes evitando retrabalho de inserir registros um

a um em uma tarefa que poderia ser feita por lotes ou através da

interoperabilização. Foi contratado com o SophiA como medida corretiva, porém

ainda não apresenta estimativa de implementação, forçando uma medida

mitigadora de disponibilização do acesso por meio de um portal de arquitetura

média de organização da informação.

A definição dos itens a serem enviados ao servidor foi identificada de baixo impacto

a sua insuficiência, pois existi a ferramenta de integração e o serviço de suporte

prestado pela empresa que disponibiliza o SophiA apesar desse atendimento ser

lento e oneroso.

Da análise do modelo de maturidade de informações foi observado que ainda

existe uma dispersão do DECEA e as OM subordinadas em três níveis de

maturidade que compromete a integração. Assim, com o projeto implementado,

essa integração e compartilhamento de conteúdos ‘puxará’ esse nível para o nível

4 onde as OM subordinadas poderão acompanhar estrategicamente as

ESTUDO DE CASO

implementações do DECEA.

7.4 DOS NÍVEIS DE CONTRATAÇÃO DE TI

Santos (2012) rememora a necessidade de que o sistema contratado, no caso

específico do SophiA, permita dar suporte necessário à serviços pela internet, quer sejam,

renovação de livros, reserva de material para pesquisa, solicitação de pesquisa ao

bibliotecário por meio de uma interface eletrônica, recebimento de malas diretas de

publicações de interesse, sinalização de interesse por parte do usuário nas novas

aquisições e recebimento de demais informações de interesse através de serviços de

disseminação seletiva de informações.

Para a escolha do software partiu-se de uma metodologia desenvolvida pelo Centro

de Documentação da Aeronáutica – CENDOC e orquestrada pelo Comitê Gestor da Rede

BIA - Rede de Bibliotecas da Aeronáutica, a seguir:

Envio de um questionário para levantamento de aspectos gerais que caracterizam

as unidades de informação, centros de documentação e de bibliotecas do

COMAER;

Elaboração de um diagnóstico com base nos questionários respondidos;

Comparação entre os softwares existentes para avaliação;

Envio de um formulário para as empresas fornecedoras.

Reunião entre bibliotecários e analistas de sistemas para ajustes da proposta de

desenho da rede; e,

Reuniões constantes com representantes das empresas fornecedoras do SophiA e

do Pergamum.

Do diagnóstico prévio feito pelo CENDOC houve o levantamento das seguintes

informações:

a) O DCTA possui uma rede constituída de onze bibliotecas sediadas em cinco

institutos: o Instituto Tecnológico da Aeronáutica - ITA, o Grupo Especial de Ensaios

em Voo - GEEV, o Instituto de Estudos Avançados - IEAv, o Instituto de Fomento e

Coordenação Industrial – IFI e o Instituto de Aeronáutica e Espaço – IAE. Como

mencionado, essa rede do DCTA é operacionalizada pelo SophiA;

ESTUDO DE CASO

b) O DECEA, através da rede REUNI, busca integrar as unidades de informação que

constituem o SISCEAB, sendo elas: CINDACTA I, II, III e IV, 1° GCC, CISCEA,

ICEA, ICA, PAME e SRPV-SP. O sistema SophiA que está sendo utilizado para

operacionalizar a rede é o SophiA que encontra-se instalado nas bibliotecas do

DECEA, do CINDACTA I, do ICEA e do ICA;

c) A biblioteca da Universidade da Força Aérea – UNIFA utiliza o Pergamum. O intuito

é estender a licença para compor a rede de bibliotecas de organizações de ensino

subordinadas ao Departamento de Ensino da Aeronáutica – DEPENS. Essa rede

deverá ser constituída pelas bibliotecas da Academia da Força Aérea – AFA, do

Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica – CIAAR, da Escola de

Especialistas da Aeronáutica – EEAR e da Escola Preparatória de Cadetes do Ar –

EPCAR;

d) A Biblioteca do Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes –

CENIPA, bem como, os Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de

Acidentes – SERIPA, também estão sendo mobilizados em uma rede de

informações organizadas pelo sistema SophiA.

7.5 ANÁLISE DOS RISCOS

Foi construída adaptando a metodologia MIKE 2.0, conforme o quadro a seguir:

Quadro 3 – Método de análise de risco do MIKE 2.0 (adaptado).

Risco Impacto Ação Corretiva Ação Mitigadora

Confidencialidade Alto Controlar o critério de inserção

Controlar o acesso por meio de senhas

Suspensão do acesso

Integridade Alto Investir em projetos de Certificação Digital

Suspensão do acesso

Disponibilidade Médio Investir em assinaturas com fornecedores com experiência

Suspensão de assinaturas

Autenticidade Alto Investir em projetos de Certificação Digital

Controlar o critério de inserção

Suspensão do acesso

Legalidade Alto Regularizar questões de direitos autorais e uso

Suspensão do acesso

ESTUDO DE CASO

Uso adequado Médio Coordenar Reestruturar

Integração Médio Coordenar Reestruturar

Controle Médio Coordenar Reestruturar

Custo Baixo Previsão orçamentária Captação de recursosexternos

Os requisitos dessa adaptação da tabela de análise de risco de projetos de

Enterprise Information Management foram mapeados através da ISO 27001 no que tange

aos requisitos confiabilidade, integridade, disponibilidade e autenticidade que contemplam

o aspecto do acesso à informações tão em voga nas discussões atuais do governo

eletrônico.

Apesar desses requisitos comumente serem analisados no aspecto técnico de

Tecnologia da Informação, neste trabalho, a ISO 27001 foi adaptada para o escopo do

acesso à informação, decompondo essa tarefa nos quatro aspectos citados acima.

Portanto, quando se mencionam esses requisitos, está sendo analisado à luz da teoria

informacional.

Assim, objetivou-se analisar as medidas o impacto para o projeto, as mitigadoras e

corretivas de confiabilidade, especificamente à fonte que disponibiliza a informação,

integridade, aos componentes de TI que impactam na qualidade do conteúdo eletrônico,

disponibilidade, que identifica a necessidade de dar acesso e em que medida e

autenticidade, inserindo um pouco do conceito de diplomática eletrônica.

Os demais requisitos legalidade, uso adequado, integração, controle e custo são

contribuições de documentos do COMAER que especificam a política de segurança da

informação. Foram recepcionados neste trabalho pois permeiam aspectos não

considerados na literatura de ciência da informação e serem mais focadas na análise

gerencial e estratégica.

O aspecto legalidade, por exemplo, sugere algumas discussões de direitos

autorais, já o uso adequado é amplamente discutida nas leis da biblioteconomia i, a

integração permeia a temática atual dos conteúdos eletrônicos que compartilhados e

interoperabilizados potencializa o uso e o reuso da informação. Controle e custo são

aspectos gerenciais que também devem ser considerados. Este controle deve analisar o

uso e o benefício proporcionado em face do custo da rede.

ESTUDO DE CASO

8 CONCLUSÃO

O projeto da Rede REUNI impactou numa mudança considerável na mentalidade

dos envolvidos e dos usuários potenciais da rede. Foi necessária uma gestão de

mudanças que pudesse suportar críticas, rejeições e oposições que poderiam engavetar o

projeto ou mudar sua aplicação estratégica. A contribuição de stakholders estratégicos

que tinham uma atitude ‘prove para mim’ diante do projeto foi considerável, conforme o

diagrama abaixo:

Figura 5 – Modelo de análise de mudanças proposto pelo MIKE 2.0.

Não houve atitudes do tipo ‘não interessa’ porque o projeto era expectado de

maneira geral pela comunidade. Em uma escala maior na atitude ‘faça para mim’ o que

motivou essa resposta foi a “falta de tempo” para se envolver num projeto desses, pois ao

passo que se explicava, alguns entendiam que seria um projeto trabalhoso. De uma

maneira geral, o público do projeto possui alta competência, excetuando os novatos no

ESTUDO DE CASO

sistema que pediam mais detalhes, muitas foram as contribuições das pessoas que iam

tendo contato com o projeto.

Esse provar foi uma atividade simples considerando que existem iniciativas sólidas

consolidadas no ITA e na rede do ministério da Defesa. Na medida em que ia-se

esclarecendo, tinha-se um parâmetro, uma história e um produto para ser comparado. A

contribuição dessas iniciativas para a gestão de mudança foi enorme, pois não ficou a

impressão “estão reinventando a roda” com esse projeto. Porém, esta iniciativa só pode

ser engendrada no SISCEAB depois do esforço do DECEA em provisionar nas OM

subordinadas profissionais da informação que estavam sensibilizados da demanda e da

amplitude de benefícios da rede REUNI.

Apesar de parecer simples, após a aplicação dessa pesquisa, ainda foi preciso

muitos encontros, reuniões, discussões e trabalho cooperativo que tinham o obstáculo de

integração do tamanho do país. O desafio foi lançado no Encontro de Unidades de

Informação do SISCEAB em 2010, quando foi exposta essa dispersão territorial como

impeditivo da integração. Outros aspectos técnicos foram sentidos ao longo do tempo

nas reuniões de implementação da rede.

Também nessa ocasião, foi necessário o esclarecimento dos requisitos para

participar da rede, os quais são a utilização do formato MARC 21 e do protocolo Z39.50

que causou resistência em profissionais de Tecnologia da Informação quando apontaram

soluções caseiras para solucionar o impasse de integração. Foi oportuna a participação

da Professora Dra. Regina Célia Baptista Belluzzo e da Bibliotecária Marialda do ITA

esclarecendo a amplitude de possibilidades do projeto e o trabalho de décadas neste

instituto.

O objetivo da rede REUNI de bibliotecas digitais é congregar serviços e acervos

digitais no intuito de possibilitar ao usuário de informações de aviação civil o acesso

indiscriminado, bem como o oferecimento dos seguintes serviços:

Gestão da informação pessoal, por meio dos módulos de disseminação seletiva

da informação, listas de aquisições, mailings e demais aplicativos que

personalizam o ambiente do usuário de informação;

Relações de longo prazo entre pessoas, bibliotecas digitais e sistemas de

informação, quando o projeto irá transferir conhecimento e vivências aos usuários

ESTUDO DE CASO

de informação, capacitando-os para o uso de novas abordagens de organização da

informação;

Desenvolvimento contínuo de competências dos indivíduos, pois permite o

acesso em tempo real aos conteúdos, poupando o tempo do leitor em buscas

ineficazes; e,

Contribuição para melhoria da infraestrutura visando um futuro colaborativo ,

quando a organização amadurece e passa a compartilhar conteúdos e

experiências em rede. Possibilidade de gerenciar e avaliar competências

individuais e coletivas por meio dos ativos intangíveis produzidos.

Essas estratégias operacionalizadas transpassam e muito o escopo de repositórios

de conteúdos digitais. Era necessário um gerenciador de serviços também, que

suportasse as diversas possibilidades que a biblioteconomia pode proporcionar aos seus

usuários reais e potenciais. Como afirma a convidada ao encontro “as competências dos

profissionais da informação transpassam o ambiente da biblioteca, do repositório digital

ou de qualquer estrutura que o bibliotecário utiliza para mediar a informação. Esse

profissional é responsável por desenvolver serviços que possibilitem o desenvolvimento

pessoal e profissional dos clientes, que formem cidadãos críticos e leitores” (BELLUZZO,

2005).

Essa missão do bibliotecário é um desafio instigante que força criação de equipes

multidisciplinares, de identificação de requisitos, de oportunidades, de barreiras a serem

transpostas, de paradigmas a serem quebrados. No ano de 2012, esse desafio de

integração foi respondido com uma estratégia, com investimento, incentivo e o que

parecia intransponível passou a ser tangível. De fato a rede existe, seus produtos estão

sendo constantemente avaliados e o projeto ganha uma dimensão diferente, voltada para

o marketing informacional dentro do DECEA e como resposta para a sociedade brasileira

no escopo do acesso à informação, numa sociedade que cobra constantemente ações de

suas instituições públicas.

Aponta-se agora dimensões diferentes para a rede, a criação de um Observatório

para fomento à pesquisa tecnológica, elevando o nível de maturidade informacional das

organizações do SISCEAB. Parcerias com outros institutos nacionais e internacionais no

intuito de fortalecer e consolidar esse serviço e gerar valor, ativos e inovação para a área

ESTUDO DE CASO

aeroespacial e de controle de tráfego aéreo.

Esse dimensionamento que atende à pesquisa e desenvolvimento, objetiva mudar

o paradigma da profissionalização dos técnicos e operadores do SISCEAB no intuito de

formar mentalidades questionadoras, desenvolvendo o espírito crítico de pesquisa

contínua e visando apresentar produtos de inovação, patentes e aplicações que possam

melhorar o desempenho de sistemas, pessoas e processos.

ESTUDO DE CASO

REFERÊNCIAS

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