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Trabalho de Formatura apresentado à
Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo para a obtenção do Diploma
de Engenheiro de Produção.
São Paulo
2006
IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE SUPERVISÃO DA
APLICAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL EM UMA
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
GABRIEL BASSETTI MARTINHO
Trabalho de Formatura apresentado à
Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo para a obtenção do Diploma
de Engenheiro de Produção.
São Paulo
2006
IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE SUPERVISÃO DA
APLICAÇÃO DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL EM UMA
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
GABRIEL BASSETTI MARTINHO
Orientador: Professor José Carlos Vaz
Aos meus pais, Mauro e Angela, a meus
irmãos, Thiago e Victor, e a toda minha
família, especialmente à minha avó
(in memorian), responsáveis pela base de
meus princípios e valores.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Professor José Carlos Vaz, pelos conselhos e pela paciência
dispensados durante o processo de elaboração deste trabalho no Brasil.
Ao Professor Eric Pesnel pela disponibilidade e pelo apoio durante o
desenvolvimento deste trabalho na França.
À Escola Politécnica e a todos os professores e funcionários do Departamento de
Engenharia de Produção, e à École Nationale des Ponts et Chaussées e a todos os
professores e funcionários do Departamento de Management et Génie Industriel pela
atenção e dedicação ao aprendizado de seus alunos.
A todos aqueles que me receberam na Renault e com os quais eu tive o prazer
de trabalhar, tornando o estágio uma experiência enriquecedora do ponto de vista
pessoal e profissional. Aos meus correspondentes nas fábricas (Arnaud Cousin,
Eduardo Rodrigues, Nuno Neves e todos IS TPM) pela simpatia e colaboração para
desenvolver este trabalho e especialmente à equipe TPM pelo apoio, pela ajuda e pelo
bom humor, particularmente aos amigos Carlos Rubio-Roman, Richard Corlet et Salatiel
Menezes e ao meu tutor Benoît Guihard pela paciência e seus ensinamentos.
A todos meus amigos de sempre, da faculdade, do colégio e da vida, que me
acompanharam em todos os momentos, pela confiança e pelos fantásticos e
inesquecíveis momentos de convivência.
Aos meus amigos internacionais e brasileiros que conheci durante minha estada
na França e tornaram minha vivência no exterior muito mais agradável, divertida e com
momentos mágicos que serão lembrados por toda a minha vida.
Finalmente, aos meus pais, aos meus irmãos, minha cunhada e a minha família
por sempre me apoiarem e me incentivarem em todos os momentos de minha vida.
RESUMO
O objetivo deste trabalho é apresentar a implantação de um sistema de
supervisão da aplicação da Manutenção Produtiva Total (do inglês Total Productive
Maintenance - TPM), permitindo medir e realizar uma síntese gráfica do nível de
implementação da metodologia TPM nas fábricas da indústria automobilística Renault.
Inicialmente foram estudados os principais conceitos da TPM, buscando avaliar a
situação atual da empresa e determinar os principais aspectos a serem considerados
para a criação e implantação de um sistema de supervisão, no caso uma tabela de
controle desenvolvida em MS Excel®. Finalmente, realizou-se uma análise de casos
reais de linhas de produção de determinadas fábricas, para correlacionar a aplicação da
TPM com o desempenho das máquinas. O objetivo final sempre foi conscientizar os
trabalhadores das fábricas, por exemplo, através da criação de um cartaz ilustrativo,
sobre a necessidade de se engajar à aplicação simultânea dos pilares da TPM.
A implantação desse sistema de supervisão, portanto, permite à empresa
gerenciar melhor todos os aspectos ligados à implementação da Manutenção Produtiva
Total. Isso pode ser constatado pelo uso da visualização gráfica da evolução da
aplicação da metodologia e pela realização de uma análise que permita, a partir do
histórico de dados e da situação da empresa, projetar objetivos coerentes de
crescimento da aplicação da TPM.
ABSTRACT
This paper's objective is to present the setting up of a TPM (Total Productive
Maintenance) deployment follow-up system that will enable the measurement and the
development of a synthesis graph that displays the implementation level of the TPM in
Renault automotive plants.
Firstly, the main TPM concepts have been studied in order to evaluate the current
situation of the company and to determine the mains aspects that will be taken into
account. This will contribute to the creation and setting up of a follow-up system, in this
case a dash-board developed in MS Excel®. Finally, a real case analysis of the
production lines of some plants was made in order to correlate the TPM deployment with
the machines' performance. The final objective is to sensitize the plants’ employees, for
instance, through the creation of an illustrative board, concerning the necessity in order
to commit everyone of simultaneous application of all TPM pillars.
Thus, the setting up of this follow-up system enables the company to better
manage all aspects related to the implementation of the TPM. This is noticed using the
graphic visualization of the entire methodology implementation and the realization of a
forecast analysis, based on the history data and the company situation, to obtain
coherent objectives of TPM increasing implementation.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fábricas de Carroceria e Montagem.....................................................................22
Figura 2 - Fábricas de Mecânica...............................................................................................22
Figura 3 - A gama de produtos Renault...................................................................................23
Figura 4 - A Aliança Renault Nissan.........................................................................................24
Figura 5 - Organograma global da empresa. ..........................................................................26
Figura 6 - Organograma do Departamento de Fabricação. .................................................27
Figura 7 - Organograma do Serviço de Engenharia do SPR...............................................29
Figura 8 - O "Fusée SPR" ..........................................................................................................30
Figura 9 - Índice de Desempenho Operacional Global .........................................................41
Figura 10 - Pré - requisito e Pilares TPM. ...............................................................................44
Figura 11 - Painel de "Medida e Análise das Perdas"...........................................................45
Figura 12 - Os 5 pilares da TPM melhorando o desempenho das instalações.................50
Figura 13 - Ciclo PDCA ..............................................................................................................51
Figura 14 - Painel de Detecção de Anomalias .......................................................................52
Figura 15 - Espaço de Formação " DOJO " ............................................................................53
Figura 16 - A Importância da Tabela de Controle TPM. .......................................................58
Figura 17 - Divisão da Tabela de Controle TPM. ...................................................................60
Figura 18 – Folha de Síntese da aplicação da TPM..............................................................71
Figura 19 - Interface página inicial da "e-Room" dos Instrutores Sênior TPM ..................73
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Evolução do pilar Manutenção Autônoma de uma fábrica. ..............................68
Gráfico 2 - Evolução da detecção de anomalias dentro de um departamento. ................69
Gráfico 3 - Indicador TPM e Indicador de Desempenho.......................................................70
Gráfico 4 - Aumento de desempenho ......................................................................................78
Gráfico 5 - Estagnação do crescimento...................................................................................79
Gráfico 6 - Aplicação simultânea dos Pilares TPM................................................................80
Gráfico 7 - A curva do Indicador TPM segue a curva do Indicador de Desempenho ......81
Gráfico 8 – Aplicação simultânea dos pilares TPM Exemplo I.............................................82
Gráfico 9 – Aplicação simultânea dos pilares TPM Exemplo II ...........................................83
Gráfico 10 – Aplicação simultânea dos pilares TPM Exemplo III ........................................84
Gráfico 11 – Problemas do chão de fábrica Exemplo I .........................................................85
Gráfico 12 – Problemas do chão de fábrica Exemplo II........................................................86
Gráfico 13 - Problemas do chão de fábrica Exemplo III........................................................87
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Resultados do grupo Renault ...................................................................... 21
Tabela 2 - As doze etapas para implantação da TPM................................................... 37
Tabela 3 - Resumo das etapas do Pré-Requisito e dos Pilares TPM............................ 49
Tabela 4 - Ponderação das etapas do Pré-requisito e dos Pilares TPM ....................... 64
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
TPM - Manutenção Produtiva Total (Total Productive Maintenance)
VP - Veículos Particulares
VU - Veículos Utilitários
SPR - Sistema de Produção Renault (Système de Production Renault)
NPW - Nissan Production Way
DPSI - Departamento de Performance do Sistema Industrial
DSTP - Departamento de Suportes Técnicos à Performance
DPI - Departamento de Projetos Industriais
DSI - Departamento de Estratégia Industrial
DDSPR - Departamento de Desenvolvimento do SPR
UET - Unidade Elementar de Trabalho
PPT - Padronização do Posto de Trabalho
MDT - Medida dos Tempos
QC - Quality Control
IS TPM - Instrutores Sênior TPM
JIPM - Japan Institute of Plant Maintenance
PDCA Plan, Do, Check and Act
MAP - Medida e Análise das Perdas
MA - Manutenção Autônoma
MP - Manutenção Planejada
PMP - Plano de Manutenção Preventiva
OMP - Otimização da Manutenção Preventiva
VOIP - Voice on Internet Protocol
STA - Société de Transmissions Automatiques
CACIA - Companhia Aveirense de Componentes para a Industria Automóvel
FM - Française de Mécanique
ACI - Auto Chassis International
SUMÁRIO
PARTE I - INTRODUÇÃO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
1.1 ESTRUTURA DO TRABALHO........................................................................ 15 1.2 O ESTÁGIO..................................................................................................... 16
1.2.1 Ambiente de trabalho ............................................................................... 16 1.2.2 Relevância ............................................................................................... 17 1.2.3 Definição do tema .................................................................................... 17 1.2.4 Objetivos do trabalho ............................................................................... 18 1.2.5 Desenvolvimento, Abrangência e Restrições........................................... 18
2 A EMPRESA .......................................................................................................... 20
2.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .................................................................. 20
2.1.1 O grupo Renault....................................................................................... 20 2.1.2 As Fábricas .............................................................................................. 21 2.1.3 A Gama de Produtos Renault .................................................................. 23 2.1.4 A Aliança Renault e Nissan...................................................................... 24
2.2 ESTRUTURA DA EMPRESA.......................................................................... 25
2.2.1 Departamento de Performance do Sistema Industrial.............................. 25 2.2.2 Serviço de Engenharia do SPR................................................................ 28 2.2.3 Sistema de Produção Renault (SPR)....................................................... 29
PARTE II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 33 3.1 MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL ............................................................ 33
3.1.1 Visão Geral da TPM nas indústrias.......................................................... 33 3.1.2 Maximizando resultados .......................................................................... 34 3.1.3 Definição de TPM..................................................................................... 35 3.1.4 Implementação da TPM ........................................................................... 37 3.1.5 Indicadores............................................................................................... 39
3.2 A REALIDADE DA EMPRESA ........................................................................ 42
3.2.1 Histórico da TPM na empresa.................................................................. 42 3.2.2 Implementação da TPM na empresa ....................................................... 43 3.2.3 Os Pilares da TPM na empresa ............................................................... 44 3.2.4 As Ferramentas e Métodos da empresa .................................................. 50 3.2.5 Gestão da TPM na empresa .................................................................... 54
PARTE III - DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
4 O SISTEMA DE SUPERVISÃO DA APLICAÇÃO DA TPM .................................. 57 4.1 SUPERVISÃO DA APLICAÇÃO DA TPM ....................................................... 57 4.2 A TABELA DE CONTROLE TPM EXISTENTE............................................... 59 4.3 PROBLEMAS ENCONTRADOS E ESTRATÉGIA DE TRABALHO................ 61 4.4 OS INDICADORES ......................................................................................... 62
4.4.1 Importância e Atuação da hierarquia ....................................................... 62 4.4.2 Indicador de Desempenho ....................................................................... 63 4.4.3 Indicador TPM.......................................................................................... 63
4.5 VISUALIZAÇÃO GRÁFICA ............................................................................. 67 4.6 MÉTODO DE TRABALHO .............................................................................. 72
4.6.1 Meios de Comunicação............................................................................ 72 4.6.2 Estratégia de Implantação........................................................................ 73
5 ANÁLISE DE RESULTADOS ................................................................................ 77
5.1 OS GANHOS DE DESEMPENHO .................................................................. 77 5.2 OS PROBLEMAS DO CHÃO DE FÁBRICA.................................................... 85
PARTE IV - CONCLUSÕES 6 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 90
6.1 CONTRIBUIÇÕES PARA A EMPRESA.......................................................... 90 6.2 DIFICULDADES.............................................................................................. 91 6.3 OBJETIVOS ATINGIDOS ............................................................................... 92 6.4 PRÓXIMOS PASSOS ..................................................................................... 92 6.5 CONSIDERÇÕES FINAIS............................................................................... 93
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................. 95 Anexo I – Pilares TPM ................................................................................................. 97 Anexo II – Ferramentas e Métodos TPM.................................................................... 98 Anexo III – Objetivos TPM........................................................................................... 99 Anexo IV – Base de dados dos Objetivos TPM....................................................... 100 Anexo V – Histórico da Aplicação da TPM.............................................................. 101 Anexo VI – Cartaz Ilustrativo TPM............................................................................ 102 Anexo VII – Visualização Gráfica TPM...................................................................... 103
PARTE I - INTRODUÇÃO
Capítulo 1 – Introdução 15
1 INTRODUÇÃO
A Manutenção Produtiva Total (do inglês Total Productive Maintenance ou
simplesmente TPM) é um sistema global de manutenção industrial baseado no respeito
da capacidade humana e na vontade participativa do conjunto de colaboradores para
otimizar ao máximo as instalações. (NAKAJIMA, 1994, p.3)
A aplicação da metodologia TPM permite uma melhoria dos resultados da
empresa, aumentando a competência e a motivação dos colaboradores, tornando o
ambiente de trabalho mais agradável, produtivo e eficaz.
Nesta obra o autor apresenta um estudo de correlação entre a aplicação da TPM e
a melhoria do desempenho das linhas de produção das fábricas de um dos maiores
construtores automotivos do mundo. Para isso, este documento mostra o trabalho
realizado para implantar um sistema de controle com o objetivo de supervisionar a
aplicação da metodologia TPM nas fábricas da empresa de automóveis Renault. Além
disso, a partir do estudo de exemplos concretos, o autor procura criar um suporte de
comunicação para conscientizar os colaboradores das fábricas a respeito da
importância de aplicar simultaneamente todos os componentes da TPM.
O autor desenvolveu este trabalho durante um período de estágio integral de cinco
meses (Março a Julho de 2006) no Technocentre da indústria de automóveis Renault,
em Guyancourt (França) fazendo parte da equipe central de TPM.
Finalmente, este documento apresenta toda a trajetória e esforço do autor para
executar as tarefas que lhe foram propostas durante o período de estágio.
1.1 ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho se divide em quatro partes: primeiramente, a introdução com a
apresentação do problema e dos objetivos do estágio, assim como uma visão geral da
empresa, sua organização e a estrutura onde o trabalho foi desenvolvido. Na segunda
parte, o autor ressalta fundamentos teóricos dos principais conceitos da TPM, da
Capítulo 1– Introdução
16
utilização de indicadores realizando uma comparação da metodologia TPM aplicada na
Renault. Na terceira parte, o autor apresenta o desenvolvimento do trabalho durante o
período de estágio, passando pelo processo de implantação de um sistema de
supervisão da aplicação da TPM no conjunto das fábricas e finalizando pela análise dos
resultados obtidos. Na quarta parte, as conclusões do trabalho, contribuições e
conseqüências para a organização, resultados obtidos, além das dificuldades
encontradas, ensinamentos adquiridos e análise crítica dos fatos e dos objetivos
atingidos.
1.2 O ESTÁGIO
O objetivo deste item é apresentar sucintamente a metodologia TPM utilizada na
Renault destacando a importância do tema desenvolvido pelo autor. Portanto, podemos
determinar os objetivos e resultados que serão obtidos ao longo deste trabalho assim
como ressaltar a abrangência e restrições do tema.
1.2.1 Ambiente de trabalho
Ao analisarmos a Renault como um todo, além dos responsáveis pela TPM de
cada fábrica, existe uma equipe central no Technocentre da Renault em Guyancourt.
Essa equipe tem a função de capitalizar as melhores práticas e garantir a aplicação da
metodologia TPM no conjunto das fábricas, buscando melhorar o desempenho dos
equipamentos de produção.
O autor deste trabalho fez parte desta equipe de Instrutores Centrais TPM,
trabalhando como estagiário responsável por desenvolver e implantar uma ferramenta
informática capaz de medir e realizar uma síntese da evolução da metodologia TPM nas
fábricas Renault.
Capítulo 1– Introdução
17
A equipe central TPM era composta por quatro pessoas, sendo uma delas o
responsável direto do aluno no dia-a-dia da empresa e cuja responsabilidade era
orientar o autor com relação ao desenvolvimento de seu trabalho.
1.2.2 Relevância
Nos últimos quinze anos, a empresa Renault tem procurado desenvolver um
programa de TPM que busca a melhoria do rendimento global das instalações
industriais, aumentando a disponibilidade das máquinas1 de acordo com sua velocidade
nominal. Para isso, a participação ativa generalizada dos colaboradores da empresa,
desde a alta direção até os últimos dos operacionais, é fundamental e indispensável.
No caso específico da Renault, o conceito de TPM adotado é estabelecido em
duas partes. Primeiramente, procura-se desenvolver a capacidade dos colaboradores
de identificar, analisar e eliminar todas as causas de perdas das instalações.
Posteriormente, tem-se uma política centrada no estabelecimento estruturado e
simultâneo dos cinco pilares que compõem a metodologia. No entanto, quando
analisamos a realidade das fábricas, não encontramos necessariamente, em uma
mesma linha de produção, a aplicação simultânea desses componentes da TPM.
1.2.3 Definição do tema
Dentro dessa lógica, surgiu o interesse de estudar a correlação da aplicação da
TPM com o desempenho das máquinas para conscientizar os colaboradores das
fábricas a respeito da necessidade de se engajar à aplicação simultânea dos pilares da
1 Ao longo deste relatório, vamos considerar "máquina" como sendo uma zona elementar da linha de produção cuja supervisão da aplicação da TPM é uma tarefa viável, no sentido de contar o número de "máquinas" onde a TPM é aplicada. Por exemplo, no setor de estampagem, cada máquina de estampagem é uma "máquina" enquanto que no setor de soldagem, o conjunto de robôs de soldagem é considerado uma única "máquina", porque seria inviável manter um colaborador contando cada pequeno robô onde se aplica a TPM.
Capítulo 1– Introdução
18
TPM. Para isso, existia a necessidade de criar um sistema de supervisão da TPM capaz
de comparar a evolução da implantação da metodologia TPM com o resultado
provocado no desempenho das máquinas.
1.2.4 Objetivos do trabalho
O objetivo deste trabalho é apresentar como o autor aprimorou e implantou uma
ferramenta informática capaz de representar graficamente uma síntese da aplicação da
metodologia TPM e tornar possível um estudo dos resultados concretos obtidos nas
fábricas Renault.
Além disso, como produto suplementar do trabalho, o estagiário foi encarregado
de realizar um suporte destinado aos colaboradores das fábricas, principalmente os
gerentes de fabricação, para sensibilizá-los da importância de aplicar simultaneamente
os componentes da TPM.
Considerando que o programa de implementação da TPM é ilustrado por
exemplos reais, a partir do sistema de supervisão implantado, o estagiário realizou uma
análise do conjunto das linhas de produção de determinadas fábricas, discutindo com
seus respectivos responsáveis, para encontrar exemplos modelos e construir o suporte
de comunicação.
Para isso, coube ao autor o livre arbítrio em suas ações de forma a criar e
estabelecer uma rede de contatos com os responsáveis TPM das fábricas para explicar-
lhes a importância de se ter um sistema de supervisão da aplicação da TPM o que
facilitou a tarefa proposta ao estagiário.
1.2.5 Desenvolvimento, Abrangência e Restrições
No início, o estagiário participou, junto com outros colaboradores da empresa, de
cursos para conhecer o Sistema de Produção Renault (SPR) assim como a
Manutenção Produtiva Total (TPM).
Capítulo 1– Introdução
19
Além disso, participou de visitas ao chão de fábrica para conhecer como
funcionava o processo de implantação da TPM em uma unidade da linha de produção.
Em seguida, tomou conhecimento da ferramenta informática de supervisão que já
havia sido desenvolvida, procurou melhorá-la e implantar sua utilização nas fábricas.
Finalmente, construiu um histórico de dados confiável que permitiu a realização de
análises e obteve um suporte de comunicação destinado aos colaboradores das
fábricas.
Considerando a abrangência do tema, o trabalho deveria ser realizado de maneira
transversal com todas as fábricas do grupo. Sendo assim, o estagiário trabalhou em
contato direto com os correspondentes TPM das diversas fábricas no mundo, de
maneira independente com relação à escolha dos métodos de estudo, às visitas
realizadas em chão de fábrica e todo o processo de desenvolvimento do tema.
Devido a restrições no âmbito operacional e considerando o curto período de
estágio, o autor tomou a liberdade de restringir seu perímetro de atuação, segundo
critérios que serão expostos ao longo do presente trabalho.
Em suma, o autor pôde cumprir o conjunto de tarefas que lhe foram propostas,
permitindo elaborar, ao fim do estágio, este documento que resume todas as ações
realizadas.
Capítulo 2 – A Empresa 20
2 A EMPRESA
O grupo Renault apresenta uma estrutura complexa com diversos departamentos
e níveis hierárquicos. Assim, este capítulo é dividido em duas partes : inicialmente,
apresentamos a empresa como um todo, destacando os principais dados, a gama de
produtos, a Aliança Renault-Nissan e sua importância. Em seguida, temos a estrutura
da empresa com seus diversos níveis hierárquicos até a equipe da qual o autor fez
parte.
2.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
2.1.1 O grupo Renault2
A atividade do grupo Renault é organizada em dois ramos: Automóveis (abrange a
concepção, a fabricação e a comercialização de veículos) e Financiamento de Vendas
(acompanha toda a atividade comercial).
O grupo Renault conta com mais de 350 postos industriais e comerciais dentro de
mais de 40 países com mais de 125 mil colaboradores. Em 2005, o grupo vendeu 2,5
milhões de veículos no mundo e obteve uma receita de 41,3 bilhões de euros, o que
representa uma alta de 1,5% com relação ao ano anterior (vide tabela 1).
A estratégia de crescimento rentável se estabelece de acordo com três eixos :
competitividade, inovação e internacionalização. Dentro desta estratégia, o grupo fez
uma aliança binacional com a empresa Nissan, tornando esse conjunto um dos quatro
primeiros construtores automobilísticos do mundo.
2 Dados obtidos do site www.renault.com acessado em maio de 2006
Capítulo 2 – A Empresa
21
• Automóveis: considera, além da marca Renault, os veículos das marcas
Samsung (Coréia do Sul) e Dacia (Romênia). Ela concebe, desenvolve e
comercializa veículos particulares e utilitários. Em 2005, realizou 95,5% da
receita total do grupo.
• Financiamento de Vendas: acompanha a atividade comercial do grupo
Renault além do RCI Banque e suas filiais (diversas sociedades que apóiam
o desenvolvimento internacional do grupo). Em 2005, sua receita foi de
mais de 1,9 bilhões de euros, o equivalente a 4,5% da receita total do
grupo.
Tabela 1 – Resultados do grupo Renault
2.1.2 As Fábricas
As fábricas Renault estão presentes em cinco continentes com 33 postos de
produção repartidos em 16 países. Estas fábricas são divididas em dois tipos, como
podemos verificar nas figuras a seguir: Carroceria - Montagem e Mecânica.
Capítulo 2 – A Empresa
22
Figura 1 – Fábricas de Carroceria e Montagem
(Fonte: documentos da empresa)
Figura 2 - Fábricas de Mecânica
(Fonte: documentos da empresa)
Capítulo 2 – A Empresa
23
2.1.3 A Gama de Produtos Renault
Neste item, apresentamos de maneira geral a gama de produtos fabricados e
comercializados pela Renault em todo o mundo.
Veículos Particulares (VP)
Veículos Utilitários (VU)
Figura 3 - A gama de produtos Renault
(Fonte: documentos da empresa)
Capítulo 2 – A Empresa
24
2.1.4 A Aliança Renault e Nissan
Ligadas por participações cruzadas, Renault e Nissan estão unidas pela
performance através de uma estratégia coerente, com objetivos e princípios comuns e
um compartilhamento das melhores práticas. Ambas empresas respeitam e reforçam
suas respectivas identidades e marcas. A Aliança representa a primeira aproximação
industrial e comercial deste tipo entre uma empresa francesa e uma empresa japonesa.
A Aliança figura entre os quatro primeiros contrutores automobilisticos mundiais e
abrange cinco marcas comerciais (Nissan e Infiniti pelo grupo Nissan ; Renault, Dacia e
Samsung pelo grupo Renault).
Figura 4 - A Aliança Renault Nissan
(Fonte: documentos da empresa)
Capítulo 2 – A Empresa
25
Graças a esta aliança, as vendas totais de Renault e Nissan no mundo
representam hoje 5,7 milhões de veículos por ano, o equivalente a 9,6% do mercado
mundial. 3
Considerando que Renault e Nissan compartilham uma estratégia comum de
crescimento rentável, Renault colaborou na sociedade permitindo à Nissan de se
endireitar e tornar-se novamente rentável. Por sua vez, Nissan trouxe seu
conhecimento em diversas áreas da construção de automóveis, especialmente
auxiliando a Renault a construir seu Sistema de Produção Renault (SPR) baseado no
Nissan Production Way (NPW), seu equivalente na Nissan há muitos anos. No entanto,
temos algumas diferenças entre o SPR e o NPW, considerando assim as
especificidades e os valores do grupo Renault.
A força das diversas sinergias geradas pela Aliança durante os cinco últimos anos
nas áreas técnica, industrial, comercial, informática e compras, além da ótima
performance de ambas empresas, permitem à Renault-Nissan de estarem ativamente
presentes hoje na maioria dos grandes mercados mundiais.
2.2 ESTRUTURA DA EMPRESA
2.2.1 Departamento de Performance do Sistema Industrial
Para oferecer veículos inovadores e de qualidade a uma clientela cada vez mais
diversificada, a Renault se apóia em uma organização industrial racionalizada, tendo
domínio da qualidade, dos custos e tempos de produção. O Sistema de Produção
Renault (SPR) é um processo de gestão centrado no progresso contínuo que mobiliza
um conjunto de atores do sistema industrial : compradores e fornecedores,
responsáveis da logística, criadores de produtos e processos, e fabricantes.
Comum ao conjunto de fábricas do grupo no mundo, o SPR é aplicado em todos
os níveis da produção. Fonte de racionalização e de produtividade, esta organização
3 Dados obtidos do site www.renault.com acessado em maio de 2006
Capítulo 2 – A Empresa
26
constitui um apoio eficaz à internacionalização do grupo e contribui à convergência dos
sistemas de produção da Renault e da Nissan.
Em conseqüência da Aliança, uma divisão especialmente dedicada ao SPR foi
criada : o Departamento de Performance do Sistema Industrial (DPSI) que é ligado ao
Departamento de Fabricação.
Figura 5 - Organograma global da empresa.
(Fonte : adaptado pelo autor à partir de documentos da empresa)
O DPSI tem o papel de conceber e desenvolver o sistema industrial Renault
visando obter o melhor nível mundial. Para isso, ele se apóia em uma organização de
quatro pólos :
• O Departamento de Suportes Técnicos à Performance traz para as fábricas e
para a engenharia os suportes técnicos adaptados.
• O Departamento de Projetos Industriais dirige os projetos industriais em
coerência com os objetivos de performance da Renault.
Capítulo 2 – A Empresa
27
• O Departamento de Estratégia Industrial constrói o sistema industrial em
coerência com o plano de gama e as ambições internacionais da Renault e
Nissan.
• O Departamento de Desenvolvimento do SPR concebe e desenvolve o Sistema
de Produção Renault.
Figura 6 - Organograma do Departamento de Fabricação.
(Fonte : adaptado pelo autor à partir de documentos da empresa)
Durante o desenvolvimento deste trabalho, o estagiário fez parte do Serviço de
Engenharia do SPR, ligado ao Departamento de Desenvolvimento do SPR. Vale
ressaltar que este último tem como principais objetivos :
Capítulo 2 – A Empresa
28
• Conceber e desenvolver o Sistema de Produção Renault.
• Conceber e colocar em prática as melhores técnicas de logística e fluxo a fim
de garantir a melhor performance global.
• Dirigir os objetivos de custo de manutenção.
• Garantir a criação de sistemas de informação industriais para o conjunto das
fábricas.
2.2.2 Serviço de Engenharia do SPR
O Serviço de Engenharia do SPR possui as seguintes missões:
• Garantir a realização de ações associadas aos métodos e ferramentas do SPR.
• Levar os princípios comuns do SPR ao conjunto dos atores que participam da
fabricação, garantindo o aumento da implantação do SPR às funções
Engenharia, Fornecedores, Meio Ambiente e Logística.
• Desenvolver e colocar em prática uma política de reforço da policompetência
no Departamento de Desenvolvimento do SPR.
• Obter a aplicação da metodologia TPM, garantir sua apropriação pelas
fábricas, engenharias e compras além de melhorar o desempenho dos
equipamentos de produção.
• Definir e desenvolver as ferramentas de quantificação do tempo de produto e
de processo na empresa, garantindo sua boa utilização.
• Dirigir o benchmarking interno da medida de desempenho dos operadores e os
planos de progresso associados.
Assim, o Serviço de Engenharia do SPR é dividido em diversas Unidades
Elementares de Trabalho (UET) responsáveis por construir o plano de ação em médio
prazo em cada fabrica, além de validar e fazer auditoria de sua implantação.
Finalmente, o estagiário fazia parte da equipe responsável pela aplicação da TPM
dentro do SPR, cujas missões eram:
Capítulo 2 – A Empresa
29
• Aplicar a metodologia TPM em série e em projeto.
• Garantir sua apropriação pelas fábricas, engenharia e compras.
• Garantir a melhoria do desempenho dos equipamentos de produção.
• Obter a capitalização das melhorias realizadas.
Figura 7 - Organograma do Serviço de Engenharia do SPR.
(Fonte : adaptado pelo autor à partir de documentos da empresa)
Antes de explicarmos melhor a TPM na Renault, primeiramente esclareceremos o
conceito de SPR e onde se encontra a TPM dentro deste sistema de produção.
2.2.3 Sistema de Produção Renault (SPR)
O SPR é baseado globalmente em dois princípios:
• Gerenciamento pela Qualidade: a qualidade é o ponto de entrada da
aplicação do SPR, sendo a responsável por direcionar todos os outros
processos e por garantir a compreensão global do sistema.
Capítulo 2 – A Empresa
30
• Produção Enxuta: seria o conceito de produzir utilizando o mínimo de
recursos de toda natureza (homens, meios industriais e materiais), eliminando
ou reduzindo ao máximo as perdas de maneira a otimizar o desempenho, os
prazos e os custos.
Assim, o SPR descreve os objetivos a serem atingidos, os princípios a serem
respeitados, as regras de ação a serem praticadas e os padrões a serem utilizados para
melhorar o desempenho do conjunto do sistema industrial. Ele abrange o conjunto dos
atores que contribuem para a fabricação de um produto, ou seja, as fábricas, veículos,
órgãos e componentes, mas igualmente as equipes de concepção do produto e do
processo, os compradores, os fornecedores e os responsáveis pela logística.
A cada objetivo do SPR, são associados princípios e regras de ação que os
processos e ferramentas do SPR são responsáveis por colocar em prática. Esses
processos e ferramentas são representados no esquema abaixo, conhecido por "fusée
SPR".
Figura 8 - O "Fusée SPR"
(Fonte : documentos da empresa)
Capítulo 2 – A Empresa
31
Em geral, a parte verde seria a base de melhoria em uma fábrica, responsável por
sustentar todo o sistema. Ela é composta pelo "5S" (Organização, Ordem, Limpeza,
Higiene e Disciplina), "Destreza", "PPT" (Padronização do Posto de Trabalho),
"Ergonomia", "Kaizen" (Melhoria Contínua) e "MDT" (Medida dos Tempos).
Em seguida, temos os processos "QC" (Quality Control, ou seja, gerenciamento da
qualidade), "TPM" (Total Productive Maintenance, ou seja, melhoria do desempenho
das máquinas) e "JIT" (Just in Time, ou seja, melhoria da gestão de fluxos).
Tudo isso deve ser conduzido pelo "Desdobramento dos Objetivos e Planos de
Ação" e deve permitir atingir a "Excelência no Quotidiano".
PARTE II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
33
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo tem o objetivo de apresentar alguns conceitos teóricos referentes a
TPM relacionando-os com a realidade da empresa onde foi desenvolvido este trabalho.
Primeiramente, serão expostos alguns conceitos básicos relacionados à
metodologia TPM e posteriormente, apresentaremos como esses conceitos são
desenvolvidos na empresa, destacando a realidade vivenciada pelo estagiário.
O propósito é mostrar a fundamentação teórica a respeito da metodologia TPM,
permitindo uma compreensão mais íntegra e proveitosa do trabalho por todos
interessados, mesmo aqueles que não estão diretamente ligados ao assunto.
Como fontes de pesquisa foram usadas as referências bibliográficas citadas no
final deste trabalho, permitindo assim ao leitor tomar conhecimento do problema tratado
e das soluções que serão abordadas.
3.1 MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
Levando em consideração que a temática central para o desenvolvimento deste
Trabalho de Formatura aborda a Manutenção Produtiva Total, o objetivo deste item é
explicitar os conceitos inerentes a essa metodologia, destacando sua aplicação na
indústria, sua importância e os indicadores relacionados.
3.1.1 Visão Geral da TPM nas indústrias
De acordo com Suzuki (1994, p.1), as indústrias japonesas, após introduzirem a
manutenção preventiva e produtiva em seus processos de fabricação, perceberam que
com o alto desenvolvimento das tecnologias, a crescente automação das fábricas e a
difusão do conceito de produção just-in-time, havia um interesse de aprimoramento das
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
34
técnicas de manutenção. Sendo assim, os japoneses desenvolveram a Total Productive
Maintenance (TPM), de forma a aplicar a manutenção produtiva envolvendo todos os
colaboradores da empresa.
A TPM desenvolveu-se primeiramente na indústria automobilística e rapidamente
tornou-se parte da cultura corporativa em companhias como Toyota, Nissan e Mazda e
posteriormente foi introduzida em diversos outros tipos de indústria. Segundo Suzuki
(1994, p.2), a metodologia TPM tem se difundido entre as indústrias do mundo devido a
três principais razões: ela assegura a otimização de resultados, transforma visivelmente
o local de trabalho e aumenta o nível de conhecimento e habilidades dos trabalhadores
de produção e manutenção.
3.1.2 Maximizando resultados
Devemos entender por maximização de resultados não obrigatoriamente como um
maior número de peças produzidas, mas o favorecimento integrado da qualidade, custo,
prazo de entrega, ao lado de um bom ambiente e segurança no trabalho, melhoria do
processo operacional, enfim, todas as variáveis que possibilitam uma maior motivação e
realização ao lado de um bom produto (NAKAJIMA,1989, p.15).
Para a TPM provocar resultados significativos, é necessário montar uma estrutura
onde haja participação de todos os escalões, desde os da alta direção até os
operacionais de todos os departamentos, ou seja, uma sistemática prevenção de
manutenção, com envolvimento de todos (NAKAJIMA, 1989, p.2).
Os autores Takahashi e Osada (1993, p.1) afirmam que é essencial a
transformação de uma fábrica em uma operação com gerenciamento orientado para o
equipamento, coerente com as mudanças da sociedade contemporânea. Para essa
transformação, é necessário que todos (inclusive a alta gerência, os supervisores e os
operários) voltem sua atenção a todos os componentes da fábrica (matrizes,
dispositivos, ferramentas, instrumentos industriais e sensores) reconhecendo a
importância e o valor do gerenciamento orientado para o equipamento, coerente com as
tendências contemporâneas.
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
35
Levando isso em consideração, o estagiário busca neste trabalho, implantar um
sistema de supervisão cujo objetivo final seja justamente, através da visualização
gráfica correlacionando a aplicação da TPM com o desempenho das máquinas,
conscientizar todos sobre a importância de se engajar à aplicação da TPM.
Senda assim, a chave para o desenvolvimento da TPM dentro de uma fábrica é
garantir o apoio principalmente da alta gerência; afinal ela é a responsável por
determinar os rumos da fábrica, as suas prioridades e atividades. De acordo com
Takahashi e Osada (1993, p.21) o ponto mais importante, nesse caso, é avaliar até que
ponto a alta gerência e a gerência de nível médio reconhecem a necessidade e o valor
das atividades de TPM no futuro.
3.1.3 Definição de TPM
A TPM objetiva promover a integração da manutenção do sistema produtivo, de
forma total, tanto nos aspectos administrativos como operacionais (NAKAJIMA, 1989,
p.1). Sendo assim, esse mesmo autor afirma que TPM é "a manutenção produtiva
realizada por todos os empregados através de atividades de pequenos grupos", onde
manutenção produtiva é a "gestão de manutenção que reconhece a importância de
confiabilidade, manutenção e eficiência econômica nos projetos de fábricas"
(NAKAJIMA, 1988).
Conforme ressalta Suzuki (1994, p.6), considerando os avanços e tendências da
indústria, o Japan Institute of Plant Maintenance (JIPM) apresentou a definição de TPM
em 1989 possuindo os seguintes componentes estratégicos:
• Construir uma constituição corporativa otimizando os resultados do sistema
produtivo.
• Através da participação dos trabalhadores de chão de fábrica, construir uma
organização que previne todo tipo de perda (garantindo o "zero acidentes",
"zero defeitos", e "zero falhas") para toda a vida do sistema de produção.
• Envolver todos os departamentos em implementação da TPM, incluindo
desenvolvimento, vendas e administração.
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
36
• Envolver a todos – desde a alta gerência até o trabalhador de chão de
fábrica.
• Conduzir atividades de "zero perdas" através da realização de atividades
em pequenos grupos.
O autor Nakajima (1989, p.12) ainda destaca que a letra "T", derivando de "Total",
apresenta três significados:
• Rendimento total das máquinas, proveniente da maximização do
rendimento operacional global.
• Sistema total, proveniente do enfoque global do envolvimento da
engenharia, produção e manutenção.
• Participação de todos
Podemos complementar essa análise em partes, ressaltando também o significado
da letra "P", derivada de "Productive":
• Pilotar e gerenciar custos.
• Melhorar o desempenho operacional dos equipamentos de produção.
• Progressão do desempenho a partir da medida com uso de indicadores
pertinentes.
Ainda podemos destacar para a letra "M" de "Maintenance", as possíveis
interpretações:
• Gerenciamento do desempenho das máquinas
• Ter conhecimento de todas as atividades envolvidas no processo para
eliminar as fontes das perdas de rendimento a partir de dados
quantificados.
• Maximizar a eficiência das ações através da otimização e da boa aplicação
da manutenção preventiva.
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
37
3.1.4 Implementação da TPM
Em razão das transformações ocorridas nos processos produtivos, devido ao
desenvolvimento de novas tecnologias e às mudanças sócio-culturais, a metodologia de
implementação da TPM em indústrias tem sofrido alterações para adaptar-se à
realidade de cada época.
De acordo com Nakajima (1989, p.46) e Suzuki (1994, p.8), a TPM normalmente é
implementada em quatro fases (preparação, introdução, implementação e
consolidação) que podem ser divididas em um total de doze etapas. Podemos resumi-
las da seguinte forma:
Tabela 2 - As doze etapas para implantação da TPM.
(Adaptado pelo autor de Nakajima (1989, p.47) e Suzuki (1994, p.9) )
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
38
Nakajima (1988, 1989, 1994) afirma que para desenvolver a TPM junto à
organização existem etapas a serem vencidas, com detalhes específicos para cada
empresa, afinal os objetivos e metas são também exclusivos em cada caso. No entanto,
ele defende a existência de alicerces comuns a todos, que se denominam os cinco
pilares básicos de sustentação do TPM:
• Estruturação para condução da manutenção voluntária ou autônoma.
A idéia seria de realizar a manutenção autônoma, permitindo ao pessoal
que opera ou usa os equipamentos da produção assumir a
responsabilidade por pelo menos algumas das tarefas de manutenção.
Também se deve encorajar o pessoal de manutenção a assumir a
responsabilidade pela melhoria do desempenho de manutenção.
• Estruturação do setor de manutenção para condução da manutenção
planejada.
O objetivo é planejar a manutenção de forma a obter uma abordagem
elaborada para todas as atividades de manutenção. Isso deveria incluir o
nível de manutenção preventiva necessário para cada peça de
equipamento, os padrões para manutenção preditiva e as respectivas
responsabilidades do pessoal de operação e de manutenção.
• Incorporação de melhorias específicas e individualizadas nas máquinas.
O propósito principal é de melhorar a eficácia dos equipamentos
examinando como as instalações estão contribuindo para a eficácia da
produção por meio da análise de todas as perdas que ocorrem. Perda de
eficácia pode ser o resultado de perdas por tempo parado, perda de
velocidade ou perdas por defeitos.
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
39
• Capacitação técnica e busca de novas habilidades tanto para os elementos
da produção como manutenção.
A manutenção produtiva total coloca forte ênfase no treinamento adequado
e contínuo. O objetivo é treinar todo o pessoal em habilidades relevantes de
manutenção, proporcionando tanto para os profissionais de manutenção
como de operação todas as aptidões para desempenhar seus papéis.
• Estruturação para controle dos equipamentos já na fase inicial de
funcionamento.
Essa meta é direcionada para uma forma de evitar totalmente a
manutenção por meio de "prevenção de manutenção" ou seja compreende
considerar as causas de falhas e a manutenibilidade dos equipamentos
durante sua etapa de projeto, na manufatura e na instalação.
Para este presente trabalho, verificaremos adiante (item "3.2.3") como a empresa
Renault desenvolve e aplica sua própria metodologia TPM baseada nesses cinco
pilares básicos de sustentação da TPM.
3.1.5 Indicadores
Considerando que o tópico inicial deste trabalho é conceber uma ferramenta
informática capaz de correlacionar a aplicação da TPM com o desempenho das
máquinas, torna-se necessário a escolha de indicadores que possibilitem relacionar
esses dois assuntos.
Sabendo assim que o desempenho das máquinas assim como a aplicação da
TPM podem ser medidos por meio de um indicador que represente uma mensuração,
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
40
torna-se conveniente apresentar algumas considerações sobre a importância de
indicadores.
De acordo com Johnston e Clark (2002, p.376) existem quatro razões principais
para adoção da mensuração:
• Comunicação: uma medida informa aos funcionários o que a organização
espera deles e, de fato, o que pode ser atribuído a eles, como indivíduos ou
departamento, além de ser um meio importante de comunicar e
implementar uma estratégia.
• Motivação: uma medida ou conjunto de medidas usadas por uma
organização cria hábitos mentais que influenciam o comportamento dos
funcionários.
• Controle: o controle pode ser usado para assegurar o desempenho
consistente da organização e a partir da mensuração é possível saber que
ação pode ser adotada para manter um processo sob controle.
• Melhoria: a mensuração pode motivar os indivíduos a melhorarem o
desempenho quando a vinculamos às recompensas (como bônus) e/ou
punições (como dispensa). Além disso, a informação sobre o que empurra o
processo para a meta ou para fora da meta pode também ajudar os
indivíduos e as organizações a aprenderem como melhor gerenciar o
processo envolvido.
Uma vez compreendido a importância de mensurarmos, podemos ressaltar um
dos principais indicadores utilizados para medir o desempenho das máquinas. De
acordo com Nakajima (1989, p.25) a eficiência do equipamento pode ser medida por
meio do "Índice de Desempenho Operacional Global", proveniente do produto: Índice de
Tempo Operacional x Índice de Performance Operacional x Índice de Produtos
Aprovados.
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
41
Figura 9 - Índice de Desempenho Operacional Global
(Adaptado de Nakajima, 1989, p.25 e Vaz, 2003, p.19)
No caso da Renault, este "Índice de Desempenho Operacional Global", chamado
simplesmente Índice de Desempenho, é calculado para todas as linhas de produção,
representando um dos indicadores que melhor mostra o rendimento das máquinas.
Sendo assim, este indicador será utilizado posteriormente para ser comparado com o
indicador do nível de aplicação da TPM no conjunto das fábricas.
Por sua vez, para mensurarmos o nível de aplicação da TPM no conjunto das
fábricas, devemos levar em conta as diversas especificidades e particularidades do
processo de implementação da TPM na Renault. Sendo assim, veremos nos itens
posteriores esses principais aspectos da TPM aplicados na Renault, para então,
explicitarmos no item “4.4.3” o indicador utilizado para medir o nível de aplicação da
TPM nas fábricas.
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
42
3.2 A REALIDADE DA EMPRESA
O objetivo deste item é apresentar sucintamente um diagnóstico da TPM na
Renault, ressaltando suas principais características e explicando alguns fundamentos
teóricos considerados. Serão apresentados os conceitos de base que foram levados em
conta para o desenvolvimento da ferramenta informática, destacando a importância da
criação de uma tabela de controle para determinar os objetivos a serem atingidos no
futuro. Grande parte das informações descritas foram obtidas a partir de documentos
obtidos na própria empresa, referenciados no final deste presente trabalho.
3.2.1 Histórico da TPM na empresa
A metodologia TPM foi implantada na Renault no início dos anos 90, adotando-se
a filosofia de utilização das doze etapas para condução desse processo (descritas no
item "3.1.4").
No entanto, a partir de 2000, o processo de implantação foi aprofundado quando
os responsáveis pela TPM na empresa (chamados Instrutores Sênior TPM – IS TPM)
participaram de um curso especial feito pelo Japan Institute of Plant Maintenance
(JIPM), órgão encarregado da veiculação e implementação das atividades relativas ao
TPM no Japão.
Visando a melhoria do rendimento global das instalações industriais, a partir desse
momento, a TPM da Renault passou a ser baseada primeiramente no desenvolvimento
da capacidade dos homens a identificar, analisar e eliminar todas as causas de perdas
das instalações. Em seguida, além disso, a TPM da Renault passou a apoiar-se
estritamente no estabelecimento estruturado e simultâneo da aplicação dos cinco
pilares da metodologia TPM (descritas no item "3.1.4") e mais um pré-requisito que
permite realizar uma análise das perdas.
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
43
3.2.2 Implementação da TPM na empresa
A aplicação da TPM em uma fábrica Renault segue um plano-diretor desenvolvido
pelo comitê de direção da fábrica. Este plano-diretor apresenta, a partir de uma análise
dos rendimentos das linhas de produção, um planejamento das unidades da linha onde
serão aplicadas a metodologia TPM com a finalidade de conduzir o conjunto para
melhores níveis de produção.
O desenvolvimento da aplicação da TPM na fábrica inicia-se pelo treinamento da
gerência (formada por responsáveis de cada departamento da fábrica) em uma
"máquina-escola", escolhida sob critérios pedagógicos: o comitê de direção será
formado nesta unidade da linha, supervisionado pelo Instrutor Sênior TPM (IS TPM) da
fábrica.
Uma vez realizada as aulas nessa "máquina-escola", cada departamento deve
escolher uma linha piloto a fim de dar continuidade à aplicação da metodologia. Nessa
linha piloto, escolhida devido à necessidade de melhorar seu desempenho, o chefe do
departamento vai supervisionar, junto com os chefes de setor, a máquina mais crítica
(gargalo) de uma unidade da linha, identificada por sua vez graças a uma análise das
perdas. Dessa forma, a aplicação da TPM segue o mesmo esquema até chegar ao
nível da UET dos operadores de chão de fábrica.
Podemos concluir, portanto que o sucesso da TPM na Renault apóia-se no forte
engajamento da hierarquia de comando, na aplicação estruturada da metodologia
desde a direção até os operadores e na ação focada sobre as principais fontes de
melhoria de rendimento.
Finalmente, a metodologia TPM na Renault envolve a utilização de pilares e de
ferramentas e métodos especialmente desenvolvidos e adaptados para o ambiente de
trabalho específico de suas fábricas, como podemos verificar nos próximos itens.
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
44
3.2.3 Os Pilares da TPM na empresa
Conforme citado anteriormente (item "3.1.4"), a empresa Renault desenvolve e
aplica uma metodologia TPM própria, baseada nos cinco pilares básicos de sustentação
da TPM. Em linhas gerais, o objetivo é implementar esses pilares em conjunto, não
seqüencialmente um após o outro, mas de maneira simultânea.
Neste trabalho, a partir deste momento, para adotar uma unanimidade na
terminologia, o autor utilizará as nomenclaturas adotadas na Renault, obtidas a partir da
bibliografia utilizada na empresa e referenciadas ao final desta obra.
A metodologia TPM da Renault é estruturada a partir de um pré-requisito que
permite realizar uma análise das perdas e em mais cinco pilares de base. Podemos
ilustrá-los como mostra a figura a seguir:
Figura 10 - Pré - requisito e Pilares TPM.
(Fonte : documentos da empresa)
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
45
3.2.3.1 Medida e Análise das Perdas (MAP)
A “Medida e Análise das Perdas” é implementada em uma linha por inteiro e
permite estabelecer quais são as ações críticas da produção. Isto é realizado graças à
análise de um painel que apresenta uma série de gráficos resumindo e destacando as
principais atividades da linha. Considerando que esta análise não faz parte do assunto
principal deste trabalho, não entraremos no detalhe de como interpretamos os dados
deste painel.
Figura 11 - Painel de "Medida e Análise das Perdas"
Linha de produção em Cléon
(Fonte : documentos da empresa)
Após realizar a análise desses quadros, podemos obter determinadas conclusões
e tomar três opções de ação:
• Trabalhar sobre uma operação crítica
• Trabalhar sobre uma família de perdas críticas
• Trabalhar sobre uma família de perdas críticas para uma operação
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
46
Vale ressaltar que um ano antes da chegada do estagiário ao setor, a “Medida e
Análise das Perdas” passou a ser considerada como um pré-requisito para o
estabelecimento dos outros pilares.
Podemos também destacar que sua implementação é feita em quatro etapas:
• Etapa 1 : Preparar
• Etapa 2 : Medir
• Etapa 3 : Analisar
• Etapa 4 : Utilizar o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act – vide item "3.2.4")
3.2.3.2 Manutenção Autônoma (MA)
O objetivo da "Manutenção Autônoma" é colocar os trabalhadores de fabricação
em situação de detectar, assinalar e tratar anomalias potenciais de quebra, não
qualidade, risco de segurança, etc. e propor, formalizar e aplicar as tarefas de
manutenção. Ela é dividida em oito etapas de aplicação:
• Etapa 0 : Preparar
• Etapa 1 : Limpar e inspecionar
• Etapa 2 : Tratar as fontes de anomalias
• Etapa 3 : Estabelecer os padrões provisórios
• Etapa 4 : Instruir as pessoas sobre os padrões
• Etapa 5 : Inspecionar no quotidiano
• Etapa 6 : Reduzir o tempo de inspeção
• Etapa 7 : Melhorar as práticas no quotidiano
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
47
3.2.3.3 Manutenção Planejada (MP)
O objetivo da "Manutenção Planejada" é colocar os trabalhadores de manutenção
em condições de melhorar as máquinas, eliminar as causas de parada e de propor,
redigir e aplicar as tarefas de manutenção preventiva. Ela é dividida em oito etapas de
aplicação:
• Etapa 0 : Hierarquizar os equipamentos
• Etapa 1 : Analisar as causas de quebra
• Etapa 2 : Arrumar as partes degradadas
• Etapa 3 : Prevenir a reaparição de quebras
• Etapa 4 : Organizar e realizar o PMP (Plano de Manutenção Preventiva)
• Etapa 5 : Melhorar a prática do PMP
• Etapa 6 : Associar as condições do equipamento e a qualidade do produto
• Etapa 7 : Utilizar o equipamento ao seu limite
3.2.3.4 Melhoria Caso a Caso ou Eliminação das Perdas
O objetivo da "Melhoria Caso a Caso" é hierarquizar as causas das perdas e
eliminá-las uma após a outra através de uma análise apoiando-se na lógica "QC Story".
O "QC Story" trata-se de uma metodologia estruturada que se aplica para eliminar
sistematicamente todas as categorias de perdas. O propósito é focar globalmente no
"zero perdas" identificando, quantificando e tratando as perdas por ciclos PDCA (vide
item "3.2.4") iterativos e de curta duração, cada um deles visando a eliminação de uma
causa elementar de perda ("zero local"). Apesar da formalização deste pilar ainda estar
em fase de criação, podemos afirmar que ela é baseada no princípio de eliminação das
perdas em quatro etapas :
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
48
• Etapa 1 : Reduzir a dispersão de aparição da perda
• Etapa 2 : Prolongar a duração de funcionamento sem a perda
• Etapa 3 : Realizar renovações periodicamente
• Etapa 4 : Prever a aparição da perda
3.2.3.5 Formação e Treinamento
O objetivo da "Formação e Treinamento" é ensinar a todos os trabalhadores,
principalmente pela prática, os conhecimentos necessários para a aplicação dos pilares
TPM e para ter domínio das instalações. A idéia é implantar meios que lhes permitam
treinar, fora das máquinas, e aplicar estes conhecimentos. Sua aplicação é feita em seis
etapas:
• Etapa 1 : Definir as orientações
• Etapa 2 : Estabelecer o sistema de formação
• Etapa 3 : Colocar em prática
• Etapa 4 : Implementar
• Etapa 5 : Educar a si próprio
• Etapa 6 : Avaliar as atividades
3.2.3.6 Capitalização e TPM em Projeto
O objetivo da "Capitalização e TPM em Projeto" é formalizar as experiências do
chão de fábrica em benefício das máquinas existentes e futuras. A idéia é reduzir as
perdas das instalações futuras desde o projeto. Trata-se de uma metodologia de
transversalização das melhorias e de preparação à utilização e à manutenção em fase
de projeto. A formalização deste pilar ainda está em fase de criação e, portanto, suas
etapas ainda não foram definidas.
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
49
Conforme visto, esse conjunto de pilares, junto com a análise de perdas, é
implementado a partir da validação das etapas, realizadas por auditoria interna, em
cada um dos processos. Podemos resumir essas etapas na tabela abaixo :
Tabela 3 - Resumo das etapas do Pré-Requisito e dos Pilares TPM.
(Fonte : elaborado pelo autor)
Estes pilares interdependentes são implementados de maneira simultânea nas
fábricas, focando os esforços nas instalações mais críticas, nas máquinas ou operações
de maior custo em tempo de parada. Verificamos assim como a análise de perdas
torna-se algo fundamental, permitindo mapear os desempenhos dos equipamentos
instalados em um perímetro e de construir um plano de ação com a finalidade de
melhorar os rendimentos de maneira eficaz e rápida.
Finalmente, podemos verificar um diagrama ilustrativo da aplicação dos cinco
pilares da TPM para melhorar o desempenho das instalações:
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
50
Figura 12 - Os 5 pilares da TPM melhorando o desempenho das instalações
(Fonte : documentos da empresa)
3.2.4 As Ferramentas e Métodos da empresa
Paralelamente à implementação dos pilares da TPM, a empresa utiliza algumas
ferramentas e métodos de trabalho que permitem aplicar a metodologia de maneira
progressiva, formalizar, padronizar e obter resultados duráveis ao longo do tempo.
Sendo assim, podemos verificar abaixo as principais ferramentas e métodos da
metodologia na Renault:
• Detecção de anomalias: as anomalias geram defeitos, tornando-se necessário
eliminar suas causas. Para atingir esse objetivo, a detecção de anomalias
desperta os sentidos, faz uso da observação das máquinas quando estão
paradas e em funcionamento e utiliza etiquetas que destacam os problemas
das máquinas em funcionamento.
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
51
• Análise "por que-por quê?": consiste em perguntar-se "por que" quantas
vezes forem necessárias para obter um conjunto de fatos com a finalidade de
determinar as causas primárias de um problema e de colocar em prática
medidas corretivas ou preventivas.
• Ciclo PDCA: são etapas de um ciclo que conduzem a uma melhoria de um
determinado processo.
Figura 13 - Ciclo PDCA
(Fonte : elaborado pelo autor)
O ciclo começa com a etapa P (do inglês plan, planejar), tentando entender a
situação existente e fixar um objetivo. Isso envolve coletar e analisar dados
de modo a formular um plano de ação que melhore o desempenho. Uma vez
que o plano de melhoramento tenha sido concordado, inicia-se a etapa D (do
inglês do, fazer), buscando executar o plano previamente determinado e
utilizar os meios de mensuração. A seguir, temos a etapa C (do inglês check,
checar) em que se procura avaliar os resultados e entender as razões das
eventuais diferenças existentes. Finalmente, temos a etapa A (do inglês act,
agir) onde o objetivo é consolidar e padronizar a mudança, difundindo sua
implementação.
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
52
• Trabalho em grupo: para resolver um problema escolhido, nomeia-se um
chefe para conduzir as tarefas. Este por sua vez, constitui um grupo, por um
período de tempo limitado, juntando as competências necessárias à resolução
do problema. Ele presta contas de suas decisões regularmente a um
responsável hierárquico, formalizando a condução de seus trabalhos.
• Visualização: o propósito é tornar visível e acessível a todos, os objetivos, a
metodologia, os métodos, os resultados, os parâmetros, os órgãos e
fenômenos físicos das máquinas além de valorizar as realizações dos
trabalhadores.
• Painel de atividades: tornar a metodologia visível para mostrar as atividades,
o desempenho, gerenciando a evolução das ações praticadas fazendo com
que todos fiquem no mesmo nível de informação.
Figura 14 - Painel de Detecção de Anomalias
(Fonte: fábrica de Ruitz - STA)
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
53
• Lições Pontuais: são pequenos cursos em formato de fichamento, limitados
de um a três minutos, que tratam de um ponto específico, de maneira concisa e
prática, fazendo uso de desenhos, esquemas, fotos, tabelas, etc. Elas podem
ser utilizadas individualmente ou em grupo, a partir de iniciativa própria ou da
gerência.
• Espaço de formação e de treinamento: na Renault, também é chamado de
DOJO, e é utilizado para treinar, formar, ensinar o vocabulário das máquinas,
conhecer as referências dos componentes das máquinas e transmitir às
pessoas conhecimentos e experiências. Podemos encontrar maquetes, peças
de máquinas, ferramentas, lições pontuais, etc.
Figura 15 - Espaço de Formação " DOJO "
(Fonte: fábrica de Le Mans)
• Plano de Manutenção Preventiva (PMP): consiste na lista de todas as ações
a serem conduzidas em uma máquina ou instalação (limpeza, controle,
inspeção, etc.) para mantê-la em seu estado de origem.
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
54
• Otimização da Manutenção Preventiva (OMP): baseia-se nas observações
realizadas após as intervenções da manutenção preventiva quando a carga de
trabalho gerada é considerada globalmente otimizável. Ela permite melhorar
em grupo a pertinência de um PMP.
• Capitalização: permite formalizar as experiências do chão de fábrica. As
experiências adquiridas e validadas são capitalizadas. A capitalização faz
referência a problemas resolvidos, os princípios a serem reconduzidos nos
domínios técnicos, econômicos, condições de trabalho, formação, etc.
Sendo assim, todas essas ferramentas contribuem para a implementação correta
da metodologia TPM e, portanto para o aumento do rendimento global das máquinas.
3.2.5 Gestão da TPM na empresa
A gestão da TPM na Renault é estruturada em três níveis:
• Nível do Departamento da Fábrica : existe em geral Instrutores Auxiliares
TPM que possuem como tarefa ajudar a implementação da TPM e
supervisionar seus indicadores.
• Nível da Fábrica : existe para cada fábrica um Instrutor Sênior TPM (IS TPM)
que é o responsável da metodologia TPM em sua fábrica. Ele é a referência
pela fábrica e também pela função de participar do trabalho do grupo dos IS
TPM (todos os IS TPM se reúnem uma vez a cada três meses durante três dias
de trabalho conjunto).
• Nível Grupo Renault : a UET TPM da DPSI (vide organograma do item
"2.2.2") gerencia, coordena e apóia o grupo dos IS TPM com a finalidade de
obter uma aplicação da metodologia de forma padronizada para o grupo,
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica
55
aprimorando aos poucos com as melhores práticas do chão de fábrica. O grupo
dos IS TPM é encarregado de definir quais são os documentos e práticas que
vão se tornar os padrões do grupo.
O domínio de ação da TPM Renault é o conjunto de 25 fábricas do grupo
(Carroceria-Montagem e Mecânica juntas) desconsiderando Samsung, Dacia e Nissan
que possuem seu próprio Sistema de Produção.
Podemos verificar que um dos pontos fortes da Renault, diferentemente da
Nissan, encontra-se na padronização e homogeneidade da implementação da TPM.
Podemos destacar como exemplo dessa prática o painel de Medida e Análise das
Perdas (em Douvrin, Cléon, Palencia, etc.) e o painel de Detecção de Anomalias (em
quase todas as fábricas do grupo).
Esta discrepância entre as duas empresas pode ser explicada pela diferença
estrutural da aplicação da TPM em cada uma delas. Dentre os pontos principais,
destaca-se o fato de a Nissan não possuir um grupo de trabalho transversal como a
equipe central TPM da Renault, responsável por padronizar a metodologia. Por outro
lado, a Renault progride ainda hoje em determinados assuntos da TPM graças ao apoio
e ajuda de referências TPM da Nissan (exemplo: Manutenção Planejada).
Esta característica de "padronização" não impede a Renault de buscar o progresso
na implementação da TPM em suas fábricas. Ao contrário, isso fez surgir a necessidade
de se utilizar, de maneira unânime e padronizada, uma ferramenta capaz de medir o
nível de aplicação da metodologia TPM em todas suas fábricas, visando a melhoria da
aplicação da metodologia. Este é o tópico apresentado nos capítulos posteriores.
PARTE III – DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
57
4 O SISTEMA DE SUPERVISÃO DA APLICAÇÃO DA TPM
O objetivo deste capítulo é apresentar o processo de criação da ferramenta
informática que possibilita uma supervisão da aplicação da TPM, englobando a
visualização de gráficos e utilização de indicadores. Podemos, portanto ressaltar a
contribuição pessoal do autor para conceber e colocar em uso uma Tabela de Controle
da TPM assim como suas escolhas e dificuldades ao longo do trabalho.
4.1 SUPERVISÃO DA APLICAÇÃO DA TPM
Alguns meses antes da chegada do estagiário, cada fábrica Renault possuía um
sistema interno de supervisão da aplicação da TPM. Dependendo do caso, esses
sistemas de acompanhamento eram feitos em documentos de papel ou em ferramentas
informáticas desenvolvidas pelo próprio responsável TPM de cada fábrica.
A ausência de uma síntese de informações dificultava a determinação de objetivos
de crescimento da aplicação da TPM de acordo com o progresso esperado do
desempenho das linhas de produção. Ao analisar pontualmente determinadas linhas,
constatou-se uma evolução dos indicadores de performance das máquinas com relação
à aplicação da TPM, despertando o interesse de confirmar esse fato para demais
casos. No entanto, com as ferramentas disponíveis nas fábricas, essa tarefa tornava-se
muito árdua ou até mesmo impraticável. Além disso, considerando também a
importância da necessidade de haver uma supervisão global e completa da aplicação
da TPM para o conjunto das fábricas, decidiu-se criar uma ferramenta informática
padrão para uso de todos os IS TPM.
A sugestão adotada foi criar uma Tabela de Controle TPM, de preenchimento
mensal, que permitisse, a partir da análise da situação atual e do conhecimento do
histórico de dados, obter objetivos coerentes de crescimento da aplicação da TPM.
Podemos ilustrar essa idéia na figura a seguir:
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
58
Figura 16 - A Importância da Tabela de Controle TPM.
(Fonte : elaborado pelo autor)
A empresa destaca uma certa importância com relação a esses objetivos visto que
a Renault implementa a metodologia de maneira bem mais lenta que as melhores
aplicações de TPM na Nissan do Japão. Além disso, existe atualmente uma grande
dispersão entre as diferentes fábricas Renault em matéria de implementação, apesar do
bom nível de conhecimento e padronização da metodologia.
Diante do exposto, podemos afirmar que é fundamental considerar a TPM como
um meio para atingir os objetivos de desempenho, e que esses objetivos são mais
fáceis de determinar quando temos o conhecimento preciso daquilo em que a TPM já
beneficiou a empresa.
Levando isso em consideração, essa ferramenta informática deveria ter os
seguintes requisitos:
• Ser de fácil preenchimento, simples utilização, além de didática e
compreensível.
• Permitir a criação e armazenamento de um histórico dos dados.
• Realizar uma visualização gráfica sintética da evolução da TPM nas fábricas.
Finalmente, pode-se perceber a necessidade de conceber uma Tabela de Controle
TPM que atenda às necessidades dos IS TPM permanecendo sempre coerente com
relação à metodologia.
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
59
4.2 A TABELA DE CONTROLE TPM EXISTENTE
No início do estágio, uma Tabela de Controle TPM já havia sido criada, mas não
se encontrava terminada. Essa ferramenta, desenvolvida em Microsoft Excel®, permitia
realizar determinadas tarefas, mas ainda não estava finalizada e nem havia sido
implantada em todas as fábricas, ou seja, ela não permitia, por exemplo, visualizar
graficamente os dados assim como os IS TPM não se sentiam comprometidos em
preenchê-la.
Considerando que essa ferramenta ainda se encontrava em processo de criação e
implantação, caberia ao autor melhorá-la para uso posterior em toda a empresa. Por
outro lado, o autor precisava conhecer o processo de maneira global para em seguida
resolver o problema proposto.
Primeiramente, desde o início do estágio, o autor pôde descobrir todo o processo
Renault de implantação da TPM assim como tomar conhecimento da ferramenta
informática responsável pela supervisão da aplicação da TPM nas fábricas.
Posteriormente, o supervisor e o estagiário necessitavam categorizar as linhas de
produção de forma a estabelecer um perímetro de trabalho TPM interessante e possível
de ser supervisionado, para então construir a Tabela de Controle TPM. Sendo assim,
optou-se dentro da Tabela de Controle TPM, em dividir as linhas de acordo com sua
localização geográfica na fábrica, como mostra a figura a seguir:
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
60
Figura 17 - Divisão da Tabela de Controle TPM.
(Fonte : elaborado pelo autor)
Essa tabela de controle permitia aos IS TPM informar, ao menor nível da divisão, o
número de máquinas que se encontravam em cada etapa de cada pilar TPM, além de
apresentar também as ferramentas e métodos TPM aplicados na fábrica. Isso permitia
criar um histórico de dados e construir uma tabela de síntese de supervisão da TPM em
todos os níveis da fábrica (Anexos I à V).
No entanto, apesar do fato da Tabela de Controle TPM ser capaz de apresentar
uma situação da realidade em chão de fábrica, ela não permitia visualizar graficamente
a evolução prevista e realizada da aplicação da TPM. Na verdade, a Tabela de Controle
TPM não atendia essencialmente às necessidades dos IS TPM e conseqüentemente
acabava ficando esquecida por eles que optavam por não utilizá-la. Sendo assim, o
autor ficou encarregado de completar a estrutura da Tabela de Controle TPM para que
ela atendesse às expectativas dos IS TPM, mantendo-se sempre coerente com relação
aos conceitos da TPM.
Portanto, um dos pontos primordiais foi considerar essas necessidades dos IS
TPM e o trabalho já realizado por eles. Sabendo que eles são os responsáveis pelo
preenchimento da Tabela de Controle TPM, sua participação era essencial, caso
contrário o esquema atual seria conservado.
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
61
4.3 PROBLEMAS ENCONTRADOS E ESTRATÉGIA DE TRABALHO
Sabemos que a utilização de uma tabela de controle é muito importante e útil
como ferramenta de análise, no entanto, sua implantação dentro de uma fábrica não é
uma tarefa fácil podendo gerar problemas.
Nesse caso específico, o autor deveria colocar em uso a Tabela de Controle TPM
em todas as fábricas Renault, divididas em Mecânica e Carroceria-Montagem,
espalhadas na França e no mundo (vide item "2.1.2").
Podemos constatar certas dificuldades intrínsecas devido aos diferentes tipos de
fábricas e das diferentes culturas e nacionalidades aplicando os princípios da TPM.
Conseqüentemente, o autor decidiu adotar uma estratégia de trabalho perante os
problemas encontrados para que assim a Tabela de Controle TPM tivesse maior
aceitação nas fábricas.
Considerando que o perímetro de trabalho era bastante extenso, o autor decidiu
focar seu trabalho em determinadas fábricas, para obter bons resultados e
posteriormente estender o processo para as outras. Portanto, o estagiário optou por
desenvolver todas as funcionalidades da ferramenta informática para que ela fosse
aplicável às fábricas de Carroceria-Montagem e Mecânica. No entanto, à medida que as
primeiras semanas de trabalho passavam, o autor pôde constatar determinadas
considerações com relação à prática da TPM da Renault:
• O estado de aplicação da TPM nas fábricas de Mecânica era mais avançado
que o das fábricas de Carroceria-Montagem. Considerando que o tempo de
estágio era um período relativamente curto, seria mais fácil obter dados mais
concretos no caso das fábricas de Mecânica.
• A divisão adotada para a Tabela de Controle TPM, no caso da Carroceria-
Montagem não era muito clara e óbvia para os IS TPM dessas fábricas. Por
exemplo, na Tabela de Controle TPM, dentro de um setor de soldagem,
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
62
deveria-se considerar como uma zona elementar para supervisão, o conjunto
das máquinas e não necessariamente cada robô.
• Por razões históricas da empresa, a Tabela de Controle TPM já havia sido
preenchida algumas vezes por determinados IS TPM das fábricas de
Mecânica. Portanto eles estavam mais familiarizados com a utilização do
sistema em comparação com os mesmos das fábricas de Carroceria-
Montagem.
Por essas razões citadas acima, o autor optou por focar seus estudos e a maneira
de implantar a Tabela de Controle TPM, inicialmente pelas fábricas de Mecânica para
posteriormente estender para as fábricas de Carroceria-Montagem.
4.4 OS INDICADORES
4.4.1 Importância e Atuação da hierarquia
Em uma tabela de controle, o uso de indicadores é muito importante para melhorar
a concatenação e síntese de dados e por conseguinte sua análise. A idéia dos itens a
seguir é apresentar a TPM como uma metodologia que propicia resultados concretos,
com objetivos bem determinados e que não se trata apenas de custos suplementares
para a empresa.
O objetivo, portanto, é de correlacionarmos a evolução da aplicação da
metodologia TPM com o desempenho das máquinas, e para isso devemos optar por
indicadores que possibilitem comparar essas grandezas. Além disso, a criação de
indicadores permite quantificar os resultados e compará-los periodicamente.
É interessante destacar neste momento que a Tabela de Controle TPM não é
somente responsável pela supervisão da aplicação da TPM, mas também torna-se uma
ferramenta de gerenciamento. Conseqüentemente pode servir de suporte aos IS TPM
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
63
na tomada de decisões futuras e melhorar a utilização de esforços em ações mais
específicas.
No entanto, a utilização de indicadores implica o engajamento da gerência em
supervisioná-los. Em outras palavras, todo indicador é válido somente se existem
pessoas para gerenciá-lo, sendo indispensável a atuação da hierarquia de comando
para seu bom funcionamento.
Após a compreensão deste contexto de trabalho, não é interessante escolher
diversos indicadores, mas optar somente por aqueles que serão úteis para análise. A
idéia é focar em um ou dois indicadores, mas de maneira precisa para obter um melhor
acompanhamento dos resultados.
4.4.2 Indicador de Desempenho
Como indicador de desempenho, o autor optou por utilizar o "Índice de
Desempenho Operacional Global", chamado simplesmente Índice de Desempenho,
explicado anteriormente no item “3.1.5”.
4.4.3 Indicador TPM
Uma vez identificada a necessidade de criação de um Indicador TPM, o autor foi
responsável pelo estudo, formulação e escolha de como obter esse indicador e qual
seria a melhor forma de calculá-lo. Considerando que os indicadores disponíveis não
correspondiam às necessidades que a equipe central TPM buscava, surgiu a opção de
criar um indicador próprio.
Sendo assim, o estagiário optou por medir o nível de aplicação da TPM em todas
as linhas das fábricas a partir do número de máquinas4 que utilizavam a metodologia
4 Como ressaltado anteriormente, entende-se por "máquina" uma zona elementar da linha de produção cuja supervisão da aplicação da TPM é uma tarefa viável, no sentido de contar o número de "máquinas" onde a TPM é aplicada.
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
64
TPM. Além disso, o autor considerou que o Indicador TPM também deveria utilizar uma
ponderação para cada etapa de cada pilar e do pré-requisito "Medida e Análise das
Perdas".
O objetivo desta ponderação é apresentar uma porcentagem para a aplicação da
TPM, dando maior peso às etapas que permitem obter maiores ganhos de
desempenho. Para obter a autorização e o consenso de todos os utilizadores possíveis
deste indicador, o assunto foi proposto em debate durante uma das reuniões dos IS
TPM e de acordo com suas experiências e estimativas, finalmente decidiu-se pelas
ponderações seguintes:
Tabela 4 - Ponderação das etapas do Pré-requisito e dos Pilares TPM
(Fonte: elaborado pelo autor)
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
65
Finalmente, para cada um dos cinco pilares mais a "Medida e Análise das Perdas",
podemos calcular um valor para o Indicador TPM:
• Medida e Análise das Perdas (MAP)
(Aplicado no conjunto da linha de produção)
TPMMAP = )""**máquinas de Nº
máquinas de Nº
( MAPnEtapaPonderaçãoMAPPonderação
Linha
Linha
Etapa ∑
∑∑
• Manutenção Autônoma, Manutenção Planejada e Formação e Treinamento
(Aplicada em todas ou somente algumas máquinas da linha de produção)
TPMPILAR = )""**máquinas Nº
n"" etapa máquinas Nº( PilarnEtapaPonderaçãoPilarPonderação
Linha
Etapa ∑∑
• Melhoria caso a caso e Capitalização e Projeto
Esses casos são pilares ainda pouco formalizados e aplicados na Renault, mas
que progridem atualmente. Considerando essas circunstâncias, o autor decidiu
não atribuir uma fórmula para integrá-los ao Indicador TPM.
Sendo assim, temos :
TPM LIGNE = TPM MAP + ∑Pilares
TPM PILAR
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
66
Finalmente, se considerarmos a estrutura de divisão adotada para a Tabela de
Controle TPM (Fábrica, Departamento, Setor, Linha e Máquinas – vide item "4.2")
durante o período em que o estagiário realizava seu trabalho, não havia ainda interesse
em desenvolver um Indicador TPM para níveis superiores a "Linha", visto que não
existia um Indicador de Desempenho correspondente e, portanto não seria possível de
maneira simples estabelecer uma comparação. Levando em consideração esses fatos,
o autor decidiu não aprofundar neste assunto e focar seus esforços em outras
prioridades.
Podemos ilustrar o cálculo deste indicador, através do exemplo a seguir:
EXEMPLO :
Fábrica : Aveiro (Cacia)
Linha : Árvores Secundárias (nessa linha, aplica-se somente a MAP, MA e MP)
Total de Máquinas : 17
Data : Maio/2006
• Medida e Análise das Perdas
TPM MAP = %25*%18*17
17%25*%18*
17
17+
TPM MAP = 9 %
• Manutenção Autônoma
TPM MA = %10*%18*17
1%20*%18*
17
1%20*%18*
17
3%0*%18*
17
3+++
TPM MA = 0,95%
Etapa 1 Etapa 2
Etapa 0 Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
67
• Mamutenção Planejada
TPM MP = %30*%18*17
3%10*%18*
17
6%0*%18*
17
6++
TPM MP = 1,58%
Sendo assim, temos :
TPM LINHA = TPM MAP + ∑Piliers
TPM PILAR
TPM LINHA = TPM MAP + TPM MA + TPM MP
TPM LINHA = 9 % + 0,95% + 1,58%
TPM LINHA = 11,53 %
A interpretação desse valor, de acordo com as considerações anteriormente
citadas para criação do Indicador TPM, seria que, de toda TPM possível de ser
realizada na linha "Árvores Secundárias de Aveiro", a Renault aplica somente 11,53%.
4.5 VISUALIZAÇÃO GRÁFICA
O autor foi responsável por toda parte de concepção, modo de preenchimento e de
visualização da Tabela de Controle TPM.
Sendo assim, ela permite armazenar uma base de dados correspondente a
evolução de aplicação da metodologia TPM, ou seja, ela salva todas as informações
referentes aos pilares, ferramentas e documentos da TPM.
Etapa 0 Etapa 1 Etapa 2
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
68
Essa base apresenta dois tipos de dados: os objetivos a atingir e o histórico das
ações realizadas em chão de fábrica. Logo, todas as informações necessárias para
comparar os objetivos e a realidade em chão de fábrica estão disponíveis para o
usuário. Novamente, é possível constatar que essa ferramenta informática integra uma
importante dimensão de gerenciamento.
Uma vez que os dados estão disponíveis, faz-se necessário encontrar um meio de
apresentá-los de maneira simples permitindo obter um valor agregado para a análise de
seus valores. Para isso, o autor criou um sistema de visualização gráfica capaz de
compilar as informações e construir curvas mensais da evolução de todos os pilares e
ferramentas da TPM para cada um dos níveis de divisão adotados na Tabela de
Controle TPM. Para ilustrar a visualização gráfica, temos os seguintes exemplos:
Objetivos Realizado
Gráfico 1 - Evolução do pilar Manutenção Autônoma de uma fábrica.
(Fonte: elaborado pelo autor)
Nesse exemplo, é possível comparar a evolução da validação de cada etapa, com
relação aos objetivos determinados anteriormente para toda a fábrica, dentro do pilar de
Manutenção Autônoma. Da mesma forma, no próximo exemplo, podemos observar a
evolução da Detecção de Anomalias (detectadas e corrigidas) dentro de um
departamento específico dessa mesma fábrica:
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
69
Gráfico 2 - Evolução da detecção de anomalias dentro de um departamento.
(Fonte: elaborado pelo autor)
No entanto, existia uma necessidade de criar uma visualização gráfica capaz de
apresentar em um mesmo gráfico a evolução da TPM com relação ao Indicador de
Desempenho das máquinas. Considerando que esse gráfico não poderia ser de grande
complexidade de interpretação, o autor escolheu utilizar um gráfico com dois eixos
verticais simples em que é possível compararmos os valores do Indicador TPM com o
Indicador de Desempenho. Se utilizarmos novamente o exemplo da linha de Árvores
Secundárias de Aveiro (vide item "4.4.3"), é possível calcular o valor do Indicador TPM
para cada mês (a partir do histórico de dados) e obter o seguinte gráfico :
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
70
Gráfico 3 - Indicador TPM e Indicador de Desempenho
Linha Árvores Secundárias de Aveiro - (Cacia)
(Fonte : elaborado pelo autor)
Podemos verificar que, para facilitar a comparação de ambos indicadores, optou-
se por utilizar, além das curvas tradicionais, uma curva de tendência, permitindo melhor
interpretação dos dados.
De acordo com a definição do Indicador TPM elaborada pelo autor, podemos
constatar que a variação de valores em um mesmo pilar, com relação ao mês anterior,
ocorre quando há um aumento do número de máquinas dentro de uma etapa ou
quando temos a validação de uma etapa em uma unidade da linha onde se aplica a
metodologia TPM.
No entanto, analisando somente esse gráfico, quando acompanhamos a variação
do indicador, não é possível detectar exatamente qual a origem deste aumento. Logo, o
autor decidiu criar uma Folha de Síntese5 capaz de apresentar, considerando também
5 Por decisão da Equipe Central TPM, não é considerado o pilar "Capitalização e TPM em Projeto" por se tratar de um pilar ainda em fase de maturação – vide item "3.2.3.6".
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
71
as etapas dos pilares, todas essas informações de maneira simples e legível, facilitando
a interpretação dos dados, como podemos verificar abaixo:
Figura 18 – Folha de Síntese da aplicação da TPM
Exemplo teórico
(Fonte: elaborado pelo autor)
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
72
Finalmente, a partir dessa visualização gráfica, o autor pôde representar uma
compilação dos dados de maneira a ilustrar um dos importantes conceitos da TPM, ou
seja, a idéia de continuidade do processo ao longo do tempo. Além disso, é claro,
temos de maneira clara, simples e resumida a relação entre o Indicador TPM e o
Indicador de Desempenho das linhas.
4.6 MÉTODO DE TRABALHO
4.6.1 Meios de Comunicação
Uma vez que a ferramenta informática foi aprimorada, o autor deveria implantá-la
nas fábricas e ensinar os IS TPM, distribuídos em diversos países, a utilizá-la.
Para alguns casos, principalmente na França, o autor pôde deslocar-se até as
fábricas para contatar diretamente os IS TPM. No entanto, quando os custos e o tempo
necessário para realizar essas visitas a locais mais distantes (fora da França) eram
relativamente grandes, o autor realizou reuniões (em francês, espanhol ou português)
utilizando uma ferramenta da empresa chamada "e-Conf " (fornecida pela Interwise
Communications Center®) o que possibilitava ao aluno apresentar em tempo real, via
web e VOIP (Voice on Internet Protocol), todas as funções da ferramenta informática.
Durante todo o período de estágio, o aluno trabalhou diversas vezes para resolver
problemas imprevistos encontrados pelos novos usuários, além de responder às suas
perguntas sobre inicialização do arquivo e sua utilização.
Além disso, na Renault, existia uma ferramenta, chamada "e-Room", capaz de
disponibilizar o arquivo, de forma que cada IS TPM poderia acessá-lo e modificá-lo de
maneira fácil, simples e prática. Trata-se de uma lugar virtual de troca cujo princípio de
funcionamento é similar a um site de Internet com direitos de acesso a serem
gerenciados, fóruns de discussão, uma agenda comum a todos, sistemas de voto,
bases de dados estruturadas e outras funcionalidades. Abaixo, podemos verificar a
página inicial desta "e-Room" dos IS TPM:
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
73
Figura 19 - Interface página inicial da "e-Room" dos Instrutores Sênior TPM
4.6.2 Estratégia de Implantação
O estagiário fez parte da equipe de Instrutores Centrais TPM e pôde ter contato
com todas as fábricas do grupo. No entanto, quando trabalhamos em um sistema onde
existe este tipo de relacionamento "sede" e "fábrica", para que a relação com os
interlocutores seja durável e confiável, é indispensável existir diplomacia entre ambas
as partes. Uma organização transversal das relações funciona a partir de negociações
"ganha-ganha" onde ambos devem interagir para encontrar a melhor solução.
Considerando os diferentes níveis de competência entre os IS TPM e o grande
número de pessoas com as quais o autor teve contato, foi necessário ter paciência,
bom senso e estabelecer uma estratégia para conseguir implantar o Sistema de
Supervisão da Aplicação da TPM.
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
74
Sendo assim, o autor organizou-se de maneira a criar uma rede de trabalho para
que o conjunto de suas ações pudessem ter algum sucesso e progredir na empresa.
Portanto, foi necessário conquistar a confiança dos IS TPM e não deixar perder, devido
a eventuais dificuldades que apareceram ao longo do estágio, todo o trabalho
desenvolvido.
Primeiramente, o estagiário decidiu expor a todos IS TPM a importância da
utilização das modificações realizadas na ferramenta informática e de suas
conseqüentes funcionalidades gerenciais. O propósito era de conhecer a opinião dos IS
TPM a respeito do assunto além de convencê-los a preencher a tabela de controle.
Dessa forma seria possível obter um histórico de dados com o qual o autor poderia
trabalhar na realização de análises posteriores. Apesar dos esforços de diplomacia, de
todo o tempo gasto e da disponibilidade do autor, as reuniões (virtuais e em chão de
fábrica) não surtiram muito efeito.
Em seguida, o autor decidiu mais uma vez diminuir o perímetro de trabalho para
conseguir resultados concretos da realidade das fábricas. Isto permitiria colocar as
diferentes fábricas em "concorrência" e assim obteria o preenchimento da Tabela de
Controle TPM.
Tendo em mente este fato, o estagiário focou seu trabalho em determinadas
fábricas onde o contato pessoal e a diplomacia surtiram maior efeito. Os critérios de
escolha das fábricas fez-se primeiramente por aquelas onde havia a aplicação dos
pilares da TPM, e posteriormente de acordo com a experiência dos outros membros da
equipe central TPM. Outros critérios também foram considerados, como disponibilidade
de cooperação e também acesso de comunicação dos IS TPM. Finalmente a decisão
de trabalho foi feita por quatro fábricas na França (Ruitz, Douvrin, Le Mans e Cléon) e
uma em Portugal (Aveiro).
• Ruitz (STA): A "Société de Transmissions Automatiques" (STA) é uma filial de
capital detido 80 % pela Renault e 20 % pela PSA Peugeot Citroën. Dentro da
Aliança, STA é o único construtor de caixas de câmbio automáticas localizado na
Europa.
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
75
o Produtos fabricados: caixas de câmbio automáticas, elementos de
transmissão
o Número de linhas de produção : 1 linha de montagem, 12 linhas de
usinagem
• Douvrin (FM): A "Française de Mécanique" (FM), é uma filial de capital detido
igualmente pela Renault e pela PSA Peugeot Citroën. Ela é um dos maiores
centros de produção de motores do mundo.
o Produtos fabricados (Renault) : motores
o Número de linhas de produção : 1 linha de montagem, 8 linhas de
usinagem
• Le Mans (ACI ) : Ligada ao Departamento de Fabricações Mecânicas, a "Auto
Chassis International" (ACI) concebe e fabrica sistemas de ligação ao solo
essencialmente para a Aliança Renault Nissan e para outros construtores
(Toyota, Suzuki, PSA)
o Produtos fabricados: componentes e sistemas de chassis e peças de
fundição
o Número de linhas de produção: 88 linhas
• Cléon : Responsável pela produção de 27% dos motores e 31% das caixas de
câmbio da Renault. A atividade da fábrica cobre toda a gama de carros. Dentro
da Aliança, a fábrica fornece motores e caixas de câmbio à Nissan, assim como
peças em geral à Dacia.
o Produtos fabricados: motores (6 modelos) e caixas de câmbio (8
modelos).
o Número de linhas de produção: 9 linhas de montagem, 33 linhas de
usinagem
Capítulo 4 – O Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM
76
• Aveiro (Cacia) : A "Companhia Aveirense de Componentes para a Indústria
Automóvel" (CACIA) é especializada na fabricação de peças mecânicas para a
Aliança (caixas de câmbio), sendo 50% de sua atividade dedicada para a
fabricação de componentes (tampas para caixa, árvores de equilíbrio, bombas de
óleo, etc.)
o Produtos fabricados: caixas de câmbio, bombas de óleo, eixos, pinhões,
componentes de motores e outros.
o Número de linhas de produção: 2 linhas de montagem, 11 linhas de
usinagem
Finalmente, à medida que os resultados foram obtidos, a comunicação, a difusão e
a utilização da Tabela de Controle TPM atingiram uma dimensão mais importante no
trabalho desempenhado pelo autor. No entanto, como toda tabela de controle com
indicadores, é indispensável haver uma pessoa que a utilize (vide item "4.4.1") para
gerenciamento, ou seja, é necessário haver um engajamento da hierarquia. A partir
disso, com o incentivo de toda a equipe central TPM, o estagiário realizou reuniões para
explicar aos Adjuntos dos Chefes de Fabricação Renault (Mecânica e Carroceria-
Montagem) a importância do assunto e obter o apoio deles para realização desta tarefa.
Neste sentido, podemos dizer que o resultado final foi bem positivo e satisfatório.
Capítulo 5 – Análise de Resultados
77
5 ANÁLISE DE RESULTADOS
O objetivo deste capítulo é apresentar uma análise resumida dos resultados
obtidos desde o início da implantação da TPM em determinadas linhas das fábricas.
Podemos verificar o valor agregado e os ganhos de desempenho gerados pela
aplicação dos pilares da TPM assim como, em alguns casos, um desempenho diferente
do esperado.
O resultado desta análise foi utilizado posteriormente para criar um suporte de
comunicação com o objetivo de conscientizar os responsáveis de fabricação sobre o
princípio de aplicação simultânea dos pilares da TPM. Devemos ressaltar igualmente
que o foco é realizar muito mais uma análise quantitativa da TPM (devido à utilização
da ferramenta informática) do que em termos qualitativos (verificada somente quando
presente no chão de fábrica).
5.1 OS GANHOS DE DESEMPENHO
Inicialmente, para realizar a análise de resultados, vale ressaltar que o autor usou
como base os dados obtidos a partir das considerações citadas no decorrer do capítulo
anterior.
Para ilustrar alguns exemplos, podemos verificar na figura a seguir, o aumento de
desempenho proporcionado pela aplicação do pré-requisito TPM (Medida e Análise das
Perdas), com o desenvolvimento de várias etapas no conjunto das máquinas de uma
linha:
Capítulo 5 – Análise de Resultados
78
Gráfico 4 - Aumento de desempenho
Linha Vilos da Fábrica de Cleon
(Fonte: elaborado pelo autor)
No entanto, podemos perceber que este ganho de desempenho é razoavelmente
leve e que depois de determinado tempo, a tendência é de ocorrer uma estagnação do
crescimento. Este é o mesmo caso para o exemplo a seguir (Março 05 à Setembro 05) :
Capítulo 5 – Análise de Resultados
79
Gráfico 5 - Estagnação do crescimento
Linha Soldagem da Fábrica de Le Mans
(Fonte: elaborado pelo autor)
Por outro lado, podemos verificar neste último exemplo, que a partir de Janeiro 06,
temos um certo crescimento do desempenho. A partir das informações obtidas junto
com os responsáveis em chão de fábrica, e da constatação do gráfico (em azul),
podemos perceber que a Manutenção Autônoma recomeça a ganhar força e, portanto
contribui para melhorar o desempenho das máquinas. Este é o caso similar para o
próximo exemplo:
Capítulo 5 – Análise de Resultados
80
Gráfico 6 - Aplicação simultânea dos Pilares TPM
Linha Carter Cilindros da Fábrica de Douvrin
(Fonte: elaborado pelo autor)
Inicialmente, começa-se a aplicar a Manutenção Autônoma em algumas máquinas,
mas depois de determinado tempo, não há mais ganhos ou mesmo até há perdas de
desempenho. Após a implantação da Medida e Análise de Perdas, podemos
visivelmente constatar um aumento do Indicador de Desempenho. Além disso, após
contatar o responsável da linha, foi possível retomar o "histórico" de acontecimentos
que proporcionou esse aumento. A partir de setembro de 2005, um ex- IS TPM passou
a desempenhar uma nova função como Chefe de Setor. Portanto, antes de sua
chegada, verificamos que a Manutenção Autônoma "perde um pouco a força" com o
decorrer do tempo enquanto que após a mudança de cargos, o desempenho começa a
melhorar. Este é um exemplo típico de que o engajamento da hierarquia é essencial
para o avanço da aplicação da TPM.
Capítulo 5 – Análise de Resultados
81
Vale ressaltar que em geral, a curva de tendência do Indicador TPM acompanha a
curva do Indicador de Desempenho. Isto é válido também para quando não há ganho
de desempenho. No exemplo abaixo, podemos verificar que a curva de desempenho
permanece razoavelmente plana enquanto que não há grande evolução na aplicação
da metodologia TPM.
Gráfico 7 - A curva do Indicador TPM segue a curva do Indicador de Desempenho
Linha Cabeçotes da Fábrica de Cleon
(Fonte: elaborado pelo autor)
Além disso, quando realiza-se a aplicação simultânea dos pilares da TPM, pode-
se verificar que o ganho relativo de desempenho é maior. Nos próximos exemplos,
podemos constatar o interesse de se desenvolver a metodologia de acordo com o
padrão estabelecido de se aplicar os pilares em conjunto, simultaneamente,
diferentemente da idéia de aplicá-los um após o outro seqüencialmente.
Capítulo 5 – Análise de Resultados
82
Gráfico 8 – Aplicação simultânea dos pilares TPM Exemplo I
Linha Bico Injetor da Fábrica de Aveiro
(Fonte: elaborado pelo autor)
No caso específico desta linha, podemos ver que no mês de Novembro de 2005,
houve uma queda do desempenho. Após consultar o chefe da linha, concluiu-se que
isto se deve à realização de reajustes da atividade de produção sem reajustar o tempo
de funcionamento durante a preparação dos estoques de fim do ano.
Capítulo 5 – Análise de Resultados
83
Gráfico 9 – Aplicação simultânea dos pilares TPM Exemplo II
Linha Árvores Primárias da Fábrica de Aveiro
(Fonte: elaborado pelo autor)
No caso deste último exemplo, as quedas dos meses de Novembro 2004 e
Novembro de 2005 são devido a dois problemas complexos de ordem eletrônica na
máquina crítica. Considerando que esta é uma máquina única, toda a produção teve
que ser paralisada.
Capítulo 5 – Análise de Resultados
84
Gráfico 10 – Aplicação simultânea dos pilares TPM Exemplo III
Linha Cabeçote da Fábrica de Douvrin
(Fonte: elaborado pelo autor)
Neste exemplo, podemos verificar ganhos de desempenho da ordem de vinte
pontos em um período de um ano, graças à aplicação simultânea dos pilares da TPM.
Além disso, podemos observar que desde o fim de 2005, o Indicador de Desempenho
não teve mais oscilações grandes de valor.
Finalmente, a título de ressalva, não podemos considerar a análise obtida como
algo ideal e perfeitamente válido. É importante destacar que todas essas análises
tratam apenas dos valores brutos e não levam em consideração os aspectos
decorrentes dos eventuais acontecimentos em chão de fábrica. Portanto, deve-se
sempre ter certa precaução durante as interpretações de resultados obtidos dos
gráficos e consultar as informações em chão de fábrica para obter melhores
conclusões.
Capítulo 5 – Análise de Resultados
85
5.2 OS PROBLEMAS DO CHÃO DE FÁBRICA
A implantação da metodologia TPM, em princípio, nos conduz à idéia de obtenção
de ganhos de desempenho. No entanto, devemos sempre considerar os possíveis
problemas existentes e suscetíveis de ocorrer em chão de fábrica.
No exemplo abaixo, podemos verificar que a implantação do pré-requisito "Medida
e Análise de Perdas" não traz ganhos de desempenho imediatos para a linha.
Gráfico 11 – Problemas do chão de fábrica Exemplo I
Linha Biela da Fábrica de Douvrin
(Fonte: elaborado pelo autor)
Após contatar os responsáveis de chão de fábrica, foi possível tomar
conhecimento de que a grande queda de desempenho no segundo semestre de 2005
foi devido a diversas razões. Dentre elas, não houve realmente um trabalho "sério" de
Capítulo 5 – Análise de Resultados
86
manutenção preventiva durante o primeiro semestre, o que acabou ocasionando
grandes panes no segundo semestre. Além disso, houveram problemas, de julho de
2005 à março de 2006, com as ferramentas de uma máquina o que provocou ranhuras
sobre as pontas das bielas.
Gráfico 12 – Problemas do chão de fábrica Exemplo II
Linha Virabrequim da Fábrica de Douvrin
(Fonte: elaborado pelo autor)
Quando analisamos este exemplo, podemos verificar ganhos após a aplicação da
Manutenção Autônoma (Fevereiro de 2005) e posteriormente uma recaída com as
férias de verão (Agosto de 2005). Podemos observar ainda que paralelamente à
implantação da Manutenção Planejada (Novembro de 2005), houve uma diminuição do
desempenho com implantação da Medida e Análise de Perdas. Então, os resultados
começaram a melhorar até a queda do mês de Maio de 2006. Na verdade, neste caso,
Capítulo 5 – Análise de Resultados
87
estamos lidando com uma linha que sempre foi "problemática" ao longo dos meses,
onde o Indicador de Performance nunca se encontra estabilizado. Da mesma maneira,
após entrar em contato com os responsáveis de chão de fábrica da linha, descobriu-se
que estes dois meses (Novembro 2005 e Maio de 2006) coincidem com a chegada de
um novo fornecedor de peças e a adaptação das máquinas a esses produtos acabou
enfrentando dificuldades, ocasionando diversas paradas para manutenção.
No exemplo seguinte, temos um caso em que modificações tecnológicas, junto
com a mudança no modo gestão das instalações, influenciam a produção.
Gráfico 13 - Problemas do chão de fábrica Exemplo III
Linha Volantes da Fábrica de Aveiro
(Fonte: elaborado pelo autor)
Neste exemplo, o produto foi modificado e conseqüentemente houve mudanças do
tempo de ciclo e das condições de "set-up". No entanto, estas novas tendências
recomeçam a ser controladas por ações da metodologia TPM.
Capítulo 5 – Análise de Resultados
88
Finalmente, podemos verificar que em determinados casos existem outros
componentes que podem influenciar o desempenho das máquinas. Entre eles, temos
sempre que considerar o fator humano, uma das principais causas para melhorar (ou
piorar) o desempenho das máquinas. Para ilustrarmos isso, temos, por exemplo, o
desrespeito do calendário de manutenção do equipamento de produção.
Em suma, a TPM depende da vontade participativa de todas as pessoas e,
portanto, se não houver um engajamento da gerência para despertar o interesse e fazer
acontecer a TPM no quotidiano do chão de fábrica, não é possível aplicá-la obtendo
bons resultados.
PARTE IV - CONCLUSÕES
Capítulo 6 – Conclusões
90
6 CONCLUSÕES
Este capítulo tem o objetivo de apresentar as conclusões de todo o trabalho
desenvolvido pelo autor durante o período de seu estágio para implantar o Sistema de
Supervisão da Aplicação da TPM. É possível verificar as contribuições para a empresa,
as dificuldades e os obstáculos ultrapassados, mantendo sempre uma análise crítica
dos fatos e dos objetivos atingidos.
6.1 CONTRIBUIÇÕES PARA A EMPRESA
Esse trabalho apresentou o processo de implantação de uma tabela de controle,
desenvolvida em MS Excel®, com a finalidade de apresentar uma síntese da evolução
da aplicação da TPM na indústria automobilística Renault.
Foram estudados os principais conceitos da TPM, buscando avaliar a situação
atual da empresa e determinar os principais aspectos a serem considerados para a
criação e implantação deste Sistema de Supervisão da Aplicação da TPM.
Realizou-se, finalmente, uma análise dos resultados, baseada em exemplos reais
de linhas de produção de determinadas fábricas, para correlacionar a aplicação da TPM
com o desempenho das máquinas.
Dentre os propósitos do trabalho estava a conscientização dos trabalhadores das
fábricas, por exemplo, através da criação de um cartaz ilustrativo (vide anexo VI), sobre
a necessidade de se engajar à aplicação simultânea dos pilares da TPM.
Analisando a empresa como um todo, podemos observar que a implantação desse
sistema de supervisão permitiu um melhor gerenciamento de todos aspectos ligados à
implementação da Manutenção Produtiva Total. É possíve visualizar graficamente a
evolução da metodologia, etapa por etapa de cada um dos pilares para todas as linhas
das fábricas, além de conhecer o nível de utilização das ferramentas e métodos da
TPM. Portanto, a partir do conhecimento de como e quanto a TPM beneficiou a
empresa, tornou-se possível realizar uma análise do histórico de dados e da situação
da empresa para projetar objetivos coerentes de crescimento da aplicação da TPM.
Capítulo 6 – Conclusões
91
6.2 DIFICULDADES
Podemos destacar determinadas dificuldades encontradas pelo autor durante todo
o período de estágio.
Inicialmente, temos todos os inconvenientes da parte técnica de desenvolvimento
e interpretação da programação VBA (Visual Basic Applications) do Microsoft Excel®
para entender e melhorar a Tabela de Controle TPM existente.
Por outro lado, houve todo o trabalho operacional a ser realizado referente à
correspondência entre diferentes arquivos, onde os nomes das linhas de produção não
eram necessariamente os mesmos.
Em seguida, podemos destacar todos os problemas de utilização do arquivo com
relação às capacidades dos IS TPM. À medida que as fábricas utilizavam cada vez
mais a Tabela de Controle TPM, surgiam constantemente questões e problemas
técnicos a serem resolvidos. Na verdade, por um lado isso dificultou o avanço da
implantação do arquivo, porém por outro isso representava o interesse dos IS TPM para
colocá-lo em uso.
Finalmente, conseguir uma base de dados com valores confiáveis foi uma das
maiores dificuldades encontradas pelo autor. Uma de suas prioridades era obter um
histórico de dados possível de ser explorado para realizar as análises. A maior parte
dos esforços durante o período de estágio foi dedicada a esse assunto.
Para obter uma boa rede de trabalho, foi necessário ao autor criar, desenvolver e
melhorar suas competências em diplomacia e comunicação. Uma das grandes razões
para limitar o perímetro de trabalho foi devido ao fato do estagiário não ter conseguido,
em determinadas fábricas, construir conjuntamente com os IS TPM uma base de dados
confiável do histórico da aplicação da metodologia TPM nessas fábricas. As relações
humanas, de certa maneira, foram um dos fatores críticos e indispensáveis para o
progresso do estágio.
Apesar dessas dificuldades terem perturbado o avanço geral do trabalho do
estagiário, elas foram ao mesmo tempo um desafio para ultrapassar obstáculos que
estão constantemente presentes em todo tipo de projeto.
Capítulo 6 – Conclusões
92
6.3 OBJETIVOS ATINGIDOS
Considerando os objetivos iniciais, propostos ao autor, podemos afirmar que
durante seu trabalho ele pôde cumprir em geral todas as tarefas que lhe foram
apresentadas.
Ao final do estágio, o autor conseguiu disponibilizar uma ferramenta capaz de
apresentar graficamente um resumo da aplicação da metodologia TPM nas fábricas da
Renault. Para isso, ele precisou entrar em contato com os responsáveis TPM das
fábricas e criar sua própria rede de trabalho o que possibilitou aumentar o uso da
Tabela de Controle TPM.
Além disso, esse sistema permitiu obter resultados que foram utilizados para criar
um cartaz ilustrativo (vide anexo VI) utilizado como suporte de comunicação destinado
aos trabalhadores de fabricação e manutenção para sensibilizá-los da importância de
aplicar os pilares da TPM de maneira simultânea. Trata-se de uma ferramenta de
comunicação simples, mas que explica e apresenta exemplos reais da aplicação da
TPM e seus resultados.
Podemos igualmente destacar como resultado desse trabalho todo o aprendizado
obtido durante o desenvolvimento do projeto e a implantação da Tabela de Controle
TPM. Podemos citar a importância de se criar uma relação "ganha-ganha" com os
interlocutores assim como o trabalho de diplomacia necessário para obter os resultados
desejados.
6.4 PRÓXIMOS PASSOS
Ao final do estágio, o autor seria capaz de implantar a Tabela de Controle TPM em
todas as fábricas Renault. No entanto, devido às razões citadas nos capítulos
anteriores, a utilização dessa ferramenta nas fábricas ainda não foi finalizada. A partir
do momento em que obtivemos resultados concretos em determinadas fábricas,
Capítulo 6 – Conclusões
93
acredita-se que a implantação da Tabela de Controle TPM será mais fácil e viável até a
metade do ano de 2007.
Além disso, um trabalho muito importante a ser desenvolvido diz respeito à
confiabilidade dos dados preenchidos na Tabela de Controle TPM. Considerando que
esse é o ponto de partida essencial para realização de análises, é indispensável estar
atento a essas informações. O objetivo não é apenas criar uma tabela de controle, mas
também conhecer a importância de se obter dados possíveis de serem utilizados.
Devemos ressaltar também que o Indicador TPM é muito recente ainda,
encontrando-se em fase de construção e conseqüentemente pode ser melhorado.
Podemos citar, por exemplo, a possibilidade de especificar melhor a ponderação para
determinados pilares e etapas, como para a "Formação e Treinamento", "Melhoria Caso
a Caso" e "Capitalização e TPM em Projeto".
Podemos igualmente ressaltar que uma vez que o Indicador TPM foi implantado,
haverá certamente comparações entre as fábricas. Portanto, será necessário uma
"padronização" da supervisão da aplicação da TPM onde, por exemplo, todas as
fábricas em "etapa 1" de um determinado pilar, devem apresentar as mesmas
características. Para isso uma avaliação qualitativa da implantação da TPM deverá ser
feita (o que não é possível de se verificar com o Indicador TPM).
Finalmente, uma vez que um cartaz ilustrativo foi criado, é necessário que os
responsáveis TPM das fábricas comecem a utilizá-lo para conscientizar os gerentes de
fabricação e do sistema SPR – TPM a respeito da importância do assunto. Será
necessário para o futuro, realizar um trabalho de comunicação e difusão desse material
nas fábricas e assim obter o apoio da hierarquia na aplicação simultânea dos pilares
TPM, aumentando assim os ganhos de desempenho das máquinas.
6.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse estágio realizado no Departamento de Performance do Sistema Industrial,
integrando a equipe TPM, foi uma experiência muito importante e enriquecedora tanto
Capítulo 6 – Conclusões
94
no aspecto profissional quanto de vivência. O fato de estar inserido em uma outra
cultura tornou o estágio ainda mais interessante e desafiador.
Durante todo o período de estágio, o autor teve a oportunidade de encontrar
diversas pessoas com qualidades e competências técnicas de alto nível. Ter contato
com essas pessoas possibilitou ao autor ter uma visão mais realista de projetos. Além
disso, despertou características importantes no comportamento profissional visando
melhorar os relacionamentos e a elaboração de uma rede de trabalho.
Concluindo, o estágio possibilitou a descoberta do papel da comunicação na
obtenção de resultados, a oportunidade de trabalhar transversalmente e o desafio
pessoal de se expressar em outras línguas (francês e espanhol); foi essencial também
para aprimorar as competências sobre noções técnicas, conceitos da profissão,
importância da TPM nas fábricas, relações humanas na empresa e maturidade
profissional.
Bibliografia
95
BIBLIOGRAFIA
JOHNSTON, R.; Clark, G. Administração de operações de serviço. São Paulo: Atlas, 2002. NAKAJIMA, S. Total productive maintenance. Portland: Productivity Press, 1988 NAKAJIMA, S. Introdução ao TPM. São Paulo: IM&C, 1989. NAKAJIMA, S. La maintenance productive totale (TPM) mise en œuvre de la TPM. 3ª ed. Paris: Afnor, 1994 SHIROSE, K. TPM Total productive maintenance new implementation program in fabrication and assembly industries. 4ª ed. Tokyo: Japan Institute of Plant Maintenance, 2000. SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2002. SUZUKI, T. TPM in process industries. Portland: Productivity Press, 1994 TAKASHI, Y.; OSADA, T. Manutenção produtiva total. São Paulo: IMAM, 1993. VAZ, J.C. Manutenção de sistemas produtivos: um estudo sobre a gestão da disponibilidade de equipamentos. 2003. 203p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2003. RENAULT s.a.s. TPM Mise en oeuvre. 3ª ed. Paris: 2005. 111p. Apostila RENAULT EN BREF. Paris. Apresenta descrição e dados da empresa. Disponível em: <http://www.renault.com/renault_com/fr/main/10_GROUPE_RENAULT/10_Renault_en_bref/ >. Acesso em: 16 de maio de 2006. SITES INTERNOS DA EMPRESA – Intranet – Acesso restrito aos funcionários da empresa. Não disponível para consulta pública.
ANEXOS
Anexos
97
Anexo I – Pilares TPM
"Saisie des Piliers"
Preenchimento, de acordo com a localização geográfica na fábrica, do número de máquinas com as respectivas
etapas validadas dos Pilares TPM (exemplo real de uma fábrica).
Anexos
98
Anexo II – Ferramentas e Métodos TPM
"Saisie de Outils et doc"
Preenchimento, de acordo com a localização geográfica na fábrica, das Ferramentas e Métodos da TPM (exemplo
real de uma fábrica).
Anexos
99
Anexo III – Objetivos TPM
"Engagement"
Preenchimento, de acordo com a localização geográfica na fábrica, dos Objetivos TPM (validação de etapas e
objetivos das ferramentas).
Anexos
100
Anexo IV – Base de dados dos Objetivos TPM
"Base Objectifs"
Base de dados dos objetivos preenchidos em "Engagement".
Anexos
101
Anexo V – Histórico da Aplicação da TPM
"Base Réalisé"
Base de dados do histórico da aplicação da TPM de uma fábrica
Anexos
102
Anexo VI – Cartaz Ilustrativo TPM
Cartaz Ilustrativo destinado aos gerentes de fabricação
Anexos
103
Anexo VII – Visualização Gráfica da TPM
"Graphique Piliers"
Visualização gráfica da aplicação da TPM de uma fábrica