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Apresentação do livro “A Economia Portuguesa na União Europeia: 1986-2010" Imperativos de uma participação bem sucedida de Portugal na UEM Carlos da Silva Costa • Governador 27 março 2014

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Apresentação do livro “A Economia Portuguesa na União Europeia: 1986-2010"

Imperativos de uma participação bem sucedida de Portugal na UEM

Carlos da Silva Costa • Governador 27 março 2014

2 •

Estrutura da apresentação

I. Condições para uma saída credível do Programa de Ajustamento

II. Condições para um crescimento económico sustentado

III. O novo quadro institucional europeu

Imperativos de uma participação bem sucedida de Portugal na UEM

3 •

I. Condições para uma saída credível do Programa de Ajustamento

Imperativos de uma participação bem sucedida de Portugal na UEM

4 •

I. Condições para uma saída credível do Programa de Ajustamento

Saída credível do Programa de Ajustamento exige um compromisso de Finanças Públicas a 3 níveis:

• Trajetória de evolução da dívida pública

• Trajetória de evolução do saldo orçamental

• Trajetória de evolução da despesa pública

em termos nominais

5 •

I. Condições para uma saída credível do Programa de Ajustamento

A trajetória sustentável de Finanças Públicas tem que ser compatível com: • Compromissos europeus (Six pack, Tratado sobre Estabilidade,

Coordenação e Governação e Two pack)

o Correção do défice excessivo em 2015

o Melhoria do saldo total estrutural em 0.5 pp do PIB por ano até se ter

atingindo o OMP (saldo estrutural de -0.5% do PIB)

o Redução anual média do rácio da dívida em 1/20 da diferença face ao

valor de referência de 60% do PIB

• Sustentabilidade do modelo de desenvolvimento económico e social

o Redução permanente da despesa e da taxa de crescimento da despesa

o Fiscalidade mais amiga do crescimento

6 •

I. Condições para uma saída credível do Programa de Ajustamento

Fonte: Banco de Portugal

Saldos necessários para reduzir a dívida num vigésimo do excesso face ao valor de referência

Saldos Totais Saldos Primários

1,0% 2,2% 6,5%

1,5% 1,6% 5,9%

2,0% 1,0% 5,3%

2,5% 0,3% 4,6%

3,0% -0,3% 4,0%

3,5% -0,9% 3,4%

4,0% -1,5% 2,8%

Rácio da dívida pública no PIB

130%

Taxa

de

cre

scim

en

to d

o

PIB

no

min

al

Notas: As células a sombreado indicam as situações em que o saldo total é superior ao MTO (note-se que o MTO é medido em termos estruturais). Para cálculo dos saldos primários, considerou-se que a despesa em juros em rácio do PIB corresponde à estimativa para 2013 (4.3 por cento do PIB).

Precisamos de ter contas públicas equilibradas

7 •

I. Condições para uma saída credível do Programa de Ajustamento

A dívida pública é sustentável desde que:

• Sejam adotadas medidas de consolidação orçamental adicionais que respeitem os compromissos europeus

• Programa de consolidação seja credível, o que implica um compromisso alargado sobre as metas mas também sobre as reformas que conduzam a uma redução estrutural da despesa e a finanças públicas mais “amigas” do crescimento económico

8 •

I. Condições para uma saída credível do Programa de Ajustamento

Fonte: Estimativas do Banco de Portugal

A credibilidade compensa A credibilidade do compromisso com a sustentabilidade das finanças públicas pode gerar ganhos significativos - geração de um ciclo virtuoso entre redução dos custos de financiamento da economia, crescimento económico e sustentabilidade das finanças públicas

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0

2

4

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2003

m11

2004

m4

2004

m9

2005

m2

2005

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2005

m12

2006

m5

2006

m10

2007

m3

2007

m8

2008

m1

2008

m6

2008

m11

2009

m4

2009

m9

2010

m2

2010

m7

2010

m12

2011

m5

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2012

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2012

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2013

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2013

m6

2013

m11

Po

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en

tua

is

Irlanda

Portugal

Diferencial entre as taxas de rendibilidade da dívida pública a 2 anos e as taxas estimadas tendo em conta os fundamentos

económicos

Caso irlandês é ilustrativo

Yields 27/03/2014 (9.00h)

Portugal Irlanda

2 anos 1,31 0,58

5 anos 2,93 1,66

10 anos 4,06 3,01

Yields de PT em níveis de final de 2009

9 •

II. Condições para um crescimento económico sustentado

Imperativos de uma participação bem sucedida de Portugal na UEM

10 •

“Os setores dos serviços associados à despesa do

Estado – como sejam, por exemplo a saúde e a

educação – e a construção foram os motores do

crescimento dos setores não-transacionáveis desde

finais da década de 80”

II. Condições para um crescimento económico sustentado

Crescimento económico sustentado

Investimento produtivo

Padrão de especialização da

economia portuguesa que garanta o equilíbrio

sustentado da conta corrente

1

Transformação estrutural do tecido empresarial

Absorção do desemprego

estrutural

2

A ECONOMIA PORTUGUESA NA UNIÃO EUROPEIA: 1986-2010

11 •

II. Condições para um crescimento económico sustentado

Necessário uma afetação

criteriosa da Poupança

Não podemos gastar

mal o dinheiro repetindo os erros

do passado

As empresas devem investir na melhoria contínua da produtividade para que possam adaptar-se às exigências competitivas do mercado globalizado

O investimento público deve assentar numa avaliação custo-benefício. Projetos devem ser hierarquizados em função do retorno social e económico.

Otimização da utilização da capacidade produtiva instalada Aumentar a produção e redirecioná-la para os mercados externos

Melhoria endógena do padrão de especialização intrasectorial Aumento da escala / Aumento da produtividade e eficiência / Melhoria da segmentação de mercado / Aumento do valor acrescentado por ativo

Melhoria endógena do padrão de especialização intersectorial Investimento em novos setores - Inovação radical

Atração de Investimento Direto Estrangeiro Criar condições de atração dos fatores móveis de produção a nível internacional e de retenção dos fatores móveis de produção nacionais

“(…) os recursos que vinham de fora em abundância fossem

absorvidos por empresas e projetos pouco produtivos,

em setores protegidos da concorrência.”

A ECONOMIA PORTUGUESA NA UNIÃO EUROPEIA: 1986-2010

12 •

II. Condições para um crescimento económico sustentado

Fonte: Banco de Portugal

Restrições ao Investimento

1. Elevado nível de endividamento das empresas

Situação Financeira das Empresas (excluindo SGPS)

2008 2012

Rácio de Autonomia Financeira

Mediana 22,9 23,8

Média Ponderada 35,0 30,2

Juros em % do cash-flow

Mediana 18,3 10,8

Média Ponderada 46,6 57,0

Dívida Financeira em % do EBITDA

Mediana 279,8 366,9

Média Ponderada 584,1 944,3

O nível de autonomia financeira das SNF é muito baixo: 30% em média em 2012

A pressão financeira medida pelo peso dos juros no cash-flow gerado é muito elevada: mais de 50% em média em 2012

Em 2012 a dívida financeira era em média quase 9,5 vezes superior ao EBITDA

13 •

II. Condições para um crescimento económico sustentado

Urge encontrar uma solução para as

empresas viáveis que estão sob

stress financeiro

Conversão de dívida em capital ou quase-capital

Aumento do auto-financiamento

Reforço de capitais próprios

Aumento de capital pelos atuais acionistas

Entrada de novo capital – novos acionistas

Afetação criteriosa dos recursos comunitários do próximo QREN

Venda dos créditos bancários a fundos especializados na tomada de risco

Empresas têm que reduzir o nível de endividamento

14 •

II. Condições para um crescimento económico sustentado

Restrições ao Investimento

2. Fraca qualidade de gestão

3. Ausência de escala/dimensão

Profissionalização da gestão

Separação clara entre propriedade e

gestão

Organização

• Aumento da escala • Capacidade de absorção de conhecimento

15 •

III. O novo quadro institucional europeu

Imperativos de uma participação bem sucedida de Portugal na UEM

16 •

III. O novo quadro institucional europeu

Estabilidade da área do euro exige que sejam superadas as inconsistências e preenchidas as lacunas do modelo institucional inicial da UEM:

• Complementar a União Monetária com a União Bancária

o Mecanismo Único de Supervisão

o Mecanismo Único de Resolução

o Sistema Único de Garantia de Depósitos

• Reforçar a legitimidade das instituições europeias de forma a que

sejam percebidas como entidades que se ocupam do todo quando

promovem políticas económicas

• Reforçar os instrumentos e mecanismos de solidariedade de forma a

que o modelo de governo seja consequente

17 •

III. O novo quadro institucional europeu

Responsabilidade

Solidariedade

Não é possível o reforço do todo sem a aceitação pelas partes das regras que resultam do todo

Não é possível governar o todo sem instrumentos de política que permitam absorver choques a que pode estar sujeito um Estado

Membro

Choques comuns Abordagens comuns para fazer face

a efeitos idiossincráticos

Ch

oq

ue

s id

ioss

incr

átic

os

Resultantes de políticas

locais

Não resultantes de políticas

locais

Abordagens comuns para fazer face a efeitos idiossincráticos

Políticas de responsabilidade (mesmo que se justifique a

solidariedade)

Apresentação do livro “A Economia Portuguesa na União Europeia: 1986-2010"