imagem olfativa - kleyton klaus

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Imagem Olfativa Fotografei o teu cheiro: em cor, textura, dimensão e densidade. Imortalizei as ultima cabeças dos acordes que exalavam, sobre a luz da janela Na silhueta do teu corpo que projetou-se em sombra sobre o meu No calor causticante do quarto: em meio tom. Pendurei o teu cheiro-retrato na sala de estar, também: na cozinha, no banheiro, perto do sofá. Coloquei-o também em um rustico relógio de bolso e tatuei em pele, no peito esquerdo A batida destoado que a fragrância causava, e a sombra que caia em meus olhos Ao comprimir-se por reflexo no temor de não vê-lo mais. Guardei um retrato do instinto aroma: num cofre no porão, numa garrafa naufraga, numa boneca velha. Agarrava estes todas as noites sobre a cama, sentia teu coração batendo, do meu lado Meio bocado de panos e o desejo de ver-te de novo, apegava-me Aos maltrapilhos que comprimia e transportava-a em milésimo para meu aconchego. Dormi com a imagem do teu cheiro, era, meu grito silencioso: meu suporte, inspiração, consolo. Com a moribunda lembrança te construía em pele, marrom teus olhos, Boca e madeixas, fazia-te em frisson, de boca molhada, olhos delineados e

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Poesia de Kleyton Klaus Guedes de Souza

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Page 1: Imagem Olfativa - Kleyton Klaus

Imagem Olfativa

Fotografei o teu cheiro: em cor, textura, dimensão e densidade.

Imortalizei as ultima cabeças dos acordes que exalavam, sobre a luz da janela

Na silhueta do teu corpo que projetou-se em sombra sobre o meu

No calor causticante do quarto: em meio tom.

Pendurei o teu cheiro-retrato na sala de estar, também: na cozinha, no banheiro, perto do sofá.

Coloquei-o também em um rustico relógio de bolso e tatuei em pele, no peito esquerdo

A batida destoado que a fragrância causava, e a sombra que caia em meus olhos

Ao comprimir-se por reflexo no temor de não vê-lo mais.

Guardei um retrato do instinto aroma: num cofre no porão, numa garrafa naufraga, numa boneca velha.

Agarrava estes todas as noites sobre a cama, sentia teu coração batendo, do meu lado

Meio bocado de panos e o desejo de ver-te de novo, apegava-me

Aos maltrapilhos que comprimia e transportava-a em milésimo para meu aconchego.

Dormi com a imagem do teu cheiro, era, meu grito silencioso: meu suporte, inspiração, consolo.

Com a moribunda lembrança te construía em pele, marrom teus olhos,

Boca e madeixas, fazia-te em frisson, de boca molhada, olhos delineados e

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