iii encontro jurídico-sindical da cnts - novas profissões em saúde/especialidades de enfermagem
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Palestrante: Dra. Ivone Evangelista Cabral - Professora de Enfermagem, Pesquisadora do CNPq; Conselheira do CNS e Coordenadora da CIRH Coordenador da Mesa: Lucimary Santos Pinto Coordenador Adjunto: Mário Jorge Santos FilhoTRANSCRIPT
Especialidades na Enfermagem e necessidades de profissionais
especializados para o SUS Ivone Evangelista Cabral
Professora associada. Departamento de Enfermagem Materno Infantil. Escola de
Enfermagem Anna Nery. Universidade Federal do Rio de Janeiro
Conselheira titular. Conselho Nacional de Saúde. Representação da
ABEn/FENTAS
Coordenadora da Comissão Intersetorial de Recursos Humanos/CRIR-CNS
Agenda de Trabalho da CIRH
Papel político no ordenamento da formação de recursos humanos para o SUS e na consolidação da gestão do trabalho e educação em saúde desenvolvendo ações organizadas nos ministérios da Educação, Trabalho e Emprego, Previdência e Planejamento, Orçamento e Gestão.
O plano de trabalho para o período 2013-2015 foi formulado para atender o planejamento do Conselho Nacional de Saúde para o triênio 2012-2015, gestão sob a Presidência de Maria do Socorro de Sousa.
Bloco 2: Educação e Formação
1. debater a formação dos profissionais de saúde, em nível fundamental, técnico
profissionalizante, graduação e pós-graduação (especializações e residências profissionais em
saúde);
2. Contribuir com a formulação das diretrizes curriculares nacionais dos cursos que orientam a
formação em nível fundamental, técnico profissionalizante, graduação e pós-graduação
(especializações e residências profissionais em saúde) e projetos de curso;
3. Defender a inclusão de conteúdos relativos a diversidade cultural, étnico-racial, a especificidade
de populações em situação de vulnerabilidade e populações específicas, como as pessoas com
deficiência, para a atenção em saúde; bem como promover ações pedagógicas na formação de
competências humanísticas e culturais dos profissionais de saúde de diferentes níveis de formação;
4. Articular a participação social nos processos de revisão de diretrizes curriculares para a formação
em saúde em curso;
5. Atualizar as informações sobre os programas de educação do Governo Federal (PET, PRONATEC,
Programa VERSUS);
Bloco 2: Educação e Formação
6. Discutir a formação de pessoas com deficiência para atuarem como profissionais de saúde;
7. Aprofundar o processo de Educação permanente e educação popular no cotidiano da formação, do trabalho e da
participação popular na saúde;
8. Contar com associações de ensino, pesquisa, fóruns estudantis, Fórum dos Usuários, FENTAS e FNEPAS nos
processos constituídos para contribuir com a formulação de diretrizes de gestão do trabalho e educação em
saúde;
9. Ampliação da formação sobre saúde indígena em nível técnico e superior. É necessário resgatar a
valorização das práticas tradicionais dos povos e comunidades tradicionais, e indígenas no processo de
formação;
10. Discutir as residências profissionais e multiprofissionais – regulação, comissões.
Bloco 4: Regulação
1. Propor ao MEC revisão do Decreto nº 5773, arts. 27, 28 e 36, para ampliar a
competência de emissão de pareceres sobre outros cursos na área de saúde;
2. Discutir e propor a regulação do ensino na modalidade de EAD para a formação de
pós-graduação e pós-técnica de profissionais de saúde
3. Solicitar aos Ministérios esclarecimento sobre os objetivos e atribuições dos novos
departamentos de regulação constituídos no MS e MEC;
4. Acompanhar projeto de lei sobre exercício da medicina no Congresso Nacional.
Formar para atender os interesses e necessidades do SUS
O perfil dos profissionais formados para o SUS na o e algo que se desvincule da necessidade do sistema de saúde
É importante dispor de instrumentos legais para produzir poli ticas e mecanismos regulato rios que sincronizem as iniciativas de formac a o com os princi pios do SUS.
A formação na o pode ser capturada pelos interesses privados, seja do mercado ou de uma categoria profissional). (Feuerwerker, 2009)
Trabalho e designado como uma atividade que altera o estado natural (da natureza), transformando-o para melhor atender necessidades … o trabalho sempre e uma ac a o transformadora intencional.
É preciso compreender que as pra ticas de saude sa o determinadas pela finalidade social do trabalho.
A finalidade social é um projeto de ac a o que traduz uma dada concepc a o de processo saude-doenca e cuidado.
Na perspectiva biolo gica e multicausal, a finalidade do processo de trabalho em saude pode ser a restaurac a o da normatividade biome dica.
Na perspectiva coletiva – psicossocial, cultural, biolo gica -, a finalidade podera ser a promoc a o da saude e a emancipac a o dos sujeito
A PROBLEMÁTICA
Escolas e empresas do setor demonstraram insatisfac a o com a educac a o profissional do pessoal de nivel me dio da a rea da Sau de. Profissionais e empresa rios queixam-se: Proliferação de cursos de ma qualidade, Infra-estrutura deficiente, Curriculos fracos Ênfase em um fazer fragmentado e dicotomizado
do saber
O DESAFIO DA QUALIDADE
A PROBLEMÁTICA Profissionais e empresa rios queixam-se da proliferação de cursos de ma qualidade: Corpo docente sem experiência de ensino Corpo docente sem experiência de prática profissional Esta gios mal supervisionados Estágios sem supervisão Produto dos cursos Profissionais com conhecimento te cnico-cientifico
deficiente Profissionais com postura profissional inadequada.
O DESAFIO DA QUALIDADE
Necessidades de se ter uma força de trabalho de enfermagem qualificada
Perfil demográfico da população – aumento e mudança que implica na necessidade de mais serviços de saúde;
Número de egressos dos cursos de enfermagem
Envelhecimento da força de trabalho medido pelo quantitativo de profissionais com mais de 30 anos de idade - rotatividade.
Aumento da demanda de pacientes hospitalizados, mais complexos, em tratamento intensivo, que requerem mais profissionais de enfermagem especializados.
Expansão da oferta de serviços.
Profissionais especializados com potencial para aposentar-se.
Necessidades de profissionais especializados na prestação de cuidados hospitalares e outros serviços de saúde
Fonte: Sigma Theta Tau. Facts on the Nursing Shortage in North America
Força de trabalho da enfermagem Aposentadoria (+ 55 anos) - 25% dos Enfermeiros; 18% dos técnicos em enfermagem; 44% dos auxiliares de enfermagem
Fonte: Cofen (2010). Profissionais de enfermagem existentes nos Conselhos.
Força de trabalho da enfermagem Profissionais de Enfermagem com + de 35 anos – 60%; Idade < 35 anos - SP, RJ, MG
Enfermeiros com + 35 anos – 46%
Fonte: Cofen (2010). Profissionais de enfermagem existentes nos Conselhos.
Força de trabalho – entrada no mercado de trabalho
Evasão - 40%
Oferta de Cursos de Graduação em Enfermagem por Categoria Administrativa1991 - 2012
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2004 2006 2008 2012
Pública
Privada
TOTAL
Fonte: portal e-mec: http://www.educacaosuperior.inep.gov.br
Fonte: Teixeira et al. Panorama da Educação em Enfermagem no Brasil. 2001-2012REBEn, 2012
A – 10 (5%) B – 2 (4%)
A – 44 (18%) B – 8 (16%)
A – 64 (27%) B – 3 (6%)
A – 37 (15%) B – 1 (2%)
A – 85 (35%) B – 37 (72%)
DISTRIBUIÇÃO DOS PÓLOS de EAD POR REGIÃO - 2011
19.680 vagas
54.718 vagas (45,69%)
59% das vagas dos cursos noturnos concentram-
se na região sudeste (São Paulo, Minas Gerais e
Rio de Janeiro)
Trabalhadores estudantes
Formação continuada na enfermagem – técnico
em enfermagem – bacharel em enfermagem
Cursos presenciais noturnos
Fonte: portal e-mec: http://www.educacaosuperior.inep.gov.br
Cuidado de Enfermagem é nível médio estruturado
Pessoal de Nivel médio de
enfermagem – 80% Técnico em
enfermagem – 43%
Rede hospitalar, no Brasil: 812.425 leitos (CNES, 2010) Total de leitos x 24 horas de assistência x sete dias na semana/ : pelo número
de enfermeiros = obtém-se 1/47,54 leitos. Fonte: COFEn. ABEn. FNE. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE ENFERMAGEM NO BRASIL 1991-2011. Relatório parcial elaborado pelo Grupo Técnico Movimento pela Melhoria da Qualidade da Formação dos Profissionais de Enfermagem. Portaria Cofen Nº 408/2011, de 11 de maio de 2011. Ano 2011. 64p.
O DESAFIO DA QUANTIDADE
Fonte: COFEn. ABEn. FNE. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE ENFERMAGEM NO BRASIL 1991-2011. Relatório parcial elaborado pelo Grupo Técnico Movimento pela Melhoria da Qualidade da Formação dos Profissionais de Enfermagem. Portaria Cofen Nº 408/2011, de 11 de maio de 2011. Ano 2011. 64p.
O DESAFIO DA QUANTIDADE
Necessidades sociais de pessoal de Enfermagem
- Perfil demográfico - Redes de atenção
Perfil demográfico
Cuidado centrado na pessoa e não em
tarefas
Fonte: COFEn. ABEn. FNE. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE ENFERMAGEM NO BRASIL 1991-2011. Relatório parcial elaborado pelo Grupo Técnico Movimento pela Melhoria da Qualidade da Formação dos Profissionais de Enfermagem. Portaria Cofen Nº 408/2011, de 11 de maio de 2011. Ano 2011. 64p.
Fonte: COFEn. ABEn. FNE. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE ENFERMAGEM NO BRASIL 1991-2011. Relatório parcial elaborado pelo Grupo Técnico Movimento pela Melhoria da Qualidade da Formação dos Profissionais de Enfermagem. Portaria Cofen Nº 408/2011, de 11 de maio de 2011. Ano 2011. 64p.
184 524
223
373
1.508
DISTRIBUIÇÃO DOS CURSOS PROFISSIONALIZANTES D POR REGIÃO - 2011
2.472 cursos
Fonte: Brasil (MEC) Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Progissional de Nível Técnico. Brasilia (DF), 2000.
6,4 Profissionais de Enfermagem para 1000 hab, incluiu todos os profissionais de Enfermagem. Os outros países consideraram somente enfermeiros/obstetrizes Fonte: 2014 World Development Indicators. World Bank
O Desafio das Especialidades na Enfermagem
Formação pós-tecnica/especialização técnica
Redes de atenção – Falta de formação nas especialidades:
Urgência e Emergência
Oncologia
Neonatologia
Terapia renal substitutiva
Terapia intensiva adulto
Terapia intensiva neonatal
Fonte: Salomão B. Formação póstecnica ganha força com as redes de saúde. RETSUS. 2011.p. 7=9. Disponível em: http://www.retsus.epsjv.fiocruz.br/upload/47/Retsus47_EmRede02.pdf
Formação pós-tecnica Redes de atenção – Falta de formação nas especialidades:
Saúde da Família
Saúde do idoso (Estratégia de Saúde da Família, instituições asilares/ de longa permanência e hospitalares)
Saúde do trabalhador – (CEREST)
Saúde mental
Fonte: Salomão B. Formação póstecnica ganha força com as redes de saúde. RETSUS. 2011.p. 7=9. Disponível em: http://www.retsus.epsjv.fiocruz.br/upload/47/Retsus47_EmRede02.pdf
Requisitos para a formação póstecnica
Diploma de técnico em enfermagem
Curso de 360 a 460 horas
Foco em uma especialidade
No SUS é definido de acordo com a necessidade dos serviços
Financiamento público de FAPS (DF), MS, Secretarias de Saúde (SP)
Finalizando…
Marco regulatório
Constituição Federal de 1988. Artigo 200, inciso III
“Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: ordenar a formação
de recursos humanos na área de saúde;”
Política de regulação
Atuar na ordenação da formação de profissionais de saúde para o SUS
Educação na saúde não é mercadoria!
(Pereira MJB et al. A enfermagem no Brasil no contexto da forc a de trabalho em saude: perfil e legislac ao. Rev Bras Enferm, Brasilia 2009 set-out; 62(5): 771-7.)
Forc a de trabalho em enfermagem apresenta valores distintos no conjunto dos trabalhadores produzindo diferentes status/ reconhecimento nas diversas categorias profissionais, não sendo determinado por legislac o es verticais ou vontades das categorias e entidades de classe.
Divisão social do trabalho de enfermagem tem sido motivador para a ascenção profissional interna da categoria: Auxiliar – Técnico – Enfermeiro
Convivência entre estudante de enfermagem adulto maduro e estudante adulto jovem
Classe social dos estudantes – classe média trabalhadora - trabalhador estudante (adesão a cursos noturnos e à distância)
Concentração de cursos nas áreas de maior desenvolvimento econômico INDUSTRIAL
Enfermagem - Particularidades