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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO “Letramentos e Práticas de Ensino” CADERNO DE RESUMOS Realização: GRUPO DE PESQUISA FALE Colégio de Aplicação João XXIII

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO,

LINGUAGEM E ENSINO

“Letramentos e Práticas de Ensino”

CADERNO DE RESUMOS

Realização:

GRUPO DE PESQUISA FALE

Colégio de Aplicação João XXIII

III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Rua José Lourenço Kelmer, s/n - Campus Universitário

Bairro São Pedro - CEP: 36036-900 Juiz de Fora – MG

Grupo de Pesquisa FALE

www.ufjf.br/fale [email protected]

COLÉGIO DE APLICAÇÃO JOÃO XXIII

Rua Visconde de Mauá, 300

Bairro Santa Helena – CEP: 36015-260 Juiz de Fora – MG

Os resumos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.

III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Reitor

Júlio Maria Fonseca Chebli

Vice-reitor

Marcos Vinício Chein Feres

Diretor da Faculdade de Educação Prof. Dr. André Silva Martins

Diretor do Colégio de Aplicação João XXIII Profª. Andréa Vassallo Fagundes

COMISSÃO ORGANIZADORA

Profa. Ms. Abigail Guedes Magalhães

Prof. Dr. Alexandre Cadilhe

Profa. Dra. Andreia Rezende Garcia Reis

Profa. Dra. Begma Tavares Barbosa

Profa. Dra. Carmen Rita G. M. Lima]

Profa. Ms. Maria Cristina Weitzel Tavela

Profa. Ms. Laura Silveira Botelho

Profa. Dra. Lúcia Cyranka

Profa. Ms. Raquel Martins Melo Pinheiro

Profa. Dra. Tânia Magalhães

Profa. Dra. Terezinha Barroso

COMISSÃO CIENTÍFICA

Prof. Dr. Carlos Henrique Rodrigues – UFSC

Profa. Dra. Carolina Scali Abritta – UERJ

Profa. Dra. Elza de Sá Nogueira – UFJF

Profa. Dra. Erika Kelmer Mathias – UFJF

Profa. Dra. Ilsa do Carmo Vieira Goulart – UFLA

Profa. Dra. Joyce Elaine Almeida Baronas – UEL

Profa. Dra. Lucila Carneiro Guadelupe – UFJF

Profa. Dra. Maura Alves de Freitas Rocha – UFU

Profa. Dra. Mônica Magalhães Cavalcante – UFC

Profa. Dra. Patrícia Nora de Souza – UFJF

Profa. Dr. Ricardo Almeida Teixeira – UFF

Profa. Dra. Rossana Goretti Vilaverde – UFJF

Profa. Dra. Vânia Fernandes e Silva – UFJF

III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

Colaboradores

Ana Carolina Dalamura

Andressa Barcellos

Ariane Alhadas

Bruna Crespo

Carolina Botelho

Fernanda Ferreira

Gabriela Lima

Nádia Amaral

Rafaela Savino de Oliveira

Assistente Editorial dos Anais

Ariane Alhadas Cordeiro Raquel Martins Melo Pinheiro

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

SUMÁRIO

Apresentação................................................................................................. 12

Programação das comunicações orais .............................................................. 13

Pesquisa

Nossa experiência no PIBID e o ensino da língua inglesa Agatha Katherine Gonzaga de Carvalho e Sabrina Aparecida Gonçalves .................22

Referenciação em tiras de humor: da inter-relação entre texto verbal e texto

não verbal Agnes Priscila M. de Morais e Matheus Henrique Duarte....................................... 23

Alfabetizar e letrar: o uso dos gêneros textuais para um aprendizado significativo

Alessandra de Paula Oliveira e Eliane Carelli Macêdo Coelho................................ 24 Práticas de letramento QUEER na sala de I/LA: colocando discursos e

identidades em xeque Álvaro Monteiro Carvalho ................................................................................ 25

Leitura deleite: comodidades, reverberações e deslocamentos na formação do PNAIC/UNICAMP

Ana Cláudia e Silva Fidelis e Fabiana Bigaton Tonin ........................................... 26

Discursos em torno do ensino de inglês na escola pública: uma análise em duas escolas de Juiz de Fora/MG

Ana Cláudia Peters Salgado e Marina Silva Maximiano ....................................... 27

Um olhar da sociolinguística interacional para a educação bilíngue das crianças do século XXI Ana Cláudia Peters Salgado e Talita Fernandes da Costa .................................... 28

Em serviço de educadores: uma pesquisa-intervenção Ana Rosa Costa Picanço Moreira ..................................................................... 29

Os objetivos do ensino de gêneros textuais no discurso e na prática do professor alfabetizador em formação continuada

Analina Alves de Oliveira Muller e Luciane Manera Magalhães ............................ 30

Construções morfológicas e ensino de língua portuguesa: discutindo a abordagem conferida à morfologia derivacional no ensino fundamental

Anna Carolina Ferreira Carrara Rodrigues ....................................................... 31

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O ensino de leitura em diferentes áreas do conhecimento: o trabalho com

gêneros textuais em uma perspectiva interdisciplinar Anna Carolina Santos Reis Dalamura e Rafaela Andrade Savino de Oliveira ........... 32

A modelização do gênero textual relatório científico: uma proposta didática

para o ensino de língua portuguesa Ariane Alhadas Cordeiro ................................................................................. 33

A sequência didática no processo de ensino do gênero diário de leitura: da

modelização à sala de aula Bruna Dos Anjos da C. Crespo e Fernanda Cristina Ferreira................................. 34

Indicadores de sucesso na educação básica – estudo de caso em uma escola pública de periferia

Carolina Alves Fonseca e Neusa Salim Miranda ................................................ 35

Ensino de língua portuguesa mediado pelas novas tecnologias Caroline Souza Ferreira e Thais Fernandes Sampaio ........................................... 36

A teoria da poligamia com restrições de posição: um estudo da produção escrita da criança

Cássio Dias Dalmo e Ilsa do Carmo Vieira Goulart .............................................. 37

Letramento na era digital: produções de vídeos nas aulas de língua portuguesa e de língua inglesa

Cláudia Almeida R. Murta e Marcus Guilherme P. de Faria Valadares .................... 38

Temos que falar português: o protagonismo discente em uma sala de aula de português para estrangeiro

Daniel Augusto de Oliveira e Denise Barros Weiss ............................................. 39

Des-atando atas a escrita do gênero ata como metodologia de formação docente

Elizabeth Orofino Lucio ................................................................................... 40 Leitura compartilhada: estratégias de mediação no letramento literário

Elza de Sá Nogueira e Simone Machada de A. Torres ......................................... 41

A experiência estética com textos literários em sala de aula Érika Kelmer Mathias e Mirian Sanábio Tavella .................................................. 42

O conhecimento metacognitivo e metalinguístico como componente do letramento linguístico acadêmico

Fabiana Esteves Neves ................................................................................... 43

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

Letramento literário na formação continuada de professores alfabetizadores Fernanda de Araújo Frambach ......................................................................... 44

A modalização como marca de argumentatividade no gênero debate

Francieli Aparecida Dias ................................................................................. 45

Linguagem, letramento e tecnologia: práticas de leitura e ação escolar Gilvan Mateus Soares ..................................................................................... 46

Aspectos linguísticos e discursivos do processo de revisão de textos Helena Maria Ferreira ..................................................................................... 47

A leitura em sala de aula no 2º segmento do ensino fundamental: uma

discussão sobre essa atividade Ilka Schapper e Tania Maria dos Santos ............................................................ 48

Inglês para crianças e uma licencianda em formação: possibilidades de

letramento Isabel Cristina R. Moraes Bezerra .................................................................... 49

Gêneros expositivos no contexto da educação infantil Josieli Almeida de Oliveira Leite ...................................................................... 50

Nem só de livro didático sobrevive o professor de inglês Josilene Carvalho Pereira e Tania Regina de Souza Romero ................................. 51

Alternativas didáticas exitosas que atenderam as diferenças individuais no

processo de alfabetização de turmas heterogêneas Josina A. T. Teixeira e Sara H. da C. Freitas ...................................................... 52

O fórum de discussão em EAD: um estudo sobre a relação entre a

argumentação e o aprendizado a partir da colaboração Juliana de Carvalho Barros e Patrícia Nora de Souza ........................................... 53

Estratégias pedagógicas em contextos digitais: técnicas para promover o

letramento digital Lucas Mariano de Jesus ................................................................................ 54

8

III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

A interculturalidade no ensino de língua espanhola: gêneros como mediadores culturais

Lucila Carneiro Guadelupe e Marta Cristina Da Silva ......................................... 55

Letramento e gêneros textuais no currículo mínimo do estado do Rio de Janeiro Marcela Martins de Melo ................................................................................. 56

Professores leitores e mediadores de leituras literárias Márcia Mariana Santos de Oliveira ................................................................ 57

Análise da proposta curricular de língua portuguesa de Juiz de Fora na

abordagem do ciclo de políticas de BALL Márcia Patrícia Barboza de Souza .................................................................. 58

A associação socialmente aceita de formas de utilizar a linguagem:

explorando a relação entre comunidade de prática e os novos estudos de letramento Marcos Luiz Wiedemer ................................................................................... 59

Que língua é essa? O que pensam as crianças Maria Diomara da Silva .................................................................................. 60

O papel do professor na (não) inserção de sujeitos deslocados à esquerda em

textos escritos Mariana Delesderrier da Silva ......................................................................... 61

“Você é bilíngue”: algumas concepções de professores de língua estrangeira

em formação na Universidade Federal de Juiz de Fora Mariana Schuchter Soares e Michele Cristina Ramos Gomes ................................ 62

Ensino de línguas para crianças na escola pública: abordagem CLIL − uma

forma de desenvolver a bilingualidade dos alunos e ampliar os seus repertórios comunicativos Márjori Correa Mendes e Raquel Santos Lombardi .............................................. 63

O lugar dos gêneros textuais nos projetos de letramento e nos projetos didáticos de gênero

Nádia Ferreira de Faria Braga ......................................................................... 64

Estratégias metacognitivas no ensino de leitura: suporte teórico-metodológico e emprego do conhecimento prévio

Patrícia Ferreira Botelho ................................................................................. 65

9

III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O uso da tecnologia como metodologia de ensino em sala de aula Peterson Vitor Ribeiro .................................................................................... 66

Práticas sociais do letramento: o que são; como entendê-las; como fazê-las Victoria Wilson .............................................................................................. 67

Relatos

Práticas de letramento na escola: a construção de um ensino reflexivo através de gêneros textuais

Aline Salucci Nunes ........................................................................................ 69

Histórias de avô e avó Ana Caroline de Almeida ................................................................................. 70

Os estudos em desenvolvimento metalinguístico e a (re)construção do curso de oficina de língua portuguesa do CLAC-UFRJ Ana Flávia Lopes Magela Gerhardt ................................................................... 71

Escola e letramento literário: “mas o João não sabe ler!” Ana Lúcia Werneck Veiga e Lúcia Helena Schuchter ............................................ 72

Leitura e gramática na interação professor/aprendizes: possibilidades de um

letramento significatico Andréia Rangel e Patrícia Graeff ...................................................................... 73

O ensino de inglês no projeto de extensão universitária boa vizinhança

Andressa Christine Oliveira Da Silva ................................................................. 74

O trabalho com o tipo textual carta no ensino de língua portuguesa: uma experiência no 4º ano do ensino fundamental

Ângela Mara de Oliveira Fernandes e Vânia Fernandes e Silva ............................. 75

Os vídeos do youtube e sua utilização nas aulas de inglês Azussa Matsuoka ........................................................................................... 76

O lugar da gramática no ensino de gêneros textuais: o modelo didático aponta um caminho Carmen Rita Guimarães Marques de Lima e Gisele de Oliveira Barbosa ................. 77

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

As contribuições da mídia contemporânea no primeiro segmento do ensino fundamental

Cintia Cristina de Campos Silva e Raquel Vianelo Sell ......................................... 78

O interprete educacional em libras: análise do código de ética e de prática profissional

Emiliane Moraes Silva e Gilsane Moraes Silva .................................................... 79

Da leitura à produção textual: um estudo sobre o trabalho com gêneros textuais na alfabetização

Flávia Aparecida Mendes de Oliveira Cruz ......................................................... 80

O diário reflexivo como prática de letramento e reflexão docente Flávia Luciana Campos Dutra Andrade .............................................................. 81

Intervenção pedagógica: princípios, permanências e inovações Gleice Aparecida De Menezes Henriques

Patrícia de Souza Lima Cabette ....................................................................... 82

O diário de leitura e escritura e a formação do leitor na educação básica Hélcio Carlos de Oliveira Silva ......................................................................... 83

Rali: um caminho para compreender as diversas formas de leitura Josimar Gonçalves Ribeiro Moreira ................................................................... 84

Aprendizagem móvel na escola pública: relato de uma prática na aula de

língua inglesa Joyce Vieira Fettermann ................................................................................. 85

Da literatura de cordel ao rap: uma discussão sobre manifestações culturais

no ensino fundamental Leila Cruz Magalhães e Tereza D’àvila Ferreira ................................................... 86

Formação de leitores em uma escola pública do município do rio de janeiro,

inserida em comunidade Lidiane Gomes de Oliveira ............................................................................. 87

Repensando o ensino da leitura e da escrita

Luciana Castro .............................................................................................. 88 Reescrever para aprender a escrever: reescritura e conhecimento

metalinguístico Luciana Mazzei ........................................................................................... 89

11

III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

Oficinas de variação linguística na sala de aula Luiz Felipe Da Silva Durval e Monique Débora A. de Oliveira ................................ 90

Ensino do gênero fábula no segundo ciclo do ensino fundamental Marcela Batista Martinhão ............................................................................... 91

Práticas pedagógicas em sala de aula no ensino de literatura e português

para surdos Margareth Maura dos Santos ........................................................................... 92

O vocabulário de língua inglesa, presente no cotidiano dos alunos, em

diferentes gêneros textuais Maria Catarina Paiva Repolês .......................................................................... 93

Leitura na tela: um projeto para ensinar a ler no peja com o apoio das TICS

Marinalva Dias C. Francisco ............................................................................. 94

Práticas de letramento no 1º. ano do ciclo inicial da educação básica – trabalhando receita culinária e lista de compras

Milena Guerra Scarato Lopes ........................................................................... 95

Prática docente de língua portuguesa: uma experiência com a formação de jovens leitores

Pilar Silveira Mattos e Vanessa Aparecida de Almeida Gonçalves .......................... 96

Sociolinguística em ação: reflexões de uma experiência do PIBID Ricardo Joseh Lima......................................................................................... 97

Projeto ‘Floresta faz a diferença’ – módulo II da coleção “Princípios em práticas: alfabetização de jovens e adultos” Rosa Helena do Nascimento e Rosilene Souza Almeida ...................................... 98

O potencial educativo dos gêneros textuais para a alfabetização e o letramento Thaylla Soares Paixão .................................................................................. 99

Intertextualidade: uma contribuição para o ensino de produção escrita

Valéria Cristina de A. V. Caetano ................................................................... 100

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

Apresentação

O Grupo FALE - Formação de Professores, Alfabetização, Linguagem e

Ensino - é um grupo de pesquisa integrado ao NEEL (Núcleo de Estudos em Educação e Linguagens) da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora. Foi criado em 2004 e reúne professores da Universidade Federal de Juiz de Fora, de

outras instituições de nível fundamental, médio e superior, mestrandos e alunos de graduação, principalmente dos cursos de Letras e de Pedagogia.

Seus integrantes, juntamente com a participação e dedicação de todos os colaboradores, desenvolvem pesquisas e intervenções em escolas relativas ao ensino de língua portuguesa e formação de professores.

Desde sua fundação, o Grupo FALE vem realizando eventos que buscam expandir o debate e as discussões pautadas no ensino de linguagem na escola básica,

como minicursos, seminários e colóquios. No I Colóquio de Letramento, Linguagem e Ensino, realizado em 2010,

participaram as professoras Dra. Marildes Marinho (UFMG) e Dra. Cecília Goularth

(UFF), professores universitários, professores da rede pública e particular de Juiz de Fora, e, também, alunos de graduação e pós-graduação de diversas instituições. Além

disso, tivemos mesas e palestras ministradas por professores e pesquisadores da Faculdade de Letras e da Faculdade de Educação da UFJF e do Colégio de Aplicação João XXIII.

Em 2013, realizamos o II Colóquio de Letramento, Linguagem e Ensino, em parceria com o Colégio de Aplicação João XXIII, que contou com a participação das

professoras Profa. Dra. Roxane Rojo (Unicamp), Profa. Dra. Neusa Salim Miranda (UFJF), Profa. Dra. Marlene Carvalho (UCP/RJ), Profa. Dra. Hilda Micarello (UFJF),

Profa. Dra. Luciane Manera Magalhães (UFJF), professores da Faculdade de Educação e da Faculdade de Letras, além dos alunos de pós-graduação e graduação. Com o tema “Letramentos múltiplos: desafios da formação de professores e do aluno da

educação básica”, buscamos discutir e refletir sobre os desafios relacionados ao ensino de língua materna.

O III Colóquio de Letramento, Linguagem e Ensino, realizado pelo Grupo FALE, em parceria com o Colégio de Aplicação João XXIII, tem o objetivo de debater sobre as perspectivas e práticas de ensino. Para isso, serão apresentados resultados de

pesquisa, relatos de experiências, palestras e mesas pautadas no tema “Letramentos e práticas de ensino”. O evento será realizado no mês de novembro de 2015, na

Faculdade de Educação da UFJF. Os trabalhos apresentados neste III Colóquio abarcam múltiplos eixos do ensino

de línguas, tais como: práticas de produção escrita e leiteira em gêneros textuais, a

sociolinguística aplicada ao ensino de línguas, práticas interdisciplinares de linguagem, práticas de letramento literário, práticas de alfabetização e letramento, práticas de

oralidade em gêneros textuais. Serão debatidos também os gêneros midiáticos nas práticas escolares de linguagem e práticas de linguagem na educação bilíngue de surdos.

Esperamos, portanto, que os debates aqui propostos contribuam para novas perspectivas de ensino e práticas inovadoras no processo de ensino-aprendizagem.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

PROGRAMAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES ORAIS

SEXTA-FEIRA 06 de novembro de 2015

Sexta-feira, dia 06 de novembro de 2015

EIXO 1: Práticas de produção escrita em gêneros textuais

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

14h A MODELIZAÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL RELATÓRIO CIENTÍFICO: UMA PROPOSTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

ARIANE ALHADAS CORDEIRO

14h20 ASPECTOS LINGUÍSTICOS E DISCURSIVOS DO PROCESSO DE REVISÃO DE TEXTOS

HELENA MARIA FERREIRA

14h40 O TRABALHO COM O TIPO TEXTUAL CARTA NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA EXPERIÊNCIA NO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

ÂNGELA MARA DE O. FERNANDES VANIA FERNANDES E SILVA

15h Debate

15h30 OS OBJETIVOS DO ENSINO DE GÊNEROS TEXTUAIS NO DISCURSO E NA PRÁTICA DO PROFESSOR ALFABETIZADOR EM FORMAÇÃO CONTINUADA

ANALINA ALVES DE OLIVEIRA MULLER LUCIANE MANERA MAGALHÃES

15h50 A SEQUÊNCIA DIDÁTICA NO PROCESSO DE ENSINO DO GÊNERO DIÁRIO DE LEITURA: DA MODELIZAÇÃO À SALA DE AULA

BRUNA DOS ANJOS DA C. CRESPO FERNANDA CRISTINA FERREIRA

16h10 O LUGAR DOS GÊNEROS TEXTUAIS NOS PROJETOS DE LETRAMENTO E NOS PROJETOS DIDÁTICOS DE GÊNERO

NÁDIA FERREIRA DE FARIA BRAGA

16h30 REESCREVER PARA APRENDER A ESCREVER: REESCRITURA E CONHECIMENTO METALINGUÍSTICO

LUCIANA MAZZEI

16h50 Debate

Sexta-feira, dia 06 de novembro de 2015

EIXO 3: Práticas de leitura em gêneros textuais

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

14h ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS NO ENSINO DE LEITURA: SUPORTE TEÓRICO-METODOLÓGICO E EMPREGO DO CONHECIMENTO PRÉVIO

PATRICIA FERREIRA BOTELHO

14h20 O ENSINO DE LEITURA EM DIFERENTES ÁREAS DO CONHECIMENTO: O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS EM UMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

ANNA CAROLINA S. R. DALAMURA RAFAELA ANDRADE S. DE OLIVEIRA

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

14h40 A LEITURA EM SALA DE AULA NO 2º SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA DISCUSSÃO SOBRE ESSA ATIVIDADE

ILKA SCHAPPER TANIA MARIA DOS SANTOS

15h Debate

15h30 O DIÁRIO DE LEITURAS E ESCRITURAS E A FORMAÇÃO DO LEITOR NA EDUCAÇÃO BÁSICA

HÉLCIO CARLOS DE OLIVEIRA SILVA

15h50 ENSINO DO GÊNERO FÁBULA NO SEGUNDO CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL

MARCELA BATISTA MARTINHÃO

16h10 LETRAMENTO E GÊNEROS TEXTUAIS NO CURRÍCULO MÍNIMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

MARCELA MARTINS DE MELO

16h30 LEITURA COMPARTILHADA: ESTRATÉGIAS DE MEDIAÇÃO NO LETRAMENTO LITERÁRIO

SIMONE MACHADO DE A. TORRES Elza de Sá Nogueira

16h50 Debate

Sexta-feira, dia 06 de novembro de 2015

EIXO 4: Práticas de letramento literário

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

14h PROFESSORES LEITORES E MEDIADORES DE LEITURAS LITERÁRIAS

MÁRCIA MARIANA S. DE OLIVEIRA

14h20 PRÁTICA DOCENTE DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA EXPERIÊNCIA COM A FORMAÇÃO DE JOVENS LEITORES

PILAR SILVEIRA MATTOS VANESSA A. DE ALMEIDA GONÇALVES

14h40 ESCOLA E LETRAMENTO LITERÁRIO: “MAS O JOÃO NÃO SABE LER!”

LÚCIA HELENA SCHUCHTER ANA LÚCIA WERNECK VEIGA

15h Debate

15h30 O CONHECIMENTO METACOGNITIVO E METALINGUÍSTICO COMO COMPONENTE DO LETRAMENTO LINGUÍSTICO ACADÊMICO

FABIANA ESTEVES NEVES

15h50 DA LITERATURA DE CORDEL AO RAP: UMA DISCUSSÃO SOBRE MANIFESTAÇÕES CULTURAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL

LEILA CRUZ MAGALHÃES TEREZA D’ÀVILA FERREIRA

16h10 RALI: UM CAMINHO PARA COMPREENDER AS DIVERSAS FORMAS DE LEITURA

JOSIMAR GONÇALVES R. MOREIRA

LETRAMENTO LITERÁRIO NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES ALFABETIZADORES: LEITURAS E TESSITURAS

FERNANDA DE ARAÚJO FRAMBACH

16h50 Debate

15

III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

Sexta-feira, dia 06 de novembro de 2015

EIXO 5: A Sociolinguística aplicada ao ensino de línguas

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

14h DISCURSOS EM TORNO DO ENSINO DE INGLÊS NA ESCOLA PÚBLICA: UMA ANÁLISE EM DUAS ESCOLAS DE JUIZ DE FORA/MG

MARINA SILVA MAXIMIANO ANA CLÁUDIA PETERS SALGADO

14h20 QUE LÍNGUA É ESSA? O QUE PENSAM AS CRIANÇAS MARIA DIOMARA DA SILVA

14h40 A INTERCULTURALIDADE NO ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA: GÊNEROS COMO MEDIADORES CULTURAIS

LUCILA CARNEIRO GUADELUPE MARTA CRISTINA DA SILVA

15h Debate

15h30 O ENSINO DE INGLÊS NO PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA BOA VIZINHANÇA

ANDRESSA CHRISTINE O. DA SILVA

15h50 “VOCÊ É BILÍNGUE”: ALGUMAS CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA EM FORMAÇÃO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

MARIANA SCHUCHTER SOARES MICHELE CRISTINA RAMOS GOMES

16h10 INGLÊS PARA CRIANÇAS E UMA LICENCIANDA EM FORMAÇÃO: POSSIBILIDADES DE LETRAMENTO

ISABEL CRISTINA R. MORAES BEZERRA

16h30 TEMOS QUE FALAR PORTUGUÊS: O PROTAGONISMO DISCENTE EM UMA SALA DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS

DANIEL AUGUSTO DE OLIVEIRA DENISE BARROS WEISS

16h50 Debate

Sexta-feira, dia 06 de novembro de 2015

EIXO 6: Práticas de alfabetização e letramento

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

14h ALTERNATIVAS DIDÁTICAS EXITOSAS QUE ATENDERAM AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE TURMAS HETEROGÊNEAS

SARA H. DA C. FREITAS JOSINA A. T. TEIXEIRA

14h20 REPENSANDO O ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA LUCIANA CASTRO

14h40 ALFABETIZAR E LETRAR: O USO DOS GÊNEROS TEXTUAIS PARA UM APRENDIZADO SIGNIFICATIVO

ALESSANDRA DE PAULA OLIVEIRA ELIANE CARELLI MACÊDO COELHO

15h Debate

16

III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

15h30 PRÁTICAS DE LETRAMENTO NO 1º. ANO DO CICLO INICIAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA – TRABALHANDO RECEITA CULINÁRIA E LISTA DE COMPRAS

MILENA GUERRA SCARATO LOPES

15h50 LEITURA DELEITE: COMODIDADES, REVERBERAÇÕES E DESLOCAMENTOS NA FORMAÇÃO DO PNAIC/UNICAMP

ANA CLÁUDIA E SILVA FIDELIS FABIANA BIGATON TONIN

16h10 O POTENCIAL EDUCATIVO DOS GÊNEROS TEXTUAIS PARA A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO

THAYLLA SOARES PAIXÃO

16h30 HISTÓRIAS DE AVÔ E AVÓ ANA CAROLINE DE ALMEIDA

16h50 Debate

Sexta-feira, dia 06 de novembro de 2015

EIXOS 8 e 9: Os gêneros midiáticos nas práticas escolares de linguagem e Práticas interdisciplinares de linguagem

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

14h LINGUAGEM, LETRAMENTO E TECNOLOGIA: PRÁTICAS DE LEITURA E AÇÃO ESCOLAR

GILVAN MATEUS SOARES

14h20 APRENDIZAGEM MÓVEL NA ESCOLA PÚBLICA: RELATO DE UMA PRÁTICA NA AULA DE LÍNGUA INGLESA

JOYCE VIEIRA FETTERMANN

14h40 LEITURA NA TELA: UM PROJETO PARA ENSINAR A LER NO PEJA COM O APOIO DAS TICS

MARINALVA DIAS C. FRANCISCO

15h Debate

15h30 OS VÍDEOS DO YOUTUBE E SUA UTILIZAÇÃO NAS AULAS DE INGLÊS

AZUSSA MATSUOKA

15h50 AS CONTRIBUIÇÕES DA MÍDIA CONTEMPORÂNEA NO PRIMEIRO SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL

CRISTINA DE CAMPOS SILVA RAQUEL VIANELO SELL

16h10 LEITURA FOTOGRÁFICA DOS ESPAÇOS DA CRECHE NA FORMAÇÃO EM SERVIÇO DE EDUCADORES: UMA PESQUISA-INTERVENÇÃO

ANA ROSA COSTA PICANÇO MOREIRA

16h30 ENSINO DE LÍNGUAS PARA CRIANÇAS NA ESCOLA PÚBLICA: ABORDAGEM CLIL − UMA FORMA DE DESENVOLVER A BILINGUALIDADE DOS ALUNOS E AMPLIAR OS SEUS REPERTÓRIOS COMUNICATIVOS

MÁRJORI CORREA MENDES RAQUEL SANTOS LOMBARDI

16h50 Debate

17

III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

SÁBADO

O7 de novembro de 2015

Sábado, dia 07 de novembro de 2015

EIXO 1: Práticas de produção escrita em gêneros textuais

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

08h30 GÊNEROS EXPOSITIVOS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

JOSIELI ALMEIDA DE OLIVEIRA LEITE

08h50 A TEORIA DA POLIGAMIA COM RESTRIÇÕES DE POSIÇÃO: UM ESTUDO DA PRODUÇÃO ESCRITA DA CRIANÇA

CÁSSIO DIAS DALMO ILSA DO CARMO VIEIRA GOULART

09h10 INTERTEXTUALIDADE: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O ENSINO DE PRODUÇÃO ESCRITA

VALERIA CRISTINA DE A. V. CAETANO

09h30 Debate

Sábado, dia 07 de novembro de 2015

EIXOS 2 e 3: Práticas de oralidade em gêneros textuais e Práticas de leitura em gêneros textuais

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

08h30 A MODALIZAÇÃO COMO MARCA DE ARGUMENTATIVIDADE NO GÊNERO DEBATE

FRANCIELI APARECIDA DIAS

08h50 REFERENCIAÇÃO EM TIRAS DE HUMOR: DA INTER-RELAÇÃO ENTRE TEXTO VERBAL E TEXTO NÃO VERBAL

MATHEUS HENRIQUE DUARTE AGNES PRISCILA M. DE MORAIS

09h10 PRÁTICAS SOCIAIS DO LETRAMENTO: O QUE SÃO; COMO ENTENDÊ-LAS; COMO FAZÊ-LAS

VICTORIA WILSON

09h30 Debate

Sábado, dia 07 de novembro de 2015

EIXO 3: Práticas de leitura em gêneros textuais

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

08h30 A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA COM TEXTOS LITERÁRIOS EM SALA DE AULA

MIRIAN SANÁBIO TAVELLA ÉRIKA KELMER MATHIAS

08h50 LEITURA E GRAMÁTICA NA INTERAÇÃO PROFESSOR/APRENDIZES: POSSIBILIDADES DE UM LETRAMENTO SIGNIFICATICO

ANDRÉIA RANGEL PATRÍCIA GRAEFF

09h10 O VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA, PRESENTE NO COTIDIANO DOS ALUNOS, EM DIFERENTES

MARIA CATARINA PAIVA REPOLÊS

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

GÊNEROS TEXTUAIS

09h30 Debate

Sábado, dia 07 de novembro de 2015

EIXOS 1 e 3: Práticas de produção escrita em gêneros textuais e Práticas de leitura em gêneros textuais

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

08h30 DES-ATANDO ATAS A ESCRITA DO GÊNERO ATA COMO METODOLOGIA DE FORMAÇÃO DOCENTE

ELIZABETH OROFINO LUCIO

08h50 NOSSA EXPERIÊNCIA NO PIBID E O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA

AGATHA KATHERINE G. DE CARVALHO SABRINA APARECIDA GONÇALVES

09h10 A ASSOCIAÇÃO SOCIALMENTE ACEITA DE FORMAS DE UTILIZAR A LINGUAGEM: EXPLORANDO A RELAÇÃO ENTRE COMUNIDADE DE PRÁTICA E OS NOVOS ESTUDOS DE LETRAMENTO

MARCOS LUIZ WIEDEMER

09h30 FORMAÇÃO DE LEITORES EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, INSERIDA EM COMUNIDADE

LIDIANE GOMES DE OLIVEIRA

09h50 Debate

Sábado, dia 07 de novembro de 2015

EIXO 5: A Sociolinguística aplicada ao ensino de línguas

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

08h30 OFICINAS DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA SALA DE AULA

MONIQUE DÉBORA A. DE OLIVIERA LUIZ FELIPE DA SILVA DURVAL

08h50 SOCIOLINGUÍSTICA EM AÇÃO: REFLEXÕES DE UMA EXPERIÊNCIA DO PIBID

RICARDO JOSEH LIMA

09h10 UM OLHAR DA SOCIOLINGUÍSTICA INTERACIONAL PARA A EDUCAÇÃO BILÍNGUE DAS CRIANÇAS DO SÉCULO XXI

ANA CLÁUDIA PETERS SALGADO TALITA FERNANDES DA COSTA

09h30 Debate

Sábado, dia 07 de novembro de 2015

EIXO 6: Práticas de alfabetização e letramento

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

08h30 PRÁTICAS DE LETRAMENTO NA ESCOLA: A CONSTRUÇÃO DE UM ENSINO REFLEXIVO ATRAVÉS DE GÊNEROS TEXTUAIS

ALINE SALUCCI NUNES

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

08h50 O DIÁRIO REFLEXIVO COMO PRÁTICA DE LETRAMENTO E REFLEXÃO DOCENTE

FLÁVIA LUCIANA C. DUTRA ANDRADE

09h10 DA LEITURA À PRODUÇÃO TEXTUAL: UM ESTUDO SOBRE O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS NA ALFABETIZAÇÃO

FLÁVIA APARECIDA MENDES DE OLIVEIRA CRUZ

09h30 Debate

Sábado, dia 07 de novembro de 2015

EIXO 7: O ensino da gramática na perspectiva dos gêneros textuais

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

08h30 CONSTRUÇÕES MORFOLÓGICAS E ENSINO DE LINGUA PORTUGUESA: DISCUTINDO A ABORDAGEM CONFERIDA À MORFOLOGIA DERIVACIONAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

ANNA CAROLINA FERREIRA CARRARA RODRIGUES

08h50 O PAPEL DO PROFESSOR NA (NÃO) INSERÇÃO DE SUJEITOS DESLOCADOS À ESQUERDA EM TEXTOS ESCRITOS

MARIANA DELESDERRIER DA SILVA

09h10 O LUGAR DA GRAMÁTICA NO ENSINO DE GÊNEROS TEXTUAIS: O MODELO DIDÁTICO APONTA UM CAMINHO

GISELE DE OLIVEIRA BARBOSA CARMEN RITA GUIMARÃES M.DE LIMA

09h30 Debate

Sábado, dia 07 de novembro de 2015

EIXO 8: Os gêneros midiáticos nas práticas escolares de linguagem

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

08h30 LETRAMENTO NA ERA DIGITAL: PRODUÇÕES DE VÍDEOS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA E DE LÍNGUA INGLESA

CLÁUDIA ALMEIDA R. MURTA MARCUS GUILHERME P. DE FARIA VALADARES

08h50 O USO DA TECNOLOGIA COMO METODOLOGIA DE ENSINO EM SALA DE AULA

PETERSON VITOR RIBEIRO

09h10 ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS

CAROLINE SOUZA FERREIRA THAIS FERNANDES SAMPAIO

09h30 Debate

Sábado, dia 07 de novembro de 2015

EIXO 9: Práticas interdisciplinares de linguagem

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

08h30 NEM SÓ DE LIVRO DIDÁTICO SOBREVIVE O PROFESSOR DE INGLÊS

JOSILENE CARVALHO PEREIRA

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

TANIA REGINA DE SOUZA ROMERO

08h50 ESTRATÉGIAS PEDADÓGICAS EM CONTEXTOS DIGITAIS: TECNICAS PARA PROMOVER O LETRAMENTO DIGITAL

LUCAS MARIANO DE JESUS

09h10 INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA: PRINCÍPIOS, PERMANÊNCIAS E INOVAÇÕES

GLEICE APARECIDA DE M. HENRIQUES PATRÍCIA DE SOUZA LIMA CABETTE

09h30 Debate

Sábado, dia 07 de novembro de 2015

EIXO 9: Práticas interdisciplinares de linguagem

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

08h30 O FÓRUM DE DISCUSSÃO EM EAD: UM ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE A ARGUMENTAÇÃO E O APRENDIZADO A PARTIR DA COLABORAÇÃO

JULIANA DE CARVALHO BARROS

PATRÍCIA NORA DE SOUZA

08h50 OS ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO METALINGUÍSTICO E A (RE)CONSTRUÇÃO DO CURSO DE OFICINA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO CLAC-UFRJ

ANA FLÁVIA LOPES MAGELA GERHARDT

09h10 ANÁLISE DE UM LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA SOB A PERSPECTIVA DOS MULTILETRAMENTOS

GISELLE MARIA SARTI LEAL MUNIZ ALVES

09h30 Debate

Sábado, dia 07 de novembro de 2015

EIXOS 10 e 11: Práticas de linguagem na educação bilíngue de surdos: português como segunda língua e Currículo

HORÁRIO TÍTULO AUTOR(ES)

08h30 O INTÉRPRETE EDUCACIONAL EM LIBRAS: ANÁLISE DO CÓDIGO DE ÉTICA E DE PRÁTICA PROFISSIONAL

EMILIANE MORAES SILVA GILSANE MORAES SILVA

08h50 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM SALA DE AULA NO ENSINO DE LITERATURA E PORTUGUÊS PARA SURDOS

MARGARETH MAURA DOS SANTOS

09h10 ANÁLISE DA PROPOSTA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA DE JUIZ DE FORA NA ABORDAGEM DO CICLO DE POLÍTICAS DE BALL

MÁRCIA PATRÍCIA BARBOZA DE SOUZA

09h30 Debate

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

Pesquisa

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

NOSSA EXPERIÊNCIA NO PIBID E O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA

AGATHA KATHERINE GONZAGA DE CARVALHO

[email protected]

SABRINA APARECIDA GONÇALVES

[email protected]

UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS-UFLA

Como parte integrante de nossa formação inicial, nós do PIBID (Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), realizamos um trabalho contextualizado e interativo no primeiro semestre de 2015 com alunos do 6º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio, em uma escola pública estadual na

cidade de Lavras, no sul de Minas Gerais. O objetivo do nosso trabalho consistiu em inserir a Língua Inglesa no cotidiano desses alunos, partindo do conhecimento prévio

e do conhecimento de mundo que eles possuem. Evidenciando que o Inglês está presente no nosso dia a dia, utilizamos textos autênticos com temas que estão presentes no cotidiano. Enfocando a abordagem do inglês instrumental,

especialmente Munhoz (2000) e Freire (2010), destacamos a relevância do apoio em palavras cognatas, o que significam, como identificá-las e como utilizá-las para um

bom entendimento do texto, bem como o uso das habilidades de skimming para entendimento de pontos principais e de scanning para localização de informação

específica em um texto. Com essa prática em ambas as turmas, nós constatamos que utilizando temas que são presentes na vida desses estudantes e que são interessantes para eles, as aulas melhoraram muito devido à maior participação e entendimento dos

alunos. Percebemos que trabalhando de forma contextualizada a interpretação de textos e a gramática juntamente com temas interessantes contribui de forma positiva

para o ensino-aprendizagem da língua estrangeira, ao mesmo tempo em que torna esses alunos confiantes e desenvolve sua autonomia.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

REFERENCIAÇÃO EM TIRAS DE HUMOR: DA INTER-RELAÇÃO ENTRE TEXTO

VERBAL E TEXTO NÃO VERBAL

AGNES PRISCILA MARTINS DE MORAIS [email protected]

MATHEUS HENRIQUE DUARTE

[email protected]

Universidade Federal de Lavras

O presente trabalho tem por escopo socializar os resultados de uma pesquisa

empreendida com o objetivo de analisar o estatuto da referenciação utilizada no gênero tiras de humor. De acordo com Guimarães (2013, p. 2), “sabe-se que as relações de produção de sentido estabelecidas entre o verbal e o não-verbal cumprem

um papel de relevância nas mídias de massa da contemporaneidade”. Embora, ainda seja veiculada a ideia de que a referência nos textos tem a função de retomar

linguisticamente um elemento já mencionado, a perspectiva aqui abordada assume a posição de que esse mecanismo de coesão trata-se de “uma ação interativa, construtiva e não representacional, possivelmente componencial, que fornece pistas

de acesso para elaboração de sentidos’’ (Marcushi, 2007, p.101), conforme postula Antunes (2005). Nessa direção, a proposta de análise partiu de estudos teóricos

pautados em Antunes (2005); Marcuschi (2005), Koch (2003). Para consecução do objetivo proposto nesta pesquisa, foram analisadas 10 (dez) tiras de humor. A partir do estudo realizado, constatou-se que a produção dos sentidos não se limita ao uso

do termo que substitui o referente, mas se instaura também pelos elementos constituintes do texto não verbal. A análise empreendida evidenciou que os sentidos

subjacentes às tiras de humor apresentam uma interdependência entre os mecanismos de referenciação e as imagens, o que viabiliza a progressão temática dos textos e a produção do humor.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

ALFABETIZAR E LETRAR: O USO DOS GÊNEROS TEXTUAIS PARA UM

APRENDIZADO SIGNIFICATIVO

ALESSANDRA DE PAULA OLIVEIRA [email protected]

ELIANE CARELLI MACÊDO COELHO

[email protected]

Faculdade Metodista Granbery

O presente trabalho procura abordar, mesmo que de forma ainda incipiente, a questão do ensino de Língua Portuguesa, especificamente no segundo ano do Ensino

Fundamental, pautado nas práticas de alfabetização aplicadas nas salas de aula da rede pública estadual de ensino no município de Juiz de Fora (MG). Para que isso

tenha sentido, é necessário e fundamental alfabetizar e letrar concomitantemente, sem a priorização dos métodos específicos de alfabetização tradicionais, ao contrário do que tem sido comum ao longo dos anos no Brasil. Assim, a prática com gêneros

textuais variados deve referendar e contribuir para um ensino mais significativo e auxiliar na ampliação do letramento dos discentes. Baseamo-nos em tais assertivas,

procuramos investigar quais os gêneros textuais estão sendo usados para letrar e como eles são trabalhados em turmas de alfabetização. Para tanto, utilizamos uma

pesquisa bibliográfica baseada em autores como Soares (2000), Marcuschi (2008), Rojo (2009), Kleiman (2005), entre outros, e associada a pesquisas de campo realizadas em seis instituições da rede estadual do município de Juiz de Fora. A partir

do que observamos, pudemos constatar que há o predomínio de uma prática conservadora recorrente nas escolas, pautada apenas nos modelos próprios de

alfabetizar, desassociados do uso da leitura e da escrita de textos que encontramos em nossa vida cotidiana. Nesse sentido, os gêneros textuais, importante auxílio na ampliação do letramento do alunado, não foram contemplados nas aulas observadas

para esta pesquisa.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

PRÁTICAS DE LETRAMENTO QUEER NA SALA DE AULA DE I/LA: COLOCANDO

DISCURSOS E IDENTIDADES EM XEQUE

ALVARO MONTEIRO CARVALHO

[email protected]

CEFET/RJ

Embora temáticas relacionadas ao tema sexualidade estejam abarcadas em um dos temas transversais propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), a orientação sexual, Louro (1997) aponta que tais questões ainda não são discutidas de

forma aberta na escola por serem consideradas uma responsabilidade da família. Em razão disso, as práticas e ações escolares parecem corroborar para a reprodução e

consolidação de sentidos que são produzidos e instituídos por uma matriz de inteligibilidade de ordem heterossexual (BUTLER, 1990). O efeito dessas práticas para a vida social dos alunos é a aparente constante contribuição da educação para a

naturalização de certas formas de ser, conhecer e pensar sobre o corpo, o desejo e performances identitárias, desconsiderando outras formas de experiência e de

construção de significados. Refletindo sobre esse cenário, esta comunicação tem dois objetivos: apresentar uma ação pedagógica – desenvolvida com alunos de uma turma de 9º ano de inglês como língua adicional – que discute questões relacionadas a

identidades estigmatizadas como a sexualidade, por exemplo e discutir alguns dos efeitos da implementação de tais ações. A partir de teorizações advindas das Teorias

Queer (SULLIVAN, 2003; BUTLER, 2004) e da perspectiva socioconstrucionista (MOITA LOPES, 2003), esse estudo procura problematizar processos tradicionais de construção de conhecimento, procurando também a desconstrução de conceitos

essencialistas, sobretudo acerca das masculinidades. Os dados, gerados por meio de procedimentos de teor etnográfico e abordados de acordo com princípios da

Sociolinguística Interacional (GOFFMAN, 1974 e 1981; GUMPERZ, 1982; BLOOMMAERT, 2009), não indicam total desestabilização e/ou renegociação, mas sim movimentos ainda tímidos de desestabilização. Entretanto, pode-se dizer que tais

movimentos, mesmo que sutis, constituem passos significativos em direção à agência e à mudança social.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

LEITURA DELEITE: COMODIDADES, REVERBERAÇÕES E DESLOCAMENTOS NA

FORMAÇÃO DO PNAIC/UNICAMP

ANA CLÁUDIA E SILVA FIDELIS [email protected]

PUC – Campinas

FABIANA BIGATON TONIN

[email protected] IFSP/UNICAMP

Pretende-se discutir, brevemente, alguns resultados do projeto de pesquisa

“Formação, alfabetização e letramento: a experiência do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa”, desenvolvido por pesquisadoras que participaram das formações do PNAIC, nos anos de 2013 e 2014, pela UNICAMP. Nosso objetivo é

analisar a relação entre a leitura deleite, estratégia formativa essencial do programa, os gêneros textuais que foram escolhidos pelos formadores para concretizar essa

prática e as concepções de leitura literária. Para tanto, parte-se da concepção formativa do PNAIC, que confirma o papel da leitura como essencial nos estudos sobre os processos de alfabetização e, principalmente, de letramento (Rojo, 2009). No

contexto do programa, a leitura deleite se destaca como uma das estratégias formativas permanentes no ambiente formativo, sendo ressaltada a sua importância

como objeto de ensino; como prática sistemática que deve ser inserida na rotina escolar e como possibilidade de ampliação do repertório de leitura de orientadores de

estudo e professores alfabetizadores – além de oportunidade para estes assumirem e/ou confirmarem-se como modelos de leitor, de modo a valorizar (e até “resgatar”) o papel da literatura no ambiente escolar (conforme Pennac, 1993; Lajolo, 2005). Nossa

proposta é analisar quais gêneros textuais estão presentes nas escolhas dos formadores, de que modo tais opções confirmam práticas já sedimentadas pela escola

e reverberam (ou não) gestos e práticas de leitura (Chartier, 1999 e 2009), considerada aqui como diálogo e palavra em movimento constante (Bakhtin, 2009). Pretende-se ainda analisar imagens e concepções da escola, dos leitores e do literário,

de modo a problematizar o (não) lugar da literatura no ambiente escolar (Cosson, 2006). Por fim, nossa ideia é examinar brevemente em que medida a seleção dos

textos pode ser um convite à ampliação de repertório dos professores – e, consequentemente, dos alunos.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

DISCURSOS EM TORNO DO ENSINO DE INGLÊS NA ESCOLA PÚBLICA: UMA ANÁLISE EM DUAS ESCOLAS DE JUIZ DE FORA/MG

ANA CLÁUDIA PETERS SALGADO

[email protected]

MARINA SILVA MAXIMIANO [email protected]

Universidade Federal de Juiz de For a

Este trabalho é fruto de uma dissertação de mestrado intitulada Inglês na escola

pública de Juiz de Fora: fotografias em perspectiva, apresentada ao PPG-Linguística da UFJF. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e interpretativa de cunho etnográfico, cujo foco se concentra na análise de discursos de indivíduos envolvidos

no ambiente escolar – alunos, professores, gestores e funcionários – de duas escolas de Juiz de Fora/MG, a Escola Municipal José Calil Ahouagi, na qual a pesquisadora

atuou em um projeto de iniciação científica intitulado Ensino de línguas para crianças na escola pública: abordagem CLIL, e a Escola Estadual Delfim Moreira, na qual a pesquisadora atua como professora de inglês. São analisados discursos ligados ao

ensino de inglês na rede pública, os quais foram registrados em entrevistas e em notas expandidas da professora-pesquisadora. Os objetivos deste estudo consistem

em: a) reconhecer nessas falas marcas de Discursos (relacionados às crenças) construídos a partir das interações sociais; b) observar de que maneira esses

Discursos reconhecidos influenciam ou não o processo de ensino-aprendizagem de inglês; c) e, consequentemente, pensar em uma proposta que contribua para a melhoria desse processo. Esta pesquisa tem como base o seguinte aporte teórico: a

Análise do Discurso segundo Gee (1999); a noção de superdiversidade, referente à conexão mundial entre diferentes línguas, culturas e territórios (VERTOVEC, 2006); a

educação bilíngue como forma de educar crianças e jovens no século XXI (GARCÍA, 2008). Podemos compreender que o que as pessoas dizem sobre determinado assunto muitas vezes não se trata de uma opinião individual, mas de um pensamento

construído socialmente, o que interfere nas maneiras de pensar e agir de grupos de pessoas. Assim, os Discursos relacionados ao ensino de inglês também se tornam, de

certa forma, responsáveis pelo modo como ele se estabelece.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

UM OLHAR DA SOCIOLINGUÍSTICA INTERACIONAL PARA A EDUCAÇÃO BILÍNGUE DAS CRIANÇAS DO SÉCULO XXI

ANA CLÁUDIA PETERS SALGADO [email protected]

TALITA FERNANDES DA COSTA [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Neste trabalho apresentamos as primeiras análises de nossa pesquisa que busca investigar de que maneira as interações dos professores e alunos, bem como entre os

próprios alunos podem influenciar no processo de aquisição de língua estrangeira por crianças, que estão cada vez mais engajadas neste mundo globalizado, e cada vez

mais integradas a diferentes culturas, não apenas a partir do ensino formal, mas também e principalmente devido às tecnologias que já tem acesso e que são fator fundamental para este processo. Sua motivação é trazer para o ensino de língua

estrangeira, estudos da linguística sociointeracional que tem muito a contribuir com essa área, que vem sendo tão explorada ultimamente, devido à necessidade das

crianças do século XXI de “uma educação bilíngue adaptativa, passível de expandir e contrair à medida em que as situações comunicativas se alteram e o terreno muda” (GARCIA, 2009. p.8), que não tem sido atendida pelo ensino tradicional de línguas.

Por isso, este trabalho baseia-se em dados de gravações de aulas de uma escola de educação bilíngue, em que os alunos são expostos à língua inglesa todos os dias

durante toda a aula, para que a aquisição e produção na língua estrangeira ocorra de forma natural e mais efetiva. A presente pesquisa é qualitativa, focando no esclarecimento de processos da construção de sentidos no aprendizado de língua

estrangeira, e as estratégias usadas para tal. Como aporte teórico usamos a noção de educação bilíngue (GARCIA,2008), o conceito de formulação (GARFINKEL; SACKS,

1970), e outros conceitos que estão surgindo considerando os diferentes usos da formulação e suas contribuições para o desenvolvimento da bilingualidade das crianças, tais como: repertório comunicativo (RYMES, 2010), as estratégias de

feedback de Lyster e Ranta (1997), o princípio de disponibilidade da disponibilidade das crianças (MACWHINNEY, 2004),dentre outros.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

EM SERVIÇO DE EDUCADORES: UMA PESQUISA-INTERVENÇÃO

ANA ROSA COSTA PICANÇO MOREIRA

[email protected]

Professora da Faculdade de Educação da UFJF

Este trabalho apresenta um recorte de uma pesquisa-intervenção desenvolvida numa

creche pública do município de Juiz de Fora, Minas Gerais, durante o ano de 2013. O estudo teve o objetivo de conhecer e refletir, colaborativamente, sobre as significações produzidas pelas educadoras que trabalham nos berçários 1 e 2

(agrupamentos de crianças de quatro a vinte e quatro meses de idade) sobre a organização espacial desses ambientes num contexto de formação em serviço

organizado em conjunto com a equipe de pesquisa. Baseados na perspectiva histórico-cultural, compreendemos o espaço como um elemento processual, relacional e simbólico, o qual é permanentemente negociado nas interações sociais. Assim, o

ambiente assume diferentes significados e sentidos de acordo com os sujeitos e as circunstâncias de experiência. Das metodologias adotadas, a fotografia se apresentou

como recurso privilegiado tanto para a produção dos dados da pesquisa quanto como recurso pedagógico. Foram planejados dois momentos interdependentes: (1) produção das imagens, e (2) análise e discussão dessas imagens e da linguagem

fotográfica como recurso pedagógico e de metodologia de pesquisa. No primeiro momento, denominado “oficina de autoria de imagens”, as educadoras foram

convidadas a produzir dez fotos dos ambientes de referência (salas de atividades), utilizando uma câmera digital, durante uma semana. No segundo momento, chamado

“sessão reflexiva”, solicitamos que elas descrevessem as imagens e dessem um título para cada uma justificando-o. Em seguida, pedimos que elas selecionassem quatro fotos que representassem esses ambientes e que fizessem alguns comentários. Os

resultados indicaram que as educadoras demonstram um olhar sensível às preferências espaciais das crianças expressas por movimentos, gestos e oralidades, e

que isso lhes orienta no planejamento e na organização espacial dos ambientes.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

OS OBJETIVOS DO ENSINO DE GÊNEROS TEXTUAIS NO DISCURSO E NA PRÁTICA DO PROFESSOR ALFABETIZADOR EM FORMAÇÃO CONTINUADA

ANALINA ALVES DE OLIVEIRA MULLER

[email protected]

LUCIANE MANERA MAGALHÃES

[email protected]

ALFABETIZE-FACED-UFJF

Este trabalho insere-se em uma pesquisa longitudinal mais ampla que envolve a análise quantitativa e qualitativa de dados, no contexto do programa de formação

continuada de professores alfabetizadores – Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC – Polo Juiz de Fora-MG). O referencial teórico norteador de nossas reflexões está pautado em autores como Bakthin (1997), Dolz & Schneuwly (2004),

Bronckart (1999), Zeichner (1992) e Gonçalves & Ferraz (2014). Partimos do pressuposto de que o trabalho com os gêneros na perspectiva da análise linguística é

fundamental para ampliar a competência discursiva da produção escrita dos alunos. Para que isso aconteça defendemos o ensino da produção textual cujas reflexões sejam voltadas para a discursividade e a textualidade, ao invés da supervalorização

dos aspectos normativos. Uma das estratégias de intervenção e de aperfeiçoamento do fazer educacional se dá por meio da formação continuada de professores. O PNAIC

é um programa que favorece esse aprimoramento profissional, devido à sua característica dialogada e reflexiva junto aos professores alfabetizadores. Com o

objetivo de compreender como se dá o ensino de produção de textos escritos por professores em formação continuada, investigamos 58 descrições de aulas ministradas em turmas do 3º ano do Ensino Fundamental. Ao analisarmos os dados,

constatamos que o contexto da produção escrita é variado. Enquanto alguns professores propõem situações em que a escrita apresenta um discurso para além dos

usos escolares, outros tentam contextualizar o ensino dos gêneros textuais via práticas escolarizadas, o que aponta para o processo de construção do conhecimento do professor. As principais mudanças observadas pelos professores em sua maneira

de trabalhar com a produção de textos escritos concentram-se, sobretudo, na diversificação dos gêneros textuais e na didática de revisão de textos.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

CONSTRUÇÕES MORFOLÓGICAS E ENSINO DE LINGUA PORTUGUESA:

DISCUTINDO A ABORDAGEM CONFERIDA À MORFOLOGIA DERIVACIONAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

ANNA CAROLINA CARRARA RODRIGUES

[email protected]

Universidade do Estado de Minas Gerais

O presente trabalho pertence ao projeto 'A morfologia em sala de aula: revisitando o tratamento conferido aos processos de formação de palavras nos livros didáticos sob a

ótica da Linguística Cognitiva’ (UEMG – Unidade Carangola) e busca discutir como a temática ‘formação de palavras (por derivação)’ vem sendo abordada em obras didáticas da Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental II, além de propor uma

reflexão linguística capaz de auxiliar os professores na tarefa de repensar a relevância deste conteúdo e as práticas pedagógicas que o envolvem. Para isso, usou-se, dentre

outros, o referencial teórico (FINAMORE; OLIVEIRA, 2013; BASÍLIO, 2004; MIRANDA, 2006, 2011; TRAVAGLIA, 2004; PERINI, 2006; CARRARA, 2015). Os principais achados dessa análise foram: (i) a confirmação do caráter marginal dado ao estudo da

formação de palavras e seu isolamento em relação a outros tópicos que dialogam com eles; (ii) o reconhecimento de que os livros didáticos não devem ser a única opção

para se trabalhar com formação de palavras e (iii) a importância de um trabalho sobre gramática que seja relevante para o uso da língua nas mais diferentes situações.

Partindo, pois, desses postulados, o estudo parte para a elaboração de sequências didáticas em torno da temática Formação de Palavras por Derivação. Para isso, foi montado um corpus contendo 40 (quarenta) textos oriundos de exemplares da

Revista Todateen (anos 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2015), os quais serviram de base para a elaboração das atividades com a devida exploração do valor

semântico e das condições de produção das construções morfológicas. Desse modo, buscamos efetivar uma abordagem criativa e dinâmica da morfologia derivacional que, na maioria dos compêndios didáticos avaliados, ficou negligenciada. Pretende-se, pois,

designar ao léxico uma de suas principais funções, qual seja, servir de instrumento às necessidades comunicativas do falante.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O ENSINO DE LEITURA EM DIFERENTES ÁREAS DO CONHECIMENTO:

O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS EM UMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

ANNA CAROLINA SANTOS REIS DALAMURA

[email protected]

RAFAELA ANDRADE SAVINO DE OLIVEIRA

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente trabalho apresenta resultados parciais de pesquisa em andamento,

“Gêneros textuais e práticas de letramento em diferentes áreas do conhecimento”, realizada no âmbito do Grupo de Pesquisa FALE - Formação de professores, Alfabetização, Linguagem e Ensino (FACED/UFJF). O objetivo é analisar os nove

documentos oficiais que norteiam o trabalho docente da rede municipal de educação, denominados Propostas Curriculares da Rede Municipal de Juiz de Fora (2012), no

intuito de mapear atividades que envolvem vários aspectos da linguagem. A finalidade desta apresentação é analisar se o trabalho com a leitura, como centro da atividade, perpassa as diferentes disciplinas ou se está restrita à Língua Portuguesa; além disso,

pretendemos verificar de que forma tais propostas variam em termos de concepção entre disciplinas, e de que maneira podem contribuir para o desenvolvimento das

capacidades de linguagem dos discentes. Para tanto, pautamo-nos nos pressupostos teóricos que definem os gêneros textuais como megainstrumentos essenciais para o

trabalho do professor na sala de aula e do desenvolvimento das capacidades de linguagem dos alunos (DOLZ e SCHNEUWLY, 2010) e nas teorias de letramento, que mostram a importância das práticas sociais de leitura e escrita para efetiva

participação social (STREET, 1984; SOARES, 2001). Utilizamos a pesquisa documental para investigar o papel desempenhado pela linguagem nas atividades de leitura

propostas, que se materializam em gêneros textuais variados, com vistas à construção dos conhecimentos escolares das diversas áreas do conhecimento. Os dados, até o momento, apontam sugestões de trabalhos com a leitura que podem

contribuir para o desenvolvimento das capacidades de linguagem e com a ampliação dos letramentos dos alunos.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

A MODELIZAÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL RELATÓRIO CIENTÍFICO: UMA

PROPOSTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

ARIANE ALHADAS CORDEIRO [email protected]

PPGE-Universidade Federal de Juiz de Fora

Este trabalho apresenta considerações parciais dos estudos desenvolvidos na dissertação de mestrado (2015/2017), que tem como objetivo produzir um modelo

didático do gênero relatório científico para uma escola da rede estadual de Minas Gerais. As atividades desenvolvidas até o presente momento abarcaram o estudo dos

documentos oficiais dão sustentação ao ensino de Língua Portuguesa dessa comunidade escolar e a busca de modelos reais de relatórios científicos em diversas disciplinas produzidos pelos alunos dessa escola. Nesse sentido, pretendemos em

seguida, analisar as capacidades de linguagem dominantes envolvidas na produção desse gênero e, por fim, produzir um modelo didático. Para tanto, o estudo está

pautado nos pressupostos teóricos do interacionismo sociodiscursivo (BRONCKART, 2009) que concebe a linguagem como uma atividade social, discursiva e interativa. Tomamos como base a proposta de inserção do aluno em práticas de linguagem reais

por meio do trabalho sistemático com gêneros textuais (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004; MARCUSCHI, 2003) e a modelização didática, capaz de transformar tanto a atividade

de ensino aprendizagem quanto os participantes envolvidos no processo de transposição didática. (PIETRO e SCHNEUWLY, 2014; STUTZ, 2014; BARROS 2012;

MACHADO e CRISTÓVÃO, 2006). Desse modo, utilizamos como metodologia a pesquisa documental (LÜDKE E ANDRÉ, 2013) por ser uma proposta de investigação que articula a pesquisa em documentos oficiais e análise dos modelos reais de

relatórios científicos. Assim, acreditamos que a partir do estudo sistemático do relatório científico, o aluno poderá desenvolver capacidades linguísticas para agir

socialmente por meio da linguagem, ou seja, apropria-se do gênero para o uso em suas práticas sociais.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

A SEQUÊNCIA DIDÁTICA NO PROCESSO DE ENSINO DO GÊNERO DIÁRIO DE

LEITURA: DA MODELIZAÇÃO À SALA DE AULA

BRUNA DOS ANJOS DA COSTA CRESPO

[email protected]

FERNANDA CRISTINA FERREIRA

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Objetivamos, neste trabalho, descrever os desdobramentos da pesquisa “Gêneros textuais e ensino: uma pesquisa colaborativa com professores de Língua Portuguesa”, desenvolvida nos anos 2013/2014 (financiamento UFJF). Tal pesquisa teve caráter

colaborativo e proporcionou encontros de formação continuada com professoras da disciplina Língua Portuguesa da rede de ensino público da cidade de Juiz de Fora

(MG). Nesse sentido, pautamo-nos em pressupostos teóricos abarcados pelo Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 2009; MACHADO, 2009), do qual adotamos o modelo de sequências didáticas proposto por Schneuwly e Dolz (2010).

Adotamos como metodologia de pesquisa a perspectiva colaborativa, caracterizada por ser desenvolvida de modo interativo entre pesquisadores e professores e

envolver, como aponta Ibiapina (2008), atividades de coprodução de saberes, formação e reflexão sobre o desenvolvimento profissional. Outra característica

importante dessa metodologia é contribuir para mudanças significativas na realidade escolar. Desse modo, desenvolvemos, semanalmente, encontros de estudos sobre teoria e prática relativas ao ensino de Língua Portuguesa. Neles também construímos,

com as professoras, a produção e a modelização do gênero textual diário de leitura. Além disso, produzimos coletivamente as sequências didáticas do gênero, com o

objetivo de consolidar esse planejamento pedagógico na sala de aula. As professoras tiveram o acompanhamento das bolsistas do projeto, alunas de graduação dos cursos de Letras e Pedagogia da UFJF, nas aulas referentes às sequências didáticas

planejadas. Os dados da pesquisa tomaram a forma de anotações de campo, elaboradas pelas bolsistas. Esses dados mostraram que os sujeitos envolvidos na

pesquisa construíram coletivamente conhecimentos em relação às teorias de ensino de Língua Portuguesa sobre gêneros textuais, modelização de gêneros, produção de sequências didáticas e transposição didática; mostraram, ainda, mudanças positivas

na perspectiva de ensino adotada pelas professoras, que notaram a relevância de trabalhar a linguagem em sua dimensão social e interacional através da metodologia

de sequências didáticas.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

INDICADORES DE SUCESSO NA EDUCAÇÃO BÁSICA – ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA PÚBLICA DE PERIFERIA

CAROLINA ALVES FONSECA

[email protected]

NEUSA SALIM MIRANDA

[email protected]

UFJF

Este trabalho - vinculado ao macroprojeto Práticas de Oralidade e Cidadania (MIRANDA, 2007/ - ; FAPEMIG - APQ- 02405-09; PPGL/UFJF) e ao projeto Lexicográfico FrameNet Brasil (http://www.ufjf.br/framenetbr/) em sua linha Frames

e Cidadania – objetiva apresentar os resultados de um projeto dissertativo cujo intuito foi mapear, a partir da perspectiva discente, os indicadores de sucesso presentes em

um projeto de dramaturgia de uma escola pública na periferia de Juiz de Fora – MG reconhecida por gestores e professores pelo sucesso de seus projetos. A base de dados constituiu-se por documentação em áudio de entrevistas semiestruturadas

(LABOV, 2008 [1972]) antecedidas de um processo de imersão na comunidade investigada registrado em um diário de campo. A metodologia eleita foi o estudo de

caso (YIN, 2001) em uma abordagem mista (SCHWANDT, 2006). As escolhas teóricas centraram-se nas contribuições da Semântica de Frames (FILLMORE 1982;

RUPPENHOFER et al, 2010) e do seu projeto de anotação lexicográfica FrameNet (www.framenet.icsi.berkeley.edu). Para análise hermenêutica, valemo-nos da Filosofia Educacional (FREIRE, 2011; ARAGON & DIEZ, 2004) e dos distintos olhares no campo

da Ética e da educação cidadã (CLARCK, 1996; LA TAILLE, 2008, 2006; TOGNETTA & VINHA, 2008; COSTA, 2004; MIRANDA, 2005, 2012; ULISSES, 2008). Sendo assim,

foi possível estabelecerem-se duas redes hierárquicas de frames: uma cujo macroframe é Agir_intencionalmente (74% do total) e outra relacionada aos frames Atributos_graduáveis e Comunicação (26% do total). Isso nos permitiu afirmar que o

professor de artes cênicas criou uma metodologia própria que repousa na valorização de seu aluno. Assim, ele conquista sua autoridade, em tempo de autoridade

perdida, através: (i) da autoria de sua prática; (ii) do protagonismo juvenil e (iii) da afetividade. Os resultados, portanto, apontaram caminhos para a superação da crise da sala de aula vivenciada atualmente e revelaram significativo

comprometimento dos alunos com o processo de ensino-aprendizagem de que são partícipes.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS

CAROLINE SOUZA FERREIRA [email protected]

THAIS FERNANDES SAMPAIO

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

A pesquisa ora apresentada desenvolve-se no âmbito do ProfLetras (UFJF), mestrado profissional que tem como público-alvo professores de Língua Portuguesa do ensino

básico em escolas públicas brasileiras. Vinculados à linha de pesquisa Teorias da Linguagem e Ensino, discutimos as possibilidades de inserção de novas tecnologias no

ensino de Língua Portuguesa e, especificamente, como se dá, na contemporaneidade, a relação entre gêneros textuais, análise linguística e tecnologias nas aulas do Ensino Fundamental. Considerando as orientações dos PCNs, discussões recentes sobre a

inserção das tecnologias na educação (LÉVY, 2010; BIELSCHOWSKY; PRATA, 2010, dentre outros) e sobre o trabalho com o texto e a análise linguística (GERALDI, 2013;

BEZERRA; RENALDO, 2013; ANTUNES, 2014; KOCH; ELIAS, 2014, MARCUSCHI, 2010, dentre outros), objetivamos analisar a coleção de aulas As novas tecnologias no ensino da Língua Portuguesa, publicada no Portal do Professor do Brasil (MEC).

Esperamos que a análise qualitativa dessa coleção, composta por 46 aulas, nos permita discutir e avaliar propostas reais de inserção das TDIC nas aulas de

Português, especialmente no que diz respeito à relação desse ensino mediado por tecnologias e as propostas contemporâneas de um ensino de Português baseado em

estudos de gêneros textuais e no desenvolvimento de práticas de análise linguística.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

A TEORIA DA POLIGAMIA COM RESTRIÇÕES DE POSIÇÃO: UM ESTUDO DA

PRODUÇÃO ESCRITA DA CRIANÇA

CÁSSIO DIAS DALMO [email protected] Bolsista PIBIC/UFLA

ILSA DO CARMO VIEIRA GOULART

[email protected] Orientadora DED/UFLA

O presente trabalho busca analisar a aquisição da escrita por parte de alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, em processo da alfabetização. Para tanto, são

utilizados dados recolhidos do corpus PAEBES/ALFA (Avaliação da Alfabetização do Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo). Especificamente, este estudo focaliza a teoria da poligamia com restrições de posição, que trata da questão

há palavras em que a posição de uma determinada letra representa um som, e em outra posição, representa outro som. Para este estudo, baseou-se nos estudos de

LEMLE (1997), LAMPRETCHT (2004), CAPOVILLA (2007), (CAGLIARI, 2002), entre outros. Para tanto, apresenta-se um breve levantamento acerca de habilidades dos alunos na alfabetização e a forma como se dá o aprendizado das regras ortográficas

da língua portuguesa. O trabalho considera que na aprendizagem da escrita, o aluno toma como referência sua pronúncia, de maneira que acaba escrevendo do modo que

fala, o que não é considerado um erro dentro do processo de alfabetização da criança, ao contrário, se mostra algo inerente ao processo de construção e apreensão da

língua escrita. Este trabalho limita-se ao estudo das restrições de posição, que tratam da não existência uma única letra para se representar um único som, mas da coexistência de sons que podem ser representados por várias letras. Há casos como

da vogal [i] nas palavras “vida” e “rio” mas em que palavras com a vogal [e] se pronuncia /i/ como em “morte”, “corre”. Para consoantes temos o exemplo de [l], em

que a pronúncia de “lua” é diferente da pronuncia de “sol”, que tem som de /u/. Desta forma, o estudo aqui realizado, com dados do corpus citado, busca apresentar e compreender o comportamento de casos de poligamia com restrições de posição.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

LETRAMENTO NA ERA DIGITAL: PRODUÇÕES DE VÍDEOS NAS AULAS DE

LÍNGUA PORTUGUESA E DE LÍNGUA INGLESA

CLÁUDIA ALMEIDA RODRIGUES MURTA

[email protected]

Cefores/UFTM

MARCUS GUILHERME PINTO DE FARIA VALADARES [email protected]

POSLIN/UFMG

O avanço tecnológico digital provocou inúmeras mudanças no nosso universo de referências simbólicas, imaginárias, culturais, etc. Tais Tecnologias de Comunicação e Informação (TICs) parecem impactar profundamente várias, senão todas, esferas da

vida social, ao demandar habilidades específicas que acompanhem a fugaz criação e renovação dos aparatos tecnológicos. Essas habilidades passaram a ser um grande

desafio para todos, especialmente, para os profissionais da educação e para as instituições de ensino, que se defrontam diariamente com novos questionamentos em relação às TICs e ao processo ensino/aprendizagem. Algumas das perguntas que

emergem desse contexto são: quais seriam as habilidades essenciais para que uma pessoa seja considerada letrada hoje? Como fazer da escola o agente introdutor a

esse novo mundo já conhecido, mas ainda por descobrir? Como os docentes podem atuar no favorecimento de uma comunicação eficaz que se valha das práticas de

leitura e escrita no mundo digital? Para refletir sobre essas perguntas, apresentaremos duas propostas de trabalho com produção de vídeos nas disciplinas de língua portuguesa e de língua inglesa. A primeira, realizada em uma escola

particular de Patrocínio, MG, com adolescentes do segundo ano do Ensino Médio. O trabalho consistia em releituras de obras literárias, que eram discutidas pelo Facebook

e, posteriormente, adaptadas em forma de filme pelos alunos. A segunda desenvolvida em Belo Horizonte, MG, com também alunos do segundo ano do Ensino Médio de uma escola particular. Os alunos passaram por diferentes etapas para

produção de um curta metragem, desenvolvendo script, gravação e edição dos filmes. Ambos os trabalhos foram desenvolvidos no ano de 2012. As duas propostas servirão

de insumo para a discussão sobre letramento digital a partir da confluência de ideias de autores, como Araujo (2009), Dias e Novais (2009), Lankshear e Knobel (2003), Moran (2007), Paiva (2007), Prensky (2001), Soares (2002, 2009) e Xavier (2005).

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

TEMOS QUE FALAR PORTUGUÊS: O PROTAGONISMO DISCENTE EM UMA SALA

DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS

DANIEL AUGUSTO DE OLIVEIRA

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

DENISE BARROS WEISS [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Na atividade de conversação de sala de aula de língua estrangeira, há jogos

interacionais que exibem a institucionalidade do encontro e que envolvem uma estrutura de poder na orientação e na execução da atividade. Objetivamos, com isso,

estudar como alunos se engajam em uma tarefa de prática oral de uma sala de aula de uma disciplina de português para estrangeiros, em uma universidade pública brasileira, e a medida em que se orientam ao objetivo específico desse encontro

institucional. Para tal, utilizamos a Sociolinguística Interacional e a Análise da Conversa como ferramentas metodológicas. Recorremos ao conceito de Face

(GOFFMAN, 1980), Enquadre (BATESON, 2002; GOFFMAN, 1974; TANNEN; WALLAT, 2002) e Papel (GOFFMAN, 1974; SARANGI, 2010). Além disso, exploramos as ideias acerca da interação institucional, principalmente a partir dos escritos de Heritage

(1997) e Arminen (2005). Ademais, como dimensão da institucionalidade de encontros, apresentamos a noção de assimetrias (LINELL; LUCKMAN, 1991) e

assimetrias institucionais (HERITAGE, 1997) e investigamos em que medida ocorrem suas reduções. Para a compreensão desse sistema de relações em uma sala de aula como uma estrutura dinâmica, analisamos o conceito de poder, discutido por Foucault

(1972). Na análise dos registros em áudio, transcritos segundo o modelo Jefferson, tal como apresentado em Loder (2008), observamos que, na execução da atividade

proposta pela docente, os alunos exercem funções que são típicas do papel do professor e que essas funções envolvem trabalho de face. Ainda que os alunos as desempenhem, os resultados sugerem que as ações dos discentes não depõem contra

a institucionalidade da interação, mas a favor de um ambiente de aprendizagem de línguas no qual os alunos esboçam agência e protagonismo.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

DES-ATANDO ATAS

A ESCRITA DO GÊNERO ATA COMO METODOLOGIA DE FORMAÇÃO DOCENTE

ELIZABETH OROFINO LUCIO

[email protected]

UFRJ / PPGE/ LEDUC/ SEEDUC

Este trabalho tem como objetivo apresentar reflexões advindas da tese em finalização

intitulada A palavra conta, o discurso desvela: saberes docentes da/na formação continuada de professores de leitura e escrita que tem como objetivo discutir a

metodologia de uma pesquisa-formação de perspectiva discursiva bakhtiniana inter-relacionando as estratégias didáticas com situações de interação sócio-discursiva entre professores do ensino básico e professores universitários. O presente estudo

analisa a estratégia didática de escrita do gênero ata nos Encontros de Professores de Estudos sobre Letramento, Leitura e Escrita (EPELLE), que é um desmembramento da

pesquisa mater As (im) possíveis alfabetizações de alunos de classes populares na visão de docentes da escola pública, realizada pelo Laboratório de Estudos de Linguagem, Leitura, Escrita e Educação –LEDUC / Faculdade de Educação da

Universidade Federal do Rio de Janeiro. O trabalho toma com pilares as contribuições da perspectiva Bakhtiniana de linguagem para buscar compreender os processos

interdiscursivos entre pesquisadores formadores e professores alfabetizadores de alunos de classes populares das redes públicas que participam da pesquisa-formação.

A análise dos eventos de pesquisa permite concluir que: os discursos dos docentes da universidade e da escola básica são carregados de intencionalidades, refletem e refratam posições teóricas, experiências e expectativas distintas sobre a escrita

docente do gênero ata e que há uma polifonia de vozes presentes na escrita do gênero que transcrevem uma codificação do auditório social presente na arena

discursiva da formação, constituindo-se uma estratégia formativa importante para pesquisadores do campo que assumem uma perspectiva enunciativa-discursiva e que concebem os docentes como autores de seus dizeres e fazeres, e o espaço de

formação docente como lócus para que os professores falem e escrevam, ou seja, a formação enquanto lugar em que a palavra docente seja levada em conta e conte os

saberes e fazeres dos professores.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA COM TEXTOS LITERÁRIOS EM SALA DE AULA

ÉRIKA KELMER MATHIAS [email protected]

MIRIAN SANÁBIO TAVELLA [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

A literatura é uma manifestação humana universal em todos os tempos e, como aponta Antonio Candido, corresponde “a uma necessidade universal, que precisa ser

satisfeita e cuja satisfação constitui um direito (...); ela [a literatura] é fator indispensável de humanização e, sendo assim, confirma o homem na sua humanidade.” (CANDIDO, 2011, p. 177). Entretanto, o trabalho com textos literários

de modo a promover certa vivência estética do aluno com esses textos ocupa pouco (em alguns lugares, nenhum) espaço nas salas de aula na Educação Básica. Na

grande maioria das escolas não há aulas específicas de literatura; o espaço do literário aparece em meio às aulas de Português, com a leitura superficial de alguns gêneros literários – em sua maioria fragmentados –, selecionados no livro didático ou

adaptações malfeitas. No que diz respeito à vivência estética do aluno, percebe-se que o livro didático (principal suporte dos professores) não a explora em absoluto,

visto requerer dos mesmos ou interpretações de apelo somente conteudístico ou questões puramente de ordem gramatical, sem nenhum vínculo com o aspecto

literário do texto lido. É nesse sentido que propomos um experimento em uma turma do 8º ano do Ensino Fundamental, de uma escola municipal de Juiz de Fora, cujo objetivo principal é elaborar estratégias de leitura em que a vivência estética seja o

foco central para a ampliação do letramento literário dos alunos. Para tal, escolhemos o trabalho com a leitura de contos (em processo de seleção) de modo a permitir a

criação de uma comunidade de leitores, como proposta por Rildo Cosson (2014), por meio de um Círculo de Literatura. Como o projeto encontra-se em fase inicial, para esta comunicação apresentaremos os critérios de seleção dos contos (tanto em sua

perspectiva teórica quanto prática) e um esboço de nossa proposta interventiva no que tange à produção dos alunos no Círculo de Leitura a ser formado, privilegiando,

sobretudo, o aspecto de Leitura Compartilhada.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

LEITURA COMPARTILHADA: ESTRATÉGIAS DE MEDIAÇÃO NO LETRAMENTO

LITERÁRIO

Elza de Sá Nogueira

[email protected]

SIMONE MACHADO DE AGUIAR TORRES

[email protected]

UFJF-PROFLETRAS

Concordamos com o crítico literário e grande ensaísta brasileiro Antônio Candido

(2004) quando considera a literatura como um bem imprescindível, do qual ninguém deveria ser privado. Sabemos que a formação do leitor é um processo que se inicia

desde a mais tenra idade, no seio familiar e que se estende por toda a existência. Consideramos a escola como um lugar de formação de leitores por excelência que não deveria se omitir de cumprir o seu papel. Apesar disso, conferimos que a realidade

nos mostra quão distante está o texto literário das salas de aula. Análise de pesquisa em âmbito nacional (FAILLA, 2012) e realizada em uma escola da rede municipal,

revela-nos o desinteresse pela leitura como atividade espontânea. Acreditamos ser possível a promoção do letramento literário (COSSON & PAULINO, 2009) por meio do desenvolvimento de estratégias de compartilhamento de leituras iniciado no ambiente

escolar e estendido para além deste, como o uso da rede social Skoob como um dos principais espaços de promoção e compartilhamento das leituras. Nosso objetivo é

inserir os alunos como integrantes de uma comunidade de leitores, como forma de estabelecer novas estratégias de mediação do professor em relação a seus alunos na leitura de textos literários, bem como estratégias para que alunos mais experientes

possam funcionar como mediadores na leitura de outros menos hábeis, além daquelas já existentes na biblioteca escolar e na sala de aula. Consolidando o aspecto social da

leitura, buscamos o conceito de comunidade de leitores proposto por Cosson (2014), fundamentado em Chartier, Fish e Even-Zohar. Os resultados alcançados apontam que após a aplicação da intervenção, os alunos demonstraram mais interesse e gosto

pela leitura literária, corroborando com nossa hipótese inicial de que o compartilhamento de leituras pode ser uma estratégia eficaz no caminho para o

letramento literário.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O CONHECIMENTO METACOGNITIVO E METALINGUÍSTICO COMO

COMPONENTE DO LETRAMENTO LINGUÍSTICO ACADÊMICO

FABIANA ESTEVES NEVES

[email protected]

UFRJ

Este trabalho relata parte da pesquisa de doutorado desenvolvida junto a estudantes universitárias/os, focada em observar e descrever o letramento linguístico acadêmico

em uma perspectiva cognitiva e metacognitiva – mais especificamente metalinguística, nos termos de Gombert (1992). Um dos objetivos é o de analisar o

processo de reconhecimento das ações com a escrita (BRITTON, 1975; NEWELL, 2006) em textos acadêmicos teóricos, como parte do letramento. O fundamento desta investigação é o arcabouço conceitual proposto por Ravid & Tolchinsky (2001),

segundo o qual o letramento linguístico é um aspecto do conhecimento linguístico específico da escrita, que se configura tanto pelo (re)conhecimento de uma

diversidade de recursos de linguagem quanto pelo acesso consciente a esses recursos (o aspecto meta), a fim de dispor dele sob diferentes perspectivas. Quanto à metodologia, foram aplicados roteiros de leitura sobre um artigo acadêmico (ensaio) a

turmas da disciplina Teoria das Relações Internacionais I, do 3º período de Relações Internacionais de um centro universitário privado. Pretendeu-se, com esses roteiros,

compreender e contextualizar a percepção das/os estudantes acerca das ações com a escrita na organização do texto acadêmico e compará-la às características do

letramento linguístico acadêmico aqui propostas. Verificou-se que as ações mais reconhecidas são reportar e sumarizar, por meio das quais as/os estudantes também constroem suas respostas. Por isso, é frequente a ocorrência de respostas

apenas descritivas, nas quais falta a percepção do caráter analítico-teórico do artigo lido. Identificou-se que essa dificuldade resulta da pouca familiaridade das/os

estudantes com as estratégias metacognitivas e metalinguísticas inerentes às atividades com a leitura e a escrita, estratégias que o ensino escolar, em geral, não explora. Pretende-se, assim, chamar atenção para a importância de fundamentar as

propostas de ensino da escrita acadêmica no conhecimento sobre a forma como as pessoas cognizam quando leem e escrevem no contexto universitário.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

LETRAMENTO LITERÁRIO NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

ALFABETIZADORES: LEITURAS E TESSITURAS

FERNANDA DE ARAÚJO FRAMBACH

[email protected]

UFRJ

Nas discussões recentes em relação ao Letramento e à adjetivação desse termo, observamos posicionamentos bastante distintos. O que não se pode negar, no

entanto, é que esse paradigma traz contribuições importantes para a discussão relacionada aos processos de ensino-aprendizagem de leitura e escrita, entre eles, o

letramento literário. Cosson (2006) aponta que o processo de letramento que se faz via textos literários compreende não só uma dimensão distinta do uso social mais comum da escrita, como também uma forma de assegurar seu efetivo domínio. Neste

sentido, salienta-se a importância do trabalho do professor e a necessidade dessa discussão ser empreendida nos contextos de formação docente. No trabalho aqui

apresentado, analisamos os materiais de referência para a formação continuada no âmbito do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa- PNAIC- no que se referem às concepções de letramento e formação de leitores e as propostas que visam

o letramento literário nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Ouvir as vozes (ANDRADE, 2004) dos professores Orientadores de Estudo – que atuam como

formadores - e professores alfabetizadores – que vivenciam esta experiência é o caminho metodológico dessa pesquisa. Tendo em vista a concepção aqui defendida de

leitura literária como experiência que nos passa, ou que nos acontece, ou que nos toca (LARROSA, 2004), proponho observar, por meio da análise do discurso (BAKHTIN, 2003), as leituras e apropriações que estes interlocutores fazem destes

materiais e ainda, se e como as propostas apresentadas nesta formação interferem em sua práxis no cotidiano escolar para contribuir com a formação de leitores.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

A MODALIZAÇÃO COMO MARCA DE ARGUMENTATIVIDADE NO GÊNERO DEBATE

FRANCIELI APARECIDA DIAS [email protected]

UFLA

O trabalho com os gêneros textuais/discursivos em sala de aula possibilita o ensino contextualizado da língua. Segundo Bakhtin (2003), os gêneros do discurso são entidades maleáveis, plásticas, heterogêneas, relativamente estáveis, que são

compostos por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Sendo o debate um gênero discursivo, pode-se afirmar que além de contribuir para

uma formação mais reflexiva do aluno em relação a diversas temáticas sociais, ele favorece o trabalho com a argumentatividade e, consequentemente, colabora para o aperfeiçoamento de habilidades argumentativas. Diante disso, o presente trabalho

objetiva verificar quais são os modalizadores utilizados pelos alunos como marca de argumentatividade em debates realizados em sala de aula e inventariar as

contribuições do gênero debate para o desenvolvimento de habilidades argumentativas dos alunos. Para o cumprimento dos objetivos propostos, uma pesquisa de cunho teórico foi empreendida com autores como Schneuwly e Dolz

(1997), Ilari e Castilho (2002), Koch (2002), Rosa (2010), Paes e Sales (2014), entre outros. Foram realizados, como uma proposta de atividade do PIBID (Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), debates com turmas do 9º ano do ensino fundamental. Para fins de delimitação, este estudo elegeu como objeto de

análise os diferentes tipos de modalizadores propostos por Castilho e Castilho (2002). Após a análise dos debates, à luz da teoria, constatou-se que os alunos utilizaram em suas produções orais no momento do debate diversos modalizadores para

manifestação e para defesa de pontos de vista, o que aponta para a importância do trabalho com o gênero debate em sala de aula, concebendo a língua como forma de

interação social, como um meio de expor e formar opiniões.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

LINGUAGEM, LETRAMENTO E TECNOLOGIA: PRÁTICAS DE LEITURA E AÇÃO ESCOLAR

GILVAN MATEUS SOARES [email protected]

UFMG

O uso crescente das tecnologias da informação e da comunicação na sociedade contemporânea tem apontado, cada vez mais, para a importância da escola em rever

a sua proposta curricular, de forma a promover o letramento (digital) dos alunos, em práticas significativas de leitura e escrita por meio dos recursos tecnológicos. Para

tanto, torna-se importante delinear o perfil do alunado sujeito do processo de ensino e aprendizagem, para que, ao se conhecer as características escolares, sociais, culturais e históricas dos educandos, possa ser desenvolvida ação pedagógica mais efetiva.

Nesse sentido, esta comunicação apresenta resultados da pesquisa “A variação linguística e o ensino de língua portuguesa: crenças e atitudes”. Tal pesquisa foi

realizada com 42 alunos de 6o e 8o Anos do Ensino Fundamental II de escola da rede pública de Barão de Cocais – MG. Com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Educacional, da pesquisa etnográfica e da pesquisa-intervenção, foi

aplicado questionário aos alunos, com o objetivo de se obter, dentre outros pontos, dados sobre as práticas de leitura realizadas fora do ambiente escolar. Os resultados

obtidos indicaram: baixo índice de alunos que possuem livros em casa; alto índice dos que raramente ou nunca vão a uma biblioteca; índice considerável dos que não leem

ou leem vez ou outra conteúdos online, jornal, revista, histórias em quadrinhos ou livro literário. Dessa forma, a escola se torna a principal fonte de promoção da leitura, o que exige a análise da qualidade das práticas de leitura e escrita que são

desenvolvidas e sua relação com o contexto social, tendo como referência a perspectiva da pedagogia dos multiletramentos, almejando a formação de leitores

críticos e o desenvolvimento de competências gramaticais, linguísticas, textuais e discursivas dos educandos.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

ASPECTOS LINGUÍSTICOS E DISCURSIVOS DO PROCESSO DE REVISÃO DE TEXTOS: UMA ANÁLISE DE PRÁTICAS REALIZADAS POR ALUNOS DO CURSO

DE LETRAS

HELENA MARIA FERREIRA [email protected]

UFLA

A presente comunicação elege como objeto de estudo o papel do profissional de revisão de textos a partir da instauração da perspectiva interacionista da linguagem.

No passado, a atividade de revisão se circunscrevia nas tarefas de revisão gramatical (adequação aos critérios gramaticais da norma culta da língua portuguesa); de

adequação às normas da ABNT; de verificação da organização textual-discursiva. Após as discussões advindas dos estudos linguísticos de linha interacionista, houve a ampliação da análise dos textos para a dimensão dos gêneros textuais (adequação ao

formato do texto, à estrutura composicional, à função social, ao objetivo comunicativo, ao estilo de linguagem), bem como para a dimensão discursiva (busca

de adequação do texto ao contexto em que esse texto será veiculado). Objetiva-se com a reflexão proposta reafirmar a perspectiva de que a revisão de textos se constitui como uma análise linguístico-discursiva, que se consubstancia como um dos

centros da atividade de escrita, ou seja, o instrumento pelo qual as ideias evoluem e o sentido é reconstruído. Nesse processo, a interação entre autor e revisor é

imprescindível para conferir ao texto correção, clareza, concisão e harmonia, agregando valor estético e linguístico ao texto. Essa pesquisa apresenta-se constituída

por um compilado teórico acerca da caracterização da atividade de revisão de textos, bem como por uma análise de comentários feitos em uma proposta de revisão de textos a 20 alunos do curso de Letras. A análise foi pautada nos seguintes

indicadores: a) considerações sobre o gênero textual; b) considerações sobre incorreções gramaticais; c) considerações sobre procedimentos para aperfeiçoamento

da qualidade das informações; d) considerações que revelem um diálogo entre autor/revisor. Os resultados apontaram para a perspectiva ainda centrada na priorização dos aspectos gramaticais e com indicações prescritivas, o que demanda

uma reflexão mais incisiva sobre o papel do revisor de textos.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

A LEITURA EM SALA DE AULA NO 2º SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA DISCUSSÃO SOBRE ESSA ATIVIDADE

ILKA SCHAPPER [email protected]

TANIA MARIA DOS SANTOS [email protected]

PPGE/ UFJF

O presente trabalho é um recorte de minha pesquisa de dissertação de mestrado realizado no âmbito do programa de pós-graduação em educação da Faculdade de

Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora e se propõe a apresentar uma pesquisa realizada com duas professoras do segundo segmento do Ensino Fundamental, de uma escola pública do município de Juiz de Fora, acerca do trabalho

desenvolvido com a leitura em sala de aula. Para a efetivação da pesquisa se constituem no aporte teórico as referências da teoria sócio histórico-cultural de

Vygotsky por meio das contribuições de Maria Tereza Freitas e Solange Jobim, e as discussões sobre o ensino da leitura de Freire (1985), Geraldi (2010), Kleiman (1996) e Koch (2011). O referencial metodológico é norteado pelos princípios da Pesquisa

Crítica de Colaboração (IBIAPINA, 2008 e MAGALHÃES, 2006), como um processo em que todos os sujeitos da pesquisa, em um movimento de colaboração,

desenvolvimento e aprendizado, são responsáveis pela produção dos dados e do conhecimento. O procedimento de análise é baseado nas teorias da argumentação, a

partir de um excerto da sessão reflexiva realizada com as duas professoras da instituição pesquisada. A discussão dos resultados está pautada na análise dos dados por meio das categorias argumentativas desenvolvidas com base em Liberali (2006) e

Schapper (2010). Os resultados indicam que ainda é necessário pensar e discutir sobre a argumentação entre professores e alunos no momento da leitura em sala de

aula e sobre a presença da voz dos alunos na construção dos sentidos a partir das leituras realizadas.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

INGLÊS PARA CRIANÇAS E UMA LICENCIANDA EM FORMAÇÃO:

POSSIBILIDADES DE LETRAMENTO

ISABEL CRISTINA R. MORAES BEZERRA [email protected]

UERJ

A formação do professor de inglês não costuma incluir disciplinas sobre ensino de línguas estrangeiras para crianças (LEC), apesar da demanda por profissionais para

este segmento. Consequentemente, não se constrói, na graduação, uma reflexão sobre o processo de letramento desses aprendizes em língua estrangeira, tampouco

são consideradas possíveis implicações de tal letramento para o letramento em língua materna. Neste panorama, propus um projeto de iniciação à docência no qual bolsistas e eu pensamos criticamente sobre o ensino de LEC, pois o professor deve

desenvolver habilidades e conhecimentos específicos (ROCHA, 2007) para atuar nesse segmento. Assim, lanço um olhar reflexivo-investigativo sobre processo formativo de

uma bolsista entrelaçando dois contextos: [a] as reuniões do projeto ID, [b] e as aulas em uma escola pública aonde ela vem desenvolvendo sua prática docente. A Prática Exploratória [PE] (ALLWRIGHT, HANKS, 2009; MILLER, 2012) é a base

filosófica e teórico-metodológica que encaminha a investigação, o processo formativo e a abordagem pedagógica. São igualmente importantes para a configuração do

estudo a reflexão de Street (1984,2003) no que tange o modelo ideológico de letramento; o construto ‘comunidade de prática’ (ECKERT e MCCONNELL-GINET

(1992); a teoria sócio-histórica cultural (VYGOTSKY, 1987; HOLZMAN, 2002); estudos sobre afeto (OVEHEJO, 2000; SILVA, 2005). São considerados para a análise dos dados, os princípios da PE e as proposições sobre os aprendizes (ALLWRIGHT e

HANKS, 2009), aliados a construtos da sociolinguística interacional (GOFFMAN, [1979]2002); TANNEN e WALLAT,[1987]2002) e aos estudos da narrativa (MOITA

LOPES, 2003; LINDE, 1993). Embora ainda em andamento, trago entendimentos locais apontando para questões de afeto relacionadas ao ensino-aprendizagem de línguas e à formação docente, bem como a construção de um processo colaborativo

de letramento em língua inglesa com reflexos no processo de letramento em língua materna, no caso dos pequenos aprendizes.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

GÊNEROS EXPOSITIVOS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

JOSIELI ALMEIDA DE OLIVEIRA LEITE

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Este trabalho apresenta uma reflexão de como o tema dos gêneros discursivos, da

ordem expositiva, vêm sendo contemplados numa turma de educação infantil. É parte dos resultados de uma pesquisa de mestrado fundamentada na psicologia histórico-

cultural de Vigotski e na filosofia da linguagem de Bakhtin, que investigou os gêneros discursivos presentes no cotidiano de uma turma de educação infantil, a maneira pela qual tais gêneros entravam nesse contexto e quais enunciados suscitavam às

crianças. A pesquisa do tipo etnográfico foi o caminho metodológico utilizado nessa investigação e buscou-se, a partir da inserção em campo e da observação

participativa, a produção dos dados. Os resultados apontaram para uma significativa recorrência dos gêneros expositivos no contexto pesquisado, principalmente em decorrência do projeto, “Toca de gente, casa de bicho”, desenvolvido pela escola, que

tinha como principal objetivo a produção de conhecimentos científicos sobre os bichos e suas casas. Para tal produção muitos gêneros expositivos foram usados, tanto na

modalidade oral, quanto na modalidade escrita. As crianças apresentaram interesse por tais gêneros e, principalmente, construíram diversos conhecimentos sobre as temáticas pesquisadas. Assim, a presença desses textos na turma pesquisada

reverberou o entendimento da criança como um sujeito capaz e produtor de conhecimentos. O desafio que se colocou foi o da necessidade de primar pelas

situações sociocomunicativas reais que demandavam a mobilização dos gêneros expositivos, além da preservação do suporte original de circulação. Quando esses aspectos são privilegiados as crianças veem sentido na produção de determinado

gênero, quando tais aspectos são renegados, a produção dificilmente se traduz numa experiência efetiva para a criança.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

NEM SÓ DE LIVRO DIDÁTICO SOBREVIVE O PROFESSOR DE INGLÊS

JOSILENE CARVALHO PEREIRA

[email protected]

TANIA REGINA DE SOUZA ROMERO

[email protected]

Universidade Federal de Lavras

O presente trabalho tem por objetivo analisar e discutir ações desenvolvidas, em uma

escola municipal rural, durante a participação no projeto PIBID Inglês (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), em uma cidade do Sul de Minas. Teoricamente, a discussão é embasada em propósitos do ensino-aprendizagem de

Língua Inglesa, segundo os PCN´s (Parâmetros Curriculares Nacionais) de Língua Estrangeira Moderna, o CBC (Conteúdo Básico Comum) de Língua Estrangeira,

documentos orientadores no Estado de Minas Gerais, bem como na implementação de atividades que enriqueçam o ensino de língua estrangeira, conforme elaborado por Dias e Dell’Isola (2012). A reflexão origina-se da necessidade da introdução de

material complementar ao livro didático, uma vez que o livro é um instrumento que deve servir como apoio ao professor, não apenas como única fonte de

desenvolvimento das atividades em sala de aula, cabendo ao mediador a ação de planejar, implementar, refletir e dirigir as atividades condizentes à aprendizagem

efetiva e condizente coma realidade dos alunos. A perspectiva da análise e reflexão é da pesquisadora que se prepara, no curso de Letras e no Programa, para sua futura atividade docente. Os primeiros resultados estão no desenvolvimento de material

didático que são utilizados como atividades diversificadas nas turmas do ensino fundamental.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

ALTERNATIVAS DIDÁTICAS EXITOSAS QUE ATENDERAM AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE TURMAS

HETEROGÊNEAS

JOSINA A. T. TEIXEIRA [email protected]

C.A.J.XXIII-UFJF

SARA H. DA C. FREITAS

[email protected] UFJF

A opção pela formação de classes de alfabetização heterogêneas representa um avanço na educação e se opõe às práticas tradicionais que insistiam em agrupar os

alunos da maneira mais homogênea possível. Essa postura é desejável, por apresentar duas grandes vantagens: não estigmatiza as turmas em “fortes” e “fracas” e favorece trocas de experiências mais enriquecedoras, onde todos os alunos saem

ganhadores. Entretanto, surge uma dificuldade real na prática cotidiana, apontada pelos professores que têm a difícil tarefa de administrar tantas

peculiaridades/dificuldades individuais. Como encontrar propostas didáticas que atendam às múltiplas demandas? A partir dessas preocupações, a presente pesquisa

objetivou compreender o processo de alfabetização, através da observação das hipóteses que os alunos alfabetizandos vão construindo, desmontando e reconstruindo, e da eficácia que as intervenções didáticas podem representar nesse

processo. Para isso, realizamos uma observação participativa durante todo o ano de 2014 em uma turma heterogênea de alfabetização de 2º ano, no C.A. João XXIII. Os

aportes teóricos foram de preciosa ajuda para a compreensão dos fenômenos observados, dentre os quais nos apoiamos nos pressupostos de Emília Ferreiro, Magda Soares, Paulo Freire e Vygotsky. Ao final, chegamos a conclusões relevantes: a) o

conhecimento do sujeito alfabetizando é imprescindível para o desenvolvimento de uma prática alfabetizadora eficiente; b) o suporte teórico é ferramenta indispensável

para a compreensão do processo vivido pelo aluno; c) a opção por classes heterogêneas é a única aceitável; d) as intervenções didáticas são significativas na construção da competência de leitura e escrita; d) todo conhecimento é produto de

uma construção compartilhada. A partir dessas afirmativas, podemos chegar à conclusão da eficiência que podem ter as intervenções didáticas para o crescimento

dos alunos, o que vem a resgatar o valor inquestionável do professor e da educação escolar.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O FÓRUM DE DISCUSSÃO EM EAD: UM ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE A

ARGUMENTAÇÃO E O APRENDIZADO A PARTIR DA COLABORAÇÃO

JULIANA DE CARVALHO BARROS

[email protected]

Patrícia Nora de Souza [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

A inserção do computador e a popularização da internet impactaram de forma notória o ensino no Brasil. Seja na modalidade presencial ou a distância, o uso das Tecnologias Digitais da Comunicação e da Informação (TDCIs) na educação tem

permitido avanços significativos que se refletem não apenas nos números de cursos e alunos matriculados , mas também nas formas de interação nos chamados Ambientes

Virtuais de Aprendizagem (AVAs). Nesses ambientes, dada a grande variedade de recursos que permitem a interação, a colaboração tem sido considerada por estudiosos da área (Pallof & Pratt, 2002; Okada, 2006; Souza, 2007) como relevante

para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. Dentre os recursos oferecidos pelos AVAs, destaca-se o fórum de discussão como uma ferramenta capaz

de potencializar a colaboração entre os seus participantes (Silva, 2006). Nesse contexto, a presente pesquisa, de natureza exploratória, objetiva analisar, à luz das

teorias da argumentação (Koch,1984; Ducrot,1987), em que medida a argumentação favorece o aprendizado a partir da colaboração. O corpus de análise é comporto por interações realizadas em fóruns de discussão de um curso de graduação em

Pedagogia a distância realizado através da Universidade Aberta do Brasil (UAB) em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Resultados iniciais

apontam uma estreita relação entre colaboração e a argumentação, o que pode ser percebido pela presença constante de marcas argumentativas (Koch, 1984) nas práticas discursivas dos participantes dos fóruns de discussão.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

ESTRATÉGIAS PEDADÓGICAS EM CONTEXTOS DIGITAIS: TECNICAS PARA

PROMOVER O LETRAMENTO DIGITAL

LUCAS MARIANO DE JESUS

[email protected]

UFLA

O ensino de leitura nas escolas tem passado por grandes transformações. Atualmente, apenas reconhecer os sentidos que estão nas palavras e na estrutura do texto não é

mais suficiente. A crescente demanda de sujeitos ativos, imposta pela atual sociedade, nos mostra que cada vez mais é fundamental a formação de leitores

multiletrados que atuem sobre o texto e construam seus próprios sentidos a partir dele, pois “os multiletramentos preparam os alunos para as situações de interação em que sejam necessárias posturas mais contemporâneas de leitura e escrita, mais

especificamente situações que envolvam o estudo da língua e o estudo dos gêneros” (ROJO, 2012, p.96). Dessa forma, a escola deve desenvolver estratégias que

possibilitem ao aprendiz atuar e se desenvolver dentro desses novos moldes sociais uma vez que, como acentua Coscarelli (2013), a presença, na sociedade, de tecnologias digitais como computadores, tablets, celulares e outros recursos têm

reinventado a leitura e mudado as formas de o leitor agir sobre o texto. Um recurso que pode ser proveitoso para desenvolver competências nessa área é a inserção de

ferramentas digitais, como recursos metodológicos em sala de aula, a fim de possibilitar que os educandos tenham contado com diversas formas de ler em

ambientes digitais. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo discutir em que medida a construção de infográficos e a elaboração de mapas conceituais a partir da ferramenta cmap tools podem contribuir no processo de desenvolvimento da

proficiência leitora a fim de promover o letramento digital dos alunos. Os dados de pesquisa fazem parte de uma investigação desenvolvida no âmbito do PIBID/UFLA.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

A INTERCULTURALIDADE NO ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA: GÊNEROS COMO MEDIADORES CULTURAIS

LUCILA CARNEIRO GUADELUPE

[email protected]

MARTA CRISTINA DA SILVA [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Esta comunicação apresenta um recorte de nossa pesquisa de doutorado direcionada à análise do tratamento dos gêneros discursivos como mediadores (inter) culturais.

No que diz respeito aos gêneros, tomamos como referência básica a perspectiva dialógica de Bakhtin, segundo o qual os gêneros do discurso são “tipos relativamente

estáveis de enunciado” (BAKHTIN, 1979/2010:262). Interessa-nos, portanto, a verificação e a análise das possíveis contribuições dos gêneros discursivos como instrumentos de acesso às questões sociais e culturais nos livros didáticos de

espanhol e a interface com o ensino de línguas embasado pela perspectiva intercultural (MENDES, 2012, PARAQUETT, 2012, 2014). Há uma preocupação em

propiciar ao aluno a oportunidade de conhecer as diferentes culturas e comportamentos socioculturais, considerando a(s) cultura(s) da língua-alvo, tanto a

peninsular como a hispano-americana, e sua interlocução/interação com a(s) cultura(s) brasileira(s). Em geral, tendo em vista a proposta apresentada pela obra, buscamos questionar: o processo de ensino/aprendizagem é realmente entendido

como intercultural, atentando para as práticas sociais em diferentes culturas, ou o livro didático está apenas apresentando novos conceitos de maneira acessória, sem

mudar o foco do processo educacional? Adotamos uma metodologia de base qualitativa, utilizando pesquisa documental. Os resultados indicam que os gêneros tratam o (inter) cultural presente no universo hispano-americano e despertam o

interesse dos alunos por conhecer outras culturas e, confirmam que o ensino de línguas estrangeiras através dos gêneros propicia a percepção da função social da

língua como forma de atuação na sociedade contemporânea.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

LETRAMENTO E GÊNEROS TEXTUAIS NO CURRÍCULO MÍNIMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

MARCELA MARTINS DE MELO [email protected]

PROFLETRAS – FFP/UERJ

Este trabalho apresenta os resultados parciais de uma pesquisa-ação realizada no âmbito do Mestrado Profissionalizante em Letras da UERJ/FFP, cujo objetivo é a

elaboração de material didático adequado ao letramento a partir dos gêneros textuais e conteúdos propostos pelo Currículo Mínimo do Estado do Rio de Janeiro. A

motivação para a pesquisa em questão se deu pela percepção da inexistência de material didático oportuno para trabalhar de forma satisfatória a apropriação dos gêneros textuais sugeridos pelo CMRJ, e também pelo anseio em elaborar atividades

que primem pela aprendizagem significativa e reflexiva da língua. Inicialmente, discutiremos o lugar dos gêneros textuais nas aulas de língua portuguesa e quais são

as expectativas dos documentos curriculares nacionais em torno desse trabalho. Posteriormente, procederemos à análise crítica do CMRJ, que propõe o trabalho com gêneros em todos os anos de escolaridade, considerando a concepção de letramento e

os aspectos socioculturais implicados na escolha dos gêneros elencados neste documento, privilegiando o 7º ano do ensino fundamental. Finalmente,

apresentaremos nossa proposta de trabalho, pautada na ressignificação da sequência didática preconizada por Schneuwly, e Joaquim Dolz (2004) e nas estratégias de leitura indicadas por Isabel Solé (1998). Os critérios de seleção de repertório para a

construção do material serão feitos de modo que, num processo de negociação entre os saberes dos alunos e aqueles propostos no currículo, os educandos possam se

apropriar dos aspectos linguísticos e textuais dos gêneros estudados, a fim de usá-los de forma autônoma e consciente nas diversas práticas sociais em que se fazem necessários. Estabeleceremos como um dos norteadores de nossa pesquisa um dos

quatro pilares da Unesco para a educação do século XXI – aprender a aprender – por acreditarmos que apenas em aulas de língua portuguesa que de fato tenham

significado para o aluno é possível levá-lo a avançar nas etapas do conhecimento.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

PROFESSORES LEITORES E MEDIADORES DE LEITURAS LITERÁRIAS

MÁRCIA MARIANA SANTOS DE OLIVEIRA

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Este trabalho que aborda a formação de professores leitores e mediadores de leituras literárias é parte dos resultados preliminares do projeto de extensão “Tempos e

espaços de leitura1”, desenvolvido no âmbito do grupo de pesquisa Linguagem, Infâncias e Educação - LINFE, com o intuito de promover uma articulação entre os

saberes produzidos na Universidade e aqueles praticados na escola de educação básica. Ancorados na perspectiva histórico-cultural compreendemos a prática da leitura como a porta de entrada dos sujeitos a um conjunto de significados

historicamente construídos, que perpassam as diferentes áreas do saber. Nesse sentido, o foco do projeto se coloca na formação de professores leitores e mediadores

de leituras, assim como na criação de espaços nos quais professores e crianças tenham a oportunidade de dialogar, experienciar, aprender e criar laços com a leitura, contribuindo para a formação de novos leitores. Para tal, agregamos pesquisadores,

estudantes de graduação e pós-graduação e professores da educação básica. O intercâmbio de saberes e práticas desses diferentes sujeitos nos possibilitam pensar

em oficinas de leitura que são realizadas em turmas de Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, nas salas de aula dos professores participantes do

projeto. Os resultados dessas oficinas demonstram como a mediação do professor é essencial para suscitar nas crianças o gosto pela leitura literária, pois, enquanto mediador, ele precisa proporcionar às crianças experiências significativas com a

leitura, o que perpassa, também, por uma formação como leitor literário.

1 Projeto coordenado pela Profª Drª Hilda Micarello e financiado pela PROEX-UFJF.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

ANÁLISE DA PROPOSTA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA DE JUIZ DE FORA NA ABORDAGEM DO CICLO DE POLÍTICAS DE BALL

MÁRCIA PATRÍCIA BARBOZA DE SOUZA

[email protected]

Universidade Católica de Petrópolis

Este trabalho apresenta um recorte da tese de Doutorado ainda em curso, trazendo as

considerações iniciais acerca das políticas e práticas curriculares que se constituem a partir da Proposta Curricular de Língua Portuguesa da rede municipal de ensino de

Juiz de Fora (PCLP/SE-JF). A pesquisa, de forma geral, objetiva analisar essa nova proposta conhecendo dos professores a leitura que eles possuem desse documento curricular; a concepção sobre o ensino da língua que está sendo proposto; bem como

conhecer sua percepção como co-construtores do currículo e os reflexos dessa concepção de ensino, nas práticas curriculares. As várias versões da PCLP foram

construídas de forma partilhada entre esses profissionais, juntamente com os gestores e coordenadores, seja por meio das discussões oriundas dos Seminários, seja por meio dos encontros que ora se realizaram. O documento impresso deixa registrado

que a atual proposta se encontra em aberto, objetivando o constante diálogo que deve ser estabelecido no contexto da prática curricular, afirmando o protagonismo e a

atitude crítica do professor em todo o momento de uso da proposta. O êxito da PCLP está, então, nas mãos daqueles que a construíram, ou seja, dos gestores de escolas,

coordenadores e, principalmente, do professor, tornando-o agente do documento curricular. A metodologia utilizada para as análises iniciais foi a pesquisa documental, relacionada a outras técnicas de obtenção de dados, como as entrevistas, numa forma

de confrontar os dados informados, ratificando ou validando tais informações. Como aporte teórico da análise, propõe-se a abordagem do ciclo de políticas de Ball,

procurando entendê-la em seu contexto de influência, de elaboração e da prática, como um movimento contínuo de (des) construção e ressignificação de sentidos, além de outros autores que trazem à tona sua concepção de construção e prática curricular

(KRAMER, 1997; MOREIRA e GARCIA, 2003; PACHECO, 2011; SILVA, 2011; SOARES, 2012).

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

A ASSOCIAÇÃO SOCIALMENTE ACEITA DE FORMAS DE UTILIZAR A LINGUAGEM: EXPLORANDO A RELAÇÃO ENTRE COMUNIDADE DE PRÁTICA E

OS NOVOS ESTUDOS DE LETRAMENTO

MARCOS LUIZ WIEDEMER [email protected]

Universidade do Estado do Rio de Janeiro/Faculdade de Formação de Professores

(UERJ-FFP)

Vice-líder do Grupo de Pesquisa “Linguagem & Sociedade” (UERJ/FFP-CNPq)

Nesta comunicação, esboçamos uma perspectiva de pesquisa sobre letramento que envolve práticas socioculturais e práticas sociolinguísticas, a qual tomamos os estudos que integram a área dos Novos Estudos de Letramento (STREET, 1995; STREET e

LEUNG, 2010; BARTON, 1994; GEE, 2008), e estudos das comunidades de práticas (ECKERT, 2005, 2012). Argumentamos que os Novos Estudos de Letramento (NEL)

podem ganhar novas interpretações a partir das ideias oferecidas por trabalhos recentes na Sociolinguística, mais especificamente, a partir da noção de comunidade de prática. Tal linha de trabalho orienta os estudos desenvolvidos pelo Grupo de

Pesquisa “Linguagem e Sociedade”(FFP/UERJ-CNPq)(dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/7194078914175203),intrinsecamente

interdisciplinar, com interesse de investigação de padrões socioculturais e sociolinguísticos estabelecidos por comunidades de práticas no português brasileiro,

que são refletidos nos níveis da estrutura linguística. Ao tomarmos o conceito de letramento, considerando os NEL, pode-se pensar que há uma relação de uso que um indivíduo ou uma comunidade estabelece com a escrita, e que tais usos discursivos

são sustentados por instituições, as quais sustentam “padrões”, ou seja, determinadas configurações particulares de usos e modos regulares de falar/escrever. Neste

sentido, como a prática discursiva está associada a outras práticas sociais, diferentes padrões de linguagens especializadas podem ser combinados para ativar uma determinada identidade particular ou determinada comunidade de prática (ECKERT,

2012). Nesta proposta, procuramos evidenciar que os usos de diferentes linguagens sociais envolvem mais do que aprender a linguagem como estrutura ou como

conjunto de competências e habilidades, e que o engajamento em múltiplos letramentos emana da incorporação de diferentes discursos que são refletidos em demarcações em comunidades de práticas. No plano teórico, o principal ponto desta

abordagem é a afirmação de que letramento é uma prática sociocultural e sociolinguística, e que a variedade da linguagem e estilo podem ser salientes em

contextos particulares de uso. Partindo da ideia de Eckert (2000), a identidade individual e de grupo estão sendo constantemente negociadas e renegociadas através de interações sociais, ambas expressas e construídas por meio do diálogo. Neste

sentido, a identidade não é fixa e unitária, pois diferentes tipos de identidades podem ser experimentados, em contextos diferentes, em diferentes comunidades e em

diferentes comunidades de práticas (discursivas).

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

QUE LÍNGUA É ESSA? O QUE PENSAM AS CRIANÇAS

MARIA DIOMARA DA SILVA

[email protected]

PPGE/UFJF

Essa pesquisa foi desenvolvida por meio de observações em oficinas teatrais no Curumim Vila Olavo Costa, que hoje faz parte do Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos, atendendo crianças e adolescentes que vão da faixa etária dos 5 aos 12 anos de idade. Esses sujeitos desenvolvem, nesses centros, atividades extracurriculares no seu contraturno escolar, realizando trabalhos artísticos,

esportivos e culturais por meio de oficinas realizadas, com enfoque nas habilidades sociais. Nesse trabalho, foi aplicado um questionário com 16 perguntas objetivas para

as crianças cujas respostas deveriam ser SIM ou NÃO, de acordo com as suas experiências para averiguar quais são as crenças (BARCELOS & ABRAHÃO, 2006) que elas têm construído a respeito da língua, da sua relação com a disciplina Língua

Portuguesa, da consciência que têm sobre as variedades linguísticas, sobre sua identidade linguística e sobre os aspectos teatrais que envolvem a linguagem. Os

resultados desta sondagem nos geraram dados que nos permitiram conhecer mais da realidade dessas crianças e nos revelaram, em parte, algumas características que elas

traziam, como certas carências que necessitavam ser supridas, por meio, inclusive, de um ensino que as oportunizasse em ampliar todas as suas possibilidades, como alunos e sujeitos históricos.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O PAPEL DO PROFESSOR NA (NÃO) INSERÇÃO DE SUJEITOS DESLOCADOS À ESQUERDA EM TEXTOS ESCRITOS

MARIANA DELESDERRIER DA SILVA

[email protected]

UFRJ

O presente trabalho tem como objetivo principal investigar a (não) inserção das

construções de deslocamento à esquerda, uma das estratégias das construções de tópico marcado, em textos escritos. Esse tipo de construção se caracteriza por apresentar, na periferia esquerda da sentença, um sintagma que é retomado no

interior do comentário por meio de um correferente que ocupa a posição de sujeito. Para tal investigação, será utilizado um questionário de autoavaliação, composto por

três diferentes gêneros textuais, em que os participantes (professores de diversas disciplinas, inclusive de Língua Portuguesa) terão que marcar a alternativa que, em sua percepção, parece mais adequada para o contexto em análise. Ao utilizar

professores como público alvo desse experimento, pretende-se verificar se esses, em especial os docentes de Língua Portuguesa que são encarregados de transmitir aos

seus alunos conceitos e prescrições da Gramática Tradicional, são os responsáveis pelo embarreiramento das construções de deslocamento à esquerda de sujeito na

escrita. Quanto ao aporte teórico-metodológico, o trabalho associa a Teoria da Variação e Mudança (Weinreich, Labov e Herzog, 2006 [1968]) à Teoria de Princípios e Parâmetros (Chomsky, 1981). Por ainda estar em fase de coleta, o presente

trabalho ainda não apresenta resultados, mas pretende-se com a análise de dados desenvolver uma reflexão acerca do ensino de Língua Portuguesa nas escolas

brasileiras.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

“VOCÊ É BILÍNGUE”: ALGUMAS CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA EM FORMAÇÃO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

MARIANA SCHUCHTER SOARES [email protected]

MICHELE CRISTINA RAMOS GOMES

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente trabalho discute questões relacionadas às concepções que os futuros

docentes de língua estrangeira têm do que é ser “bilíngue”, termo revestido de mitos e preconceitos pelo senso comum. Para isso, utilizamos os conceitos de bilinguismo

equilibrado e bilinguismo dominante de Harmers e Blanc (2000), de bilinguismo e bilingualidade de Savedra (2009), de repertórios comunicativos de Rymes (2014) e de superdiversidade de Vertovec (2006) e Blommaert (2012). Nesse sentido, aplicamos

um questionário sobre bilinguismo e bilingualidade a 35 alunos de licenciatura em língua estrangeira da Universidade Federal de Juiz de Fora (sendo que muitos deles já

estão inseridos no mercado de trabalho como professores), no início do curso de Metodologia de Ensino de Língua Estrangeira, cuja autora deste trabalho ministrou

aulas através do Programa Experimental de Iniciação à Docência. Para a análise das respostas, partimos da ideia de que não existem mais indivíduos monolíngues no mundo de hoje, tal como sugere Rymes (2014), que não tenha conhecimento de

palavra alguma em outra língua. Isso porque vivemos em um mundo de superdiversidade (VERTOVEC, 2006), em que as línguas estão em movimento,

entrando em contato constantemente e constituindo os repertórios comunicativos individuais. Assim, a ideia é que os alunos dos cursos de Letras não devem mais ser formados a partir de uma visão tradicionalista. O ensino de línguas, por parte desses

futuros docentes, deve levar em consideração alguns conceitos antes de impedirem os alunos de se expressarem, pelo simples fato de não conhecerem alguns recursos da

língua a qual se propuseram a estudar. Isso quer dizer que é necessária a criação de um ambiente bilíngue nas aulas de línguas, de forma que a bilingualidade dos alunos possa ser respeitada.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

ENSINO DE LÍNGUAS PARA CRIANÇAS NA ESCOLA PÚBLICA: ABORDAGEM CLIL − UMA FORMA DE DESENVOLVER A BILINGUALIDADE DOS ALUNOS E

AMPLIAR OS SEUS REPERTÓRIOS COMUNICATIVOS

MÁRJORI CORREA MENDES

[email protected]

RAQUEL SANTOS LOMBARDI [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Neste trabalho apresentamos o resultado do projeto “Ensino de línguas para crianças na escola pública: Abordagem CLIL”, realizado entre setembro de 2011 e julho de

2013 em uma turma (a princípio) do 2º ano do ensino fundamental da Escola Municipal José Calil Ahouagi, em Juiz de Fora - MG. O projeto teve como objetivos iniciais: 1) o mapeamento das necessidades dos alunos enquanto aprendizes de língua

adicional; 2) aplicar conceitos de educação bilíngue em uma turma da rede pública de ensino; 3) aplicar estudos teóricos para o desenvolvimento da bilingualidade de cada

um dos alunos envolvidos no projeto, através da abordagem CLIL; 4) oferecer aos alunos dessa instituição pública o contato com um ensino diferenciado e coerente com

as necessidades do século XXI e da era da superdiversidade (VERTOVEC, 2006); e 5) proporcionar ao professor em formação a oportunidade de desenvolvimento contínuo através da prática escolar. Recorremos às noções de repertório comunicativo (RYMES,

2010, 2014), de bilingualidade (SAVEDRA, 2009; SALGADO & DIAS, 2010), de letramento (FREIRE, 1991; STREET, 1984, 2003) e de educação bilíngue (GARCÍA,

2009), para analisar esses resultados provenientes das intervenções ministradas sob a ótica da abordagem CLIL (Content and Language Integrated Learning), segundo a qual o ensino de Inglês aconteceu integrado aos conteúdos escolares de cada ano.

Para tal, realizamos um estudo exploratório, com uma abordagem qualitativa através de uma pesquisa-ação de caráter etnográfico. Obtivemos resultados bastante

satisfatórios, concluindo que os alunos, para além do aprendizado de língua, puderam ser letrados em práticas cotidianas variadas, o que contribuiu diretamente para o desenvolvimento da bilingualidade e da ampliação dos seus repertórios comunicativos,

na medida em que houve importantes resultados no que diz respeito à autonomia na produção de enunciados e aumento do conhecimento da função comunicacional dentro

de cada um dos contextos a que estavam sendo expostos.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O LUGAR DOS GÊNEROS TEXTUAIS NOS PROJETOS DE LETRAMENTO E NOS PROJETOS DIDÁTICOS DE GÊNERO

NÁDIA FERREIRA DE FARIA BRAGA

[email protected]

PPGE - UFJF

Este trabalho apresenta considerações parciais de uma pesquisa de mestrado em andamento intitulada “Projetos didáticos de gênero, projetos de letramento e

sequências didáticas: aproximações e distanciamentos”, desenvolvida entre 2015/2017 no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de

Juiz de Fora. No ensino de línguas, nos últimos anos, os gêneros textuais têm sido indicados para o trabalho com a linguagem na escola, numa perspectiva que considere como central a dimensão social da linguagem (BRONCKART, 1999). Para

tanto, as sequências didáticas (SD), proposta desenvolvida pela equipe de Genebra, bastante conhecida no Brasil (MACHADO e CRISTÓVÃO, 2009), também têm sido

objeto de muitos estudos voltados às práticas escolares. Posterior a essas propostas, os Projetos de Letramento (KLEIMAN, 2001) e os Projetos Didáticos de Gêneros (KERSH; GUIMARÃES, 2012) tem sido vistos como formas menos artificiais de

didatizar os gêneros textuais. Tais projetos objetivam criar na escola uma situação discursiva mais ampla, envolvendo as práticas de linguagem cotidianas. Pretendemos,

então, analisar qual o lugar dos gêneros textuais nesses dois tipos de projetos. Usamos como pressupostos teóricos autores como Bronckart (2009), Dolz e

Scnheuwly (2004), baseando nossa análise, principalmente, na perspectiva do Interacionismo Sociodiscursivo, além de usar os autores brasileiros de tal vertente (KERSH E GUIMARÃES, 2012; MACHADO e CRISTÓVÃO, 2009; GOLÇALVES, 2011). A

pesquisa teórica realizada até o momento indica que, embora haja diferenças nas abordagens, tanto os projetos de letramento quanto os projetos didáticos de gênero

concebem o gênero numa perspectiva social, considerando fundamental a questão da circulação social do texto. Nesse sentido, novos significados para os gêneros textuais são trazidos para a escola, a fim de atingir uma didatização mais próxima à realidade

dos alunos.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS NO ENSINO DE LEITURA: SUPORTE TEÓRICO-METODOLÓGICO E EMPREGO DO CONHECIMENTO PRÉVIO

PATRICIA FERREIRA BOTELHO [email protected]

UFRJ

Centro Universitário Geraldo di Biase

Este estudo apresenta parte de uma discussão elaborada para tese de doutoramento a respeito da natureza das atividades de leitura nos livros didáticos (LDs), reconhecidamente relevante como prática de letramento, e propor discussão

conceitual sobre o conhecimento prévio (CP) como um saber relevante à construção da leitura de qualidade. Sob a perspectiva deste estudo, os LDs têm trabalhado a

leitura de forma insuficiente, sem pressupostos que subsidiem essas atividades como construção cognitiva que possa ser administrada pelo próprio aluno e que possa ser aprendida na escola. Postulamos, então, que o CP é um saber mal explorado ou não

mencionado para o trabalho com a leitura, fator de que demanda o desenvolvimento de estudo (BOTELHO, 2015; VARGAS, 2012). Para tanto, delimitou-se, como aparato

metodológico, exercícios baseados nos estudos em metacognição, utilizando-se três estágios de leitura (NELSON & NARENS, 1994). Realizamos um estudo avaliativo das

atividades de leitura do LD de Cereja (2009), a fim de propor teste de leitura que visa diagnosticar as potencialidades dos alunos como produtores de significados. O teste baseia-se na metodologia de aprendizado escolar com emprego de estratégias

metacognitivas em três momentos: pré-leitura, perguntas hipotéticas e suscitadoras do CP do aluno; durante a leitura, perguntas para manutenção da aprendizagem e

alteração, ou não, de suas hipóteses; pós-leitura, atividades de recuperação de informações aprendidas. O cotejo dessa estratégia com o LD permite observar estratégias de acesso ao CP que podem viabilizar essa melhoria e comparar o saber

do aluno envolvido na compreensão do que se lê em relação aos objetivos traçados pelos materiais. A análise e os resultados obtidos nesse estudo contribuíram para

avaliação da metodologia atual dos LDs e para propor metodologia de estudo adequada e fundamentada em Nelson e Narens (1994), na construção de aparato teórico-conceitual para melhoria do ensino de leitura.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

USO DA TECNOLOGIA COMO METODOLOGIA DE ENSINO EM SALA DE AULA

PETERSON VITOR RIBEIRO [email protected]

UFLA

Este trabalho tem por objetivo apresentar os resultados parciais de uma pesquisa associada ao projeto LETRAMENTO DIGITAL: A construção de objetos de aprendizagem para o desenvolvimento da competência leitora fomentado pela

FAPEMIG/CAPES, o qual buscou apurar acerca dos usos das tecnologias digitais como recurso metodológico nas aulas de Língua Portuguesa em escolas públicas mineiras,

nos anos finais do ensino fundamental. Para a consecução do objetivo apresentado, foi realizado um estudo teórico acerca dos Letramentos Digitais, a partir de Araújo (2011); Rojo e Moura (2012) e Coscarelli (2007). Também foi realizada uma pesquisa

de campo, com vistas a investigar o uso e o conhecimento dos alunos acerca das tecnologias digitais. A partir das análises, os dados apontaram que, em grande

maioria, os discentes podem ser considerados como nativos digitais e que se apropriam dos diferentes recursos tecnológicos, como celulares, computadores, mídias audiovisuais e aplicativos, a fim de interagirem por meio de produções textuais e

envio de textos. No entanto, em relação ao uso desses diferentes recursos, em sala de aula, os dados evidenciaram a necessidade de letrar digitalmente o professor para

o uso efetivo dos diferentes recursos tecnológicos disponíveis nas escolas como ferramenta para o ensino e a aprendizagem da língua portuguesa. Nessa ótica,

constatou-se que existem lacunas que precisam ser sanadas, tanto no processo de formação inicial quanto na formação continuada de professores, para que o aluno possa vivenciar, no espaço escolar, práticas de leitura e escrita que garantam o

desenvolvimento dos multiletramentos.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

PRÁTICAS SOCIAIS DO LETRAMENTO: O QUE SÃO; COMO ENTENDÊ-LAS; COMO FAZÊ-LAS

VICTORIA WILSON

[email protected]

UERJ

Esse trabalho discute aspectos relacionados ao letramento, a partir de textos

(redações) produzidos por candidatos a uma vaga na universidade e por alunos de graduação em Letras de uma instituição pública de formação de professores. O interesse dessa pesquisa centra-se na compreensão das práticas letradas que os

alunos incorporaram até o final do Ensino Médio e aquelas que vão incorporando na universidade e o modo como conciliam as práticas de letramento escolar, da família e

do cotidiano às práticas exigidas em exames do tipo vestibular e as da universidade. A análise, de natureza qualitativa, parte dos domínios conceituais bakhtinianos, de orientação dialógica, apoiando-se também nos Novos Estudos do Letramento (GEE

2005, STREET, 2014[1995]), para compreender a escrita elaborada como processo e produto em sua dimensão “política” (STREET; GOULART, 2011). É a partir dessa

dimensão que nos perguntamos por que os alunos escrevem o que escrevem e como escrevem e como dão sentido aos seus textos, considerando as especificidades do

contexto e dos gêneros como fatores articulados aos diferentes modos de ser letrado, associados às diferentes esferas do conhecimento e da linguagem escrita. Porém, se os letramentos só terão sentido nos contextos onde se manifestam, que variam

conforme a situação e a comunidade de prática; que o modo como as pessoas deles se “apropriam” é muito mais fruto das contingências de práticas sociais e culturais

(STREET, 2014, p. 201), esses aspectos nos levam a problematizar o conceito de letramento e compreendê-lo no conjunto de usos da língua ligados à nossa experiência e aos aspectos normativos e (des)reguladores da língua (CAMERON,

2003; SIGNORINI, 2011), às forças controladoras de seu exercício (MEY, p.94) e ao compromisso social e consciente da língua.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

Relato

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

PRÁTICAS DE LETRAMENTO NA ESCOLA: A CONSTRUÇÃO DE UM ENSINO REFLEXIVO ATRAVÉS DE GÊNEROS TEXTUAIS

ALINE SALUCCI NUNES [email protected]

PROFLETRAS – FFP/UERJ

O presente relato de experiência expõe uma sequência didática elaborada conforme o modelo proposto por Joaquim Dolz, Michèle Noverraz e Bernard

Schneuwly (2001), que foi desenvolvida em uma turma do quarto ano do ensino fundamental, em uma escola pública da rede municipal de Itaboraí, no ano de 2015. O objetivo da proposta foi promover um ensino reflexivo da

língua, aprimorar as competências de leitura e escrita dos alunos a partir do gênero receita culinária e compreender alguns aspectos gerais desse gênero

textual que é tão veiculado, e que está maciçamente presente, inclusive, em programas televisivos específicos para a faixa etária à qual pertencem, entre nove e onze anos. Nesse sentido, propusemos um trabalho que se baseou na

perspectiva do multiletramento, buscando dialogar com diferentes áreas do conhecimento, envolvendo o uso de novas tecnologias e mídias e valorizando

também a experiência sensorial. A sequência foi desencadeada em cinco módulos que visavam a identificar os conhecimentos prévios dos alunos acerca do gênero principal, instigá-los a refletir e construir novos conhecimentos,

introduzir outros gêneros tais como letra de música, poema, tirinha, texto informativo, apresentar diferentes suportes textuais como, por exemplo,

embalagens de produtos, revistas, sites de internet, vídeos, a fim de levar o aluno a refletir sobre os aspectos linguísticos e desenvolver habilidades de leitura e produção de textos. O trabalho foi pensado em consonância com o que

preconizam Marcuschi (2008), Irandé Antunes (2009 e 2014) e Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias (2014): o texto acontece na interação dos sujeitos, e,

portanto, deve ser o centro do trabalho com língua portuguesa e não um pretexto para tal.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

HISTÓRIAS DE AVÔ E AVÓ

ANA CAROLINE DE ALMEIDA [email protected]

UFSJDR

“A maior parcela de nossa população, embora hoje possa estudar, não chega a ler. A escolarização, no caso da sociedade brasileira, não leva à formação de leitores e produtores de texto proficientes e eficazes, e, às vezes, chega mesmo a impedi-la.”

(ROJO, 2002). Infelizmente, os resultados em diversos exames oficiais apontam para essa triste constatação de Roxane Rojo, no texto “Letramento e capacidades de

Leitura para a cidadania”. Impulsionada por este texto e com o objetivo de ampliar as capacidades de leitura de uma turma de crianças do 3º ano, da capacidade de codificação, a qual a turma já dominava, para capacidades de compreensão e

capacidades de apreciação e réplica do leitor em relação ao texto, foi que desenvolvi todo um trabalho com leitura, a partir de livros literários, em 2014, na Escola Estadual

Deputado Mateus Salomé, em São João Del Rei. O trabalho realizado a partir do livro Histórias de avô e avó, um recorte numa prática alfabetizadora mais ampla, se desdobrou em 8 etapas, que compreenderam rodas de conversas, leituras,

interpretação oral e escrita e produção de texto, com base no gênero textual relato de memórias. Os gêneros orais e escritos, definidos como “tipos relativamente estáveis

de enunciados” (BAKHTIN, 1992, p. 279) pertencentes a diferentes esferas da atividade humana, precisam ser eleitos como objeto de ensino, numa prática que se

pretenda potencializadora das habilidades de leitura e escrita dos sujeitos. Os alunos foram avaliados de maneira processual, onde foi possível captar uma atitude “responsivo-ativa” em relação ao texto. Os textos produzidos por eles evidenciaram

uma compreensão acerca dos elementos de composição de um relato de memórias e o prazer pela leitura também foi fomentado, na medida em que a turma se envolvia

cada dia mais com os livros e atividades de leitura.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

OS ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO METALINGUÍSTICO E A

(RE)CONSTRUÇÃO DO CURSO DE OFICINA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO CLAC-UFRJ

ANA FLÁVIA LOPES MAGELA GERHARDT

[email protected]

UFRJ

A experiência relatada realiza-se na Faculdade de Letras da UFRJ, no âmbito do CLAC - Cursos de Línguas Abertos à Comunidade, mais especificamente os cursos

organizados e ministrados pelo Setor de Língua Portuguesa: Redação e Oficina de Língua Portuguesa, este último sendo objeto do relato proposto. A (re)construção do

curso de Oficina iniciou-se no ano de 2011, com uma revisão dos objetivos inicialmente voltados para estudos descritivos e atividades analíticas e epilinguísticas da sintaxe do português. Passou-se a adotar como objetivo o desenvolvimento

metalinguístico dos alunos, mais especificamente o seu desenvolvimento metassintático (Gombert, 1990), para favorecer uma maior autonomia no

conhecimento e utilização de estruturas gramaticais necessários à construção de textos escritos nas normas de prestígio do português: as relações lexicais no texto, a estrutura argumental, a articulação de proposições e a integração de parágrafos para

a configuração do texto, cada qual constituindo uma unidade do curso. Com o auxílio dos monitores do CLAC – alunos da Graduação em Letras da UFRJ, foi elaborada

apostila contendo explicações acerca dos níveis de análise escolhidos para estudo, acrescidas da apresentação dos problemas de escrita causados pelo seu não

conhecimento e de exercícios voltados para o aumento dos saberes gramaticais em relação aos conteúdos selecionados para o curso, nesta ordem: exercícios de reconhecimento das estruturas estudadas; exercícios de comparação entre estruturas

bem e mal formadas; exercícios de correção de estruturas mal formadas; exercícios de construção de parágrafos e textos. A metodologia do curso baseia-se parcialmente,

e com adaptações, nas ações metalinguísticas apresentadas por Correa (2004) para a análise da percepção metassintática de crianças. A (re)construção do curso de Oficina de Língua Portuguesa provocou a sua ampliação de um para dois semestres (duas

unidades em cada semestre), dado o volume de atividades construídas para a prática em sala de aula e em casa.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

ESCOLA E LETRAMENTO LITERÁRIO: “MAS O JOÃO NÃO SABE LER!”

ANA LÚCIA WERNECK VEIGA [email protected]

PPGE-UFJF-GRUPAR/CAPES

LÚCIA HELENA SCHUCHTER

[email protected] E. M. Dr. Adhemar R. Andrade/ PPGE-UFJF-GRUPAR/FAPEMIG

Este relato discorrerá sobre uma experiência de promoção do letramento literário (MACHADO, 2009, 2011; PAULINO, 1999, 2009, 2010; PINHEIRO, 2006;) por meio de

um sarau envolvendo poesias, músicas, contação de histórias e brincadeiras – um projeto de trabalho desenvolvido na biblioteca da Escola Municipal Doutor Adhemar Rezende de Andrade, nos anos 2010 a 2013, com alunos do 6º, 7º e 8º anos do

ensino fundamental. O termo letramento literário designa o estado ou condição de quem lê e faz usos da literatura, que - enquanto modo de compreender a realidade e

enquanto campo de saber - articula sua existência e sua circulação por diversos meios na sociedade: livros, blogs, sites, músicas etc. Estas fontes foram utilizadas para a escolha dos repertórios dos saraus, contando, para isso, com a participação dos

alunos envolvidos no projeto. A leitura, como prática sociocultural, deve estar inserida em um conjunto de ações sociais, deve ser feita em variados suportes, a partir de

múltiplas linguagens, mas, sem dúvida, não pode prescindir da escola. Tal prática é indispensável para o domínio da complexidade linguística da sociedade

contemporânea. (MEC, 2006). Sob esta perspectiva, defendemos que a experiência da literatura, trabalhada com diferentes estratégias, pode promover o letramento literário. No decorrer do século passado, vimos transformações cruciais quanto aos

sentidos atribuídos à leitura (MACHADO E MARTINS, 2011). Assim, cabe ressaltar que faremos, ainda, uma breve descrição de conceitos e tipos de letramentos para

contextualização histórica e enriquecimento deste relato de experiência.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

LEITURA E GRAMÁTICA NA INTERAÇÃO PROFESSOR/APRENDIZES: POSSIBILIDADES DE UM LETRAMENTO SIGNIFICATICO

ANDREIA RANGEL

[email protected]

PATRICIA GRAEFF [email protected]

UERJ

A partir de nossa experiência enquanto professoras de língua portuguesa, trazemos neste estudo questões que são o foco das pesquisas de mestrado que desenvolvemos. Assim, norteadas pelos princípios da Prática Exploratória (PE), uma abordagem para o

ensino-aprendizagem, reflexão e pesquisa em que seus professores e alunos, “dentro de sua sala de aula e enquanto trabalham no processo de aprender e ensinar, se

engajam para desenvolver o seu entendimento da vida na sala de aula” (Miller; CUNHA, 2009) refletiremos sobre os seguintes puzzles (MILLER et al. 2008): ‘Por que os professores não valorizam os gêneros textuais conhecidos e lidos pelos alunos,

para, a partir deles, apresentar-lhes novos gêneros?’e ‘Por que o professor não se permite conhecer as práticas culturais do grupo social onde trabalha e aproveitar essa

realidade em sala de aula para o estudo de gramática?’ A fim de encaminhar o processo de ‘trabalhar para entender’ conforme os princípios da PE, buscaremos

fomentar a participação dos aprendizes envolvidos nesse processo. Neste estudo, consideramos como foco as práticas culturais dos aprendizes do nono ano de escolaridade do ensino fundamental de duas escolas estaduais do Rio de Janeiro.

Ansiamos reconhecer tais práticas e relacioná-las ao ensino formal de língua materna, especialmente aos estudos associados à leitura (Kleiman, 1996) e ao ensino da

gramática (Silva 2006), de modo a valorizar as epistemes de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem: nós, professoras, e nossos alunos. Igualmente importante são os construtos vindos da teorização de Vygotsky (1987) sobre a

construção social do conhecimento, que valoriza a interação entre professor e alunos, enfatizando a importância da mediação pedagógica que se faz através da linguagem.

Sublinhamos ainda a relevância para este estudo do modelo ideológico de letramento proposto por Street (1995).Salientamos que a pesquisa está em andamento, por esse motivo ainda não é possível apresentar resultados.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O ENSINO DE INGLÊS NO PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA BOA VIZINHANÇA

ANDRESSA CHRISTINE OLIVEIRA DA SILVA

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O objetivo deste trabalho é relatar uma experiência envolvendo o ensino de língua

inglesa, que ocorreu entre os anos 2013 e 2014 a partir do projeto de extensão universitária intitulado Boa Vizinhança, financiado pela Universidade Federal de Juiz

de Fora, desde 2004. Esse projeto foi criado como uma forma de inserção social da comunidade externa, a partir dos 18 anos e prioritariamente do entorno da universidade, visando atender às necessidades e interesses de seu público-alvo, que

precisa e/ou se interessa em aprender uma língua estrangeira. O curso é oferecido em três semestres/módulos (180h/aula no total) e as aulas são ministradas por

professores-bolsistas, graduandos de Letras, e são realizadas na Faculdade de Letras, sempre aos sábados, de 8 às 12 h. Para atender aos objetivos do curso, é utilizado um livro didático como fio condutor e busca-se desenvolver, em nível elementar, as

habilidades de leitura, produção escrita e, principalmente, a compreensão e produção oral. Utiliza-se uma abordagem comunicativa (LASER-FREEMAN, 2008) com o intuito

de aproximar a prática de sala de aula das práticas sociais das quais os alunos participam em sua vida cotidiana. Pretendo relatar as atividades que desenvolvi

durante os três semestres que atuei como professora-bolsista no projeto, apontando as facilidades e as dificuldades que tive na minha prática docência; as técnicas e as atividades que utilizei, que foram produtivas na aprendizagem dos alunos; e,

principalmente, o que aprendi com essa experiência e como ela contribui para a minha formação como professora de inglês.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O TRABALHO COM O TIPO TEXTUAL CARTA NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA EXPERIÊNCIA NO 4º ANO

DO ENSINO FUNDAMENTAL

ÂNGELA MARA DE OLIVEIRA FERNANDES [email protected]

VANIA FERNANDES E SILVA

[email protected]

Colégio de Aplicação João XXIII-UFJF

O objetivo deste relato de experiência é apresentar as práticas pedagógicas de uma sequência didática sobre o tipo textual carta nas aulas de Língua Portuguesa, em

turmas de 4º ano do Ensino Fundamental, do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Juiz de Fora, no ano de 2015. O texto vem ampliar o diálogo com

professores e pesquisadores que, como nós, buscam repensar sobre a sua prática e construir uma postura reflexiva a respeito da importância de um trabalho pedagógico que privilegie os gêneros discursivos no processo de aquisição e domínio da escrita.

Acreditamos na utilização da língua, enquanto prática social das suas diferentes funções que se propõem a cumprir e dos diferentes gêneros em que se realizam

(MARCUSCHI, 2005). Portanto, cabe à escola formar leitores e escritores competentes para a efetiva participação da vida em sociedade. Para isso, o ensino da Língua

Portuguesa deve permitir que o estudante seja capaz de interpretar diferentes tipos de textos que circulam socialmente e que, também, saiba produzi-los de maneira eficaz, de acordo com as variadas situações de uso da língua. Como sabemos, a

carta tem o objetivo comunicativo, que em alguns momentos adquire um estilo formal, e em outros um estilo informal, como as correspondências pessoais e que,

apesar de todo o avanço da tecnologia, a sua escrita ainda tem seu espaço, pois possibilita o prazer em escrever com a expressão de sentimentos. Portanto, neste relato, fazemos uma descrição da sequência didática vivenciada e de seus

procedimentos metodológicos; apresentamos uma análise das atividades aplicadas em sala de aula; e por último tecemos algumas considerações sobre a experiência

realizada. Todo o trabalho desenvolvido foi voltado para a discussão sobre a função social do uso de diferentes tipos de cartas, destacando a leitura, a análise linguística e a produção desse tipo de texto.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

OS VÍDEOS DO YOUTUBE E SUA UTILIZAÇÃO NAS AULAS DE INGLÊS

AZUSSA MATSUOKA

[email protected]

PJF

Este relato pretende compartilhar atividades desenvolvidas no presente ano, durante

as aulas de Língua Inglesa, a partir da apresentação de vídeos veiculados no canal Youtube. Essa experiência aconteceu na E. M. José Calil Aouaghi em Juiz de Fora-MG com as turmas de 6º ao 9º anos. Entendemos que o ensino de uma língua estrangeira

deve possibilitar ao aluno a construção de um saber que ultrapasse o da língua em si, permitindo-lhe a utilização desse conhecimento para sua atuação na sociedade.

Melhor dizendo, o estudo de uma língua estrangeira deve possibilitar o acesso a outras culturas, servindo como uma ferramenta sócio-cultural e não se fazer restrito apenas ao estudo de vocabulário e aspectos gramaticais. A utilização de vídeos

veiculados na internet permitiu que os alunos participassem de uma atividade real e tivessem uma noção verdadeira do uso social da língua estudada. No entanto, visto

que os vídeos utilizados neste relato não foram criados para ensino de línguas, a adequação destes para o uso em aula se fez necessária. Dentre as estratégias utilizadas para a adequação do material podemos citar a associação de flashcards

contendo aspectos do vocabulário dos vídeos e o uso da transcrição do texto escrito em algumas atividades. Destacamos que o interesse e a participação dos alunos

foram muito positivos e a capacidade de compreensão, de um modo geral, superou nossas expectativas. Embora não exista uma receita perfeita para o ensino de língua

estrangeira, seja no âmbito da metodologia quanto do material as ser utilizado, defendemos que diante dos avanços tecnológicos dos meios de comunicação e do crescente acesso de alunos das escolas públicas a essas tecnologias, não mais seja

possível ignorar as possibilidades de exploração desses recursos no processo de ensino/aprendizado de línguas.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O LUGAR DA GRAMÁTICA NO ENSINO DE GÊNEROS TEXTUAIS:

O MODELO DIDÁTICO APONTA UM CAMINHO

CARMEN RITA GUIMARÃES MARQUES DE LIMA crguimarã[email protected]

GISELE DE OLIVEIRA BARBOSA [email protected]

PROFLETRAS - UFJF

Com as mudanças realizadas nos documentos norteadores do ensino de Língua Portuguesa no final do século 20, surge entre os professores de LP uma inquietação:

Qual o lugar da gramática quando se adota uma perspectiva de ensino centrada nos gêneros textuais? Alguns professores optam por dois caminhos diferentes, em seus planos de ensino, sobre que conteúdos trabalhar: centrar-se nos estudos gramaticais

(refletindo a prevalência de uma tradição entre os professores de LP) ou excluir por completo a gramática (na busca de adequação, ainda que erroneamente, ao novo

modelo de ensino).Defendendo que nenhum desses dois caminhos seja a melhor escolha a ser feita, desenvolvemos um trabalho de pesquisa-ação, cujo objetivo principal foi a construção e a testagem de um modelo didático do gênero textual

resenha crítica de livro, bem como a aplicação de uma sequência didática a partir dele, buscando evidenciar o lugar dos estudos gramaticais quando se tem o estudo

dos gêneros textuais como foco em sala de aula, e também orientar professores de Língua Portuguesa na construção de seus planos de ensino. Para embasar nosso

trabalho, discutimos as diretrizes apontadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1998) e nos valemos das contribuições do Interacionismo Sociodiscursivo de Bronckart (2005, 2006a, 2006b, 2009, 2010); apresentamos o conceito de gênero

textual de Bakhtin (1988, 2000, 2006); e utilizamos as definições de modelo didático e sequência didática, apresentados por Schneuwly & Dolz (2011). Neste trabalho,

pretendemos apresentar alguns aspectos do percurso realizado em nossa pesquisa, algumas reflexões suscitadas neste caminho, bem como os resultados alcançados por nós.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

AS CONTRIBUIÇÕES DA MÍDIA CONTEMPORÂNEA NO PRIMEIRO SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL

CÍNTIA CRISTINA DE CAMPOS SILVA

[email protected] UFJF

RAQUEL VIANELO SELL [email protected]

Universidade Cândido Mendes

O presente relato tem como objetivo descrever uma prática de letramento realizada no decorrer do primeiro semestre de 2015, com uma turma de 5º ano, composta por 27 alunos, na Escola Municipal Professor Renato Eloy de Andrade, no município de

Coronel Pacheco, MG. O referencial teórico foi baseado, sobretudo, nas contribuições de Soares (2004), uma das pioneiras em pesquisas sobre letramento no Brasil, e

também nas de Sancho (2006) e Moran (2001). Diante do constante crescimento das tecnologias na atualidade e da grande preocupação mundial com a escassez de água, vê-se a possibilidade de conciliar os recursos midiáticos com a prática do professor em

sala de aula, contribuindo significativamente para o letramento. Dessa forma, desenvolveu-se um trabalho com os discentes sobre o tema proposto, tendo como

suporte a televisão, o vídeo, o áudio, o data-show, o computador, o celular, a internet e a mídia impressa. Trabalhando em diversos espaços foram discutidos textos e

vídeos, atividades interativas em grupos através de games utilizando o data-show, pesquisas no laboratório de informática, criação de um grupo no WhatsApp para troca de dicas de conscientização e casos de desperdício de água e, por fim, a produção de

um jornal envolvendo vários gêneros sobre o assunto em questão. Tal trabalho possibilitou desenvolver no aluno a capacidade de fazer uso da leitura e da escrita em

seu cotidiano, compreendendo, dessa forma, sua função social. Os recursos midiáticos, por sua vez, que estão cada vez mais presentes na sociedade contemporânea, devem ser vistos como um complemento para uma boa preparação

do aluno, possibilitando oferecer um ensino letrado de forma mais dinâmica, interativa e significativa.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O INTERPRETE EDUCACIONAL EM LIBRAS: ANÁLISE DO CÓDIGO DE ÉTICA E DE PRÁTICA PROFISSIONAL

EMILIANE MORAES SILVA

FUNCESI [email protected]

GILSANE MORAES SILVA

PUC-MG

[email protected]

A prática profissional do intérprete educacional (IE) em Língua Brasileira de Sinais (Libras) para a Educação Básica é o objeto central dessa comunicação. Essa proposta

é fruto de uma pesquisa acadêmica que apresentou, entre suas etapas, a análise, a observação e a intervenção em atividades de interpretação e de intermediação de

conhecimentos ao aluno surdo do 1º ano da Escola Estadual Maurício Murgel, instituição de Ensino Básico, voltada para a inclusão, situada no bairro Nova Suiça, em Belo Horizonte - MG. Realizada entre 06/04/2015 a 18/05/2015, a investigação que

impulsionou esse relato foi desenvolvida como quesito parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Comunicação Assistida da PUC-MG. Além do profissional,

agente da interpretação, a explanação trata das representações da cultura surda, a partir dos estudos de Quadros (2004) sobre a tradução de Libras e Língua Portuguesa.

Nessa comunicação, a ética profissional é o assentamento inicial elegido. Assim, será apresentado, na introdução, o Código de Ética dos Intérpretes de Libras; documento que será tratado na perspectiva da Análise Crítica do Discurso de Norman Fairclough

(2003), considerando as identidades, representações linguístico-discursivas, e presunções valorativas dispostas nos registros oficiais.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

DA LEITURA À PRODUÇÃO TEXTUAL: UM ESTUDO SOBRE O TRABALHO COM GÊNEROS TEXTUAIS NA ALFABETIZAÇÃO

FLÁVIA APARECIDA MENDES DE OLIVEIRA CRUZ

[email protected]

UFLA - MG

A presente investigação direcionou-se para a temática de produção de texto,

perpassando a leitura e o gênero textual. Teve como principal objetivo a investigação da prática de produção de texto em uma turma de Primeiro Ano do Ensino Fundamental de uma Escola Pública Municipal da cidade de São João del-Rei e se

caracterizou metodologicamente como uma pesquisa qualitativa, de caráter etnográfico. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram a observação e

anotações no caderno de campo, filmagens das aulas e entrevista com a professora. Para o embasamento teórico-metodológico da investigação utilizamos como referenciais os principais autores que abordam as temáticas de alfabetização,

letramento, produção de texto e gêneros textuais. Sendo eles: Bakhtin (1995, 1997), Geraldi (1997, 2006), Leal (2005, 2006), Marcuschi (2008), Soares (2001, 2013).

Destacamos, durante a pesquisa, que a prática da professora era pautada na produção de diferentes gêneros de textos. Os alunos produziram diferentes gêneros textuais tais como: aviso, convite, anúncio, manual, tirinha, bilhete, lista, e outros.

Podemos afirmar que havia um trabalho sistemático da leitura e escrita. Além de um intenso trabalho com a história literária na sala de aula, em que a contação de

histórias era constante. As análises evidenciaram que a professora valorizou e instigou o conhecimento prévio dos alunos na prática de sala de aula como estratégia didática para o ensino da leitura e da escrita, evidenciando o papel importante que as

interações orais tiveram nesse processo. As perguntas da professora tinham como objetivo, dentre outros, ouvir os alunos, se posicionar em relação ao que eles falavam

e valorizar e estimular as interações entre eles como parte fundante da prática da sala de aula.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O DIÁRIO REFLEXIVO COMO PRÁTICA DE LETRAMENTO E REFLEXÃO DOCENTE

FLÁVIA LUCIANA CAMPOS DUTRA ANDRADE

[email protected]

UFLA - Professora da EBTT do IF Sudeste MG

Dentre os vários benefícios que os diários reflexivos podem trazer para a formação docente, encontra-se a prática de letramento (Romero, 2013), tanto o professor em formação inicial quanto o professor em formação continuada podem e devem inseri-lo

em sua prática. Além disso, os diários podem ser pessoais, dialogados ou em grupo (Reichmann, 2013). Diante disto, pretendo, com este trabalho, relatar minha experiência com o gênero textual diário desenvolvida durante minha pesquisa no

Mestrado Profissional em Educação, na área de Linguística Aplicada, na Universidade Federal de Lavras (UFLA), sob orientação da Profª Drª. Tania Regina de Souza

Romero. Pretendo apontar estudos que foram realizados com narrativas, dando ênfase à prática de letramento em língua inglesa, essas narrativas serão selecionadas através do projeto AMFALE (Aprendendo com Memórias de Falantes e Aprendizes em

Língua Inglesa) de Vera Menezes, bem como em outros artigos que abordem o tema letramento e ensino de língua inglesa. Essa pesquisa em desenvolvimento na UFLA

(2014-2016) trata-se de um estudo de caso e pode também ser classificada como narrativa, pois parto de um problema inserido dentro do meu contexto de ensino e

procuro desenvolver a autonomia dos estudantes de um curso técnico integrado ao médio, a fim de otimizar a aprendizagem de língua inglesa desses discentes. A experiência que vivenciei é relatada em um diário reflexivo registrado após cada aula

ministrada durante um semestre letivo. Os dados analisados direcionam-se para a

efetividade desses diários para a prática de letramento e para a reflexão docente.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA: PRINCÍPIOS, PERMANÊNCIAS E INOVAÇÕES

GLEICE APARECIDA DE MENEZES HENRIQUES

PATRÍCIA DE SOUZA LIMA CABETTE

REDE ESTADUAL DE MINAS GERAIS

Este relato de experiência advém de encontros de Intervenção Pedagógica realizados com crianças do primeiro ciclo do Ensino Fundamental de uma Escola Estadual do município de São João Nepomuceno, estado de Minas Gerais, ocorridos no decorrer do

ano de 2014. Trata-se de um estudo de caso que visa entender a relevância do Programa de Intervenção Pedagógica nos processos de construção da leitura e da

escrita de crianças com baixo desempenho escolar. A fim de compreender tais processos como uma construção cultural, que não se dá ao acaso, e sim por valores e construções que estão revestidos de significados culturalmente estabelecidos,

fundamentamos esta discussão na teoria Sócio Histórico Cultural, embasada nos estudos de Lev Vygotsky. Em contrapartida, buscamos (re) pensar a alfabetização a

luz de outros autores, como Magda Soares e Miriam Lemle, de modo que seus olhares reflexivos, sobre as práticas alfabetizadoras, possam contribuir no planejamento de intervenções pedagógicas profícuas, que promovam uma aprendizagem significativa

por parte do sujeito que aprende. É, para tanto, indispensável conhecer e explorar o Plano de Intervenção Pedagógica desenvolvido no estado de Minas Gerais, seus

objetivos e atribuições. Para maior compreensão, este trabalho está subdivido em quatro momentos: o primeiro aborda o contexto do campo que oportunizou o estudo

de caso, precedido de observações que visam compreender o processo de consolidação da aprendizagem na Intervenção; o segundo explora o campo teórico que sustenta esta análise; o terceiro contempla uma reflexão sobre o Programa de

Intervenção Pedagógica e, por fim, embasados em toda discussão previamente estabelecida, apresentamos nossas considerações finais. O movimento do estudo em

questão nos permitiu visualizar a consolidação de aprendizagens significativas de alunos com baixo desempenho através de um processo rico em mediação simbólica, a intervenção pedagógica.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O DIÁRIO DE LEITURAS E ESCRITURAS E A FORMAÇÃO DO LEITOR NA EDUCAÇÃO BÁSICA

HÉLCIO CARLOS DE OLIVEIRA SILVA

[email protected]

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

Este relato de experiência busca apresentar o trabalho desenvolvido na disciplina de Língua Portuguesa, nas turmas da 1ª à 3ª série do Ensino Médio, na Escola Estadual

“Desembargador Aprígio Ribeiro de Oliveira”, na cidade de São Brás do Suaçuí, Minas Gerais. Tal trabalho obteve a forma de um Diário de Leituras e Escrituras que foi produzido pelos estudantes durante todo o ano de 2014. O intento inicial da proposta

era fomentar o desbloqueio que a maioria dos estudantes tem ao escrever. Posteriormente, as atividades de leitura e escrita ocorriam concomitantemente,

conforme o gênero que era estudado no bimestre. Assim, por meio de um princípio dialógico, os estudantes foram oportunizados a assumir uma atitude responsiva perante gêneros como crônica, notícia, charges, música, tirinha, romance, artigo de

opinião, redação de vestibular, reportagem, peça de teatro, dentre outros. Como aporte teórico, pautei-me nas considerações de MACHADO e LOUZADA (2007). Essas

autoras apresentam os benefícios da leitura diarista, o que dizem as pesquisas sobre o uso do Diário de Leituras, como utilizar os Diários e os tipos de Diários que os

professores poderão adotar. Em face disso, ficou evidente que, a partir do momento que assumimos uma visão interacionista de leitura, o Diário de Leituras e Escrituras torna-se uma ferramenta pedagógica imprescindível no processo contínuo de

formação de leitores. Tal concepção também endossa a consolidação de leitores que construam respostas ao que foi lido e não apenas meros receptores passivos.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

RALI: UM CAMINHO PARA COMPREENDER AS DIVERSAS FORMAS DE LEITURA

JOSIMAR GONÇALVES RIBEIRO MOREIRA [email protected]

IFSEMG – CAMPUS RIO POMBA

O vigente trabalho apresenta um RALI (Roteiro de Atividades Literárias) com a finalidade de instigar o interesse por diversos tipos de cultura. Essa prática aconteceu no 1º semestre de 2015 com os alunos do Ensino Médio do curso Técnico em

Informática do IFSEMG – Campus Rio Pomba a fim de expor o conhecimento da condição humana por meio da literatura que segundo (TODOROV, 2009) em sua obra

Literatura em perigo expressa: “aquele que a lê e a compreende se tornará não um especialista em análise literária, mas um conhecedor do ser humano”. A metodologia implicou na execução de distintas tarefas fundamentadas na relação responsiva,

“contrapalavra” (BAKTHIN, 1988) construída pela linguagem para orientar o olhar dos estudantes em direção às diferentes formas de leitura. A proposta foi associar o

conceito das três dimensões da leitura (lazer, informação e aprimoramento da escrita) aos seguintes passos: primeiro, foi sugerido ler um livro definido pelos próprios discentes; em seguida, foi entregue uma ficha que os guiasse ao encontro dos pontos

mais importantes da narrativa; sucessivamente, foi solicitada a seleção de um trecho da obra que tivesse sido relevante para cada um; depois, foi requisitado a busca de

uma expressão artística que fizesse uma conexão de sentido com o texto lido; e para finalizar, foi solicitado a escrita de um gênero que divulgasse o livro lido. Após isso,

objetivou-se articular as etapas realizadas à concepção de Marcushi (1996, p.15) que firma: “Quem compreende um texto sempre produz, mesmo que mentalmente, um outro texto paralelamente”.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

APRENDIZAGEM MÓVEL NA ESCOLA PÚBLICA: RELATO DE UMA PRÁTICA NA AULA DE LÍNGUA INGLESA

JOYCE VIEIRA FETTERMANN

[email protected]

Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Tendo em vista o número de aparelhos levados diariamente para a escola e usados ininterruptamente pelos alunos, e buscando levar algo novo para a aula, em uma aula

do 2º bimestre de 2015, cheguei à minha turma do 1º ano do Ensino Médio do turno da noite do CIEP 263 Lina Bo Bardi, em Itaperuna-RJ, e propus que todos pesquisassem sobre as últimas notícias ao redor do mundo. O objetivo era fazer com

que eles despertassem para diferentes usos de seus celulares, falar com os amigos através do Whatsapp ou Facebook. De acordo com o currículo mínimo estabelecido

pela Secretaria de Estado de Educação, os alunos desse segmento devem estudar sobre notícias, manchetes, publicidade, entre outros assuntos relacionados a isso nas aulas de Língua Inglesa, por isso a proposta dessa atividade. Pedi, então, que se

sentassem em grupos (cada um deveria ter pelo menos uma pessoa que possuísse acesso à Internet no celular) e que utilizassem seus aparelhos para iniciar a pesquisa.

A regra foi clara: os celulares deveriam ser utilizados apenas para a realização da tarefa. Após esse momento, com as informações solicitadas anotadas em seus

cadernos, passamos para a segunda etapa. Quem pesquisou notícias em português teve que traduzi-las para o inglês. Fui a cada grupo para ajudar. Quando surgia alguma dúvida, eles podiam consultar dicionários ou o Google Tradutor. Quem

pesquisou em inglês, já partiu para a etapa seguinte. Por fim, cada grupo compartilhou com a turma as notícias encontradas, em inglês. Como professora da

turma, pude perceber o quanto a aprendizagem através do aparelho móvel foi prazerosa, interativa, colaborativa, contextual (como afirma o artigo da UNESCO2 em que me baseei para realizar este trabalho) e, principalmente, de conscientização

quanto aos diferentes usos do próprio celular.

2 Aprendizagem móvel - Disponível em: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/communication-and-

information/access-to-knowledge/ict-in-education/mobile-learning/. Acessado em 01 Jul. 2015.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

DA LITERATURA DE CORDEL AO RAP: UMA DISCUSSÃO SOBRE

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL

LEILA CRUZ MAGALHÃES [email protected]

TEREZA D’ÀVILA FERREIRA [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente trabalho tem como objetivo partilhar a experiência pedagógica vivenciada durante a disciplina Estágio Supervisionado II- Ensino de Língua Portuguesa, no

Colégio de Aplicação João XXIII, em Juiz de Fora, no primeiro semestre de 2015. Desse modo, buscamos construir uma sequência de aulas com base, primeiramente, nos documentos oficiais que direcionam a educação pública brasileira (PCN, 1998;

CBC/MG, 2005; etc.), e em artigos sobre o tratamento do ensino de literatura na sala de aula (COELHO, 1976; COSSON, 2006). Tendo em vista nosso escopo teórico e as

necessidades dos discentes, optamos por gêneros que valorizassem a pluralidade do patrimônio cultural brasileiro e, por isso, elaboramos uma proposta de intervenção de oito aulas, em que foi possível desenvolver um paralelo entre a literatura de cordel e o

rap, discutindo suas peculiaridades sob uma ótica linguística e cultural. Entretanto, antes de iniciarmos o estudo dos gêneros que dão título a este trabalho, promovemos

uma aula de “sensibilização”, na qual os alunos foram levados a refletir sobre o que é considerado cultura na sociedade. A partir disso, a proposta didática foi bem recebida,

pois foi possível desconstruir certos preconceitos no que concerne a produção cultural de diferentes esferas da atividade humana. Portanto, podemos afirmar que a intervenção pedagógica foi uma prática bem sucedida, ao considerarmos a

participação efetiva dos discentes e a qualidade de suas produções e, talvez, o sucesso da sequência tenha ocorrido, em virtude da dinamicidade das aulas e da

identificação pessoal dos alunos com os temas.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

FORMAÇÃO DE LEITORES EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, INSERIDA EM COMUNIDADE

Lidiane Gomes de Oliveira

[email protected]

Profª da Rede Municipal do Rio de Janeiro Trata-se de uma sequência de atividades de leitura, planejada para uma turma de 3º

ano do ensino fundamental, ano de 2014, na Escola Municipal Professora Maria de Cerqueira e Silva, pertencente ao município do Rio de Janeiro, situada no bairro de

Manguinhos. As atividades propostas tiveram como base a sequência básica do letramento literário sugerida por COSSON (2014). Composta por quatro passos: motivação, introdução, leitura e interpretação (foram propostos momentos

diversificados aos alunos, onde pudessem escolher o livro de interesse, produzir as tarefas sugeridas e culminar na divulgação – apresentação – de seus trabalhos). Os

livros usados para as atividades sugeridas junto a turma, eram de Ana Maria Machado. A escolha da autora em questão partiu de uma sugestão da turma, a seleção dos livros teve como critério o acervo disponível na biblioteca da escola e na

sala de aula. Objetivando assim, promover não só no ambiente da sala de aula, como também fora deste meio, o letramento literário e a construção de uma comunidade de

leitores, comunidade esta que pudesse perpassar a sala de aula, fornecer a cada aluno, uma maneira própria de ver e viver o mundo, como também trabalhar a

literatura no processo de alfabetização/letramento destes alunos. Como reflete GOULART (2007), “a literatura nos letra, liberta, apresenta modos de vida social diferentes, socializa as pessoas, politiza de várias maneiras.” Desta forma, a literatura

seria a aliada para mostrar aqueles alunos suas potencialidades, letrando, politizando, promovendo interação, respeitando escolhas e diversidades.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

REPENSANDO O ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA

LUCIANA CASTRO [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Este trabalho pretende apresentar algumas contribuições a respeito do tratamento pedagógico dado a linguagem no interior da escola, a partir de uma vivência como

professora no ano de 2001, com alunos que, em comum, apresentavam sucessivas repetências escolares sob a justificativa que não se apropriarem dos atos de ler e

escrever. Os alunos compunham uma turma de aceleração da aprendizagem de uma Rede pública municipal de ensino. A vivência nessa realidade, somada às leituras acadêmicas de estudiosos como Magda Soares, Paulo Freire, Maurizzio Gnerre,

Vigotiski, dentre outros que respeitadas as diferenças, levou-me a problematizar essa situação e a buscar o conhecimento minucioso dos aspectos singulares dos alunos em

relação ao uso cotidiano que faziam do material escrito. A partir daí foi necessário o redimensionar o fazer pedagógico em alguns aspectos cristalizados na cultura escolar. Espero que o relato apresentado possa servir como uma base segura acerca do

entendimento de como as desigualdades escolares são produzidas e favorecer o fortalecimento de ações alternativas que enfraqueçam práticas pedagógicas seletivas

em detrimento da garantia de alguns princípios que podem implicar no aumento de resposta positiva à escola e assim em melhores condições para a aprendizagem.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

REESCREVER PARA APRENDER A ESCREVER: REESCRITURA E CONHECIMENTO

METALINGUÍSTICO

LUCIANA MAZZEI

[email protected]

UFRJ/CNPQ

Com essa comunicação, pretende-se discutir o papel e a importância da atividade de

reescrita de textos no aprendizado da escrita. Essa discussão parte de princípios e constructos teóricos dos estudos em Cognição e Metacognição, sobretudo da parte em que esses estudos se relacionam com a língua e o desenvolvimento das habilidades

metalinguísticas. Cabe também a observação de que essa comunicação integra um projeto maior, o qual pretende validar e legitimar a atividade de reescrita como

processo constitutivo e contributivo ao aprendizado da escrita. A motivação desse trabalho parte da constatação de que os materiais didáticos, as metodologias e os documentos oficiais de ensino de Língua Portuguesa e Redação (ex. PCN) tratam a

produção de textos em Língua Portuguesa como exercício de tradução de ideias somente. Essa questão tem consequências caras aos aprendizes de escrita, reveladas

nas próprias produções textuais desses alunos, as quais apresentam problemas diversos de convenções de escrita e organização do texto. Assim, objetiva-se discutir,

fazer refletir e propor atividades que reformulem a concepção de escrita, de modo a favorecer o desenvolvimento metalinguístico do escrevente. Para tanto, utilizamos a estratégia da reescrita como maneira de se fazer levar em conta a escrita enquanto

processo, constituída de subprocessos (entre os quais o da revisão, em que se aloca a reescrita), e não como atividade mecânica e atomizada.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

OFICINAS DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA SALA DE AULA

LUIZ FELIPE DA SILVA DURVAL [email protected]

Bolsista de IC-FAPERJ/UFRJ

MONIQUE DÉBORA ALVES DE OLIVIERA

[email protected] Bolsista de TCTE-FAPERJ/ Mestrado/UFRJ

Este trabalho, baseado na Sociolinguística Educacional, preocupa-se com a prática de uma pedagogia da variação linguística, como proposta por Faraco (2008). O trabalho ainda pouco cauteloso com a heterogeneidade linguística, dentro das salas de aulas,

ajuda a manter a ideia de uma norma única que deve ser ensinada pela escola: a norma padrão. Este trabalho soma-se a um número que vem crescendo lentamente

no Brasil, de salas de aula em que se aborda a variação linguística, considerando os continua de variação propostos por Bortoni-Ricardo (2005). Dentro da Escola Municipal Thomé de Souza, no município do Rio de Janeiro, oficinas de variação

linguística vêm sendo desenvolvidas com alunos do 6º ano desde o ano de 2014 até o momento atual, pela professora da turma, em parceria com uma pesquisadora

universitária e com bolsistas de iniciação científica. Partindo dos conteúdos de língua portuguesa propostos para esse ano escolar, a análise contrastiva das variantes

populares, cultas ou padrões é feita para que os alunos possam construir a ideia dos continua de uso. Nas oficinas elaboradas, os alunos utilizam, de forma lúdica, o conteúdo que foi desenvolvido através da análise contrastiva durante o período de

estudo. Isso é realizado através de “jogos linguísticos” desenvolvidos pela professora especificamente para essas oficinas, baseados em jogos tradicionais. As atividades

lúdicas têm servido para criar uma atmosfera saudável em torno de um assunto estigmatizado para os alunos, uma vez que eles vêm para a escola com a educação linguística da marginalização daquilo que é socialmente considerado “erro” linguístico.

O trabalho produzido nessa escola tem buscado diminuir o preconceito que há em relação a algumas variantes e ainda conscientizar os alunos sobre os continua de

variação.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

ENSINO DO GÊNERO FÁBULA NO SEGUNDO CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL

MARCELA BATISTA MARTINHÃO

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Buscamos, neste relato de experiência, apresentar algumas reflexões relacionadas à intervenção pedagógica realizada em uma turma de 6° ano do Ensino Fundamental de

uma escola estadual situada na periferia da cidade de Juiz de Fora – MG, fruto da disciplina Estágio Supervisionado I, no primeiro semestre do ano de 2015. Foram

utilizadas metodologias de ensino diferentes das usuais, sendo o aluno protagonista ativo das aulas, bem como a utilização de fontes distintas do Livro Didático, pois, de acordo com Tagliani, 2009, o livro didático deve ser ferramenta acessória para o

processo de ensino e aprendizagem, devendo, assim, ser utilizado com parcimônia pelo professor, sendo este o mediador entre os alunos e o objeto de ensino, no caso o

gênero textual fábula. Para Marcuschi, 2005, o trabalho com os gêneros textuais deve apoiar-se em textos reais, relevantes para o contexto ao qual o aluno se insere, sendo muito importante que se faça seleção de materiais coerentes com a idade e

necessidade dos alunos. Dessa forma, selecionamos textos reais, que foram lidos, discutidos e interpretados coletivamente durante as aulas, proporcionando a

experiência de ouvir, ser ouvido e elaboração coletiva de conhecimento e aprendizagem mútua. Para tanto, apostamos em uma metodologia, de acordo com a elaboração de sequência didática proposta por Schneuwly, 2004, visando à construção

de habilidades de leitura e escrita dos discentes, as quais culminam na formação de indivíduos leitores e atuantes críticos nos diversos contextos de uso social da língua.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM SALA DE AULA NO ENSINO DE LITERATURA E PORTUGUÊS PARA SURDOS

MARGARETH MAURA DOS SANTOS

[email protected]

Instituto Nacional de Educação de Surdos-INES

Este estudo relata algumas experiências nas disciplinas de Literatura e Língua Portuguesa com alunos surdos do Instituto Nacional de Educação de Surdos. Iniciou-

se este trabalho no mês de junho de 2015, com aulas direcionadas aos alunos de Ensino Fundamental, segundo segmento, do 6º ao 7º anos, e do Ensino Médio com

reforço escolar e preparatório para o ENEM e vestibular. A princípio, foi introduzido aos discentes o significado de literatura com dinâmica de grupo, onde houve exibição de imagens e textos escritos. Nas aulas os textos escritos são exemplificados com

textos imagéticos e situações cotidianas para que haja maior compreensão dos alunos. Nas aulas de língua portuguesa (reforço escolar), foi aplicada uma avaliação

diagnóstica para verificar qual prática pedagógica seria aplicada com o específico conteúdo da área de conhecimento. Trabalham-se muito as questões vocabular, ortográfica, sintática, a leitura e a produção textual. Sempre utilizando os textos

gráficos como fotos, imagens, tabelas entre outros. Para embasar nosso estudo, utilizamos como arcabouço teórico as elucidações de Carlos Skliar (2000/2015);

Cyntia Andrade (2007); Regina Souza (2001), os quais contribuíram para uma maior reflexão quanto às estratégias e práticas pedagógicas a serem utilizadas em sala de

aula. Há um imenso percurso a ser trilhado tanto para professores quanto para os alunos, um trabalho concomitante entre sociedade, comunidade escolar e família.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O VOCABULÁRIO DE LÍNGUA INGLESA, PRESENTE NO COTIDIANO DOS ALUNOS, EM DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS

MARIA CATARINA PAIVA REPOLÊS

[email protected]

IFSEMG – campus Rio Pomba

Alunos da zona da mata que ingressam no Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia – campus Rio Pomba trazem, em sua maioria, o mesmo discurso: “Não sei nada de Inglês.” Este relato objetiva mostrar como os alunos se dão conta do

vocabulário em Língua Inglesa que permeia o seu cotidiano quando apresentado nos diferentes gêneros textuais. A experiência ocorre no 1º bimestre do ano letivo a partir de 2011 até então. Primeiramente é trabalhada com os alunos a noção de gênero

textual e construído com eles, em aula, um apanhado de palavras que eles reconhecem e passam, então, a ligá-las ao seu significado. Aos alunos é mostrado

material autêntico como folders, rótulos, jornais de supermercado, marcadores de livros, postais, etc. para que reconheçam as características e uso sóciocomunicativo de cada gênero. As turmas são divididas em grupos e recebem as orientações para

pesquisarem palavras em Inglês presentes em diferentes gêneros textuais. Os trabalhos são feitos em Português destacando as palavras em Inglês que

normalmente são usadas naquele gênero escolhido e dentro do suporte adequado. Ao final do bimestre os trabalhos são apresentados e expostos no hall do prédio central

para apreciação de todos. Os principais autores de referência são LEFFA (2003) e MARCUSCHI (2008).

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

LEITURA NA TELA: UM PROJETO PARA ENSINAR A LER NO PEJA COM O APOIO DAS TICS

MARINALVA DIAS CORREIA FRANCISCO

[email protected]

Professora do PEJA pela Prefeitura do Rio de Janeiro COLÉGIO PEDRO II

Aprender a ler é um desafio e ensinar a ler também. Sabe-se atualmente da necessidade de se contextualizar o ensino dos conteúdos para que os objetivos pedagógicos sejam alcançados. Neste texto, resume-se uma proposta de ensino da

leitura que inclui o uso das TICs, estruturada conforme os princípios da Metodologia de Projeto. Ela recebeu o nome de "Leitura na tela" e está sendo aplicado numa turma

de PEJA numa escola do Município do Rio de Janeiro. Ensinar a leitura associada ao uso TICs pode ser estratégico, já que uma prática fomenta o desejo e a necessidade de aprendizagem da outra. Consiste na elaboração de "vídeo-áudio-books" que

apresentam a narração dos alunos de histórias de livros infantis e de histórias de um livro de causos produzido pela turma coletivamente. O desafio dos alunos é ler

fluentemente os textos para possibilitar a publicação do material desenvolvido na Internet, com o compromisso de ajudar a crianças e a outros adultos em processo de

alfabetização. Tomou-se como embasamento teórico textos de Magda Soares sobre a relação entre alfabetização e letramento; trabalhos de Maria Elizabeth Almeida e Maria da Graça M. Silva que investigam o uso das TICS e da Metodologia de projeto

no ensino; o material do PROFA - Programa de Formação de Professores Alfabetizadores e o PCN de Língua Portuguesa. Acredita-se que a socialização deste

trabalho traga contribuições para a prática pedagógica em outras turmas de alfabetização pela importância dos temas tratados e pela relevância de se refletir sobre a integração destes numa proposta de ensino. O trabalho se baseia e se efetiva

na concepção do professor como um mediador de ensino, do aluno como sujeito de sua aprendizagem e da escola como produtora de conhecimento.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

PRÁTICAS DE LETRAMENTO NO 1º. ANO DO CICLO INICIAL DA EDUCAÇÃO BÁSICA – TRABALHANDO RECEITA CULINÁRIA E

LISTA DE COMPRAS

MILENA GUERRA SCARATO LOPES

[email protected]

CES JF e E.M. Prefeito Dilermando Cruz Filho Planejar o ensino da Língua Portuguesa à luz da concepção sociointeracionista

significa, entre outras coisas, compreender a língua como algo que permeia o cotidiano, articulando nossas relações com o mundo e com os outros. No presente

trabalho analiso as atividades trabalhadas a partir dos gêneros textuais receita culinária e lista de compras. Os dados foram obtidos nos arquivos do meu planejamento durante o primeiro bimestre de 2015 na turma de 1ºano do ciclo inicial

da educação básica, em uma escola pública de Juiz de Fora/MG. Discuto o conceito de gêneros textuais, tal como proposto por (DOLZ E SCHNEUWLY 2004), partindo do

entendimento de que o trabalho com os gêneros é fundamental para ampliar a competência discursiva da produção oral ou escrita dos alunos. Leal (2005) e Santos (2005) têm enfatizado que o desenvolvimento das capacidades mais elaboradas, tanto

no que se refere à compreensão e produção de textos orais, como quanto às capacidades de ler e escrever, não ocorre espontaneamente. Portanto, cabe à escola a

sistematização dos conhecimentos relativos à produção e à compreensão de textos orais e escritos. Por conta disso, enfatizo a importância de favorecer o contato dos

alunos com textos diversos, para que, desta forma, possam não só, conforme distinção de Magda Soares (1998), se “alfabetizarem” mas, também tornarem-se “letrados”, fazendo uso efetivo e competente desta tecnologia da escrita em situações

reais de leitura e produção de textos. O desenvolvimento deste trabalho permitiu identificar que os processos interacionais foram mais explorados, e com isso o

desenvolvimento dos alunos foi ampliado.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

PRÁTICA DOCENTE DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA EXPERIÊNCIA COM A

FORMAÇÃO DE JOVENS LEITORES

PILAR SILVEIRA MATTOS

[email protected] Universidade Federal de Juiz de Fora/C.A João XXIII

VANESSA APARECIDA DE ALMEIDA GONÇALVES

[email protected].

Universidade Federal de Juiz de Fora/ PPG Estudos Literários

Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência de aplicação de uma sequência didática sobre as obras do poeta português Luiz Vaz de Camões durante a disciplina

Estágio Supervisionado II – Ensino de Língua Portuguesa no segundo semestre de 2014. O estágio foi desenvolvido no período de quatro meses sob a orientação da

professora regente da turma do terceiro ano do Colégio João XXIII, Instituição de Ensino da Universidade Federal de Juiz de Fora. A sequência didática executada pelas duas estagiárias se desenvolveu em torno das duas fases camonianas – a epopeia e a

lírica. As primeiras aulas foram desenvolvidas por meio da prática de leitura em torno da clássica epopeia "Os Lusíadas". Em um segundo momento, as aulas destinaram-se

aos poemas líricos em medida velha e medida nova. Consideramos significativamente a prática pedagógica executada, a qual está voltada para o ensino da literatura sob a

ótica do letramento literário com o objetivo de formar leitores. Portanto, salientamos neste artigo o aporte teórico utilizado (PCN, 1998; CBC/MG, 2005; etc.), além de estudiosos conceituados como base para a reflexão quanto à prática pedagógica

relacionada aos estágios acadêmicos (PIMENTA, 2001) e para o tratamento dos gêneros textuais (SCHNEUWLY & DOLZ, 2004; MARCUSCHI, 2008) e por último para o

ensino de leitura através da literatura (COSSON, 2009; SOARES, 2006; etc.). Ressaltamos ainda, neste relato, a discussão realizada com a turma sobre a importância do contexto histórico de Portugal no século XV e atemporalidade da

poética camoniana em torno da poética amorosa. Ressaltamos ainda, neste relato, a discussão realizada com a turma sobre a importância do contexto histórico de Portugal

no século XV e atemporalidade da poética camoniana em torno da poética amorosa. Esses dois pontos foram centrais para que nossas aulas se desenvolvessem de forma coerente e pertinente.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

SOCIOLINGUÍSTICA EM AÇÃO:REFLEXÕES DE UMA EXPERIÊNCIA DO PIBID

RICARDO JOSEH LIMA [email protected]

UERJ

Esta comunicação pretende relatar a experiência de aplicação de conteúdos de sociolinguística em uma escola da rede municipal do Rio de Janeiro. Iniciando em

março de 2014 e continuando até a presente data, esta aplicação tem como objetivo investigar a adequação desses conteúdos no segundo ciclo do ensino fundamental. Já

se contam dez anos desde a publicação do artigo de Bagno e Rangel (2005), em que os autores propõem tarefas para a Educação Linguística no Brasil. De lá para cá, outros estudiosos (como Baronas e Cryranka) vêm trazendo contribuições relevantes

sobre como a presença da sociolinguística na sala de aula do ensino fundamental pode ampliar os horizontes linguísticos do aluno. O subprojeto de Língua Portuguesa do

PIBID na UERJ (campus Maracanã) tem procurado ser um espaço em que outras experiências nessa mesma direção possam ser realizadas. Dois aspectos têm guiado essas experiências: o caráter lúdico das atividades e a interdisciplinaridade. Materiais

didáticos e cartilhas foram produzidos pelos alunos a partir desses aspectos. Dificuldades encontradas na aplicação desses materiais, a recepção por parte dos

professores e alunos do Ginásio Carioca Leão Velloso e desafios para futuras práticas docentes que desejem seguir essa linha de raciocínio serão apontados para a

construção de reflexões que permitam uma visão (auto)crítica dessas experiências.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

PROJETO ‘FLORESTA FAZ A DIFERENÇA’ – MÓDULO II DA COLEÇÃO

“PRINCÍPIOS EM PRÁTICAS: ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS”

ROSA HELENA DO NASCIMENTO

[email protected]

ROSILENE SOUZA ALMEIDA

[email protected]

Sesc

Este trabalho relata a experiência de letramento dos alunos da Educação de Jovens e

Adultos do 1º segmento no Centro Educacional do Sesc em Vilhena/RO realizado no ano de 2012, a partir do desenvolvimento do Módulo II da Coleção “Princípios em Práticas: alfabetização de jovens e adultos”. Essa Coleção envolve a produção de

cadernos de estudo, projetos didáticos e audiovisuais voltados para o processo de aprendizagem de Língua Portuguesa nos anos iniciais do Ensino Fundamental para

pessoas jovens e adultas. Nesse projeto, os alunos colaboraram na escolha do tema ‘meio ambiente’ e os educadores focaram na leitura e compreensão como competência a ser desenvolvida durante percurso do Projeto “Floresta Faz a

Diferença”. A campanha nacional de mesmo nome, em prol da revisão do Código Florestal desencadeou as propostas de leitura que, além de tematizar a problemática

do desmatamento e suas consequências, mostravam ações voltadas à conscientização e a busca pela mobilização popular. Os alunos participaram de práticas de leitura e

compreensão de diferentes gêneros textuais e, além dos portadores que visavam informar e agregar novos conhecimentos sobre o meio ambiente, contribuindo para aprendizagens significativas, a ampliação de repertórios de linguagens

contemporâneas, do patrimônio de saberes, de atuação cidadã e de consciência ambiental. A culminância do projeto foi a exposição de cartazes produzidos pelos

alunos, além dos relatos de mudança de posicionamento sobre as questões ambientais que afligem o estado de Rondônia e o mundo. Tivemos como referência alguns autores, como a pesquisadora Judith Kalman (2004) quando aponta a

diferença entre ter à disposição produções culturais escritas e poder acessá-las, e Rojo (2011, p. 22) no que diz respeito à educação escolar propiciar “eventos escolares

de letramento que provoquem a inserção do alunado em práticas letradas contemporâneas e, com isso, desenvolvam as competências/capacidades de leitura e escrita requeridas na atualidade”.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

O POTENCIAL EDUCATIVO DOS GÊNEROS TEXTUAIS PARA A ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO

THAYLLA SOARES PAIXÃO

[email protected] PPGE - UFJF

O relato de experiência busca refletir acerca do trabalho educativo desenvolvido com o gênero textual receita em uma turma do segundo ano do Ensino Fundamental. A

prática ocorreu no Colégio de Aplicação João XXIII, durante o primeiro trimestre de 2014. O objetivo era ensinar Língua Portuguesa de forma contextualizada a partir da

utilização de gêneros textuais no ensino. A experiência teve como aporte teórico-metodológico a discussão sobre as concepções de linguagem identificadas por Geraldi (1994). Também ocorreu um estudo acerca dos processos de alfabetização e

letramento, tendo em vista as contribuições de Soares (2007) e Street (2014). Além disso, realizou-se uma reflexão sobre os gêneros textuais e os projetos de letramento

a partir de Kleiman (2000), Oliveira (2010) e Silva (2012). Quanto à prática em si, optou-se pelo gênero receita por ser esse tipo de texto apropriado para introduzir e trabalhar a escrita com as crianças que estão se alfabetizando, por serem os textos

autônomos, simples e utilizados pelos alunos e por suas famílias nas práticas cotidianas. O planejamento de ensino buscou contemplar três pontos centrais: (1) os

usos sociais do gênero receita; (2) a aprendizagem da escrita alfabética; e (3) o trabalho com a oralidade. A partir disso, diversas atividades foram desenvolvidas, tais

como: vídeos no Youtube, leitura literária, produção de textos coletivos e individuais, prática com a receita “Cajuzinho” e a confecção de um programa de TV fictício intitulado “Gostosuras do 2º ano C”. Em suma, pode-se dizer que a experiência

desenvolvida possibilitou o avanço das crianças com relação ao Sistema de Escrita Alfabética e a compreensão social das práticas de leitura e escrita envolvendo o

gênero receita.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”

INTERTEXTUALIDADE: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O ENSINO DE PRODUÇÃO ESCRITA

VALERIA CRISTINA DE ABREU VALE CAETANO [email protected]

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ Colégio Pedro II – CPII

A pesquisa tem como objetivo principal demonstrar que a realização de um trabalho

de leitura e de escrita baseado em intertextualidade, especificamente com fábulas e provérbios, resulta no desenvolvimento de habilidade de escrita dos alunos do sexto

ano de escolaridade do ensino fundamental. Para tanto, propõe-se a uma intersecção metodológica: de um lado as estratégias didáticas, realizadas ao longo de um trimestre de aulas de Língua Portuguesa, no sexto ano de escolaridade do Colégio

Pedro II, Campus Tijuca II, ao qual a pesquisadora está vinculada com atividade docente e de coordenação pedagógica. As atividades propõem uma estreita relação

entre leitura de textos de diferentes gêneros e produção escrita, a partir da concepção de intertextualidade; de outro, a organização metodológica dessas produções, com um rigoroso levantamento dos tipos de intertextualidade utilizados nas diferentes

produções dos estudantes, comprovando que o estímulo constante alimenta o desenvolvimento da proficiência de escrita, havendo o aumento do uso de diferentes

tipos de intertextualidade. Do ponto de vista teórico, esta pesquisa propõe percurso histórico da intertextualidade tanto na perspectiva literária quanto na linguística,

baseando-se nos autores Bakhtin (2011), Bazerman (2011), Koch (2007), Vigner (2002), Laurent Jenny (1979) e Barthes (2013), o que contribui para a ampliação do conceito – chave: intertextualidade. Postula-se que o trabalho de leitura de diferentes

gêneros possibilita o estabelecimento da intertextualidade por meio da multiplicidade de temas, de conteúdos e de enfoques e que esse procedimento leva os alunos a

produzirem textos com nível mais alto de informatividade e expressividade. Esta estratégia didática favorece o surgimento de novos procedimentos para o ensino de Língua Portuguesa, contribuindo, sobremaneira para o desenvolvimento da

competência discursiva dos estudantes do 6º ano de escolaridade.

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III COLÓQUIO DE LETRAMENTO, LINGUAGEM E ENSINO: “Letramentos e Práticas de Ensino”