igualdade no trabalho: enfrentando os desafios · a geração de um número significativo de postos...

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OIT NOTAS SUPLEMENTO NACIONAL • BRASIL Igualdade no Trabalho: enfrentando os desafios Acompanhando o Relatório Global da OIT sobre os Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho Igualdade no Trabalho: enfrentando os desafios, este Suplemento Nacional apresenta os principais aspec- tos da situação no Brasil no que se refere à discriminação no trabalho, bem como alguns dos avanços na luta contra a discriminação no país e as ações da OIT sobre o tema. O Suplemento brasileiro faz parte do conjunto de informativos similares lançados nos países do Cone Sul simultâneamente ao Relatório. Trabalho e Discriminação O mercado de trabalho brasileiro expe- rimentou mudanças substantivas nos úl- timos dez anos. Assistimos, no final da década de 90, às consequências da conju- gação de baixas taxas de crescimento eco- nômico e do processo de reestruturação produtiva, que levou a um importante au- mento do desemprego, à perda do poder aquisitivo dos rendimentos do trabalho e à ampliação do contingente de traba- lhadores e trabalhadoras em situações de inserção precária no mercado de trabalho. A partir dos primeiros anos da presente década, apesar das modestas taxas de crescimento econômico do país, começa a haver uma reversão destas tendências, com a geração de um número significativo de postos de trabalho, acompanhada por um processo intenso de formalização do emprego: entre 2003 e 2006 foram gera- dos 4,6 milhões de empregos formais. Além disso, observa-se o início de uma recomposição do poder de compra dos salários, que passaram a apresentar gan- hos reais. O Brasil atinge, em 2005, uma População Economicamente Ativa (PEA) de mais de 94 milhões de pessoas, segundo a Pesqui- sa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Neste cenário de mudanças, talvez as de mai- or significado para o futuro sejam a presença definitiva e crescente das mulheres em busca de oportunidades profissionais e a intensi- ficação da discussão sobre a desigualdade racial no país, que se instala na agenda pública, trazendo à tona dados irrefutáveis sobre a discriminação da população negra no trabalho, sofrida com dupla intensida- de pelas mulheres negras. Desejo pessoal de realização e autonomia, necessidade de compor a renda familiar ou obrigação de assumir a responsabilidade total da família pelo desemprego ou ausên- cia do cônjuge são alguns dos fatores que contribuíram para que, ao longo das últi- mas décadas do século XX, a participação das mulheres no mercado de trabalho fos- se crescente.

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Page 1: Igualdade no Trabalho: enfrentando os desafios · a geração de um número significativo de postos de trabal ho, acompanhada por um processo intenso de fo rmalização do emprego:

OIT

•NO

TAS

S U P L E M E N T O N A C I O N A L • B R A S I L

Igualdade no Trabalho:enfrentando os desafiosAcompanhando o Relatório Global da OIT sobre os Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho

Igualdade no Trabalho: enfrentando os desafios, este Suplemento Nacional apresenta os principais aspec-

tos da situação no Brasil no que se refere à discriminação no trabalho, bem como alguns dos avanços

na luta contra a discriminação no país e as ações da OIT sobre o tema. O Suplemento brasileiro faz

parte do conjunto de informativos similares lançados nos países do Cone Sul simultâneamente ao

Relatório.

Trabalho e Discriminação

O mercado de trabalho brasileiro expe-rimentou mudanças substantivas nos úl-timos dez anos. A ssistimos, no final dadécada de 90, às consequências da conju-gação de baixas taxas de crescimento eco-nômico e do processo de reestruturaçãoprodutiva, que levou a um importante au-mento do desemprego, à perda do poderaquisitivo dos rendimentos do trabalhoe à ampliação do contingente de traba-lhadores e trabalhadoras em situações deinserção precária no mercado de trabalho.A partir dos primeiros anos da presentedécada, apesar das modestas taxas decrescimento econômico do país, começa ahaver uma reversão destas tendências, coma geração de um número significativo depostos de trabalho, acompanhada porum processo intenso de formalização doemprego: entre 2003 e 2006 foram gera-dos 4,6 milhões de empregos formais.Além disso, observa-se o início de umarecomposição do poder de compra dossalários, que passaram a apresentar gan-hos reais.

O Brasil atinge, em 2005, uma PopulaçãoEconomicamente Ativa (PEA) de mais de94 milhões de pessoas, segundo a Pesqui-sa Nacional por Amostra de Domicílios(PNAD) realizada pelo Instituto Brasileirode Geografia e Estatística (IBGE).Neste cenário de mudanças, talvez as de mai-or significado para o futuro sejam a presençadefinitiva e crescente das mulheres em buscade oportunidades profissionais e a intensi-ficação da discussão sobre a desigualdaderacial no país, que se instala na agendapública, trazendo à tona dados irrefutáveissobre a discriminação da população negrano trabalho, sofrida com dupla intensida-de pelas mulheres negras.Desejo pessoal de realização e autonomia,necessidade de compor a renda familiar ouobrigação de assumir a responsabilidadetotal da família pelo desemprego ou ausên-cia do cônjuge são alguns dos fatores quecontribuíram para que, ao longo das últi-mas décadas do século XX, a participaçãodas mulheres no mercado de trabalho fos-se crescente.

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(em %)

Tabela 1 - Taxa de participação, por sexo e raçaBrasil - 1995 a 2005

Obs.:

(1) Em 2004 e 2005, foram

retiradas as áreas rurais daantiga Região Norte para fins

de comparação.

(2): Entre 2001 e 2003, foiutilizado o peso revisado

preparado pelo IBGE na

PNAD 2004.

Fonte: PNAD. IBGE. Elaboração: OIT

Em 2005, 85.284.481 pessoas tinham umaocupação no Brasil e destas, 42,2% erammulheres. Os negros eram cerca de 40,7milhões, ou seja, 47,7% dos ocupados. Jun-tos, os negros e as mulheres somavam60.123,910, ou seja, 70,5%, a absoluta maio-ria das pessoas no mercado de trabalho.Desde 1995, as mulheres vêm aumentan-do sua ocupação em um ritmo de 2,1%ao ano, em média, crescendo mais inten-samente do que os dos homens (Gráfico1). Há especial incremento na ocupaçãodas mulheres negras, que cresce 40,8%,enquanto para as mulheres brancas am-plia-se em 22,4%. Isto significa um cresci-mento total de 30,2% na ocupação das mu-lheres ao longo de 10 anos.

Para a população negra, a ocupação mos-trou também crescimento mais expressivo:33,1%, em comparação aos 15,1% do cres-cimento da população branca, resultado de-corrente, principalmente, do baixo cresci-mento da ocupação dos homens brancos:apenas 10,0%.Observa-se, assim, uma tendência à melhordistribuição da ocupação no mercado de tra-balho brasileiro, embora as mulheres aindaestejam em patamares inferiores aos homense os resultados gerais expressem osdesajustes decorrentes da desestruturaçãodo mercado de trabalho no país, que afeta-ram fortemente a ocupação dos homensbrancos, em geral, de maior qualificação eremuneração.

Gráfico 1 – Número de Ocupados segundo sexo e raçaBrasil 1995-2005

Obs.:

(1) Em 2004 e 2005, foram

retiradas as áreas rurais da

antiga Região Norte para fins

de comparação.

(2): Entre 2001 e 2003, foi

utilizado o peso revisado

preparado pelo IBGE naPNAD 2004.

19

17

25

23 22 23 242525252423

19191918

1616161516

23222121

192019

1819

24

12 12 12 1314 15 15

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5

10

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30

1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005

Homens Brancos

Mulheres BrancasHomens Negros

Mulheres Negras

Fonte: PNAD. IBGE.Elaboração: OIT

(em %)

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OIT Abril 2007

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Apesar dos progressos, a inserção das mu-lheres no mercado de trabalho permanecesegmentada, com majoritária participaçãonos setores ligados às ocupações tradicio-nalmente consideradas femininas – nos ser-viços sociais e no trabalho doméstico.Quase metade das mulheres ocupadas (48,4%)trabalhava como assalariada em 2005, apresen-tando uma melhora em relação aos 42,1% de1995. O trabalho doméstico mantém a marcade 17% da ocupação feminina ao longo desteperíodo. Deste contingente, a maioria é com-posta por mulheres negras. O trabalho não re-munerado, que inclui os que trabalham nos

negócios familiares, continua sendo muito maisexpressivo para as mulheres (8,5%) do que paraos homens (4,8%), porém com queda expressi-va para as mulheres ao longo da década, de13,1% para 8,5%, em 1995 e 2005, respecti-vamente. A ocupação não remunerada e o tra-balho na produção para o próprio consumo vemcaindo ao longo desses anos, mas também émaior para as mulheres do que para os homens.Desta maneira, as mulheres situam-se ma-joritariamente nas ocupações mais vulnerá-veis do mercado de trabalho, marcadas porum enorme grau de informalidade e porbaixos rendimentos.

Tabela 2 - Pessoas ocupadas, segundo a posição na ocupação no trabalhoprincipal, por sexo • Brasil 1995 e 2005

Fonte: PNAD. IBGE.Elaboração: OIT

O desemprego está diretamente relaciona-do ao nível de atividade econômica. Na dé-cada de 1990, a taxa de desemprego cres-ceu para ambos os sexos. Porém, é para asmulheres que ele se apresentou e se man-tém em taxas superiores, principalmentepara as mulheres negras. Estas saíram deuma taxa de 8,1%, em 1995, para 14,1%,

em 2005. Os homens brancos apresentamas menores taxas de desemprego, além deum aumento menos acelerado nessas taxas,saindo de 4,9%, em 1995, e chegando a6,3%, em 2005. O comportamento maisfavorável do mercado de trabalho no perío-do recente ainda não se refletiu em quedaexpressiva das taxas de desemprego.

4,9 5,35,9

6,8 7,16,7 6,5

7,16,1 6,3

8,1

9,6

12,413,3

14,013,3

13,8 13,6

6,7

8,39,2

10,710,3

11,110,310,311,210,9

6,96,4

5,7

7,8 8,8 8,5 8,3 8,67,8

8,1

11,0

14,1

0

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4

6

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14

16

1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005

Homens Brancos

Mulheres BrancasHomens Negros

Mulheres Negras

Gráfico 2 – Taxa de desemprego, segundo sexo e raçaBrasil 1995-2005

Obs.:

(1) Em 2004 e 2005, foram

retiradas as áreas rurais da

antiga Região Norte para fins

de comparação.

(2): Entre 2001 e 2003, foi

utilizado o peso revisado

preparado pelo IBGE na PNAD2004.

Fonte: PNAD. IBGE.

Elaboração: OIT

(em %)

(em %)

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Os rendimentos das mulheres e dos negroscontinuam sendo expressivamente inferio-res aos dos homens brancos, embora a di-ferença tenha diminuído ao longo dos últi-mos anos. A mediana dos rendimentos mos-tra o nível de remuneração dos 50% maispobres no mercado de trabalho e demons-tra que as mulheres negras recebem cercade 50% dos redimentos dos homens bran-cos.A diminuição da diferença no rendimentodos mais pobres no mercado de trabalhodeve-se tanto à perda de 11,6% dos homensbrancos, como pela trajetória de melhoriada remuneração das mulheres negras, quecresceu expressivamente (41,4%) entre

1995 e 2005. Os homens negros e as mu-lheres brancas também aumentaram seupatamar de rendimentos, com elevação de4,7% e 6,0%, respectivamente.Este indicador positivo para negros e mulhe-res deve-se tanto à recuperação do poder decompra do salário mínimo - que foi 97% des-de 1995 -, como pela formalização dos pos-tos de trabalho, ambos com impacto expres-sivo sobre a remuneração dos mais pobres,que são majoritariamente mulheres e negros.Ainda, há o impacto da grande elevação deescolaridade das mulheres – que ultrapas-saram os homens com relação à média deanos de estudo – especialmente das mulhe-res negras.

Gráfico 3 – Mediana dos rendimentos, segundo sexo e raçaBrasil 1995-2005

(em R$ de fevereiro de 2007)

715771 758 735

693 679 664

586641 632

447494 479

514485

453 461 445 442474

402 396 398 404 381 392 407

223267 265 275 260 273 271 281 288

316

421387352

100

200

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500

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700

800

900

1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005

Ren

dim

ento

(R

$)

Homens Brancos

Mulheres BrancasHomens Negros

Mulheres Negras

Observação:

(1) Em 2004 e 2005, foram

retiradas as áreas rurais daAntiga Região Norte para

fins de comparação.

(2) Entre 2001 e 2003, foiutilizado o peso revisado

preparado pelo IBGE na

PNAD 2004.

(3) Deflator utilizado: INPC-

Geral Brasil para atualização

dos valores para fevereiro de

2007.

Fonte: PNAD. IBGE. Elaboração: OIT

Nenhuma categoria profissional expressa tãoclaramente a discriminação no mercado detrabalho como o trabalho doméstico, reali-zado em sua maioria por mulheres negras.Este grupo sintetiza os efeitos da dupla dis-criminação, de gênero e raça, presente nomercado de trabalho brasileiro.Segundo os dados de 2005 da PNAD/IBGE,existem no Brasil cerca de 6,6 milhões depessoas no trabalho doméstico, das quais93,4% são mulheres, ou seja, 6,16 milhões.De todas as ocupadas no serviço domésti-

As trabalhadoras domésticas

co, 55% são mulheres negras. Os homensrepresentam apenas 6,6% do total, ou cercade 450 mil.Para as mulheres, esta tem sido uma ocupa-ção relevante, muitas vezes servindo como aporta de entrada no mercado de trabalhopara as jovens e mesmo para as de maioridade, que nele ingressam pela primeira vezou que retornam após períodos de inativida-de. Em sua grande maioria, essas trabalha-doras possuem pouca escolaridade. Em re-giões metropolitanas pesquisadas, mais de

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60% têm o ensino fundamental incomple-to. Além disso, o trabalho doméstico abrigamais de 20% do total de jovens ocupadasde 18 a 24 anos em Salvador e no DistritoFederal (OIT/DIEESE, 2006).Apesar de tão numeroso, o trabalho domés-tico mantém-se como uma das ocupaçõesmais marcadas pela precariedade dos vín-culos e pelo não cumprimento da legisla-ção do trabalho. Em 2005, apenas 25% dastrabalhadoras (1,56 milhão) possuía carteira detrabalho assinada pelo empregador. Além dis-so, segundo dados da PNAD-IBGE de 2003, astrabalhadoras domésticas negras com car-teira de trabalho assinada eram 23,4%, en-quanto que as brancas eram 29,9%.Coerente com a situação de precariedadedo vínculo de trabalho, somente um núme-ro pequeno das trabalhadoras domésticascontribui para a previdência social, comoempregadas ou como contribuintes indivi-duais. A inexistência de contribuição resul-ta em prejuízos no curto e no longo prazo,privando-as do acesso aos seguros por afas-tamento do trabalho por motivo de doença,

ou para a maternidade, além de prejudicara aposentadoria por tempo de contribuição,pois dificilmente elas acumularão o temponecessário para recebê-la.A remuneração das trabalhadoras domésti-cas é muito reduzida, sempre próxima aosalário mínimo. Nas regiões metropolitanaspesquisadas pela PED - Pesquisa Empregoe Desemprego (MTE/DIEESE/SEADE), seusrendimentos situavam-se entre R$ 222 emSalvador até o máximo de R$ 383, em SãoPaulo, no período 2003/2004. Os rendimen-tos dessas trabalhadoras significavam so-mente 45% da média dos rendimentos dosocupados no país, em 2003, segundo aPNAD.Da mesma forma que o registro em cartei-ra, a remuneração das trabalhadoras negrasé sistematicamente menor: situa-se em tor-no de 79% a 80% daquela recebida pelasdomésticas brancas. Em 2003, encontra-seo maior valor real de sua renda diária,R$13,43, assim como o menor diferencial,passando a equivaler a 82% da remunera-ção recebida pelas trabalhadoras brancas

No Brasil, em 2005, foram notificados 33.141casos de Aids, sendo 29.966 com idade entre20 e 59 anos segundo o Ministério da Saúde. Atendência mundial de feminização da epi-demia também é registrada no país. As ta-xas de infecção por HIV entre mulheres com20-59 anos aumentaram 55,53% entre1995 e 2005. Isso significa que, em 1995,as mulheres vivendo com HIV nessa faixaetária representavam 25,39% dos casos deAids registrados e, em 2005, esse númerocresceu para 39,49%.

O perfil da população com deficiência no

Trabalhadores e trabalhadoras vivendo com HIV e comdeficiência

Respostas institucionais e políticas no Brasil

O Brasil acompanha a tendência mundialapontada pelo Relatório Global da OIT decrescimento das iniciativas e medidas nosentido de assegurar os princípios e direi-tos fundamentais da OIT, embora ainda hajamuito por ser feito. A igualdade de gênero,raça e orientação sexual, além da integraçãode pessoas com deficiência e vivendo comHIV, vêm sendo promovidas de diferentesformas e por diferentes atores no Brasil nosúltimos anos. Importantes iniciativas foram

país mostra que 52% das pessoas comdeficiência ainda estão inativas no mer-cado de trabalho, segundo estudo daFederação Brasi le ira dos Bancos(Febraban). De acordo com a pesquisa,a Lei de Cotas (nº 8.213/91), que determi-na a obrigatoriedade de uma porcentagemde pessoas com deficiência nas empresas,tem contribuído para a inclusão das pesso-as com deficiência no mercado de trabalho.Em cinco anos, no estado de São Paulo, onúmero de pessoas empregadas saltou de601 para 36 mil, um aumento de quase5.000%.

tomadas, principalmente pelo poder públi-co, que assumiu de forma mais evidente oseu papel de promotor dessas políticas.No plano legal, a Constituição Federal, noartigo 7º, proíbe a diferença de salário, deexercício de função e de critério de admis-são por motivo de sexo, idade, cor ou esta-do civil. Também a CLT, no artigo 461, pre-vê que, “sendo idêntica a função, a todotrabalho de igual valor, prestado ao mes-mo empregador, na mesma localidade,

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corresponderá igual salário, sem distinçãode sexo”. Há um conjunto de Leis e Decre-tos no país que tratam a discriminação pormotivo de raça, cor, etnia, religião ou proce-dência nacional, além das pessoas com de-ficiência, embora a discriminação por orien-tação sexual na legislação ainda continuemuito restrita. Dentre as orientações legais,o Estatuto da Igualdade Racial aguarda paraser votado pelo Congresso Nacional.O Brasil é signatário das Convenções da OITrelacionadas: Convenção sobre igualdade deremuneração, 1951 (nº 100), Convençãosobre proteção à maternidade (revisada),1952 (nº 103) e Convenção sobre Discrimi-nação (emprego e ocupação), 1958 (nº 111).A Convenção sobre trabalhadores com res-ponsabilidades familiares, 1981 (nº 156),ainda não foi ratificada.Em maio de 2006, o Ministro do Trabalho eEmprego lançou a Agenda Nacional de Tra-balho Decente no Brasil, elaborada peloGoverno brasileiro, em consulta com organi-zações de trabalhadores e de empregadores.Na Agenda, a promoção da igualdade deoportunidades e de tratamento é entendidacomo um objetivo transversal e uma das li-nhas de ação da Prioridade 1 (Geração demais e melhores empregos com igualda-de de oportunidades e de tratamento) ePrioridade 3 (Fortalecer os atores tripartitese o diálogo social como um instrumento degovernabilidade democrática).A Agenda propõe o desenvolvimento deações de promoção da igualdade de gê-nero e raça no mercado de trabalho,centradas especialmente nos seguintesaspectos:

• eliminação das barreiras de entrada dasmulheres, especialmente das mais po-bres, no mercado de trabalho;

• diminuição das taxas de desemprego eaumento das taxas de ocupação;

• diminuição das desigualdades de rendi-mentos entre homens e mulheres,brancos(as) e negros(as);

• diminuição da informalidade e aumentoda proteção social;

• implementação de programas e ações decombate à discriminação no trabalho,com atenção especial para mulheres, po-pulação negra, jovens, idosos, pessoas vi-vendo com HIV e pessoas com deficiên-cia e

• efetiva aplicação da Convenções 100, 103

e 111 da OIT e promoção da ratificaçãoda Convenção 156.

O Brasil vem desenvolvendo um conjunto deiniciativas de promoção da igualdade queabrange a criação de instâncias específicas,o desenvolvimento de políticas de ação afir-mativa em nível nacional e local, nos esta-dos e municípios, assim como a inserção datransversalidade em programas e políticasjá existentes.No âmbito institucional, destacam-se a cria-ção das Secretarias Especiais, com statusde Ministério, ligadas diretamente à Presi-dência da República, e alguns de seus prin-cipais programas e ações:

Secretaria Especial de Políticas de Promo-ção da Igualdade Racial – SEPPIR:

desenhou a Política Nacional de Promoçãoda Igualdade Racial. Dentre os principaisprogramas da Secretaria, destacam-se: oPrograma Brasil Quilombola, o FórumIntergovernamental de Promoção da Igual-dade Racial (para a implementação de es-tratégias para a incorporação da PolíticaNacional de Promoção da Igualdade Racialnas ações governamentais de Estados e Mu-nicípios), o Programa de FortalecimentoInstitucional para a Igualdade de Gênero eRaça, Erradicação da Pobreza e Geração deEmprego (GRPE) e realização da Conferên-cia das Américas (CRA) – Avanços e Desafiospara Implementação da Declaração da IIIConferência Mundial contra o Racismo, aDiscriminação Racial, a Xenofobia e Intole-râncias Correlatas e a 1ª Conferência Nacionalde Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Secretaria Especial de Políticas para asMulheres – SPM:

organizou e conduziu a 1ª Conferência Naci-onal de Políticas para as Mulheres e coorde-nou a elaboração do Plano Nacional de Polí-ticas para as Mulheres. A 2ª Conferência irárealizar-se em agosto de 2007. Destaca-setambém a implementação dos seguintesprogramas: o Programa Pró-Equidade deGênero (que visa estimular as empresas bra-sileiras a adotar práticas de gestão de pro-moção da igualdade de oportunidades), Pro-grama de Enfrentamento à Feminização dasDST e AIDS, o Programa Mulher e Ciência eo Programa Gênero e Diversidade na Escola.

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Secretaria Especial dos Direitos Humanos– SEDH:

voltada à promoção dos direitos da cida-dania, da criança, do adolescente, do ido-so e das minorias e à defesa dos direitosdas pessoas com deficiência e promoçãode sua integração à vida comunitária, emconformidade com as diretrizes do Pro-grama Nacional de Diretos Humanos –PNDH. Lançou, em maio de 2004, o Pro-grama Brasil sem Homofobia, que prevêuma série de ações nas áreas de saúde,segurança pública, trabalho, educação ecidadania.

Ainda no âmbito federal, destacam-se:

Ministério do Trabalho e Emprego – MTE:

dentre as várias ações, sublinha-se: a insta-lação da Comissão Tripartite de Igualdadede Oportunidades e Tratamento de Gêneroe Raça no Trabalho em agosto de 2004, acriação do Fórum de Combate à Discrimi-nação no Trabalho, a incorporação das di-mensões de gênero e raça de formatranversal nas ações do Programa Nacionalde Qualificação – PNQ, com especial men-ção ao Programa Trabalho Doméstico Cida-dão, primeiro programa no país dirigido àstrabalhadoras domésticas, as ações desen-volvidas no âmbito do Programa GRPE e ainstalação de uma Assessoria diretamenteligada ao Gabinete do Ministro para tratardas questões de gênero e raça. Ainda, den-tre as diretrizes aprovadas para o aperfeiço-amento do Sistema Público de Emprego, en-contra-se a disposição de incorporar trans-versalmente os temas de gênero, raça, ori-entação sexual, pessoas com deficiência evivendo com HIV, além de outros grupos vul-neráveis.

Ministério do Desenvolvimento Agrário –MDA:

Por meio do Programa de Promoção daIgualdade de Gênero, Raça e Etnia, buscaestimular e promover a autonomia da tra-balhadora rural, apoiando a construção depolíticas públicas que favoreçam relaçõesmais igualitárias entre homens e mulhe-res na reforma agrária e agricultura fa-miliar. São ações voltadas para estimu-lar, facilitar, ampliar e qualificar o aces-so ao crédito; difusão de informações;atividades de capacitação; documenta-ção civi l das trabalhadoras rurais;titulação conjunta obrigatória da terra;

alterações nos procedimentos dos agen-tes financeiros; criação de espaços departicipação e controle social.

Ministério da Saúde - MS:

O Programa Nacional de DST/Aids temcomo uma de suas diretrizes “promover adefesa dos direitos humanos e reduzir o es-tigma e a discriminação”. Em dezembro de2006, o PN-DST/Aids lançou a campanha“Viver com HIV/Aids”, com o slogan nacio-nal: “A vida é mais forte que a Aids”. Algunsestados optaram por trabalhar com o slogan“Desate o nó do preconceito e dê o laço dasolidariedade”. O objetivo é mostrar à soci-edade que uma pessoa vivendo com HIV,com um tratamento adequado, poderá teruma elevada qualidade de vida e afastar opreconceito no seu dia-a-dia, inclusive notrabalho, nos estudos e na vida afetiva.Para conter o avanço da feminização dasinfecções por HIV, o governo brasileiro eparceiros nacionais acabam de lançar o Pla-no Nacional de Enfrentamento daFeminização do HIV/Aids, que busca aumen-tar a conscientização sobre o problema eajudar as mulheres a se tornar menos vul-neráveis ao HIV e a outras infecções sexual-mente transmissíveis.

Dentre as iniciativas regionais e municipais:

Governo do Estado da Bahia:

criação da Secretaria de Promoção da Igual-dade - SEPROMI , do Observatório da Igual-dade Racial e de uma proposta de desenvol-vimento de uma Agenda Estadual de Traba-lho Decente que tem na promoção da igual-dade e no combate à discriminação um dosseus 5 eixos estruturantes.

Foram assinados protocolos de intençõespara implementação do Programa GRPEcom a Câmara Regional do Grande ABC ecom a Prefeitura da Cidade de São Paulopara a apoiar a incorporação das dimensõesde gênero e raça nas políticas públicas vol-tadas para a geração de emprego e comba-te à pobreza, tendo como estratégia centrala capacitação de gestores públicos.

No âmbito legislativo, destacam-se duasimportantes leis: a Lei nº 11.340 , de07.08.2006, que cria mecanismos paracoibir a violência doméstica e familiarcontra a mulher, conhecida como Lei Ma-ria da Penha, e a Lei n.º 11.324, de 19 dejulho de 2006, estabelecendo a possibi-

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lidade de dedução no Imposto de Rendadas Pessoas Físicas das despesas com o pa-gamento dos 12% relativos à contribuiçãopatronal ao Instituto Nacional de SeguridadeSocial (INSS), nos casos de assinatura da car-teira de trabalho das trabalhadoras domésti-cas, com o objetivo de promover aformalização do trabalho doméstico.

O Ministério Público do Trabalho vem de-senvolvendo diversas ações através daCoordenadoria Nacional de Promoção daIgualdade de Oportunidades e Eliminação daDiscriminação no Trabalho (Coordigual-dade), que tem por finalidade articular as

ações institucionais com vistas a acabar comatos discriminatórios que atentam contra adignidade do trabalhador.

A Procuradoria Federal dos Direitos do Ci-dadão é o órgão responsável pela coordena-ção de ações públicas referentes aos direi-tos dos cidadãos do Ministério Público Fede-ral, atuando para garantir o efetivo respeitopelos direitos humanos pelos PoderesPúblicos e prestadores de serviço de im-portância pública. A PFDC vem promoven-do o debate sobre a participação das mu-lheres nos cargos de direção no governo fe-deral, dentre outras iniciativas.

Os Parceiros Sociais em Ação

As organizações de empregadores e de tra-balhadores brasileiras vêm desenvolvendoações em diversos níveis para eliminar a dis-criminação no local de trabalho e para fazerda igualdade um ponto central na negocia-ção coletiva.Na esfera dos empregadores, encontram-sevárias ações das Confederações e institutosligados ao setor patronal, na promoção dadiversidade e da responsabilidade socialempresarial. Dentre as ações, destacam-sea criação de comitês de diversidade, apoio aprojetos e programas de promoção da di-versidade nas empresas e setores, incluin-do pesquisas sobre a diversidade de gêne-ro, racial e social e levantamentos da com-posição dos trabalhadores segundo atribu-tos pessoais para embasar ações de diversi-dade.As Centrais Sindicais de trabalhadores e sin-dicatos brasileiros vêm também incremen-

As negociações coletivas

Nas negociações coletivas, os temas de gê-nero, raça, deficiência e orientação sexualvêm ganhando espaço desde a década de90.

Gênero: nas cláusulas negociadas relativasao trabalho das mulheres, observa-se um re-sultado positivo ao longo dos anos. A maiorparte das cláusulas negociadas referem-seà garantia e à ampliação dos direitos relaci-onados à maternidade: ampliação e melhoria

dos serviços de creche, ampliação do prazode estabilidade da mulher trabalhadora apóso nascimento dos filhos, ampliação da licen-ça paternidade. Também tem sido incluídasalgumas novas cláusulas sobre assédio se-xual e/ou moral, exames de prevenção decâncer ginecológico, igualdade de oportuni-dades, entre outros.

Raça: no tema racial, o conjunto das cláusu-las acordadas mantém-se genérico, reforçan-

tando sua ação na promoção da igualdade,tanto no interior das entidades sindicais,onde a presença das mulheres é crescente,como através de programas e projetos e, es-pecialmente, na negociação coletiva. As Cen-trais Sindicais no Brasil já possuem cotaspara garantir a participação das mulheresem todos o níveis de direção e têm sido ati-vas na participação em mobilizações e cam-panhas para promover a reflexão,conscientização, sensibilização emobilização sobre a violência contra a mu-lher, pelo direito dos grupos discriminados,em diversas ocasiões também em conjuntocom governos, organizações de emprega-dores e entidades da sociedade. Ainda, asinstâncias responsáveis por estes temasvêm trabalhando para que a promoção daigualdade de oportunidades e tratamentoseja um eixo estratégico das negociações co-letivas.

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OIT Abril 2007

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do a proibição de práticas discriminatórias,com poucas cláusulas que de fatoimplementam direitos específicos. No en-tanto, já foram registradas novas cláusulas,como as que apóiam pesquisas para identi-ficação de raça, etnia e cor dos emprega-dos; implantação de campanhas deconscientização e orientação; esforços paranão ocorrência de discriminação em con-cursos públicos, entre outras.Um bom exemplo de negociação coletivaespecífica ao tema refere-se ao acordo co-letivo de trabalho efetuado entre o Sindi-cato dos Empregados no Comércio de SãoPaulo com a Camisaria Colombo. Nele, aempresa se compromete a reservar pelomenos 20% de seus postos de trabalho apessoas negras. O acordo foi firmado emdezembro de 2003, com validade de 1 (um)ano de duração, mas, segundo informaçõesdo sindicato, a empresa continua a cum-pri-lo.

Trabalhadores com deficiência: Ainda se-gundo dados do Sistema de Acompanha-mento de Contratações Coletivas (SACC-DIEESE), de 204 categorias profissionaisanalisadas, verificou-se que 35% delas, 72no total, dispõem sobre garantias às pes-soas com deficiência. A maior parte dosdocumentos – 57 – tem como destinatários

os dependentes dos trabalhadores. Garan-tias aos próprios trabalhadores com defici-ência foram localizadas em 35 documentos,o que equivale a 17% do painel.Dos contratos que abordam as garantiasdos trabalhadores com deficiência, amaioria trata da contratação, muitas ve-zes reproduzindo o que está na lei. Pou-cos contratos tratam das condições de tra-balho, reembolso de despesas e abono defaltas. Somente um contrato trata da pre-paração e qualificação de trabalhadores comdeficiência.

Orientação sexual: o tema raramente apa-rece nos acordos ou convenções coletivasnegociadas. Nos últimos anos, algumasempresas têm desenvolvido ações deequiparação de direitos, estendendo be-nefícios ao funcionário e seu cônjuge, in-dependentemente do sexo. Um exemploé o acordo coletivo dos bancários com aCaixa Econômica Federal. Entre os bene-fícios conquistados estão: plano de saú-de para companheira/o e filhos dela/e,licença saúde para acompanhar cônjuge,tranferência para outra cidade em funçãodo cônjuge, licença em caso de nascimentoou adoção de filho pela companheira(o), li-cença em caso de morte de sogro(a), entreoutros.

O Escritório da OIT no Brasil desenvolve umconjunto de atividades voltadas para a pro-moção da igualdade de oportunidades nomercado de trabalho. A OIT presta assistên-cia técnica na elaboração de políticas públi-cas e na implementação das Convenções daOIT sobre o tema, ratificadas pelo Brasil.Além disso presta assessoria às organiza-ções de trabalhadores e de empregadores,para a promoção da igualdade de oportuni-dades e o combate à discriminação em to-das as suas formas. As ações da OIT con-tam com publicações, manuais ecapacitações voltadas a promoção da igual-dade de oportunidades e tratamento no tra-balho.Em uma iniciativa pioneira dentro da Orga-nização, o tema da igualdade vem sendo tra-balhado no país, desde 2002, a partir doentrecruzamento das dimensões de gêneroe raça, uma vez que somente esta combina-ção permite identificar as formas e a inten-sidade em que ocorre a discriminação noBrasil em relação às mulheres e, especial-

mente, às mulheres negras.Por meio de programas regionais, como oprojeto de politicas públicas de emprego noMercosul e Chile, financiado pela coopera-ção espanhola, a OIT vem garantindo umaparceria mundial para o desenvolvimentoequilibrado, integrado e justo. A OIT tam-bém presta assessoria técnica a todas asComissões Tripartites para a Igualdade deOportunidade e Tratamento de Gênero eRaça do Cone Sul.A transversalização das questões de gêne-ro e raça nos projetos da OIT/Brasil é feitasistematicamente. O Programa Internaci-onal de Erradicação ao Trabalho Infantiltem indicadores específicos de gênero eações diretas para o fortalecimento daempoderamento de meninas. O Projeto deCombate ao Tráfico de Pessoas da OIT/Bra-sil ajuda diretamente a fortalecer a autono-mia das mulheres vulneráveis ao tráfico parafins de exploração sexual, como evitar situ-ações de risco e de escravidão, e trabalha aquestão de gênero com os agentes da lei. O

As ações da OIT

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convênio MTE/OIT para a qualificação soci-al e profissional tem trabalhado o tema gê-nero e raça em todos os seus subprojetos,especialmente na capacitação de gestorespúblicos e transversalização do tema no sis-tema público de emprego, assim como nasações direcionadas para as trabalhadoras do-mésticas.Sobre a discriminação relacionada ao HIV/Aids, a OIT/Brasil tem contribuído com osesforços nacionais para a prevenção, assis-tência e combate à discriminação de traba-lhadores e trabalhadoras com base em situ-ação real ou presumida de HIV, em particu-lar para a aplicação do Repertório de Reco-mendações Práticas da OIT sobre o HIV/Aidse o Mundo do Trabalho. Elaborado em con-

• Pojeto Políticas de Emprego e Igualdadede Oportunidades de Gênero e Raça/Etnianos Países do Mercosul e Chile – em an-damento;

• Projeto Combate ao Tráfico de Pessoaspara fins de exploração sexual comercial etrabalho forçado no Brasil – em andamento;

• Programa da OIT sobre o HIV/Aids e oMundo do Trabalho (ILO/Aids) – em an-damento;

• Projeto Desenvolvimento de Ações naQualificação Social e Profissional para aPromoção da Inclusão Social dos Trabalha-dores – realizado no período 2003/2007;

• Programa de Fortalecimento Institucionalpara a Igualdade de Gênero e Raça,Erradicação da Pobreza e Geração de Em-prego (GRPE) – realizado no período 2003/2006;

Principais projetos e programas desenvolvidos comrelação ao tema da discriminação no mundo dotrabalho:

sulta com representantes de governos, orga-nizações de empregadores e de trabalhado-res, o Repertório oferece orientações práti-cas para a formulação e implementação depolíticas sobre o HIV/Aids no local de traba-lho.Com relação à promoção do emprego parapessoas com deficiência, em 2003, a OIT/Brasil traduziu para o português e tem dis-seminado a publicação Gestão de Questõesrelativas a Deficiência no Local de Trabalho,que delineia as responsabilidades para amelhoria das perspectivas de emprego depessoas com deficiência, especialmente nasáreas de seleção, retorno ao trabalho, ma-nutenção do emprego e oportunidades decarreira.

• Projeto Desenvolvimento de uma PolíticaNacional para Eliminação da Discrimina-ção no Emprego e na Ocupação e Promo-ção da Igualdade Racial no Brasil – reali-zado no período de 2003/2006;

• Projeto Negociação Coletiva e Equidadede Gênero – realizado no período 2000/2003;

• Projeto Eliminando as Piores Formas deTrabalho Infantil no Brasil, em andamento;

• Projeto de Ações Integradas Referenciaispara o Enfrentamento do Tráfico de Meni-nas e Meninos para Fins de ExploraçãoComercial Sexual, em andamento e

• Projeto Fortalecimento da Prevenção doTráfico de Crianças, Adolescentes e Mu-lheres para Exploração Sexual, realizadono período 2004/2006.

Para maiores informações sobre as açõesda OIT, consulte os siteswww.oitbrasil.org.br e www.ilo.org

Ministério do Trabalho e Emprego