igualdade e desigualdade de gÊnero no brasil: um panorama preliminar, 15 anos do cairo josé...

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IGUALDADE E DESIGUALDADE DE IGUALDADE E DESIGUALDADE DE GÊNERO NO BRASIL: GÊNERO NO BRASIL: Um panorama preliminar, 15 anos Um panorama preliminar, 15 anos do Cairo do Cairo José Eustáquio Diniz Alves ENCE/IBGE Sonia Correa ABIA Seminário “Brasil, 15 anos após a Conferência do Ca ABEP, 11 e 12 de agosto de 2009

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Page 1: IGUALDADE E DESIGUALDADE DE GÊNERO NO BRASIL: Um panorama preliminar, 15 anos do Cairo José Eustáquio Diniz Alves ENCE/IBGE Sonia Correa ABIA Seminário

IGUALDADE E DESIGUALDADE IGUALDADE E DESIGUALDADE DE GÊNERO NO BRASIL:DE GÊNERO NO BRASIL:

Um panorama preliminar, 15 Um panorama preliminar, 15 anos do Cairoanos do Cairo

José Eustáquio Diniz AlvesENCE/IBGE

Sonia Correa ABIA

Seminário “Brasil, 15 anos após a Conferência do Cairo”ABEP, 11 e 12 de agosto de 2009

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INTRODUÇÃO E CONCEITO DE GÊNERO

O desafio foi incorporar plenamente as relações de gênero, em sua concepção não dualista, na multiplicidade de situações da dinâmica social em constante movimento.

Obviamente existem limitações na metodologia e na temporalidade dos dados disponíveis.

Buscamos analisar as desigualdade inter e intra gênero, de maneira conjunta com outras desigualdades transversais em termos regionais, geracionais, etc.

Não se deu destaque aos temas da pobreza, migração e cor/raça por definição do escopo e espaço do texto;

Também não fizemos uma avaliação mais ampla das políticas públicas nas áreas por falta de tempo e recursos para tal tarefa.

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Trabalho preliminar que busca realizar um diagnóstico estatístico

das tendências em 10 temas:

• Redução da mortalidade e aumento da esperança

de vida;

• Reversão do hiato de gênero na educação;

• Tendências históricas e recentes da população

economicamente ativa, segundo características da

ocupação e rendimento;

• Aposentadorias e pensões;

• A questão do uso do tempo e dos afazeres

domésticos;

• As dificuldades de conciliação entre trabalho

produtivo e família;

• Família e domicílios;

• Autonomia feminina e desigualdades nos espaços

de poder;

• A presença feminina nos esportes e na mídia;

• As questões de violência de gênero e homofobia.

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Revolução (incompleta) Feminina

Despatriarcalização

Mudanças jurídicas – igualdades de direitos na Constituição de 1988.

Avanços na legislação nacional e internacional;

Mulheres superam os homens na saúde, educação, etc.

Maior autonomia feminina;

Maior diversidade familiar e de identidades sexuais.

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Total e grupos etários

Raz

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1991 2000 2007

Fonte: Censos demográficos de 1970, 1980, 1991 e 2000 e PNAD, 2007

Razão de sexo por grupos etários

A FEMINIZAÇÃO DA POULAÇÃO BRASILEIRA

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Anos

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mul

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Excedente de mulheres sobre homens

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Espera

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ida (

anos)

Homem Mulher

Esperança de vida ao nascer, por sexo, Brasil: 1991-2006

Fonte: DATASUS, IDB 2009, visitado em 01 de julho de 2009

SAÚDE

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Masculino

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Brasil NO NE SE SU CO

Feminino

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1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Espe

ranç

a de

vid

a (a

nos)

Brasil NO NE SE SU CO

Fonte: DATASUS, IDB 2009, visitado em 01 de julho de 2009

Esperança de vida ao nascer, ambos os sexos, Brasil e regiões, 1991-2006

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Homem Mulher

Reversão do hiato educacional de gênero (gender gap) Brasil, 1960-2000

Fonte: Censos Demográficos de 1960, 1970, 1980, 1991 e 2000 do IBGE

EDUCAÇÃO

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mulheres-1980

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mulheres-1991

homens-2000

mulheres-2000

Fonte: Censos demográficos 1960, 1970, 1980, 1991 e 2000 do IBGE. In: Beltrão e Alves, 2009

Anos médios de estudo por sexo e coorte de nascimento Brasil: 1960/70/80/91/2000

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Grupos etários Sexo 20-29 30-39 40-49 50-59 60 e +

Mulheres 59,6 56,5 52,5 44,5 40,1 Homens 40,4 43,5 47,5 55,5 59,9

Fonte: censo demográfico de 2000, IBGE

Distribuição percentual da população com nível superior de educação, por sexo e grupos etários, Brasil 2000

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Total Branca Preta Amarela Parda Ano H M H M H M H M H M

1940 41,1 32,8 49,7 41,0 21,1 14,5 64,4 48,2 28,3 21,0 1950 44,1 37,5 53,9 46,8 24,5 18,8 75,8 66,9 30,2 24,6 1960 55,8 50,7 64,2 59,2 34,8 29,8 83,5 77,7 37,1 64,2 1970 62,3 58,7 73,1 69,6 45,7 41,5 87,2 82,7 46,8 73,1 1980 69,7 68,6 80,4 78,4 57,1 54,3 90,2 86,7 56,6 56,2 1991 75,2 76,4 84,4 84,2 65,4 65,1 93,2 91,4 65,5 67,7 2000 82,6 83,9 90,6 90,5 73,7 74,0 96,1 94,7 73,5 76,2

Fonte: Beltrão, K., Novellino, M.S., TD ENCE, n. 1, 2002

Taxa de alfabetização da população com 5 anos e mais de idade, por cor e sexo, Brasil 1940-2000

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1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007Total 4,6 4,8 5,0 5,1 5,3 5,4 5,8 5,9 6,1 6,2 6,3 6,5 6,5Masculino 4,5 4,7 4,8 4,9 5,1 5,3 5,6 5,8 6,0 6,0 6,2 6,3 6,3Feminino 4,7 4,9 5,1 5,2 5,4 5,6 5,9 6,1 6,2 6,3 6,5 6,7 6,7Total 5,5 5,7 5,8 6,0 6,2 6,3 6,6 6,7 7,0 7,0 7,1 7,3 7,4Masculino 5,4 5,6 5,8 5,9 6,1 6,2 6,5 6,7 6,9 6,9 7,1 7,2 7,3Feminino 5,5 5,7 5,8 6,0 6,2 6,4 6,7 6,8 7,0 7,1 7,2 7,5 7,5Total 3,5 3,7 3,9 4,0 4,1 4,3 4,7 5,0 5,1 5,3 5,4 5,6 5,7Masculino 3,4 3,5 3,7 3,8 4,0 4,1 4,6 4,8 5,0 5,1 5,2 5,4 5,5Feminino 3,6 3,9 4,1 4,1 4,3 4,5 4,9 5,1 5,3 5,5 5,6 5,8 5,9

Total

Branca

Negra

Total, cor e sexo

Fonte: Retrato das desigualdades de gênero e raça, 3ª ed. IPEA, com base nas PNADs do IBGENota: Anos de estudo como a média de séries concluídas com aprovação.

Média de anos de estudo da população por sexo, segundo cor/raça e faixa etária, Brasil - 1993-2007

A diferença entre brancos e negros caiu de 56% em 1993 para 31% em 2007 Os homens negros são o segmento com piores indicadores educacionais

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Total 10-14 15-17 18-19 20-24 25-29 30-39 40-49 50-59 60 - +

Grupos de idade

An

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Mulher urbana Homem urbano Mulher rural Homem rural

Fonte: PNAD 2006, Sidra, IBGE

Número médio de anos de estudo das pessoas de 10 anos ou mais de idade(em anos), por sexo e situação de domicílio, Brasil: 2006

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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007%

0 a - 1 1 a 4 5 a 8 9 a 11 12 a 14 15 e +

Fonte: IBGE, PNADs 2001 a 2007

Pessoas de 10 anos ou mais de idade por grupos de anos de estudo e sexo, Brasil: 2001 a 2007

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Graduação Especialização Mestrado Doutorado Ano Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher

2000 51,4 48,6 43,8 56,2 48,5 51,5 62,6 37,4 2002 49,4 50,6 40,0 60,0 45,7 54,3 60,0 40,0 2004 51,4 48,6 40,6 59,4 46,1 53,9 57,7 42,3 2006 49,2 50,8 41,4 58,6 44,7 55,3 56,0 44,0

Fonte: CNPq, 2009

Percentual de pesquisadores por sexo segundo nível de aperfeiçoamento, Brasil: 2000-2006

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Anos Total Homens Mulheres1950 17,1 14,6 2,51960 22,8 18,7 4,11970 29,6 23,4 6,21980 43,2 31,3 11,81991 58,5 39,5 192000 77,5 46,5 30,92007 98,8 55,8 43,1

POPULAÇÃO ECONÔMICAMENTE ATIVA – PEA

População Economicamente Ativa (PEA em milhão) Brasil, 1950 a 2000 e 2007

Fonte: IBGE - Censos demográficos de 1950 a 2000 e PNAD 2007

Entre 1950–2007 entraram na PEA: Homens = 41,2 milhões Mulheres = 41,6 milhõesEntre 2000-2007 Homens = 9,3 milhões Mulheres = 12,2 milhões

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1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007

%

Homem Mulher Difernça H - M

Fonte: Censos Demográficos de 1970, 1980, 1991 e 2000 e PNAD-2007, do IBGE

Redução do hiato de gênero no mercado de trabalhoTaxa de participação na PEA por sexo e grupos etários,

Brasil: 1970-2000

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+

%

1950 1970 1980 1991 2000

Fonte: IBGE – Censos demográficos 1950 a 2000. Nota: por problemas de falta de desagregação dos grupos etários não apresentamos as TAE de 1960.

Taxa de participação na PEA por sexo e grupos etários Brasil: 1950-2000

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Total Urbana Rural

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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

%

Total Urbana Rural

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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

%

Total Urbana Rural

Taxa de atividade total e por situação de domicílioBrasil: 2001-2007

Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE

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Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE

Taxas de Atividades Específicas de mulheres, Brasil: 2001-2007 Feminino

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10-14 15-19 20-24 25-29 30-39 40-49 50-59 60 +

%

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

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0-1 1-3 4-7 8-10 11-14 15-+

Níveis educacionais

%

Homem 2001 Homem 2007 Mulher 2001 Mulher 2007

Fonte: PNADs 2001 e 2007, Sidra, IBGE

Taxas de atividades das pessoas de 10 anos ou mais de idade economicamente ativas na

semana de referência, por sexo e anos de estudo, Brasil: 2001 e 2007

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0-1 1-3 4-7 8-10 11-14 15-+

Níveis de educação

%

Mulher 2001 Mulher 2007 Homem 2001 Homem 2007

Fonte: PNADs 2001 e 2007, Sidra, IBGE

Distribuição das pessoas de 10 anos ou mais de idade economicamente ativas na semana de

referência, por sexo e anos de estudo, Brasil: 2001 e 2007

Entre as pessoas com 11 anos e mais, as mulheres são maioria da PEA brasileira. Cerca de 50% da PEA feminina, 20 milhões de mulheres com 11 ou mais anos de estudo constituem uma “massa crítica” vanguarda da “Revolução feminina” no Brasil.

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0 a 1/2 SM 1/2 a 1 SM 1 a 2 SM 2 a 5 SM 5 e + SM

%

Homem 2001 Mulher 2001 Homem 2007 Mulher 2007

Fonte: PNADs 2001 e 2007, Sidra, IBGE

Distribuição das pessoas de 10 anos ou mais de idade,

ocupadas na semana por sexo e classes de rendimento mensal

em todos os trabalhos Brasil: 2001 e 2007

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Mul NE Hom NE Mul NO Hom NO Mul SU

Hom SU Mul SE Hom SE Mul CO Hom CO

Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE

Valor do rendimento médio mensal do trabalho principal

das pessoas 10 anos ou mais de idade, ocupadas na

semana de referência, por sexo e regiões: 2001 a 2007

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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

%

NE NO SU SE CO Brasil

Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE

Hiato de rendimento entre homens e mulheres por regiões e Brasil: 2001 a 2007

Nordeste = Menor rendimento e menor desigualdade de gênero Sudeste = Maior rendimento com maior desigualdade

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Empregados Domésticos Conta própria Empregadores

Mulheres

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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007%

Empregados Domésticos Conta própria Empregadores

Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE

Percentagem de Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência

por sexo e posição na ocupação principal, Brasil: 2001 a 2000

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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

%

Empregados Domésticos Conta própria Empregadores

Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE

Hiato de rendimento entre homens e mulheres de 10 anos

ou mais de idade, ocupadas na semana de referência

segundo posição na ocupação principal, Brasil: 2001 a 2007

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12.000

18.000

24.000

Até 14 hs 15-39 hs 40-44 hs 45-48 hs 49 ou + hs

Nu

me

ro p

ess

oa

s o

cup

ad

as

Homem Mulher

Fonte: PNAD 2007, Sidra, IBGE

Pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência (mil

pessoas), por horas trabalhadas Brasil: 2007

Page 29: IGUALDADE E DESIGUALDADE DE GÊNERO NO BRASIL: Um panorama preliminar, 15 anos do Cairo José Eustáquio Diniz Alves ENCE/IBGE Sonia Correa ABIA Seminário

0

1

2

3

4

5

6

7

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

%

Homem Mulher Total

Fonte: IBGE, PNADs 2001 a 2007

Taxas de desemprego, população de 10 anos e mais, por sexo Brasil, 2001 a 2007

Page 30: IGUALDADE E DESIGUALDADE DE GÊNERO NO BRASIL: Um panorama preliminar, 15 anos do Cairo José Eustáquio Diniz Alves ENCE/IBGE Sonia Correa ABIA Seminário

Homens

0

6

12

18

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

%

10 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 19 anos

20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos

Mulheres

0

6

12

18

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

%10 a 14 anos 15 a 17 anos 18 a 19 anos

20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos

Fonte: IBGE, PNADs 2001 a 2007

Taxas de desemprego, por sexo e grupos etários Selecionados, Brasil, 2001 a 2007

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52,154,6 53,854,6

48,650,7

53,4 53,155,7

50,752,5

54,4

30

40

50

60

2002 2003 2004 2005 2006 2007

%

Homem Mulher

Fonte: IBGE, PNADs 2002 a 2007

Grau de informalidade - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência por contribuição para instituto de previdência no trabalho principal, por sexo,

Brasil: 2002 a 2007

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0

30

60

90

0 a 1/2 SM 1/2 a 1 SM 1 a 2 SM 2 a 5 SM 5 e + SM

%

Homem 2001 Mulher 2001 Homem 2007 Mulher 2007

Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE

Percentual de pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas por contribuição para

previdência em qualquer trabalho, por sexo e classes de rendimento mensal, Brasil: 2001 e

2007

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Ano População de 60 anos e mais Aposentados e/ou pensionistas

Sexo 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Total 15.333 16.176 16.920 17.663 18.214 19.077 19.955 Homem 6.780 7.120 7.453 7.771 7.988 8.406 8.838 População de 60 anos e mais Mulher 8.553 9.055 9.466 9.892 10.225 10.672 11.115 Total 18.296 19.125 19.980 20.046 20.870 21.201 22.126 Homem 8.065 8.363 8.763 8.735 9.047 9.201 9.623

Total aposentados e pensionistas

Mulher 10.232 10.762 11.216 11.311 11.823 12.000 12.503 Total 13.252 13.829 14.328 14.206 14.531 14.853 15.273 Homem 7.627 7.907 8.235 8.201 8.403 8.557 8.771 Somente aposentadas

Mulher 5.625 5.922 6.093 6.005 6.128 6.296 6.502 Total 4.059 4.202 4.416 4.567 4.856 4.757 5.292 Homem 341 347 395 406 477 437 642 Somente pensionistas

Mulher 3.718 3.855 4.021 4.160 4.379 4.321 4.651 Total 986 1.094 1.235 1.273 1.482 1.590 1.561 Homem 97 108 133 128 166 207 210 Aposentadas e pensionistas

Mulher 889 985 1.102 1.146 1.316 1.383 1.351

Fonte: PNADs 2001 a 2007, Sidra, IBGE

População de 60 anos e +, pessoas de 10 anos ou mais de idade aposentadas e/ou pensionistas na semana de referência por sexo

Brasil: 2001-2007

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9,98,2 9,0 9,8

13,0

25,3

14,3

22,1

27,7

31,028,7

10,8

0

12

24

36

Total 10-17 18-24 25-49 50-59 60- +

%

Homem Mulher

Fonte: PNAD 2005, In: Soares e Saboia, 2007

Número médio de horas semanais gastas em afazeres domésticos das pessoas de 10

anos ou mais de idade por sexo e grupos de idade

Brasil - 2005

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Proporção daqueles que se dedicam aos AD segundo sexo

N° médio de horas dedicadas aos AD por sexo (somente

quem dedica)

N° médio de horas dedicadas ao

Trabalho Produtivo por sexo (somente

ocupados)

Soma do n° médio de horas dedicadas

aos AD e ao Trabalho Produtivo

Arranjo Familiar

Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher DINC 72,45 97,16 9,36 20,12 44,39 38,16 53,75 58,28 DR com 1 filho 63,74 97,18 10,01 25,24 45,01 36,44 55,02 61,68 DR com 2 filhos 57,71 96,95 9,92 27,44 45,00 34,90 54,92 62,33 DR com 3 ou + 50,46 96,78 10,34 29,71 42,91 30,84 53,25 60,55

Che

fe H

omem

Demais casais 51,31 98,20 9,98 35,74 45,48 28,68 55,46 64,42 DINC 63,94 95,04 8,61 17,72 44,73 39,87 53,34 57,59 DR com 1 filho 58,19 94,56 10,34 23,57 45,15 37,55 55,48 61,12 DR com 2 filhos 50,17 94,73 10,33 25,64 44,16 37,57 54,50 63,21 DR com 3 ou + 44,69 94,24 11,29 28,57 44,16 35,20 55,45 63,76

Che

fe M

ulhe

r

Demais casais 45,96 96,55 11,84 32,96 44,88 37,37 56,72 70,33

Fonte: microdados da PNAD 2006, In: Barros, 2009Nota: DR: Dupla Renda; AD: Afazeres Domésticos; DINC: Duplo Ingresso, Nenhuma Criança

Número de horas dedicadas por semana aos afazeres domésticos (AD) e ao trabalho

produtivo segundo sexoe tipo de arranjo familiar (com base na família principal), Brasil, 2006.

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CONCILIAÇÃO TRABALHO PRODUTIVO E FAMÍLIA

As formas como as pessoas lidam com os desafios do trabalho e da vida familiar são marcadas pelas desigualdades de gênero. Algumas alternativas:

• Suporte público para as mulheres, especialmente as mães com filhos menores;• Barateamento e massificação de aparelhos domésticos substituidores do trabalho

manual;• Disponibilidade de métodos contraceptivos para evitar a gravidez indesejada;• Garantia de cuidados públicos para as crianças pequenas (especialmente de 0-3

anos), como creches e universalização do ensino da pré-escola;• Prolongamento da licença maternidade/paternidade;• Medidas de compatibilização entre trabalho produtivo e reprodutivo, com co-

responsabilidade entre os cônjuges no cuidado dos filhos;• Diversificação dos contratos de trabalho por tempo determinado e a tempo

parcial, que ajudem as mulheres a superar o trade off entre opção pela carreira

profissional e opção pela maternidade

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FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS

70,068,6

52,248,0

3,43,8

5,35,2

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

1960 1970 1980 1990 2000 2007

% d

omic

ílios

com

5 o

u +

côm

odos

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

Núm

ero

de p

esso

as p

or d

omic

ílio

5 cômodos e + Pessoas por domicílio

Fonte: Censos demográficos de 1960 a 2000 e PNAD-2007, do IBGE

Número médio de pessoas por domicílio e domicílios com cinco ou mais cômodos, Brasil: 1960-2007

Page 38: IGUALDADE E DESIGUALDADE DE GÊNERO NO BRASIL: Um panorama preliminar, 15 anos do Cairo José Eustáquio Diniz Alves ENCE/IBGE Sonia Correa ABIA Seminário

56,6

12,916,5

9,34,7

16,0 17,411,1

6,6

48,9

0

10

20

30

40

50

60

70

Casal com filhos Casal sem filhos Monoparentalfeminino

Unipessoais Outros

%

1997 2007

Fonte: Síntese de indicadores sociais do IBGE, 2008

Distribuição percentual dos arranjos familiares residentes em domicílios particulares, segundo o tipo de

arranjo familiar- Brasil - 1996/2006

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Absoluto % Absoluto %DINC 1.065 2,7 2.009 3,7 88,6DR com 1 filho 1.999 5,0 4.292 7,9 114,7DR com 2 filhos 3.147 7,9 6.531 12,0 107,5DR com 3 ou mais filhos 5.584 14,1 9.584 17,6 71,6Demais casais 17.130 43,1 14.362 26,3 -16,2Demais arranjos 10.822 27,2 17.830 32,7 64,8Total de domicílios 39.745 100 54.610 100 37,4

1996 2006 Variação % 2006/1996

Arranjos domiciliares

Fonte: PNAD, 1996 e 2006 e Barros, Alves, Cavenaghi, 2008

Tipos de arranjos domiciliares (em mil) Brasil: 1996-2006

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0

10

20

30

40

50

60

70

Milh

ões

de e

leito

res

Homens Mulheres

Homens 22,0 27,0 42,7 53,3 57,8 60,9 62,8

Mulheres 12,0 22,1 41,1 52,8 60,7 64,9 67,6

1974 1980 1990 1998 2004 2006 2008

Fonte: IBAM, 1997 e Tribunal Superior Eleitoral - TSE, (www.tse.gov.br), 2008

Reversão do hiato de gênero no eleitoradoBrasil: 1974-2008

MULHERES NOS ESPAÇOS DE PODER

Page 41: IGUALDADE E DESIGUALDADE DE GÊNERO NO BRASIL: Um panorama preliminar, 15 anos do Cairo José Eustáquio Diniz Alves ENCE/IBGE Sonia Correa ABIA Seminário

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral - TSE, (www.tse.gov.br)

Feminização e envelhecimento do eleitoradoBrasil: 1992 e 2006

45

50

55

Faixas etárias

%

1992 48,4 47,3 48,5 49,6 49,9 49,7 49,3 45,4

2006 51,3 50,2 50,3 51,1 51,6 52,2 53,1 53,1

16 17 18-24 25-34 35-44 45-59 60-69 70-+

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0

2

4

6

8

10

12

14

1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 2002 2006

%

Federal EStadual

Fonte: IBAM, 1997 e Tribunal Superior Eleitoral - TSE, (www.tse.gov.br), 2008

Percentagem de mulheres deputadas federais e estaduais 1974-2006

Page 43: IGUALDADE E DESIGUALDADE DE GÊNERO NO BRASIL: Um panorama preliminar, 15 anos do Cairo José Eustáquio Diniz Alves ENCE/IBGE Sonia Correa ABIA Seminário

0

2

4

6

8

10

12

14

1992 1996 2000 2004 2008

Anos das eleições municipais

% d

e el

eita

s

Prefeitas Vereadoras

Fonte: IBAM, 1997 e Tribunal Superior Eleitoral - TSE, (www.tse.gov.br), 2008

Percentagem de mulheres vereadoras e prefeitas 1992-2008

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Fonte: IBAM, 1997 e Tribunal Superior Eleitoral - TSE, (www.tse.gov.br), 2008

Percentagem de mulheres senadoras e governadoras Brasil: 1990-2008

0

2

4

6

8

10

12

1990 1994 1998 2002 2006

Anos de eleições para governadores

% de

gove

rnado

ras

0

2

4

6

8

10

12

14

1991-1999 1995-2003 1999-2007 2003-2011 2007-2015

Legislaturas do senado

% d

e sen

ador

as

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MULHERES NO EXECUTIVO E JUDICIÁRIO

Mulheres são maioria no funcionalismo público, chegam a cerca de 50% dos DAS 1, mas somente 15% dos DAS 5 e 6.

Nas 26 prefeituras das capitais dos Estados as mulheres compõem 20% das secretarias municipais no total brasileiro, sendo 7,4% na região Sul e 32% na região Norte.

No poder judiciário as mulheres superam o número de homens na 1ª Instância, mas no:

STF apenas 1 mulher (em 9 membros);STJ 4 mulheres (em 28 membros);TST 1 mulher (em 16 membros).

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Olimpíada Homens Mulheres Total % feminino

Pequim 2008 144 133 277 48,0

Atenas 2004 125 122 247 49,4

Sidnei 2000 111 94 205 45,9

Atlanta 1996 159 66 225 29,3

Barcelona 1992 146 51 197 25,9

H M T % H M T % H M T % H M T % Pequim 2008 1 2 3 66,7 3 1 4 25,0 5 3 8 37,5 9 6 15 40,0Atenas 2004 5 0 5 0,0 0 2 2 100,0 3 0 3 0,0 8 2 10 20,0Sidney 2000 0 0 0 0,0 5 1 6 16,7 3 3 6 50,0 8 4 12 33,3Atlanta 1996 2 1 3 33,3 1 2 3 66,7 8 1 9 11,1 11 4 15 26,7Barcelona 1992 2 0 2 0,0 1 0 1 0,0 0 0 0 0 3 0 3 0,0

OlimpíadasMedalha de Ouro Medalha de Prata Medalha de Bronze Total

Fonte: Comitê Olímpico Internacional, diponível em: http://www.olympic.org/uk/index_uk.asp

Medalhas brasileiras nas últimas 5 Olimpíadas, por sexo

Fonte: Comitê Olímpico Brasileiro. Disponível em: http://www.cob.org.br

Número de atletas das delegações olímpicas brasileiras, por sexo

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MULHER NA INTERNET

Acesso à Internet por sexo e regiões, Brasil: 2005

Page 48: IGUALDADE E DESIGUALDADE DE GÊNERO NO BRASIL: Um panorama preliminar, 15 anos do Cairo José Eustáquio Diniz Alves ENCE/IBGE Sonia Correa ABIA Seminário

Acesso à Internet por sexo e grupos de idade Brasil: 2005

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VIOLÊNCIA DE GÊNERO

A violência contra as mulheres é uma questão social grave e com conseqüências diretas na vida em geral e na saúde sexual e reprodutiva. No Brasil, como em vários outros países Latino-Americanos, a violência não é somente praticada, como muitas vezes reconhecida e legitimada por parte da sociedade, principalmente quando envolve infidelidade conjugal. A forma mais comum de violência contra as mulheres é o abuso por parte do companheiro, que envolve desde agressão psicológica, física até relação sexual forçada.

O cenário mais real da violência doméstica ainda não é conhecido, pois na maioria das vezes a agressão não é denunciada às autoridades e a mulher busca ajuda com amigas ou dentro da família, quando não se silencia totalmente. Adicionalmente, a violência contra as mulheres não se encerra nos espaços domésticos, a violência sexual e a institucional também se mostram presentes em todas as esferas, mas ainda conhecemos pouco sobre elas.

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Pesquisa Ibope (2009) sobre as percepções e reações da sociedade

sobre a violência contra a mulher * 55% conhecem casos de agressões a mulheres* 39% dos que conhecem uma vítima de violência tomaram alguma atitude de colaboração com a mulher agredida* 56% apontam a violência doméstica contra as mulheres dentro de casa como o problema que mais preocupa a brasileira* Houve expressivo aumento do conhecimento da Lei Maria da Penha de 2008 para 2009, de 68% para 78%* Maioria defende prisão do agressor (51%); mas 11% pregam a participação em grupos de reeducação como medida jurídica* Na prática, a maioria não confia na proteção jurídica e policial à mulher vítima de agressão* 44% acreditam que a Lei Maria da Penha já está tendo efeito* Para a população, questão cultural e álcool estão por trás da violência contra a mulher* 48% acreditam que exemplo dos pais aos filhos pode prevenir violência na relação entre homens e mulheres

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GÊNERO E HOMOFOBIA

No Brasil, a violência por discriminação sexual mata em torno de 150 pessoas por ano, sendo que o país é o campeão mundial de assassinatos contra aqueles considerados das sexualidades não-naturais, sendo a média brasileira é de um assassinato a cada três dias.

A homofobia é um problema real entre a população GLBT (lésbicas,gays, bissexuais, travestis e transexuais ), contudo menos de 10% dos assassinos de homossexuais são presos. No Rio, 61,5% dos entrevistados afirmaram já terem sido agredidos, 65,7% em São Paulo e 61,4% dos entrevistados na capital pernambucana. Declararam-se terem sido discriminados 64,8% dos entrevistados no Rio, 72,1% em São Paulo e 70,8% em Recife.

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11 eixos do IIº PNPM da SPM:  

I - Autonomia Econômica e Igualdade no Mundo do Trabalho, com Inclusão Social;

II - Educação Inclusiva, Não-Sexista, Não-Racista, Não-Homofóbica e Não-

Lesbofóbica;

III - Saúde das Mulheres, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos;

IV - Enfrentamento de Todas as Formas de Violência Contra as Mulheres;

V - Participação das Mulheres nos Espaços de Poder e Decisão;

VI - Desenvolvimento Sustentável no Meio Rural, na Cidade e Na Floresta, com

Garantia de Justiça Ambiental, Soberania e Segurança Alimentar;

VII - Direito à Terra, Moradia e Infra-Estrutura Social nos Meios Rural e Urbano,

Considerando as Comunidades Tradicionais;

VIII - Cultura, Comunicação e Mídia Igualitárias, Democráticas e Não

Discriminatórias;

IX - Enfrentamento do Racismo, Sexismo e Lesbofobia;

X - Enfrentamento das Desigualdades Geracionais que Atingem as Mulheres, com

Especial Atenção às Jovens e Idosas;

XI - Gestão e Monitoramento do Plano.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS 1

Assim como em outras partes do mundo, o Brasil passou por uma onda de despatriarcalização, representada por uma longa mudança institucional que propiciou uma disrupção dos privilégios masculinos na família e na sociedade e a concessão de crescentes direitos às esposas e aos filhos. As regras de casamento e de parceria sexual se diversificaram e se tornaram mais equitativas no tocante às relações de gênero, entendidas de maneira não binária.

Os casais com filhos deixaram de ser maioria absoluta dos arranjos domiciliares e cresceu o percentual de casais sem filhos, famílias monoparentais, coabitação marital (inclusive do mesmo sexo) e pessoas vivendo sozinhas. A transformação mais marcante do século XX no Brasil – e que sintetiza as mudanças sociais, econômicas e demográficas – foi a alteração da presença da mulher de coadjuvante das decisões familiares para protagonista da sociedade em termos globais e institucionais.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS 2

Como visto pelos dados apresentados, em uma perspectiva de longo prazo, o Brasil vem apresentando avanços sociais e nas relações de gênero nas áreas de saúde, educação, esportes, mídia, etc. Nestas áreas as desigualdades de gênero se reduziram bastante ou houve reversão do hiato de gênero (gender gap), como na educação. Na política os ganhos foram menores, pois embora as mulheres tenham se tornado maioria do eleitorado, ainda possuem uma das mais baixas presenças no parlamento entre os países da América Latina.

No mercado de trabalho houve conquista parciais, com uma inserção massiva das mulheres na PEA e uma ampliação do leque ocupacional, com redução dos diferenciais de salário e renda entre homens e mulheres. Já o sistema de previdência social tem atuado no sentido de contrabalançar desigualdades do mercado de trabalho e tem favorecido as mulheres das gerações mais velhas que podem contar com aposentadoria, pensões ou benefícios como o BPC/LOAS.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS 3

Parece existir um “desencontro/desajuste” (mismatch) entre as agendas de demandas sociais e de mesmo de resposta de política pública.

Um exemplo pode ser identificado no caso da educação, pois embora continue sendo muito relevante superar os viéses sexistas, racistas e homofóbicos nas políticas de educação pública, o hiato revertido que vem desfavorecendo meninos e jovens homens -- que tem seguramente efeitos negativos nas relações entre gêneros – não tem sido tratado como um problema de gênero relevante que deveria receber atenção sistemática da sociedade e do estado.

Da mesma forma a questão crucial do equacionamento das responsabilidades quanto às tarefas da reprodução -- considerando-se inclusive as mudanças ocorridas nas famílias - não tem recebido atenção adequada, seja no debate público ou seja no plano da formulação de políticas.