igreja católica em divinópolis garante apoio a movimento ... · ponsabilidade política e mais...

4
Filiado à Divinópolis/MG, 20 de abril de 2017 Igreja Católica em Divinópolis garante apoio a Movimento Sindical contra Reforma da Previdência O Movimento Sindical Unificado de Divinópolis contra a Reforma da Previdência, criado em fevereiro para mobilizar e chamar a atenção da população ante os devastadores efeitos que poderão atingir a todos os trabalhadores com a aprovação da Proposta da Emenda Constitucional (PEC 287/2016), nos moldes propostos pelo governo, continua se reunindo todas as segundas-feiras. O Movimento, for- mado por 14 dos maiores sindicatos com representações em Divinópolis e toda a região, acredita que somente a mo- bilização popular pode reverter a intenção do governo em aprovar uma medida extremamente danosa para a classe trabalhadora. “Não é preciso ser um especialista em Previdência, para saber que o governo quer cobrar do cidadão uma conta cuja responsabilidade é do próprio governo e da corrupção que vem saqueando os cofres públicos nos últimos anos. O tra- balhador, que já paga uma das mais altas cargas tributárias do mundo, também paga um preço muito alto pela irres- ponsabilidade política e mais uma vez o governo quer jogar mais essa para o cidadão”, afirma Alberto Gigante Quadros, diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram). “Se o tra- balhador não se mobilizar agora a reforma da Previdência será aprovada e depois não há como remediar o grande prejuízo com os cortes de direitos adquiridos”, acrescenta. Nesta quarta-feira (19/04) o relator da Reforma da Pre- vidência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), apre- sentou seu relatório, trazendo algumas mudanças sobre o texto original. Foi fixada a idade mínima de aposentadoria em 62 anos para as mulheres e em 65 anos para os ho- mens após um período de transição de 20 anos. Ou seja, o aumento seria progressivo, começando em 53 e 55 anos, respectivamente, na data da promulgação da emenda. O texto mantém em 25 anos o tempo mínimo de contri- buição para acesso aos benefícios, o que, segundo depu- tados da oposição, dificulta as aposentadorias de pessoas de mais baixa renda que costumam se aposentar por idade com os 15 anos de contribuição atuais. O benefício será igual a 70% da média de salários, o que é maior que os 51% propostos no texto original. Após 25 anos de contribuição, cada ano seria contado a mais, possibilitando a obtenção de 100% da média aos 40 anos de contribuição e não aos 49 como antes. Para Alberto Gigante, as mudanças são tímidas e pouco vão alterar o resultado final da proposta. “As modificações no texto original são um pequeno avanço e indicam que a pressão que vem sendo exercida pela população já gerou resultados. Mas, o que mudou ainda é muito insignificante diante do tamanho do estrago para todos os trabalhadores que a proposta vai produzir. Por isso a mobilização precisa continuar, até que se chegue a um texto que não seja tão danoso para o trabalhador”, analisa. IGREJA Na última segunda-feira, o Movimento Sindical Unificado voltou a se reunir para tratar da greve geral marcada pelas Centrais Sindicais para o próximo dia 28. A paralisação de um dia tem por objetivo protestar contra a corrupção e as reformas da Previdência e Trabalhista. Em Divinópolis, a greve geral será marcada por uma grande concentração às 15h, na Praça da Catedral, seguindo-se uma caminhada pelas principais ruas do Centro. De acordo com Alberto Gigante, os organizadores estão otimistas “pois as manifes- tações de apoio contra as reformas ganham força todos os dias, o que leva o governo a sucessivos recuos”. A grande novidade dessa semana, foi a adesão oficial da Igreja Católica de Divinópolis ao Movimento Sindical Unifi- cado. Uma representação do Movimento se reuniu com o bispo diocesano, Dom José Carlos Souza Campos, ocasião em que oficializou ao chefe da Igreja na cidade sobre as atividades do movimento e reforçou o pedido de apoio. Na ocasião Dom José Carlos reafirmou a posição contrária da Igreja às regras contidas na proposta de reformas apresen- tada pelo governo. O bispo assegurou aos sindicalistas que a Igreja de Divinópolis irá incentivar os fiéis a participarem da manifes- tação do dia 28, por entender que o povo deve opinar sobre assuntos políticos que retiram direitos sociais adquiridos.

Upload: hoangdieu

Post on 22-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Igreja Católica em Divinópolis garante apoio a Movimento ... · ponsabilidade política e mais uma vez o governo quer jogar ... será aprovada e depois não há como remediar o

Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste

Filiado à

Divinópolis/MG, 20 de abril de 2017

Igreja Católica em Divinópolis garante apoio a Movimento Sindical contra Reforma da Previdência O Movimento Sindical Unificado de Divinópolis contra a Reforma da Previdência, criado em fevereiro para mobilizar e chamar a atenção da população ante os devastadores efeitos que poderão atingir a todos os trabalhadores com a aprovação da Proposta da Emenda Constitucional (PEC 287/2016), nos moldes propostos pelo governo, continua se reunindo todas as segundas-feiras. O Movimento, for-mado por 14 dos maiores sindicatos com representações em Divinópolis e toda a região, acredita que somente a mo-bilização popular pode reverter a intenção do governo em aprovar uma medida extremamente danosa para a classe trabalhadora. “Não é preciso ser um especialista em Previdência, para saber que o governo quer cobrar do cidadão uma conta cuja responsabilidade é do próprio governo e da corrupção que vem saqueando os cofres públicos nos últimos anos. O tra-balhador, que já paga uma das mais altas cargas tributárias do mundo, também paga um preço muito alto pela irres-ponsabilidade política e mais uma vez o governo quer jogar mais essa para o cidadão”, afirma Alberto Gigante Quadros, diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram). “Se o tra-balhador não se mobilizar agora a reforma da Previdência será aprovada e depois não há como remediar o grande prejuízo com os cortes de direitos adquiridos”, acrescenta. Nesta quarta-feira (19/04) o relator da Reforma da Pre-vidência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), apre-sentou seu relatório, trazendo algumas mudanças sobre o texto original. Foi fixada a idade mínima de aposentadoria em 62 anos para as mulheres e em 65 anos para os ho-mens após um período de transição de 20 anos. Ou seja, o aumento seria progressivo, começando em 53 e 55 anos, respectivamente, na data da promulgação da emenda. O texto mantém em 25 anos o tempo mínimo de contri-buição para acesso aos benefícios, o que, segundo depu-tados da oposição, dificulta as aposentadorias de pessoas de mais baixa renda que costumam se aposentar por idade com os 15 anos de contribuição atuais. O benefício será igual a 70% da média de salários, o que é maior que os 51% propostos no texto original. Após 25 anos de contribuição, cada ano seria contado a mais, possibilitando a obtenção de 100% da média aos 40 anos de contribuição e não aos 49 como antes.

Para Alberto Gigante, as mudanças são tímidas e pouco vão alterar o resultado final da proposta. “As modificações no texto original são um pequeno avanço e indicam que a pressão que vem sendo exercida pela população já gerou resultados. Mas, o que mudou ainda é muito insignificante diante do tamanho do estrago para todos os trabalhadores que a proposta vai produzir. Por isso a mobilização precisa continuar, até que se chegue a um texto que não seja tão danoso para o trabalhador”, analisa.

IGREJA Na última segunda-feira, o Movimento Sindical Unificado voltou a se reunir para tratar da greve geral marcada pelas Centrais Sindicais para o próximo dia 28. A paralisação de um dia tem por objetivo protestar contra a corrupção e as reformas da Previdência e Trabalhista. Em Divinópolis, a greve geral será marcada por uma grande concentração às 15h, na Praça da Catedral, seguindo-se uma caminhada pelas principais ruas do Centro. De acordo com Alberto Gigante, os organizadores estão otimistas “pois as manifes-tações de apoio contra as reformas ganham força todos os dias, o que leva o governo a sucessivos recuos”. A grande novidade dessa semana, foi a adesão oficial da Igreja Católica de Divinópolis ao Movimento Sindical Unifi-cado. Uma representação do Movimento se reuniu com o bispo diocesano, Dom José Carlos Souza Campos, ocasião em que oficializou ao chefe da Igreja na cidade sobre as atividades do movimento e reforçou o pedido de apoio. Na ocasião Dom José Carlos reafirmou a posição contrária da Igreja às regras contidas na proposta de reformas apresen-tada pelo governo. O bispo assegurou aos sindicalistas que a Igreja de Divinópolis irá incentivar os fiéis a participarem da manifes-tação do dia 28, por entender que o povo deve opinar sobre assuntos políticos que retiram direitos sociais adquiridos.

Page 2: Igreja Católica em Divinópolis garante apoio a Movimento ... · ponsabilidade política e mais uma vez o governo quer jogar ... será aprovada e depois não há como remediar o

Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste

O que muda na CLT com a Reforma Trabalhista O governo ganhou uma queda de braços nesta quarta-feira (19) na Câmara dos Deputados, ao conseguir aprovar o pedido de urgência para votação da reforma trabalhista. Na terça-feira (19/04), o pe-dido havia sido derrotado pelo plenário. A base governista venceu a oposição e conseguiu 287 votos favoráveis à aprovação do regime de urgência para a votação do Projeto de Lei 6.787/16, que trata da reforma trabalhista. Os contrários à urgência do projeto somaram 144 votos. A proposta revoga 18 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Entre os pontos que poderão ser negociados, estão, além do parcelamento de férias em até três vezes no ano, a jornada de trabalho, a redução de salário e a constituição de banco de horas. Por outro lado, as empresas não poderão discutir, por exemplo, o Fundo de Garantia, o salário mínimo, o 13º salário e as férias proporcionais.

CONTRATO TEMPORÁRIOComo é hoje: O empregador, em caso de necessidade especial, pode firmar contratos temporários de, no máxi-mo, 90 dias.A proposta: O trabalho temporário poderá ser mais lon-go. O prazo do contrato aumenta para 180 dias, prorro-gáveis por mais 90.

JORNADA PARCIALComo é hoje: É de até 25 horas semanais. Uma loja com maior movimento na sexta, sábado e domingo pode contratar empregados para atuar sempre nesses dias, até o limite de 25 horas.A proposta: A jornada do contrato parcial fica mais longa. O texto prevê que seja de até 30 horas, mas sem possi-bilidade de horas extras. Somente os contratos de até 26 horas semanais podem prever horas extras.

JORNADA INTINERANTEComo é hoje: Não existe previsão desse tipo de contrato, com o trabalhador atuando por apenas alguns dias ou horas pré-determinadas.A proposta: Torna possível o contrato que permite ao trabalhador cumprir jornada em apenas alguns dias da semana, ou algumas horas por dia, pré-determinadas com o empregador. A empresa terá que avisar o traba-lhador que precisará dos seus serviços com cinco dias de antecedência. Deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabeleci-mento que exerçam a mesma função em contrato inter-mitente ou não.TELETRABALHOComo é hoje: Não existe em lei, mas a Justiça trata há

algum tempo dessa modalidade. Basicamente, a jurispru-dência tem dito quando determinada quantidade horas de trabalho deve ou não ser remunerada. Empresas já usam aplicativos em smartphones para fazer a marcação de horário de trabalho fora das dependências da empresa.A proposta: Essa modalidade deverá constar do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja acordo entre as partes. Poderá ser alterado o regime para o presencial por determinação do emprega-dor, mas com prazo de transição mínimo de 15 dias.

GESTANTESComo é hoje: A gestante não pode trabalhar em am-biente considerado insalubre. Esse tipo de local é de-terminado pelo Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) de cada empresa. Já é situação resolvida, geralmente, nas convenções de trabalho entre empregador e sindicatos.A proposta: Poderá atuar nesses setores com a apre-sentação de um atestado médico comprovando que o ambiente não oferece risco à gestante ou lactante. Quan-do for impossível a prestação do serviço no ambiente, a empregada será redirecionada para um ambiente salubre.

FÉRIASComo é hoje: As férias só podem ser divididas em duas vezes, e um dos períodos não pode ser menor do que dez dias corridos. Na prática, significa dois períodos de 15 dias ou um de 10 e outro de 20 dias. Quem tem mais de 50 anos é obrigado a tirar os 30 dias de uma vez só.A proposta: As férias poderão ser em até três períodos, sendo que um deles não pode ser inferior a 14 dias cor-ridos. Os demais períodos não podem ter menos de 5

VEJA OS DEZ PONTOS PRINCIPAIS DA REFORMA TRABALHISTA

Page 3: Igreja Católica em Divinópolis garante apoio a Movimento ... · ponsabilidade política e mais uma vez o governo quer jogar ... será aprovada e depois não há como remediar o

Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste

CNBB, OAB e Cofecon se manifestam contra a Reforma da Previdência A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Federal de Economia (Cofecon) ma-nifestaram-se nesta quarta-feira (19/04) contra a refor-ma da Previdência. Em nota, as três entidades disseram que é necessário que a sociedade brasileira esteja atenta às “ameaças de retrocessos”. “A PEC 287 [Proposta de Emenda à Constituição] vai na direção oposta à necessária retomada do crescimento econômico e da geração de empregos, na medida em que agrava a desigualdade social e provoca forte im-pacto negativo nas economias dos milhares de pequenos municípios do Brasil”, diz a nota. “A ampla mobilização contra a retirada de direitos, arduamente conquistados, perceptível nas últimas manifestações, tem forçado o go-verno a adotar mudanças. Possíveis ajustes necessitam de debate com a sociedade para eliminar o caráter redu-cionista de direitos.”

SEM PRESSA Para as entidades, nenhuma reforma que afete direitos básicos da população pode ser formulada sem a devida discussão com o conjunto da sociedade e suas organi-zações. “A reforma da Previdência não pode ser apro-vada apressadamente, nem pode colocar os interesses do mercado financeiro e as razões de ordem econômica acima das necessidades da população. Os valores ético-sociais e solidários são imprescindíveis na busca de so-lução para a Previdência”, dizem as entidades. Para a CNBB, a OAB e a Cofecon, as mudanças nas regras da seguridade social têm de garantir a pro-teção aos vulneráveis, idosos, titulares do Benefício de

Prestação Continuada (BPC), enfermos, acidentados, trabalhadores de baixa renda e trabalhadores rurais. “As mulheres merecem atenção especial, particularmente na proteção à maternidade.” As entidades pedem ainda uma auditoria na Previ-dência Social que justifique a reforma proposta. “Sem números seguros e sem a compreensão clara da gestão da Previdência, torna-se impossível uma discussão ob-jetiva e honesta, motivo pelo qual urge uma auditoria na Previdência Social. Não é correto, para justificar a pro-posta, comparar a situação do Brasil com a dos países ricos, pois existem diferenças profundas em termos de expectativa de vida, níveis de formalização do mercado de trabalho, de escolaridade e de salários. No Brasil, 2/3 dos aposentados e pensionistas recebem o benefício mínimo, ou seja, um salário mínimo, e 52% não conse-guem completar 25 anos de contribuição”, argumentam as entidades.Fonte: Agência Brasil

dias corridos cada. O texto revoga o artigo da CLT que proíbe que trabalhadores com mais de 50 anos parcelem as férias.

ACORDO SOBRE O LEGISLADOComo é hoje: A Justiça do Trabalho costuma não enten-der como válidos acordos tenham força de lei. Decisões do STF, entretanto, já deram força de lei a tais acordos.A proposta: O texto permite que o acordado entre sin-dicatos e empresas tenha força de lei para uma lista de itens. Entre eles, estão jornada, redução de salário, parcelamento de férias e banco de horas. Não entram direitos essenciais, como ao salário mínimo, ao FGTS, às férias proporcionais e ao 13º salário.TERCEIRIZADOSComo é hoje: A lei permite, mas não obriga o mesmo

atendimento médico e ambulatorial ao terceirizado.A proposta: Fica garantido ao terceirizado que trabalha nas dependências da empresa contratante o mesmo tipo de atendimento médico e ambulatorial destinado aos de-mais.

HORAS IN INTINEREComo é hoje: Se a empresa busca o empregado em casa, é obrigada a pagar o tempo de deslocamento como horas extras. Esse tempo de deslocamento é chamado de hora in itinere.A proposta: Nessa situação, esse tempo de desloca-mento entre a residência e a empresa não integra a jornada de trabalho, não necessitando ser remunerada.Fonte: Jusbrasil

Page 4: Igreja Católica em Divinópolis garante apoio a Movimento ... · ponsabilidade política e mais uma vez o governo quer jogar ... será aprovada e depois não há como remediar o

Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste | Sintram | Avenida Getúlio Vargas, 21, Centro Divinópolis/MG - CEP 35500-024 | (37) 3216-8484 | www.sintramdiv.org | facebook.com/SintramCentroOeste

Frentas, que congrega mais de 40 mil membros das duas carreiras, divulga nota pública As entidades da Frente Associativa da Magistratura e do Ministé-rio Público (FRENTAS), da qual faz parte a Anamatra, em um total de mais de 40 mil juízes e membros do Ministério Público, divulgaram nesta quarta (19/4) nota pública alertando para os prejuízos do substitutivo apresentado pelo deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) no Projeto de Lei nº 6787/2016, que dispõe sobre a reforma trabalhista Para as associações, trata-se do maior projeto de retirada de direitos trabalhistas já discutido no Congresso Nacio-nal desde o advento da CLT. Entre os pontos elencados pelas entidades da nota estão a supressão de direitos ma-teriais e processuais na análise da responsabilidade acidentária, a criação de novas formas de contratos de trabalho precários, a presunções de que o trabalhador age de forma ilícita e censurável na relação processual, entre outros. Nota completa no site: www.anamatra.org.br/ | Fonte: Anamatra

Salário mínimo de R$ 979,00, déficit público de R$ 131 bilhões e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de quase 2,5%. É o que prevê o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2018 (LDO - PLN 1/17), que começou a tramitar no Congresso Nacional na semana passada. Um dos pontos da LDO que mais interessa ao traba-lhador é o salário mínimo, que deve subir dos atuais R$ 937 para R$ 979, conforme prevê a proposta. O aumento será de apenas R$ 42, ou 4,48%, enquanto a previsão do Banco Central é de uma inflação acumulada em 2017 em torno de 4,2%. Com a queda do PIB, argumenta o governo, não há condições de um aumento maior. Se-gundo o governo, o mínimo deve chegar a R$ 1.029,00, em 2019, e a R$ 1.103,00, no ano seguinte. O documento serve como orientação para a elaboração do Orçamento da União do ano que vem. Na LDO, o governo aponta as metas e as prioridades da adminis-tração pública federal, a estrutura e a organização dos orçamentos e as disposições relativas às despesas com pessoal e encargos sociais de servidores, empregados e dependentes. A proposta da LDO, informa o governo, é resultado da participação dos órgãos setoriais de planejamento e orçamento dos três Poderes. Também participaram da elaboração do documento representantes do Ministério Público da União, da Defensoria Pública da União e dos diversos órgãos técnicos envolvidos no processo de ela-boração e execução orçamentária. A LDO projeta um déficit primário de R$ 131 bilhões para 2018 – pouco menor que o deste ano, que é de R$ 139 bilhões. O valor é equivalente a 1,8% do PIB. Para os anos de 2019 e 2020, as metas indicadas de resultado primário do setor público são de déficit de R$ 64 bilhões e superávit R$ 23 bilhões, respectivamente. Para 2017, a

estimativa oficial é de crescimento real do PIB de 0,5%. O ritmo deve acelerar na última metade do ano e entrar em 2018 em trajetória positiva, apontando crescimento real de 2,49% para o ano, conforme a otimista previsão oficial. O governo garante que a inflação está sob controle, embora o consumidor continue pagando preços absurdos por produtos básicos, como o tomate, por exemplo, que em Divinópolis tem o preço variando entre R$ 6 e R$ 9. O governo diz que 2016 foi marcado pelo cumprimento da meta de inflação – o número oficial do Índice de Pre-ços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 6,29%, pouco abaixo do teto da meta, que era de 6,5%. Neste ano, prevê-se uma forte queda da inflação medida pelo IPCA, que deve ficar em 4,2%. Para o período de 2018 a 2020, o governo projeta inflação de 4,5%, o centro da meta.

CÂMBIO FLUTUANTE O regime de câmbio flutuante também segue mantido. Segundo o governo, isso garante o equilíbrio externo e, somado à elevada quantidade de reservas internacionais, permite que a economia se ajuste de maneira mais suave às condições externas. O governo prevê um cenário com o dólar a R$ 3,30 para o fim de 2017 e R$ 3,40 ao fim de 2018. Para o fim de 2019, o valor projetado do dólar será de R$ 3,50, alcançando R$ 3,60 em dezembro de 2020. O projeto da LDO de 2018 é o primeiro a ser elaborado depois da emenda constitucional (EC 95/16) que esta-belece um teto para os gastos públicos nos próximos 20 anos. Assim, o aumento da despesa deve observar os limites máximos definidos com base no montante pago em 2016 e corrigido pelo IPCA.

Reforma trabalhista: Associações de juízes e membros do Ministério Público criticam substitutivo apresentado no PL nº 6787/16

Salário mínimo vai a R$ 979 em 2018 e aumento deve ficar abaixo de 4,5%