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\ EXCELENTÍSSIMO SENHi SILVÂNIA-GO Referência: Atena n. 20160012 ^^ÍeP^?§Í9Ee?4SI^iG6ie74Ge8) JUIZ ; 1 DISTRIBUIÇÃO^ NORMAL DATA^ 29/03/2016 - 10=32 PROTOCOLO^ 29/03/2016 - 10 32 NATUREZA CIVIL PUBLICA REQUERENTE ADY. REQTE REQUERIDO VALOR DA CAUSA : GUIA : 0 MINISTÉRIO PUBLICO ESTADO DE GOIÁS - SR. DR. PROC SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO 519.882.00 QT DOC 20 O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, por meio de seu Promotor de Justiça, infra-assinado, no uso de suas atribuições legais, com atuação especial na área da Saúde Pública e da Saúde do Consumidor, com fundamento e legitimado pelos arts. Io-, inciso III, 3* 5^ caput e§§l°-e 2o-, 6o-, 37 caput, 127 caput, 129, incisos II e III e 196/198 da Constituição Federal; arts. 1Q, caput e 25, inciso IV, alínea "a", da Lei Federal nQ 8.625/93 [Lei Orgânica Nacional do Ministério Público); arts. 2Q, § P, 4^ caput, Io-, incisos I, II, IV e XII da Lei n^ 8.080/90; art. 22 da Lei n^ 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor); arts. Io-, inciso IV, caput, 11, 12, 18 e 21, da Lei Federal n.Q 7.347/85(Lei da Ação Civil Pública); arts. 81, parágrafo único, incisos I, II e III, 82, inciso I, 84, caput e§§30-e4°e 87 da Lei Federal n* 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), vem perante Vossa Excelência propor AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DETUTELA ANTECIPADA EM DESFAVOR DE: 1- ESTADO DE GOIÁS - representado pelo Exmo. Sr. Dr. Procurador-Geral do Estado, podendo ser citado na Praça Pedro Ludovico Teixeira, n. 26, Centro, Goiânia-GO;

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EXCELENTÍSSIMO SENHi

SILVÂNIA-GO

Referência: Atena n. 20160012

^^ÍeP^?§Í9Ee?4SI^iG6ie74Ge8)JUIZ ; 1 DISTRIBUIÇÃO^ NORMAL

DATA^ 29/03/2016 - 10=32

PROTOCOLO^ 29/03/2016 - 10 32NATUREZA • CIVIL PUBLICA

REQUERENTE

ADY. REQTE

REQUERIDO

VALOR DA CAUSA :GUIA : 0

MINISTÉRIO PUBLICO

ESTADO DE GOIÁS - SR. DR. PROCSECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO

519.882.00 QT DOC 20

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, por meio de seu

Promotor de Justiça, infra-assinado, no uso de suas atribuições legais, com atuaçãoespecial na área da Saúde Pública e da Saúde do Consumidor, com fundamento elegitimado pelos arts. Io-, inciso III, 3* 5^ caput e§§l°-e 2o-, 6o-, 37 caput, 127 caput, 129,incisos II e III e 196/198 da Constituição Federal; arts. 1Q, caput e 25, inciso IV, alínea"a", da Lei Federal nQ 8.625/93 [Lei Orgânica Nacional do Ministério Público); arts. 2Q, §P, 4^ caput, Io-, incisos I, II, IV e XII da Lei n^ 8.080/90; art. 22 da Lei n^ 8.078/90(Código de Defesa do Consumidor); arts. Io-, inciso IV, S° caput, 11, 12, 18 e21, da LeiFederal n.Q 7.347/85(Lei da Ação Civil Pública); arts. 81, parágrafo único, incisos I, II eIII, 82, inciso I, 84, caput e§§30-e4°e 87 da Lei Federal n* 8.078/90 (Código de Defesado Consumidor), vem perante Vossa Excelência propor AÇÃO CIVIL PÚBLICA COMPEDIDO DETUTELA ANTECIPADA EM DESFAVOR DE:

1 - ESTADO DE GOIÁS - representado pelo Exmo. Sr. Dr.

Procurador-Geral do Estado, podendo ser citado na Praça Pedro

Ludovico Teixeira, n. 26, Centro, Goiânia-GO;

I. DOS FATOS:

\Promotoria de Justiça de Silvânia

Avenida Dom Bosco, Qd.13, Lt 11/23, ParkResidencial Anchieta, Silvânia-GO,CEP 75180-000

Fone/Fax: (062) 3332-1676e-mail: [email protected]

2 - SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE GOIÁS - representada

pelo Sr. Secretário Dr. Leonardo Vilela, podendo serencontrado naRua SCI n° 299, Parque Santa Cruz, Goiânia-GO. CEP: 74860-270, pelas

razões de fato e de Direito que se seguem.

O MUNICÍPIO DE SILVÂNIA possui população aproximada de 20.233

(vinte mil duzentas e trinta e três) pessoas, conforme senso do IBGE1. E, paraatendimento à saúde da citada população conta com oHospital Municipal Nosso Senhor

do Bonfim e em 08 (oito) Unidades Básicas de Saúde.

Para prestação do serviço de saúde pública, decorrente de preceito

constitucional, albergado no artigo 198 da Constituição Federal (alterado pela EmendaConstitucional nQ. 29), devem os entes públicos aplicar os seguintes valores2: i.uniãO: osgastos da União devem ser iguais ao do ano anterior, corrigidos pela variação nominal do Produto InternoBruto (PIB); 2. ESTADOS: devem garantir 12% [doze por cento) de suas receitas para ofinanciamento àsaúde; 3.MUNICÍPIOS: devem aplicar, no mínimo, 15% (quinze por cento) de suas receitas.

Contudo, o Estado de Goiás vem descumprindo o preceito normativo

constitucional, estado em mora ao não efetivar o repasse ao Município de Silvânia,

conforme se percebe nas informações prestadas pela secretaria municipal de saúde do

Município de Silvânia. Veja-se:

1http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=150680.2http://bvsms.saude.gov.br/bvs/sus/perguntas respostas.php.

///I\Promotoria de Justiça de Silvânia

Avenida Dom Bosco, Qd. 13, Lt 11/23, ParkResidencial Anchieta, Silvânia-GO,CEP 75180-000Fone/Fax: (062) 3332-1676e-mail: [email protected]

Ministério Públicodo Estado de Goiás

SilvâniaOOVtRNO MUNICIPAL CE SILV^NiASECRETARIA DE SAÚDE

Utkiort'OIQ4-20l6Silvânia. 17 marcode 2016 de 2016.

I \m. SiCarlos Luw WoliTde Pina•; l>SJV H i.l de Ju*'13 -t S K •'! • .- . .. . .-.. ric-... «

Fm resposta ao oficio n" 126 2U16 de dia 02 de março de 2016. informo que inu repasse dos recursos do B-.ado de Goiás ao município de Rifcania«GO, «informe.iKnMi v relatório cm anexo:

- Farmácia Básica e Insumt» de Dialxrto - Oluiot do («pOM» mental i -- R$-Em amno 7parceles de 2014: 3parcelas de 2015 c2paicelas de 20! !>12 parecia» cm atraso no »aii« total tis RS 57.5T6.lMlSaüdc da Família - ovalor da repasse mensal é de RS 34.161.05. s

Fjnaieuw. ; parcelas de 201-5: •parcelas de 2015 e 2parcelas de 20161U parcelas emaira*o no xaloi lotai de RS .U1.611.IWISAMl • ;i\ aiurdo repasse r.icr.salc de RS6.562.50.

£«r arraso: 8parcelas de 201-!: Jpapcelas de 2U15 c 2portelas de 20! 6I'- parcelas era atraso no*alei total de RS S5.3i3,0ú

Saúde Mental- o valor dorepasse mensalé deRS7.076.25.

üm atraso: 3 parcelas de 21) 15 c 2 parcelas ás 201 b

• parcela» ematraso nc valor ratai RS35J82.00

Sendo sueo total gs-ral de repasse err. ütraso e de RS 519.SS2.1K)

Atenciosamente.

*Karcm de Carvalho Freitas Silva

SecretáriaMunicipal da Sa::de

,'xisic atraso

detalhado

798.00.

Desta feita, resta evidenciado que aomissão do Estado de Goiás implica

em prejuízo ao usuário, eis que afalta do cumprimento do repasse constitucional induz

Ê\

u

///I\Ministério Públicodo Estado de Goiás

Promotoria de Justiça de Silvânia

Avenida Dom Bosco, Qd. 13, Lt 11/23, ParkResidencial Anchieta, Silvânia-GO,

CEP 75180-000

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em comprometimento da prestação do serviço público, embaraçando e prejudicando opagamento fornecedores, servidores, medicamentos, alimentos, insumos etc.

Para que possa oente municipal honrar com os pagamentos avençados

e despesas da área da saúde, necessita que o Estado de Goiás repasse em dia opagamento dos valores na forma determinada pela Constituição Federal.

Observa-se, ainda, que a preocupação exposta pelo município de

Silvânia em relação ao colapso no sistema de saúde pública da cidade, caso o Estado deGoiás não regularize as transferências dos recursos financeiros devidos ao Município, oque pode ser comprovado naleitura dos documentos anexados.

Pela análise do ofício enviado pela secretaria de saúde a esta

promotoria, existem 12 parcelas em atraso no que se refere ao repasse de verbas dafarmácia básica e insumos para diabetes, totalizando R$ 57.576,00 (cinqüenta e sete

mil quinhentos e setenta e seis reais); 10 parcelas em atraso no tocante ao repasse

de valores da saúde da família, totalizando R$ 341.611,00 (trezentos e quarenta e

um mil seiscentos e onze reais); 13 parcelas em atraso em relação ao repasse

mensal ao SAMU, totalizando R$ 85.313,00 (oitenta e cinco mil trezentos e treze

reais); e 5 parcelas em atraso referente aos valores repassados à saúde mental,totalizando R$ 35.382,000 (trinta e cinco mil trezentos e oitenta e dois reais).

II - DO SUPERÁVIT DO ESTADO DE GOIÁS ANUNCIADO PELO GOVERNADOR:

Forçoso relembrar que o débito do Estado de Goiás não se apresenta

como justificável considerando que o Governador do Estado, pela imprensa, informou o

crescimento do Estado em percentuais que impressionam os mais otimistas.

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E, para reforçar mais aassertiva acerca do crescimento aSecretaria daFazenda de Estado divulgou recentemente:

Arrecadação tributária cresce 5,3o/0 25 de janeiro de 2016. Aarrecadação deICMS, 1PVA e ITCD cresceu 5,3% em 2015, quando comparada com o anoanterior, e totalizou R$ 15,4 bilhões. Em 2014, o valor desses três impostosficou em R$ 14,6 bilhões - uma diferença superior a R$ 800 milhões. Aavaliação éque oresultado éreflexo sobretudo da intensificação das operaçõesde fiscalização. Ao fazer um balanço dos últimos 12 meses, a secretária daFazenda, Ana Carla Abrão Costa, destacou que os esforços para a obtenção deresultados positivos, aliados à economia do governo - que chegou a R$ 3bilhões - evitou que oEstado atravessasse amaior crise econômica dos últimostempos, mantendo a folha do funcionalismo público em dia e sem qualquerinterrupção na prestação dos serviços essenciais à população. Oresultado deGoiás também vai na contramão do que ocorre com alguns governos estaduaise, inclusive, com ogoverno federal que informou na última quinta-feira (21/1)o registro de queda nominal de 5,6% da arrecadação em 2015 em relação aoano anterior. Crescimento: Numa comparação entre os anos de 2014 e 2015, oICMS totalizou R$ 13,7 bilhões - aumento de cerca de R$ 500 milhões. Já IPVA eITCD somaram R$ 1bilhão eR$ 300 milhões, respectivamente -alta de mais R$100 milhões para cada tributo, no período. OICMS continua sendo oprincipalcomponente da receita estadual, correspondendo a 59,7% do total. IPVAcorresponde a 4,79% e ITCD a 1,36%. Orestante da receita do Estado éproveniente de transferências intergovernamentais, taxas e outros tributos.(Comunicação Setorial(Sefazhttp://aplicacao.sefaz.go.gov.br/index.php/post/ver/207919/arrecadac

ao-tributaria-cresce-53).

Além disso, o Governo Executivo Estadual continua empenhandodespesas para pagamento de "propaganda institucional", como se nós goianosvivêssemos em um mundo de Alice.

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Nesse sentir, apresenta-se questionável a razão do não repasse

constitucional pelo Estado de Goiás ao Município de Silvânia, pois ao não fazê-losubmete a população a degradante situação de não ter a prestação de um serviço

essencial.

De mais a mais, não se está a tratar de dois (02) meses de

inadimplência, mas sim de anos, a partir de maio de 2014, repassando apenas partedos valores no ano de 2015 e agravando-se no ano de 2016, no qual nenhum valor foi

repassado no corrente ano, em que as cifras financeiras tornaram-se atrasadas emgrande proporção, segundo se percebe nos espelhos do débito da Superintendência deGestão, Planejamento e Finanças, anexados.

Imperioso ressaltar que não se está tratando de informações genéricas,

mas dados obtidos junto ao Município de Silvânia, via Secretaria Municipal de Saúde,calcados emlevantamentos realizados pelasecretária municipal de saúde.

Reafirme-se, a dívida atual corresponde à cifra total de R$ 519.882,00

(quinhentos e dezenove miloitocentos e oitenta e dois reais).

Enesse universo de omissão, potencialmente se atinge o cidadão que

necessita do serviço público, pois certo, não havendo recurso financeiro, inviabilizada

fica sua prestação.

Imperioso ressaltar, que todas as tentativas já foram realizadas pelamunicipalidade no objetivo de receber o recurso financeiro sonegado pelo Estado de

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Goiás, ate mesmo com o apoio do centro operacional da saúde do Ministério Público

(CAO Saúde - MPGO], entretanto, todassem resultado efetivo.

Não se exige maiores digressões a entender o caos a se instalar

brevemente, quando os fornecedores de medicamentos/insumos, alimentos e materiais

descartáveis interromperem o fornecimento, considerando que esse será o resultado

lógico, uma vez que o não recebimento pelo serviço contratado e prestado, de forma

reiterada, via de conseqüência, seráobstruir a sua prestação. Ea mesma sorte, ou a falta

dela, alcançará os profissionais da área da saúde pública, pois a ausência do recurso

financeiro, de igual forma, implicará em atrasos salariais dos servidores públicos e, por

resultado, certamente greves.

E aqui não se está fazendo suposições, mas sim retratando as

implicações que em curto espaço ocorrerão, caso não aconteça determinação judicial nosentido de compelir ao requerido que regularize os repasses financeiros da saúde

pública ao Município de Silvânia e de igual forma mantenha a continuidade dos

repasses.

III. DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO DEMANDADO:

O Estado de Goiás é legitimado passivo da presente ação civil pública

por ser pessoa jurídica de direito público interno (art. 14, II, do CC) e, com isso, possui

capacidade jurídica e processual para estar em Juízo em lides que envolvam interesse de

qualquer dos Poderes locais, sendo representado processualmente pelo Governador do

Estado ou por Procurador-Geral do Estado.(CPC, art. 12, II).

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Eainda, por ser o responsável em efetuar repasse de verba públicadestinada a saúde pública, decorrente de mandamento constitucional e legislação

correlata.

IV. DO DIREITO:

Os fundamentos básicos do direito à saúde no Brasil estão elencados

nos artigos 196 a 200 da Constituição Federal. Especificamente o art. 196 dispõe oseguinte: Art 196. Asaúde édireito de todos edever do Estado, garantido mediante políticas sociais eeconômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal eigualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção erecuperação.

Odireito à saúde, tal como assegurado na Constituição da República de

1988, configura direito fundamental de segunda geração. Nesta geração estão osdireitos sociais, culturais e econômicos, que se caracterizam por exigirem prestaçõespositivas do Estado. Não se trata mais, como nos direitos de primeira geração, de apenasimpedir aintervenção do Estado em desfavor das liberdades individuais.

Como destaca Celso de Mello: (...) enquanto os direitos de primeira geração

(direitos civis epolíticos) - que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais - realçam oprincípio da liberdade eos direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais eculturais) -que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas - acentuam o princípio daigualdade, os direitos de terceira geração, que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídosgenericamente a todas as formações sociais, consagram oprincípio da solidariedade e constituem ummomento importante no processo de desenvolvimento, expansão e reconhecimento dos direitoshumanos, caracterizados, enquanto valores fundamentais indisponíveis, pela nota de uma essencialinexauribilidade' (STF - Pleno - MS n° 22164/SP - rei. Min. Celso de Mello, Diário da Justiça, Seção I, 17-11-1995, p. 39.206) (grifo nosso).

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Destarte, os direitos de segunda geração conferem ao indivíduo o

direito de exigir do Estado prestações sociais nos campos da saúde, alimentação,educação, habitação, trabalho, etc. Cumpre-nos ressaltar, outrossim, que baliza nossoordenamento jurídico oprincípio da dignidade da pessoa humana, insculpido no art. Io,inciso III, da Constituição Federal, e que se apresenta como fundamento da RepúblicaFederativa do Brasil.

Visando a concretizar o mandamento constitucional, o legislador

estabeleceu preceitos que tutelam egarantem odireito àsaúde. ALei n^ 8.080, de 19 desetembro de 1990, estabelece, em seu art. 2o-, que asaúde é um direito fundamental doser humano, devendo oPoder Público prover as condições indispensáveis ao seu plenoexercício, assegurando acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua

promoção, proteção e recuperação.

Dispõe, então, a Lei nQ 8.080/90, que aatuação do Estado no que tangeàSaúde será prestada através do Sistema Único de Saúde - SUS: Art. 4°. Oconjunto de açõeseserviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, daadministração direta eindireta edas funções mantidas pelo Poder Público, constitui oSistema Único deSaúde - SUS. (grifo nosso).

Oartigo T da citada lei estabelece que as ações eserviços públicos queintegram oSistema Único de Saúde serão desenvolvidos de acordo com as diretrizesprevistas no artigo 198 da CF, obedecendo, ainda, aos seguintes princípios:

Art. 7o. (...) I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os

níveis de assistência;

II - integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado econtínuo de serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidospara cada casoem todos os níveis de complexidade do sistema;

///INMinistério PúWicodo Estado de Goiás

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III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade físicae moral;IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios dequalquer espécie;

C-)XI - conjugação de recursos financeiros, tecnológicos, materiais ehumanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, naprestação de serviços de assistência à saúde da população; (...) (grifonosso)

Verifica-se, destarte, que a própria norma disciplinadora do Sistema

Único de Saúde elenca como princípio a integralidade da assistência, definindo-a como

um conjunto articulado e contínuo de serviços preventivos e curativos, individuais e

coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema. E,além disso, prevê a conjugação de recursos financeiros, de forma que são estabelecidasresponsabilidades financeiras para cada ente, de acordo com as medidas e ações a

serem implementadas.

No caso em apreço, a execução imediata no tocante a financiamento,

aquisição, planejamento e armazenamento dos medicamentos da Farmácia Básica éobrigação atribuída aos municípios, enquanto que o repasse de verbas para execução

dessa ação específica caberia não apenas à União, como também aos Estados.

Na presente lide, motivada pela conduta omissiva do Estado de Goiás

em não realizar os repasses financeiros supracitados, observa-se que referida omissão

contribui para desarticular ainda mais os serviços de atenção primária, ao mesmo

tempo em que prejudica os demais níveis assistenciais (de média ealta complexidade].

4.1. DO FINANCIAMENTO TRIPARTITE DAS AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE -

RESPONSABILIDADE DOS ESTADOS EM REPASSAR RECURSOS À EXECUÇÃO DAS

POLÍTICAS DE ATENÇÃO EDE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA BÁSICAS: )

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A concretização do SUS, consoante o disposto na Constituição daRepública, éde responsabilidade dos três entes da federação. ALei Maior estatui que oSUS perfaz um sistema único, estabelecendo um sistema de cooperação entre os entesfederados, especialmente no que concerne ao financiamento das ações e serviçospúblicos de saúde, estabelecendo que tal financiamento deve ser tripartite, ou seja, comrecursos do orçamento da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios.

Em cumprimento à responsabilidade comum e solidária de prover

saúde por parte do Estado Brasileiro - artigo 23, inciso II, da CF -,otexto constitucionaldeterminou orepasse obrigatório de percentuais mínimos do produto da arrecadaçãopelos entes federados maiores (União e Estados] aos entes menores (Estados/DistritoFederal/Municípios), para custeio einvestimentos nas ações enos serviços de saúde.

Com o escopo de assegurar a descentralização do SUS, torna-se

necessária a transferência de recursos federais em blocos de financiamento aos Estados

e Municípios e de recursos estaduais aos municípios também, uma vez que o

financiamento do SUS possui, como fonte conjunta, recursos dos orçamentos dos três

entes federados.

Essa característica do SUS - gestão descentralizada dos serviços para

Estados e Municípios e com boa parte dos recursos que lhes são destinados sendo

arrecadados pelo governo federal - fez com que a questão dos mecanismos e critériosde transferência de recursos da União para Estados e Municípios, assim como dos

Estados para estes últimos, se tornasse muito relevante e motivo de preocupação dos

gestores públicos do setor sanitário.X-

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Desta feita, as Leis n°- 8.080, de 19 de setembro de 1990, e8.142, de 28de dezembro de 1990, assim como outras normas sanitárias infralegais, apresentam

diversos dispositivos dedicados a regulamentar o fluxo de repasses financeirosintergovernamentais, como veremos a seguir.

Na Lei Orgânica da Saúde, o artigo 17 preconiza o seguinte: Art 17. Àdireção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete: (...) III -prestar apoio técnico efinanceiro aosMunicípios e executar supletivamente ações e serviços de saúde; (...)

A Lei nQ 8.142, de 28 de dezembro de 1990, seguindo as diretrizes

constitucionais, regulamentou a transferência de recursos financeiros federais

especificamente destinados à saúde, nos seguintes termos:

Art. 2S Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como:(...)IV - cobertura das ações e serviços públicos de saúde a seremimplementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.Parágrafo único: Os recursos referidos no inciso IV deste artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencialambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.Art 3S Os recursos referidos no inciso IV do art 29 desta lei serãorepassados de forma regular e automática para os Municípios, Estados eDistrito Federal, de acordo com os critérios previstos no art 35 da Lei n.8.080, de 19 de setembro de 1990.

(...)Art. 4S Para receberem os recursos, de que trata o art 39 desta lei, osMunicípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com:I - Fundo de Saúde;II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n.99.438, de 7 de agosto de 1990;III - plano de saúde;IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4Q do art 33da

Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990;V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;(...)Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, oupelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo, implicará emque os recursos concernentes sejam administrados, respectivamente, pelosEstados ou pela União, (grifo nosso)

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Regulamentando acitada Lei, tivemos aedição do Decreto Presidencial n*1.232/1994, que assim dispõe:

Art 2o- Atransferência de que trata oart. Io- fica condicionada à existência defundo de saúde eà apresentação de plano de saúde, aprovado pelo respectivoConselho de Saúde, do qual conste a contrapartida de recursos no Orçamentodo Estado, do Distrito Federal ou do Município.§1°- Os planos municipais de saúde serão consolidados na esfera regional eestadual e a transferência de recursos pelo Fundo Nacional de Saúde dosMunicípios fica condicionada àindicação, pelas Comissões Bipartites da relaçãode Municípios que, além de cumprirem as exigências legais, participam dosprojetos de regionalização e hierarquização aprovados naquelas comissões,assim como à compatibilização das necessidades da política de saúde com adisponibilidade de recursos.§2S Oplano de saúde discriminará o percentual destinado pelo Estado epelo Município, nos respectivos orçamentos, para financiamento de suasatividades e programas, (grifo nosso)

A Lei Complementar Federal n5 141/2012 também disciplinou o

assunto ao tratar, na Seção IV, da Movimentação dos Recursos dos Estados:

Art 19. O rateio dos recursos dos Estados transferidos aos Municípios paraações e serviços públicos de saúde será realizado segundo o critério denecessidades de saúde da população e levará em consideração as dimensõesepidemiológica, demográfica, socioeconômica e espacial e a capacidade deoferta de ações e de serviços de saúde, observada a necessidade de reduzir asdesigualdades regionais, nos termos do inciso II do § 3Q do art 198 daConstituição Federal.§le. Os Planos Estaduais de Saúde deverão explicitar a metodologia dealocação dos recursos estaduais e a previsão anual de recursos aos Municípios,pactuadas pelos gestores estaduais e municipais, em comissão intergestoresbipartite, eaprovadas pelo Conselho Estadual deSaúde.

Insta consignar que, inexiste dúvida quanto à obrigação do Estado de

Goiás em adimplir os citados repasses, conforme sedepreende tanto do reconhecimento

de dívida feito pelo Secretário de Estado de Saúde, quanto pela documentação da jJlegislação que ora se faz juntada.

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V. DA NECESSIDADE DE BLOQUEIO DE RECURSO ESTADUAL

Lamentavelmente, muitas das vezes, a decisão judicial, por si só, não

garante o cumprimento da lei e a satisfação do direito. Neste aspecto, diante danecessidade de fixação de determinadas medidas para efetivação do direito tutelado, oÓrgão Ministerial reputa ser adequado o bloqueio de recurso estadual, no caso em

apreço, de conta vinculada a Secretaria de Saúde Pública do Estado, como forma de

fomentar o cumprimento do comando judicial.

Vale dizer, como é sabido e ressabido, na iminência da falência do

sistema público de saúde pública do Município de Silvânia, ante a leniência do Estado de

Goiás em cumprir suas obrigações, bem como ante a alta probabilidade do

descumprimento da decisão por parte deste, o Ministério Público entende ser essencial

o bloqueio do recurso financeiro da aludida Secretaria. Nestesentido, a jurisprudência a

admite, notadamente em questões deste jaez, assim, cito decisões que se encaixam como

uma luva ao presente caso:

"ECA. DIREITO À SAÚDE. Os entes estatais são solidariamente responsáveispelo atendimento do direito fundamental à saúde, não havendo razãopara cogitar em ilegitimidade passiva ou em obrigação exclusiva de umdeles. Nem mesmo se o remédio, substância ou tratamento postulado não seencontre na respectiva lista, ou se encontre na lista de outro ente, ou tenhacusto elevado. Em razão da proteção integral constitucionalmente asseguradaà criança e ao adolescente, a condenação dos entes estatais ao atendimento dodireito fundamental à saúde não representa ofensa aos princípios da separaçãodos poderes, do devido processo legal, da legalidade ou da reserva do possível,e não caracteriza ofensa a eventuais restrições orçamentárias. Adeterminação de bloqueio de verbas públicas para garantia doatendimento ao direito fundamental à saúde é cabível" (TJRS, Agravo deInstrumento n. 70025645581, Des. Rei. Rui Portanova, j. 04/08/2008).

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Assim, necessário se faz o bloqueio, via BACEN-JUD, das contas daSecretaria de Estado de Saúde de Goiás. Mas além disso, para se efetivar o direito asaúde pública, torna-se essencial que ojuízo autorize oMunicípio de Silvânia afazer usodo valor correspondente ao recurso da média ealta complexidade, na ordem total de R$519.882,00 fquinhentos e dezenove mil oitocentos e oitenta e dois reais!-

Impende registrar, essa é a única forma a possibilitar minimamente a

prestação do serviço de saúde. Portanto, a dívida resta evidenciada e reconhecida pelo

requerido.

VI. DA TUTELA ANTECIPADA

A concessão da tutela antecipada constitui-se em ferramenta de

extrema utilidade contra os males decorrentes do tempo de tramitação do processo,

exigindo a presença de dois requisitos essenciais: prova inequívoca do alegado e a

verossimilhança da alegação.

Sobre os requisitos ensejadores da tutela antecipada ensina Teori

Albino Zavascki:

"Atento, certamente, à gravidade do ato que opera restrição a direitosfundamentais, estabeleceu o legislador, como pressupostos genéricos,indispensáveis à qualquer das espécies de antecipação de tutela, que hajaprova inequívoca e verossimilhança da alegação. O fumus boni iuris deveráestar, portanto, especialmente qualificado: exige-se que os fatos, examinadoscom base na prova iá carreada, possam ser tidos como fatos certos. Em outraspalavras, diferentemente do que ocorre no processo cautelar (onde há juízo deplausibilidade quanto ao direito e de probabilidade quanto aos fatos alegados),a antecipação da tutela de mérito supõe a verossimilhança quanto aofundamento de direito, que decorre de írelativa") certeza quanto à verdade dos

fatos."3

ZAVASCKI, Teori Albino. Antecipação de tutela, São Paulo: Saraiva, 1997, p.75/76.

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Para a agilização da entrega da prestação jurisdicional, não subsistequalquer dúvida quanto àexistência - mais do que provável na espécie -dos direitosalegados, consoante se infere dos argumentos e dispositivos legais mencionados.Ademais, tal afirmativa parte do reconhecimento de que prova inequívoca não éaquelautilizada para oacolhimento final da pretensão, mas apenas oconjunto de dados deconvencimento capazes de, antecipadamente, através de cognição sumária, permitir averificação da probabilidade da parte requerente ver antecipados os efeitos da sentençade mérito.

Na hipótese vertente, a prova material inequívoca pode ser inferidapela notoriedade dos fatos e por meio de toda a documentação coligida em anexo eidentificada.

Por conseqüência, a verossimilhança do direito invocado acabatambém se tornando evidenciada, com forte juízo de probabilidade, ante a flagrantedesobediência do Estado de Goiás às normas constitucionais e infraconstitucionais, o

que cada vez mais vem dificultando oalcance da reparação necessária.

Opericulum in mora também está presente, permanecendo o Estadoem mora com a saúde da população de Silvânia já é causa de nefastos danos aoatendimento da saúde, envolvendo o agravamento do risco de perigo à vida humana, em

última instância.

Ademais, a liminar é necessária para coibir a convalidação da situação

ilegal pelo decurso do tempo, prejudicando a população, podendo, brevemente chegarao ponto do município ficar desmunido de pronto atendimento.

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Aantecipação de tutela é necessária para evitar colapso do serviço desaúde pública no Município de Silvânia, acarretando além da falta demedicamentos/insumos, greve de médicos/funcionários da secretaria de saúde e deinviabilizar a prestação de serviços de saúde pública local.

A natureza da demanda ora apresentada aponta, sem maiores

dificuldades, na direção da imediata tutela judicial, visando àregularização dos repassesdas verbas devidas ao Município de Silvânia, atrasadas pelo Estado do Goiás/SESGO.

Requer oMinistério Público, assim, uma vez presentes os requisitos doartigo 273, do Código de Processo Civil, sejam os efeitos da tutela antecipados,INAUDITA ALTERA PARS, para que oEstado do Goiás seja condenado na obrigação defazer, que érepassar ao Município de Silvânia os valores devidos atítulo de prestaçõesmensais, relativas àFarmácia Básica eInsumos de Diabetes eàSaúde da Família, sob assanções do artigo 11, da Lei 7.347/85, para ahipótese de descumprimento, totalizandoodébito no valor de R$ S1 QR82.00 fquinhentos edezenove mil oitocentos eoitenta

e dois reais!.

Ainda, não basta regularizar odébito acima apontado, necessário que oEstado de Goiás seja compelido amanter aregularidade dos repasses obrigatórios.

Requer oMinistério Público os efeitos da antecipação de tutela semouvir aparte contrária em razão do perigo da demora da tutela, aqual poderá ensejar aparalisação do serviço essencial.

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Vale ressaltar que não incide possibilidade do provimento

antecipatório produzir qualquer perigo de irreversibihdade; já que, aqualquer tempo, oEstado anterior à antecipação que se busca tem fáceis condições de voltar a reinar, sóque neste caso, em flagrante prejuízo dos pacientes eda missão aque se destina atutelaantecipatória.

Portanto, imprescindível apronta intervenção judicial para que opoderpúblico estadual propicie aos pacientes usuários do serviço de saúde pública, paraatendimentos às urgências eemergências, estrutura humana efísica capaz de atender àsações eserviços de saúde com resolutividade5.

Odeferimento liminar também encontra esteio nos princípios daorganização eeficiência retratados no artigo 37 da Constituição Federal.

0 Superior Tribunal de Justiça definiu:

"PROCESSUAL CIVIL.. TUTELA ANTECIPADA CONTRA A FAZENDAÃaSípLSLlDADE DO ART. 1* DA LE, N, ^^£«£antecipada pressupõe direito evidente (liquido e certo) ou direito emestedo de per clitação. Élíquido ecerto odireito quando em consonânciacom a jurisprudência predominante do ST), o guardião da legislaçãonTacoScional. 2. O^T, firmou entendimento"^ode'^efeito de reembolso dos hospitais que prestams™ ao SUS, ofa or deconversão para o REAL é o equivalente a CR$ 2.750,00 Çüois mi,setecentos e cinqüenta cruzeiros reais) e não o valor criado peloSSto da Saúde, autoridade incompetente frente a atribmçao"clusiva do Banco Central do Brasil. 3. Mercê do direito evidente oshospitais que atendem parcela ponderável da população, fazendo asvezes do SUS, necessitam do reembolso *^*£*r*££ZS= ttttS^JSX ê^o^Te

Íe^^XII -raridade de resojujjo. dos seryifiQg gm todos os níveis de assistência;

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dnTr hq F-rtndn 4 * t,,tPia antecipada contra o Estado é admissívelnnando em iog» direitos fundamentais como o de prestarsaúde a toda aroklSajta Pmterão imediata Hn direito instrumental à consecução dorfireitn-fim e dever do Estado. 5. Tutela antecipatória deferida em favorde Hospitais, que lidam com a prestação de serviços a comunidadecarente, visa a preservação do direito personalíssimo a saúde.Inaplicação do art 1*, da Lei «..« 9.494/97. ^AJaSS » antecipada e_mnrrtifvrf tanto nfig SâSOS ÚÊ nerirlitarão do direito quanto nasMráte^ *» HirPitn evidente. Élínnido ecerto odireito dos hospitais aopJrrPhimento do* valora de repasse dos montantes da conversão emimvs. fixada p»m R^nro Central Destarte, o pagamento a menorrnnfinra situar™ Hp nericulum porquanto abala a capacidade de osfer^-nJ. j atividades necessárias a efetivação doB constitucional à saúde. Direito evidente e em esfâd, depericlitação. Manutenção da tutela antecipada. 7 Fassente na doutrina

^^•cãn MSn resistiria à lógica _do razoável sustar provimento urgente

^^^^^^^ antemmr^rzr:e desprovido. (RESP 441466-RS, Recurso Especial 2002/0074681-1, STJ,;ídCtedI em 22/4/2003, D, 9/6/2003, p. 179, Rei. Min. LuizFux).

Dessa forma, presentes os requisitos necessários, requer oMinistérioPúblico seja concedida medida liminar, determinando aantecipação dos efeitos dasentença de mérito para cessar, imediatamente, as omissões dos requeridos, assimresguardando aordem jurídica eos direitos indisponíveis dos usuários do município deSilvânia.

VTÍ. DO PEDIDO

7.1. EM SEDF DF ANTECIPAÇÃO DE TUTELA:

a) Requer oMinistério Público que ojuízo determine oBLOQUEIO VIABACEN-IUD do valor de nf S1Q.BB2.00 fniiinhentos e dezenove mil

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oitocentos e oitenta e dois reais!, a ser suportado porconta bancária

da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás;

b) Que do valor bloqueado seia transferido ao Fundo Municipal deSaúde de Silvânia;

c) Que o Estado de Goiás seja compelido a manter a regularidade dosrepasses obrigatórios ao Município de Silvânia pertinente à área dasaúde pública.

7.2. DO PEDIDO FINAL;

aj Acitação do ESTADO DE GOIÁS, por meio da Procuradoria-Geral doEstado e/ou Governador do Estado de Goiás, e da SECRETARIA DESAÚDE DO ESTADO DE GOIÁS - representada pelo Sr. Secretário Dr.Leonardo Vilela, para, querendo, respondam aos termos da presente

ação, sob penade confissão e revelia;

b) Sejam ronfírmados os pedidos requeridos a título de tutelaantecipada, julgando-os procedentes, no sentido de determinar ao

ESTADO DE GOIÁS:

b.l) que seja condenado na obrigação de fazer, que é repassar aoMunicípio de Silvânia ovalor do débito que se apontar por ocasiãoda sentença condenatória, relativos farmácia básica, insumos de

diabetes, saúde da família, SAMU e saúde mental, a ser suportado porconta bancária da Secretariade Saúde do Estado de Goiás;

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c) Que o Estado de Goiás seja compelido a manter a regularidade dosrepasses obrigatórios àSecretária de Saúde do Município de Silvânia.

Protesta-se pela produção de provas testemunhais e documentais, semqualquer exceção, inclusive juntadas de documentos públicos ou privados, referidos ouexigidos, vistorias eoque mais se fizer necessário àfirme convicção julgadora.

Dá-se à causa ovalor de R$ S19.882.00 fquinhentos e dezenove mil/\

oitocentos e oitenta e dois reais! •

Silvânia-GO, 29 de marche 2016.

CARLOS iMvVOLFF DE PINAPromjôtoy de Justiça