iel e o desenvolvimento sustentÁvel: 2012-2017 · confederaÇÃo nacional da indÚstria – cni...
TRANSCRIPT
IEL E O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL: 2012-2017CINCO ANOS DE PROJETOS
INOVADORES E SUSTENTÁVEIS
BRASÍLIA2017
IEL E O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL: 2012-2017CINCO ANOS DE PROJETOS
INOVADORES E SUSTENTÁVEIS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNIRobson Braga de AndradePresidente
Diretoria de Educação e Tecnologia - DIRETRafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor de Educação e Tecnologia
Instituto Euvaldo Lodi – IELRobson Braga de AndradePresidente do Conselho Superior
IEL – Núcleo CentralPaulo Afonso FerreiraDiretor-Geral
Paulo Mól JúniorSuperintendente
IEL E O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL: 2012-2017CINCO ANOS DE PROJETOS
INOVADORES E SUSTENTÁVEIS
BRASÍLIA2017
IELInstituto Euvaldo Lodi Núcleo Central
SedeSetor Bancário NorteQuadra 1 – Bloco CEdifício Roberto Simonsen70040-903 – Brasília – DFTel.: (61) 3317-9000Fax: (61) 3317-9994http://www.portaldaindustria.com.br/iel/
I59i
Instituto Euvaldo Lodi. Núcleo Central.IEL e o desenvolvimento sustentável : 2012-2017 : cinco anos de projetos
inovadores e sustentáveis. Brasília : IEL/NC, 2017.
68 p.
1. Sustentabilidade I. Título
CDU: 502
© 2017. IEL – Instituto Euvaldo LodiQualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
IEL/NCInstituto Euvaldo Lodi – Núcleo Central
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Agenda 2030 19
Figura 2 – Diagrama do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 23
Figura 3 – Programa IEL de Estágio 30
Figura 4 – Programa de Imersões em ecossistemas de inovação 44
Figura 5 – Programa de Imersões em Ecossistemas
de Inovação – Depoimentos 45
Figura 6 – Programa Imersões em Ecossistemas de Inovação –
Anfitriões e participantes 46
Figura 7 – Guia online de Práticas Nacionais em Gestão da Inovação 49
Figura 8 – Aplicativo para Mapeamento da Maturidade
em Gestão da Inovação 50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – PQF – Ações de Interação e Promoção de Negócios
nos Estados 34
Tabela 2 – Status dos projetos do Programa de Gestão Empresarial 34
SUMÁRIOAPRESENTAÇÃO ................................................. 9
1 INTRODUÇÃO ...................................................131.1 ATUAÇÃO ..................................................................................15
1.2 OBJETIVOS DO FASCÍCULO .........................................................16
2 PRÁTICAS EMPRESARIAIS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – PAPEL DO IEL E O SEU IMPACTO SOCIOAMBIENTAL .............................................212.1 MAPA ESTRATÉGICO DA INDÚSTRIA 2013-2022 .........................21
2.2 DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA O IEL NO CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..............................................23
2.3 PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO DO IEL ...........................................28
2.4 PROGRAMAS DE INOVAÇÃO DO IEL ...........................................35
2.5 ATUAÇÃO INTERNACIONAL ........................................................53
3 CASOS DE SUCESSO ...................................... 553.1 PROGRAMA INOVA TALENTOS ....................................................55
4 PUBLICAÇÕES ................................................ 634.1 INOVA TALENTOS: RELATOS DE UMA GERAÇÃO DE INOVADORES ..............................................................63
4.2 INOVA TALENTOS: PROGRAMA RHAE TRAINEE CNPQ-IEL – CASOS DE SUCESSO .........................................................................64
4.3 METODOLOGIA IEL NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS EM GESTÃO ......................................................64
4.4 BENCHMARKING GESTORES INDUSTRIAIS ....................................65
4.5 BENCHMARKING LIDERANÇA PARA INOVAÇÃO ..........................66
REFERÊNCIAS ................................................... 69
9
APR
ESEN
TAÇÃ
OAPRESENTAÇÃODesde o lançamento do primeiro fascículo IEL e o Desenvolvimento
Sustentável, em 2012, ocorrido logo após o Encontro da Indústria
para a Sustentabilidade, promovido pela Confederação Nacional da
Indústria (CNI) durante a Conferência Rio+20, o Instituto Euvaldo
Lodi (IEL) tem aperfeiçoado suas práticas para a incorporação do
tema sustentabilidade em suas ações institucionais.
Ao longo de quase cinco décadas, o IEL desenvolve programas para
contribuir com o aumento da competitividade da indústria brasileira.
O desenvolvimento sustentável vem sendo considerado um fator
essencial para a competitividade das organizações e está cada vez
mais presente na pauta estratégica da agenda empresarial. Dessa
forma, as indústrias brasileiras estão cada vez mais conscientes da
necessidade e da importância estratégica de adotarem práticas
de gestão que contribuam com a responsabilidade socioambiental
em seus processos produtivos.
Diante desse cenário, as lideranças empresariais têm papel impres-
cindível na disseminação e na adoção de processos baseados
nos pilares que são os elementos centrais do desenvolvimento
sustentável: crescimento econômico, inclusão social e proteção
ao meio ambiente. Nesse contexto, o IEL vem fortalecendo sua
atuação em ações de capacitação empresarial, com o objetivo
de aperfeiçoar a gestão, ao promover a qualificação de gestores
para a inovação e para novas práticas empresariais demandadas
por um mercado globalizado.
O IEL está alinhado às diretrizes estabelecidas pela Organização das
Nações Unidas (ONU) desde a Agenda 21, construídas na Eco-92 e
reforçadas na Rio+10 e Rio+20, e agora atualizadas pela Agenda
2030 para Desenvolvimento Sustentável, que inclui os Obje-
tivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), lançados em 2015.
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
10
Como forma de atualizar a última publicação do IEL sobre o
assunto, o presente documento apresenta as recentes ações do
instituto, realizadas nos últimos cinco anos, que contribuíram para
o desenvolvimento sustentável da indústria, além dos desafios e
oportunidades para o IEL no caminho da sustentabilidade.
Boa leitura.
Robson Braga de Andrade
Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
1
13
INTR
OD
UÇÃ
OINTRODUÇÃOAo longo de quase cinco décadas, o IEL vem trabalhando para contri-
buir para o aumento da competitividade da indústria brasileira. Seja
pela oferta de cursos de formação de pessoas ou de serviços de
capacitação empresarial e apoio à inovação, o IEL busca responder
de forma dinâmica às demandas do setor industrial e, consequente-
mente, participar do processo de desenvolvimento do país.
Ser referência no desenvolvimento de competências em gestão e na
promoção da inovação para aumentar a competitividade da indús-
tria brasileira é a visão que o IEL desenvolve em parceria com suas
unidades regionais.
Concebido com uma estrutura descentralizada de gestão, em seu
primeiro ano de operação, o IEL organizou uma rede de Núcleos
Regionais, inicialmente estabelecida em 17 estados. O modelo de
atuação valoriza a autonomia de gestão de suas unidades regio-
nais, que seguem as diretrizes gerais, respeitando as realidades
regionais. Essa atuação sistêmica é resultado da consolidação
institucional iniciada em 2003, que transformou a rede de Núcleos
Regionais em um sistema presente e articulado nas 27 Unidades da
Federação, tendo o IEL Nacional como líder desse processo.
Criado pela CNI, SESI e SENAI, o IEL nasceu com o objetivo de
ampliar o potencial de atendimento à indústria, complementando
a atuação de seus mantenedores. Promover a competitividade da
indústria brasileira sempre foi o principal compromisso das refe-
ridas instituições. À CNI e às Federações coube a agenda da defesa
de interesses do setor industrial. Ao SENAI, a formação de mão de
obra técnica e tecnológica para a indústria, e ao SESI, o desafio
de proporcionar melhorias das condições de trabalho e saúde do
trabalhador, bem como da sua qualidade de vida e de sua família.
Faltava cumprir uma agenda voltada para a capacitação de lide-
ranças, realização de estudos, seminários, pesquisas e de programas
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
14
de estágio. O cumprimento dessa agenda demandava o preenchi-
mento de uma lacuna existente entre a indústria e a universidade.
Essa lacuna era percebida tanto pelo setor empresarial como pela
academia. Assim, a academia criou instrumentos próprios para faci-
litar sua aproximação à indústria. De outro lado, a indústria agiu no
mesmo sentido, criando o Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Com a nova
entidade, a CNI ganhava um espaço voltado para a formação de
novos perfis profissionais requeridos pela indústria e pelo mercado.
Entre os empresários tradicionais e os trabalhadores que operavam
as máquinas surgia a demanda por técnicos treinados para pensar
o funcionamento das empresas e aptos para as funções de direção
e gerenciamento.
Em seus primeiros dez anos, o IEL priorizou a missão original
de promover a integração indústria-universidade, por meio de
programas de estágio, de cursos complementares à formação
universitária e da integração de técnicos recém-formados no
mercado de trabalho. No início da década de 1990, no entanto, teve
de ampliar seu escopo de atuação para atender às novas demandas
da indústria em um cenário de abertura de mercado, em que a
qualidade passou a ser condição para a competitividade. Naquele
período, houve um realinhamento estratégico da instituição, que
direcionou seu foco para a difusão de novas tecnologias e formu-
lação de projetos de apoio às pequenas e médias empresas, além
da capacitação de recursos humanos necessários à gerência de
processos e de qualidade.
Na última década, o IEL inseriu, como item estratégico de suas
ações, o conceito e a disseminação da gestão da inovação e sua
prática nas empresas. Fortaleceu as cadeias produtivas por meio
de programas de qualificação de fornecedores, além de oferecer
educação executiva em parceria com as melhores escolas de
negócios do mundo. Com 88 postos de atendimento distribuídos
pelo país, o IEL expande seu negócio e garante a capilaridade
15
INTR
OD
UÇÃ
Onecessária para cumprir a missão de aperfeiçoar a gestão e a capa-
citação empresarial em todas as regiões do Brasil, oferecendo à
indústria nacional as principais ferramentas para seu desenvol-
vimento pleno e sustentável: estímulo à inovação, eficiência em
gestão e treinamento de lideranças afinadas com os desafios da
nova ordem econômica mundial.
1.1 Atuação
A sociedade moderna identifica o conhecimento como a base de
sustentação de uma indústria dinâmica e como o principal insumo
para o desenvolvimento de um país. Sob essa visão, sempre atual,
o IEL atua há 48 anos com seu programa de estágio, com o qual
promove o desenvolvimento de pessoas e o intercâmbio do conhe-
cimento, valorizando o talento e a dedicação dos jovens que se
tornarão profissionais diferenciados nas empresas.
Pouco mais de 20 anos depois de sua criação, quando o país
precisou dar resposta à defasagem tecnológica de sua indús-
tria, o IEL assumiu o desafio de diversificar suas atividades para
responder também ao desafio de apoiar a modernização dos
negócios e preparar empresários e empresas para um novo modelo
de gestão do empreendimento. A competição em nível mundial
impõe desafios cada vez maiores aos países e às organizações.
Países competitivos requerem empresas competitivas, que, para
tanto, precisam aprimorar permanentemente sua gestão, por meio
da inovação de processos, produtos, atuações no mercado e dos
próprios negócios. Nesse mesmo processo, organizações competi-
tivas exigem lideranças atualizadas em práticas de gestão.
Dessa forma, a partir de meados de 2000, o IEL assumiu uma nova
incumbência: a de qualificar gestores para a inovação e para novas
práticas empresariais, demandadas por um mercado globalizado
que reforça a importância da sustentabilidade e do respeito ao
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
16
meio ambiente em seus processos produtivos. Portanto, na linha
de educação empresarial, o IEL oferece o programa de educação
executiva, que consiste na capacitação de lideranças e executivos
de empresas brasileiras, desenvolvido dentro dos mais modernos
conceitos e práticas de gestão de negócios. Para isso, mantém
parcerias com as melhores escolas de negócios do país e do mundo
e realiza programas no Brasil e no exterior com conteúdos voltados
à realidade das empresas e do mercado brasileiro.
Aliado à educação empresarial, o IEL desenvolve também programas
de suporte às indústrias a fim de garantir a competitividade dos
negócios, seja de empresas isoladas ou inseridas em arranjos
produtivos locais ou em cadeias produtivas. Dentre as iniciativas
para vencer esses desafios destaca-se o Programa de Desenvolvi-
mento e Qualificação de Fornecedores (PQF), que fortalece a cadeia
produtiva e gera ganhos de eficiência e produtividade por meio do
fomento à interação entre empresas de grande e médio porte e
seus fornecedores.
A capacitação e consultoria em gestão da inovação e a assessoria
às empresas na captação de recursos para o desenvolvimento de
projetos também estão na agenda estratégica do IEL, com o objetivo
de apoiar a indústria brasileira no desenvolvimento de produtos e
processos inovadores.
1.2 Objetivos do fascículo
As indústrias brasileiras estão cada vez mais conscientes da necessi-
dade e da importância estratégica de adotarem práticas de desen-
volvimento sustentável que contribuam com a responsabilidade
socioambiental em seus processos produtivos. A discussão mundial
sobre as questões ambientais tem pressionado as empresas a consi-
derarem, com comprometimento cada vez maior, o impacto de
suas operações sobre o meio ambiente e a forma com que suas
17
INTR
OD
UÇÃ
Oações podem contribuir com o desenvolvimento social e econômico
da sociedade.
Os debates internacionais sobre as questões ambientais e desen-
volvimento sustentável iniciaram com as duas grandes Cúpulas da
Terra realizadas pela ONU – Eco-92 e Rio+10 – e foram de funda-
mental importância para a sensibilização da sociedade sobre a
necessidade de integrar meio ambiente e desenvolvimento susten-
tável. Em 2012, com a Conferência Rio+20 e, em 2015, com o
lançamento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável,
o IEL e todo o Sistema Indústria nacional se alinharam aos esforços
da ONU para assegurar um comprometimento político renovado
com o desenvolvimento sustentável.
Nesse sentido, o IEL tem trabalhado para avaliar o progresso feito
até o momento e as lacunas que ainda existem na implementação
dos resultados dos principais encontros sobre desenvolvimento
sustentável, além de abordar os novos desafios emergentes.
A nova Agenda de Desenvolvimento da ONU, da qual o Brasil é
signatário, propõe uma ação mundial coordenada entre os governos,
as empresas, a academia e a sociedade civil para alcançar os 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e suas 169 metas,
de forma a erradicar todas as formas de pobreza e promover vida
digna para todos, dentro dos limites do planeta. Os esforços devem
satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade das futuras gerações. Para que esse nível de desenvol-
vimento sustentável seja alcançado, é fundamental harmonizar e
interligar três elementos centrais: crescimento econômico, inclusão
social e proteção ao meio ambiente.
Os novos objetivos globais abordam questões como desigualdade,
crescimento econômico, trabalho decente, cidades e assentamentos
humanos, industrialização, oceanos, ecossistemas, consumo e
produção sustentáveis, paz e justiça.
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
18
Dos 17 ODS propostos, seis estão relacionados aos programas e
projetos desenvolvidos pelo IEL. No capítulo que trata dos Casos de
Sucesso, apresentaremos alguns exemplos de empresas brasileiras
que tiveram o apoio do IEL para alcançar resultados que, direta ou
indiretamente, perpassam pelos seguintes ODS da Agenda 2030:
• ODS 7 – Energia limpa e acessível: assegurar a todos o acesso
confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia;
• ODS 8 – Trabalho decente e crescimento econômico: promover
o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável,
emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos;
• ODS 9 – Indústria, inovação e infraestrutura: construir
infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e
sustentável e fomentar a inovação;
• ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis: tornar as cidades
e assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e
sustentáveis;
• ODS 12 – Consumo e produção responsável: assegurar padrões
de produção e de consumo sustentáveis;
• ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima: tomar medidas
urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.
19
INTR
OD
UÇÃ
O
Figura 1 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Agenda 2030
ERRADICAÇÃODA POBREZA
FOME ZEROE AGRICULTURASUSTENTÁVEL
SAÚDE EBEM-ESTAR
EDUCAÇÃO DEQUALIDADE
IGUALDADEDE GÊNERO
ÁGUA POTÁVELE SANEAMENTO
ENERGIA LIMPAE ACESSÍVEL
TRABALHO DECENTEE CRESCIMENTOECONÔMICO
INDÚSTRIA, INOVAÇÃOE INFRAESTRUTURA
REDUÇÃO DASDESIGUALDADES
CIDADES ECOMUNIDADESSUSTENTÁVEIS
CONSUMO EPRODUÇÃORESPONSÁVEIS
AÇÃO CONTRA AMUDANÇA GLOBALDO CLIMA
VIDA NA ÁGUA
VIDA TERRESTRE
PAZ, JUSTIÇA EINSTITUIÇÕESEFICAZES
PARCERIAS E MEIOSDE IMPLEMENTAÇÃO
Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – Pnud.
Para tanto, o IEL apresenta, neste fascículo, suas ações ao longo
das últimas décadas que contribuíram para o desenvolvimento
sustentável da indústria. Apresenta, também, os desafios e opor-
tunidades no caminho da sustentabilidade nos últimos cinco anos
após o lançamento de seu último fascículo.
2
21
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL PRÁTICAS EMPRESARIAIS PARA O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – PAPEL DO IEL E O SEU IMPACTO SOCIOAMBIENTAL O desenvolvimento sustentável é um fator essencial para a competi-
tividade das organizações, sendo a nova lógica que rege o universo
empresarial. A ecoeficiência tem deixado de ser vista somente
como a preocupação com a economia de recursos e prevenção da
poluição para tornar-se um instrumento de inovação e competiti-
vidade nos setores industriais, e essa percepção tem refletido nas
ações e programas do IEL.
Além de um adequado resultado financeiro, a sustentabilidade
envolve uma gestão empresarial pautada na governança corpora-
tiva que inclua os princípios de ética, transparência, equidade, pres-
tação de contas e cumprimento de leis. Inclui também as medidas
sociais adotadas e a maneira como as empresas agem, como
impactam e como se relacionam com o meio ambiente e as partes
legitimamente interessadas. Dessa forma, o IEL apresenta as ações
desenvolvidas nos últimos cinco anos, desde a publicação de seu
último fascículo sobre o tema, as quais envolvem o comprometi-
mento do Instituto com o desenvolvimento sustentável da indústria
brasileira em torno dos pilares social, econômico e ambiental.
2.1 Mapa estratégico da indústria 2013-2022
O objetivo principal do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022
é a competitividade com sustentabilidade. A essência da visão é
que, até 2022, a indústria brasileira alcançará um elevado grau de
competitividade internacional, respeitando critérios de sustentabi-
lidade. A sustentabilidade tem uma relação direta com a produti-
vidade e a inovação. Os ganhos de produtividade reduzem o uso
2
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
22
de recursos naturais e eliminam desperdícios. A inovação, por sua
vez, introduz novos produtos, processos e modelos de negócios
que geram menos impacto ambiental e social.
A busca pela competitividade sustentável deve orientar decisões, estra-
tégias e ações do Sistema Indústria, bem como influenciar as ações e
posições das empresas industriais brasileiras e das demais entidades
de representação da indústria, do governo e de outras organizações
relacionadas direta ou indiretamente à questão industrial.
O referido documento definiu como eixo das ações do IEL o desen-
volvimento empresarial, por meio de seus programas de educação e
inovação. Além disso, o Mapa trouxe objetivos que contribuem para
as estratégias de inovação e de responsabilidade social e ambiental
das indústrias, contribuindo assim para o alcance da visão da indús-
tria voltada ao desenvolvimento sustentável, ao alinhar crescimento
econômico a aspectos ambientais.
Assim, destacam as ações realizadas por estas instituições para a
promoção da inovação tecnológica nas empresas e do aprimora-
mento da gestão empresarial para a melhoria da educação básica
e profissional e para a ampliação do bem-estar social dos trabalha-
dores da indústria e seus familiares. Em suma, para o desejado e
necessário desenvolvimento do Brasil. Portanto, o cenário requer
um esforço permanente e coordenado de promoção da inovação
voltado para o desenvolvimento sustentável.
A estrutura do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 está expli-
cada na figura a seguir:
23
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL
Figura 2 – Diagrama do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022
Mapa Estratégico da Indústria • 2013-2022
26
figura 4. DiagraMa DO MaPa ESTraTégiCO Da iNDÚSTria 2013-2022
COMPETiTiViDaDE COM SuSTENTabiliDaDE
• Acesso a mercados• Internacionalização• Cadeias produtivas
globais• Políticas setoriais• Desenvolvimento
regional
• Previsibilidade das normas
• Agilidade do Judiciário
• Desburocratização• licenciamento
ambiental
DESENVOlViMENTO DE MErCaDOS
SEguraNça jurÍDiCa E burOCraCia
• gestão do gasto público
• Estabilidade e previsibilidade
• Taxa de investimento
aMbiENTE MaCrOECONôMiCO
EfiCiÊNCia DO ESTaDO
• Modernização das relações de trabalho
• Custo do trabalho
rElaçõES DE TrabalhO
fiNaNCiaMENTO
• Financiamento bancário
• Mercado de capitais• Micro, pequenas
e médias empresas
• logística de transportes• Energia • Telecomunicações• Saneamento
iNfraESTruTura TribuTaçãO
• Carga tributária• Desoneração de
investimentos e exportações
• Simplificação e transparência
• Ambiente institucional e estrutura de incentivos à inovação
• Serviços tecnológicos• gestão empresarial
iNOVaçãO E PrODuTiViDaDE
EDuCaçãO • Educação básica •Educação profissional • Formação de engenheiros e tecnólogos
Fonte: Confederação Nacional da Indústria – CNI.
2.2 Desafios e oportunidades para o IEL no caminho do desenvolvimento sustentável
Os últimos cinco anos decorridos após a Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, inspiraram o
IEL a fazer um balanço sobre suas ações neste tema. A avaliação
do sucesso dessa empreitada está fortemente vinculada à nossa
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
24
capacidade de transformar o país numa nação efetivamente compe-
titiva, em um mundo de economia globalizada e de concorrência
cada vez mais acirrada.
Em 2016, o Brasil experimentou um quadro político e econômico
adverso, marcado por um processo de impeachment, mudança de
governo, aumento do desemprego e encolhimento da indústria.
Períodos de crise, como este, tendem a pressionar e arrefecer as
atividades inovativas em prol de ações com resultado de curto
prazo. Por essa razão, é preciso maior determinação do setor indus-
trial e do governo para dar seguimento à promoção e realização de
projetos inovadores pautados no desenvolvimento sustentável.
Esse esforço torna-se ainda mais urgente tendo em vista a queda
acumulada pelo Brasil no Ranking Global de Competitividade
(Global Innovation Index – GII). Em 2015, o país caiu seis posições
no ranking, sendo que nos últimos seis anos perdeu 22 posições,
saindo de 47º para 69º. Esses dados demonstram que o Brasil está
atrás de todos os países do BRICS e de boa parte dos países da
América Latina. Além disso, o país teve resultados pouco animadores
para o setor industrial na Pesquisa Nacional de Inovação – Pintec, do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Os dados mais
recentes indicaram estabilidade da taxa de inovação entre 2012 e
2014, porém, houve uma discreta diminuição nos investimentos do
setor industrial em Pesquisa e Desenvolvimento – P&D.
Neste cenário de economia recessiva pelo segundo ano consecu-
tivo, a indústria continua apresentando indicadores preocupantes.
Em 2016, a atividade sofreu uma série de obstáculos em seu
objetivo de retomada do crescimento. De acordo com o IBGE, a
produção industrial brasileira registrou queda de 6,6% no último
ano – a terceira queda seguida. Em 2015, a redução foi de 8,3%
– considerada a maior da série histórica –, enquanto, em 2014,
houve retração de 3%. Entretanto, apesar das incertezas políticas
e econômicas iniciadas em 2015 terem se estendido por 2016, o
25
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), medido pela
CNI, apresentou reversão de sua tendência contínua de queda,
observada em 2015, abrindo espaço para o retorno do investi-
mento do setor empresarial em projetos inovadores e sustentáveis.
As megatendências para o século XXI apontam que, em 2025,
a população mundial atingirá a marca de nove bilhões de habi-
tantes, sendo a faixa etária acima de 65 anos bastante expressiva.
As perspectivas para o futuro preveem a expansão do processo de
urbanização, com mais de 70% da população vivendo nas grandes
cidades; mudança climática, impondo novos processos sustentáveis
de produção, consumo e convivência; consolidação do processo
de globalização, principalmente com a mudança do eixo econô-
mico dos Estados Unidos e Europa para os países do BRICS e da
Ásia e África; necessidade de mudança da atual matriz energética
mundial, agora para uma produção energética limpa, econômica e
sustentável. Essas megatendências representam um desafio para a
humanidade e uma oportunidade para as nações.
O risco de aquecimento global conduz países, órgãos multilaterais,
empresas e ONGs a se preocuparem com a redução da emissão de
gases de efeito estufa. As práticas produtivas sustentáveis já são
reconhecidas pelos consumidores como fontes de valor adicional
aos produtos. A busca por uma economia de baixo carbono implica
priorizar o uso de fontes não fósseis de produção de energia,
reduzir o desflorestamento e adaptar o processo industrial e o
sistema de transporte.
A tendência mundial rumo a uma economia sustentável e de
baixo carbono representa oportunidades e riscos para a indústria
brasileira. Para o horizonte de 2022, os riscos estão relacionados
às barreiras no comércio internacional impostas com base em
requisitos e padrões ambientais mínimos. O Brasil não pode estar
ausente desse debate, precisa participar e influenciar nas definições
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
26
dos requisitos e padrões tendo em consideração as especificidades
de nossa economia.
Como oportunidade, destaca-se a matriz energética brasileira (com
elevada participação de fontes renováveis) e o pioneirismo no uso
de biocombustíveis. Novos negócios ambientais relacionados ao
mercado de créditos de carbono e à biodiversidade também apre-
sentam oportunidades para o Brasil.
A gestão ambiental é uma ferramenta importante para se obter
ganhos de produtividade com, por exemplo, maior eficiência ener-
gética e reutilização de materiais. Serão necessários investimentos
crescentes em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas
que minimizem os danos ao meio ambiente, além da adaptação da
produção a padrões internacionais de ecoeficiência. Novos negócios
ambientais relacionados ao mercado de créditos de carbono e à
biodiversidade também podem apresentar oportunidades para o
setor industrial.
Contudo, o cenário global impõe urgência de melhorarmos nossa
produtividade e competitividade e, por isso, precisamos acelerar
a qualificação da nossa força de trabalho. O Brasil só poderá se
desenvolver e ganhar competitividade neste mundo globalizado se
a maioria de suas empresas, inclusive as médias e pequenas, conse-
guirem avançar na capacidade de gestão, de agregação de valor e
no desenvolvimento tecnológico.
Para desenvolver o Brasil, é preciso capacitar o trabalhador empre-
sário de todos os portes, de todas as áreas e regiões, para levar a
inovação para dentro das empresas. Esse cenário impõe desafios não
só ao país como, principalmente, às empresas. Países competitivos
requerem empresas competitivas que, para tanto, precisam apri-
morar permanentemente sua gestão, buscando inovar processos,
produtos, atuações no mercado e os próprios negócios.
27
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL E para serem competitivas, nos dias de hoje, as empresas precisam
inserir cada vez mais a sustentabilidade em todos os processos
que geram negócios. Hoje, uma empresa que não incorporar a
sustentabilidade em sua cultura perderá competitividade, princi-
palmente porque os consumidores estão atentos à importância de
escolher empresas que buscam as melhores práticas com os seus
funcionários e comunidades, que preservam o meio ambiente e
que adotam não só medidas compensatórias para minimizar os
seus impactos ambientais e sociais, mas que realmente demons-
tram seus compromissos assumidos em relação aos riscos que seus
negócios representam.
Mais do que acreditar em causas sociais e ambientais, a empresa
contemporânea tem que absorver o conceito de sustentabilidade,
divulgá-lo por meio de seus líderes e promover ações nessa área.
Nesse aspecto, as lideranças têm papel estratégico na competi-
tividade das empresas: são responsáveis por difundir a cultura
da sustentabilidade empresarial, por gerenciar pessoas, atender
demandas dos clientes, prospectar oportunidades de negócios
e implementar processos que promovam inovação e criem valor
para as companhias.
É fundamental que os líderes entendam que investir em sustentabi-
lidade traz retorno financeiro aos seus negócios e percebam o valor
em seus negócios, tais como: produtos com maior valor agregado;
redução de custos de seguro em função da redução dos riscos do
negócio; economia nos insumos (matérias-primas, principalmente
as naturais não renováveis); redução de gastos com multas fiscais e
ambientais; ganhos de imagem de sua marca; maior credibilidade
para os acionistas; engajamento com os stakeholders; maior facili-
dade a financiamentos e perenidade do negócio.
Diante dessas perspectivas, o IEL tem um importante papel no
desenvolvimento do Brasil. Responsável pela capacitação em gestão
de empresários, executivos, empreendedores e gestores, bem como
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
28
pelo desenvolvimento de empresas e sua cadeia de valor, o IEL tem
no futuro um grande desafio e oportunidade de contribuir para
o aumento da competitividade da indústria brasileira, pautado no
desenvolvimento sustentável.
2.3 Programas de educação do IEL
No segmento de Educação, o IEL manteve forte atuação na
promoção de capacitações para empresários, gestores e execu-
tivos de companhias de todos os portes, desde micro e pequenas
empresas (MPEs) até grandes indústrias. Na articulação entre
empresas e estudantes, o Programa IEL de Estágio inseriu mais de
52 mil pessoas no mercado de trabalho apenas em 2016.
O Programa de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores
(PQF), importante ferramenta para ampliar a competitividade de
cadeias produtivas, promoveu projetos, palestras, consultorias e
seminários, entre outras atividades, em diversos estados brasileiros,
beneficiando mais de 11 mil empresas e 1.000 profissionais, como
veremos detalhadamente a seguir.
2.3.1 Programa IEL de carreiras
Primeiro programa desenvolvido pelo IEL, o estágio permite, desde
1969, a inserção do jovem no mercado de trabalho, contribuindo
com inclusão social, proporcionando oportunidades e geração de
emprego. O estágio é o primeiro nível da carreira dos jovens, um
passo decisivo em sua trajetória profissional. As oportunidades
oferecidas pelo mercado e as escolhas dos estudantes formam um
círculo virtuoso que favorece o ingresso do jovem no mundo do
trabalho e traz benefícios para as empresas.
A prática do estágio é uma oportunidade inquestionável para
os estudantes vivenciarem, no dia a dia de uma organização, os
desafios do mercado de trabalho e aplicarem os conhecimentos
29
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL adquiridos em sala de aula. É uma ferramenta capaz de, verda-
deiramente, contribuir para que o estudante possa complementar
seu aprendizado, decidir sobre sua atuação futura e conhecer a
dinâmica das empresas, tornando-se um profissional competente.
O Sistema Indústria, por meio do IEL, proporciona essas experiên-
cias nos programas de estágio desenvolvidos em parcerias com
empresas e instituições de ensino.
O estágio proporciona diversos benefícios a todos os agentes envol-
vidos, como podemos ver a seguir:
Para os estudantes:
• Preparação para atuação no mercado de trabalho;
• Melhor compreensão da prática real de sua profissão;
• Apoio na escolha profissional;
• Complemento da formação acadêmica;
• Construção de um profissional diferenciado, a partir da
experiência adquirida no estágio;
• Desenvolvimento de competências essenciais ao mundo do
trabalho.
Para as empresas:
• Formação de capital humano;
• Atração e retenção de novos talentos;
• Absorção de novas ideias e métodos inovadores, com a
oportunidade de arejar seus processos.
Para as instituições de ensino:
• Auxílio na definição dos currículos;
• Atestado de sua importância como difusora do conhecimento
e teste para a aplicação prática dos conteúdos acadêmicos;
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
30
• Favorecimento da aplicação prática de novas metodologias
desenvolvidas em pesquisas;
• Oferecimento do melhor conhecimento do mundo produtivo e
suas transformações e demandas.
Nessas últimas décadas, o IEL já inseriu mais de 1,5 milhão de estu-
dantes no ambiente de trabalho, alunos de mais de 10 mil institui-
ções de ensino conveniadas, em cerca de 40 mil empresas em todo
o país. Apenas em 2016, o IEL inseriu, no mercado de trabalho,
52.969 estagiários, além de manter convênio com 6.004 institui-
ções de ensino e parceria com 19.710 empresas no Brasil.
Figura 3 – Programa IEL de Estágio
1,5 milhão de estudantes no ambiente de trabalho
10 mil instituições de ensino conveniadas
40 mil empresas em todo o país
52.969 estagiários
6.004 instituições de ensino
19.710 empresas no Brasil
Fonte: IEL – Núcleo Central.
31
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL 2.3.2 Fórum IEL de carreiras
O Fórum IEL de Carreiras é um encontro itinerante cujo objetivo
principal é provocar o debate sobre a construção de carreiras. O
projeto visa apontar tendências, ressaltando a atuação do IEL nesse
contexto e posicionando o Sistema IEL como entidade de refe-
rência para jovens em processo de formação em temas associados
à carreira.
O evento é destinado aos jovens, preferencialmente universitários
ou recém-formados, numa faixa etária de 17 a 25 anos. Também
tem atendido a profissionais em conflito, que estão predispostos a
alterar suas escolhas e construir uma nova carreira. Em 2016, o IEL
realizou o evento em 5 estados brasileiros: Paraná, Goiás, Espírito
Santo, Bahia e Pernambuco, mobilizando um público de aproxima-
damente 5.000 jovens.
As atividades que compõem o Fórum são: palestras, oficinas de
treinamento e coaching de carreiras.
2.3.3 Desenvolvimento empresarial
A educação empresarial atua de forma customizada, de modo a
aprimorar as competências em gestão das empresas. Em 2016,
20.251 gestores foram capacitados em âmbito nacional, em cursos
com carga horária mínima de quatro horas, e 6.623 atendimentos
a empresas foram prestados.
Os cursos de capacitação empresarial oferecidos pelo IEL, que
desempenham papel estratégico no aumento da competitividade
industrial e no desenvolvimento sustentável do Brasil, têm sido
imprescindíveis no combate às principais causas da mortalidade
de empresas, tais como a falta de conhecimentos sobre gestão de
negócios e de informações estratégicas para a tomada de decisões.
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
32
As capacitações, que abordam o tema sustentabilidade de maneira
transversal, foram realizadas por meio dos seguintes programas:
2.3.3.1 Capacitação empresarial para pequenos negócios
Programa de Capacitação Empresarial para Pequenos Negócios,
realizado em parceria com o Sebrae: 44 cursos presenciais, capa-
citando 500 empresários e gestores empresariais nas temáticas
Mercado, Processos e Pessoas. O programa visa capacitar empre-
sários e gestores empresariais de pequenos negócios em todo o país.
2.3.3.2 MBA em Gestão Industrial
Programa de MBA em Gestão Industrial, ofertado nacionalmente,
em parceria com a Faculdade da Indústria IEL e os Núcleos Regionais
do IEL. O programa desenvolve competências em gestão industrial
para excelência na tomada de decisão. Em 2016, o programa capa-
citou 300 gestores industriais nos estados de Alagoas, Amazonas,
Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Paraná, Pernambuco, Rio Grande
do Norte e Paraná.
2.3.3.3 Educação Executiva
Em 2016, no Programa de Educação Executiva, o IEL – Núcleo
Central realizou 4 cursos, sendo 3 deles em parceria com os Núcleos
Regionais do Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. O programa
propôs uma abordagem prática de aprendizagem, por meio dos
cursos “Relações governamentais na estratégia corporativa” e
“Compliance e eficiência empresarial”. Os cursos foram criados
para executivos de alto nível, responsáveis pelas definições estra-
tégicas de suas empresas ou instituições, sendo elas de pequeno,
médio e grande porte. No total, foram capacitados 87 empresários
33
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL dos mais variados segmentos, mas, primordialmente, do setor
industrial, dentre eles: Avon, Sanofi, Exxon Mobil e Novartis.
2.3.3.4 Programa de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (PQF)
O Programa de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores
(PQF) foi criado, em 2007, para aumentar a competitividade de
cadeias produtivas ao fomentar a interação entre empresas de
grande e médio porte. O PQF foi implantado em 17 Núcleos
Regionais: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás,
Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Pernambuco,
Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina,
Sergipe e Tocantins.
O programa contribui com o aumento da competitividade e produti-
vidade da indústria, fortalecendo as cadeias produtivas. As empresas
são qualificadas em áreas de gestão demandadas pelas grandes
e médias empresas compradoras que integram o programa, tais
como: qualidade, meio ambiente, saúde e segurança no trabalho,
responsabilidade social empresarial, inovação, produção e macro-
gestão – gestão estratégica, comercial e financeira.
Em 2016, foram desenvolvidos projetos do PQF nos seguintes
estados: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo. Foram atendidas
578 empresas, sendo 41 âncoras e 537 fornecedoras. Em palestras,
seminários e oficinas, os Núcleos Regionais do IEL realizaram 11.188
atendimentos a empresas e 1.026 atendimentos a profissionais. Já
com consultorias, diagnósticos, auditorias e avaliações, foram 347
atendimentos a empresas, com carga horária total de 1.973 horas.
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
34
Tabela 1 – PQF – Ações de Interação e Promoção de Negócios nos Estados
UNIDADE IELEMPRESAS
PARTICIPANTESPROFISSIONAIS ENVOLVIDOS
Bahia 79 115
Espírito Santo 236 432
Minas Gerais 10 219
Mato Grosso do Sul 123 340
Pernambuco 32 76
Santa Catarina 249 615
Fonte: Unidade de Desenvolvimento Empresarial – IEL/NC.
2.3.3.5 Programa de gestão empresarial
O Programa de Gestão Empresarial tem como meta oferecer à
indústria brasileira soluções em gestão empresarial, integrando
capacitação, serviços de consultoria e ferramentas para desenvolver
as empresas e gerar valor às organizações.
Em 2016, foram executados oito projetos. Desse total, sete foram
finalizados no mesmo ano.
Tabela 2 – Status dos projetos do Programa de Gestão Empresarial
PROJETO STATUS
Apoio ao desenvolvimento institucional, com a implementação do Plano de Ação de Melhoria da Gestão do Sistema Fiesc
Finalizado
Apoio ao desenvolvimento institucional, com a implementação do Plano de Ação de Melhoria de Gestão do Sistema Fieto
Finalizado
Concepção de Modelo de Autodiagnóstico para os Processos Corporativos do Sistema Indústria – Guia Básico Gepeo
Finalizado
Diagnóstico da situação atual e elaboração do Plano de Transformação do SESI-DR/AC Finalizado
Diagnóstico dos processos da área de suporte do SESI/AC, com vistas à implementação do ERP Finalizado
Estruturação organizacional do Sistema Comércio RJ – Fecomércio e Senac/RJ Finalizado
35
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL
PROJETO STATUS
Revisão do Planejamento Estratégico do Sistema Fiema, apoio na execução da sistemática de acompanhamento do Planejamento Estratégico do Sistema Fiema
Finalizado
Compilação dos resultados do Autodiagnóstico dos DRs para os Processos Corporativos do Sistema Indústria – Guia Básico Gepeo
Em execução
Fonte: Unidade de Desenvolvimento Empresarial – IEL Nacional.
2.4 Programas de inovação do IEL
Em um contexto global, no qual as mudanças tecnológicas e o
desenvolvimento de processos inovadores ocorrem em intervalos
de tempo cada vez menores, o Brasil ainda tem um longo caminho
a percorrer. O investimento em novas tecnologias e o estímulo à
criação precisam estar de forma permanente nas agendas do poder
público, das empresas e da academia.
Nesse sentido, o IEL apresenta suas iniciativas relacionadas à
inovação: programas de apoio à formação e à atração de recursos
humanos qualificados para a indústria (Inova Talentos); programa
de apoio à inovação no campo da manufatura avançada e inserção
da base produtiva em redes globais de inovação (Imersões em Ecos-
sistemas de Inovação e Parcerias Empresariais em Inovação Interna-
cionais); iniciativas de apoio à criação de competências em gestão
da inovação (Consultoria em Gestão da Inovação).
2.4.1 Ações voltadas para a inovação
Em 2016, o IEL apoiou a realização das ações da Mobilização
Empresarial pela Inovação – MEI, movimento coordenado pela CNI
em diversos programas e projetos voltados para a inovação. Dentre
eles, cabe destacar:
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
36
2.4.2 Programa Inova Talentos
O Programa Inova Talentos busca ampliar o quadro de profissionais
qualificados em atividades de inovação no setor empresarial brasileiro.
Fruto de uma parceria estratégica entre o IEL, o Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e com o apoio
do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
(MCTIC), o programa conta com bolsas de fomento tecnológico
e extensão inovadora, custeadas pelas empresas e ofertadas pelo
CNPq. Conta, além disso, com a assessoria do IEL, para atrair, sele-
cionar e capacitar estudantes no penúltimo ano de curso e profis-
sionais egressos da academia para o mercado de trabalho.
O Inova Talentos se dá por meio da apresentação, recrutamento e
seleção de pessoal qualificado, capaz de atender a um desafio de
inovação proposto por empresas, institutos de pesquisa, desenvolvi-
mento e inovação (P,D&I) públicos e privados, órgãos de governos e
entidades do terceiro setor. Os selecionados têm a oportunidade de
vivenciar o desenvolvimento de projetos de inovação no ambiente
empresarial e recebem, por 12 meses, treinamentos supervisio-
nados para ampliar seus conhecimentos relacionados à dinâmica
empresarial. Além disso, são acompanhados por psicólogos do
IEL para desenvolver e aprimorar características comportamentais
desejadas no ambiente corporativo.
Cada talento participante conta com a tutoria de um executivo da
empresa, para orientar na execução dos trabalhos e compartilhar
seus conhecimentos relacionados à cultura da organização e ao
segmento de atuação. O tutor também recebe do programa treina-
mento de coaching, criatividade e inovação.
37
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL Diferenciais do programa:
• Realiza a qualificação dos profissionais bolsistas durante a
execução de projetos de inovação, realizados por empresas ou
institutos privados de P,D&I;
• Oferece às micro e pequenas empresas oportunidade de
contar com recursos humanos altamente qualificados de forma
eficiente, desburocratizada e com custos atraentes em projetos
de inovação;
• Permite agregar valor ao negócio por meio da execução de
projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação;
• Possibilita o incremento da competitividade a partir da inovação;
• Oferece aos jovens talentos condições de aplicar o seu
conhecimento e de avançar em suas carreiras;
• Acompanha e capacita os jovens talentos com o apoio dos
tutores das empresas e dos profissionais selecionados em
competências comportamentais, gerenciais e técnicas;
• Premia, ao final do programa, os melhores profissionais com
uma missão internacional em centro internacional de inovação.
A quem se destina:
• Empresas e institutos de P,D&I privados;
• Estudantes, a partir do penúltimo ano de graduação, graduados
e mestres em até cinco anos.
Com o intuito de atender às demandas das empresas, mapeadas
na primeira fase do programa, o IEL/NC e o CNPq assinaram novo
acordo de cooperação com o objetivo de ampliar as oportunidades
para estudantes e egressos da academia vivenciarem a execução de
projetos de P,D&I no ambiente empresarial. Além disso, proporcionou
às empresas recursos humanos qualificados para o fortalecimento
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
38
das estratégias de inovação, produtividade e competitividade.
Nesse novo formato, as empresas e institutos participantes são
responsáveis pelo custeio da bolsa dos talentos participantes. Em
2016, foram custeadas 125 bolsas pelas empresas, repassando ao
CNPq mais de R$ 4 milhões, superando a meta pactuada com o
CNPq em 60%.
A procura empresarial por recursos humanos do Inova Talentos
superou as expectativas. Em 2016, mais de 390 bolsas foram soli-
citadas pelas empresas. As dez participantes que mais solicitaram
bolsas foram: Bosch, Bradesco, Embraco, Whirlpool, Johnson &
Johnson, Votorantim, Rhodia, Natura, Unilever e Jeep.
2.4.2.1 Reconhecimento e premiação Inova Talentos 2016
Em um universo de mais de 1.000 projetos executados no âmbito do
Inova Talentos, inúmeros projetos se destacaram pela preocupação
em encontrar soluções para os desafios de inovação e, ao mesmo
tempo, contribuir com os pilares do desenvolvimento sustentável.
Em outubro de 2016, foram apresentados, em Salvador (BA), os
vencedores do Prêmio Inova Talentos 2016, nas categorias Equipe
Destaque e Artigo Destaque.
Na categoria Equipe Destaque, foi avaliado o desempenho do grupo,
formado por bolsista, tutor da empresa e profissional do IEL, respon-
sável pelo acompanhamento do pesquisador. Foram analisados,
ainda, os resultados do projeto para a organização, a qualidade do
plano de trabalho, a capacidade de relacionamento e a realização
das capacitações oferecidas pelo IEL, ao longo do programa.
A equipe vencedora nessa categoria, da empresa Robert Bosch, do
Paraná, elaborou o projeto “Desenvolvimento de tecnologia para
substituição do diesel por gás natural, em motores de veículos
comerciais”. O objetivo do projeto foi a criação de um sistema capaz
39
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL de viabilizar a substituição de parte do diesel por gás natural, em
motores de veículos comerciais – basicamente caminhões e ônibus –,
mantendo-se a performance e a durabilidade do veículo original.
Como resultados principais, a inovação viabilizou o depósito de
patente e a comercialização do novo conceito de motores diesel-
-gás em veículos comerciais. Hoje, há uma frota de 150 veículos
rodando no transporte público da cidade de Johannesburg (África
do Sul), onde os conhecimentos adquiridos foram empregados com
excelentes resultados.
O projeto tem impacto ambiental, estratégico e econômico, pois
reduz a emissão de gases promotores do efeito estufa, fomenta a
introdução de novo combustível na matriz energética e viabiliza a
redução dos custos operacionais do transporte, haja vista que, em
geral, o gás natural tem preço menor do que o diesel.
Já a equipe vencedora em segundo lugar, da empresa Votorantim
Metais, de São Paulo, apresentou o projeto “Alucoque® – Apli-
cações Siderúrgicas”. Com a meta “Resíduo zero, 2020”, a Voto-
rantim Metais, que realiza pesquisas nas áreas de sustentabilidade,
meio ambiente e inovação, desenvolveu o referido projeto, que
consiste em tratar o Alucoque®, subproduto gerado no processo
de produção do alumínio primário, para posterior utilização pela
indústria siderúrgica.
Simulações computacionais e testes em escala-piloto e industrial
foram realizados para validar a aplicação do Alucoque® como
fluidificante de escórias, como um possível sucedâneo à fluorita
(mineral escasso e de alto custo). Além da viabilidade técnica
da aplicação, a proposta, inédita em âmbito mundial, originou o
depósito de patente-verde, além de trazer ganhos tanto para a
empresa como para as siderúrgicas nacionais.
Na categoria Artigo Destaque, foram avaliados, no trabalho
elaborado pelo bolsista, o conteúdo voltado para a inovação, a
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
40
originalidade e a relevância do tema, a qualidade e a eficácia da
metodologia utilizada, além da conexão entre assunto proposto e
plano de trabalho executado no âmbito do programa. Os artigos
mais bem pontuados estão reunidos na publicação “Inova Talentos:
relatos de uma geração de inovadores”.
2.4.2.2 Resultados do Programa Inova Talentos
Com três anos de atuação nacional, o Inova Talentos obteve os
seguintes resultados:
• 596 empresas participaram do programa; desse total, 32% são
pequenas empresas;
• 673 projetos executados e/ou em execução;
• 1.164 bolsistas inseridos em projetos de inovação;
• 40% dos participantes são contratados pelas empresas que
submeteram projetos, iniciando sua carreira (2 a cada 5 bolsistas);
• Mais de 50 novos produtos e patentes já estão sendo registrados;
• 1.876 profissionais capacitados nos temas de gestão, liderança,
criatividade e inovação, tendo um total de 150 mil horas;
• Atuação de base nacional, possibilitando atendimento
padronizado a empresas multiplantas, como Ford, Natura,
Vale, Bosch e Whirlpool. Entre os bolsistas que estão atuando
em projetos de inovação nas empresas, 9% são graduandos,
66% são graduados e 25% são mestres;
• Publicação de artigos elaborados pelos bolsistas, em coautoria
com seus tutores, descrevendo o projeto, seus desafios e os
principais resultados alcançados para inspirar e apoiar empresas
a inovarem cada vez mais.
41
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL • Total de empresas participantes do Inova Talentos: 596,
32% são pequenas empresas;
• Perfil dos bolsistas do Programa Inova Talentos: 66% graduados,
25% mestres e 9% graduandos;
• 40% dos participantes são contratados pelas empresas que
submeteram projetos, iniciando sua carreira (2 a cada 5 bolsistas);
• Mais de 50 novos produtos e patentes no âmbito do Programa
Inova Talentos.
2.4.3 Imersões em Ecossistemas de Inovação
As Imersões em Ecossistemas de Inovação foram uma das priori-
dades definidas pelo IEL em 2016. A iniciativa integra a agenda de
Inserção Global via Inovação e viabiliza arranjos público-privados
em ciência, tecnologia e inovação, incentivando a colaboração de
empresas brasileiras com centros de P,D&I que atuam na fronteira
do conhecimento e no desenvolvimento de talentos para inovação.
Em programas que duram de cinco a sete dias, organizados a partir
de um tema relevante para a competitividade da indústria, empre-
sários cumprem agenda dividida em duas etapas: alinhamento
conceitual e visitas técnicas. Na primeira fase, são realizadas pales-
tras, debates e estudos de caso sobre o tema-norteador, condu-
zidos por profissionais globalmente reconhecidos. Os palestrantes
para essa primeira etapa são sempre lideranças de grandes univer-
sidades, empresários, empresas de consultoria de atuação global,
centros de P,D&I de referência, think-tanks e oficiais de governo.
Na segunda fase, são realizadas visitas técnicas a centros de P,D&I
de classe mundial, sempre iniciadas em reuniões com os escritó-
rios de cooperação com a indústria. Nesse momento, as empresas
são informadas sobre como colaborar com as instituições visitadas,
conhecem infraestruturas, equipes disponíveis para cooperação,
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
42
bem como sites de desenvolvimento de projetos em realização ou
já concluídos que ilustrem, concretamente, o benefício desse tipo
de cooperação.
A iniciativa é inédita tanto em termos de formato como de conteúdo.
Além do cumprimento de seus objetivos precípuos, as imersões
são ferramenta de alavancagem das empresas brasileiras para
sua inserção em redes globais de inovação. Adicionalmente, é um
programa autossustentável em termos financeiros. Para o empresa-
riado, em especial para o público da MEI, é também uma novidade,
pois avança na direção do atendimento direto às empresas, além da
atuação pelo aperfeiçoamento de políticas públicas.
As Imersões têm despertado o interesse de diversos atores, para
além do setor empresarial, dadas as vantagens de cumprimento de
uma agenda densa, de curta duração e a preço acessível. Não se
trata de um produto clássico de educação executiva, replicável para
vários grupos, uma vez que a iniciativa é totalmente orientada aos
interesses e demandas dos grupos formados a cada edição. Nesse
sentido, a ação garante grande aprendizado em tempo reduzido,
bem como acesso e interlocução com grande diversidade de players
globais na área de inovação.
Em 2016, foram realizadas três edições do Programa – Brasil,
Estados Unidos e Alemanha –, sendo que duas delas tiveram como
tema norteador “inovação e manufatura avançada”. Esse assunto
adquiriu grande relevância para a Agenda da MEI, em função dos
grandes impactos que a digitalização dos processos produtivos
pelo uso de sistemas cyber-físicos e a mudança de paradigma da
produção podem gerar para a economia brasileira. Toda a expe-
riência vivenciada e informações coletadas nos EUA e Alemanha
contribuirão para a produção de um documento de posiciona-
mento da MEI, que já conta com uma versão preliminar publi-
cada, e também para a formulação do Programa de Aceleração em
Inovação e Manufatura Avançada.
43
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL Mais relevantes ainda, sob a perspectiva dos objetivos e resul-
tados esperados, são os outcomes mapeados após as imersões.
Por questões de confidencialidade ou em razão de tratativas ainda
estarem em curso, não é possível detalhar cada parceria firmada,
mas é possível enumerar:
i. A revisão de estrutura de governança para inovação de empresa
participante, em função da experiência vivida na imersão;
ii. A promoção de parceria do tipo B2B entre empresa participante
da imersão e outra empresa parceira da MEI;
iii. A revisão de currículos de graduação e pós-graduação
de universidade participante da imersão, que passarão a
incorporar a dimensão da inovação, inclusive em atividades
práticas obrigatórias;
iv. O planejamento de universidade participante para investimentos
em equipamentos de ponta para a realização de pesquisa
colaborativa com a indústria;
v. O fechamento de parceria entre empresas participantes e a
Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial – Embrapii;
vi. O fechamento de projetos de pesquisa entre empresas
participantes e centros de P,D&I visitados;
vii. O fechamento de projeto de pesquisa colaborativa entre um
ente do 3º setor participante e um centro de P,D&I visitado;
viii. A negociação de transferência de tecnologia de um ente do 3º
setor participante para um centro de P,D&I empresarial visitado;
ix. A estruturação de um programa de educação executiva a ser
realizado em parceria por dois centros de P,D&I visitados.
Somente em 2016, foram movimentados cerca de 70 atores com poder
de decisão em atividades orientadas a resultados. O fortalecimento
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
44
de elos entre diversos players em diferentes ecossistemas de inovação
também deve ser, por si só, considerado como um resultado.
Vale registrar um desdobramento importante das Imersões: a estru-
turação do Programa de Aceleração em Inovação e Manufatura
Avançada. Fruto de uma parceria entre a MEI e anfitriões e partici-
pantes de duas imersões, a Ohio State University e o SENAI-Cimatec,
o programa visa apoiar as empresas no desenho de planos de ação
para a implantação de tecnologias relacionadas à manufatura
avançada. Serão levadas em consideração suas necessidades, nível
de maturidade, capacidade de investimento e gestão. As empresas
passarão, portanto, de uma etapa exploratória, em que a pergunta
central é “O que está acontecendo no mundo?”, a uma etapa mais
objetiva, em que a pergunta central é “Como podemos aplicar esse
conhecimento e utilizar essas tecnologias nas empresas brasileiras
e qual é o passo a passo para isso?”.
Figura 4 – Programa de Imersões em ecossistemas de inovação
100%Sustentabilidade financeira
68Participantes de 41 organizações
23Centros de PD&I visitados
até out./2016
3Imersões concluídas
(EUA, Brasil, Alemanha)
3Imersões previstas em 2017 (Japão + Coreia, EUA, Brasil)
10Outcomes mapeados
(Parcerias institucionais e em P,D&I, revisão de portfólio etc.)
Fonte: Diretoria de Inovação – IEL Nacional.
45
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL
Figura 5 – Programa de Imersões em Ecossistemas de Inovação – Depoimentos
Fonte: IEL – Núcleo Central.
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
46
Figura 6 – Programa Imersões em Ecossistemas de Inovação – Anfitriões e participantes
47
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL
Estados Unidos
Palestrantes e anfitriõesPALESTRANTES E ANFITRIÕES
PARTICIPANTES
Participantes
PALESTRANTES E ANFITRIÕES
PARTICIPANTES
Brasil – Embrapii
AnfitriõesANFITRIÕES
PARTICIPANTES
Participantes
ANFITRIÕES
PARTICIPANTES
Alemanha
AnfitriõesANFITRIÕES
PARTICIPANTES
Participantes
ANFITRIÕES
PARTICIPANTES
Fonte: IEL – Núcleo Central.
2.4.4 Gestão da inovação
Em 2016, foi disponibilizado ao Sistema IEL um Guia on-line com
o Processo de Referência Nacional em Gestão da Inovação (GI). A
ideia é ampliar o atendimento do IEL em GI e promover a dissemi-
nação da inovação como fator de alavancagem da produtividade e
competitividade da indústria.
Para apoiar os Núcleos Regionais do IEL no atendimento às
empresas para o planejamento estratégico e execução de ações
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
48
inovativas, como mapeamento, consultorias, capacitações, entre
outros, o Guia foi desenvolvido a partir das melhores práticas em
GI dos regionais: Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande
do Sul e Santa Catarina.
O material contempla nove etapas, seis soluções, 17 práticas e
cinco capacitações em GI, de forma padronizada e sistematizada,
em ambiente responsivo e multiplataforma. Além do Guia de
Referência, foi desenvolvido um aplicativo para a realização de
mapeamento resumido da maturidade em gestão da inovação – um
instrumento que sintetiza a metodologia completa, para sensibili-
zação de empresas e posicionamento da marca IEL, sobretudo nos
ambientes sociais virtuais.
Foram realizadas duas capacitações sobre o Processo de Referência:
para gestores e para consultores. A capacitação dos gestores do
Sistema IEL, realizada em abril de 2016, em Brasília (DF), para
46 participantes de 26 estados, buscou internalizar a lógica de
concepção do processo, utilizar o repositório e aplicativo e assimilar
as formas de comercialização. Já a capacitação dos consultores do
Sistema IEL teve por objetivo utilizar o Processo de Referência a
partir dos conhecimentos dos Núcleos Regionais por meio de
vivência das práticas. Esta ação foi realizada em junho de 2016,
em Fortaleza (CE), com 37 participantes de 17 NRs. Foi realizada,
também, capacitação para 11 profissionais da equipe do IEL/RN, em
outubro de 2016.
49
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL
Figura 7 – Guia online de Práticas Nacionais em Gestão da Inovação
Fonte: Diretoria de Inovação – IEL Nacional.
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
50
Figura 8 – Aplicativo para Mapeamento da Maturidade em Gestão da Inovação
51
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
52
Fonte: Diretoria de Inovação – IEL Nacional.
53
PRÁT
ICA
S EM
PRES
AR
IAIS
PA
RA
O D
ESEN
VO
LVIM
ENTO
SU
STEN
TÁV
EL –
PA
PEL
DO
IEL
E O
SEU
IMPA
CTO
SO
CIO
AM
BIEN
TAL
2.5 Atuação internacional
Entendemos que somos parte do mundo. O Brasil deve observar
exemplos de outras nações, a nossa referência não pode ser nós
mesmos. Nesse sentido, o Mapa Estratégico da CNI enfatizou a
necessidade de nos compararmos com os demais países. A veloci-
dade e o alcance das nossas reformas e avanços devem ser subme-
tidos a comparações internacionais.
Em 2016, o SESI, o SENAI e o IEL contabilizaram 73 parcerias, sendo
10 novas, com instituições no exterior. Esforços conjuntos atingiram
40 atividades prospectadas em 23 países, das quais oito se transfor-
maram em novos projetos. A carteira de atividades internacionais,
no último ano, foi formada por 28 projetos de transferência de
tecnologia e prestação de serviços em Educação Básica, Educação
Profissional, Educação e Carreira, Gestão, Inovação e Tecnologia e
Qualidade de Vida. Essa atuação no exterior alcançou uma taxa de
conversão de projetos de 88%, em 45 países, nos cinco continentes,
totalizando R$ 184 milhões, sendo R$ 127 milhões em captação de
recursos internacionais em benefício do SESI, SENAI e IEL.
3
55
CASO
S D
E SU
CESS
O
CASOS DE SUCESSO
3.1 Programa Inova Talentos
Você está prestes a conhecer cinco casos de sucesso, voltados para o
desenvolvimento sustentável, que irão inspirar sua empresa ou sua
instituição a inovar. Para esses casos, foi preciso um bom projeto ou
produto a ser lançado, um processo a ser estruturado, um desafio
ou a busca de uma solução. Não houve restrição de área, setor ou
mesmo de porte da empresa. O apoio necessário para viabilizar
essas ideias veio pelo Programa Inova Talentos.
Aproximadamente 50% dos bolsistas que participaram do programa,
coordenado pelo IEL, foram contratados em um cenário adverso e
de amplo desligamento de pessoal, em um dos momentos críticos
da história econômica do país.
1) AMAZONAS: RECONHECER ANTES DE EXTRAIR DA NATUREZA
Empresa: SENAI/AM
Sede: Manaus/AM
Website: www.fieam.org.br/2015/senai/instituto-senai-de-inovacao-
microeletronica-isi/
Nome do projeto: Desenvolvimento de Sensor Bioeletrônico para
Qualificação de Extratos Antioxidantes da Amazônia
O Instituto SENAI de Inovação em Microeletrônica, localizado em
Manaus, reconheceu importante necessidade de mercado: identi-
ficar, de maneira efetiva e sustentável, a presença de compostos
antioxidantes em óleos vegetais da região amazônica. Esses extratos
podem ser incorporados a cosméticos e fitoterápicos, que, por sua
vez, irão regular a quantidade de radicais livres, prevenindo o orga-
nismo contra doenças crônicas e degenerativas.
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
56
Com o apoio do Programa Inova Talentos, o SENAI Amazonas
desenvolveu sensores bioeletrônicos capazes de reconhecer, com
segurança, moléculas antioxidantes em uma fonte vegetal, sem a
necessidade de retirá-la de seu próprio ecossistema. Esses disposi-
tivos são altamente sensíveis, precisos, acessíveis, de fácil desenvol-
vimento e prontos para uso.
As empresas que utilizarem antioxidantes qualificados pelos
sensores do SENAI terão a total segurança de que seus produtos
produzirão os efeitos desejados. Com a inovação, essa garantia é
obtida com menores custos e tempo, se comparada aos métodos
anteriores, desenvolvidos em projetos fechados e para substâncias
específicas. Para o SENAI, o programa resultou na formação de
novos profissionais da área de dispositivos eletrônicos; na produção
de conhecimento para outros projetos de eletrodos para óleos e
controles ambientais e também na criação de tecnologia capaz de
aumentar a competitividade da indústria brasileira.
2) CEARÁ: PLÁSTICO RECICLÁVEL
Empresa: Impacto
Sede: Fortaleza/CE
Website: www.impactoprotensao.com.br
Facebook: www.facebook.com/ImpactoProtensao
Nome do projeto: Sistema PavPlan
Fundada em 1996, a Impacto trouxe, dos Estados Unidos para o
Brasil, a tecnologia de protensão – recurso para aumentar a resis-
tência de vigas e lajes – na forma não aderente. Para reduzir o uso de
madeira e diminuir resíduos, a empresa passou a desenvolver formas
plásticas e cimbramento metálico – estruturas de suporte provisórias.
A meta era implementar a técnica em outros elementos, como
vigas e pilares, para ganhos de produtividade. Inspirado nos brin-
quedos de módulos de plástico encaixáveis, foram desenvolvidos
dispositivos plásticos para encaixe na estrutura de construção das
57
CASO
S D
E SU
CESS
O
lajes de edificações, em substituição às estruturas improvisadas de
madeira. Até então, esses produtos não eram vendidos por uma
mesma empresa por serem vistos como aplicações diferentes.
O Sistema PavPlan foi criado para conectar esses produtos e, assim,
oferecer uma solução mais completa aos clientes. A ideia é reunir
informações coletadas pelos funcionários relacionadas à mão de
obra, tempo de montagem e área. Essas informações, ao serem
comparadas, ajudam na identificação de características capazes de
aumentar os índices de produtividade.
Desde a montagem da estrutura até a colocação das formas plás-
ticas, o processo de construção de laje ficou mais ágil e simples,
com redução de 32% no uso de material – mediante a substituição
de até 80% de madeira por plástico reciclado – e de até 45% na
utilização de mão de obra.
3) RIO GRANDE DO NORTE: REDUZIR O DESPERDÍCIO DE ENERGIA
Empresa: Coteminas
Sede: Macaíba/RN
Website: www.coteminas.com.br
Nome do projeto: Recuperação da água do condensado
A Coteminas é uma empresa têxtil brasileira fundada em Minas
Gerais, em 1967, que produz desde fios e tecidos até itens de
cama, mesa e banho e uniformes profissionais. Possui 15 fábricas
no Brasil, cinco nos Estados Unidos, uma na Argentina e outra
no México. A unidade da empresa sediada em São Gonçalo do
Amarante (RN), na região metropolitana de Natal, participou do
Programa Inova Talentos, com o objetivo de implementar metodo-
logias para o desenvolvimento de projetos de inovação. O principal
desafio era solucionar problemas do dia a dia da fábrica, principal-
mente aqueles relacionados ao desperdício de energia.
O projeto resultou em uma série de ações visando à eficiência ener-
gética. As mais expressivas foram o isolamento térmico dos tanques
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
58
de alimentação de água das caldeiras, a instalação de trocador de
calor para aproveitamento do vapor das descargas das caldeiras
e a substituição dos purgadores e filtros nas redes de vapor. As
iniciativas tomadas levaram à redução da utilização de insumos
energéticos para a produção.
A forma de modelagem do programa atendeu à principal demanda
da unidade para o projeto: um profissional qualificado, focado
100% do tempo no desafio, com visão de fora da organização,
detentor de conhecimentos acadêmicos e experiência para propor
soluções factíveis e, ainda, capaz de estimular a interação entre os
membros da equipe.
4) RIO GRANDE DO SUL: ÁGUA TRATADA EM SETE MINUTOS
Empresa: Lics Super Água
Sede: Selbach/RS
Website: www.licssuperagua.com.br
Facebook: www.facebook.com/lics.lics.5
Nome do projeto: ETA Móvel – Estação Móvel de Tratamento de Agua
Apesar de deter 12% de toda a água existente na superfície do
planeta, o Brasil tem enfrentado, nos últimos anos, crises de forne-
cimento em quase todas as suas regiões. A Lics Super Água, do setor
de tratamento microbiológico de água e saneamento ambiental,
está atenta a essa questão.
Com o apoio do Programa Inova Talentos , a empresa desenvolveu a
Estação Móvel de Tratamento de Água (ETA Móvel) – um conjunto de
equipamentos para sucção, bombeamento, desinfecção microbio-
lógica e aplicação de flúor em águas de superfície, como córregos,
rios, represas, açudes e cisternas. A água tratada, adequada para
consumo humano, pode também ser utilizada na produção animal
e industrial.
A nova tecnologia pode ser levada por reboque aos mais variados
pontos, inclusive em casos de calamidade pública. O sistema não
59
CASO
S D
E SU
CESS
O
depende de energia elétrica para funcionar e são necessários
somente sete minutos para que água captada se torne potável. A
estação também possui inteligência artificial, capaz de interpretar a
qualidade da água e ajustar seu funcionamento de forma autônoma.
A ETA Móvel tem forte apelo social, pois é capaz de aumentar
a qualidade da água para consumo humano e produção dos
alimentos de origem animal, em condições sanitárias ideais. Com
isso, contribui para a melhoria dos indicadores de saúde, para o
desenvolvimento econômico e sustentável e para a inclusão social.
5) RIO GRANDE DO SUL: POLÍMEROS BIODEGRADÁVEIS
Empresa: Instituto SENAI de Inovação em Engenharia de Polímeros
Sede: São Leopoldo/RS
Website: www.institutossenai.org.br/instituto/engenharia-de-polimeros
Nome do projeto: Síntese de Poliésteres a partir de monômeros de
fontes renováveis
Os polímeros, matéria-prima derivada do petróleo, um insumo
reconhecidamente não renovável, estão presentes em uma infini-
dade de produtos que usamos no dia a dia, tais como garrafas PET,
sacolas plásticas, roupas, utensílios domésticos e tubulações. Nesse
contexto, as indústrias de produção e transformação de plásticos
vêm buscando, na última década, alternativas de produtos polimé-
ricos mais sustentáveis, paralelamente ao rápido desenvolvimento
das pesquisas e patentes envolvendo a síntese de polímeros produ-
zidos a partir da biomassa.
Consciente dessa tendência, o Instituto SENAI de Inovação em Enge-
nharia de Polímeros (ISI Eng. de Polímeros), em São Leopoldo/RS,
buscou o Programa Inova Talentos para desenvolver tecnologia
própria de produção de polímeros biodegradáveis a partir de fontes
renováveis. O projeto exigiu a busca das mais atuais tecnologias
disponíveis para a síntese de polímeros renováveis e sua adaptação
aos sistemas, processos e insumos disponíveis.
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
60
Graças ao Programa Inova Talentos foi possível desenvolver
competência nessa nova área tecnológica e obter filmes de polí-
meros biodegradáveis, a partir da síntese de insumos da biomassa,
material até então inovador para o mercado nacional. Devido às
suas características diferenciadas, o material minimiza o impacto do
plástico no meio ambiente, pois, além de utilizar insumos renová-
veis, a degradação ocorre em menor período de tempo.
Após a conclusão da bolsa Inova Talentos e do desenvolvimento
do projeto, o ISI em Eng. de Polímeros pôde então oferecer e
incrementar a tecnologia desenvolvida, por meio de projetos de
inovação em parceria com empresas industriais.
4
63
PUBL
ICA
ÇÕESPUBLICAÇÕES
O IEL tem contribuído, ao longo dos anos, para subsidiar decisões estra-
tégicas das empresas, por meio de publicações que têm como objetivo
auxiliar o debate sobre temas relacionados à educação, inovação,
empreendedorismo, entre outros, e por meio de estudos e diagnósticos
de problemas específicos. Neste capítulo, mostramos algumas publica-
ções desenvolvidas no âmbito do tema desenvolvimento sustentável.
4.1 Inova Talentos: Relatos de uma geração de inovadores
Coletânea de relatos, composta por dez artigos, na versão impressa, e 17
artigos, na versão digital, escritos por alguns dos mais de 600 profissio-
nais que passaram pelo programa. Neles, os bolsistas descrevem como os
projetos desenvolvidos solucionaram desafios produtivos, criaram novos
produtos e contribuíram decisivamente para a melhoria da competitivi-
dade da indústria.
Além de apresentar resultados nas mais diversas áreas do conhecimento –
o que traduz a versatilidade e o alcance do Programa Inova Talentos é o
testemunho vivo da capacidade dos profissionais e das empresas brasileiras
de desenvolver práticas diretamente vinculadas à inovação. As experiên-
cias relatadas demonstram claramente que o futuro da indústria brasileira
reside, mais do que nunca, na agenda da ciência e da inovação.
4
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
64
4.2 Inova Talentos: Programa RHAE Trainee CNPq-IEL – Casos de Sucesso
A coletânea reúne mais de 40 casos de sucesso de projetos impor-
tantes e estratégicos para a indústria brasileira cujas pesquisas
foram realizadas dentro das empresas no âmbito dos projetos
selecionados pelo programa Inova Talentos. A publicação apre-
senta o resumo das iniciativas, seus resultados e depoimentos
dos bolsistas e dos tutores responsáveis pela execução das ideias.
Em cada projeto, os bolsistas contribuíram com a aplicação prática
do conhecimento acadêmico para desenvolver uma inovação que
ganhará mercado, gerando, consequentemente, emprego e renda
para o nosso país.
4.3 Metodologia IEL nacional de desenvolvimento de competências em gestão
A publicação assinala mais um compromisso do IEL com a busca
constante pela superação de desafios quanto à necessidade de
inovação, modelos de gestão adequados e uma educação de quali-
dade no mundo empresarial. Destaca o desenvolvimento do capital
65
PUBL
ICA
ÇÕEShumano e do conhecimento como elementos fundamentais para
as organizações serem competitivas e produtivas em um determi-
nado contexto. Promove o desenvolvimento de pessoas para que se
tornem mais produtivas, criativas e inovadoras, a fim de contribuir
melhor com os objetivos organizacionais.
4.4 Benchmarking Gestores Industriais
A publicação, utilizada na construção dos programas de MBA
em Gestão Industrial e Liderança em Inovação, tem o objetivo de
elaborar as bases de um programa de capacitação para gestores
industriais das maiores empresas brasileiras, por meio de um estudo
da oferta nas melhores instituições do mundo e também por meio
de uma pesquisa junto aos possíveis usuários do programa.
O programa de capacitação foi criado com base nas seguintes
premissas: é possível se valer das experiências das melhores insti-
tuições do mundo; o conhecimento do público-alvo faz grande
diferença na elaboração de uma capacitação porque permite incor-
porar as preferências e o perfil dos participantes na estruturação do
curso; na pesquisa de campo, a participação dos núcleos regionais
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
66
do IEL se mostra fundamental; e a metodologia desenvolvida para
a estruturação do curso pode ser utilizada para a elaboração de
outros programas de capacitação.
4.5 Benchmarking Liderança para Inovação
A publicação, utilizada na construção dos programas de MBA
em Gestão Industrial e Liderança em Inovação, tem o objetivo de
elaborar as bases de um programa de capacitação nas áreas de
empreendedorismo e inovação, complementar à estrutura ofere-
cida pelo programa Inova Talentos, por meio de um estudo sobre
o que as melhores instituições do mundo oferecem nesse sentido
e também por meio de uma pesquisa junto aos possíveis usuários
do programa.
O programa de capacitação foi criado com base nas seguintes
premissas: é possível se valer das experiências das melhores insti-
tuições do mundo; o conhecimento do público-alvo faz grande
diferença na elaboração de uma capacitação porque permite incor-
porar as preferências e o perfil dos participantes na estruturação do
curso; na pesquisa de campo, a participação dos núcleos regionais
PUBL
ICA
ÇÕES
67
do IEL se mostra fundamental; e a metodologia desenvolvida para
a estruturação do curso pode ser utilizada para a elaboração de
outros programas de capacitação.
69
REF
ERÊN
CIA
SREFERÊNCIASCONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI. Mapa estraté-
gico da indústria 2013-2022. Brasília: CNI, 2013.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI. MEI: ações e
resultados 2016. Brasília: CNI, 2017.
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA – EPE. Balanço energético
nacional 2011: ano-base 2010. Rio de Janeiro: EPE/MME, 2011
INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL. 40 anos do IEL na trajetória da
indústria no Brasil. Brasília: IEL, 2009.
INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL. Estudo para formatação de curso
de especialização: programa Inova talentos. Brasília: IEL/NC, 2016.
INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL. Gestores industriais: benchmar-
king para formatação do curso. Brasília: IEL, 2015.
INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL. IEL e o desenvolvimento sustentável:
encontro da Indústria para a sustentabilidade. Brasília: CNI/ABCP, 2012.
INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL. Inova talentos: relatos de uma
geração de inovadores. Brasília: IEL/NC, 2016.
INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL. Metodologia IEL nacional de
desenvolvimento de competencias em gestão. Brasília: IEL, 2015.
INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL. Relatório anual 2012. Brasília: IEL, 2012.
INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL. Relatório anual 2013. Brasília: IEL, 2013.
INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL. Relatório anual 2014. Brasília: IEL, 2014.
INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL. Relatório anual 2015. Brasília: IEL, 2015.
INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL. Relatório anual 2016. Brasília: IEL, 2016.
INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL. Relatório de 40 anos de ativi-
dades. Brasília: IEL, 2009.
IEL
E O
DES
ENV
OLV
IMEN
TO S
UST
ENTÁ
VEL
: 201
2-20
17–
CIN
CO
AN
OS
DE
PRO
JETO
S IN
OVA
DO
RES
E SU
STEN
TÁV
EIS
70
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO –
PNUD. Acompanhando a Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável: subsídios iniciais do Sistema das Nações Unidas no
Brasil sobre a identificação de indicadores nacionais referentes aos
objetivos de desenvolvimento sustentável. Brasília: PNUD, 2015.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO –
PNUD. As perguntas mais frequentes sobre os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS). Brasília: PNUD, [2016].
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. departamento Nacional. Relatório
Anual SESI-SENAI-IEL. Brasília: SESI, 2017.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNIRobson Braga de AndradePresidente
Diretoria de Relações Institucionais – DRIMônica Messenberg GuimarãesDiretora de Relações Institucionais
Gerencia Executiva de Meio Ambiente e Sustentabilidade – GEMASShelley de Souza CarneiroGerente-Executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade
Cíntia de Matos Amorim VianaDaniela CestarolloElisa Romano DezoltErica dos Santos VillarinhoJosé Quadrelli NetoLucia Maria de SoutoMarcos Vinícius CantarinoMário Augusto de Campos CardosoPercy Baptista Soares NetoPriscila Maria Wanderley PereiraRafaela Aloise de FreitasRenata Medeiros dos SantosSérgio de Freitas MonforteWanderley Coelho BaptistaEquipe
Diretoria de Comunicação – DIRCOMCarlos Alberto BarreirosDiretor de Comunicação
Gerencia Executiva de Publicidade e Propaganda – GEXPPCarla GonçalvesGerente-Executiva de Publicidade e Propaganda
Diretoria de Serviços Corporativos – DSCFernando Augusto TrivellatoDiretor de Serviços Corporativos
Área de Administração, Documentação e Informação – ADINFMaurício Vasconcelos de CarvalhoGerente Executivo de Administração, Documentação e Informação
Alberto Nemoto YamagutiNormalização
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRETRafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor de Educação e Tecnologia
IEL/NCPaulo Afonso FerreiraDiretor-Geral
Paulo Mól JúniorSuperintendente
Diretoria de InovaçãoGianna SagazioDiretora de Inovação
Unidade de Desenvolvimento Empresarial Eduardo Alves FayetGerente-Executivo de Desenvolvimento Empresarial
Gerencia de InovaçãoSuely Lima PereiraGerente de Inovação
Julieta Costa CunhaPaula Duarte Bosso SchnorRenaide Cardoso PimentaSamara Martins da SilvaEquipe Técnica
Bliss ProduçõesCarolina ValenteElaboração de texto
Denise GoulartRevisão Gramatical
Editorar MultimídiaProjeto Gráfico e Diagramação