ides nordeste instituto de desenvolvimento educacional e...
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IDES NORDESTE
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL E SOCIAL DO NORDESTE
CURSO: Programa Especial de Formação Docente – Complementação Pedagógica
DISCIPLINA: Fundamentos da Educação Infantil
MUNICÍPIO: Quixeramobim-Ce.
PROFESSOR(A): Ana Lívia Ferreira Oliveira
DATAS: 12/11/2016.
SOBRAL-CE
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A Educação na sociedade atual
A situação do ensino brasileiro não é tão favorável. O precário processo de
alfabetização é um dos graves problemas que afetam a educação e
consequentemente causa uma evasão escolar. Mas será que isso tem relação com o
método de ensinar adotado nas escolas pelos educadores?
É preciso esclarecer que há uma diferença em ser professor e educador. O
professor trabalha sem interesse e sem prazer, apenas para obter um salário no fim
do mês. Já um educador tem paixão pelo que faz, dedica-se ao máximo e a sua
realização está completa quando sente que o seu trabalho está sendo bem
desenvolvido e alcançando os objetivos propostos.
Infelizmente temos poucos educadores e muitos professores que possuem uma
prática pedagógica ultrapassada, adquiridas quando eles estudaram na escola; assim,
ficam isolados na maneira como aprenderam as coisas, dificultando a aquisição de
novos métodos de ensino. Outros já se baseiam na última tendência da moda e não
acabam refletindo sobre a eficácia da mesma, tornando o seu trabalho incompleto,
pois assim não se atinge os reais objetivos da educação. Pode-se considerar também
que muitos professores têm na cabeça a escola nova, porém acabam por trabalhar
embasados na escola tradicional porque a realidade em que se vive não oferece as
condições para a prática dos métodos da escola nova, sem contar que é preciso ainda
dar ênfase ao tecnicismo.
Para Antunes (2004), se a ciência mostra que o período que vai da gestação até
o sexto ano de vida é o mais importante na organização das bases para as
competências e habilidades desenvolvidas ao longo da existência humana, prova-se
que a etapa educacional referente a essa faixa etária é imprescindível para o seu
desenvolvimento. Mas será que a Educação Infantil pode realmente contribuir na
formação de um cidadão crítico?
De acordo com Terencio (2004), para responder a essa questão propõe-se como
objetivo geral afirmar a importância da Educação Infantil para a formação crítica e
reflexiva do cidadão frente à formação dos profissionais da área educacional. De
acordo com a autora, os objetivos específicos que se ramificam da proposta inicial
apresentam-se com a finalidade de comparar e identificar as diferenças nos
obstáculos sociais e educacionais enfrentados pelas pessoas que não cursaram a
Educação Infantil e entram direto na primeira fase do Ensino Fundamental; identificar
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de que maneira a Educação Infantil pode contribuir na formação do cidadão
crítico/reflexivo.
Na medida em que se foi prolongando o tempo de infância, como um período em
que a criança é preservada do mundo do trabalho, isso é acompanhado de um
reconhecimento social da criança, mas não de uma garantia do direito à infância.
Como afirma Rocha (2001): “Uma sociedade de extremas diferenças resulta no
convívio com diferentes infâncias: a vivida por crianças que têm um pleno
reconhecimento dos seus direitos e por aquelas que não têm nenhum destes mesmos
direitos garantidos”. Como afirma Arroyo (1994).
“ A reprodução da infância deixa de ser uma atribuição exclusiva da mulher, no
âmbito privado da família. É a sociedade que tem que cuidar da infância. É o Estado
que, complementando a família, tem que cuidar da infância (...) que hoje tem que ser
objeto dos deveres públicos do Estado, da sociedade como um todo. Infância que
muda, que se constrói, que aparece não só como sujeito de direitos, mas como sujeito
público de direitos, sujeito social de direitos”.
Essa reflexão nos leva a crer que as instituições é que passam a ser
corresponsáveis pela criança e muitas vezes, na ânsia da “preparação para o futuro”,
priorizam uma escolarização precoce, preocupada com a inserção na escola de
Ensino Fundamental. Entretanto, como afirma Rocha (2001): “A educação infantil tem
uma identidade que precisa considerar a criança como um sujeito de direitos,
oferecendo-lhe condições materiais, pedagógicas, culturais e de saúde para isso, de
forma complementar à ação da família”.
Em alguns países mais desenvolvidos, como por exemplo, a Dinamarca, a
Suécia, a Itália, a França e etc. A Educação Infantil é vista como uma tarefa pública
socialmente compartilhada e que, por sua vez, reflete-se em políticas públicas que
respeitam os direitos da criança e associam-se, frequentemente, às políticas sociais
voltadas para a família, com o intuito de viabilizar uma educação que contemple as
múltiplas dimensões humanas.
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Educação Infantil na atual Constituição
Sabe-se que a educação e o cuidado na primeira infância vêm sendo tratados
como assuntos prioritários de governo, organismos internacionais e organizações da
sociedade civil, por um número cada vez maior de países em todo o mundo. No Brasil,
a Educação Infantil - isto é, o atendimento a crianças de zero a seis anos em creches
e pré-escolas - é um direito assegurado pela Constituição Federal de 1988. A partir
da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996, a
Educação Infantil passa a ser definida como a primeira etapa da Educação Básica.
Nesse sentido, de acordo com Barros (2008), várias pesquisas realizadas nos
anos de 1980 já mostravam que os seis primeiros anos de vida são fundamentais para
o desenvolvimento humano e a formação da inteligência e da personalidade;
entretanto, até 1988, a criança brasileira com menos de 7 anos de idade não tinha
direito à Educação. A Constituição atual então reconheceu, pela primeira vez, a
Educação Infantil como um direito da criança, opção da família e dever do Estado. A
partir daí a Educação Infantil no Brasil deixou de estar vinculada somente à política
de assistência social passando então a integrar a política nacional de educação.
Pode-se considerar que no Brasil estamos vivendo um momento histórico para
a reflexão e a ação em relação às políticas públicas voltadas para as crianças pois
vemos, cada vez mais, a educação e o cuidado na primeira infância sendo tratados
como assuntos prioritários por parte dos governos Federal, Estadual e Municipal, e
também pelas organizações da sociedade civil, por um número crescente de
profissionais da área pedagógica e de outras áreas do conhecimento, que vêm na
Educação Infantil uma verdadeira " ponte " para a formação integral do cidadão.
No que se refere à Educação Infantil, o Plano Nacional de Educação aponta
várias metas qualitativas, como afirma Barros (2008):
"Em primeiro lugar, determina que sejam elaborados, no prazo de um ano,
padrões de infraestrutura para o funcionamento adequado das instituições de
Educação Infantil. Esses padrões também devem orientar novas autorizações de
funcionamento. O Plano define que o executivo municipal deve assumir a
responsabilidade pelo acompanhamento, controle e supervisão das creches e pré-
escolas. Também exige a colaboração entre os setores de educação, saúde e
assistência, bem como entre os três níveis de governo, no atendimento à criança de
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0 a 6 anos de idade. E determina a efetiva inclusão das creches no sistema nacional
de estatísticas educacionais. Outra meta importante é assegurar que, em todos os
Municípios, além de outros recursos municipais, 10% (dos 25%) das verbas de
manutenção e desenvolvimento do ensino seja aplicado, prioritariamente, na
Educação Infantil. Para isso, exige a colaboração da União".
Segundo o que consta no PNE em relação à formação dos professores e
dirigentes, o PNE prevê a implantação de um Programa Nacional de Formação dos
Profissionais de Educação Infantil para garantir que, em dez anos, todos os dirigentes
de creches e pré-escolas e 70% dos professores tenham nível superior. Prevê, ainda,
no prazo de três anos, a execução de programa de formação em serviço para
profissionais da Educação Infantil e pessoal auxiliar, a cargo dos Municípios. Neste
caso, o PNE exige a colaboração da União e recomenda a articulação com instituições
de ensino superior e com Estados. Também determina que os novos profissionais
admitidos na Educação Infantil tenham titulação mínima de nível médio, modalidade
normal, dando-se preferência à admissão de graduados em curso específico de nível
superior.
Formação de Profissionais da Educação Infantil
A partir da constatação de que as experiências da primeira infância são
determinantes para o desenvolvimento do ser humano, pode-se considerar que o
papel do profissional de creches e pré-escolas passa por reformulações profundas e,
como decorrência, as exigências relacionadas à sua formação começam a ser
repensadas.
Em 1996, a LDB – Lei de Diretrizes e Bases, estabeleceu que a Educação Infantil
é a primeira etapa da Educação Básica, e tem por finalidade promover o
desenvolvimento integral da criança até 6 anos de idade. Sobre a formação de
docentes, a Lei determina, no artigo 62, que para atuar na educação básica é preciso
nível superior em universidades ou institutos superiores de educação, admitindo como
formação mínima para o exercício do magistério na Educação Infantil, bem como nas
primeiras quatro séries do Ensino Fundamental, a de nível médio, na modalidade
Normal. Prevê ainda que em um prazo de dez anos só serão admitidos professores
habilitados em nível superior ou formados em serviço.
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O Plano Nacional de Educação - (PNE, 2001) -, estabelece como meta um
Programa Nacional de Formação dos Profissionais de Educação Infantil para garantir
que todos os dirigentes de instituições deste nível de ensino possuam, no prazo de
cinco anos, formação em nível médio e, em dez anos, nível superior. Todos (as) os
(as) professores (as) também deverão ter nível médio em cinco anos e 70% deles
(as), nível superior em dez anos. No entanto, de acordo com os profissionais da
educação, esses prazos são curtos demais para serem cumpridos. As exigências
descritas implicam retorno à escola por parte dos profissionais de Educação Infantil
que não concluíram o Ensino Fundamental e Médio, por meio de programas supletivos
especiais e também de programas de formação em serviço.
De acordo com estudos do Censo Escolar 2001, dos professores que atuam nas
creches brasileiras, 69% têm curso médio completo e apenas 12,9% possuem nível
superior. Na região Nordeste, estes últimos somam apenas 5,6%. Nas classes
brasileiras de pré-escola, 67,5% dos docentes têm nível médio e 23,1% possuem
curso superior; e no Nordeste os professores com graduação representam 5,3% do
total. Neste âmbito, outra questão apresentada por Barros (2020) é a seguinte:
"Outro problema é que a graduação em Pedagogia não oferece uma formação
específica para docentes da Educação Infantil. Em 1999, foi instituído o Curso Normal
Superior, organizado pelos Institutos de Educação para formar professores da
Educação Infantil e do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, com projetos acadêmicos
distintos para cada etapa. Especialistas da área têm posições controversas a respeito
da criação do Curso Normal Superior. Segundo o MEC, a estrutura curricular deste
curso deve incluir conhecimentos básicos, possibilitando a compreensão crítica da
escola e do contexto sócio cultural, conhecimentos relativos ao exercício da docência,
conhecimentos didático-pedagógicos e prática pedagógica. A formação inclui
especificidades da educação de 0 a 3 anos de idade e de 4 a 6 anos; fundamentos da
Educação Infantil; formação social e pessoal; conhecimento do mundo, da natureza e
da sociedade; saúde, nutrição e proteção (cuidar); corpo e movimento (brincar); teatro,
música e artes plásticas. Todos os cursos na modalidade Normal Superior em
funcionamento estão em processo de reconhecimento pelo MEC".
É notório que através de um diálogo com professores do Ensino Fundamental
que trabalham com primeira série pode-se alavancar algumas diferenças básicas
encontradas por estes em alfabetizar alunos que frequentaram a Educação Infantil e
aqueles que chegam à escola pela primeira vez já na primeira série, sendo que os
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primeiros, se bem preparados em creches e escolas que trabalham com esta
modalidade de ensino, chegarão à primeira série com o devido alicerce para
acompanharem a fase de alfabetização o que, consequentemente, facilitará todo o
processo educativo, melhorando em muito o seu desempenho ao longo de sua vida
escolar.
Sabemos que é na Educação Infantil que a criança adquire os primeiros preparos
para o convívio social, tem as primeiras noções de valores morais e também, através
de atividades apropriadas, aprimora suas capacidades cognitivas e motoras. É
fundamental, então, pensar na necessidade do bom preparo do professor para que
desenvolva atividades adequadas a esta faixa etária das crianças. É necessário
repensar a prática educativa das escolas onde, comumente, são designados os
professores menos preparados e menos comprometidos para trabalhar com a
Educação Infantil, já que é uma fase escolar que não possui obrigatoriedade
legislativa, sem precisar apresentar resultados quanto ao desempenho do aluno, ou
seja, muitos professores preferem a Educação Infantil "por não haver cobranças e não
precisar apresentar resultados".
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A REALIDADE DA EDUCAÇÃO DE 0 A 6 ANOS
As experiências vivenciadas de 0 a 6 anos de idade são fundamentais na
formação do ser humano. É um fato que o que se aprende nessa fase pode deixar
marcas para o resto da vida. Mas a verdade é que o atendimento educacional a essa
faixa sempre primou pela improvisação.
Embora a Constituição de 1988 garanta a educação infantil, colocando-a como
obrigação dos municípios, ao lado do ensino fundamental, só agora se atina para a
importância de profissionalizá-la. Mas, se esse olhar mais atento não for
acompanhado por ações efetivas de melhoria e qualificação de professores e
estabelecimentos, continuaremos perdendo a chance preciosa de preparar milhões
de crianças para uma infância mais sadia, educada dentro de princípios de respeito
ao semelhante, ao meio-ambiente e a si mesma.
Há quatro décadas, com a inserção maior das mulheres no mercado de trabalho,
a procura por creches e pré-escolas aumentou sensivelmente. Nestas, só no último
ano, verificou-se aumento de 2,9 por cento de matrículas. São 4,2 milhões de crianças
(2,8 milhões na rede municipal). Para detalhar melhor as necessidades dessa clientela
em expansão, o MEC promete censo específico para a educação infantil no próximo
ano. As diretrizes curriculares já foram lançadas e se reconhece a urgência de
especializar os 204 mil professores que atuam nessa área, muitos absolutamente
leigos.
Mas ainda não se nota um consenso geral de que se deve exigir a mesma
qualidade na educação infantil quanto de qualquer outro nível de ensino. O real é que,
as próprias famílias costumam encarar as “escolinhas” apenas como locais onde
podem deixar os filhos durante o dia todo ou parte desse dia.
Esse descompromisso em relação ao que se oferece às crianças pequenas não
é privilégio brasileiro. Mesmo os países desenvolvidos, como os Estados Unidos, só
agora acordam para a necessidade de mais atenção a essa faixa. Recentemente, a
Associação Americana Para o Progresso da Ciência divulgou um estudo realizado por
duas décadas com dois grupos, ambos de comunidades carentes – um deles formado
por pessoas que receberam cuidados educacionais de alta qualidade desde o primeiro
ano de vida.
Estas, como era de se esperar, tiveram mais sucesso na escola até o início da
vida adulta. Com isso, os pesquisadores forneceram provas científicas de que a
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educação infantil favorece as conquistas educacionais. Resta convencer as
autoridades a investirem nessa modalidade, para que não se desperdice a
oportunidade de desenvolvimento oferecida pelos primeiros anos, ou meses de vida.
Levando em conta que é nas creches e pré-escolas que muitas crianças passam
a maior parte do dia, é essencial que sejam atendidas por profissionais que lidem bem
com todas as nuances da educação infantil, que saibam o que (e como) estimular
numa criança em determinada idade todo seu potencial. É preciso, sobretudo, chamar
os pais à escola, fazê-los participar do processo, para que eduquem seus filhos com
maior segurança e sintam sua responsabilidade dividida com gente que entende do
riscado.
As crianças, quando nascem, necessitam de cuidados mínimos e de atenção
não muito complexa (comer e dormir de zero a seis anos, ocorre um processo de
complexidade do ser humano que não se repetirá durante seu desenvolvimento certas
horas e receber atenção às demandas a que o recém-nascido começa a fazer).
À medida que vão crescendo, aumenta a complexidade de suas demandas
(choram porque têm vontade ou mal-estar, ou não querem estar sozinhas, ou querem
estar com uma outra pessoa, etc.) e também aumenta sua capacidade de resposta
(começam a ter critérios próprios em alguns aspectos e, portanto, mediante o uso de
linguagem podem pedir o que querem). Também se tornam mais complexas as
realidades em que vivem essas crianças: passam do âmbito relacional reduzido ao
estabelecimento de relações com pessoas mais alheias e desconhecidas, a ter
necessidade de valer-se por si mesmas, de garantir-se sem a presença constante das
pessoas mais próximas.
A complexidade é consubstancial ao processo de desenvolvimento dos seres
humanos. Esse desenvolvimento é caracterizado pelo seu caráter único com relação
às outras espécies vivas: o ser humano é o único ser vivo que pode planejar sua ação,
pôr em andamento uma atividade psíquica que lhe permita realizar ações criadoras.
Também é necessário destacar que a diversidade é uma característica do ser
humano, pois todas as pessoas são diferentes em suas particularidades físicas e
psíquicas: cada uma recebe, por meio de herança, determinadas características
físicas e determinadas potencialidades, que se desenvolvem em um determinado
ambiente. Tudo isso exige-nos a necessidade de falar simultaneamente das
características de unicidade e de diversidade do ser humano.
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Sabe-se, por exemplo, que, aos três anos, a criança já tenta comer e se vestir
sem ajuda, coopera em algumas tarefas e apreende o sentido de palavras
estrangeiras. Aos quatro, espontaneamente se socializa. Aos cinco, assume
responsabilidades, auxilia na arrumação da casa ou sala de aula e se torna curiosa
pelo mundo à sua volta. Aos seis, toma conta de crianças menores, canta e conta
histórias sem esquecer que brinca aleatoriamente.
Em resumo, o que se espera de uma instituição de educação infantil é que,
através das brincadeiras e situações do cotidiano, estimule o desenvolvimento geral
do aluno: dos cinco sentidos, do raciocínio lógico, da capacidade de comunicação e
de socialização com os colegas e adultos. É a fase certa para incentivar autoconfiança
e criatividade, e passar uma noção de limites e respeito ao próximo. É a hora de
ensinar-lhe a ajudar, cooperar e participar de um grupo onde ele começa a ser
inserido. É o momento adequado para que aprenda a respeitar o meio-ambiente,
através de regras bem simples como não maltratar animais, ou sempre jogar papéis
usados na cesta de lixo, tendo sempre o acompanhamento do professor
conscientizando-o que se não cuidar o nosso meio ambiente irá acabar.
Parece uma tarefa sem maiores segredos, mas nem todos os professores, por
culpa de sua formação precária, sabem como fazer. Além disso, não são poucas as
creches e pré-escolas de bairros pobres ou municípios distantes que sobrevivem
como podem, às custas da boa vontade de pessoas cuja função se resume a olhar as
crianças enquanto a mãe trabalha. Até que elas são jogadas na primeira série do
ensino fundamental onde, muitas vezes, ficam retidas, por terem faltado os primeiros
estímulos necessários à aprendizagem. Mas isso se tornará coisa do passado assim
que governo e sociedade se conscientizarem de que crianças não nascem aos sete
anos de idade, e reconhecerem a educação infantil como a primeira, e fundamental,
etapa da educação básica, ou seja: a formação indispensável e primordial para o
desenvolvimento da criança posteriormente em sua vida adulta.
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CURRÍCULO E PLANEJAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O trabalho pedagógico organizado em creche ou pré-escola, em que cuidar e
educar são aspectos integrados, se faz pela criação de um ambiente em que a criança
se sinta segura, satisfeita em suas necessidades, acolhida em sua maneira de ser,
onde ela possa trabalhar de forma adequada suas emoções e lidar com seus medos,
sua raiva, seus ciúmes, sua apatia ou hiperatividade, e possa construir hipóteses
sobre o mundo e elaborar sua Identidade. A meta do trabalho pedagógico nas
instituições de Educação infantil é apoiar as crianças, desde cedo e ao longo de todas
as suas experiências cotidianas, no estabelecimento de uma relação positiva com a
instituição educacional, no fortalecimento de sua auto estima, interesse e curiosidade
pelo conhecimento do mundo, na familiaridade com diferentes linguagens, e na
aceitação e acolhimento das diferenças entre as pessoas. Para garantir às crianças
seu direito de viver a infância e se desenvolver, creches e pré- escolas devem
organizar situações agradáveis, estimulantes, que ampliem as possibilidades infantis
de cuidar de si e de outrem, de se expressar, comunicar e criar, de organizar
pensamentos e ideias, de conviver, brincar e trabalhar em grupo, de ter iniciativa e
buscar soluções para os problemas e conflitos que se apresentam às mais diferentes
idades, desde muito cedo. O ambiente deve ser rico de experiências para exploração
ativa e compartilhada por crianças e professores, que constroem significações nos
diálogos que estabelecem. Desses pontos decorrem algumas condições para a
organização curricular das instituições de Educação Infantil. Elas devem, segundo as
Diretrizes: o assegurar a educação de modo integral, entendendo o cuidado como
algo indissociável do processo educativo; o combater o racismo e as discriminações
de gênero, sócio econômicas, étnico-raciais e religiosas; o conhecer as culturas
plurais que constituem o espaço da creche e da pré-escola, a riqueza das
contribuições familiares e da comunidade, suas crenças e manifestações, e fortalecer
formas de atendimento articuladas aos saberes e às especificidades étnicas,
linguísticas, culturais e religiosas de cada comunidade; o dar atenção cuidadosa e
exigente às possíveis formas de violação da dignidade da criança; o cumprir o dever
do Estado com a garantia de uma experiência educativa com qualidade a todas as
crianças na Educação Infantil. Com base nessas condições, as DCNEIs apontam que
as instituições de Educação Infantil, na organização de sua proposta pedagógica e
curricular, necessitam: • garantir espaços e tempos para participação, o diálogo e a
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escuta cotidiana das famílias, o respeito e a valorização das diferentes formas em que
elas se organizam; • trabalhar com os saberes que as crianças vão construindo ao
mesmo tempo em que se garante a apropriação ou construção por elas de novos
conhecimentos; • considerar a brincadeira como a atividade fundamental nessa fase
do desenvolvimento e criar condições para que as crianças brinquem diariamente; •
propiciar experiências promotoras de aprendizagem e consequente desenvolvimento
das crianças em uma frequência regular; • selecionar aprendizagens a serem
promovidas com as crianças, não as restringindo a tópicos tradicionalmente
valorizados pelos professores, mas ampliando-as na direção do aprendizado delas
para assumir o cuidado pessoal, fazer amigos, e conhecer suas próprias preferências
e características; • organizar os espaços, tempos, materiais e as interações nas
atividades realizadas para que as crianças possam expressar sua imaginação nos
gestos, no corpo, na oralidade e/ou na língua de sinais, no faz de conta, no desenho,
na dança, e em suas primeiras tentativas de escrita; • Considerar, no planejamento do
currículo, as especificidades e os interesses singulares e coletivos dos bebês e das
crianças das demais faixas etárias, vendo a criança em cada momento como uma
pessoa inteira na qual os aspectos motores, afetivos, cognitivos e linguísticos
integram-se, embora em permanente mudança; • abolir todos os procedimentos que
não reconheçam a atividade criadora e o protagonismo da criança pequena e que
promovem atividades mecânicas e não significativas para as crianças; • oferecer
oportunidade para que a criança, no processo de elaborar sentidos pessoais, se
aproprie de elementos significativos de sua cultura não como verdades absolutas, mas
como elaborações dinâmicas e provisórias; • criar condições para que as crianças
participem de diversas formas de agrupamento (grupos de mesma idade e grupos de
diferentes idades), formados com base em critérios estritamente pedagógicos,
respeitando o desenvolvimento físico, social e linguístico de cada criança; • possibilitar
oportunidades para a criança fazer deslocamentos e movimentos amplos nos espaços
internos e externos às salas de referência das turmas e à instituição, e para envolver-
se em exploração e brincadeiras; • oferecer objetos e materiais diversificados às
crianças, que contemplem as particularidades dos bebês e das crianças maiores, as
condições específicas das crianças com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, e as diversidades sociais,
culturais, étnico-raciais e linguísticas das crianças, famílias e comunidade regional; •
organizar oportunidades para as crianças brincarem em pátios, quintais, praças,
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bosques, jardins, praias, e viverem experiências de semear, plantar e colher os frutos
da terra, permitindo-lhes construir uma relação de identidade, reverência e respeito
para com a natureza; • possibilitar o acesso das crianças a espaços culturais
diversificados e a práticas culturais da comunidade, tais como apresentações
musicais, teatrais, fotográficas e plásticas, e visitas a bibliotecas, brinquedotecas,
museus, monumentos, equipamentos públicos, parques, jardins.
Um tópico a ser destacado diz respeito às experiências de aprendizagem que
podem ser promovidas. Elas são descritas no artigo 9º da Resolução CNE/CEB nº5/09
como experiências que podem ser selecionadas para compor a proposta curricular
das unidades de Educação infantil. As experiências apontadas visam promover
oportunidades para cada criança conhecer o mundo e a si mesma, aprender a
participar de atividades individuais e coletivas, a cuidar de si e a organizar-se. Visam
introduzir as crianças em práticas de criação e comunicação por meio de diferentes
formas de expressão, tais como imagens, canções e música, teatro, dança e
movimento, assim como a língua escrita e falada, sem esquecer da língua de sinais,
que pode ser aprendida por todas as crianças e não apenas pelas crianças surdas.
Conforme as crianças se apropriam das diferentes linguagens, que se
relacionam, elas ampliam seus conhecimentos sobre o mundo e registram suas
descobertas pelo desenho, modelagem, ou mesmo por formas bem iniciais de registro
escrito. Também a satisfação do desejo infantil de explorar e conhecer o mundo da
natureza, da sociedade e da matemática, e de apropriar-se de formas elementares de
lidar com quantidades e com medidas deve ser atendida de modo adequado às formas
das crianças elaborarem conhecimento de maneira ativa, criativa. Todas essas
preocupações, além de marcar significativamente todas as instituições de Educação
Infantil do país, devem ainda estar presentes em três situações que são apontadas
nas DCNEI: O compromisso com uma Educação infantil de qualidade para todas as
crianças não pode deixar de ressaltar o trabalho pedagógico com as crianças com
deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
Em relação a elas, o planejamento das situações de vivência e aprendizagem na
Educação Infantil deve: o garantir-lhes o direito à liberdade e à participação enquanto
sujeitos ativos; o ampliar suas possibilidades de ação nas brincadeiras e nas
interações com as outras crianças, momentos em que exercitam sua capacidade de
intervir na realidade e participam das atividades curriculares com os colegas; o
garantir-lhes a acessibilidade de espaços, materiais, objetos e brinquedos,
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procedimentos e formas de comunicação a suas especificidades e singularidades; o
estruturar os ambientes de aprendizagem de modo a proporcionar-lhes condições
para participar de todas as propostas com as demais crianças; o garantir-lhes
condições para interagir com os companheiros e com o professor; o preparar
cuidadosamente atividades que tenham uma função social imediata e clara para elas;
o organizar atividades diversificadas em sequências que lhes possibilitem a retomada
de passos já dados; o preparar o espaço físico de modo que ele seja funcional e
possibilite locomoções e explorações; o cuidar para que elas possam ser ajudadas da
forma mais conveniente no aprendizado de cuidar de si, o que inclui a aquisição de
autonomia e o aprendizado de formas de assegurar sua segurança pessoal; o
estabelecer rotinas diárias e regras claras para melhor orientá-las; estimular a
participação delas em atividades que envolvam diferentes linguagens e habilidades,
como dança, canto, trabalhos manuais, desenho etc., e promover-lhes variadas
formas de contato com o meio externo; o dar-lhes oportunidade de ter condições
instrucionais diversificadas – trabalho em grupo, aprendizado cooperativo, uso de
tecnologias, diferentes metodologias e diferentes estilos de aprendizagem; o oferecer,
sempre que necessário, materiais adaptados para elas terem um melhor
desempenho; o garantir o tempo que elas necessitam para realizar cada atividade,
recorrendo a tarefas concretas e funcionais por meio de metodologias de ensino mais
flexíveis e individualizadas, embora não especialmente diferentes das que são
utilizadas com as outras crianças; o realizar uma avaliação processual que
acompanhe suas aprendizagens com base em suas capacidades e habilidades, e não
em suas limitações, tal como deve ocorrer para qualquer criança; o estabelecer
contato frequente com suas famílias para melhor coordenação de condutas, troca de
experiências e de informações.
O importante é reconhecer que a Educação Inclusiva só se efetiva se os
ambientes de aprendizagem forem sensíveis às questões individuais e grupais, e
neles as diferentes crianças possam ser atendidas em suas necessidades específicas
de aprendizagem, sejam elas transitórias ou não, por meio de ações adequadas a
cada situação. A Educação infantil deve atender a demanda das populações do
campo, dos povos da floresta e dos rios, indígenas, quilombolas por uma educação e
cuidado de qualidade para seus filhos. O trabalho pedagógico de creches e pré-
escolas instaladas nas áreas onde estas populações vivem precisa reconhecer a
constituição plural das crianças brasileiras no que se refere à identidade cultural e
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regional e à filiação socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e
religiosa. Para tanto ele deve: o estabelecer uma relação orgânica com a cultura, as
tradições, os saberes e as identidades das diversas populações; o adotar estratégias
que garantam o atendimento às especificidades das comunidades do campo,
quilombolas, ribeirinhas e outras – tais como a flexibilização e adequação no
calendário, nos agrupamentos etários e na organização de tempos, atividades e
ambientes – em respeito às diferenças quanto à atividade econômica e à política de
igualdade, e sem prejuízo da qualidade do atendimento, com oferta de materiais
didáticos, brinquedos e outros equipamentos em conformidade com a realidade das
populações atendidas, evidenciando ainda o papel dessas populações na produção
de conhecimento sobre o mundo. Esta demanda por ampliação da Educação Infantil
para além dos territórios urbanos é nova e se integra à preocupação em garantir às
populações do campo e indígena, e aos afrodescendentes uma educação que
considere os saberes de cada comunidade, ou grupo cultural, em produtiva interação
com os saberes que circulam nos centros urbanos, igualmente marcados por uma
ampla diversidade cultural.
Quando oferecidas, aceitas e requisitadas pelas comunidades indígenas, as
propostas curriculares na Educação Infantil devem: proporcionar às crianças
indígenas uma relação viva com os conhecimentos, crenças, valores, concepções de
mundo e as memórias de seu povo; o reafirmar a identidade étnica e a língua como
elementos de sua constituição; o dar continuidade à educação tradicional oferecida
na família e articular-se às práticas socioculturais de educação e cuidado coletivos da
comunidade; o adequar calendário, agrupamentos etários e organização de tempos,
atividades e ambientes de modo a atender as demandas de cada um.
Práticas Pedagógicas adotadas em sala de aula
De acordo com algumas leituras percebe-se que muitos autores criticam a
prática pedagógica tecnicista, pois afirmam que este método de ensino marcou a
educação durante o período militar, o que causou algumas divergências entre os
educadores, pois “O professor passa a ter que dominar as técnicas e então basta
saber ligar e desligar botões para ensinar. O processo é mecânico. Basta saber
repetir, copiar modelos, executar ordens e está pronto para o mercado de trabalho”.
Olhando deste ângulo realmente percebemos que o tecnicismo torna-se prejudicial à
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educação, pois se essa técnica for o centro de tudo e o ensino se tornar mecânico,
consequentemente não haverá aprendizagem. Não é possuindo o domínio de tais
técnicas que podemos afirmar que o ensino está sendo bem aproveitado.
Entretanto excluir as técnicas também não quer dizer que estaremos fazendo o
melhor para a educação pois, na verdade, o problema está em como usamos desse
meio para ensinar. Muitas vezes é de forma errônea, restringindo o ato de ensinar a
meros quadros de textos exibidos por meio de um computador, onde temos um
começo e um fim determinado. O educador deve antes conhecer a dimensão teórica
e prática dos métodos adotados, deve saber qual técnica é mais eficaz em dado
momento, ter domínio da técnica e do conteúdo, saber se ela funciona em
determinada situação, como, para que e por quê lançar mão deste meio para ensinar.
Então podemos utilizar retro- projetores sem sermos tecnicistas, realizar uma aula
expositiva sem sermos tradicionais.
Na literatura didática, a aula expositiva é considerada a mais tradicional das
técnicas de ensino e também tem sido apontada como a atividade mais empregada
pelos educadores e a preferida pelos estudantes em qualquer grau de ensino. Na
escola tradicional era considerada como técnica de ensino padrão, onde o docente
deveria dominar os conteúdos fundamentais a serem transmitidos aos alunos, sendo
o melhor método de transmissão de conhecimentos na sala de aula. Já na "escola
nova" a aula expositiva deixa de ser predominante na sala de aula. Dá-se ênfase à
atividade do aluno e novas técnicas de ensino surgem.
A aula expositiva, segundo alguns autores, apresenta vantagens e
desvantagens. “Vantagens – a economia de tempo, principalmente para assuntos
curtos; supre a falta de bibliografia para o aluno quando este não foi amplamente
divulgado ou na dificuldade de acesso; a técnica ajuda na compreensão de assuntos
considerados complexos, desde que o professor traduza para linguagem mais
simples. E quando suscita perguntas, esta aula estimula o pensamento criador do
aluno. Desvantagem – A maior é que por ser comunicação verbal, o professor tende
a falar por mais tempo, restringindo a participação do aluno, o que os deixa
acomodados”.
A escola tecnicista estava fundamentada nos princípios de racionalidade,
eficiência e produtividade. Aqui se valorizam as atividades que promovem o
parcelamento do trabalho pedagógico. Assim, à aula expositiva foi transmitida uma
17
nova conotação, traduzida por determinadas habilidades técnicas a serem
desenvolvidas pelo educador.
Podemos considerar também o debate como outra técnica de ensino: é um
recurso utilizado para os alunos confrontarem ideias, diferentes pontos de vista.
Entretanto, discutir e debater não são tarefas fáceis, não basta que o aluno exprima-
se e diga o que sente, é necessário conhecimento crítico para que ele progrida e
avance sozinho. Para que ocorra um debate é necessário que os participantes já
tenham um conhecimento, informações novas e experiências. Pode adquirir tudo isso
por meio de leituras, pesquisas e estudos realizados sobre diversos temas.
18
Analise critica desenvolvida com crianças
A Educação Infantil ainda é uma tarefa a se realizar no Brasil de forma
emergencial e criteriosa.
Os desafios colocam-se tanto no plano das políticas públicas quanto no plano
pedagógico. Como já discutido na literatura da área, historicamente, Educação Infantil
vem sendo compreendida tanto como equipamento de caráter assistencial,
especialmente no caso das creches, ou como estratégia de combate à pobreza,
prevenção do fracasso escolar, preparação para o Ensino Fundamental ou mesmo
sua antecipação, ora reproduzindo o formato característico do Ensino Fundamental
desconsiderando as peculiaridades da faixa etária atendida.
No que se refere ao plano pedagógico, pode-se constatar na última década um
intenso movimento de debate acerca da especificidade do trabalho pedagógico nesse
segmento. A superação desse cenário exige dos pesquisadores em educação a
explicitação de qual deve ser o papel da educação escolar infantil na formação e na
promoção do desenvolvimento humano da criança.
Considerando a infância como um período que também prepara a criança para
a vida adulta.
É preciso, portanto, avançar no sentido da proposição de finalidades
pedagógicas para esse segmento de ensino que superem a tarefa
de socializar disciplinar a criança. Urge, em suma, responder à questão: "Para que
Educação Infantil?".
Algumas respostas têm sido oferecidas pelos pesquisadores. Afirma-se, por
exemplo, que as instituições de Educação Infantil devem educar-cuidar e que o
binômio cuidado-educação expressaria o objetivo principal do trabalho pedagógico
junto a essa faixa etária. O cuidar-educar, nesse sentido, aparece na literatura como
algo que marcaria a identidade desse segmento educacional, concepção essa que se
mostra presente na própria documentação oficial concernente ao segmento.
Também em nome da especificidade do segmento, onde se delineia
hegemonicamente na área uma perspectiva anti-escolar. As inadequações
observadas nas escolas de educação infantil vêm sendo atribuídas por diversos
pesquisadores à adoção do assim chamado modelo escolar. Não se trata da crítica à
antecipação imprópria de tarefas típicas do Ensino Fundamental que acaba ocorrendo
19
como forma de suprir a lacuna da falta de clareza do que deva ser a prática
pedagógica junto à faixa etária atendida pela Educação Infantil, a qual colaboramos.
O "educar-cuidar" como o objetivo proclamado para a educação infantil.
Portanto, o cuidar e o educar são indissolúveis e devem ser trabalhados juntos,
sem esquecer-se de buscar o equilíbrio entre ambos, pois ao mesmo tempo em que
sabemos que as crianças precisam de cuidados especiais, devemos também
reconhecê-las, como agentes ativos da sociedade onde vivemos e que construiremos.
Para Piaget (1964), é necessário conhecer os níveis de desenvolvimento
da criança, para deste modo, saber o que serão ou não capazes de fazer, e assim
adaptar os processos de aprendizagem a esses níveis de desenvolvimento.
Outra noção importante é a noção de período sensível e refere-se à existência
de momentos particularmente propícios para a aquisição de determinadas
aprendizagens. Os jogos, as oportunidades de interação com seus colegas de mesma
idade, também são meios de favorecer momentos críticos de aprendizagem, neste
caso, no campo das relações interpessoais.
O trabalho dos professores de Educação Infantil deve andar a luz das pesquisas da
Psicologia e da Pedagogia, e é fundamental que os profissionais que atuam nesta
área da educação, estejam dispostos a programar suas atividades com uma
orientação flexível, que lhes permita adaptar-se às necessidades que cada criança
manifesta, quando lhes são dadas estas oportunidades.
O estabelecimento de autoconceito positivo e a certeza de que, mediante sua
atividade e seus processos cognitivos, poderão fazer frente às exigências da vida e
da escola são aquisições fundamentais da criança nesta etapa inicial de sua educação
institucionalizada. Ambas passam, entre outras, pela: Experiência de sentir-se valiosa,
oportunidade de descobrir; possibilidade de equivocar-se e de retificar (corrigir), sem
que o erro seja carregado de valor negativo (ARRIBAS 2004 p.45).
20
Ética na Educação Infantil
Falar de ética, nada mais é do que referenciar a conduta humana. Trata-se de
um tema que, aparentemente, todo mundo conhece, mas que, pela própria natureza
das relações sociais e do comportamento competitivo do ser humano, muitas vezes
acaba sendo esquecido ou deturpado, conforme a situação e a conveniência das
pessoas.
A escola tem como objetivo formar cidadãos capazes de atuar com competência
e dignidade na sociedade.
A ética está diretamente relacionada à regras estabelecidas por meio de leis que
regulam o modo de vida da população de um país. Por viver em sociedade e conviver
com outros iguais é de fundamental importância que o ser humano saiba como agir
de forma que respeite a dignidade do próximo, sem humilhações ou discriminações
em relação a sexo ou etnia.
“A função da escola em proporcionar um conjunto de práticas pré-estabelecidas tem
o propósito de contribuir para que os alunos se apropriem de conteúdos sociais e
culturais de maneira crítica e construtiva”, afirma a professora Maria Cortes, do
curso ÉTICA - Tema Transversal - Fundamental I, elaborado pelo CPT – Centro de
Produções Técnicas.
Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, tomando atitudes diante dos
fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados objetivos
Portanto, pode-se afirmar que aprende-se participando, vivenciando
sentimentos, tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para
atingir determinados objetivos. Ensina-se não só pelas respostas dadas, mas
principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados e pela
ação desencadeada.
A escola, ao tomar para si o objetivo de formar cidadãos capazes de atuar com
competência e dignidade na sociedade, buscará eleger, como objeto de ensino,
conteúdos que estejam em consonância com as questões sociais que marcam cada
momento histórico, cuja aprendizagem e assimilação são as consideradas essenciais
para que os alunos possam exercer seus direitos e deveres.
De acordo com o PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais, o papel da escola é o de
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propor atividades que levem o aluno a pensar sobre sua conduta e a dos outros, a
partir de princípios e não de receitas prontas. A isto, batizou-se o tema de Ética.
Valores e regras são transmitidos pelos professores, pelos livros didáticos, pela
organização institucional e até pelo comportamento dos alunos.
Valores e regras são transmitidos pelos professores, pelos livros didáticos, pela
organização institucional, pelas formas de avaliação, pelos comportamentos dos
próprios alunos, e assim por diante. Então, ao invés de deixá-las ocultas, é melhor
que tais questões recebam, por parte da educação escolar, um tratamento explícito.
Isso significa que essas questões devem ser objeto de reflexão da escola como um
todo, ao invés de cada professor tomar isoladamente suas decisões. Daí a proposta
de que se inclua o tema Ética nas preocupações oficiais da educação.
Em relação ao desenvolvimento da racionalidade, o aluno deve ser acolhido num
ambiente em que tal faculdade seja estimulada. A escola pode ser esse lugar. Deve
sê-lo. Deverá desenvolver as seguintes competências nos alunos:
Aprender a conhecer
Pressupõe saber selecionar, acessar e integrar os elementos de uma cultura
geral, suficientemente extensa e básica, com o trabalho em profundidade de alguns
assuntos, com espírito investigativo e visão crítica; em resumo, significa ser capaz
de aprender a aprender ao longo de toda a vida.
Aprender a fazer
Pressupõe desenvolver a competência do saber se relacionar em grupo, saber
resolver problemas e adquirir uma qualificação profissional.
Proporcione aos seus alunos o exercício de direitos e deveres, da solidariedade,
cooperação e repúdio às injustiças
Aprender a viver com os outros
Consiste em desenvolver a compreensão do outro e a percepção das
interdependências, na realização de projetos comuns, preparando-se para gerir
conflitos, fortalecendo sua identidade e respeitando a dos outros, respeitando valores
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de pluralismo, de compreensão mútua e de busca da paz.
Aprender a ser
Para melhor desenvolver sua personalidade e poder agir com autonomia,
expressando opiniões e assumindo as responsabilidades pessoais.
Feito isto, deseja-se que os alunos sejam capazes de compreender a cidadania como
participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos,
civis e sociais, adotando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio
às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito.
Se o seu objetivo como professor é formar um indivíduo que respeite as diferenças
entre pessoas, não será suficiente fazer belos discursos sobre o tema. Será preciso
que a criança vivencie esse respeito, principalmente no que tem de peculiar em
relação aos outros.
Por outro lado, se seu objetivo é formar indivíduos capazes de resolver conflitos
pelo diálogo, será fundamental proporcionar um ambiente em que exista essa
possibilidade, onde os alunos possam, de fato, praticar o diálogo e a negociação. Da
mesma maneira, a solidariedade, a vivência democrática, o respeito próprio e a
racionalidade.
23
Novas definições da Legislação
Lei 13.306/2016: altera o ECA e prevê que a educação infantil vai de 0 a 5 anos
terça-feira, 5 de julho de 2016
Foi publicada hoje a Lei nº 13.306/2016, que altera o Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei nº 8.069/90).
A alteração foi muito simples e aconteceu em dois artigos do diploma.
1) O art. 54, IV, do ECA previa que as crianças de 0 a 6 anos de idade deveriam ter
direito de atendimento em creche e pré-escola.
A Lei nº 13.306/2016 alterou esse inciso e estabeleceu que o atendimento em creche
e pré-escola é destinado às crianças de 0 a 5 anos de idade. Veja:
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
Redação originária do ECA
Redação dada pela Lei 13.306/2016
IV - atendimento em creche e pré-
escola às crianças de zero
a seis anos de idade;
IV – atendimento em creche e pré-
escola às crianças de zero a cinco
anos de idade;
2) O art. 208, por sua vez, prevê que, se o Poder Público não estiver assegurando o
direito à creche e à pré-escola para as crianças, é possível que sejam ajuizadas ações
de responsabilidade pela ofensa a esse direito. Este inciso também foi alterado para
deixar claro que a idade-limite para atendimento em creche e pré-escola diminuiu para
5 anos. Confira:
24
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por
ofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não
oferecimento ou oferta irregular:
Redação originária do ECA
Redação dada pela Lei 13.306/2016
III - de atendimento em creche e pré-
escola às crianças de zero a seis anos
de idade;
III – de atendimento em creche e pré-
escola às crianças de zero a cinco anos
de idade;
Por que foi feita esta alteração?
Para adequar o ECA, que estava desatualizado em relação à Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (Lei º 9.394/96).
Os arts. 4º, 29 e 30 da LDB estabelecem que a educação infantil (creche e pré-escola)
vai de 0 a 5 anos de idade. Veja:
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a
garantia de:
(...)
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; (Redação
dada pela Lei nº 12.796/2013)
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade
o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade. (Redação dada pela Lei nº 12.796/2013)
Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
25
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade. (Redação
dada pela Lei nº 12.796/2013)
A Constituição Federal também prevê que a oferta de creches e pré-escolas é
destinada às crianças até 5 anos de idade. Nesse sentido:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
(...)
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco)
anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela EC nº 53/2006)
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
(...)
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
(Redação dada pela EC nº 53/2006)
Dessa forma, na prática, a idade-limite para o atendimento de crianças em creches e
pré-escolas já era 5 anos, por força da LDB e da CF/88. A Lei nº 13.306/2016 só veio
atualizar o texto do ECA, sem promover nenhuma alteração em relação ao que já
estava valendo.
Isso significa que as crianças acima de 5 anos ficarão desamparadas?
Claro que não. As crianças a partir dos 6 anos possuem direito ao ensino fundamental,
nos termos do art. 32 da LDB:
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na
escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação
básica do cidadão, mediante:
Quem tem o dever de oferecer a educação infantil (creches e pré-escolas)?
Os Municípios, conforme previsto no art. 211, § 2º, da CF/88 e no art. 11, V, da LDB:
Art. 211 (...)
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação
infantil.
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Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
(...)
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino
fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando
estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com
recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à
manutenção e desenvolvimento do ensino.
Caso o Município não ofereça vagas em creches e pré-escolas, a pessoa poderá
exigir esse direito junto ao Poder Judiciário?
SIM. O Poder Judiciário pode obrigar o Município a fornecer vaga em creche a criança
de até 5 anos de idade.
A educação infantil, em creche e pré-escola, representa prerrogativa constitucional
indisponível garantida às crianças até 5 anos de idade, sendo um dever do Estado
(art. 208, IV, da CF/88).
Os Municípios, que têm o dever de atuar prioritariamente no ensino fundamental e na
educação infantil (art. 211, § 2º, da CF/88), não podem se recusar a cumprir este
mandato constitucional, juridicamente vinculante, que lhes foi conferido pela
Constituição Federal.
Existem várias decisões do STF nesse sentido, como é o caso do RE 956475, Rel.
Min. Celso de Mello, julgado em 12/05/2016 (Info 826).
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Atividades adequadas para cada nível da Educação Infantil
As pesquisas de Emília Ferreiro e Ana Teberosky sobre a psicogênese da língua
escrita demonstram como se constrói, em três níveis evolutivos, a compreensão do
sistema alfabético de representação da língua, permitindo definir atividades e
intervenções pedagógicas que favorecem a compreensão da escrita e a superação
das dificuldades desta aprendizagem.
PRIMEIRO NÍVEL → PRÉ-SILÁBICO I – INDIFERENCIADO
Nesse nível o aluno pensa que se escreve com desenhos. As letras não querem
dizer nada para ele. A professora pede que ele escreva “bola”, por exemplo, e ele
desenha uma bola, rabiscos, garatujas.
SEGUNDO NÍVEL → PRÉ-SILÁBICO II – DIFERENCIADO
O aluno já sabe que não se escreve com desenhos. Ele já usa letras ou, se não
conhece nenhuma, usa algum tipo de sinal ou rabisco que lembre letras.
Nesse nível o aluno ainda nem desconfia que as letras possam ter qualquer
relação com os sons da fala. Ele só sabe que se escreve com símbolos, mas não
relaciona esses símbolos com a língua oral. Acha que coisas grandes devem ter
nomes com muitas letras e coisas pequenas devem ter nomes com poucas letras.
Acredita que para que uma escrita possa ser lida deve ter pelo menos três símbolos.
Caso contrário, para ele, “não é palavra, é pura letra”.
TERCEIRO NÍVEL → SILÁBICO
O aluno descobriu que as letras representam os sons da fala, mas pensa que
cada letra é uma sílaba oral. Se alguém lhe pergunta quantas letras é preciso para
escrever “cabeça”, por exemplo, ele repete a palavra para si mesmo, devagar,
contando as sílabas orais e responde: três, uma para “ca”, uma para “be” e uma para
“ça”
dentro deste nível podemos identificar três fases importantes:
→ quantitativo – para cada sílaba o aluno põe uma letra sem pensar na
correspondência sonora.
→ quantitativo – escreve para cada sílaba uma letra com correspondência
sonora. Ex: para casa escreve “ca” ou “cz”.
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→silábico-alfabético – ora escreve as sílabas completas (simples) e ora usa
apenas uma letra para representá-la.
Segundo Ferreiro e Teberosky (1991), “aqui a criança já compreendeu que cada
um dos caracteres da escrita corresponde a valores menores que a sílaba. Isto não
quer dizer que todas as barreiras tenham sido superadas: a partir deste momento, a
criança se defrontará com as dificuldades da ortografia, mas não terá mais problemas
de escrita, no sentido restrito.”
QUARTO NÍVEL → ALFABÉTICO
O aluno compreendeu como se escreve usando as letras do alfabeto. Descobriu
que cada letra representa um som da fala e que é preciso juntá-las de um jeito que
formem sílabas de palavras de nossa língua. Porém inicialmente escrevem com fortes
marcas da oralidade.
O vídeo que segue, você vai ver de forma bem explicada sobre esses níveis e
assim compreender que é indispensável para o alfabetizador ter conhecimento sobre
esses níveis que ajudarão no planejamento de atividades futuras e ajustar as
intervenções pedagógicas às necessidades da criança a qual está alfabetizando.
No trabalho em classes de alfabetização não existe uma ordem fixa em que as
coisas têm de ser feitas. Os alunos não aprendem aos pedaços, um item depois do
outro, do mais fácil para o mais difícil. Pelo contrário, eles aprendem fazendo muitas
relações entre tudo o que faz parte do que chamamos de campo conceitual da
alfabetização.
O que vem a ser isso? É um conjunto de situações que dão sentido aos atos de
escrever e ler. Por isso eles aprendem escrevendo e lendo. Para que isso aconteça,
o professor deve propor diariamente atividades que envolvam letras, palavras e textos.
Não pode se enganar achando que se está trabalhando com textos já está
naturalmente trabalhando com palavras e letras.
Durante o processo de alfabetização o professor deve criar situações didáticas
que permitam aos seus alunos pensar sobre a escrita e deve estar atento às
especificidades do trabalho com letras, com palavras e com textos. Seus objetivos
para os três não são os mesmos e todos são igualmente importantes.
Lembrando que cada criança deve ser vista com um ser único, portanto nenhuma
aprende igual a outra, os níveis são fases que fora pesquisadas por Emília Ferreiro
que nos ajuda a compreender o que pensam cada criança ao construir suas hipóteses
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sobre a escrita. Abaixo estão alguns desafios interessante, porem não se esgotam em
si mesmo, a reflexão sobre a prática em sala de aula nos ajuda a compreender o que
pensam as crianças e também na tomada de decisões frente aos desafios diários do
professor alfabetizador.
PARA O ALUNO PRÉ-SILÁBICO
o Associar palavras e objetos;
o Memorizar palavras globalmente;
o Analisar palavras quanto ao número de letras, inicial e final;
o Distinguir letras e números;
o Reconhecer as letras do alfabeto (cursiva e bastão);
o Familiarizar-se com os aspectos sonoros das letras através das iniciais de
palavras significativas;
o Relacionar discurso oral e texto escrito;
o Distinguir imagem de escrita;
o Observar a orientação espacial dos textos;
o Produzir textos pré-silabicamente;
o Ouvir e compreender histórias;
o Identificar letras e palavras em textos de conteúdo conhecido.
PARA O ALUNO SILÁBICO
o Reconhecer a primeira letra das palavras no contexto da sílaba inicial;
o Comparar palavras memorizadas globalmente com a hipótese silábica;
o Contar o número de letra das palavras;
o Desmembrar oralmente as palavras em suas sílabas;
o Reconhecer o som das letras pela análise da primeira sílaba das palavras;
o Reconhecer a forma e as posições dos dois tipos de letras: cursiva e maiúscula;
o Identificar palavras em textos de conteúdo conhecido (qualquer tipo de
palavra);
o Produzir textos silabicamente;
o Ouvir e compreender histórias;
o Completar palavras com as letras que faltam (observando que o número de
letras presentes exceda sempre o número de sílabas da palavra).
PARA O ALUNO ALFABÉTICO
o Compor palavras com sílabas;
o Decompor palavras em suas sílabas;
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o Produzir textos alfabeticamente;
o Escrever textos (curtos) de memória;
o Reescrever partes de histórias conhecidas;
o Ler textos de seu nível;
o Completar palavras com as sílabas que faltam;
o Observar a segmentação entre as palavras no texto;
o Observar os sinais de pontuação;
o Ouvir e compreender histórias;
o Completar textos com palavras;
Para saber mais
★ Psicogênese da Língua Escrita, de Emilia Ferreiro (Editora Artmed).
★ Alfabetização: a Criança e a Linguagem Escrita, de Cláudia Maria Mendes
Gontijo (Editora Autores Associados).
★ Reflexões sobre Alfabetização, de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (Editora
Cortez).
★ A Formação Social da Mente: o Desenvolvimento dos Processos
Psicológicos Superiores, de L. S. Vigostsky (Editora Martins Fontes).
★ Os Processos de Leitura e Escrita, de Emilia Ferreiro e Margarita Gomes
Palácio (Editora Artmed).
★ Contextos de Alfabetização Inicial, de Ana Teberosky e Marta Soler Gallart
(Editora. Artmed).
★ Desenvolvimento da Escrita - 100 Propostas Práticas para o Trabalho com
Crianças de Seis Anos, de Geraldo Peçanha de Almeida (Editora Wak).
31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Janeiro: Vozes, 2004.
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Educação Infantil. Brasília, MEC / SEF /COEDI, 1996.
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em http://www.lfg.com.br. 12 de novembro de 2008.
GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. 7ª edição. São Paulo:
Ática.
ROCHA, Eloisa Acires. A Função Social das Instituições de Educação Infantil.
Revista Conteúdo/Escola. Disponível em
http://www.conteudoescola.com.br/site/content/view/81/42/1/1/. Acesso feito no dia 10
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Conteúdo/Escola. Disponível em
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psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes,
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BASSEADAS, Eulália. Aprender na Educação Infantil. Porto Alegre: Artes
Médicas. 1999.
CRAIDY, Carmem e KAERCHER G. E. Educação Infantil Pra que te quero?
Porto alegre: ARTMED, 2001.
RAMOS, Zilma de Oliveira. Educação Infantil: Fundamentos e Método. São
Paulo: Cortez Editora, 2002.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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DROUÉT, R. C. Fundamentos da Educação Pré-escolar. São Paulo: Ática,
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GODALL, Teresa e HOSPITAL, Anna. 150 Propostas de Atividades Motoras
para a Educação Infantil de 3 a 6 anos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
32
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aulas de Matemática. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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GOLDSCHMID, Elinor e JACKSON, Sonia. Educação de 0 a 3 anos. O atendimento
em creche.