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Ideologia : Tem que ter uma para viver? Análise social, econômica e política do Brasil através da música de Frejat e Cazuza

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Page 1: Ideologia : Tem que ter uma para viver?

Ideologia : Tem que ter uma para viver?Análise social, econômica e política do Brasil através da música de Frejat e Cazuza

Page 2: Ideologia : Tem que ter uma para viver?

Acadêmicas: Izabella Lorenzoni , Kelly Pimenta e Mariana BonifácioTrabalho apresentado como complemento de nota para B2 da matéria Pensamentos Contemporâneos dos cursos de Jornalismo e Publicidade da Faculdade Objetivo

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Conceito de Ideologia

▪ Ideologia é um conjunto de ideias ou pensamentos de uma pessoa ou de um grupo de indivíduos. A ideologia pode estar ligada a ações políticas, econômicas e sociais.

▪ O conceito de ideologia foi muito trabalhado pelo filósofo alemão Karl Marx, que ligava a ideologia aos sistemas teóricos (políticos, morais e sociais) criados pela classe social dominante. De acordo com Marx, a ideologia da classe dominante tinha como objetivo manter os mais ricos no controle da sociedade.

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Ideologias do século XX ▪ Ideologia fascista: implantada na Itália e Alemanha, principalmente, nas décadas de 1930 e

1940. Possuía um caráter autoritário, expansionista e militarista.

▪ Ideologia comunista: implantada na Rússia e outros países (principalmente do leste europeu), após a Revolução Russa (1917). Visava a implantação de um sistema de igualdade social.

▪ Ideologia democrática: surgiu em Atenas, na Grécia Antiga, e possui como ideal a participação dos cidadãos na vida política.

▪ Ideologia capitalista: surgiu na Europa durante o Renascimento Comercial e Urbano (século XV). Ligada ao desenvolvimento da burguesia, visa o lucro e o acumulo de riquezas.

▪ Ideologia conservadora: ideias ligadas à manutenção dos valores morais e sociais da sociedade.

▪ Ideologia anarquista: defende a liberdade e a eliminação do estado e das formas de controle de poder.

▪ Ideologia nacionalista: exaltação e valorização da cultura do próprio país.

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IdeologiaMeu partido

É um coração partido E as ilusões

Estão todas perdidas Os meus sonhos

Foram todos vendidos Tão barato

Que eu nem acredito Ah! eu nem acredito...

Que aquele garoto Que ia mudar o mundo

Mudar o mundo Frequenta agora

As festas do "Grand Monde"...

Meus heróis Morreram de overdose

Meus inimigos Estão no poder

Ideologia! Eu quero uma pra viver

Ideologia! Eu quero uma pra viver...

O meu prazer Agora é risco de vida Meu sex and drugs

Não tem nenhum rock 'n' roll Eu vou pagar

A conta do analista Pra nunca mais Ter que saber Quem eu sou

Ah! saber quem eu sou..

Pois aquele garoto Que ia mudar o mundo

Mudar o mundo Agora assiste a tudo

Em cima do muro Em cima do muro...

Meus heróis Morreram de overdose

Meus inimigos Estão no poder

Ideologia! Eu quero uma pra viver

Ideologia! Pra viver...

Pois aquele garoto Que ia mudar o mundo

Mudar o mundo Agora assiste a tudo

Em cima do muro Em cima do muro...

Meus heróis Morreram de overdose

Meus inimigos Estão no poder

Ideologia! Eu quero uma pra viver

Ideologia! Eu quero uma pra viver..

Ideologia! Pra viver Ideologia!

Eu quero uma pra viver...

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Dados da Música

▪ Intérprete – Cazuza

▪ Compositores – Roberto Frejat e Cazuza

▪ Ano de divulgação – 1988

▪ Álbum – Ideologia

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Contexto em que a música estava

inserida e análise

Tudo o que acontecia no Brasil, no mundo e principalmente na vida de Cazuza está em Ideologia.

O garoto que queria mudar o mundo agora se vê frágil, diante de um país sem ideologia definida.

A crise dos partidos políticos e a queda da ditadura militar aparece já nos primeiros versos da letra.

Toda a ideologia pregada por Cazuza, como a de sexo, drogas e Rock n’ Roll vai por água abaixo, quando ele percebe que é impossível viver assim.

As pessoas que Cazuza via como heróis agora foram deixados para trás e o garoto que sonhava em ser herói agora tem de conviver com uma das maiores doenças da década de 80, a AIDS.

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Contexto em que a música estava

inserida e análise

A queda do Muro de Berlim, um ano depois da música, provou que as ideologias realmente estavam mudando.

O que  mais chama atenção na letra da música é o verso “meu prazer agora é risco de vida”. Com esse verso, Cazuza, pela primeira vez, assume que a doença mexeu com a vida dele e que o sexo, que ele sempre declarou ser o maior prazer do mundo, não pode mais fazer parte de sua vida.

Com a canção, Cazuza diz buscar uma ideologia, sem perceber que naquela obra estava sendo escrita uma ideologia. A ideologia crítica, que o consagrou como um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos.

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Análise do fragmento:

“Ideologia!Eu quero uma para

viver...”

Neste momento podemos dizer que Cazuza e Frejat quiseram expressar o quando eles não se enquadravam no mundo.

No que a sociedade impunha para ser dito como “ normal” e o quanto se sentiam fora dos padrões

Por isso, essa busca em se enquadrar nos grupos existentes na época, em busca de um ideal

Outro aspecto a ser analisado é a conscientização destes em relação a maneira em que viviam , em meio a ilusão

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Frase dita por Cazuza em 1988 sobre seu estado de saúde e estilo de vida

▪ Janeiro/1988, republicado em Amiga, julho/1990: “Estou careta, não bebo, não tomo drogas, não estou mais na noite; estou tratando de mim de um jeito que nenhuma babá trataria. Nunca tinha ido a um médico até os 30 anos… eu não sabia que tinha um corpo e que ele podia falhar um dia”.

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Frase dita por Cazuza em 1988 sobre a música: Ideologia

▪ O Globo, para Deborah Dumar, janeiro/1988

“Ideologia fala da minha geração sem ideologia, compactada entre os anos 60 e os dias de hoje. Eu fui criado em plena ditadura, quando não se podia dizer isso ou aquilo, em que tudo era proibido. Uma geração muito desunida. Nos anos 60, as pessoas se uniam pela ideologia. ‘Eu sou da esquerda, você é de esquerda? Então a gente é amigo’. A minha geração se uniu pela droga: ele é careta e ele é doidão. Droga não é ideologia, é uma opção pessoal. A garotada teve a sorte de pegar a coisa pronta e aí pode decidir o que fazer pelo país, embora do jeito que o Brasil está, haja muita desesperança”.

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No Blog ‘Rebobinando a Memória’ há uma citação de Cazuza sobre a música ideologia que diz:  "Quando fiz "Ideologia", nem sabia o que isso queria dizer, fui ver no dicionário. Lá estava escrito que indica correntes de pensamentos iguais e tal… A música, por sua vez, é muito pessimista, porque, na verdade, é a história da minha geração, a de 30 anos, que viveu o vazio todo. É meio amarga porque a gente achava que ia mudar o mundo mesmo e o Brasil está igual; bateu uma enorme frustração. Nos conceitos sobre sexo, comportamento, virou alguma coisa, mas deixamos muito pelo caminho. A gente batalhou tanto e agora? Onde chegamos? Nossa geração ficou em que pé?"

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Análise da música no contexto atual

▪ No momento em que a música diz:

“Ideologia! Eu quero uma pra viver

Ideologia! Eu quero uma pra viver...”

▪ Podemos analisar nos dias de hoje a falta de motivação dos jovens em lutar por mudanças na estrutura do país. Isso foi visto quando nas manifestações não foram organizadas pelas forças estudantis como na queda a ditadura militar em 1985. Isso mostra uma juventude estagnada e sem ideais.

▪ Mesmo quando observamos a juventude esquerdista do país, os quais, historicamente, sempre foram mais enérgicos, se mostram inertes e nada fazem para defender seus ideais.

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Análise da música no contexto atual

▪ No momento em que a música diz:

“Pois aquele garoto Que ia mudar o mundo

Mudar o mundo Agora assiste a tudo Em cima do muro !”

▪ Quando Cazuza diz que “ Agora assiste a tudo em cima do muro!” podemos dizer que a juventude atual do Brasil não opina e prefere ficar no próprio mundinho a encarar as mazelas do mundo real . Pois, após revoluções importantes como a Direta Já a juventude do país se tornou pacata e pouco interessada.