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ANO 11 - NÚMERO 135 - FEVEREIRO 2012www.revistaideanews.com.br
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editorial
ORGANIZAÇÃO POR PROCESSOS
O filho recém-formado em Direito do famoso advogado daquela cidade chega, todo sorridente,
para contar uma novidade para o pai:
- Papai, papai! Em um dia consegui resolver aquele processo em que você estava trabalhando
fazia cinco anos!
O pai dá um tapa na cabeça do filho e berra:
- Idiota! Esse processo é que pagou a sua faculdade estes últimos cinco anos!
Como se vê pela história acima, processo pode ser definido, na área jurídica, como a for-
ma de o Judiciário exercer suas funções. Assim, quem quer resolver uma questão junto ao
Judiciário (ou prolongar a solução, como no caso acima), propõe um processo judicial. Porém,
nosso interesse na palavra processo é outro, mais ligado na sua origem do latim, que define
a ação de avançar, de ir para frente (pro + cedere).
Quando pensamos em administração de empresas, um processo representa o conjunto de
atividades realizadas na geração de resultados (com valor agregado) para o cliente, seja ele
interno ou externo, sincronizando insumos, atividades, infraestrutura e referências.
Mas no que o conceito de processo nos pode ser útil?
Vejamos: é comum em sua empresa você escutar reclamações sobre o funcionamento de
determinados serviços, da confusão de papéis dentre diferentes funcionários, da impossibili-
dade das pessoas atenderem às prioridades – definidas previamente no planejamento – para
se voltarem às infinitas demandas internas e externas que surgem a todo momento? Acontece
de os colaboradores se perguntarem se realmente estão fazendo as coisas certas?
Para melhor lidar com estas questões que se adota o conceito de processos.
As características básicas de um processo são:
- compõe-se de uma sucessão de ações, uma sequência de atividades;
- desenrola-se no tempo;
- ocorre em decorrência de um motivo, uma demanda;
- deve seguir um grupo de regras;
- termina em um resultado (um produto, um serviço ou um efeito).
Assim, reconhecendo e mapeando os processos que são realizados numa empresa, podemos
ajudar os envolvidos a compreender como estão sendo utilizados os recursos, as capacidades
e os tempos dentro da organização. É possível, desta maneira, averiguar se há desperdícios,
retrabalhos, sobreposição de funções, atividades sem responsável ou mesmo gargalos onde
as coisas emperram.
Uma das ferramentas mais simples e de fácil aplicação para se fazer o mapeamento dos
processos é o Diagrama de Blocos.
Vale lembrar que é vital que as pessoas que lidam diretamente com cada processo estejam
envolvidas no seu mapeamento. Este exercício de descrever cada ação, etapa por etapa, cos-
tuma revelar muitas oportunidades de melhoria, mesmo porque provoca a reflexão e a visão
mais crítica (pensante e questionadora) do que se faz como rotina.
Finalmente, tenha em mente que processos que envolvem pessoas são dinâmicos porque
os motivos, as capacidades e as necessidades que norteiam tais processos também são di-
nâmicos. Logo, os processos conseguem modificar as pessoas envolvidas neles, assim como
elas o fazem nos próprios processos, num ciclo vivo e contínuo, que constantemente deve
ser revisado pela organização.
Ricardo Pinto
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ANO 11 - NÚMERO 135FEVEREIRO DE 2012
O MELHOR NEGÓCIO COM CONTEÚDO
ESPECIAL Canavial mais açucarado 6
FÓRUM A crise econômica que tem atingido a Europa e os EUA afetará ou já está afetando o setor sucroenergético brasileiro? 14
TECNOLOGIA INDUSTRIAL Segurança na operação de válvulas manuais 16
TECNOLOGIA AGRÍCOLA Tecnologia reduz impacto nas soqueira 22 Um giro pela Austrália 28
POR DENTRO DA USINA 32
CONJUNTURA Transporte peso-pesado 36
GESTÃO Novos desafios para o gestor agrícola: enfoque multidisciplinar e generalista 40
DICAS E NOVIDADES 46
RECORTE 50
ATUALIDADES JURÍDICAS 52
EXECUTIVO Do concreto para os canaviais 55
DROPES 58
“Bem feito é melhor que bem dito.”Benjamin Franklin
“Para cavalo novo, cavaleiro velho.”Ditado latino
“Concentre-se naquilo que você é bom, delegue todo o resto.”Steve Jobs
“Para ser insubstituível, tem de ser diferente.”Coco Chanel
“A humildade é a realeza sem coroa.”Spencer W. Kimball
“A franqueza faz inimigos, enquanto elogios fazem amigos.”Ditado latino
RedaçãoDiana Nascimento [email protected] Natália Cherubin [email protected]
FotografiaDiana NascimentoRogério Pinto
Projeto GráficoRogério Pintofone: 11 [email protected]
Diagramação Fernando A. [email protected]
AdministraçãoCarolina Gil [email protected] [email protected]
AssinaturasMikeli Silva [email protected]
IDEANews é lida mensalmente por aproximadamente 35.000 executivos, profissionais e empresários ligados à agroindústria da cana-de-açúcar do Brasil.
CTP e ImpressãoGráfica e Editora Modelo
ISSN 1679-5288
CONSELHO EDITORIALAilton António Casagrande Alexandre Ismael Elias António Carlos Fernandes António Celso Cavalcanti António Vicente Golfeto Celso Procknor Egyno Trento Filho Geraldo Majela de Andrade Silva Guilherme Menezes de Faria Henrique Vianna de Amorim João Carlos de Figueiredo Ferraz José Pessoa de Queiroz Bisneto José Velloso Dias Cardoso Luiz Custódio da Cot ta Mar tins Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo Luiz Chaves Ximenes Filho Manoel Carlos Azevedo Or tolan Marcos Guimarães Landell Maurilio Biagi Filho Osvaldo Alonso Paulo Adalber to Zanet ti Ricardo Pinto Rogério António Pereira Tomaz Caetano Cannavam Rípoli
Assinatura anual (12 edições): R$ 120,00 - Número avulso: R$ 14,00. Pedidos devem ser enviados ao endereço abaixo, acompanhados de cheque nominal à RICARDO PINTO E ASSOCIADOS CONSULTORIA AGRO INDUSTRIAL LTDA IDEANews não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos ar tigos assinados. Matérias não solicitadas, fotografias e ar tes não serão devol-vidas. É autorizada a reprodução das matérias, desde que citada a fonte
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expediente
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“Precisa-se de cana”. Foi o que mais se falou e se ouviu du-
rante os últimos meses pelo setor sucroenergético que amargou
uma quebra histórica em sua última safra. A crescente de-
manda do mercado interno, agora a bem vinda e tão esperada
abertura norte-americana para o etanol brasileiro, faz com que
o setor aperte os passos na corrida em busca da recuperação e
produtividade de seus canaviais.
Mas só isso não basta. O setor ainda quer um canavial mais
açucarado, com mais ATR (Açúcar Total Recuperável). Afinal,
o custo de produção do açúcar, etanol, demais derivados e, a
viabilidade econômica de sua industrialização, estão intima-
mente relacionados com a quantidade de açúcares presentes
nos colmos da planta.
O acúmulo deste açúcar acontece quando a cana-de-açúcar
atinge sua maturação, que inicia de maneira natural de acordo
com as condições climáticas. A somatória de baixas tempera-
turas mais a baixa umidade (deficiência hídrica) é ideal para o
início da maturação. Neste estágio, a cana-de-açúcar armazena
a sacarose a partir da base para o ápice da planta. E, à medida
que a maturação progride, o teor de sacarose tende a se igua-
lar nas diversas partes dos colmos, quando o ápice apresenta
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Barela: “a utilização de maturadores na cultura de cana tem como objetivo antecipar o cor te e au-mentar a rentabilidade por área, atendendo o atual sistema de produção”
composição similar ao da base.
Há algum tempo, o setor começou a
apostar no uso dos chamados maturado-
res químicos ou reguladores de crescimen-
to como uma ferramenta que antecipa este
processo e ainda promete outros benefí-
cios à cultura. Sua aplicação, desde então,
tem se tornado uma prática cada vez mais
comum e necessária dentro dos canaviais
brasileiros.
MAIS AÇÚCAR EM MENOS TEMPOSegundo Juliano Barela, engenheiro
agrônomo e responsável pelo Desenvolvi-
mento de Mercado da Bayer CropScience,
os maturadores químicos podem alterar o
metabolismo e a fisiologia da cana, indu-
zindo seu amadurecimento, aumentando a translocação e o ar-
mazenamento da sacarose.
”Alguns desses produtos são conhecidos como reguladores
vegetais. O principal motivo do uso dessa tecnologia é quando
o produtor tem interesse em antecipar a colheita da cana, alte-
rando o ciclo natural de maturação da variedade em questão e
melhorando assim, o gerenciamento de sua colheita. Portanto, a
utilização de maturadores na cultura de cana tem como objetivo
antecipar o corte e aumentar a rentabilidade por área, atendendo
o atual sistema de produção”, afirma Barela.
Carlos Alberto Mathias Azania, pesquisador do IAC (Insti-
tuto Agronômico de Campinas), da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo, diz que o uso do produto
pode possibilitar a colheita da cana entre 30 a 40 dias mais ce-
do. Os maturadores interferem também no processo de indução
ao florescimento, impedindo que a gema apical se transforme
em florífera.
“Os produtos paralisam o crescimento dos colmos que não
emitem folhas novas. Nas folhas novas existem os pigmentos do
complexo de citocromos que ‘interpretam’ a diminuição da dura- a diminuição da dura-diminuição da dura-
ção de luz. Com a paralisação do crescimento e o não surgimen-
to de folhas novas, a quantidade de citocromos não é suficiente
para interpretar a luz à planta, quebrando um dos fatores envol-
vidos para a indução do florescimento a luz. A paralisação do
crescimento permite que a planta gaste menos energia e a ar-
mazene na forma de sacarose. Por isso, o acúmulo de sacarose é
mais rápido. Assim, o produtor tem cana
com teores de sacarose ideais entre 30 a 40
dias, mais cedo que o processo natural”,
esclarece Azania.
Além da antecipação da maturação e
melhoria de qualidade da matéria-prima,
Benedito Braz, gerente de Desenvolvimen-
to Técnico de Mercado e Marketing em
Cana-de-açúcar da Syngenta, diz que o uso
do maturador químico ainda pode trazer
maior flexibilidade no gerenciamento e
otimização da colheita (corte, carregamen-
to e transporte).
Antonio Zatoni Afférri, consultor da
RPA Consultoria, afirma que a utilização
de maturadores pode trazer ganhos de ATR
de até 15% em média, segundo pesquisas feitas em campo. No
entanto, para atingir este objetivo, é indispensável provocar di-
minuição no ritmo de crescimento da planta, de tal maneira que
se armazene maior quantidade de sacarose no colmo.
Afférri explica que, aplicando o maturador em dosagem ade-
quada em até seis ou 12 semanas, as plantas apresentam cresci-
mento entre 10 cm e 25 cm menor, caso não tivesse sido aplicado
o fitorregulador. Se este produto tiver efeito direto na produção
da cana-de-açúcar, poderia se esperar uma diminuição em tor-
no de 3% a 8%.
“Entretanto, deve-se ter em conta dois fatores importantes:
Parte do maior crescimento, apresentado pelas plantas que não
receberam maturadores, deve-se ao maior desenvolvimento do
palmito (parte jovem da cana em crescimento) o qual é deixado
no campo no momento da colheita. Já as plantas que receberam
os maturadores, apresentam palmitos muito mais curtos. A ou-
tra é que a ação dos maturadores aumenta, apreciavelmente, o
conteúdo de sacarose no terço superior do colmo, o qual se jus-
tifica fazer o corte mais alto no momento da colheita. O conte-
údo de sacarose, no terço superior dos colmos das plantas sem
maturadores é muito baixo. Por essas razões, as aplicações de
maturadores não têm porque afetar a produção de cana-de- açú-
car, se o descarte do palmito é feito adequadamente na colheita.
Inclusive, se o descarte do palmito for feito de forma adequada,
deve-se esperar muito mais produção de cana, pois há disponibi-
lidade de maior colmo útil, o qual pode ser enviado à moenda.”
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Aplicação aérea de maturadores
MAIS ATRA crescente demanda do
mercado interno e agora a bem
vinda e tão esperada aber tura
nor te-americana para o etanol
brasileiro, faz com que o setor
aper te os passos na corrida
em busca da recuperação e
produtividade de seus canaviais.
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No entanto, a época de aplicação de produtos químicos, do-
ses utilizadas e épocas de corte da matéria-prima são alguns dos
fatores que podem influir na eficiência destes produtos. Afférri
explica que a melhor época para a aplicação seria ao final do
período de desenvolvimento da cultura, sem que esta tenha al-
cançado estado de maturação fisiológica avançada, geralmente,
entre dez e 12 meses de idade.
“Aplicações antes dos dez meses apresenta efeito muito se-
vero no crescimento e depois dos 12 meses, a possibilidade de
resposta é menor, porque nesta idade a planta já possui maior
grau de maturação, obtido naturalmente. A cana-de-açúcar, du-
rante o período de crescimento rápido, pode crescer em torno de
8 cm a 10 cm por semana, dependendo das cultivares, do solo,
do clima e das práticas culturais. Se aplicarmos maturadores, o
ritmo de crescimento diminui ainda mais, ao redor de 4 cm/se-
mana; este produto, em doses adequadas, não deve conter com-
pletamente o crescimento. A ação de causar efeito drástico no
crescimento, não implica necessariamente em aumento maior na
concentração de sacarose. Já foram avaliados maturadores que
detiveram completamente o crescimento sem produzir o efeito
maturador”, destaca Afférri.
Para Hugo Bruno Molinari, pesquisador PhD da Embrapa
Agronergia, as respostas ao uso destes produ-
tos também estão condicionadas a diversos fa-
tores: ambiente, variedades, manejo das ope-
rações, época de aplicação, concentração do
produto ativo e modo de aplicação. Mas alerta:
“O efeito residual de alguns tipos de matura-
dores pode interferir na brotação das socas.”
Manoel Pedrosa, gerente de Marketing da
DuPont para cana-de-açúcar conta que alguns
maturadores causam a morte da gema apical da
cana, o que é extremamente prejudicial, pois
deteriora a matéria-prima causando o apodrecimento da cana. “A
matéria-prima deteriorada tem elevados índices de dextrana, que
são extremamente prejudiciais ao processo industrial, diminuin-
do significativamente o rendimento operacional da indústria.
Outro fator importante são os reflexos na brotação da soqueira
da cana. Alguns maturadores diminuem e retardam significati-
vamente a brotação da soqueira e seu uso contínuo diminui a
longevidade do canavial”, ressalta.
CUSTO BENEFÍCIOAzania explica que não existe uma característica específica
que determine a necessidade da aplicação. “Depende do plane-
jamento do produtor. Se ele optar por iniciar a safra mais cedo,
deve manejar a cultura com o emprego do maturador. Fisiologica-
mente, se for do conhecimento do produtor que as cultivares de
cana de seus canaviais forem de fácil florescimento, ele também
deve aplicar os maturadores. Depende do custo beneficio x be-
nefício específico de cada produtor. Mas, acredito que como a
sua aplicação é feita via aérea, pode não ser viável aos médios e
pequenos produtores.”
Para Molinari, a decisão de aplicar maturadores é puramente
econômica e tomada em função, principalmente, da receita lí-
quida que a cultura proporciona. “É observado que a média dos
teores de sacarose no início e final de safra é reduzida, quando,
então, os maturadores podem ser utilizados. Assim, no início de
safra, a aplicação tem por objetivo o acúmulo de açúcar no terço
superior do colmo da cana e, no final de safra, evitar a queda de
teor de sacarose”, opina.
Barela acredita que existem vantagens econômicas em iniciar
a colheita da cana-de-açúcar antecipadamente, antes de atingir
o pico de maturação em abril (para a região Centro-Sul), assim
como prolongar a safra até novembro.
Renato Ferreira da Rosa, gerente de Planejamento e Tecnologia
Agrícola da Bunge Brasil diz que a viabilidade do uso dos matu-
radores deve ser avaliada, de acordo com os seguintes critérios:
- Clima da região;
- Tipo de solo e ambiente de produção;
- Variedade cultivada;
- Produtividade agrícola da cultura;
- Estado fitossanitário da cultura.
“O custo da aplicação aérea varia de
acordo com o tipo de produto utilizado. O
investimento pode ficar entre R$ 40 a R$
150”, revela.
“Olhando do ponto de vista econômico,
o uso de maturadores é vantajoso, não so-
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Af férri: “Do ponto de vista econômico, o uso de maturadores é vantajoso não somente para as usinas, que podem recuperar maior quantidade de açúcar, mas também para os produtores, sejam aqueles pagos por peso que podem aproveitar maior quantidade de cana ou aqueles que recebem por rendimento de sacarose”
1 - Aumento do ATR: com isso, se tem uma cana com maior
qualidade e maior valor financeiro;
2 - Gerenciamento da colheita: principalmente no início da
safra, onde a maturação é baixa e o crescimento é al to.
Aplica-se o produto para manejar a maturação do canavial em
função do momento da colheita;
3 - Aumento da Pureza: com maior pureza, a cana apresenta
maior teor de sacarose e menor teor de glicose e frutose, o
que para a indústria significa maior produção de açúcar, maior
qualidade de açúcar e maior recuperação da fábrica. Um
benefício impor tante e com alto resultado econômico.
OS BENEFÍCIOS DO USO DE MATURADORES NA CANA
10
mente para as usinas, que podem recuperar maior quantidade
de açúcar, mas também para os produtores - sejam aqueles pagos
por peso, que podem aproveitar maior quantidade de cana, ou
aqueles que recebem por rendimento de sacarose, que podem
obter mais de açúcar”, afirma Afférri.
Marco Beletti, gerente Agrícola e José Carlos de Oliveira, en-
genheiro agrônomo, ambos do Grupo Barralcool, contam que o
custo de aplicação do produto previsto para 2012 estará em torno
de R$ 85 por ha, sendo R$ 60,00 do custo do produto e R$ 25,00
dos serviços de aplicação.
“Para saber se há viabilidade econômica faz-se necessário um
cálculo baseado na taxa de retorno”, dizem. Para exemplificar,
foram simuladas duas situações de área aplicada e não aplicada,
considerando uma média de 80 TCH, preço do Kg do ATR de R$
0,50 (Consecana, Janeiro de 2012) e um incremento de 8 pontos
de ATR a mais na área aplicada. Assim, temos:
- Área não aplicada = 80 TCH X 130 Kg ATR = 10.400 kg ATR/
ha X R$ 0,50 = R$ 5.200,00
- Área aplicada = 80 TCH X 138 Kg ATR = 11.040 Kg ATR/ha x
R$ 0,50 = R$ 5.520,00
- Diferença: Área aplicada – Área não aplicada = R$ 5.520,00 –
R$ 5.200,00 = R$ 320,00
- Taxa de Retorno = Ganho/Investimento = R$ 320,00/R$ 85,00
= R$ 3,76
“Ou seja: para cada R$ 1,00 investido têm-se um retorno de R$
3,76 em um prazo de 30 a 50 dias”, atestam Beletti e Oliveira.
TECNOLOGIAS DE MATURAÇÃO A maioria dos maturadores comercialmente usados, segundo
o pesquisador da Embrapa, têm como mecanismos de ação o es-
tímulo da biossíntese de etileno e/ou inibição da biossíntese de
giberelinas. “Os produtos tradicionalmente usados pertencem ao
grupo dos inibidores de crescimento e/ou ao grupo de compostos
com ação herbicida.”
A Bayer desenvolveu o Ethrel. Segundo Barela, o produto
propicia ganhos em acúmulo de açúcar sem afetar o crescimento
vegetativo da cana-de-açúcar. Além de atuar como maturador,
possui tecnologia para o manejo de variedades com potencial de
isoporização e florescimento dos colmos, garantindo resultados
satisfatórios no campo e na indústria quando aplicado para ini-
bição de florescimento.
“Ele estimula a liberação acelerada de etileno no interior das
plantas. Com o uso, a planta sofre pouca alteração em seu meta-
bolismo, não prejudicando seu crescimento e o posterior acúmu-
lo de massa verde dos colmos. Dependendo da região produtora
pode ser utilizado durante todo o ano. No entanto, a época mais
recomendada e que traz melhores resultados no Centro-Sul é no
inicio de safra, pois é o momento em que a planta está em sua
fase vegetativa e de crescimento intenso, com teores de açúcares
acumulados reduzidos. O Ethrel proporciona também o benefício
de uma soqueira mais produtiva no próximo ano e, consequen-
temente, aumenta a longevidade do canavial”, destaca.
O florescimento da cana-de-açúcar é um dos fatores que geram
decréscimo de produtividade. Situação que foi vista na última
safra. As perdas são diversas e depende de fatores como varie-
dade cultivada, região de cultivo, época de corte, clima, entre
outros. Segundo Barela, variedades floríferas colhidas em meio
e final de safra que não sejam inibidas podem gerar perdas de
até 30% em massa.
“Além da diminuição de peso, em anos mais específicos, ou-
tros aspectos de interesse econômico são prejudicados, como a
redução da quantidade de ATR/ha, aumento do teor de fibra e o
decréscimo da umidade dos colmos. Nesse caso, ocorre prejuízo
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Molinari afirma que a quebra das últimas safras somada à necessi-dade de aumentar a produção de açúcar/etanol por área é um fator de incentivo à utilização de matura-dores. Contudo, a decisão de apli-car ou não dependerá do grau de capitalização das usinas e da dis-
posição de investir em canaviais envelhecidos
A viabilidade do uso dos maturadores deve ser
avaliada, de acordo com os seguintes cri térios:
• Clima da região;
• Tipo de solo e ambiente de produção;
• Variedade cultivada;
• Produtividade agrícola da cultura;
• Estado fi tossanitário da cultura.
QUANDO USAR?
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operacional da colheita e do transporte,
além de interferência no rendimento da
indústria na extração do caldo.”
A ferramenta desenvolvida pela Syn-
genta é o Moddus, o Etil Trinexapac, que
inibe a produção de ácido giberélico. De
acordo com Braz, ao ser absorvido pelas
folhas, atua seletivamente na redução
do nível de giberelina ativa, induzindo
a planta a uma redução temporária do
ritmo de crescimento, sem afetar o processo da fotossíntese e a
integridade da gema apical.
“A ação fisiológica é manifestada pela interferência na forma-
ção da Giberelina Ativa 1 (GA 1), por meio do precursor (GA 20),
via enzima 3 β-Hidroxilase, cujo sintoma morfológico é a inibição
da elongação dos entrenós superiores da cana, mais precisamen-
te aqueles que se formam após a aplicação do produto, sem que
afete a produção de massa radicular”, enfatiza Braz.
A DuPont oferece o Sulfometurom Metil, o Curavial, que
restringe o crescimento e a divisão celular sem interferir no sis-
tema mitótico e nem na síntese de DNA. A substância estimula
a produção de etileno pela ação estressante e estimula ainda, a
síntese de fenóis e da antocianina.
“Ele age na planta interrompendo a produção de alguns ami-
noácidos, o que cessa a produção de proteínas e, consequen-
temente, paralisa momentaneamente o crescimento da planta,
favorecendo sua maturação. Os maturadores podem ser utiliza-
dos durante toda a safra. Como são utilizados na pré-colheita,
devem ser aplicados via aérea, já que não é possível entrar com
aplicação tratorizada devido ao desenvolvimento do canavial”,
declara Pedrosa.
Já a Monsanto, possui o registro do produto
Roundup Original, um herbicida, para uso como
maturador. De acordo com Marcelo Montezu-
ma, coordenador de Desenvolvimento Tecno-
lógico da Monsanto do Brasil, o diferencial do
Roundup como maturador é a consistência de
resultado, a baixa dose de uso e a pos-
sibilidade de inibir o florescimento se
aplicado próximo a diferenciação flo-
ral, evitando a isoporização do colmo
e a perda de açúcares.
“O glifosato propicia a maturação
artificial da cultura da cana-de-açúcar
na medida em que modifica a partici-
pação dos fotoassimilados, deslocando
e acumulando, na forma de sacarose,
nos colmos ao invés da utilização desta para o crescimento da
planta, podendo promover melhoria no rendimento agroindus-
trial. Dependendo da dose aplicada, pode inibir ou matar a ge-
ma apical de cada colmo da touceira de cana, causando a parada
temporária ou total na produção de matéria vegetal, mas não da
fotossíntese; e os açúcares que seriam carreados para o cresci-
mento são direcionados ao colmo na forma de sacarose”, destaca.
Segundo Montezuma, as características ambientais e de eficá-
cia, aliadas ao baixo custo, são diferenciais significativos do produ-
to. “O ganho de um ponto de POL% cana na maturação, representa
7,5 kg de açúcar ou 5,6 l de álcool a mais por t; se considerarmos
uma média de produção acima de 80 t/ha (foi de 87 t/ha na última
safra), temos a dimensão do valor desta técnica aplicada.”
TECNOLOGIA X VARIEDADES
Como cada variedade de cana tem uma característica espe-
cífica, de acordo com Barela, existem variedades que têm como
característica antecipar de maneira mais eficiente o acúmulo de
sacarose quando seu metabolismo é induzido por um maturador.
“Mas é importante lembrar que essa característica varietal de res-
posta ao maturador também está ligada ao ciclo de maturação e
ao momento de aplicação (época do ano e clima).”
Montezuma diz que dependendo do momento da varieda-
de dentro do ano, o PUI (Período Útil de Industrialização), irá
responder mais ou menos ao uso de maturadores. Segundo ele,
a estratégia, dependendo do quadro varietal de cada unidade e
dos ambientes de produção, é tentar colher as variedades em
seu melhor momento do ano, considerando biomassa e ATR por
hectare desejados, entendendo a necessidade de fibra e açúcares
para produção de álcool, açúcar e energia.
“O limitador à responsividade das cultivares aos maturado-
res depende, entre outros fatores abióticos (temperatura, preci-
pitação pluvial etc), da genética da planta. Assim, cada grupo
de maturação (precoces, médias e tardias) pode responder de
uma forma diferente a produtos. Como exemplo, podemos citar
a cultivar mais plantada no Brasil, a RB86-7515. Ela é muito res-
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13
13 + especial
especial
De acordo com Carlos Alber to
Mathias Azania, pesquisador
do IAC (Insti tuto Agronômico
de Campinas), da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo, o uso de
maturador pode possibili tar a
colheita da cana entre 30 a 40
dias mais cedo. Os maturadores
inter ferem também no processo
de indução ao florescimento,
impedindo que a gema apical se
transforme em florífera.
OS BENEFÍCIOS DO USO DE MATUR ADORES NA CANA
ponsiva à aplicação de maturador, possibilitando a antecipação
do corte para o início de safra em solos de menor retenção de
água”, afirma Molinari.
Rubens Massud Coury, diretor Agrícola da Usina Vale do
Verdão, também concorda que a RB86-7515 responde bem aos
maturadores e diz que apesar de todas as variedades terem uma
boa resposta econômica, dependendo da região e época, as va-
riedades médias e semi-precoces respondem melhor.
Segundo Rosa, as variedades precoces são mais responsivas
à aplicação dos maturadores, tais como: RB85 5453; RB85 5156;
RB96 6928; RB83 5486; RB83 5054; CTC 9 e CTC 7.
Beletti e Oliveira verificaram que, no últi-
mo ano (safra 2011), a variedade SP79-1011
de ciclo precoce/médio respondeu pouco
ao uso de maturador, enquanto a variedade
RB86-7515 de ciclo médio/tardio tem respon-
dido inesperadamente muito bem.
“O sucesso da safra depende do binômio
ATR x Produtividade. Como estamos passan-
do por um momento de baixa produtividade,
o que deve perdurar pelos próximos dois ou
três anos por conta da alta idade e do esta-
do do nosso canavial, podemos investir no
aumento do ATR com uso dos maturadores.
Desta forma melhoramos significativamente
os resultados econômicos”, conclui Barela.
De acordo com Coury, os resultados da
aplicação de maturadores químicos têm si-
do altamente compensadores. “Costumamos
colher cana maturada até meio de julho. A utilização deste com-
ponente poderá auxiliar no aumento de produtividade dos ca-
naviais nos próximos anos, pois garante na nossa região uma
excelente brotação de soqueiras. Além do uso de maturadores,
a empresa tem feito uso de produtos com efeitos fitotônicos no
plantio, gesso, calagem em socas baseados nas análises de solo
e melhor adubação e plantio em pivôs.”
Molinari afirma que a quebra das últimas safras somada à
necessidade de aumentar a produção de açúcar/etanol por área
é um fator de incentivo à utilização de maturadores. Contudo,
a decisão de aplicar ou não dependerá do grau de capitalização
das usinas e da disposição de investir em ca-
naviais envelhecidos. “A escolha adequada
dos materiais responsivos aos maturadores
é fundamental para auxiliar no aumento de
produtividade dos canaviais, uma vez que
ganhos de até 15% de ATR por área podem
ser alcançados”, conclui.
Para Azania, nos próximos anos, o ma-
nejo com maturador poderá proporcionar
colheitas dentro do período mais propí-
cio do ano, evitando os meses de maiores
chuvas e a consequente entrada de impu-
rezas (terra) junto com a matéria-prima
na indústria. “Além disso, poderá garan-
tir melhor a uniformidade de produção
durante a safra, evitando meses de maior
volume de cana e meses com menor vo-
lume”, finaliza.
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14 + fórum + Rodapé DMB
fórum
Alexandre Figliolino – diretor do Itaú BBA
Arnaldo Correa – sócio-diretor da Archer Con-sulting
Maurilio Biagi – presidente do Grupo Mau-bisa
EFEITO NO PREÇO DE COMMODITIES“Com certeza esta crise, cujas proporções e duração
ainda está difícil de dimensionar, deve afetar com
aprofundamento o nível de atividade econômica em
todo o mundo e consequentemente no Brasil. Especi-
ficamente para o setor sucroenergético um efeito no
preço do açúcar, assim como de todas as commodi-
ties poderá ser sentido, seja por uma potencial redu-, seja por uma potencial redu-
ção de demanda, seja por uma atuação mais tímida
dos fundos nos mercados agrícolas, onde há tempos
vem tendo uma participação muito importante. Outro
efeito nada desprezível é a redução de liquidez global,
face aos ajustes que importantes bancos no mundo,
notadamente os europeus, estarão fazendo em função
de prejuízos com carregamento de dívida soberana de
países do Euro. A consequência importante é uma re-
dução de linhas de crédito que financiam a atividade
de trade, o margeamento de posições em bolsa e o car-
regamento de estoques entre outros.
CONSUMO DE ALIMENTOS E COMBUSTÍVEL“Não tenha dúvida de que va-ão tenha dúvida de que va-vida de que va-
mos sentir alguma coisa. Deve-
rá afetar o consumo de alimen-
tos, de combustível. Então, de
maneira geral, reflete não só
no açúcar como em outras
commoddities também.”
PAÍS ESTÁ PREPARADO“Sem dúvida nenhuma, já
afetou o Brasil, mas não
sabemos qual será a intensi-qual será a intensi-
dade e dimensão. Aparente-
mente, o Brasil está prepara-
do, acho que passamos sem
problemas sobre isso.”
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15
15 + fórum + Rodapé DMB
fórum
MAIORES PREÇOS INTERNACIONAIS DE AÇÚCAR“Acredito que os preços internacionais
do açúcar poderiam ter atingido um ní-
vel maior nesta safra, caso não tivessem
surgido todos esses problemas na Eu-
ropa. Se estivéssemos num período de
maior estabilidade financeira interna-
cional, a quebra de produção no Brasil,
no nível que aconteceu, teria sem dú-
vida provocado um ‘rally’ de alta que
não se verificou.”
CRÉDITO E RETRAÇÃO DOS MERCADOS“Entendo que pode atingir por dois
pontos distintos. Por um lado a questão
da contração de crédito nos mercados,
pois o setor sucroalcooleiro é movido
a crédito, e por outro existe o aspecto
da retração dos mercados consumido-
res. Há estudos que mostram uma forte
correlação entre o consumo de açúcar e
a evolução do PIB, e na medida em que
o PIB global seja afetado, o consumo de
açúcar também será.”
DEMANDA DESAQUECIDA“Pode afetar um pouco pelo consumo
dos principais alimentos. A economia
estava bastante aquecida e agora o con-
sumidor vai ter que tirar um pouco o
pé do acelerador. Acho que isso pode
desaquecer a demanda que estávamos
esperando.”
TRÊS FATORES“Em função do mundo globalizado em que estamos hoje,
não há como um país estar imune a crises que ocorram em
outros países. Contudo, para o setor sucroenergético bra-
sileiro, pelo menos nos próximos três anos, a crise euro-
peia e norte-americana atual deverá ter pequeno impacto.
Primeiro porque o Brasil deverá apresentar baixos cres-
cimentos de produção de cana nas safras de 2012/2013,
2013/2014 e 2014/2015 em função dos atuais canaviais
envelhecidos, fim do primeiro grande ciclo de inauguração
de usinas que se iniciou em 2005 e momento de preços
altos de etanol e açúcar que tem dificultado a renovação
em larga escala dos canaviais. Assim, a oferta brasilei-
ra se manterá perto da estagnação neste triênio tanto na
exportação de açúcar, onde o Brasil tem presença muito
forte no mercado internacional - o que estabelece uma
tendência de manterem-se preços atrativos deste produto
para os produtores –, como na produção do etanol para o
mercado doméstico, onde também a demanda manterá os
preços deste combustível pressionados. Além disso, tanto
a Europa como os Estados Unidos não são os maiores im-
portadores do açúcar brasileiro hoje. No caso do etanol,
espera-se que o Brasil exporte volumes significativos e
crescentes de etanol para os Estados Unidos, num primeiro
momento, e depois para a Europa. Contudo, não se imagi-
na que haja tal disponibilidade de importantes volumes
de exportação de etanol a partir do Brasil antes de 2015.
Finalmente, o capital de investidores europeus e norte-
-americanos vem encontrando um refúgio seguro e bas-
tante mais remunerador em investimentos aqui no Brasil,
até por conta da crise em seus países de origem, com suas
taxas de juros muito baixas e o fantasma do crescimento
da inflação de suas moedas. Estes três fatores nos fazem
crer que o setor sucroenergético brasileiro acha-se num
momento muito propício para construir uma nova fase de
expansão de seus negócios, razoavelmente alheio à crise
internacional que se desenha no horizonte.”
Ricardo Pinto – diretor da RPA Consultoria
Ricardo Pinto – diretor da RPA Consultoria
Francisco Oscar Louro Fernandes – diretor da Sucrotec
Humberto Junqueira de Farias, diretor--presidente da Renuka do Brasil
Eduardo da Costa Carva-lho – trader da Sucden
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16
16 + Tec. Ind. Segurança Válvulas
Ar tur Cardozo Mathias*
Alguns problemas podem estar rela-
cionados com a eficiência de um processo
ou a vida útil da válvula. Portanto, a se-
gurança na operação de válvulas manuais
requer certos conhecimentos por parte do
operador sobre o tipo de válvula que está
sendo manipulada. Estes conhecimentos
evitam as chances de acidentes durante as
manobras operacionais, além de danos à
válvula ou uma parada inesperada do pro-
cesso para a solução de problemas.
O obturador (sede móvel) da válvula
pode ter movimento linear ou rotativo.
Naquelas de movimento linear, a haste
atravessa todo o corpo e castelo da vál-
vula. Este movimento tem a desvantagem
de levar partículas do ambiente externo,
ou qualquer sujeira impregnada na has-
te, para dentro da válvula e contaminar o
fluido, por exemplo, em válvulas gaveta
instaladas na sucção de bombas. Em sen-
tido contrário ele pode trazer fluido do
processo (tóxico ou corrosivo) e contami-
nar o ambiente ou até mesmo ferir o ope-
rador. Outras características dessas vál-
vulas é que o torque de fechamento, além
do posicionamento do obturador, pode ser
alterado pelo operador. Portanto, quanto
ao torque numa válvula de acionamento
manual, a experiência do operador pode
danificar a vedação (principalmente na-
quelas que possuem assento resiliente) ou
outros componentes se este for excessivo,
enquanto um torque inferior pode impe-
dir uma vedação completamente estanque.
Naquelas de movimento rotativo existe a
vantagem de o fluido de processo em con-
tato com o ambiente e vice-versa, ter me-
nor possibilidade, além do desgaste nas
gaxetas ser bem menor.
As válvulas de movimento linear, e que
são acionadas através de volante, podem
ter a vedação influenciada pelo torque,
além do sentido de escoamento do fluxo,
total ou parcialmente. Um exemplo é que
nas válvulas do tipo globo, o sentido de
escoamento do fluxo é contrário ao senti-
do de fechamento do obturador, com isto
a vedação da válvula é proporcional ao
torque de fechamento do volante ou do
sistema de atuação. Portanto, nestas válvu-
las, quanto maior for a pressão de entrada
e/ou maior for a bitola da válvula, maior
também deverá ser o torque de fechamen-
to, o que poderá exigir um volante do tipo
impacto (volante “martelo”). Numa válvu-
la do tipo gaveta o sentido de escoamento
do fluxo e a pressão do fluido, somados
com o torque de fechamento do volante,
facilitam a vedação, porém, aumentam o
torque de abertura.
As válvulas do tipo gaveta devem ser
abertas completamente até que o “colari-
nho” de contra-vedação da haste se encos-
te à bucha de contra-vedação do castelo.
Isto permite um aumento na vida útil das
gaxetas. Nas válvulas do tipo globo este
procedimento também deve ser realiza-
Artigo mostra aos
usuários de válvulas nas
indústrias do segmento
sucroalcooleiro, além
de outros segmentos,
alguns cuidados que
devem ser tomados
para a operação segura
de uma válvula com
acionamento manual.
Também estão alguns
problemas que podem
ser evitados quando
uma operação correta é
realizada
tec. industrial
135 roteiro_Revisado FINAL.indd 16 30/01/2012 16:15:02
17
tecnologia industrial
do quando a válvula não estiver contro-
lando o fluxo (válvula totalmente aberta).
Somente as válvulas do tipo gaveta (com
haste ascendente) e globo, possuem o sis-
tema de contra-vedação na haste e castelo.
Uma observação importante é que ape-
sar desta contra-vedação ser um recurso
adicional previsto no projeto de constru-
ção da válvula para evitar a pressão direta
do fluido sobre as gaxetas quando a válvu-
la está totalmente aberta não é recomen-
dada a troca destas gaxetas com a válvula
em operação. Este recurso adicional só é
encontrado nas válvulas do tipo gaveta e
globo.
Somente nas válvulas gaveta, e após
o fechamento ou abertura total, o volante
deve ser girado no sentido contrário no mí-
nimo 1/8 a 1/4 de volta para retirar o aperto
da haste e evitar o travamento da bucha de
acionamento (ou o empenamento da haste
em aplicações com altas temperaturas) de-
vido à tensão imposta ao conjunto haste e
bucha. Este procedimento a cada operação
não compromete a vedação da cunha ou
da contra-vedação (entre a haste e o caste-
lo), além de facilitar a próxima operação.
Instalações inclinadas lateralmente,
acima de 20° tendem a dificultar a veda-
ção, pois não há o “casamento” perfeito
da cunha (estilo sólida) com os anéis de
vedação. Nestas aplicações, pode ser ne-
cessário um torque maior no fechamento
(lembrando que para as válvulas gaveta
com cunha sólida um alto torque no mo-
mento do fechamento posteriormente irá
elevar ainda mais o torque de abertura,
além de aumentar os desgastes localiza-
dos na cunha e anéis e aumentar os va-
zamentos).
Toda válvula gaveta (quando nova),
após o fechamento, deve apresentar cer-
ta quantidade de rosca acima do volante,
que no mínimo, deve ser igual ao curso de
desgaste da cunha.
Nas válvulas de haste ascendente, esta
pode ser utilizada para visualizar de forma
imediata se a válvula está aberta ou fecha-
da; naquelas de haste fixa não é possível
esta visualização.
VÁLVULAS GLOBO Nas válvulas globo (do tipo reta) os mo-
vimentos de abertura e fechamento do ob-
turador também são perpendiculares ao
sentido de escoamento do fluxo e a veda-
ção ocorre num plano paralelo a este sen-
tido. Em qualquer estilo de válvula globo,
de acionamento manual, o fechamento do
obturador ocorre sempre em sentido con-
trário ao escoamento preferencial do flu-
xo, isto é, sob o obturador. Desta forma, se
houver vazamentos, estes serão diretamen-
te proporcionais à pressão e ao tamanho
da válvula, e inversamente proporcionais
ao torque do sistema de atuação. Esta ca-
racterística pode exigir um torque maior
durante o fechamento para se obter uma
vedação estanque, enquanto a abertura da
135 roteiro_Revisado FINAL.indd 17 30/01/2012 16:15:03
18
18 + Tec. Ind. Segurança Válvulas
tecnologia industrial
válvula pode ser auxiliada por este sen-
tido de fluxo, somado com a pressão do
fluido. Esta maior exigência no torque nos
leva a perceber que o diâmetro da haste
nas válvulas do tipo globo é sempre maior,
além da distância entre a bucha de acio-
namento e a área de vedação do anel sede
ser menor que nas válvulas gaveta, para a
mesma bitola e mesma classe de pressão.
Esta característica construtiva impede o
momento fletor que poderia ser causado
por um torque excessivo.
VÁLVULAS ESFERA, BORBOLETA E MACHO
Nas válvulas de movimento rotativo
dos tipos esfera, borboleta convencional
e macho, os movimentos do elemento mó-
vel de vedação ocorre através de uma ala-
vanca, até a bitola de 6”, acima deste va-
lor o acionamento manual é feito através
de um redutor de engrenagens. Somente
nas válvulas borboleta do tipo convencio-
nal, até a bitola de 6”, devem ter alavanca
com trava de posição, isto porque o esco-
amento do fluxo tende sempre a causar
o auto-fechamento do disco de vedação.
Esta característica faz com que o torque
de abertura aumente linearmente entre as
posições 40° e 75°.
Para posições parciais de controle, as
válvulas de movimento rotativo devem ter o
obturador posicionado entre 20° e 70°; para
líquidos, a máxima posição deve ser de 60°
para evitar a ocorrência de cavitação. Estes
posicionamentos devem ser evitados para
válvulas que operam com fluidos compres-
síveis, pois, devido às maiores velocidades
de escoamento desenvolvidas, podem cau-
sar acentuados desgastes nas sedes.
As válvulas do tipo esfera normalmente
possuem dois limitadores de curso posi-
cionados a 90°, sendo assim eles funcio-
nam como uma referência ao operador,
indicando quando a válvula está aberta
ou fechada.
As válvulas do tipo esfera que operam
com algum tipo de fluido contendo sólidos
em suspensão e possuem sedes em PTFE
também não devem operar em posições
parciais de abertura em função de desgas-
tes por erosão e abrasão que pode ocorrer
naquelas sedes devido às altas velocidades
de escoamento que ocorrem nesta posição.
Na operação das válvulas de movimen-
to rotativo, a vedação ocorre por posicio-
namento do obturador, portanto, ele não
pode ser alterado externamente pelo ope-
rador (elevado ou reduzido) seja pela ala-
vanca ou por um redutor de engrenagens.
Um torque excessivo no fechamento,
quando este é feito através de alavanca ou
redutor manual de engrenagens, além de
não melhorar a vedação, pode ainda da-
nificar a haste, o sistema de acionamento
(eixo pinhão e coroa sem-fim), os limita-
dores de curso e as sedes. Esta ação irá
resultar numa visualização errada do real
posicionamento de seu elemento móvel de
vedação (esfera, disco ou macho).
Para as válvulas instaladas em recal-
ques de bombas do tipo diafragma, e an-
tes de ligar a bomba novamente, a válvula
deve ser aberta de 5% a 10% para evitar
que o ar, contido no espaço entre a bomba
e a válvula, venha a romper o diafragma.
SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE VÁLVULAS
O operador deve estar ciente de todos
os EPIs (Equipamentos de Proteção Indi-
vidual) que devem ser utilizados para a
operação da válvula, principalmente no
momento da abertura, onde fluidos tóxi-
cos, corrosivos ou sob pressões e tempe-
raturas elevadas podem estar envolvidos.
Uma análise visual do local, e da própria
válvula, deve ser feita antes de qualquer
operação.
As válvulas do tipo esfera de modelos
mais antigos tinham a haste montada de
fora para dentro e isto permitia que o pró-
prio fluido “empurrasse” a haste para fora
da válvula, podendo ferir o operador. As
válvulas de projetos mais recentes têm a
haste montada de dentro para fora, dando
maior segurança ao operador.
Outras observações que devem ser fei-
tas para a operação segura de válvulas
podem ser: verificar o estado de conser-
vação dos parafusos e porcas da sobrepos-
ta quando aplicável; verificar se há vaza-
mentos pela sobreposta antes de acionar
a válvula; se o acionamento for feito com
a intenção de fechar a válvula, confirmar
posteriormente através de drenos que a
mesma está vedando.
Sempre que o operador perceber algum
vazamento pelas gaxetas ele deve acionar
o pessoal de manutenção para que este
vazamento seja corrigido. No vapor d’água
saturado o vazamento é progressivo, com
isto os efeitos erosivos entre a haste e as
gaxetas podem ficar acentuados, e no va-
por superaquecido ele é invisível, poden-
do ferir o próprio operador ou qualquer
pessoa que trabalhe ou transite próximo
à válvula. Um vazamento constante de
vapor pelas gaxetas tende a antecipar o
travamento do sistema de atuação, princi-
palmente nas válvulas que raramente são
acionadas.
As válvulas gaveta que possuem haste
com rosca ascendente, quando instaladas
próximas às passarelas, devem ter essa ros-
ca protegida para não causar ferimentos
a quem possa transitar por estes locais,
além de ser uma proteção à própria rosca
e manter sua lubrificação por mais tempo.
Quando houver qualquer suspeita de
que uma válvula gaveta com haste ascen-
dente (estando na posição totalmente aber-
ta) possa ter quebrada a cunha na conexão
com a haste, basta apenas girar com uma
Foto
: Zan
ardo
O setor sucroenergético está em expansão.A VETRO ajuda sua usina a crescer. O
utub
ro /
2011
Nov
embr
o / 2
011
• Vários modelos, diâmetros e capacidades• Resistentes à alta temperatura, a exposição ao tempo e a corrosão• Apresenta alta resistência mecânica.
• Capacidades até 40m³• Modelos Cilíndrico, Elíptico e Semi-Elíptico• Resistentes à alta temperatura, a exposição ao tempo e a corrosão• Apresenta alta resistência mecânica.
• Diâmetros de 50mm à 1000mm, classe de pressão de 2 Kgf/cm² até 32 Kgf/cm², rigidez de 2.500 N até 10.000 N• Resistentes à alta temperatura, a exposição ao tempo e a corrosão.
O setor que mais cresce atualmente é o sucroenergético.Pensando nisso, a Vetro oferece uma ampla linha de produtos em PRFV e RPVC otimizando custos para sua usina.Os tubos, reservatórios e tanques produzidos pela Vetro, possuem leveza que facilitam o manuseio, o transporte, a durabilidade e a alta resistência aos fatores mecânicos e climáticos.
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Válvula Borboleta
135 roteiro_Revisado FINAL.indd 18 30/01/2012 16:15:04
19
tecnologia industrial
chave grifo a extremidade superior desta
haste. Se a conexão entre ambas estiver
normal a haste irá girar apenas um pouco
para cada lado devido à folga normal exis-
tente entre elas. Quando há quebra entre
esses dois componentes a haste gira por
completo (360°).
As roscas, tanto da haste quanto dos
prisioneiros da sobreposta, devem ser
mantidas lubrificadas para que operações
e ajustes adicionais possam ser realizados
a qualquer momento. Esta lubrificação de-
ve ser mantida também nas superfícies de
deslizamento entre a bucha de bronze e
o castelo da válvula. A porca de fixação
do volante na bucha de acionamento deve
ter seu aperto verificado constantemen-
te, principalmente naquelas que possuem
anel bipartido. Em alguns projetos de vál-
vulas gaveta, a falta desta porca de fixa-
ção ainda permite o fechamento, porém,
impede a abertura da válvula.
As válvulas de passagem plena, por
exemplo, dos tipos gaveta e esfera, são
válvulas que proporcionam a mínima
queda de pressão quando completamente
abertas, portanto, devem ser abertas len-
tamente para evitar a ocorrência do golpe
de aríete, causando picos de pressão e que
não conseguem ser absorvidos por equi-
pamentos e acessórios instalados a jusan-
te (lado de saída da válvula). As válvulas
gaveta têm esta vantagem, principalmente
quando acionadas através de volante, pois
os movimentos de abertura ou fechamento
são lentos e proporcionais à bitola da vál-
vula. Nas válvulas de movimento rotativo,
principalmente quando acionadas através
de alavanca, os movimentos de abertura
e fechamento podem ser mais rápidos e
podem provocar tal fenômeno (golpe de
aríete). Numa válvula globo tradicional (ti-
po reta), as bruscas mudanças no sentido
do fluxo (duas vezes por 90°) dificultam,
porém, não impedem, a ocorrência deste
fenômeno, principalmente se houver con-
densado acumulado.
Quando uma válvula gaveta for insta-
lada na entrada de uma turbina, no recal-
que de uma bomba ou válvula de controle
automática, cujo modo de falha for normal
fechada, ela deve ser aberta lentamente.
No caso da válvula de controle, uma aber-
tura rápida da válvula gaveta pode causar
a abertura da válvula de controle e conse-
quentemente, da válvula de segurança. Se
houver válvula de bloqueio à montante e à
jusante da válvula de controle automática
(após a válvula de segurança), a válvula de
bloqueio à jusante deve ser completamen-
te aberta, antes do reinício do processo.
Após a abertura completa desta válvula, a
válvula de bloqueio instalada à montante
deve ser aberta lentamente. Na parada do
processo a válvula de bloqueio à montan-
te da válvula de controle deve ser fechada
antes da válvula de bloqueio instalada à
jusante. Na turbina pode causar choque
térmico ou arraste de condensado e dani-
ficar seriamente as palhetas.
As válvulas do tipo gaveta, e que ope-
ram com fluidos que contenham algum
O setor sucroenergético está em expansão.A VETRO ajuda sua usina a crescer. O
utub
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20 + Tec. Ind. Segurança Válvulas
tecnologia industrial
teor de sólidos em suspensão, devem ser
periodicamente mantidas abertas, por al-
guns minutos, com apenas 5% a 10% do
curso máximo (e antes do fechamento to-
tal) para efetuar a limpeza da área entre os
anéis (no fundo do corpo), e assim, evitar
o acúmulo de produto e permitir o fecha-
mento completo e a vedação da válvula.
É recomendado que para esses tipos de
fluidos seja utilizada válvula gaveta com
cunha estilo flexível.
CHAVE “F”Também conhecida por “chave de vál-
vula” é um recurso muito utilizado por
operadores na abertura e/ou fechamento
de válvulas acionadas através de volante.
Seu uso deve ser restrito apenas na abertu-
ra da válvula e ser proibida pelo menos no
momento do fechamento, principalmente
em válvulas novas, válvulas corretamente
instaladas e válvulas que possuem veda-
ção com assentamento macio, como por
exemplo, aquelas do tipo diafragma. Nas
válvulas de movimento rotativo, ou seja,
aquelas dos tipos esfera, borboleta ou ma-
cho, quando acionadas através de redutor
manual, o uso desta chave é totalmente
proibido, pois estas válvulas vedam so-
mente por posicionamento do obturador
e não por aumento de torque.
Em válvulas de movimento linear e de
bitolas elevadas (acima de 8”) ou nas vál-
vulas de alta pressão (em qualquer bitola),
esta chave pode ser utilizada durante todo
o percurso de abertura e fechamento para
facilitar a operação devido ao torque sobre
as gaxetas e à própria pressão do fluido
que atua sobre o obturador. Outra situação
para seu uso é quando há vazamentos de
vapor ou algum fluido corrosivo pelas ga-
xetas, com isto o operador pode ficar mais
afastado da válvula.
O problema deste recurso é o torque
elevado proporcionado sobre a bucha de
acionamento no momento do fechamento,
principalmente de uma válvula gaveta. Se
houver a quebra da bucha no momento
do fechamento, (numa válvula gaveta de
haste ascendente, por exemplo) isto pode
causar graves ferimentos ao operador. A
bucha de acionamento nas válvulas gaveta
e globo é fabricada em bronze para evitar
o travamento da haste, devido à diferença
de materiais entre elas, principalmente em
válvulas que permanecem durante muito
tempo numa única posição, seja fechada
ou aberta, e exposta às intempéries. Essa
bucha de bronze funciona como um “fusí-
vel” evitando que o corpo, a haste, a cunha
e os anéis de vedação sejam danificados
por excesso de torque.
Recomenda-se que o sistema de acio-
namento das válvulas de movimento li-
near sejam lubrificadas periodicamente
e protegido dessas intempéries por um
saco plástico, por exemplo, principal-
mente naquelas que são movimentadas
raramente e são instaladas em ambientes
corrosivos. As válvulas que operam com
vapor e não puderem ser protegidas des-
ta forma, devido à temperatura, também
devem ser lubrificadas e movimentadas
periodicamente.
Para evitar acidentes é recomenda-
do que durante a operação de válvulas,
independente do tipo e sistema de acio-
namento, o operador fique sempre posi-
cionado ao lado da válvula e jamais na
frente desta.
As válvulas gaveta e globo nas Classes
125, 150 e 300 e as válvulas diafragma (na
Classe 150) possuem o volante em ferro
fundido nodular, e um torque excessivo
neste volante pode também causar sua
quebra, e consequentemente, ferimentos
ao operador. Algumas válvulas do tipo
diafragma possuem volantes fabricados
em plástico. Portanto, sempre que a ope-
ração da válvula for necessária, o opera-
dor deve analisar suas condições antes
da realização desta tarefa. O castelo das
válvulas diafragma não foram projetados
para serem pressurizados e tampouco ab-
sorver um torque excessivo no volante.
As válvulas, com acionamento através de
volante manual, dos tipos esfera, borbo-
leta, macho e diafragma podem também
ser instaladas em tubulações fabricadas
em fibra de vidro e que, dependendo da
bitola, também podem ser rompidas por
um torque excessivo no volante. O pró-
prio assentamento macio da válvula tipo
diafragma dispensa um torque excessivo
para que seja obtida uma vedação estan-
que. Portanto, o fechamento destas válvu-
las deve ser somente manual e sem o uso
da “chave de válvula”.
LIBER AÇÃO DE TR ABALHOS PAR A A MANUTENÇÃO
Muitas válvulas de bloqueio em algu-
mas instalações são utilizadas somente
para isolar algum equipamento do res-
tante do processo, permitindo que traba-
lhos de manutenção possam ser realiza-
dos com segurança. Para isto a válvula de
bloqueio deve estar corretamente fechada
e vedando, garantindo a segurança dos
executantes (não deve haver dúvidas se
a válvula está ou não corretamente fecha-
da e vedando). Esta vedação em muitos
casos dispensa a drenagem completa de
um tanque. Sempre que possível, deve ser
instalada uma tubulação para dreno, en-
tre o equipamento a ser revisado e a vál-
vula de bloqueio principal, para que seja
monitorada a estanqueidade desta válvu-
la. Tubulações longas devem ser evitadas
para evitar entupimento devido à falta de
fluxo por esta região quando em opera-
ção normal. Esses drenos devem sempre
ser inspecionados quanto a um possível
entupimento.
As válvulas de controle automáticas
não devem ser utilizadas como bloqueio,
principalmente naquelas que tem o modo
de falha “normal aberta”. Preferencial-
mente “raquetes” devem ser instaladas
Válvula de Bloqueio
Foto
: Zan
ardo
O Sistema de ALA MÓVEIS é um modelo de irrigação por aspersão móvel indicado para diversos cultivos. Pode ser operado com pouca mão-de-obra e também automatizado em algumas situações. ALAS MÓVEIS é versátil e modular, adaptando-se a diversos formatos e topografias de terrenos.Fabricado em alumínio de alta qualidade proporcionando longa durabilidade ao equi-pamento e alto valor residual.
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O Sistema de ALA MÓVEIS é um modelo de irrigação por aspersão móvel indicado para diversos cultivos. Pode ser operado com pouca mão-de-obra e também automatizado em algumas situações. ALAS MÓVEIS é versátil e modular, adaptando-se a diversos formatos e topografias de terrenos.Fabricado em alumínio de alta qualidade proporcionando longa durabilidade ao equi-pamento e alto valor residual.
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tecnologia industrial
em conjunto com uma válvula mesmo que
esteja fechada e vedando. As válvulas que
são utilizadas para o bloqueio de tanques
e vasos, quando estes forem submetidos
a trabalhos de inspeção e/ou manutenção
internas, também deverão ser “raquete-
adas” antes da liberação definitiva para
aqueles trabalhos.
Quando for necessária a parada de um
processo para a troca de uma válvula (princi-
palmente gaveta, esfera ou macho), esta deve
ser um pouco aberta antes pelo operador (se
possível), para que qualquer fluido que te-
nha ficado preso dentro do corpo possa ser
drenado junto com o restante do processo.
Quando não for possível a drenagem da
válvula devido a travamento ou quebra do
sistema de acionamento, o fluido contido na
cavidade do corpo e castelo pode ser drena-
do pela sobreposta (aperta gaxetas).
Quando uma válvula dos tipos gaveta ou
esfera, independente da posição que este-
jam instaladas, precisar ter as gaxetas subs-
tituídas, a tubulação em ambos os lados da
válvula deverá ser completamente drenada
antes da liberação para os trabalhos. Apenas
o fechamento destas válvulas ainda permi-
te que fluido sob pressão atue na região das
gaxetas, podendo causar acidentes.
RECONHECIMENTO DAS POSIÇÕES DE ABERTURA OU FECHAMENTO DAS VÁLVULAS ESFERA, BORBOLETA OU MACHO
A real posição que uma válvula encon-
tra-se no processo é de vital importância
para a segurança de seus operadores. Abai-
xo estão os pontos a serem observados antes
da manobra desses tipos de válvulas:
- Verificar o alinhamento da alavanca de
acionamento em relação à tubulação para
confirmar se a válvula está na posição to-
talmente aberta ou totalmente fechada;
- Todas as válvulas do tipo esfera, borbole-
ta ou macho deverão ter um risco usina-
do na face da haste e que será utilizado
como a principal referência para o ope-
rador. Este risco deverá estar paralelo
com a área de passagem, e quando pa-
ralelo com a tubulação, indicará que a
válvula está totalmente aberta;
- Nas válvulas que possuem o encaixe da
alavanca com a haste em forma de oblon-
go, as faces laterais deste encaixe devem
estar paralelas com a tubulação quando
a válvula estiver totalmente aberta;
- As válvulas que possuem a haste torcida
por excesso de torque devem ser substi-
tuídas devido à impossibilidade de de-
terminar a real posição da área de pas-
sagem em relação à tubulação;
- As válvulas de acionamento manu-
al através de alavanca ou redutor, ou
mesmo aquelas de acionamento pneu-
mático e que possuem na haste um ras-
go de chaveta, é este rasgo que indica
a real posição da área de passagem.
Portanto, se ele estiver paralelo com a
tubulação, indicará que a válvula es-
tá totalmente aberta.
* Ar tur Cardozo Mathias é técnico Mecânico In-dustrial e especialista em válvulas
O Sistema de ALA MÓVEIS é um modelo de irrigação por aspersão móvel indicado para diversos cultivos. Pode ser operado com pouca mão-de-obra e também automatizado em algumas situações. ALAS MÓVEIS é versátil e modular, adaptando-se a diversos formatos e topografias de terrenos.Fabricado em alumínio de alta qualidade proporcionando longa durabilidade ao equi-pamento e alto valor residual.
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Disco com lâminas serrilhadas e inclinadas para frente
22 + Tec. Agr. Corte por deslizamento
tec. agrícola
Nos últimos anos, a colheita mecanizada da
cana-de-açúcar tem conquistado cada vez mais
espaço. Hoje, quase 70% de todo o Centro-Sul já
colhe a cana crua. E em algumas unidades, o ín-
dice de mecanização da colheita já chega a quase
100%. Apesar da alta tecnologia embarcada nas
colhedoras lançadas no mercado, o sistema de cor-
te de base usado sempre foi tema de discussão de
especialistas.
De acordo com o pesquisador
Roberto da Cunha Mello, do
IAC (Instituto Agronômico
de Campinas), da Secreta-
ria de Agricultura e Abas-
tecimento do Estado de São
Paulo, as lâminas do corte
de base são a maior fonte de
perdas de cana no campo e de da-
nos na soqueira. No entanto, segun-
do ele, não tem como substituí-las.
“Outros tipos de corte como laser ou jato d’água
não funcionam devido às irregularidades do solo,
presença de tocos e pedras, acúmulo de material
nas partes internas do cortador de base. No caso
do corte com jato d’água, ainda há grande deman-
da de água.”
O IAC em parceria com a University of Southern
Queensland na Austrália e a Duraface, desenvol-
veu um sistema de corte de base para colhe-
doras de cana-de-açúcar que reduz as
perdas de matéria-prima, além de
melhorar a rebrota, reduzir o
desgaste das lâminas de corte
e a quantidade de impurezas
minerais na cana fornecida às
usinas.
Segundo Mello, o sistema
usado atualmente causa um alto vo-
lume de perdas e grandes danos na
soqueira, o que prejudica a rebrota.
O Instituto Agronômico de Campinas em parceria com uma universidade australiana e a
Duraface, desenvolveu um sistema de corte de base para colhedoras de cana-de-açúcar
que reduz as perdas de matéria-prima, além de melhorar a rebrota, reduzir o desgaste das
lâminas de corte e a quantidade de impurezas minerais na cana
Da Redação
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24 + Tec. Agr. Corte por deslizamento
tecnologia agrícola
“O sistema implantado hoje funciona com dois
discos contrarrotativos e cinco lâminas retangu-
lares em cada disco, posicionadas no sentido do
radial e cortam a cana em sua base por impacto.
O novo sistema usa os dois discos, mas as lâ-
minas são trapezoidais e posicionadas com um
ângulo para frente de 23° em relação ao raio do
disco”, explica.
O conceito de perdas, segundo Mello, não de-
ve se limitar apenas às perdas de matéria-prima,
mas também deve ser computada a quebra de
produtividade devido à ação agressiva das lâmi-
nas e discos do cortador de base.
“Se houver um ângulo entre a lâmina e o ma-
terial a ser cortado, haverá um deslizamento e
estando o material aderido à lâmina, este se rom-
perá devido à fricção. Segundo Persson (1987),
as lâminas serrilhadas iniciam o corte com maior
facilidade, pois ocorre uma concentração de ten-
sões na ponta dos dentes, e pelo fato das fibras
ficarem alojadas entre os dentes, o corte ocorrerá
com uma força normal menor, o que causa me-
nos danos e, consequentemente, menos perdas.”
Para comprovar a eficiência do novo sistema
de corte de base, Mello realizou vários trabalhos
de campo durante as safras 2003, 2004 e 2005.
Segundo ele, o sistema foi testado nas Usinas
Santa Elisa e São Martinho, ambas localizadas
no interior do Estado de São Paulo.
Mello explica que, para avaliação do desem-
penho, o novo sistema foi comparado com o con-
vencional e foram observados os seguintes itens:
- Altura de corte;
- Quantidade de tocos encontrados dentro da par-
cela experimental;
- Abalo de soqueira.
Tanto para o sistema proposto como para o
convencional, foram utilizadas lâminas novas, ins-
taladas em colhedoras de pneus sem controle auto-
mático de altura de corte. Para cada sistema foram
colhidas quantidades de cana suficiente para en-
cher quatro caminhões de aproximadamente 60 t.
“Na avaliação dos danos à soqueira usamos
a seguinte denominação: intacta, semi-abalada,
abalada e arrancada. Os resultados dos ensaios de
campo com o novo sistema mostraram que hou-
ve um aumento no número de soqueiras intactas.
No sistema convencional foi de 54,3% e no novo
sistema foi de 71,5%. Quanto às soqueiras arran-
cadas no sistema convencional foi de 3,4% e com
o novo sistema caiu para 0,2%”, salienta.
Para determinação da altura de corte, quanti-
dade de tocos e abalo de soqueira, foi feita uma
Figura 1: Cor te por impacto
Figura 2: Cor te por deslizamento
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26 + Tec. Agr. Corte por deslizamento
tecnologia agrícola
amostragem de 75 pontos com 2 m de comprimen-
to. As amostras foram coletadas aleatoriamente ao
longo do talhão, imediatamente após a colheita
para evitar que a passagem de máquinas sobre as
parcelas pudessem alterar os resultados.
De acordo com Mello, as impurezas minerais
foram determinadas segundo procedimento ado-
tado pela usina, e a altura de corte foi determi-
nada com o auxílio de uma trena, onde todos os
tocos foram medidos e obtido uma média. O abalo
de soqueira foi determinado sempre pela mesma
pessoa que, com a ponta dos dedos, aplicava no
toco uma força lateral em diferentes sentidos, e
dependo do deslocamento do mesmo, os classifi-
cava como: intacto, levemente abalado, abalado ou
arrancado, quando este se encontrava totalmente
desprendido do solo.
“Os resultados podem ser vistos nas tabelas 1
e 2 e a figura 3 mostra algumas diferenças na re-
brota, quando se utilizou o sistema de corte com
lâminas serrilhadas e inclinadas para a frente. Pe-
los resultados da tabela 1, podemos observar que
houve uma pequena redução na impureza mineral
e na altura de corte e um aumento na quantidade
de tocos. Mesmo com uma altura de corte menor,
houve redução nas impurezas minerais quando foi
utilizado lâminas serrilhadas, isto se deve ao
fato de que as lâminas lisas, por não cortarem
adequadamente, tombam os tocos remanescen-
te e aumentam o volume de perdas”, explica.
Para ele, o aumento na quantidade de tocos
encontrados dentro de cada parcela, significa
que houve uma redução no número de tocos
arrancados ou cortados profundamente (abaixo
da superfície do solo), não sendo visualizados
para contagem. “Quanto ao abalo de soqueira,
pode-se observar pelos dados da tabela 2 que
houve um aumento no número de soqueiras in-
tactas e uma redução de aproximadamente 46%
no número de arrancadas.”
Mello afirma que este novo sistema pode ser
adaptado em qualquer colhedora comercial, com
a simples troca dos discos e lâminas. De acordo
com ele, acredita-se que este sistema irá apre-
sentar melhores resultados nas máquinas equi-
padas com controlador automático de altura de
corte (copiador de solo).
O IAC também está conduzindo um experi-
mento para se determinar qual a altura de corte
ideal, levando-se em conta as perdas de toco e
as diferenças na rebrota com reflexos na pro-
dutividade. “A reação das usinas tem sido muito
positiva, com uma grande demanda pelo siste-
ma”, destaca.
A Duraface participou do desenvolvimento e
é a empresa credenciada para a comercialização.
“O sistema proposto se encontra disponível para
quem quiser testar”, conclui Mello.
De acordo com a Duraface, o sistema se en-
contra disponível para comercialização. “Exis-
tem alguns modelos de facas serrilhadas no
mercado, mas que não proporcionam o corte
por deslizamento.”
Figura 3: Diferenças na rebrota (as linhas da direita foram cor tadas com a lâmina serrilhada)
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28 + Tec. Agr. Giro pela Austrália
tec. agrícola
Tomaz Caetano Cannavam Ripoli*
Sob patrocínio e convite da FMC e programada pela Agritours-
-Brasil, um grupo de 15 engenheiros de várias usinas brasileiras
percorreu por dez dias algumas regiões canavieiras de Queensland
na Austrália, em busca de novidades tecnológicas, visitando esta-
ções experimentais, usinas e produtores independentes.
Cabe esclarecer que, na Austrália, usinas não possuem terras
produtivas. A produção agrícola (por volta de 420 mil ha) está nas
mãos de produtores independentes.
Dentre muitas observações efetuadas, algumas ficaram muito
claras:
1. Intensa cooperação entre centros canavieiros de pesquisa, forne-
cedores e universidades. Diferentemente do Brasil, o produtor
australiano recorre sistematicamente aos centros de pesquisa
e, em conjunto, desenvolve novas tecnologias mecânicas e/ou
agronômicas;
2. A busca não é por melhores produtividades agrícolas “per si”
(média de cinco cortes de 85 t/ha), mas sim por crescentes ren-
tabilidades econômicas. Por exemplo, em operações de colhei-
ta, visando redução de custos, as colhedoras operam em até 10
km/h, colhendo de 800 a 1 mil t em apenas 12 h/dia de trabalho,
mesmo que ocorram, nas cabeceiras dos talhões, pisoteio por
parte do transbordo que opera também em marcha a ré na mes-
ma velocidade (com piloto automático);
3. Em busca de atendimento ao exposto no item anterior, os espa-
çamentos de plantio estão sendo aumentados para 1,8 m e 2,0
m entre fileiras. Enquanto que aqui, no espaçamento a 1,5 m,
a colhedora e transbordo percorrem 6667 m lineares/ha, lá, no
espaçamento de 2 m são percorridos apenas 5 mil m. Refletindo
numa diferença de consumo significativa além de menor com-
pactação por unidade de área;
4. Continua forte a ênfase no preparo de solo e na adequação do
micro-relevo dos talhões. O uso de enxadas rotativas, adequa-
damente reguladas para o tipo de solo é bastante usual. O nive-
lamento do micro relevo com plainas também;
5. O controle de tráfego e utilização de piloto automático são prá-
ticas em crescentes e significativas adoções.
6. Regra geral, são plantadas de 8 t/ha a10 t/ha de mudas. As princi-
pais variedades foram desenvolvidas, também, visando a colheita
mecânica (colmos eretos, de fibra longa, com boa friabilidade).
Posto de outra forma, no corte de base e no fracionamento dos
colmos dentro das máquinas, não ocorre o estraçalhamento (de
soqueiras ou colmos), mas sim um cisalhamento que diminui as
perdas invisíveis;
7. Em decorrência da característica de boa friabilidade dos colmos,
os rebolos colhidos apresentam tamanhos por volta de 15 cm, au-
mentando a densidade de carga dos vagonetes ferroviários (90%
da cana transportada na região de Queensland), diminuindo,
mais ainda, os custos de transporte;
8. Produzir cana na Austrália é bom negócio. O produtor gasta, em
média, U$20/t de cana produzida e a usina remunera na base de
US$40/t. O transporte ferroviário é por conta da usina.
Em termos de preparo de solo e plantio, principalmente, a Aus-
trália tem muito a nos ensinar.
*Tomaz Caetano Cannavam Ripoli é professor Titular da ESALQ-USP e Guia técnico na viagem
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29 + Tec. Agr. Giro pela Austrália
tecnologia agrícola
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31 + Gafor – página dupla
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32 + Por dentro da Usina
por dentro da usina
GUARANI ASSUME CONTROLE DA UNIDADE ANDRADE
No final de 2011, a Tereos Internacional assinou contrato para
a compra da participação remanescente de 32,5% do capital de
sua subsidiária Andrade Açúcar e Álcool (Unidade Andrade) para
deter 100% desta unidade.
O valor total da transação é de R$ 12,6 milhões e os acionistas
minoritários continuarão parceiros da Guarani através de contratos
de longo prazo de fornecimento de cana-de-açúcar para a unidade.
A transação deverá ser completada em até 120 dias após a imple-
mentação de todos os atos societários que envolvem a operação.
A unidade Andrade possui uma das maiores destilarias do
País, tem capacidade de processamento anual de 3,3 milhões de
t de cana-de-açúcar, capacidade de produção anual de 236 mil t
de açúcar e de 274 mil m³ de etanol, podendo ainda comercializar
175 GWh de energia elétrica por ano.
BARRALCOOL RECEBE CERTIFICAÇÃO ISO 22000 Com a preocupação de melhorar cada vez mais seu padrão
de qualidade, a Usina Barralcool, localizada em Barra do Bugres,
MT, há 10 meses começou a se adequar para implantar a certi-
ficação ISO 22000, norma para os Sistemas de Gestão de Segu-
rança de Alimentos voltada para empresas que se preocupam em
assegurar controles dos perigos em toda sua cadeia produtiva de
alimentos, garantindo que o alimento está seguro no momento do
consumo humano.
Para se adaptar as exigências foram realizadas alterações es-
truturais no processo, como a troca de equipamentos, antes con-
feccionados a base de aço-carbono, por linhas e equipamentos
de aço inox, até controles automáticos totais da cadeia, partindo
da matéria-prima até o final do processo na estocagem do produ-
to. Cada etapa de fabricação teve sua importância aumentada. “A
Barralcool têm um grande cuidado com a limpeza, maior controle
automático, menos pessoas no envase do produto e profissionais
bem treinados”, destaca o diretor Executivo do Grupo Barralcool,
Cidimar Sansão.
No Mato Grosso, a Usina Barralcool é a primeira do setor su-
croenergético a receber a ISO 22000. João Nicolau Petroni, dire-
tor-presidente do Grupo, salientou que a vitória é de todos e não
apenas da diretoria. “Deu certo porque é um trabalho em conjun-
to. Enquanto existir Barralcool vai existir qualidade contínua no
grupo. É uma honra muito grande ser a primeira empresa do setor
a receber esta certificação no Estado de Mato Grosso.”
ITAMARATI FORMA 255 COLABORADORES No início do mês de dezembro de 2011, o GERCAFI de Nova
Olímpia, MT, sediou mais uma solenidade de conclusão do curso
do Programa Ação Digital e do Programa Escrevo Meu Futuro da
32
por dentro da usina
USINA SÃO MARTINHO RECEBE TROFÉU O Prêmio ‘Porteira Aberta’, iniciativa da Unica (União da
Indústria de Cana-de-açúcar) que visa reconhecer o bom re-lacionamento das usinas brasileiras com o público nacional e internacional, premiou a Usina São Martinho no último mês de 2011.
A unidade pertencente ao Grupo São Martinho, localiza-da na cidade de Pradópolis foi premiada pelo segundo ano consecutivo. A cerimônia de entrega, realizada na sede da Unica em São Paulo, destacou os esforços e a hospitalidade demonstradas pela Companhia junto aos diferentes públicos que visitaram a usina em 2011, que vão desde estudantes, acadêmicos, investidores, pesquisadores, técnicos, jornalistas, empresários, autoridades governamentais até parlamentares e chefes de estado.
Em 2011, os destaques ficaram para a passagem da comi-tiva cubana, composta pelo Ministro de Comércio Exterior e Investimentos Estrangeiros da República de Cuba, pelo Embai-xador de Cuba no Brasil e por Paulo Skaf, presidente da Fiesp
e do Senai. Outro grupo internacional, formado pelos Ministros da Agricultura da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, também esteve na Usina São Martinho no mês de maio de 2011.
Uni
ca
Marcelo Ometto, conselheiro do Grupo São Martinho, Marcos Jank, presidente da Unica, e João Guilherme Sabino Ometto, vice-presidente do Conselho do Grupo São Martinho.
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33
por dentro da usina
Usinas Itamarati. Receberam o certificado 255 colaboradores da
empresa.
A solenidade contou com a participação do diretor-presidente
da Usinas Itamarati, Sylvio Coutinho; o prefeito de Nova Olímpia,
Francisco de Medeiros; a secretária municipal de Educação do mu-
nicípio de Denise, Edinéia Nazari; a gerente de recursos humanos
da Itamarati e vice-presidente do Instituto Florescer, Cinthia Lima;
a coordenadora de educação do Sesi de Mato Grosso, Rosa Brito; o
superintendente do Sesi de Mato Grosso, José Dorte e da secretá-
ria municipal de educação de Nova Olímpia, Maria Aparecida de
Carvalho, entre outros.
BUNGE OBTÊM BONSUCRODuas usinas do Grupo Bunge acabam de ser certificadas segun-
do os padrões de produção Bonsucro, uma organização interna-
cional com sede em Londres, que estabelece princípios e critérios
socioambientais para aplicação nas regiões de cultivo da cana em
todo o mundo. Essa conquista abre a oportunidade de exportação,
a partir deste ano, principalmente para o mercado europeu, onde
são aceitos apenas biocombustíveis certificados.
As usinas certificadas poderão oferecer ao mercado, juntas, anu-
almente, mais de 200 milhões de l de etanol e 65 mil t de açúcar.
“Os padrões da Bonsucro envolvem a cana e todos os seus deriva-
dos. Unidos ao seleto grupo líder de usinas no mundo que estão
em conformidade com as melhores práticas de sustentabilidade, de
acordo com o regime de certificação, somos encorajados a continuar
investindo em todas as nossas operações para entregar ao merca-
do global produtos com cada vez mais qualidade”, afirma Ricardo
Santos, vice-presidente de Açúcar e Bioenergia da Bunge Brasil.
As usinas passaram por rigorosas avaliações realizadas com o
acompanhamento de 69 indicadores. Os critérios Bonsucro exigem
que as empresas-membro certificadas estejam de acordo com os
seguintes princípios: cumprimento da lei do local onde a empresa/
usina está instalada; respeito aos direitos humanos e trabalhistas;
gestão sobre insumos, produção e processamento de modo a au-
mentar a sustentabilidade; gestão ativa da biodiversidade e servi-
ços do ecossistema; melhoria contínua das áreas-chave do negócio.
No Brasil, a Braskem é a principal compradora de etanol cer-
tificado, utilizado para a produção do ETBE, o aditivo aplicado à
gasolina nos países da Europa e no Japão. Atualmente, cerca de
80% do ETBE produzido por eles é exportado para os países da
comunidade europeia.
por dentro da usina
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34 + Por dentro da Usina
por dentro da usina
GRUPO ODEBRECHT INVESTIRÁ MAIS EM CANA A ETH Bioenergia, empresa controlada pela Odebre-
cht, obteve R$ 200 milhões do Banco do Brasil para finan-
ciar a produção de cana-de-açúcar de 30 fornecedores de
quatro usinas do grupo na região Centro-Oeste do País.
Segundo a direção do banco, é a primeira vez que uma
empresa sucroenergética consegue o recurso. O convê-
nio de integração rural (BB Convir) tem o objetivo de am-
pliar os financiamentos no crédito rural com baixo risco.
A ETH produz e comercializa etanol, energia elétrica e açúcar. Em
2012, a empresa quer a liderança na produção de etanol e energia
com capacidade de moagem de 40 milhões de t. Segundo o banco,
novos convênios serão formatados para empresas do mesmo ramo.
USINA PINDORAMA AUMENTA A PRODUÇÃO DE ENERGIA
Produzindo açúcar e álcool a todo vapor, a Usina Pindorama co-
memora uma série de investimentos com o objetivo de bater a meta
de 1 milhão de t de cana-de-açúcar esmagada na safra 2011/2012.
Entre os principais investimentos está a aquisição de um gerador,
que vai permitir o aumento da produção de 4 MW para 6 MW. Es-
sa mudança atende a demanda da fábrica de açúcar e de irrigação.
De acordo com engenheiro eletricista da usina, Erikson Viana,
com a maior capacidade de produção e energia, (a área de irrigação
está em processo de ampliação), o objetivo é atingir 80% da área
da cooperativa. “Se isso realmente acontecer vamos implantar um
segundo gerador, paralelo ao existente, e construir uma linha de
transmissão. Esse é o futuro, não é só açúcar e álcool, temos capa-
cidade de vender energia. Outra fonte é a grande sobra de bagaço,
que já é comercializado, mas mesmo assim não damos conta. Pro-
duzimos em média 20 t de bagaço por hora, é muita coisa. Bagaço
é geração de energia”, enfatizou.
Avaliando o desempenho da indústria e dos investimentos, o
presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio Santos, revelou que
a fase de adequação já foi superada e a produção está dentro do
cronograma previsto. “Ampliamos nossa capacidade de esmaga-
mento, produção de açúcar e energia. Quase a metade da safra,
aproximadamente 470 mil t, já foi esmagada e esperamos chegar
ao tão sonhado 1 milhão de t de cana”, reforçou Santos.
USINA CAMPESTRE PRETENDE RECUPERAR MOAGEM A Usina Campestre, em recuperação judicial desde 2009, en-
cerrou a safra 2011/12 com moagem de 1,1 milhão de t de cana-
-de-açúcar, bem abaixo da previsão inicial de 2 milhões de t. No
ciclo anterior, a usina havia processado 1,4 milhão de t de cana.
A unidade, com sede em Penápolis, SP, tem capacidade instalada
para moer 2,7 milhões de t da matéria-prima.
Apesar da safra frustrada em 2011, a empresa faturou R$ 155
milhões e pagou R$ 40 milhões em dívidas. Para o próximo ciclo,
o 2012/13, a empresa pretende retomar a moagem de 1,4 milhão
de t de cana.
O administrador da usina, José Carlos Fernandes de Alcântara,
afirma que para cumprir a meta na próxima temporada elevará o
valor pago pela cana para um valor equivalente a 42 l de etanol hi-
dratado por tonelada da matéria-prima, ante os 40 l pagos neste ano.
MELHOR EFICIÊNCIA AGROINDUSTRIAL Com uma expectativa de moer na safra 2012/2013 cerca de 1,9
milhões de t de cana-de-açúcar, produzir 170 mil t de açúcar e 65
milhões de l de etanol, a Sabarálcool pretende ter números de pro-
dução em toneladas de cana, igual à safra passada, no entanto, com
uma melhor eficiência agroindustrial, bem como, uma melhoria
qualitativa da matéria-prima a ser processada.
Para que se concretize a produção estimada pela empresa, além
do clima favorável, outra preocupação são os valores a serem pra-
ticados na comercialização da produção da safra que será colhida
durante este ano. “Os preços para 2012 não são otimistas em relação
a 2011, pois a Rússia e a União Europeia produziram mais açúcar.
A tendência é de que haja uma oferta maior no mercado, com isso,
os preços tendem a ser menores”, acredita o diretor presidente da
Sabarálcool, Ricardo Albuquerque Rezende.
Os problemas climáticos da safra passada não impediram a em-
presa de aumentar o faturamento ao acertar o alvo e comercializar
a tonelada do açúcar a preços superiores aos praticados na safra
de 2010. “O açúcar, que representa 65% do nosso faturamento foi
vendido para exportação, em dólar, por 17% a mais que a média
do estado do Paraná. A excelente comercialização contrabalanceou
a quebra no resultado agroindustrial.”
A estratégia, segundo Albuquerque Rezende foi produzir mais
açúcar. “Como o preço do açúcar foi bom, as usinas produziram o
máximo do produto e o que sobrou, produziu-se etanol. Com isso,
houve um enxugamento do combustível no mercado e os preços se
sustentaram. Historicamente, se o preço do etanol despenca duran-
te a safra, depois, na entressafra, aumenta. Nesse ano não ocorreu
isso por conta da limitação na oferta do etanol, o que fez com que
o preço se mantivesse. Toda essa situação nos proporcionou um
incremento expressivo no faturamento global, que deve alcançar
os R$ 240 milhões”, garantiu o empresário.
Com os números financeiros um pouco melhores, o empresá-
rio garante que conseguiu cumprir algumas metas da empresa.
“Focamos em um objetivo, conseguimos fazer caixa e reduzir o
endividamento. Cumprimos essa meta”, diz Rezende.
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36 + conjuntura Transp. Pesado
conjuntura
O transporte faz parte de nossas vidas. De-
pendemos dele para nos locomover em peque-
nas, médias e longas distâncias, para receber
bens de consumo adquiridos em lojas físicas
ou virtuais.
Não importa o tamanho e peso do item a ser
transportado, mas a certeza de que ele será en-
tregue. As empresas transportadoras são uma
necessidade de qualquer seg-
mento industrial e também
de empresas fornecedoras de
equipamentos e insumos pa-
ra as usinas.
Muitos dos equipamen-
tos como caldeiras, tanques,
centrífugas, turbinas e outros
são de grandes proporções e
necessitam de cuidados no
transporte até as usinas.
O transporte de equipamentos de grande
porte é feito em veículos específicos para este
tipo de carga, como pranchas e lagartixas, mas
antes do transporte ocorrer, é feito um estudo
detalhado da rota, para averiguar a passagem
do conjunto transportador e os custos advin-
dos disto, sendo necessário em alguns casos,
a utilização de rotas alterna-
tivas, quando não é possível
o tráfego pelas rotas usuais.
Para algumas cargas, car-
retas e trucks são suficientes
para o transporte de cargas
excedentes, mas certas cargas
pedem veículos especiais pa-
ra seu transporte. “Neste ca-
so, podem ser utilizados veí-
ROTA ALTERNATIVA
Algumas rodovias não suportam peso acima de 50 t. Diante disso,
os órgãos responsáveis indicam o melhor trajeto
e rodovias para o escoamento.
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37 + conjuntura Transp. Pesado
conjuntura
culos diversos, dependendo das dimensões, peso
e características da carga, tendo como exemplo,
pranchas retas e rebaixadas, pranchas lagartixas,
carretas extensivas, dollys de arrasto e interme-
diários, linhas de eixo, gôndolas, entre outros”,
explica Leonardo Severo Ramos da Silva, gerente
Comercial da Marije Logística e Transportes.
Ele conta que as dimensões e o peso dos equi-
pamentos variam muito. “Sei de cargas com até
8 m de largura, 6,5 m de altura, 50 m de compri-
mento e 200 t de peso. Ainda assim, acredito que
já houve transporte de cargas com dimensões e
peso acima disto.”
O TRANSPORTE NA PRÁTICASilva conta que a empresa faz
o transporte dos equipamentos
por via terrestre, através de rodo-
vias e em certas circunstâncias,
por vias não asfaltadas, como
carregadores rurais. “Em casos
em que uma carga deve ser re-
metida ao exterior, o transpor-
te costuma ser feito via maríti-
ma. Neste caso, a mercadoria é
transportada até o porto através
de outro modal, como o rodoviá-
rio, por exemplo, e de lá por na-
vios”, salienta.
A TGM atua nos mais diversos setores do mer-
cado nacional e internacional, e o sucroenergético
é apenas um deles. Desta forma, de acordo com o
cliente, segmento e localidade, utiliza transportes
rodoviários, marítimos e aéreos.
Renato Cesar de Figueiredo, coordenador da
Gestão de projetos TN da TGM, revela que a em-
presa utiliza transporte terrestre para o mercado
nacional e alguns países vizinhos, e marítimo e
aéreo para países distantes e de outros continen-
tes. Ele conta que nos últimos anos o mercado de
turbinas a vapor está mais voltado para a cogera-
ção de energia. Com isso, os equipamentos pos-
suem dimensões maiores, tornando-se necessária
a utilização de veículos como
pranchas rebaixadas e outros
especiais.
Silva observa que varia mui-
to de que maneira o equipamen-
to é acondicionado no cami-
nhão ou prancha. Isso depende
das características do equipa-
mento a ser transportado. Mas
a grande maioria é apenas acon-
dicionada sobre o veículo trans-
portador e devidamente fixada
a este, seja por solda, cabos de
VIA TERRESTRE E
MARÍTIMA
Nos casos em que uma carga
deve ser remetida ao ex terior,
o transpor te costuma ser fei to
via marítima. Neste caso, a
mercadoria é transpor tada
até o por to através de outro
modal, como o rodoviário, por
exemplo, e de lá por navios.
Antes do transpor te, é realizado um estudo detalhado da rota e dos custos
Dependendo do equipamento a ser transportado são necessárias adaptações para a sua acomodação no caminhão
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38 + conjuntura Transp. Pesado
conjuntura
aço, cintas ou equipamentos chamados “gatos”.
Para ele, os equipamentos mais trabalhosos para
transportar são aqueles com excesso de altura, de-
vido a altura máxima dos viadutos e passarelas, que
normalmente estão entre 5 m a 6 m do solo, e isto
dificulta a passagem de equipamentos nesta faixa de
altura. Porém, equipamentos com peso muito ele-
vado, acima de 80 t, pedem equipamentos, estudo
e logística distintos, principalmente se houver ex-
cesso nas dimensões destes. Neste caso o trabalho
é ainda maior.
Os maiores equipamentos fabricados pela TGM
atualmente possuem aproximadamente 5 m de com-
primento, 4 m de largura e 4 m de altura, com peso
aproximado de 60 t. “Mas também redimensio-
namos turbinas e redutores de todos os fabri-
cantes nacionais e internacionais, com isto estas
dimensões e pesos aumentam, principalmente
quando se trata de equipamentos antigos”, afirma
Figueiredo ao comentar que como algumas rodo-
vias não suportam peso acima de 50 t, os órgãos
responsáveis indicam o melhor trajeto e rodovias
para o escoamento.
Silva lembra que a empresa já teve que fazer
alguma adaptação em seus caminhões para trans-
portar colhedoras de cana picada. “Certas usinas
solicitam um apoio ao elevador da colhedora, e
neste caso, foi feita uma adaptação no pescoço
das pranchas rebaixadas para acomodação deste
equipamento no transporte até o local definitivo.”
A TGM também teve que passar por adapta-
ções em suas dependências para ajudar a colocar
um equipamento em um caminhão. Em algumas
ocasiões se fez necessária a utilização de pórticos
e outros sistemas de elevação para içamento e co-
locação sobre o transporte. “Nossos equipamentos
são preparados com suportes e fixados através de
dispositivos de forma a garantir a integridade do
equipamento e a segurança do transporte. Tam-
bém dispomos de pessoas especializadas e uma
área específica de responsabilidade dos suprimen-
tos para a contratação do tipo mais apropriado de
transporte”, destaca Figueiredo.
Silva ressalta que é necessária uma equipe
especializada para esse tipo de transporte. “A
empresa conta com profissionais que são trei-
nados para este tipo específico de transporte, e
a formação deste profissional leva tempo, pois
muito do seu aprendizado vem da experiência.
Sem contar que os motoristas devem ter conhe-
cimento para este transporte. Sinto que não te-
mos no País entidades que preparam este pro-
fissional, seja o encarregado ou o motorista, e
a experiência é passada dos mais velhos e/ou
experimentados, para aqueles que ingressam
na área. O aprendizado é complementado com
treinamento sobre a legislação específica”, fi-
naliza.
Transporte de equipamentos de grande por te é realizado em veículos específicos.
Segundo Figueiredo, os equipamentos são preparados com suportes e fixados através de dispositivos de forma a garantir a integridade do equipamento e a segurança do transpor te
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40 + gestão Novos desafios
gestão
Fábio Magnani Paro*
O setor sucroenergético atravessa um novo momento, uma
nova ordem econômica ocasionada pelos grupos internacionais
que adquiriram empresa ou ampliaram suas participações.
Com eles vieram novos conceitos de gestão para a realidade
da maioria das empresas e gestores sendo que a gestão agrícola,
responsável por 65% a 70% em média dos custos agroindustriais,
é a que mais necessita de atenção nesse momento e a que os
executivos originários de outros segmentos nessas corporações
menos conhecem.
Juntem-se a isso os fatores externos de crise mundial e anos
atípicos de clima, mais uma boa dose de especulações e políticas
governamentais não tão claras.
Mas e aí? Posicionamentos pessimistas, racionais, otimistas,
algumas eventuais bravatas estão permeando ou inundando a
imprensa setorial e nacional todos os dias através de clippings
diários, artigos em jornais, revistas, sites, blogs, mas com efeitos
práticos ainda tímidos.
Destaque para alguns empresários, consultores, profissionais
que entendem que em momentos de dúvidas e incertezas o me-
lhor a se fazer é tomar conta da casa (o ideal que assim o fosse em
todos os momentos), voltar os olhos para dentro dos processos,
achar e melhorar pontos não tão positivos, reforçar os reconheci-
damente positivos que com certeza existem, enfim organizar de
tal maneira a empresa para que ela esteja sempre de prontidão
para crescimentos e expansões, mas também garantindo a sua
perenidade como objetivo principal.
Algumas iniciativas de proposições de redução de custos co-
mo fórmula para essa busca de competitividade também se faz
notar na mídia, mas por onde começar ou retomar, ou melhor,
priorizar as ações?
Os gráficos abaixo demonstram números comuns à realida-
de da maioria das empresas sucroenergéticas, dessa forma utili-
zando do conceito de sustentabilidade financeira e econômica,
conclui-se que a parte agrícola, dentro dos custos agroindustriais
é o fator de maior importância.
E esses números explicam a importância e as preocupações
atuais em intensificar e estender as práticas, métodos, conceitos
e tecnologias de gestão de outros setores e de outros segmentos.
A partir desse momento começam os desafios dos gestores
agrícolas. Gestores esses com formação em engenharia agronô-
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41 + gestão Novos desafios
gestão
mica, agronomia, engenheiros agrícolas, técnicos agrícolas e
profissionais que não tiveram a chance de um estudo formal,
administradores de empresas, agricultores/fornecedores des-
sas empresas, empresários que não convivem diretamente com
essas entrantes, mas que passam a lidar com assuntos varia-
dos onde em alguns casos não sabem que existem ou não se
interessam ou não concordam com essa nova ordem chegando
nas lavouras.
Por trás de algumas ações existem conceituações técnicas
de diferentes origens, que não a de produção agrícola, que
também precisam ser absorvidas para a continuidade e cres-
cimento empresarial.
Porém, o que a grande maioria desses gestores agrícolas ain-
da não sabe é que são eles que terão que ensinar aos demais
a entender a dinâmica agrícola, a entender o que representa
uma geada na produção, o que uma compra inadequada de
insumos pode acarretar, o que a falta de recursos no momen-
to certo implica na qualidade futura da lavoura, de que for-
ma o clima interfere na produção e nas operações de campo,
e por consequência no caixa da empresa. Ensinar aos demais
profissionais a pensar de que forma a dinâmica dessa lavoura
interfere em seus conhecimentos, atuação e expectativas pro-
fissionais e pessoais.
Dentro dessa exposição, o enfoque multidisciplinar que esse
profissional necessita e necessitará passa pelo entendimento
organizacional das empresas, onde existe uma relação propos-
ta das áreas de entendimento, algumas explicações, pontos de
atenção e de interação.
As empresas que chegam trazem uma estrutura organiza-
cional que pode ser mais facilmente entendida se divididos
grupos de atuação, começando pela organização empresarial
(profissionais que estudam e documentam quem faz o que e
quem é quem), tecnologia da informação e suas tecnologias,
gestão de pessoas, administração de operações e processos
onde tradicionalmente os gestores agrícolas atuam, marketing,
controladoria, economia, finanças e governança corporativa.
ORGANIZAÇÃO EMPRESARIALOs profissionais que cuidam da organização empresarial,
normalmente documentam as relações de trabalho internas,
o organograma da empresa, as questões de responsabilidade
social e atuação social, questões de sucessão empresarial e au-
xiliam nos meios de comunicações internos.
O conhecimento pelos gestores agrícolas dessas atividades
é necessário para o alinhamento estratégico e posicionamento
da empresa no mercado, da situação administrativa completa
para estabelecer benchmarking organizacional e detectar pon-
tos de melhorias.
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A indústria chamada de TI foi o segmento onde algumas das
maiores fortunas mundiais se formaram em menos de duas déca-
das e onde a criatividade aberta, sem regras claras, ainda permite
novas oportunidades de geração de valor e riqueza. Porém, na
indústria sucroenergética, a implantação das tecnologias de in-
formação se faz de maneira mais gradual, mais lenta e diferenças
culturais são motivos, em alguns casos, de conflitos de interesse.
Dentro da área de tecnologia da informação e telecomunica-
ções é onde se encontra um dos pontos de atenção pela constante
evolução das ferramentas e tecnologias disponíveis para auxiliar
os gestores agrícolas, mas que também causam grandes expec-
tativas, frustrações e ansiedades se não forem bem conduzidas.
Uma visão estruturada de TI para a lavoura canavieira com-
preende a denominada automação agrícola que necessita de fer-
ramentas de boletim eletrônico de corte e plantio de cana, auto-
mação de apontamentos das operações agrícolas, computadores
de bordo para veículos agrícolas, automação de abastecimento
de veículos, tecnologias de agricultura de precisão, telecomuni-
cações entre o campo e a usina, automação de sistemas de irri-
gação, gestão geográfica da operação agrícola, integração entre
sistemas de suporte à operação agrícola, gestão geográfica da
operação agrícola e portal de indicadores agrícolas. Todas essas
tecnologias e ferramentas integradas em um centro de controle.
GESTÃO DE PESSOAS O setor sucroenergético se formou em sistemas empresariais
seculares e familiares que passou pela escravatura e uso de imi-
grantes estrangeiros. Ainda hoje resta um pouco do uso de mi-
grantes, sendo que a valorização desse recurso humano foi ine-
xistente, pouco valorizado. Esse cenário acabou.
A falta de recursos humanos em todos os níveis nas empre-
sas agrícolas é fator limitante e motivo de não investimento de
grupos estrangeiros e nacionais de vários portes.
Pelo contato diário dos gestores agrícolas com esses recursos
humanos, essas pessoas, esses colaboradores, criou-se através
dessa cultura empresarial tradicional uma relação assistencia-
lista, uma relação não muito transparente de objetivos comuns.
Fonte: Carlos Araújo, adaptado do Seminário Mackenzie, 2009.
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42 + gestão Novos desafios
gestão
Cabe, hoje, a criação de um modelo baseado na meritocracia,
na valorização dos esforços individuais como forma de propiciar
crescimento profissional e pessoal, com planos de carreira bem
definidos inseridos em equipes bem sucedidas.
Algumas boas iniciativas nesse sentido já ocorrem, mas pela
distribuição espacial das atividades agrícolas (várias operações
ocorrendo em vários locais ao mesmo tempo) as dificuldades de
comunicação e de interação das equipes operacionais com os
gestores de pessoas prejudicam uma evolução consistente.
Outros pontos de atenção são a manutenção dos profissio-
nais, retenção desses nas empresas, programas de saúde ocupa-
cional, qualidade de vida, treinamentos, controle da alocação
desses recursos, programas de trainees, atenção e entendimento
das leis que regem as relações trabalhistas e desenvolvimento
de competências.
A comunicação dos gestores agrícolas e suas habilidades em
administrar pessoas é e será fator decisivo na sustentabilidade
do negócio, evoluindo para uma política meritocrática através
do uso de indicadores técnicos-financeiros, de treinamentos mo-
tivacionais, ambientais e de responsabilidade social.
ADMINISTRAÇÃO DE OPERAÇÕES E PROCESSOSEssa é a área onde a formação dos gestores agrícolas se ma-
nifesta com toda a potencialidade dos conhecimentos técnicos
adquiridos pela formação acadêmica e pela prática no manejo
da lavoura.
Aqui cabe a menção ao chamado “sistema de produção feijão
com arroz” que significa fazer o básico bem feito, não inventar
ou usar de soluções sem embasamento.
A cana-de-açúcar é matéria-prima de commodities (grandes
volumes de produção com pequenas margens de rentabilidade)
e isso não mudará com qualquer novo processo industrial ou de
comercialização que surgir. Talvez com a produção do álcool de
segunda geração em larga escala ocorra algum tipo de alteração
nas margens de rentabilidade, mas ainda não. A cana-de-açúcar,
assim como todo organismo biológico, tem seu ciclo de vida (nas-
cimento, crescimento, plenitude, amadurecimento e senescência)
que necessita de entendimento para a obtenção de seu máximo
potencial em cada fase.
Esse enfoque não significa acomodação ou não aceitação de
novas tecnologias, mas uma maneira sábia de permitir que as
equipes envolvidas tenham tempo de absorvê-las e de garantir
que a partir do momento em que forem adotadas, não ocorrerão
retrocessos e nem perdas de recursos. Um erro de plantio, por
exemplo, obriga os gestores a conviver por vários anos com a
opção e ação equivocada.
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44 + gestão Novos desafios
gestão
Distinguir qual tecnologia está em fase de experimentação,
teste, prova de conceito, projeto piloto, quais são promissoras
em diferentes realidades edafoclimáticas e aplicá-las gradual-
mente com planejamento e expandí-las é um dos grandes desa-
fios desses gestores.
Nesse conjunto encontram-se o manejo varietal em ambien-
tes de produção, manejo de fertilidade, diferentes sistemas de
preparo de solos, manejo e uso de resíduos industriais, irrigação
e fertirrigação, as operações agrícolas e seus respectivos equi-
pamentos e os tipos de desenvolvimento técnico-operacional,
uma lista única ainda não realizada na sua plenitude de opções.
MARKETINGAs ações de marketing em empresas agrícolas e/ou departa-
mentos agrícolas estão relacionadas com a visibilidade institu-
cional.
Ações de educação ambiental, educação para fins profissiona-
lizantes em escolas, divulgação de resultados e alcance de metas
para o público interno como para o público externo, divulgação
de ações da empresa, aquisições e usos de equipamentos e novas
tecnologias podem ser consideradas ações de marketing.
A relação com os stakeholders, ou seja, todas as pessoas di-
reta ou indiretamente que a empresa atinge com suas atividades
econômicas, pode ganhar um enfoque de agregar valor, criar uma
imagem positiva, séria, pró-ativa, de respeito a tudo e todos.
CONTROLADORIADentro da área administrativa, a controladoria é a que gera
um distanciamento dos gestores agrícolas por tratar, na grande
maioria das empresas, das necessidades legais de atendimento
ao fisco e prestação e publicações de balanços patrimoniais e
demonstrativos. Também atende as necessidades de demonstra-
tivos setoriais e demonstrativos para investidores internacionais
nos padrões do IFRS.
O entendimento e a confecção conjunta de um plano de contas
que compõem a espinha dorsal desses demonstrativos facilitam
tanto o controle e o atendimento das exigências legais como a
qualidade das informações nas composições de custos.
Em balanços patrimoniais é possível obter indicadores, tais
como liquidez corrente, liquidez seca, liquidez geral, rentabili-
dade da empresa, rentabilidade para o proprietário e acionista,
a participação de capital de terceiros nos recursos totais, a ga-
rantia de capital próprio perante o capital de terceiros, o grau de
endividamento e sua composição.
Esses indicadores ilustram a situação atual e futura da empre-
sa e gestores conscientes utilizam desses números para planejar
e pensar suas ações de investimentos ou não, de solicitações de
recursos, de planejamento de atividades.
O conhecimento dos conceitos e necessidades contábeis pe-
los gestores agrícolas facilita o direcionamento e apontamento
correto do uso dos recursos para seus respectivos e corretos
centros de custos.
Ainda um pouco mais distante da realidade empresarial, a
integração da contabilidade gerencial com a contabilidade do
fisco, apresenta dificuldades externas, de mudanças constantes
na legislação tributária dificultam em demasia, mas quando bem
entendida pelos envolvidos auxilia bastante.
Outro ponto de atenção e de grande complexidade refere-se
ao planejamento tributário. Alguns números de empresas acu-
sam algo próximo de 20% dos custos de produção agroindustrial.
Na grande maioria dos casos, os gestores utilizam de serviços de
empresas especializadas no assunto.
ECONOMIAAlguns gestores precisam e utilizam parte de seu tempo reali-
zando conjecturas, analisando os cenários econômicos de vários
países e blocos, analisando tendências.
E para a lavoura canavieira o que pesa muito nas análises des-
ses cenários é o comportamento do câmbio, a interferência dele
em alguns demonstrativos financeiros que arremete a ações de
vendas de participações, a busca dos chamados parceiros estra-
tégicos. Vale ressaltar que, somente é possível entender os efeitos
do câmbio em empresas que tem obrigações em demonstrar sua
contabilidade auditada ao público. Na grande maioria restante
das empresas do setor pouco se mensura e se fala, mas muito se
reclama, com toda razão.
Nas análises econômicas existe uma linha tênue que divide o
que é racional e o que é emocional, qual a fonte de informações
utilizada e sua confiabilidade, e os gestores precisam saber o
que é um ou outro, racional/emocional, confiável/não confiável.
Tarefa difícil, pois envolve a experiência, o conhecimento
e por consequência os erros e acertos de cada um. Um alinha-
mento de expectativas e conversas com profissionais de outros
setores, de outros departamentos é muito importante para errar
menos e acertar mais.
Alguns gestores caem na tentação das vaidades pessoais, nas
análises de cenários e em ações especulativas que podem daí
originar.
FINANÇASNo tópico finanças e administração de capital de giro é onde
os gestores colaboram muito, mas sem entender ou saber o fun-
cionamento completo das informações geradas.
O orçamento é a principal ferramenta utilizada para plane-
jar e alocar os recursos ao longo de um determinado período. É
nele que os gestores expressam suas expectativas e também re-
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45 + gestão Novos desafios
gestão
Fonte: Carlos Araújo, adaptado de 1º Fórum Próx ima de Planejamentos e Custos Agroindustriais, 2010.
fletem sua experiência e controle das operações e processos
que administram.
Números muito acima ou abaixo dos documentados geram
dúvidas e questionamentos. Se muito acima, ocorreu um ex-
cesso de zelo; se muito abaixo uma falta de atenção e descuido.
Todos questionáveis e com custos financeiros diretos.
Um fator de muita expressão e interferência na questão de
realizações dos orçamentos é o tempo e o clima. O tempo é
toda previsão das condições climatológicas para até 15 dias e
o clima toda previsão das condições climatológicas para até
um ano.
As interferências dos dois nas operações agrícolas e proces-
sos e por consequência no orçamento empresarial são indis-
cutíveis. Discutível é o uso desses dois fatores exógenos como
os culpados de todos os erros na empresa agrícola e também
em especulações mercadológicas.
Existem tecnologias e inteligência suficiente para diminuir
em muito os efeitos desses fatores sobre os resultados das em-
presas. Falta um pouco de investimento e vontade de avançar
na melhoria interna nas empresas sobre esse assunto. O assun-
to é de relativa complexidade para equacionar, mas possível.
Dentro desse tema, o motivo de maior apelo das empresas
refere-se ao demonstrativo de resultados do exercício. Nele
é onde estão as informações e os indicadores que norteiam o
negócio da empresa através de seu lucro ou prejuízo.
Parafraseando as máximas populares é aqui a parte mais
sensível do corpo humano, o bolso. Onde a porca torce o rabo,
onde o calo aperta.
GOVERNANÇA CORPORATIVASegundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corpo-
rativa), trata-se de um sistema pelo qual as sociedades são di-
rigidas e monitoradas, envolvendo os acionistas e os cotistas,
Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente
e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa
têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu
acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade.
O conceito de governança também circula no setor há poucos
anos, envolve diretamente a maneira como os gestores precisam
atuar e buscar participação nas ações desses conselhos, pleitea-
rem cargos de diretoria para sustentar o modelo de agronegócio
e propiciar as melhores ações estratégicas com conhecimento de
causa onde se ganha competitividade, a perenidade desejada da
matéria-prima, do campo, da terra.
Esse artigo citou, sem aprofundamentos, as áreas de conheci-
mentos que os gestores agrícolas precisam entender, pesquisar,
estudar e aprender para que o setor sucroenergético caminhe
com real sustentabilidade, para que as empresas parem de as-
sistir atônitas as danças de cadeiras de seus executivos mais ex-
perientes e qualificados e incentive esse espaço multidisciplinar
aos agrônomos, engenheiros agrícolas, técnicos, agricultores e
empresários rurais. O que falta é cana em quantidade com cus-
tos menores que os atuais e agregar valor ao negócio como um
todo, utilizando dos conhecimentos, profissionais com diferentes
formações, tecnologias e ferramentas disponíveis.
* Fábio Magnani Paro é engenheiro agrônomo, possui MBA em Administração das Organizações pela FEARP/FUNDACE e é consultor em Gestão.
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Dicas e novidades
48 + Dicas e Novidades56 + Dicas e Novidades
dicas e novidades
EVENTO TRAZ TECNOLOGIAS PARA PROCESSAMENTO DE BIOMASSA
Entre os dias 07 e 08 de fevereiro, a empresa Mo-
tocana juntamente com a Auxter e New Holland rea-
lizaram o 1º Encontro sobre Tecnologia de processa-
mento de Biomassa. O evento aconteceu no Distrito
Industrial de Piracicaba, Unileste na cidade de Pira-
cicaba, SP.
Durante o evento foram discutidas as mais novas
tecnologias na área de produção de biomassa e apre-
sentadas as máquinas e equipamentos desenvolvidos
especialmente para esta atividade.
AGCO ASSUME CONTROLE DA SANTAL A AGCO, fabricante e distribuidora mundial de
equipamentos agrícolas, anunciou acordo para aqui-
sição de 60% da Santal Equipamentos, uma das princi-
pais fabricantes de colhedoras autopropelidas de cana
e equipamentos para o setor. “Este é mais um passo
importante da empresa no sentido de oferecer uma so-
lução mecanizada completa para o setor agrícola. Com
a Santal, passamos a oferecer um portfólio amplo de
produtos para todo o ciclo canavieiro, do plantio ao
transporte”, afirma André Carioba, vice-presidente Sê-
nior e gerente geral da AGCO América do Sul.
“A aquisição é um marco relevante para a agricultu-
ra brasileira, em especial para o setor sucroalcooleiro.
A união de forças entre AGCO e Santal, com sua tradi-
ção e conhecimento profundo deste segmento, deverá
beneficiar agricultores, usinas, contratistas e demais
clientes. A parceria permitirá a integração das linhas
de produtos e o desenvolvimento de novas tecnologias,
resultando em maior produtividade e mais opções de
escolha. Passamos também a contar com uma ampla re-
de de distribuição especializada no Brasil, América do
Sul e também em outros continentes”, comenta Arnal-
do Adams Ribeiro Pinto, CEO da Santal Equipamentos.
Com sede na cidade de Ribeirão Preto, SP, a San-
tal é reconhecida pela força e durabilidade de seus
produtos e tem, entre seus clientes, grandes empresas
como Bunge, Cosan, Louis Dreyfus e Ouro Verde. A
Santal dispõe de duas versões de colhedoras de cana,
uma com tração por pneus e outra por esteira. Além de
apresentar bons níveis de produtividade, a colhedora
de cana Santal tem baixo consumo de combustível.
BASF INVESTE EM AÇÚCAR DE CELULOSE PARA FABRICAR PLÁSTICO
A companhia alemã de produtos químicos Basf vai in-
vestir em na Renmatix, uma empresa americana novata que
alega poder transformar celulose de origem vegetal em gran-
des quantidades de açúcar barato, que pode ser usado para
fabricar plásticos.
A empresa, sediada em King of Prussia, na Pensilvânia,
EUA, é uma de várias novas empresas que têm buscado
substitutos baratos para combustíveis fósseis a partir de
produtos agrícolas não comestíveis.
A Renmatix afirma que pode usar madeira dura para pro-
duzir quantidades substanciais de açúcar, que por sua vez
pode ser usado para fabricar químicos como ácido acrílico,
um dos componentes básicos do plástico. Mike Hamilton,
diretor-presidente da Renmatix, disse numa entrevista ao
The Wall Street Journal que a empresa planeja construir
até 2014 uma fábrica que produzirá açúcar suficientemente
barato para concorrer com a produção brasileira à base de
cana-de-açúcar, o padrão mundial da commodity.
“Esse investimento reflete nossa fé no potencial enorme
de crescimento dos produtos sustentáveis derivados de ma-
teriais renováveis”, disse Josef R. Wuensch, diretor executivo
da Basf Venture Capital.
OGX E SHELL ANUNCIAM DESCOBERTAS DE
PETRÓLEO E GÁS A Shell e a OGX, braço de petróleo do empresário Eike
Batista, fizeram separadamente duas importantes descober-
tas de petróleo e gás natural na bacia de Santos, elevando
cada vez mais as perspectivas da região onde foi descoberto
o pré-sal em 2007.
Em um ano, a bacia de Santos passou de quinta colocada
em produção para segunda, atrás agora apenas da bacia de
Campos, responsável por 80% do petróleo produzido no País.
A empresa, que está vendendo ativos no Brasil por uma
revisão no seu portfólio, não divulgou o volume da sua nova
descoberta, desta vez feita no poço 1-SHEL-26-RJS, na pro-
fundidade de 1.950 m em lâmina d´água.
A Shell é operadora do bloco, com 80% de participação,
e tem como sócia a Total, que detém o restante. Segundo a
Shell, nas próximas semanas as operações devem ser conclu-
ídas e os resultados serão avaliados para determinar o poten-
cial de futuras atividades. A Shell é a terceira produtora de
petróleo no Brasil.
dicas e novidades
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Dicas e novidades dicas e novidadesdicas e novidades
CORTAPONTAS DE CANAVoltada para as usinas de açúcar e álcool, a Colhi-
cana Máquinas e Projetos Agrícolas, lança mais uma
novidade: a Cortapontas.
Acoplado em tratores especiais a partir de 75 cv,
a máquina foi desenvolvida para cortar as pontas da
planta da cana-de-açúcar para trato de gado de corte
ou de leite.
Com dispositivos de regulagem de corte de acordo
com a altura da cana, o equipamento corta e lança o ma-
terial direto aos vagões forrageiros, permitindo a distri-
buição do material nos coxos de alimentação de bovinos.
O trabalho do novo equipamento, segundo a empresa,
facilita a posterior entrada da colhedora autopropelida
de cana picada, que trabalhará com maior facilidade.
A máquina corta as pontas da cana com regulagem
de 4 mm a 18 mm granulados ou de 3 cm a 5 cm desfi-
brados para biomassa, economizando o processo de en-
fardamento das pontas. “Essa é nossa nova solução para
a colheita da ponta da cana. A colheita é feita através
do sistema trâmpulo (trator tipo gafanhoto), repicando
e lançando a matéria em uma carreta ou vagão para ser
utilizado no trato de gado de leite e de corte. Este sis-
tema consiste em reaproveitar as pontas da cana, que
geralmente não tem utilidade, desperdiçadas por todas
as usinas de açúcar e etanol”, afirma o sócio e diretor
Comercial da Colhicana, Luciano Menta.
RAÍZEN E MIME SE TORNAM ASSOCIADASA Raízen, joint venture entre a Cosan e a Shell, fez
uma associação com a Mime Distribuidora, empresa
que opera postos de abastecimento localizada em San-
ta Catarina.
Com a associação, a Raízen passa a operar as cinco
bases de abastecimento e os 270 postos de combustíveis
da Mime, que deverão receber a marca Shell.
O novo braço da empresa movimentará mais de 700
milhões de l de combustível por ano. Por meio de no-
ta, a Raízen confirmou a operação. “A operação marca
o retorno do investimento da Raízen no Estado e irá
incentivar a concorrência da empresa com os grandes
players locais. Até então, a empresa detinha uma tímida
participação naquele mercado.”
A associação somará os 270 postos aos 4.500 já deti-
dos pela Raízen e incluirá 70 lojas de conveniência ao
portfólio de 550 divulgados pela empresa.
OURO VERDE PRESTA SERVIÇO NO MSO Grupo Ouro Verde, que atua no segmento de locação de veí-
culos, equipamentos e serviços, acaba de ser contratado pela Usina
Santa Luzia, localizada em Nova Alvorada do Sul, MS. O contra-
to com a Usina da ETH Bioenergia, que tem capacidade para moer
mais de 5 milhões de t de cana por ano, prevê o serviço de trans-
porte de cana picada para as safras de 2012 a 2016, podendo ser
prorrogado até 2018, quando a Usina deverá moer 6,5 milhões de
t de cana por ano.
A Ouro Verde deve contratar, em 2012, um contigente de mais
de 350 colaboradores diretos, em uma operação que envolve inves-
timentos da ordem de R$ 35 milhões em equipamentos de trans-
porte e de apoio. A Ouro Verde já presta serviços de transporte de
cana para a ETH Bioenergia nas Usinas de Alcídia e Conquista do
Pontal, ambas na região do Pontal do Paranapanema em SP, além da
Usina de Eldorado no município de Rio Brilhante no MS. O grupo
Paranaense atua também na locação de equipamentos em todas as
nove usinas da ETH Bioenergia localizadas nos estados de São Pau-
lo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
11º SEMINÁRIO ANUAL JOB ECONOMIAEm busca de debates de cunho econômico e estratégico, e da dis-
cussão sobre os desafios de gestão no mundo globalizado, a JOB Eco-
nomia apresenta seu 11º Seminário anual. Nesta edição temas rele-
vantes e atuais serão apresentados por palestrantes de alto nível de
expertise em suas áreas. Sérgio Trindade, consultor internacional em
Energia, Meio Ambiente e Gestão de Tecnologia através da SET Inter-
national, que fundou em New York em 1991, irá abordar a questão de
“Tecnologia, Meio Ambiente e Mercados de energia: o que nos espera
no médio e longo prazo”.
Andy Duff, especialista em açúcar e etanol e responsável pela área
de Food & Agribusiness Research da Rabobank Brasil, irá apresentar o
tema “A situação econômico-financeira das usinas - presente e futuro”,
destacando entre outros aspectos o potencial de crescimento do setor
sob os pontos de vista econômico, financeiro e gerencial.
O evento, que abre espaço profissional para um momento de
reflexão sobre os negócios de açúcar e etanol, acontecerá entre os
dias 23 e 24 de março no Hotel Intercontinental em São Paulo, SP.
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ulga
ção
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Dicas e novidadesDicas e novidadesdicas e novidades
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CASE IH E SÃO MARTINHO ASSINAM ACORDO A Case IH e o Grupo São Martinho assinaram um acordo de
cooperação técnica e intelectual voltado ao desenvolvimento
de tecnologias para o cultivo da cana-de-açúcar.
A Usina São Martinho, ampliará a utilização dos equipa-
mentos Case IH. O objetivo da iniciativa é ter um diferencial
estratégico que possibilite a realização de testes e análises
de máquinas e equipamentos, a fim de aprimorar ainda mais
a eficiência na produção de cana-de-açúcar.
Tratores, colhedoras, pulverizadores, plantadoras, trans-
porte, equipamentos de agricultura de precisão, telemetria e
controle de frota compõem a gama de maquinários Case IH
que serão utilizados na Usina São Martinho. O acesso privile-
giado a novas tecnologias e a troca de informações sobre me-
lhorias e desempenhos dos equipamentos serão fundamentais
para que os resultados surjam de forma eficiente e duradoura.
O presidente mundial da Case IH, Andreas Klauser, que
esteve no Brasil para assinatura do contrato declarou a im-
portância da parceria: “É um compromisso da Case IH ca-
minhar ao lado do produtor rural, conhecer seus desafios e
propor soluções. Com este acordo demos um importante passo
neste sentido”.
“Esta parceria reforça nossa cultura de inovação e compro-
va nossa posição de pioneirismo em mecanização no campo,
que é essencial para nossa eficiência operacional.” acrescenta
Fábio Venturelli, presidente do Grupo São Martinho.
Tracan, Goiásmaq e Trator Soluções também assinaram o
acordo de cooperação e serão as concessionárias.
Colhedora da Case IH
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52 + Atualidades Jurídicas
atualidades jurídicasatualidades jurídicas
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atualidades jurídicasatualidades jurídicasatualidades jurídicasatualidades jurídicasatualidades jurídicasatualidades jurídicas
MUDANÇA NA CLT CRIA LACUNA CONTR A EMPREGADOR
Em dezembro passado, passou a vigorar a Lei 12.551,
por força da qual o artigo 6º da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT) passa a ter a seguinte redação:
“Art. 6o Não se distingue entre o trabalho realizado
no estabelecimento do empregador, o executado no do-
micílio do empregado e o realizado a distância, desde
que estejam caracterizados os pressupostos da relação
de emprego.
Parágrafo único. Os meios telemáticos e informati-
zados de comando, controle e supervisão se equiparam,
para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais
e diretos de comando, controle e supervisão do traba-
lho alheio.”
A alteração do referido dispositivo consolidado traz
relevantes consequências à relação de trabalho, possi-
bilitando o reconhecimento do vínculo empregatício
em favor daqueles que prestam serviços em domicílio.
Entretanto, deve-se atentar ao fato de que para o re-
conhecimento do vínculo deverão estar presentes os re-
quisitos essenciais a tanto, quais sejam: habitualidade,
onerosidade, subordinação, pessoalidade e alteridade.
A maior preocupação gira em torno do parágrafo úni-
co do artigo 6º, o qual estabelece que os meios telemáti-
cos e informatizados de comando, controle e supervisão
se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos
meios pessoais e diretos de comando, controle e super-
visão do trabalho alheio.
Assim, em teoria, o empregado que possui um celular
corporativo e o deixa ligado após a jornada de trabalho
teria direito à percepção de horas extras, bastando re-
ceber ou enviar um e-mail.
Apesar das brechas deixadas pela nova redação do
art., a revolução tecnológica e as transformações do
mundo do trabalho exigem permanentes transformações
da ordem jurídica.
Sendo assim, uma vez que a legislação trabalhista
não continha a discriminação do trabalho realizado à
distância, a lei tratou de sustentar isso juridicamente,
desde que haja relação empregatícia.
CONTR ATO DE EXPERIÊNCIA PERMITE PRORROGAÇÃO TÁCITA
Em acórdão da 13ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho
da 2ª Região, a desembargadora Cíntia Táffari entendeu que
os contratos de experiência podem ser prorrogados de forma
tácita, desde que não ultrapassado o limite máximo de 90 dias.
A desembargadora justificou seu entendimento afirmando
que o contrato de experiência apresenta tão somente duas res-
trições: não pode ser renovado por mais de uma vez e não pode
ultrapassar o prazo máximo de 90 dias, somados os períodos.
No caso analisado pela turma, empregada e empregador
ajustaram contrato de experiência por 45 dias, renováveis por
mais 45 dias, conforme preceitua o artigo 445, parágrafo úni-
co, da CLT, e não celebraram qualquer outra manifestação em
sentido contrário, adequando perfeitamente o contrato às hi-
póteses mencionadas acima.
Assim, considerando-se que o contrato de experiência não
assegura o direito à estabilidade-gestante (direito buscado nos
autos), em vista de sua inequívoca temporariedade, foi nega-
do provimento, por unanimidade, ao recurso da empregada,
que pleiteava o benefício com base em contrato legal de ex-
periência.
TST REAFIRMA LEGALIDADE DO SISTEMA 5X1Decisão proferida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST)
reafirmou a legalidade do sistema 5x1, no qual o trabalhador
tem uma folga a cada cinco dias de trabalho.
No caso, a decisão de primeira instância havia negado o
apelo do reclamante para que este recebesse os domingos tra-
balhados em dobro, tendo em vista que o art. 7º da Constitui-
ção Federal garante descanso semanal preferencialmente aos
domingos, não necessariamente.
Entretanto, a usina de açúcar e álcool foi condenada em
segunda instância a pagar em dobro os domingos trabalhados,
sob o argumento de que a empresa não se enquadrava nas ex-
ceções legais que autorizam o trabalho aos domingos.
Inconformada, a empresa recorreu ao TST que reformou a
decisão. A ministra relatora Maria de Assis Calsing entendeu
que o trabalho aos domingos somente importa pagamento em
dobro quando não há a devida compensação semanal em outro
dia da semana, consoante a Súmula 146 do TST.
DIREITO DO TR ABALHO
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53 + Atualidades Jurídicas
atualidades jurídicasatualidades jurídicasatualidades jurídicasatualidades jurídicas
DIREITO TRIBUTÁRIO
APRESENTAÇÃO DE BENS SUSPENDE COBR ANÇA FISCAL
Atualmente, quando o contribuinte responde a uma
execução fiscal e quer discutir o pagamento por meio de
recurso, ele é obrigado a oferecer bens que garantam a
dívida, caso venha a perder a ação no futuro.
Em situações como essa, os efeitos da execução são
suspensos até a análise do recurso. Apesar disso, alguns
juízes têm aplicado à execução fiscal norma do CPC,
segundo a qual o recurso não garante a suspensão do
processo de execução.
Em alguns casos, embora a empresa ofereça bens,
fiança bancária ou depósito judicial, a execução con-
tinua a correr normalmente, como se não tivesse sido
garantida.
No entanto, em julgamentos recentes, o STJ enten-
deu que o oferecimento de garantia suspende, neces-
sariamente, os efeitos da ação de execução fiscal. Isso
significa que a União, o Estado ou os municípios não
poderão recorrer a medidas, como a penhora dos bens
do contribuinte, para cobrar a dívida discutida.
2012 INFLACIONADODesde o dia 1º de janeiro deste ano está em vigor
a nova tabela do INPI. Em média, os valores sofreram
um aumento de 20% para suprir a ausência de reajuste
desde 2009.
Embora o INPI tenha mantido o desconto de até 60%
para determinados requerentes, alguns serviços sofre-
ram reajuste de até 400%, como é o caso do exame de
patente que contenha mais de dez reivindicações. As-
sim, uma empresa que antes gastava em torno de R$2,3
mil para análise de um pedido de patente de invenção
com 31 reivindicações, pagará hoje cerca de R$8,3 mil.
Outro serviço inflacionado foi o recurso adminis-
trativo contra indeferimento de pedido de patente que
aumentou cerca de 163%.
O ato, que divide opiniões de especialistas, vem na
contramão dos interesses do próprio INPI, que reclama
a impossibilidade de gastar diretamente o que arrecada,
já que toda verba é repassada para o Tesouro Nacional.
O INPI acredita que o certo seria converter o que arre-
cada em benefício de seus usuários.
DIREITO CIVIL
BANCO DEVE RESPONDER SOLIDARIAMENTE POR EXTR AVIO DE CARTÃO DE CRÉDITO
São nulas as cláusulas contratuais que impõem exclusiva-
mente ao consumidor a responsabilidade por compras realiza-
das com cartão de crédito extraviado até o momento da comu-
nicação do fato à empresa administradora. Esse entendimento
foi reiterado em mais uma decisão do Superior Tribunal de
Justiça (STJ).
Em 2004, um consumidor do Paraná teve seu cartão de cré-
dito trocado após uma compra em estabelecimento comercial
do Estado. Ele só percebeu que estava com o cartão de outra
pessoa quando precisou fazer compra na internet, cinco dias
depois. O cliente comunicou o extravio imediatamente ao ban-
co, quando foi informado que seu cartão havia sido usado no
período, totalizando gastos de quase R$ 1,5 mil. Na mesma
ocasião, ele solicitou ao banco o cancelamento do débito, mas
não teve êxito.
O Tribunal de Justiça do Paraná havia afastado a responsa-
bilidade do banco pelo extravio com base no entendimento de
que caberia ao titular guardar o cartão de forma segura, além
de ver se o estabelecimento havia devolvido seu cartão de ma-
neira correta após o pagamento da compra.
A relatora do caso no STJ, ministra Nancy Andrighi, afirmou
que todos aqueles que participam da introdução do produto
ou serviço no mercado devem responder solidariamente por
eventuais danos. A ministra disse ainda que fica a critério do
consumidor a escolha dos fornecedores solidários, conforme
sua comodidade ou conveniência.
Nancy Andrighi também considerou abusiva a cláusula do
contrato firmado com o banco, que determina a responsabili-
dade exclusiva do cliente pelo cartão de crédito. Na opinião
da relatora, ainda que os débitos tenham sido feitos antes de o
cliente ter comunicado o extravio, esse fato não pode afastar
a responsabilidade do banco.
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atualidades jurídicasatualidades jurídicas
54 + Atualidades Jurídicas
NOVA LEI EXPANDE PROIBIÇÃO DE “FUMÓDROMOS” AO PAÍS
Nova lei federal, sancionada pela presidente Dilma Rousseff
proíbe o fumo em locais coletivos fechados. Na prática, o texto
extingue os “fumódromos”, lugares específicos reservados a fu-
mantes, sejam eles privados ou públicos.
O texto também veta qualquer tipo de propaganda de cigarros,
restringindo-a à exposição do produto nos locais de venda. Os
alertas sobre os malefícios do tabaco também terão maior desta-
que nos maços de cigarro, ocupando não apenas a parte posterior
da embalagem, mas também a parte da frente.
A nova lei ainda precisará
ser regulamentada pelo Congres-
so para a fixação dos valores da
multa a ser aplicada nos locais
que não cumprirem a nova lei.
A proibição de fumo nesses lo-
cais já vigora em São Paulo, no
Rio de Janeiro e no Paraná, onde
foram aprovadas leis estaduais
sobre o assunto.
COBRANÇA DE MENSALIDADE DE SERVIÇO EDUCACIONAL POR VALOR FIXO É ABUSIVA
Não é possível a cobrança de mensalidade de serviço educacional
pelo sistema de valor fixo, independentemente do número de discipli-
nas cursadas, sobretudo nos casos em que o aluno cursa novamente
apenas as disciplinas em que foi reprovado.
A conclusão é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça
(STJ), que deu parcial provimento a recurso de médico contra a facul-
dade em que estudou. A decisão afirmou ainda que não pode haver
cobrança integral da mensalidade, quando a aluno for dispensado de
matérias já cumpridas em faculdade anterior.
O juiz da 6ª Vara Cível da comarca de Santos, SP, julgou improce-
dentes os pedidos. O médico apelou, mas o Tribunal de Justiça de São
Paulo (TJSP) negou o recurso, entendendo que havia previsão contra-
tual para a cobrança do valor integral, sem desconto das matérias não
cursadas, além de disponibilização dos serviços.
O STJ deu parcial provimento ao recurso, reconhecendo o direito
do consumidor ao abatimento proporcional das mensalidades pagas. “A
previsão contratual e/ou regimental que imponha o pagamento integral
da mensalidade, independentemente do número de disciplinas que o
aluno cursar, mostra-se abusiva, por ferir o equilíbrio e a boa-fé objeti-
va”, considerou o relator do caso no STJ, ministro Luis Felipe Salomão.
CAI EXIGÊNCIA DE PLACA DE ALERTA PAR A R ADAR
Os órgãos de trânsito não são mais obrigados a avisar
sobre a existência de radares em vias urbanas e rodovias
com fiscalização eletrônica. Uma resolução do Contran
(Conselho Nacional de Trânsito) revogou a exigência que
estava em vigor há mais de cinco anos.
Assim, os radares já podem ser colocados para multar
os infratores mesmo onde não houver avisos.
A medida tem a aprovação majoritária de especialistas
devido ao argumento de que os motoristas têm que respei-
tar a legislação em todos os lugares independentemente de
saberem se há radar.
A norma federal também tirou a exigência de estudo
prévio para radares móveis em rodovias, permitindo fis-
calizar em qualquer ponto.
Permite ainda equipamentos móveis mesmo em trechos
de rodovias onde não há sinalização da velocidade permi-
tida. A alegação é que os motoristas devem conhecer os li-
mites legais (em rodovias, até 110 km/h para carros). Essa
regra, porém, não vale para vias urbanas, onde a sinaliza-
ção ainda é exigida.
TERCEIRO PODE ACIONAR DIRETAMENTE A SEGUR ADOR A, SEM QUE SEGUR ADO
COMPONHA O POLO PASSIVOÉ possível a atuação direta de terceiro contra a segu-
radora, sem a participação do segurado no polo passivo
da demanda. A decisão é da Terceira Turma do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), ao julgar recurso no qual uma
seguradora alegava a impossibilidade de ser cobrada dire-
tamente por terceiro, no caso de danos sofridos em razão
de acidente de veículo.
Segundo entendimento da Turma, embora o contrato de
seguro tenha sido celebrado apenas entre o segurado e a se-
guradora, ele contém uma estipulação em favor de terceiro.
E é em favor desse terceiro, segundo a relatora, ministra
Nancy Andrighi, que a importância segurada deve ser paga.
A ação de indenização foi proposta pelo espólio de um
taxista que teve seu veículo envolvido em acidente. A se-
guradora teria pago o conserto do carro, mas houve pedido
também para reparação dos lucros cessantes. Dessa forma,
a seguradora foi condenada a pagar cerca de R$ 6,5 mil
por lucros cessantes.
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55 + Executivo
executivo
Humberto Junqueira de Farias
Idade44 anos
NaturalidadeBarra Mansa , RJ
Estado CivilCasado há seis anos, tem dois filhos e uma enteada
FormaçãoEngenharia Civil e Administração pela Universidade Mackenzie de São Paulo
CargoDiretor-presidente do Grupo Re-nuka do Brasil
HobbiesEstar com família e amigos, andar de moto, jogar tênis e viajar
Filosofia de Vida“Buscar a felicidade no sentido mais amplo.”
Sua imersão no setor sucroenergético foi rápida. Mas não assustadora.
Foi paixão de cara. Humberto Junqueira de Farias, diretor-presidente do
Grupo Renuka Brasil, seguiu sua filosofia de trabalho e com muita dedi-
cação, ultrapassou seus limites para liderar um dos dez maiores grupos
sucroalcooleiros do Brasil. “Apesar de ser novo nesse negócio, posso dizer
que é um setor apaixonante, que entusiasma pela sua dinâmica. Ainda que
se tenha muito a ser feito, certamente tem o seu lugar garantido no futuro
devido a sua potencialidade.”
De acordo com Farias, a Shree Renuka Sugars mantém relações co-
merciais com o Brasil antes mesmo de investir em ativos. Desde 2009 é a
segunda maior compradora global de açúcar VHP, com 100% do volume
comprado do mercado brasileiro. “Em novembro de 2009, a Shree Renuka
comprou as duas usinas da empresa Vale do Ivaí, instaladas no Paraná,
PR, o que marcou a sua entrada no País, e em junho de 2010, comprou
as duas usinas do Grupo Equipav, no Estado de São Paulo, nascendo aí a
Renuka do Brasil”, conta.
Farias cursou Engenharia Civil e Administração na Universidade Ma-
ckenzie de São Paulo, SP, e começou sua vida profissional como engenheiro
de obras no setor de construção civil. Segundo o executivo, foi a época em
que teve mais oportunidade de se desenvolver profissionalmente, princi-
palmente do ponto de vista de gestão de pessoas.
“Logo após, tive uma interessante experiência no setor público, traba-
lhando na Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo), o que me propiciou um melhor entendimento das diferenças e di-
nâmicas entre os setores público e privado. Passada esta fase, ingressei
no Grupo Camargo Corrêa, onde permaneci por 15 anos, e tive ex-
periência em diferentes setores, de serviços à indústria. Passei por
várias empresas do Grupo, vindo a presidir, a partir de 2002, a
Cavo, da área de meio ambiente; a Loma Negra, cimenteira
líder na Argentina e, posteriormente, a Camargo Corrêa Ci-
mentos no Brasil.”
Farias saiu literalmente do concreto para os canaviais. Em
novembro de 2010, aceitou o desafio de tocar o projeto da
Shree Renuka Sugars no Brasil, liderando a Renuka do Brasil.
“Tive de fazer uma rápida imersão no setor, entender quais são
os seus direcionadores e as suas alavancas de valor.”
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Mas os desafios não pararam por aí. Segundo o executivo, ele
ainda tem vários e importantes desafios para enfrentar em sua agen-
da. “Fizemos uma reestruturação importante na área Agrícola da
empresa e temos um plano agressivo a cumprir. Temos que desen-
volver alternativas para ter matéria-prima suficiente de forma que
a ociosidade do nosso parque industrial seja pequena.
De acordo com ele, a safra atípica de 2011 trouxe ao Grupo
desafios adicionais, sobretudo na região de Araçatuba, SP, onde
está localizada uma das regiões mais penalizadas pelo clima. “A
equipe foi fundamental para superarmos as dificuldades que se
apresentaram.”
“Além disso, também tenho o desafio de promover a constru-
ção de uma nova cultura, que mesclará o que há de melhor entre a
cultura indiana, por parte do controlador, com a cultura existente
na organização”, destaca.
O SETOR E SEUS MUITOS DESAFIOS Farias diz que o desafio cotidiano do Grupo tem sido a busca
incessante pela redução de custos, que esta no DNA da indústria de
commodities e é uma das principais alavancas da competitividade.
Para Farias, o cenário está complicado. No front externo, a crise
financeira na Europa e a incerteza sobre a solução da mesma pode
impactar negativamente na exportação dos produtos do setor, uma
vez que a região compra quase 7% do total exportado do açúcar
brasileiro, e 25% do etanol. “Por outro lado, existem oportunidades
surgindo diariamente, como por exemplo, os programas de maior
utilização do etanol misturado à gasolina em vários países, o que
abre novos mercados como o alemão, além da queda das barreiras
americanas ao etanol brasileiro. Não podemos esquecer a impor-
tante ampliação das importações de açúcar por parte da China,
que pode torná-la a maior importadora de açúcar brasileiro nos
próximos anos.”
“No front interno o quadro não é diferente. A competitividade
do setor já não é a mesma do passado, os canaviais estão envelhe-
cidos, há uma necessidade sem precedentes de recursos para a
renovação e expansão dos mesmos, e por outro lado, já não somos
os líderes em custo na produção de cana. Isto permitiu a países,
que no passado saíram do jogo global por falta de competitivida-
de, competir fortemente com o Brasil. A carga tributária elevada,
a valorização do Real e a falta de mão de obra são alguns fatores
que explicam este avanço”, afirma.
O executivo lembra também da questão da competitividade do
etanol no mercado doméstico que “continua carente de uma políti-
ca de longo prazo que viabilize os investimentos necessários à am-
pliação do setor, e também na questão da geração de energia através
da biomassa, pois com a falta de uma política pública para o setor,
corre-se o risco do país perder uma grande oportunidade de apro-
veitar uma energia limpa e complementar a “matriz hidráulica.”
Do ponto de vista tecnológico, ainda existem desafios a supe-
rar. No entanto, Farias afirma que fica cada vez mais claro que a
cana-de-açúcar tem o seu espaço assegurado no futuro, seja atra-
vés das utilizações atuais, seja no etanol de segunda geração, nos
plásticos verdes, e em tantas outras aplicações que vem surgindo
e ganhando escala industrial e competitividade.
RENUKA NO BRASIL De acordo com o executivo, hoje o Grupo tem a capacidade
de moagem de 13,6 milhões de t de cana por ano, sendo 10,5 mi-
lhões de t na Renuka do Brasil e 3,1 milhões de t na Vale do Ivaí.
“Estamos assim, entre os principais players da indústria no País.”
Mesmo passando pelas intempéries climáticas, a empresa ter-
minou a safra 2011/2012 com o total de 8,3 milhões de t de cana.
Para este ano, a perspectiva é que este número chegue a 10,5 mi-
lhões de t. O Grupo tem capacidade de produção de 300 MW por
ano, voltado para consumo interno.
“Na Renuka do Brasil temos em andamento para os próximos
anos um forte investimento na área Agrícola, onde pretendemos
maximizar a utilização da nossa capacidade industrial. Para isso
estamos investindo na recuperação dos canaviais e na recuperação
da produtividade. Na Unidade Vale do Ivaí isso já foi feito com efi-
ciência e queremos repetir o modelo na Renuka do Brasil”, revela.
No final do ano passado, a Usina Equipav recebeu a certificação
Farias em um dos destinos mais interessantes da América Latina, Machu Pichu, no Peru
O executivo em visita à Alemanha. Segundo ele, o País é um destino que ele espera voltar muitas vezes
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mundial da Bonsucro (Better Sugarcane Initiative). Para Farias, além
da importância pela perspectiva comercial, porque abre novas fron-
teiras para o nosso produto, o selo Bonsucro também certifica que
a empresa possui boas práticas de mercado. Práticas econômicas,
sociais, trabalhistas e ambientais sustentáveis na cadeia produtiva
de cana de açúcar e de seus derivados.
“Esse selo vem atestar o bom trabalho realizado, e foi muito
gratificante ter recebido essa certificação. A obtenção deste selo
qualifica a empresa para a comercialização de seus produtos na
Europa, onde ele é requisitado e também demonstra que estamos
no caminho certo em relação as questões de sustentabilidade”,
salienta.
Apesar de o Grupo obter os certificados EPA (Agência de Pro-
teção Ambiental dos Estados Unidos) e o Bonsucro, o que permite
a exportação, sua produção de etanol é toda voltada ao mercado
interno. “O açúcar VHP é produzido e voltado principalmente
para exportação. Já o açúcar branco depende das condições de
mercado, podendo ir para o mercado interno ou externo”, explica.
O certificado Bonsucro não foi conferido à empresa à toa. Fa-
rias conta que hoje a empresa é parceira de três grandes projetos:
- Formare: Um projeto da Fundação Iochpe que, a partir de parce-
rias com empresas de grande e médio porte, oferece cursos de
educação profissional ou ensino profissionalizante para jovens
de famílias de baixa renda com idades entre 16 a 18 anos. As
aulas são ministradas dentro da companhia pelos próprios fun-
cionários da empresa, chamados de “educadores voluntários”;
- Realizando Sonhos: Escola de Futsal para crianças e jovens de 5
a 20 anos, com o objetivo de desenvolvimento de talentos locais,
acompanhamento de rendimento escolar e médico;
- Atleta do Futuro: Em parceria com o Sesi (Serviço Social da In-
dústria) e Prefeitura de Brejo Alegre, SP, compreende uma sequ-
ência de ensinos cientificamente desenvolvida que considera as
múltiplas possibilidades do esporte, desenvolve o hábito da prá-
tica esportiva e a inclusão por meio de oferta de programas socio-
educativos e da promoção de iniciativas esportivas e culturais.
O grupo ainda conquistou o Termo de Compromisso Nacional.
“A obtenção da certificação das Usinas Equipav e Revati com rela-
ção ao Termo do Compromisso Nacional para aperfeiçoar as con-
dições de trabalho na cana-de-açúcar demonstra que os objetivos
em melhorar as condições de trabalho e relação com as entidades
e parceiros estão sendo alcançadas. Desta forma, podemos valori-
zar e disseminar práticas empresariais exemplares. O caráter vo-
luntário da aderência a este compromisso também os torna mais
importante”, enfatiza.
EM BUSCA DA FELICIDADE, SEMPRE!Apesar de considerar a felicidade algo relativo, Farias conta
que vive em constante busca pela sua felicidade. “No sentido mais
amplo, a felicidade é algo relativo e cabe a cada um refletir sobre
o que é ser feliz. Essa é a minha filosofia”, diz.
Parte da felicidade de qualquer pessoa é estar próximo às pes-
soas que gosta. Farias diz que quando tem aquele tempo para
descansar, gosta mesmo é de estar com a família e os amigos. O
fluminense, nascido na cidade de Barra Mansa, RJ, é casado pe-
la segunda vez e têm três filhos. Um menino de dez anos e uma
menina de 11 anos, frutos do primeiro casamento, e a enteada de
12 anos, filha da atual esposa, com quem é casado há seis anos.
“Além disso, também tenho hobbies. Gosto de andar de moto-
cicleta, de jogar tênis e de viajar. Gosto muito de conhecer novas
culturas. Viajei bastante para os Estados Unidos e pela Europa, mas
a Alemanha é um local que eu ainda quero voltar muitas vezes.
Fiquei impressionado também com a China, quando tive a opor-
tunidade de visitá-la. Ainda tenho vontade de conhecer o Japão.
No entanto, como viajo muito, aos finais de semana privilegio a
família e, sempre que possível, viajamos para a praia, local per-
feito para recarregar as baterias.”
Ele conta que em sua rotina diária tem o hábito de acordar
bem cedo e, pelo menos três dias por semana, fazer uma ativida-
de física pela manhã. A veia esportiva vem da juventude, quando
jogou basquete profissionalmente. “Fui federado e joguei no time
da universidade. Mas atualmente gosto muito de jogar tênis e an-
dar de bicicleta’, finaliza.
Segundo o executivo, a perspectiva para 2012 é que o Grupo moa 10,5 milhões t de cana-de-açúcar
Farias na famosa Muralha da China, país que o deixou impressionado
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DILMA QUER DISCUTIR IRRIGAÇÃO DE CANA NO SEMIÁRIDO
Na segunda quinzena de janeiro, a presidente
Dilma Rousseff reuniu-se com seus ministros para
discutir a irrigação de cana-de-açúcar no Semiárido.
O governo prepara o lançamento de um Programa
Nacional de Irrigação.
Em busca por experiências bem sucedidas na
área de irrigação de cana-de-açúcar em locais de Se-
miárido, uma comitiva brasileira visitou Trujillo, no
Peru, em novembro do ano passado, para conhecer
o sistema aplicado na cidade que tem clima desér-
tico. O grupo era formado por representantes dos
ministérios da Integração Nacional, da Agricultura,
do Planejamento e técnicos da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Compa-
nhia do Desenvolvimento do Vale do São Francisco
e do Parnaíba (Codevasf).
BNDES CRIA LINHA PARA CANA O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) anunciou uma linha de finan-
ciamento de R$ 4 bilhões para incentivar a produ-
ção de cana-de-açúcar pela via da renovação de
canaviais antigos e ampliação da área plantada.
O programa BNDES Pró-renova vai vigorar até
o final de 2012 e pretende atingir pelo menos 1
milhão de ha de cana-de-açúcar plantada. Com o
aumento da disponibilidade de matéria-prima, a
expectativa é que a produção de etanol aumente de
2 a 4 bilhões de l entre 2013 e 2014. Os financia-
mentos serão realizados pelos agentes financeiros
intermediários do BNDES para médias-grandes e
grandes empresas, que tenham receita operacional
bruta igual ou superior a R$ 90 milhões.
O BNDES entrará com até 80% do investimento
total e o prazo do financiamento será de 72 meses,
incluindo prazo de carência de até 18 meses.
SETOR PERDE UM DE SEUS PRECURSORES
No inicio do mês de janeiro, o setor sucroener-
gético brasileiro perdeu um de seus mais renoma-
dos pioneiros. Aos 84 anos, de idade faleceu, víti-
ma de leucemia, o empresário e professor Cândido
Ribeiro Toledo.
Nascido no município de Cajueiro,
em Alagoas, Toledo foi conselheiro do
Sindicato da Indústria do Açúcar e do
Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar, AL) e
da Cooperativa dos Produtores de Açúcar e Álcool
de Alagoas. Segundo o diretor técnico da Unica
(União da Indústria da Cana-de-açúcar), Antonio
de Padua Rodrigues, ele foi um dos idealizadores
do Sistema de Pagamento de Cana pelo Teor de
Sacarose, hoje conhecido como Consecana, um
instrumento de extrema relevância para o desen-
volvimento do setor sucroenergético nacional nas
últimas três décadas.
MAIS DEZ ÔNIBUS A ETANOL
A montadora Scania entregou dez ônibus
movidos a etanol para a transportadora Tupi, que
mantém linhas na capital paulista. A cidade passa
a ter 60 veículos a etanol - a Viação Metropolitana
é dona das outras 50 unidades.
Ao rodar com etanol, segundo a fabricante, o
veículo emite até 90% menos gás carbônico do que
o diesel. Também reduz emissões de material par-
ticulado, óxido de nitrogênio e hidrocarbonetos. O
objetivo da Prefeitura é substituir toda a frota de 15
mil ônibus por veículos movidos a etanol até 2018.
IMPORTAÇÕES DE FERTILIZANTES CRESCEM
O bom ano do setor agrícola se reflete também
nas contas das indústrias de adubos e fertilizantes.
O volume de fertilizantes entregue aos produtores
deve ter chegado a 28 milhões de t no ano passa-
do e o faturamento pode ter ficado próximo dos
R$ 28 bilhões.
Já as importações somaram 20,7 milhões de t,
com gastos de US$ 9,1 bilhões, segundo o Minis-
tério do Desenvolvimento. A entrega de adubos
de 2011 vai superar em 15% a de 2010; as impor-
tações, em 34%. De acordo com Carlos Eduardo
Florence, diretor executivo da AMA (Associação
dos Misturadores de Adubos do Brasil), o bom ce-
nário de 2011 pode se repetir neste ano.
AGRADECIMENTOS
A RPA Consultoria e Revista IDEANews agra-
decem e retribuem os votos de feliz 2012 recebido
pelas empresas: Usina Cocal, Usina Guaíra, Usina
Guarani, Usina Coruripe, Mitsubishi Corporation,
Mitsui&Co, Hosa Trading, Sucrotec Assessoria e
Consultoria, SCA Etanol do Brasil e Sumitomo
do Brasil.
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60 + RPA Termômetro de Safra – 1 página
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