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Ia Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Ministério da Agricultura e do Abastecimento Rodo Juscelino Kubitscheck, km 05, 68903-000, Macapá, AP Fone: (096)241-1551 Fax: (096)241-1480 http://www .cpafap.ernbrapa o br MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO GOVERNO FEDERA Trabalhando em todo o Brasil 07820 ~ Ministério ~a Agricultura e do Abastecimento 2000 ) FL-07820 ISSN 1517-4980 Novembro, 2000 o cultivo de couve chinesa (Brassica campestris L. var. chinensis) no Amapá ,I :t E~a

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IaEmpresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaMinistério da Agricultura e do Abastecimento

Rodo Juscelino Kubitscheck, km 05, 68903-000, Macapá, APFone: (096)241-1551 Fax: (096)241-1480

http://www .cpafap.ernbrapa o br

MINISTÉRIO DA AGRICULTURAE DO ABASTECIMENTO

GOVERNOFEDERA

Trabalhando em todo o Brasil

07820

~ Ministério~a Agricultura

e do Abastecimento

2000

)

FL-07820

ISSN 1517-4980Novembro, 2000

o cultivo de couve chinesa (Brassica campestris L.var. chinensis) no Amapá

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REPÚBLICAFEDERATIVA 00 BRASIL

Presidente da Repúblca

Fernando Henrique Cardoso

Ministério da Agriculbla e do Abastecimento - MA

Ministro

Marcus Vinicius Pratini de Morais

~ BrasiIeia de Pesquisa Agropewária - Errbrapa

Presidente

Alberto Duque Portugal

Diretores

José Roberto Rodrigues Peres

Elza Ângela Battaggia Brito da Cunha

Dante Daniel Giacomelli Scolari

Chefia da Errbrapa Amapá

Newton de Lucena Costa - Chefe Gerã1

Amaldo Bianchetti - Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento -

Antônio Carlos Pereira G6es - Chefe Adjunto de Administração

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CIRCULAR TÉCNICA N° 09ISSN 1517-4867Dezembro, 2000

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~ Biblioteca <Q,~'

o cultivo de couve chinesa (Brassica campestris L.var. chinensis) no Amapá

Jorge Federico Orellana SegoviaNagib Jorge Melém Júnior

Jurema do Socorro Azevedo DiasRaimundo Pinheiro Lopes Filho

o cultivo de couve chinesa2000 FL - 07820

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Embrapa, 2000Embrapa Amapá, Circular Técnica, 09

Exemplares desta publicação podem ser solicitados a:Embrapa AmapáRod. Juscelino Kubitscheck, km 05, Caixa Postal n? 10 CEP.68903-000Macapá - Amapá - BrasilTelefone: (Oxx96) 241-1551, 241-1480Fax: (096) 241-1480Home Page: http://www.cpafap.embrapa.brE-mail: [email protected]

Comitê de Publicações:Arnaldo Bianchetti - PresidenteAderaldo Batista Gazel FilhoJorge Araújo de Sousa LimaNagib Jorge Mélem JúniorRogério Mauro Machado AlvesElisabete da Silva Ramos - SecretáriaMaria Goretti Gurgel Praxedes - Normalização

Editoração eletrônica: Rodolfo Santos CostaSolange Maria de Oliveira Chaves Moura

Tiragem: 100 exemplares

SEGOVIA, J.F.O.; MELÉM JÚNIOR, N.J,; DIAS, J. do S.A.; LOPES FILHO, R.P.O cultivo de couve chinesa tBrssstce campestris L. varo chinensis) noAmapá. Macapá: Embrapa Arnapá, 2000. 23p. (Embrapa Amapá. CircularTécnica, 09).

1. Couve chinesa, 2. Repolho chinês. 3. Repolho. 4. Hortaliça. 5. Brassicacampestris. I. Melém Júnior, N.J. 11. Dias, J. do S.A. 111. Lopes Filho, R.P. IV.Embrapa Amapá (Macapá, AP). 11. Título. 111. Série.

ISSN 1517-4980 CDD: 635

© Embrapa - 2000

SUMÁRIO

1. Introdução .

2. Botânica .

3. Cultivares .

4. Clima e época de plantio .

5. Solo .

6. Adubação .

7. Preparo da terra .

8. Preparo de mudas .

9. Plantio .

10. Crescimento e desenvolvimento .

11. Tratos culturais .

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12. Pragas................................................................ 15

13. Doenças .

14. Rotação de culturas .

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15. Colheita.... 20

16. Armazenamento .

17. Coeficientes técnicos .

18. Literatura consultada .

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o cultivo de couve chinesa (Brassica campestris L. varochinensis) no Amapá

,

J~rge Federico Orellana Segovia 1

Nagib Jorge Melém .Júnior 'Jurema do Socorro Azevedo Dias 1

Raimundo Pinheiro Lopes Filho 1

1 - INTRODUÇÃO

A produção de hortaliças no Estado do Amapá tem comopredominância a exploração fundiária da pequena propriedade, aqual é caracterizada pela exploração de hortas diversificadas,típicas de exploração familiar.

Com a expansão da população urbana da cidade de Macapáe a crescente chegada de migrantes de diversas partes do país, ademanda e o cultivo de hortaliças folhosas para saladas vemcrescendo na última década, abrindo espaço para o uso de novasespécies. Dentre estas, destaca-se a couve chinesa, uma hortaliçafolhosa, que pode ser consumida crua, na forma de saladas oucozida, sendo uma fonte natural de vitaminas e sais mineraisindispensáveis ao crescimento e desenvolvimento do organismohumano. Na Tabela 1 é apresentada sua composição nutritiva dacouve-chinesa.

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1 Eng. Agr., M.Sc., Embrapa Amapá, Caixa Postal 10, CEP 68903-000. Macapá,Amapá. E-mail: [email protected]

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TABELA 1. Composição nutritiva da couve chinesa em 100 gramas daporção comestível.

3 - CULTIVARES

VALOR ALIMENTíCIOÁgua %Energia KcalProteína %Gordura %Carboidrato %Cálcio mgFósforo mgFerro mgSódio mgPotássio mgMagnésio %Vitamina A V.1.Tiamina mgRiboflavina mgNiacina mgVitamina C mg

95,0141,20

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3,043400,6

23,025314

1500,050,040,625

Os cultivares que podem ser recomendados para o Estado doAmapá são o Salader e Santo-Sai, que apresentaram a maiorprodutividade e produção por planta nos experimentos da EmbrapaAmapá (Tabela 2). Destas, apenas o cultivar Salader apresentoucabeça compacta e o maior ciclo, até a colheita, enquanto Santo-Sai apresentou cabeça com folhas soltas, porém com menor ciclo.

TABELA 2. Produtividade média (P), produção por planta (PP) e ciclo (CI)de couve chinesa no período seco (ago. a dez.).

CULTIVAR P PP(kg/ha) * (g)*

CI

(dias)Salader 42.900 a 922,3 a 82Santo-sai 37.071 b 797,0 a 68* Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente peloteste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.

o presente trabalho tem como objetivo fornecer informaçõespara auxiliar os técnicos e produtores no cultivo da couve chinesa,com base nos resultados de pesquisa obtidos pela EmbrapaAmapá.

4 - CLIMA E ÉPOCA DE PLANTIO

2 - BOTÂNICA

Segundo a classificação climática de Koppen. o Amapápossui dois tipos climáticos: o Afi que é caracterizado porapresentar chuvas bem distribuídas ao longo do ano, com umaprecipitação anual em torno de 2.549mm, sendo a média da menorprecipitação mensal superior a 60mm; e o Ami com umaprecipitação média anual de 2.179mm, mas com um período secobem definido (agosto a novembro). Do ponto de vista térmico, oclima é equatorial com uma temperatura média anual de 27°C. Amédia anual da umidade relativa do ar é de 83%.

Apenas no período de estiagem, que vai de agosto ameados de dezembro, ocorre um déficit hídrico, no qual estacultura deverá ser irrigada.

Apesar da couve chinesa preferir temperaturas amenas,existem algumas cultivares que são adaptadas para as condiçõesde verão. Nas condições do Amapá, recomenda-se apenas a

A couve chinesa, denominada também de repolho chinês(Brassica campestris L. varo chinensis), é originaria da Ásia epertence a família Brassicaceae, sendo uma planta herbácea, deciclo anual. Possui um caule curto, não ramificado, no qualinserem-se as folhas. A couve chinesa, dependendo da cultivar,podem apresentar cabeças compactas e cabeças de folhas soltas.A raiz é pivotante, com ramificações finas e curtas.

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utilização das cultivares de verão, pela tolerância às temperaturaselevadas e cultivo o ano todo. Entretanto, a época apropriada paracultivo é preferencialmente de março a dezembro.

5 - SOLO

No Amapá, a grande maioria dos solos são muito ácidospara o cultivo de hortaliças. Esta acidez pode ser natural,provocada pelos sucessivos cultivos com a aplicação defertilizantes ou devida as elevadas precipitações, que arrastamparte dos carbonatos solúveis.

A couve chinesa apresenta pouca tolerância a acidez dosolo, sendo recomendada a correção do pH para 6 e 6,8, que éfeita, com base na análise do solo, pelo uso de calcário dolomíticoou calcítico. Estes produtos, além de diminuírem a concentração deíons hidrogênio (H+), também fornecem íons Ca ' " e Mq ' ", queneutralizam os íons alumínio (AI +++), considerados tóxicos para amaioria das plantas cultivadas.

Os corretivos (calcário) deverão ser aplicados sessenta diasantes do plantio, sendo a metade distribuída antes da aração e aoutra metade antes da gradagem, visando uma boa distribuição domaterial na área preparada.

6 - ADUBAÇÃO

A fertilidade do solo é um requisito básico para uma altaprodução e bom lucro. Esta fertilidade deverá ser reforçada paramanter a disponibilidade de nutrientes para as plantas e produzircolheitas abundantes. Para a obtenção de boas produtividades serecomenda a adubação apresentada na Tabela 3.

O fósforo e o potássio devem ser incorporados no solo oitoa dez dias antes do transplante das mudas.

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TABELA 3. Recomendação de adubação mineral para couve chinesa.

NUTRIENTEEM COBERTURA, APÓS

TRANSPLANTE15 dias 30 dias

NO PLANTIO ----

Nitrogênio N (kg/ha) *40 40 40

Fósforo (rnq/drrr') P205 (kg/ha)0- 1011 - 30> 30

16010040

Potássio (Crnole/drrr') K20 (kg/ha)< 0,110,11 - 0,38> 0,38

1208040

Recomenda-se aplicar junto com a adubação química umapá de cama de aviário curtida por cova (62,5 m3/ha).

A adubação nitrogenada deve ser feita em cobertura aos 15e 30 dias após o transplante, utilizando-se em cada período, 40Kg/ha de N (Tabela 3).

A adubação foliar deve ser realizada semanalmente atravésde pulverizações, iniciando 30 dias após a semeadura, utilizando-se10 g de molibdato de sódio, 20 g de bórax e 10 g de uréiadissolvidos em 20 I de água.

7 - PREPARO DO Sala

•O preparo do solo tem como objetivo a incorporação de

matéria orgânica e de restos culturais, o controle de ervasdaninhas, o arejamento e a penetração da água da chuva ou dairrigação, de forma a permitir um bom crescimento radicular.

Para o cultivo da couve chinesa, utiliza-se uma aração a25cm de profundidade, de preferência com arado de aiveca, quedeve ser usado em solos leves, por fazer o corte e virada da leiva,permitindo uma boa incorporação dos restos vegetais e da matériaorgânica. Os arados de discos, utilizados em solos mais pesados,

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não conseguem fazer a total inversão da leiva, ficando a superfíciedo solo cheia de grandes torrões, nos quais vegetam as ervasdaninhas, que mais rapidamente reinfestarão a área.

O destorroamento do solo pode ser realizado com umapassada de grade de discos e o levantamento de canteiros com umrotocanteirador ou enxada rotativa. O arruamento entre canteirospode ser feito com sulcado r ou manualmente com enxada.

No caso do levantamento manual dos canteiros, torna-senecessário duas gradagens do solo, de forma a reduzir os torrõesem grânulos menores.

Os canteiros devem ter 1,20m de largura e 20cm de altura,no período chuvoso, e a altura de 15cm, no período seco.

Na época das chuvas, recomenda-se a abertura de valas dedreno laterais na área de plantio, com 50cm de profundidade, parapermitir o escoamento do excesso de água e evitar os distúrbiosfisiológicos nas plantas, provocados por solos encharcados.

Deve-se evitar o preparo de terrenos com topografiaondulada e com declives muito acentuados, a não ser que sejaestabelecido um programa para o controle da erosão. Nesse caso,procura-se dar preferência à formação de terraços ou o cultivo emfaixas, ambos seguindo as curvas de nível.

8 - PREPARO DE MUDAS

O preparo das mudas deve ser realizado em viveiro telado,mantendo-as em copos de plástico preenchidos com substratoesterilizado. Através deste processo são obtidas plantas sadias evigorosas, com economia de espaço, maior precocidade e livres dedoenças e pragas. Não se deve formar mudas em sementeiras paraposterior repicagem, pois as lesões causadas nas raízes com estaoperação, servirão de porta de entrada para diversas doenças.

O viveiro telado deve ser construído nas dimensões de 1mde largura por 1m de altura, com o comprimento estabelecido emfunção da quantidade de mudas a serem preparadas. Em 1m2

podem ser produzidas 400 mudas. O viveiro deve ser fechado com

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,

tela de nylon branca, que não prejudica a fotossíntese, de forma aproteger as plântulas contra insetos, tanto cortadores comosugadores, que são vetores de viroses.

O substrato deve ser preparado na proporção de três partesde terra, uma parte de cama de aviário curtido e 100g desuperfosfato simples, por 0,1 rn" da mistura.

As sementes devem ser adquiridas de firmas produtorasidôneas por apresentarem alta qualidade física e fisiológica.Sementes de boa qualidade reproduzem o potencial do genótipo eproduzem mudas vigorosas.

A semeadura deve ser feita utilizando-se de 3 a 4 sementespor copo, a uma profundidade de 1cm. Para o plantio de 1 hectarenecessita-se de 350 a 400g de sementes (900 a 1000sementes/g). Uma vez realizada a semeadura, as regas devem serdiárias e aplicadas através de um aspersor de baixa pressãoconectado a uma mangueira. O desbaste deve ser feito quando asplantas atingem 5cm de altura, deixando-se apenas uma planta porcopo.

9 - PLANTIO

As mudas devem ser levadas ao campo 21 dias após asemeadura, ocasião em que apresentam 4 a 6 folhas eaproximadamente 8cm de altura.

A retirada das mudas dos copos plásticos e plantio paracovas no local definitivo deve ser feita com cuidado, para se evitarinjúrias nas plantas, que favorecem a entrada de patógenos. Aremoção das mudas dos copos plásticos é feita esfregando-se orecipiente em movimento de vaivém com as palmas de ambas asmãos. Posteriormente, coloca-se o caule entre os dedos indicador emédio, apoiando-se a terra sobre a palma da mão e, finalmente,inverte-se o copo puxando-o para cima. As mudas devem serplantadas no centro da cova, deixando-se o seu colo ao nível dosolo. A irrigação deve ser abundante para se evitar problemas de

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estresse hídrico, sobretudo na primeira fase do crescimento dasplantas.

O plantio deve ser realizado nos horários de temperaturasmais amenas, de preferência nas primeiras horas da manhã ou aoentardecer, seguido da irrigação.

O espaçamento recomendável é de 40cm x 40cm, com umaplanta por cova. Para uma densidade de 46.500 plantaslha, deve-se levantar 62 canteiros de 1,20m x 100,OOm e arruamento de 40cm (7.440m2 de área útil/ha).

10 - CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

Nas condições do Amapá, a couve chinesa inicia aemergência das plântulas 5 a 7 dias após a semeadura. Após 21dias, as plantas já apresentam 4 a 6 folhas definitivas e estãoprontas para o transplante.

A couve chinesa dever ser colhida 60 a 80 dias apóssemeadura com uma saia de 30 a 40cm de diâmetro.

11 - TRATOS CULTURAIS

Cobertura morta

A cobertura morta do solo tem como propósito conservar aumidade, evitar o aumento excessivo da temperatura do solo,diminuir sobremaneira a ocorrência de ervas daninhas e melhorar aqualidade da produção.

A cobertura mais abundante na região é a casca de arroz e aserragem, que apesar de serem materiais de decomposição lenta,contribuem para melhorar as características físicas do solo eaumentar o conteúdo de matéria orgânica.

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Irrigação

A couve chinesa apresenta um bom desenvolvimentoquando são rnantldas através de irrigações diárias, principalmenteno período de estiagem que se estende de agosto a dezembro enos veranicos que ocasionalmente ocorrem na estação chuvosa.

As regas devem ser feitas de manhã em dias ensolarados.As plantas regadas à tarde ou à noite são mais susceptíveis adoenças.

A irrigàção pode ser feita por aspersão e gotejamento. Umaoutra modalidade de irrigação, que também apresenta bonsresultados para áreas de até O,5ha, é a aspersão por tubosperfurados.

A escolha de quaisquer destes métodos e outros quepossam ser adaptados na região do Amapá, fica condicionada àspossibilidades financeiras dos produtores e à disponibilidade deágua na propriedade. Assim, qualquer que seja o sistema deirrigação a ser usado, torna-se necessário controlar a águafornecida aos canteiros de couve chinesa.

O volume de água a ser aplicado diariamente, nos primeirosquinze dias após o transplante, é de 311m2 e nos dias restantes dociclo, de 411m2

O controle do volume a ser aplicado na aspersãoconvencional é feito através do conhecimento da intensidade dachuva fornecida pelo aspersor. Por exemplo: se um grupo deaspersores lança em 60 minutos um volume de 3,21/m2 e no dia dairrigação se des1ja aplicar na cultura um volume de 3 ,01/m2

, otempo (t) de funcionamento dos aspersores será de:

3,2 11m2....•.....•.. 60 minutos

3,0 11m2..•....•.•... t

t = 3,0 x 60 = 56 minutos3,2

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Ervas daninhas e seu controle

As ervas daninhas merecem especial atenção pela suaagressividade, crescimento rápido, grande capacidade reprodutiva eadaptação, mesmo sob condições adversas de clima e solo.Quando surgem, passam a competir com os cultivos de hortaliçaspor água, nutrientes, gás carbônico, oxigênio, energia solar, alémde serem hospedeiras de doenças e pragas.

Nos campos hortícolas do Amapá, ocorre um grande númerode gêneros das famílias Amaranthaceae (Amaranthus), Compositae(Bidus, Emília, Spílanthes, Uermonia), Convolvulaceae (lpomoea),Ciperaceae (muitos gêneros), Euphorbiaceae iCroton, Euphorbia,Phylantus), Poaceae (dos gêneros Paspalum, Panicum, Cinodon eBrachiaria), Leguminosae (Mimosa, Cassia, Desmodium e Zornia),Portuladceae (Portulaca), Rubiaceae (Borreria e Mitracarpus) eVerbenaceae (Santana e Stachytarphetta).

Entre as práticas preventivas contra a disseminação deervas daninhas, sugere-se:• usar sementes livres de contaminantes;• limpeza de máquinas e implementos agrícolas ao término das

operações;• usar esterco curtido, principalmente quando proveniente de

bovinos ou bubalinos;• impedir a produção de sementes à margem de estradas, cercas,

canais de irrigação e outros locais da propriedade que tenhamfocos de infestação, através da aplicação de herbicidas ou porcatação manual.

A capina manual é uma prática utilizada no controle deervas daninhas, visando manter a cultura sempre no limpo. Podeser realizada com enxada ou sacho. Quando a opção for pelocontrole de invasoras com herbicidas, procurar a orientação de umengenheiro agrônomo.

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12 - PRAGAS E SEU CONTROLE

Cigarrinha (Empoasca kreemerii

Esta espécie de inseto ovoposita na face dorsal das folhas,eclodindo suas ninfas entre 7 e 10 dias após a postura. Sua faselarval dura 10 dias e a vida adulta oscila de 30 a 60 dias.

As cigarrinhas além de sugarem a seiva são vetores do vírusdo Mosaico das Folhas.

O controle pode ser realizado com aplicação de inseticidas abase de pirimicarb, deltamethrin e fosforados sistêmicos.

Trips iSotenotrips rubroclntusi

O ciclo de vida do trips dura de 14 a 18 dias. Os ovos sãodepositados no dorso das folhas, onde as ninfas se alimentamsugando a seiva. Estes insetos, também, são vetores do Vírus doMosaico das Folhas, mesmo quando a população desta praga épequena.

O controle do trips é feito através do uso de inseticidasfosforados, como o dimetoato (50%), monocrotofós (60%) oudeltamethrin.

Pulgão (Aphis gossypii G.)

Os pulgões são pequenos insetos de coloração esverdeada,geralmente ápteros (existem formas aladas), que sugam a seivados brotos e ramos novos das plantas e são vetores do vírus doMosaico das Folhas.

O controle do pulgão pode ser realizado através depulverizações foliares com produtos a base de deltamethrina,pirimicarb ou malathion.

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Grilo (Gry/lus assimi/is F.) e Paquinha (Neocurti/la hexadacty/aScapteriscus sp)

Tanto os grilos como as paquinhas saem à noite de seusesconderijos, nas pedras ou em túneis subterrâneos, para atacarplantas ao nível do solo ou brotos de plantas.

Normalmente após o transplante, quando as plantasapresentam-se tenras, é que os insetos causam os maiores danos.Por isso, para seu controle recomenda-se, logo após a instalação acultura, a utilização de iscas tóxicas com a seguinte composição:farelo de trigo (1kg), inseticida (1g ou ml), açúcar (100g) e água(0,61). Também, este insetos podem ser controlados cominseticidas a base de triclorfon, carbaril ou malathion. A isca deveser distribuída nos canteiros com uma colher de madeira.

É recomendável, também, o transplante de 4 mudas/cova ea pulverização com inseticidas nas duas semanas subsequentes aoplantio. Posteriormente procede-se o desbaste deixando-se umamuda por cova. O objetivo do uso destas práticas é o de se obterstands homogêneos.

Vaquinha (Diabrotica speciosa e Cerotoma sp.)

As vaquinhas são besouros que, tanto na sua fase larvalcomo na adulta, destroem a folhagem desde o estádio de plântulaaté a colheita de frutos. Estes insetos além de reduzirem a áreafoliar, também são vetores do vírus do mosaico do pe~ino (CMV).O controle é realizado através de pulverizações foliares cominseticidas a base de carbaryl, deltamethrin, e trichlorfon.

Na Tabela 4 são apresentados os inseticidas recomendadose/ou registrados para o controle de pragas do gênero Brassica.

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TABELA 4. Produtos químicos registrados junto ao Ministério de Agricultura ou testados pelapesquisa para o controle de pragas de couve chinesa.

Produto técnico Produto comercial Classe Dosei Carênciatoxicológica* 20 I água (dias)

Deltamethrin Decis 111 6 ml 02Agrivin 75 BR 111 2 kg 03Belvin 75 P 111 2 kg 03Carvin 75 111 2 kg 03Carvin 850 PM li 26 9 03Dicarvan PO 75 111 2 kg 03Dicarvan 850 li 100 9 03Sevin 75 111 2 kg 03Sevin 850 PM li 24 9 03Carbaryl

Trichlorfon

Anticar li 90 ml 07Dipterex 500 li 60 ml 07Dipterex 800 li 400 9 07Trichlorfon 500 li 60 ml 07Trichlorfon Cotia li 60 ml 07Tricopal 500 li 60 ml 07

Pirimicarb Pi-rimor li 10g 03Malathion 500 CE 111 20ml 03

MalathionMalationol 500 CE 111 60 ml 03Malatol 1000 CE li 20 a 40 ml 03Azodrin 400 I 15ml 21Nuvacron I 60ml 21

Monocrotophos Alacran I 60ml 21

Dimetoato 400 CE li 12 a 24ml 03'Classes toxicológicas: 1- Altamente tóxico; 11- Medianamente tóxico; 111- Pouco tóxico; e IV-Não tóxico

13- DOENÇAS SEU CONTROLE

As principais doenças que ocorrem na cultura da couvechinesa, no Estado do Amapá, e seu controle são apresentadas naTabela 6. Os fungicidas registrados para o controle dessas doençassão apresentados na Tabela 6.

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TABELA 5. Principais doenças da couve chinesa que ocorrem no Amapá eseu controle.

Doença Agente causal ControlePodridão Negra Xanthomonas

campestris pv.campestris

SintomasTecido necrosado emforma de "V", próximo aobordo da folha. Ao cortarlongitudinalmente o caule,apresenta vasos lenhososenegrecidos

Tratamento de sementespor termoterapia (400 Cpor 10', seguido de 500 Cpor 20'), seguido delavagem em águacorrente;Preparo de mudas emcopinhos com substratoesterilizado;Pulverizações semanaiscom fungicidas cúpricos;Área bem drenada ecanteiros altos no períodochuvoso.

Podridão Mole Idem ao tratamento daPodridão Negra.

Erwiniacaro to vorasubsp.carotovora;Erwinia sp.

Podridão mole nos vasoscentrais do caule e nospecíolos das folhas

Mancha deAlternaria

Alternariabresslcee,Alternariabrassicicola

Na sementeira provocatombamento e nanismodas mudas. Nas plantasadultas, causa lesões nocaule e manchas marrom-oliváceas, arredondadas eem anéis concêntricos.

Tratamento de sementescom fungicidas Captan eIprodione.Pulverizações comfungicidas, Chlorothalonil,Mancozeb Iprodione,Oxicloreto de Cobre.

Produtotécnico

TABELA 6. Produtos qufmicos registrados junto ao Ministério de Agricultura outestados pela pesquisa para o controle de doenças da couve chinesa.

ChlorothalonilTalonilChlorothalonil

Classe Dose/ Intervalo (dias)Produto comercial toxicol6gica* 20 I água Aplicação Segurança

40 9 3 740 g 3 7

MancozebManzate 800Frumizeb

Oxicloreto decobre

CuprozebCupravit VerdeAgrinose

111111

36 3 740 9 10 7

111IVIV

40 7 750 9 10 780 9 7 7

Captan Orthocide 750 O111 2,4 g/kgsemente

O

Iprodione Iprodione técnico IV 40 7 7.,.. I •••• "* Classes toxicológicas: 1- Altameme WXICO; 11- tvreotanarnente toXICO; 111- I-'OUCO

tóxico; e IV- Não tóxico

.\

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o manejo integrado de doenças, deve ser feito da seguintemaneira:

• As áreas da cultura e adjacências devem ser limpas epulverizadas contra trips e outros insetos;

• O plantio deve ser feito o mais distante de jardinsdomésticos, culturas susceptíveis e hospedeiras nativas;

• As pulverizações de campo devem ser feitas comfungicidas, inseticidas apresentados nas Tabelas 4 e 6;

• O tratamento de sementes devem ser feito comfungicidas à base de Captan (2,4g de Orthocide 750 para 1kg desementes).

14 - ROTAÇÃO DE CULTURAS

Esta atividade deve ser realizada para se evitar oesgotamento de certos nutrientes e os efeitos de alguns elementosincorporados ao solo através de plantios consecutivos na mesmaárea, bem como para romper o ciclo de muitas pragas e doenças. Onão uso de rotação de cultura pode levar a uma queda acentuadana produtividade da couve chinesa, porque esta espécie abrigadiversas pragas e doenças e quando são realizados cultivos

. consecutivos, na mesma área ou em áreas adjacentes, asepidemias ou surtos de pragas irão provocar a destruição de grandeparte da massa foliar das plantas.

A couve chinesa não requer períodos de rotação muitolongos e um período de quatro anos pode ser consideradoadequado. Não se deve incluir no plano de rotação culturas comoCOuve, repolho, tomate, por estarem sujeitas às mesmas pragas edoenças da couve chinesa. As espécies mais recomendadas para arotação com a couve chinesa são o feijão vagem, quiabo e,principalmente, as gramíneas, como por exemplo o milho.

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15 - COLHEITA

A colheita da couve chinesa inicia 60 a 80 dias após asemeadura, logo que a cabeça se apresente firme ao tato. Paratanto, levanta-se toda a planta com auxílio de um gadanho, corta-se e elimina-se as raízes e o caule e remove-se as folhas maisexternas, deixando-se parte da saia como proteção para otransporte. As cabeças podem ser acondicionadas em caixas demadeira, cestas ou jacás feitos com bambu ou taboca.

16 - ARMAZENAMENTO

A couve chinesa pode ser armazenada por um curtoperíodo de tempo em câmaras frigoríficas ou em geladeiras. Atemperatura tem muita influência no período de armazenamento.As cabeças de couve chinesa mantém-se com boa qualidade, porum período de três a seis semanas, quando armazenadas a ooe e90 a 95% de umidade relativa.

17. COEFICIENTES TÉCNICOS

Na Tabela 6, são apresentados os coeficientes técnicos parao cultivo de um hectare de couve chinesa. Para a determinação docusto de produção desta espécie, o preço dos insumos e serviçosdevem ser atuais, de forma a acompanhar as oscilações domercado e o valor cambial da moeda corrente.

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TABELA 6. Coeficientes técnicos para o cultivo de 1ha de couve chinesa.

INSUMOS UNID. QUANT.SementesSuper Fosfato SimplesSulfato de AmôniaCloreto de PotássioCalcário dolomlticoEsterco aveInseticidasFungicidaBóraxUréiaMolibdato de SódioEsp. Adesivo

kgtttt

m3

0,40,550,660,24

62,5224221

IkgKgKgkgI

SERViÇOSAração h.t.r. 4Gradagem h.t.r. 4Preparo de mudas D/H 25Levantamento canteiro (rotocanteirador) h.t.r. 4Distribuição e incorporação de adubos D/H 60Transplante D/H 30Cobertura morta D/H 10Aplicação defensivos D/H 10Adubação cobertura D/H 20Capinas D/H 50Irrigação D/H 40Colheita, classif. Bem. D/H 25

Obs.: Para o levantamento de canteiros, quando realizado manualmente com enxada, segasta 60 D/H.

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18 - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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