i workshop em bovinos -...
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O primeiro Workshop em Bovinos está
se aproximando. O evento ocorrerá nos
dias 04, 05 e 06 de julho na Universidade
Federal do Pampa.
Durante estes dias, diversas atividades
estarão ocorrendo. Dia 04, 05 e 06 pela
manhã e pela tarde estarão sendo
ministrados os cursos teóricos-práticos de
“Casqueamento e Correção de Aprumos
em Bovinos”, pelo Mestrando em
Medicina Veterinária Chester Patrique
Batista, o curso de “Manejo de vacas em
lactação (cria e recria)” pelo Doutor Jorge
Schafhäuser Junior e curso de
“Ultrassonografia Aplicada à Reprodução”
ministrado pelo professor Doutor Fábio
Gallas Leivas.
Dia 04 à noite, haverá a palestra
“Doenças diagnosticadas em bovinos na
região sul do RS: uma abordagem de 30
anos/ Coleta e remessa de material para
o diagnóstico patológico.” com a Doutora
Ana Lucia Pereira Schild, coordenadora
do Laboratório Regional de Diagnóstico
da Faculdade de Veterinária da UFPEL
com experiência na área de patologia
animal. Após haverá a palestra “Manejo
reprodutivo: (anestro pós parto e idade de
acasalamento de novilhas)” com o Mestre
Walter Ney Ribeiro, instrutor do SENAR
com conhecimento amplo na área de
reprodução.
No dia 05, ocorrerá pelo turno da
noite a palestra “Novas perspectivas da
suplementação lipídica para vacas
leiteiras” com o Doutor em Zootecnia
Jorge Schafhäuser Junior, pesquisador
da Embrapa. Na sequência, o Médico
Veterinário da Secretaria Estadual da
Agricultura Waylton dos Santos Franco
irá e ministrar a palestra “O controle da
raiva herbívora no RS”.
Nos intervalos das palestras, haverá
a exposição de banners juntamente
com seus respectivos autores. Após o
ciclo de palestras de cada dia, um
grupo de professores e profissionais da
área convidados, irão compor uma
mesa redonda onde ocorrerá o debate
e discussão dos temas abordados.
Nesta primeira edição do Workshop
em Bovinos, os principais temas
abordados serão bovinocultura de corte
e de leite, mais especificamente aos
aspectos de nutrição, clínica, sanidade
e reprodução. Ao longo destes últimos
meses foram sorteadas inscrições para
acadêmicos da Medicina Veterinária de
diferentes semestres, se você não foi
uns dos sortudos, ainda há poucas
vagas disponíveis para as palestras...
Faça sua inscrição pelo site http://porteiras.s.unipampa.edu.br/petveterinaria/
i-workshop-em-bovinos e invista no seu
conhecimento!
BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
JUNHO 2013 – Edição nro. 1
I WORKSHOP EM BOVINOS
A comissão organizadora do I WORKSHOP EM BOVINOS percorreu as turmas do curso de
Medicina Veterinária da Universidade Federal do Pampa realizando sorteios de oito
inscrições teóricas gratuitas para o evento. Para cada turma, foi sorteada uma vaga para a
parte teórica do curso. Parabéns aos sorteados:
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Safira Campello
Gabriel Caleffi
Lucas Oliveira de Andrades
Gabriel Grussler frantz
Tiago Schreiner
Kamila Welter
Ana Paula Ibarra
Ana luiza kalb
Nesta edição:
I Workshop em Bovinos - 1 História da Medicina
Veterinária - 2
Encontro dos grupos PET da Unipampa - 3
Os rumos atuais da pesquisa em Anatomia
Animal - 4
Acupuntura: O que é? O que faz? - 6
Manejo e conservação de animais selvagens - 7
Biblioteca recheada - 8
Projeto 4 Patas: Semeando conscientização - 8
PPG em ciência animal aprova sua primeira
dissertação - 9
Conhecimento sem fronteiras - 9
Edição: Natan Carvalho; Tainã Souza; Amanda López.
A atividade veterinária teve início a partir do processo de
domesticação de animais realizado pelos primórdios da
civilização humana. Na Idade da Pedra Lascada (Paleolítico
Inferior) o homem nômade utilizava os animais para se
deslocar de uma região para outra, no período Médio
Paleolítico a vida pastoril era predominante e então os animais
eram capturados e posteriormente domesticados.
Algumas bibliografias apontam que os primeiros animais
domesticados pelo homem foram a ovelha e o cão, por serem
de fácil captura, mais pacíficos e por sua utilidade alimentar e
lã.
No Egito, em 1890, foi encontrado o “Papiro de Kahoun”,
tal material descrevia atividades realizadas há 4000 anos
a.C., como procedimentos de diagnóstico, prognóstico, sinais
clínicos e tratamento de doenças de diversas espécies animais.
Na Europa a Medicina Animal teve início na Grécia onde
algumas cidades reservavam cargos públicos para os
responsáveis pela cura dos animais, eles eram denominados
hipiatras.
Na Índia, no século IV a.C., surge o primeiro hospital para
animais de que se tem notícia no mundo por ordem no
imperador Asoka. Isso deu origem a uma grande rede
hospitalar para animais por todo o país.
Alguns estudiosos merecem destaque por buscarem o
conhecimento sobre a anatomia animal como Alcmeon de
Croton, em 500 a.C, que dissecando animais descobriu o nervo
óptico, a tuba auditiva (descrita por Eustáquio cerca de 2000
anos depois) além de aludir a ideia da dominância do cérebro
sobre as funções do corpo, e o filósofo grego Aristóteles (384
a 322 a.C.) que dissecou cerca de cinquenta espécies de
animais iniciando a Anatomia Comparativa.
No século VI d.C., em Bizâncio, foi identificado um tratado
enciclopédico chamado Hippiatrika, redigido por diversos
autores e que explicava a criação dos animais e suas doenças.
São exemplos desses escritores Theomnesta e Aspirtos
(considerado no mundo ocidental o pai da Medicina
Veterinária).
Na transição da Idade Medieval e Renascença, o
antropocentrismo se tornou predominante e então as pessoas
começaram a acreditar que os animais eram insensíveis aos
estímulos externos, não respondendo à dor. Tanto se fez, que os
observadores desta época promoviam cirurgias em animais
para observarem estruturas anatômicas e funcionais “in vivo”,
sem uso de anestésicos. Jeremy Bentham foi quem defendeu a
teoria de que todas as criaturas eram capazes de sentir dor.
O Em 1761, foi assinado o Édito Real pelo rei Luiz XV, que
autorizava a criação de uma escola médica-veterinária onde
"se ensinará publicamente os princípios e os métodos de tratar
as doenças dos animais", que seria a primeira a entrar em
funcionamento no mundo. A escola iniciou suas atividades com 8
alunos em 19 de fevereiro de 1762 como a primeira escola
para doenças dos animais domésticos.
A partir do funcionamento da primeira Escola de
Medicina Veterinária houve um maior reconhecimento e
compreensão da relevância social, econômica e política da
profissão, assim outras escolas foram fundadas em diversos
países.
O interesse pela inserção do curso de Medicina
Veterinária e ensino às Ciências Agrárias no Brasil só surgiu
após o Imperador Dom Pedro II viajar pela França (1875) e
visitar a Escola Veterinária de Alfort. Ao regressar ao Brasil,
tentou propiciar condições para a criação de entidade
semelhante no país.
Somente sob regime republicano, nossas autoridades
decretaram a criação das duas primeiras instituições de
ensino de Veterinária no Brasil, a Escola de Veterinária do
Exército (Dec. nº 2.232, de 06 de janeiro de 1910, aberta
em 17/07/1914) e a Escola Superior de Agricultura e
Medicina Veterinária, Civil (Dec. nº 8.919 de 20/10/1910,
aberta em 04//07/1913).
A partir de 09 de setembro de 1933 com o Dec. nº
23.133 do Presidente Getúlio Vargas, é que as condições e
os campos de atuação do Médico Veterinário foram
normatizadas, podendo ser feita a organização, a direção
e a execução do ensino Veterinário, para os serviços
referentes à Defesa Sanitária Animal, Inspeção das
industriais de produtos de origem animal, hospitais e
policlínicas veterinárias, para organizações de congressos e
representação oficial e peritagem em questões judiciais que
envolvessem apreciação sobre os estados dos animais,
dentre outras. Assim, o profissional pra exercer suas funções
necessitava ter o registro do diploma.
Em 23 de outubro de 1968, entra em vigor a Lei
5.517, que dispõe sobre o exercício da profissão do Médico
Veterinário e cria os Conselhos Federal e Regionais de
Medicina Veterinária, transferindo para a própria classe a
função fiscalizadora do exercício profissional.
HISTÓRIA DA MEDICINA VETERINÁRIA
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BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
JUNHO 2013 – Edição nro. 1
Museu da Escola Nacional de Medicina Veterinária de Alfort, Universidade que serviu de inspiração para Dom Pedro II.
O Programa de Educação Tutorial (PET) é um
programa do governo federal, Ministério da Educação,
existente há mais de 40 anos tendo por objetivo a
formação de grupos de excelência acadêmica e o
desenvolvimento de atividades indissociáveis entre
ensino, pesquisa e extensão.
Após a aprovação do PET Ciências Biológicas em
2008, a Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) foi
contemplada com a aprovação da implantação de mais
13 grupos PET em diferentes áreas. O Grupo PET
Veterinária iniciou suas atividades no ano de 2010 e
conta atualmente com 9 alunos bolsistas e a tutora Profª
Drª Daniela dos Santos Brum.
Os Grupos PET encontram-se periodicamente em
eventos regionais e nacionais, como por exemplo, o
Encontro dos grupos PET da região Sul (SULPET) e o
Encontro Nacional dos grupos PET (ENAPET).
O Encontro de grupos PET da UNIPAMPA
(PAMPAPET) foi criado com a proposta de promover
o encontro entre alunos, tutores, pró-reitores e demais
interessados vinculados à esta Universidade.
A segunda edição do PAMPAPET ocorreu nos dias
03, 04 e 05 de maio em Jaguarão, sendo organizada
pelos grupos PET do mesmo campus. O evento
abordou inúmeras discussões sobre o Programa de
Educação Tutorial, através de palestras, assembleias de
tutores e discentes, oficinas e atividades culturais.
Os representantes do grupo PET Veterinária também
participaram das comunicações orais do evento
apresentando dois dos trabalhos que vem sendo
desenvolvidos pelo grupo, foram eles: Índices de
reprovação e evasão no curso de graduação em
Medicina Veterinária da Universidade Federal do
Pampa – RS e Projeto Quatro patas: Ação e
conscientização.
BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
ENCONTRO DOS GRUPOS PET DA UNIPAMPA
O Grupo PET Veterinária contou com a representação
da tutora e três bolsistas. Os petianos Natan Carvalho,
Karine de Mattos e Daniele Missio ministraram a oficina
“O que os crânios nos dizem?”, que apresentou as
adaptações dasestruturas anatômicas do crânio nas
diferentes espécies, decorridas dos tipos de dieta e de
hábitos em vida livre, instigando uma reflexão teórico-
prática sobre as principais adaptações morfológicas
que os crânios sofrem em diferentes animais através da
evolução.
O grupo PET Veterinária se prepara para a próxima edição do Encontro Nacional dos grupos PET que ocorrerá nos dias 01 a 06 de outubro de 2012 em Recife – PE, e também organiza juntamente com os grupos PET Fisioterapia e PET PISC a terceira edição do PAMPAPET, que será sediada no campus Uruguaiana em 2014.
Participantes da oficina “O que os crânios nos dizem?”
ministrada no II PampaPet.
Apresentações orais do grupo PET Veterinária no II
PampaPet.
Jaguarão – RS.
JUNHO 2013 – Edição nro. 1
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Anatomia é um componente curricular do ensino da
área médica cuja finalidade não se modificou desde que
foi introduzida, há um milênio: aprender a estrutura e a
função do corpo2. Ainda que seja quase unanimemente
reconhecida como uma introdução indispensável à
prática médica, umas das peculiaridades deste
componente é que o seu processo de ensino-
aprendizagem se apresenta complexo e difícil, uma vez
que a memorização de estruturas infindáveis e com
nomes bastante complexos torna a tarefa monótona e
desestimulante para muitos alunos. Isto encontra eco
desde os tempos de Charles Darwin que, ainda jovem,
escreveu: “As aulas de anatomia do Prof. Munros eram
tão chatas quanto ele (...) eu definitivamente não gosto
nada dessa disciplina.”1 Mas vejamos o que o próprio
Darwin, mais velho, comentou sobre suas impressões
juvenis: “O fato de eu não ter sido obrigado a praticar
dissecção se tornou uma das maiores calamidades da
minha vida. Se eu tivesse superado a minha
repugnância, a prática da dissecção seria de
inquestionável valor para todos meus trabalhos futuros.
Esta foi uma falha irremediável, assim como minha
incapacidade de desenhar.”1
De fato reconheço que nós, professores de
anatomia, somos olhados em parte como o Prof. Munros
era pelo jovem Darwin. Em tempos onde outras áreas
médicas se aproveitam do avançar estrondoso da
tecnologia e que as pessoas vivem conectadas e mais
agitadas do que nunca, podemos considerar que o
trabalho meticuloso e lento de dissecar cadáveres
parece estar fora de sintonia com a modernidade. Desde
o início do século XXI, o ensino da anatomia
(especialmente em humanos) por dissecação tem sofrido
pressões consideráveis para que se modifique ou
mesmo que seja eliminado. O avanço na área de
informática levou alguns a assumirem que possa ser
desejável ensinar o conteúdo sem cadáveres. No século
XVII um dos maiores prestígios a que um médico
poderia alcançar era ser retratado estudando anatomia
em uma pintura assinada por um artista famoso.
A carga horária das disciplinas de Anatomia tem sido
consideravelmente reduzida nos cursos da área
médica, em parte como resposta à explosão de
informações de disciplinas mais modernas como
Genética, Biologia Celular e Molecular3, mas também
à necessidade de se introduzirem conteúdos que se
proponham a fazer do aluno um profissional mais
“cidadão”.
Hoje, a anatomia não é mais capaz, como em
outros tempos, de atrair tantos talentos intelectuais e
isto afeta seus ensino e pesquisa. Vejo este fato
associado a uma mudança na atitude geral da
comunidade científica que, ao longo das últimas três
ou quatro décadas, abandonou a perseguição pela
ciência como vocação para tê-la como carreira. O
slogan “publique ou pereça” parece mais atual que
nunca. Isto é compreensível devido à grande
expansão no número de pesquisadores, o que induz
uma competição benéfica por um lado, mas
prejudicial por outro. O custo da pesquisa de ponta é
muito alto, o que implica na necessidade de se atrair
recursos públicos ou privados. Assim, autores que
publicam vários artigos, especialmente em periódicos
de grande reputação, têm maior chance de
receberem verba para suas pesquisas. Mais verba
significa não só melhores equipamentos, mas
também mais pessoal e, mais pessoal, significa mais
pesquisa (não necessariamente melhor!).
BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
OS RUMOS ATUAIS DA PESQUISA EM ANATOMIA ANIMAL
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A Aula de anatomia do Dr. Tulp , pintada por Rembrandt em 1632.
Autor do artigo:
Prof. Paulo de Souza Junior.
Laboratório de Anatomia Animal da Universidade Federal do Pampa
Professor assistente da Universidade Federal do Pampa.
Membro da Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA).
Membro da World Association of Veterinary Anatomists (WAVA).
Darwin C. Charles Darwin: autobiografía y cartas seleccionadas. Madrid: Alianza Editorial, 1977.
FAzan, V.P.S. Por que ensinar anatomia?O Anatomista, v.1, n.1, p. 13-17, 2010
GRANGER NA, CALLESON DC, HENSON OW, JULIANO E, WINESKI L, MCDANIEL MD, BURGOON JW. Use of web-based
materials to enhance anatomy instruction in the health sciences. Anat Rec 289B: 121-127, 2006
Desde o início dos anos 2000 o número de publicações em anatomia animal cresce substancialmente e
preenche uma série de lacunas no conhecimento de outras áreas. Durante o último Congresso Brasileiro de
Anatomia, realizado em Salvador no ano passado, pode ser observada uma predominância jamais encontrada de
trabalhos que descreviam distintos aspectos morfológicos de várias espécies de animais, a ponto de ser sugerida
inclusive a criação de um evento próprio para a anatomia animal. Encerro este texto conclamando os alunos do
curso de medicina veterinária a fazerem uma reflexão pragmática sobre: Como a anatomia pode continuar
servindo a prática veterinária com a credibilidade histórica de sempre e adaptada aos novos desafios que a
comunidade científica a impõe?
Examinar a disposição dos órgãos dos animais domésticos em equipamentos sofisticados como, por exemplo, microscópios eletrônicos de varredura ou em reconstruções tridimensionais por tomografia computadorizada. Estas linhas de pesquisas geram publicação em periódicos renomados, porém demandam mais recursos financeiros ou trabalho em parceria com outros laboratórios.
Interagir com outras áreas médicas mais capazes de obter recursos, apresentando a anatomia como solução para muitas das dificuldades que surgem. Atualmente diversas técnicas cirúrgicas e interpretação de exames de imagem em animais domésticos dependem de estudos anatômicos prévios. Isto explica linhas de pesquisa em anatomia animal inseridas nos cursos de pós-graduação em cirurgia veterinária, por exemplo.
Desvendar as particularidades anatômicas dos animais silvestres, até então pouco exploradas. Esta é uma alternativa viável, pois permite a publicação em periódicos nacionais e internacionais de razoável impacto mesmo com poucos recursos financeiros. A descrição morfológica clássica de espécies silvestres auxilia nas intervenções de ordem clínico-cirúrgica em zoológicos, na elaboração de estratégias conservacionistas, além de produzir conhecimento que subsidia estudos filogenéticos, evolutivos e comportamentais comparativos.
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Por sua vez, mais pesquisa origina mais publicações, aumento de prestígio para o pesquisador e, assim,
naturalmente convites para ser consultor/editor das revistas em que ele próprio publica. Daí o pesquisador passa
a ter também o poder de influenciar os rumos das atividades científicas. Esta sequência coloca a anatomia
veterinária em desvantagem. Primeiramente, pois, ao ser considerada uma ciência “básica” ou “pré-clínica”, fica
mais difícil competir por recursos com outras áreas mais “da moda” ou que apresentem resultados diretos de um
determinado tratamento. Segundo, porque os fatores de impacto das revistas da área de anatomia, mesmo
daquelas mais criteriosas e exigentes, são muito baixos se comparadas com os de outras áreas. Como se pode
presumir, estas barreiras determinam uma escassez de cursos de pós-graduação em anatomia veterinária, o que
pressiona os anatomistas a uma quase extinção enquanto classe.
Apesar de tudo, a anatomia animal vem passando por um novo período de renascimento e o pessimismo
vem dando espaço à discussão de alternativas sobre como conseguir financiamento para pesquisa. Estudos
clássicos por dissecção em espécies domésticas têm pouco ineditismo e quase nenhum impacto perante a
literatura científica. Portanto, as pesquisas de qualidade em anatomia animal seguem algumas tendências:
O laboratório de Anatomia Animal da UNIPAMPA, campus Uruguaiana, é o local onde são ministradas as
aulas das disciplinas de Anatomia dos Animais domésticos I, II e Anatomia Topográfica para cerca de 150
alunos do curso de Medicina Veterinária. A equipe do laboratório desenvolve pesquisas na área de
morfologia de animais silvestres do bioma Pampa e realiza o projeto de extensão "Por Dentro dos Animais"
nas escolas públicas de Uruguaiana (www.dentrodosanimais.blogspot.com.br).
Laboratório de Anatomia animal
A acupuntura é uma das técnicas que faz parte da
Medicina Tradicional Chinesa, sendo o recurso
terapêutico mais conhecido dentre as demais. Além dos
chineses, também faziam uso da acupuntura os egípcios
e os indianos. Acredita-se que a acupuntura tem sido
aplicada à 4000 anos, inicialmente em cavalos utilizados
para guerra e agricultura e no Siri Lanka foi encontrado
um tratado de aproximadamente 3000 anos que descreve
o uso da acupuntura em elefantes indianos.
A acupuntura objetiva o tratamento e cura de
determinadas doenças a partir de estímulos realizados em
pontos específicos do corpo através da inserção de
agulhas. O estímulo nocicepctivo de uma área vai ter ação
sobre outras áreas, auxiliando na homeostasia e auto-
cura do organismo.
As regiões do corpo que são utilizadas para a
acupuntura são chamadas de acupontos e são
caracterizadas por conterem grande concentração de
feixes musculares, elementos vasculares e terminações
nervosas sensoriais, havendo acesso direto ao Sistema
Nervoso Central.
Para a eficácia do tratamento é fundamental que o
diagnóstico seja preciso, caso contrário os sintomas serão
somente mascarados podendo levar ao agravamento do
quadro clínico do animal e causar outras complicações. A
acupuntura pode ser indicada para determinadas doenças
como o principal meio de tratamento e em outros casos é
indicada como uma medicina integrativa, sendo
empregada juntamente com medicamentos e cirurgias.
Além a acupuntura tradicional utilizando agulhas
para a estimulação, há outras propostas que são
amplamente aplicadas, como a eletroacupuntura que
promove estímulo elétrico nas agulhas e acupuntura sem
agulhas, empregando pastilhas de sílica.
O grupo PET Veterinária entrou em contato com a
Médica Veterinária Daniela Lewgoy que fez
especialização em Acupuntura Veterinária e Fitoterapia
Chinesa no Instituto Bioéthicos em São Paulo e curso de
formação em Quiropraxia e Ostiopatia Animal na
Espanha.
De acordo com Médica Veterinária Daniela Lewgoy,
as principais enfermidades que são tratadas com a
acupuntura são casos relacionados à ortopedia e
neurologia. Dentre os atendimentos que ela realiza, 90%
são casos de origem neuro-osteo-articulares e
musculares. A mais comum é doença do Disco
Intervertebral, seguida de Displasia Coxofemural,
Displasia do Cotovelo, Ruptura de Ligamento Cruzado
Cranial, Luxação de Patela e etc. Também atua intervindo
em patologias oftálmicas, doenças de pele e cardiopatias.
Ela afirma que tudo pode ser tratado com acupuntura, em
alguns casos como terapia principal e em outros, pode ser
aplicada como terapia complementar.
A acupuntura faz neuroplastia, por isso é tão eficaz
em patologias neurológicas. Além disso, tem efeitos
analgésicos, e antinflamatórios, reduzindo o edema (e
consequentemente a compressão), estimula e melhora
a perfusão dos tecidos adjacentes, estimula o sistema
imune, libera catecolaminas, endorfina, melatonina,
serotonina e apomorfina. Tudo isso estimula o
organismo a se reequilibrar.
A profissional da área destaca as principais
vantagens da técnica, que é não possuir efeitos
colaterais ou adversos, sendo amplamente empregada
para reduzir efeitos colaterais de diversos
quimioterápicos, auxilia na melhora da resposta imune
de pacientes imunossuprimidos pelos quimioterápicos,
o tratamento é indolor, rápido, em uma única sessão é
possível tratar diversas patologias sem uso de
medicações.
Os métodos que ela frequentemente faz uso são
eletroestimulação, agulha seca, moxa e lazer. A
utilização dos métodos variam de acordo com cada
indivíduo, com o que cada paciente tolera e aos poucos
vão sendo introduzidas outros métodos de estímulo
dependendo da melhora do paciente.
Sendo assim, a acupuntura é uma técnica
reconhecida que pode ser empregada como uma
opção de tratamento, tendo como vantagem a redução
de efeitos colaterais. É importante que médicos
veterinários tenham um mínimo de conhecimento sobre
o tema, afim de poder ou não indicar o uso desta
terapia. Aos que se interessaram pelo tema, fica o
convite para conhecer o site da Médica Veterinária
entrevistada (www.acuvetpoa.com.br) e aos que
participarão do Congresso Medvep de Especialidades
Veterinárias, nos dias 24 e 25 de julho acontecerão
palestras sobre acupuntura.
BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
ACUPUNTURA: O QUE É? O QUE FAZ?
Fonte: http://tosavirtual.com
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O Brasil possui uma grande biodiversidade que
vem sendo explorada a muito tempo de uma forma
irresponsável e essa é uma das principais causas da
extinção de diversas espécies. Alguns fatores que tem
intensificado essa extinção é a caça excessiva,
destruição de habitats e tráfico de animais
São considerados animais selvagens (silvestres)
todas as espécies nativas que tinha seu ciclo de vida
dentro dos limites do território brasileiro ou águas
brasileiras (PORTARIA Nº93, DE 07 JULHO 1998; Artigo
2, Parágrafo 1).
O manejo e conservação têm a função de receber
esses animais que por algum motivo foram retirados da
natureza, tratar até que possam ser transferidos para
zoológicos, criadouros do IBAMA e quando possível,
realizar o processo de reabilitação afim de o animal ser
devolvido à natureza. A conservação se mantém depois
do animal ser transferido, garantindo a adaptação no
novo local.
O trabalho de recepcionar e triar animais visa
identificar as características destes, buscar informações
sobre o local em que foi capturado ou o tempo de
cativeiro, alojar esses animais em local adequado para
receberem o tratamento. Após serem tratados, ficam sob
quarentena para observação caso manifestem possíveis
doenças e para restabelecerem sua condição física.
Nesse período é estudado o melhor destino para os
animais.
A permanência dos animais recolhidos nos centros
de manejo é temporário, pois o local necessita receber
novas apreensões de fiscalizações, mas o animal que já
foi avaliado só será destinado a um
criadouro/zoológico/centro de pesquisa se este for
considerado adequado pra atender as suas
necessidades visando o bem estar.
As Unidades de Conservação buscam proteger
e preservar permanentemente as espécies e seus
habitats. São os locais onde são encaminhados os
animais depois de tratados. Nesses locais o uso dos
recursos naturais (para atividades educacionais,
recreativas, turísticas e de pesquisas científicas) só é
permitido com liberação do órgão responsável. Alguns
exemplos de unidades de conservação são Estações
Ecológicas, Reservas Biológicas, Refúgios de Vida
Silvestre e Criadouros.
Em conversa com o Grupo PET Veterinária,
Marina Marchesi, a mestranda em Manejo e
Conservação de Animais Selvagens pela
Universidade Vila Velha, ressalta a importância da
formação de médicos veterinários nessa área, pois os
animais selvagens não têm proprietários, e quem se
dedica a esses animais está cuidando de um
patrimônio ecológico e ambiental.
Segundo Marina, o médico veterinário está
inserido neste contexto atuando em órgãos
fiscalizadores, dentro dos centros de manejo, fazendo
a remoção, avaliação e tratamento (clínica e cirurgia)
de animais silvestres em diversas situações, pode
estar envolvido junto com biólogos na escolha do local
apropriado para readaptação, trabalhando em
zoológicos, centros de conservação, em instituições
de pesquisa, ONG’s e na área acadêmica.
Para os estudantes que se interessam pela
área, a associação Mata Ciliar em Jundiaí, São Paulo,
aceita estagiários para o Centro de Reabilitação de
Animais Silvestres como estágio curricular de pelo
menos trinta dias, mais informações no site
www.mataciliar.org.br.
BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
MANEJO E CONSERVAÇÃO DE ANIMAIS SELVAGENS
Parque Estadual Florestal do Rio da
Onça (Paraná)
Vila Caeté-Açú – Chapada
Diamantina
Caverna do Maroaga – APA (Aréa
de Proteção Ambiental)
Estação Pau Brasil
(Paraíba)
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A falta de informação da população e a ineficiente
atuação dos órgãos públicos com os animais domésticos
geram o descaso, a superpopulação dos animais de rua e
consequentemente as zoonoses. Pensando nisso, o grupo
PET Veterinária em parceria com a ONG Associação
Melhor Amigo, desenvolveram um projeto que tem como
objetivo realizar um levantamento da população dos
animais domésticos no bairro Papa João Paulo II no
município de Uruguaiana/RS, buscando com isso subsídios
para a execução de atividades efetivas que colaborem com
a adoção de medidas alternativas de controle populacional
pelas autoridades sanitárias, bem como permite avaliar os
conhecimentos dos moradores e conscientizá-los sobre
zoonoses e posse responsável.
O trabalho, existente há pouco mais de quatro meses é
supervisionado pela tutora do grupo PET Veterinária e
doutora Daniela dos Santos Brum, nas quais as atividades
do projeto consistem inicialmente na aplicação de um
questionário nas casas visitadas, visando a identificação
das condições dos moradores do bairro, número de
animais, vacinações e vermifugações. Entrega de material
informativo a respeito das principais zoonoses,
cadastramento dos animais, aplicação de Pour On
(Cipermetrina e Top Line) nos animais cadastrados,
buscando a prevenção de ectoparasitas, aplicação de
Vermífugos (Ivermectina) em animais debilitados e entrega
de amostra de ração.
Futuramente pretende-se realizar a confecção de
carteirinha de identificação para os animais do bairro,
bem como a análise dos questionários, onde irá se
verificar o conhecimento da população sobre alguns
itens principais, relacionados à zoonoses, posse
responsável, entre outros. Com isso, espera-se realizar
uma maior conscientização quanto a temas como
vacinações, zoonoses e posse responsável e realizar o
estreitamento de laços entre a universidade e a
comunidade.
BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
BIBLIOTECA RECHEADA
Os frequentadores da biblioteca já devem ter
notado que ela está ficando “recheada” de novos livros.
Desde 2012 foram adquiridos pelo menos 2300 livros
que são específicos do curso de Medicina Veterinária,
além de tantos outros que são comuns à outras
disciplinas de outros cursos.
Alguns destes livros são acompanhados de DVD
didático, como é o caso dos relacionados à pastagens,
feno e forragens. Além dos livros tradicionais que são
fundamentais para o curso, como anatomia, fisiologia,
bioquímica, farmacologia, parasitologia, virologia,
patologia, técnica cirúrgica e tantas outras matérias,
também contamos agora com literatura mais específica,
como hemoterapia, oftalmologia, endocrinologia,
acupuntura e vários outros.
Foram adquiridos uma grande variedade de livros
relacionados à agronegócio, e criação de diferentes
espécies, entre eles, bovinos (de corte e leite), suínos,
coelhos, capivaras, avestruzes, codornas, abelhas,
pacas, ovinos e frangos (de corte e aves poedeiras),
algumas bibliografias tratam de como montar e operar
abatedouros de suínos, caprinos e bovinos e outros
inspeção e qualidade de produtos de origem animal.
Aos que sentiam falta de literatura abrangendo
animais silvestres agora há pelo menos duas obras
sobre o tema, uma sobre clínica de animais silvestres e
exóticos e outro sobre manejo e conservação.
Além destes, há muitos outros, específicos de
caninos, felinos, equinos, sobre comportamento das
diferentes espécies, nutrição, bem-estar... Sendo
assim, fica aqui o convite para todos darem uma
“passadinha” pela nossa Biblioteca e conhecer o novo
acervo de livros.
PROJETO QUATRO PATAS: SEMEANDO CONSCIENTIZAÇÃO
Fonte: https://www.facebook.com/sistemadebibliotecasunipampa
JUNHO 2013 – Edição nro. 1
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Petianos, membros da Associação Melhor Amigo e voluntários em ação
pelo Projeto Quatro Patas.
O Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da
Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) Campus
Uruguaiana, aprovou dia 26 de abril, sua primeira
dissertação. O novo mestre Antônio Carlos Guimarães
defendeu o trabalho intitulado Influência da Força de
Centrifugação na Viabilidade Espermática e Capacidade
Fecundante in Vitro de Espermatozoides Bonivos.
Antônio Carlos se formou em Zootecnia em 1985 pela
PUC de Uruguaiana e é servidor técnico administrativo
da UNIPAMPA na mesma cidade. Esta é a primeira
dissertação aprovada pelo PPG em Ciência Animal, e o
projeto fez parte da linha de pesquisa em Reprodução
Animal.
A produção in vitro de embriões em bovinos pode ser
considerada uma biotécnica ainda em desenvolvimento,
embora sua aplicação atualmente seja responsável por
cerca de 30% dos embriões de bovinos produzidos no
mundo e mais de 60% dos produzidos no Brasil, que é o
líder mundial no setor. Em um processo de fecundação
natural, os espermatozoides são depositados no
sistema reprodutor da fêmea e seguem um trajeto até
chegar a um local chamado ampola, lugar onde
efetivamente acontece a fecundação. Na fecundação in
vitro (FIV), ou seja, quando a fecundação é realizada em
laboratório, é necessário que sejam realizados métodos
de seleção do esperma antes de introduzi-lo. Neste
processo, o sêmen é depositado em um tubo com meios
de cultivo específicos e estes tubos são centrifugados
em diferentes forças. O trabalho avaliou qual seria a
melhor força de centrifugação para realizar este
processo e buscou uma força capaz de recuperar
espermatozoides com melhor qualidade.
Espermatozoides viáveis (sem lesão) são capazes de
fecundar com mais facilidade.
A pecuária representa uma parcela importante na
economia nacional e é crescente o uso das biotécnicas
aplicadas à reprodução, entre elas, a produção in
vitro de embriões, visando a aceleração no ganho
genético e maior produtividade. Neste contexto,
trabalhos como esse são fundamentais para o sucesso
e a expansão da técnica.
BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
PPG EM CIÊNCIA ANIMAL APROVA SUA PRIMEIRA
DISSERTAÇÃO
Como você ficou sabendo sobre o programa
Ciência sem Fronteiras? Primeiramente, através de notas em sites de notícias
e, posteriormente, a Unipampa divulgou informações no
portal da Universidade.
Como foi o processo de inscrição e seleção para
ganhar a bolsa? O processo de seleção durou, em média, 3 meses e,
após o resultado, foram mais 2 meses para iniciar a
vigência da bolsa. Ocorreram diversas etapas durante
estes 3 meses, dentre as quais devíamos encaminhar
documentos acadêmicos e pessoais para a ARInter
(Assessoria de Relações Internacionais) da Unipampa que
homologava ou não a inscrição. Após aprovação pela
Universidade, cabia ao CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico) homologar
nossa candidatura. Pouco tempo depois da aprovação pelo
órgão responsável pelo programa, foi possibilitada a
chance de escolher por ordem de preferência 6 opções de
Universidade, de acordo com a área de interesse
pretendida, no meu caso Biotecnologia. Quando o
resultado saiu, os alunos foram alocados nas
Universidades de acordo com o número de vagas e da
opção escolhida. Eu fui alocada na Universidade que
escolhi como primeira opção.
Porque você escolheu a UTAD para estudar? Por diversos motivos. Dentre as possibilidades de
Universidade que foram ofertadas havia muitas de renome
internacional como a Universidade do Porto e a
Universidade Técnica de Lisboa, porém levei outros fatores
em consideração na hora da minha escolha.
Primeiramente, gostei muito da grade curricular da
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro porque
englobava muitas matérias diferentes e interessantes. O
Curso de Medicina Veterinária da UTAD é um dos
melhores de Portugal e tem uma infraestrutura muito boa.
Outro grande motivo para ir para a UTAD foi pelo fato de
ela estar situada em uma cidade pequena do norte (Vila
Real) e de custo de vida menor quando comparado a
Lisboa e Porto. Há muita facilidade na hora de me
transportar, sem falar na tranquilidade e segurança do
local.
CONHECIMENTO
SEM FRONTEIRAS
Realizamos uma entrevista
com a acadêmica Natália Picoli
Folchini sobre sua experiência
como a primeira aluna do curso
de Medicina Veterinária da
Unipampa a ganhar uma bolsa
no Programa Ciência sem
Fronteiras. Natália estudou dois
semestres na Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro
(UTAD), entre setembro de
2012 e junho de 2013, na
cidade de Vila Real, na região
norte de Portugal.
JUNHO 2013 – Edição nro. 1
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Mestre Antônio Carlos em atividade no Laboratório de Biotecnologia da
Reprodução (BIOTECH) e sua apresentação de defesa do Mestrado.
Natália, Bolsista do CsF.
BOLETIM INFORMATIVO DO GRUPO PET VETERINÁRIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
Quais as maiores dificuldades na adaptação em
Portugal?
Pode soar estranho e parecer brincadeira, mas nos
primeiros dias “decifrar” a língua, mesmo sendo
Português, foi um dilema. Em Portugal, assim como no
Brasil, cada região (ou “zona”) possui um sotaque, mas
é indiscutível como os portugueses falam rápido sejam
eles de onde forem. Senti dificuldades no início em
acompanhar as aulas e tentava fazer uma leitura labial,
porém isso foi apenas nos primeiros dias. Algumas
palavras do dia-a-dia e até mesmo termos que usamos
em Medicina Veterinária também são diferentes ou têm
outro significado lá, como autocarro (ônibus),
frequências (provas), fixe (legal), entretanto foi questão
de tempo acostumar-me com elas e hoje percebo que já
incorporei algumas ao meu vocabulário, é inevitável.
Quais são as principais diferenças no ensino
superior português?
A UTAD onde estudo é uma universidade pública,
porém mesmo assim os alunos pagam taxas ou
“propinas” anuais. No geral, o sistema de avaliação é
diferente, no qual as provas não são contabilizadas até
10 e sim até 20 e existem até 3 outros exames que
decorrem entre 2 meses após o término das aulas
presenciais para conseguir aprovação em uma
disciplina. Desta forma, muitos dos alunos têm o hábito
de não realizar a matéria no tempo normal e sim fazer
algumas provas na época de exames para diminuir a
carga de conteúdos durante as provas e aulas. Quanto à
qualidade de ensino, falo pelo curso de Medicina
Veterinária que é muito renomado aqui, a infraestrutura é
boa (campus e hospital veterinário) e os professores
também. Algumas disciplinas têm enfoque um pouco
diferente, como por exemplo as que tratam de doenças
dos animais, porque nem todas as enfermidades que
ocorrem no continente Europeu ocorrem aí no nosso.
Quais os pontos positivos e negativos de ir para
um intercâmbio?
É realmente maravilhoso poder conhecer outras
culturas, como são os moradores de um determinado
lugar, quais seus hábitos, o que comem, como vivem,
de que gostam. Tive a oportunidade de conviver com
pessoas de vários países do mundo como Espanha,
Turquia, Eslováquia, Eslovênia, Itália, fora os
Portugueses, claro, e essa troca que ocorre é
impagável. Também pude conhecer alguns lugares
fora de Portugal nas férias e foi muito bom! A pior
parte é a saudade, sem dúvidas. Por mais que tu
faças amigos e conheça lugares incríveis nada é
como de onde viemos e ao lado de quem gostamos.
Mas hoje, com a tecnologia da internet, Skype,
Facebook conseguimos amenizar bastante a ausência
e manter contato frequentemente.
O que você aconselha aos futuros bolsistas do
programa Ciência sem Fronteiras?
Que assim como agarraram esta nova
oportunidade do intercâmbio estejam sempre abertos
a outras, sejam elas quais forem. Sempre há algo que
nos acrescenta. O que vale é a experiência, aquilo
que fazemos e conquistamos, que querendo ou não
vai ditar o que seremos lá na frente. Esta chance de
poder estudar em outro país é incrível e deve ser
aproveitada ao máximo, em todos os aspectos. Digo
por mim que, com certeza, o intercambista não volta a
ser a pessoa que era antes.
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Logotipo da Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro. Natália e colegas em frente à Universidade.