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I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM PRISÃO FACULDADE DE DIREITO DA USP - SÃO PAULO 02 DE OUTUBRO DE 2015 GT 2) CULTURA E PRISÃO

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I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM PRISÃO

FACULDADE DE DIREITO DA USP - SÃO PAULO

02 DE OUTUBRO DE 2015

GT 2) CULTURA E PRISÃO

CULTURA E ARTE: POLÍTICAS PÚBLICAS PARA REINSERÇÃO SOCIAL NO

PRESÍDIO FEMININO SERGIPANO

Verônica Teixeira Marques1

Luiz Eduardo Oliveira2

Gabriel Ribeiro Nogueira Junior3

Grasielle Borges Vieira de Carvalho4

Cristiane Costa da Cunha Oliveira5

RESUMO

O objetivo desse trabalho é discutir duas iniciativas culturais de reinserção social

vivenciadas no Presídio Feminino - PREFEM, entre 2012 e 2015: os projetos

“Florescer” e PENARTE. Esses projetos se destacaram no PREFEM, integrando

presas, gestores e sociedade civil através de apresentações teatrais e da publicação

do livro “Outras Vozes”. Para a análise foi usado banco de dados da pesquisa “Perfil

dos Presos no Estado de Sergipe e Identificação de Políticas Públicas para Egressos”,

notícias de jornal que versam sobre os projetos “Florescer” e PENARTE, além de

documentos que indicam as parcerias entre Ministério Público de Sergipe, Secretaria

de Estado da Cultura - SECULT, Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa ao

Consumidor - SEJUC, assim como a Fundação Ulysses Guimarães. As análises já

permitiram identificar que essas parcerias têm como objetivo promover a

ressocialização e diminuir o índice de reincidência nos presídios sergipanos, tendo em

vista o sucesso alcançado pelas edições anteriores do PENARTE e do “Florescer”.

Destaca-se especialmente o projeto de implantação em presídios masculinos ainda

em 2015, de iniciativas ligadas à arte e cultura que se destina aos mesmos objetivos

ressocializadores.

1 Universidade Tiradentes (UNIT/SE); Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP); Centro

Universitário Tiradentes (UNIT/AL). 2 Faculdade de Sergipe (FASER).

3 Secretaria de Segurança Pública do Estado de Sergipe (SSP/SE).

4 Universidade Tiradentes (UNIT/SE); Mackenzie.

5 Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP); Universidade Tiradentes (UNIT/SE)

INTRODUÇÃO

O Presídio Feminino do Estado de Sergipe – PREFEM, localizado no município

de Nossa Senhora do Socorro/Sergipe é uma das atuais sete unidades prisionais em

funcionamento. Além de ser a única unidade prisional feminina é também a unidade

que mais recebe projetos e ações de promoção da reinserção social, tendo se tornado

um modelo não apenas em Sergipe, mas também no Brasil.

Neste trabalho são discutidas especialmente duas iniciativas culturais de

reinserção social vivenciadas no Presídio Feminino - PREFEM, entre 2012 e 2015: os

projetos “Florescer” e PENARTE.

Esses projetos destacaram-se no PREFEM, integrando presas, gestores e

sociedade civil através de apresentações teatrais e da publicação do livro “Outras

Vozes” (2013), que já tem projeto de uma continuidade.

Para as análises aqui realizadas foi usado banco de dados da pesquisa “Perfil

dos Presos no Estado de Sergipe e Identificação de Políticas Públicas para

Egressos”6, notícias de jornal que versam sobre os projetos “Florescer” e PENARTE,

trabalhos de Mestrado que versam sobre o sistema prisional sergipano e em especial

sobre o PREFEM, além de documentos que indicam as parcerias entre Ministério

Público de Sergipe, Secretaria de Estado da Cultura - SECULT, Secretaria de Estado

da Justiça e de Defesa ao Consumidor - SEJUC, assim como a Fundação Ulysses

Guimarães.

Assim, neste artigo são apresentados inicialmente dados da realidade do

PREFEM, especialmente obtidos nos anos de 2013 e 2014, apresentando o perfil das

presas e as políticas públicas desenvolvidas nesse presídio e em seguida são

apresentados os projetos culturais desenvolvidos no PREFEM desde 2012: “Florescer”

e PENARTE.

As discussões permitiram entender que essas atividades culturais têm sido

experiências importantes para a rotina do PREFEM, envolvendo as presas, seus

familiares, outros atores da sociedade civil e além de tudo permitem uma nova visão

das presas sobre si mesmas e da sociedade sobre elas e o sistema prisional.

É importante salientar desde já, que esses projetos culturais se configuram em

políticas públicas porque são institucionalizações de projetos de iniciativa pessoal e/ou

de grupos, indicando como a relação entre estado e sociedade civil é um processo de

retroalimentação não só positivo, como necessário.

6 Projeto apoiado pela FAPITEC-SE – Edital 13/2011, na qual foram levantados dados

primários e secundários, aplicação de questionários, além de pesquisa documental e bibliográfica.

O PREFEM

A população carcerária feminina no Brasil cresceu significativamente nos

últimos anos conforme indica o relatório do INFOPEN que registra que “No período de

2000 a 2014 o aumento da população feminina foi de 567,4%, enquanto a média de

crescimento masculino, no mesmo período, foi de 220,20%”7.

No estado sergipano os dados do INFOPEN indicam que entre 2007 e 2014,

enquanto houve um aumento de 79% da população masculina nos cárceres, em

relação às mulheres houve um aumento de 184%.8

Além disso, em Sergipe onde só há uma unidade prisional destinada às presas,

elas são postas em um só lugar, o que pode resultar em locais distantes de onde

vivem e provocar um impedimento para visitas familiares e de redes de apoio. Essa

dificuldade foi evidenciada pelo Guia Sobre Gênero da Organização Pan-americana da

Saúde (OPAS, 2012).

De acordo com Andrade (2015), até os anos de 1980 as mulheres em situação

de prisão no estado de Sergipe eram custodiadas em regime misto, na Casa de

Detenção do Estado (CDA), localizado na região metropolitana, condições

inadequadas, chegando a ter 176 internas, em 2009, quando havia apenas espaço

para 20.

A nova unidade prisional, PREFEM, foi inaugurada em 2010 no município de

Nossa Senhora do Socorro. De acordo com Andrade (2015), para sua construção

foram usados recursos estaduais e federais de acordo com a legislação voltada ao

gênero. O PREFEM tornou-se referência no país, oferecendo 175 vagas, com uma

cela especial para idosas e deficientes (com capacidade para quatro internas) e duas

celas com berçário (com capacidade para três internas com três crianças em cada

uma delas).

Andrade (2015) analisa que:

O Estado busca garantir o cumprimento das leis e normativas voltadas para as políticas penitenciárias como a Lei de Execução Penal (LEP), de 2009, que garante assistência às mães presas que possuem filhos recém-nascidos, dentre outras especificidades de gênero. Dessa forma, o Presídio Feminino pode ser compreendido como um estabelecimento penitenciário que tem a preocupação de promover a dignidade da vida da mulher presa e das possibilidades que levam a sua reintegração social haja vista o número de

7 Fonte: Levantamento Nacional de Informações Penitênciárias Infopen Mulheres – junho de

2014; p. 05. Disponível em: http://www.justica.gov.br/noticias/estudo-traca-perfil-da-populacao-penitenciaria-feminina-no-brasil/relatorio-infopen-mulheres.pdf. Acesso em: 06 nov 2015. 8 Fonte: Levantamento Nacional de Informações Penitênciárias Infopen Mulheres – junho de

2014; p. 13. Disponível em: http://www.justica.gov.br/noticias/estudo-traca-perfil-da-populacao-penitenciaria-feminina-no-brasil/relatorio-infopen-mulheres.pdf. Acesso em: 06 nov 2015.

programas, oficinas, cursos e estrutura física compatível com a diversidade das internas. (ANDRADE, 2015, p.58).

Em 2013, período em que a pesquisa de campo do projeto “Perfil dos Presos no

Estado de Sergipe e Identificação de Políticas Públicas para Egressos” foi realizada9 o

PREFEM tinha uma população de 273 presas, o que significa um déficit de 98 vagas.

Figuras 1 e 2 – Aplicação de questionário no PREFEM, 14/08/2013

Fonte: Acervo da Pesquisa, 2013.

Das 273 presas encarceradas no dia 14 de agosto de 201310, 61 presas

(22,34%) responderam ao questionário. Nesse retrato de 2013 havia grande

quantidade de presas com idade entre 18 e 29 anos, que representou 50,9% da

amostra, conforme detalhamento da tabela 1.

Tabela 1- Idade das presas – SERGIPE, 2013

Unidade Idade do preso (anos)

18 a 24 25 a 29

30 a 34

35 a 45

46 a 60

mais de 60

Não informado

TOTAL

PREFEM 22 9 12 16 2 0 0 61 Fonte: Marques et al, 2014.

A pesquisa guarda chuva que analisou diversos presídios sergipanos apontou

que, em toda a amostra levantada, dos 525 presos pesquisados, 21,0% deles

autodeclararam-se brancos, 16,0 % negros e 60,8% pardos e mulatos. Quando o olhar

é direcionado ao PREFEM constatou-se que entre as presas 14,8% que participaram

da amostra eram brancas e igual índice para negras, já as que se reconhecem como

pardas atingiram o percentual 68,9%, encontrando-se, por último, 1,6% de indígena.

Esse fato permite levantar a hipótese de haver um processo seletivo da clientela penal

9 Essa pesquisa foi realizada após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade

Tiradentes, com número de Protocolo CEP 040712R. 10

Essa foi a data de aplicação dos questionários no PREFEM.

que possui, indiscutivelmente, um componente étnico-racial de fundo. Em especial,

quando se totaliza em uma só categoria: negros, pardos e mulatos que, no PREFEM

atingiu o índice de 83,7%, portanto da esmagadora maioria das pesquisadas, o que se

soma ao baixo nível social também verificado com se constata dos dados seguintes.

Tabela 2- Autodeclaração da cor da pela das presas – SERGIPE, 2013

Unidade Autodeclaração da cor da pele do preso

Amarela Branca Indígena Negras Parda/Mulata Sem informação

TOTAL

PREFEM 0 9 1 9 42 0 61

Fonte: Marques et al, 2014.

O nível de escolaridade declarado pelas presas demonstrou que um elevado

índice delas possuía ensino fundamental incompleto (67,3%) e que 41% delas exercia

a atividade de autônoma antes de ser presa. Com relação à renda um percentual das

presas que responderam ao questionário 45,9% declarou receber menos que um

salário mínimo.

A vulnerabilidade social a que estão expostas as presas, facilita o acesso ao

ambiente da criminalidade, que embora marcado pelos riscos e violência é, por vezes,

atrativo financeiramente, em especial o tráfico de drogas. Em relação a esse tipo de

criminalidade, a referida pesquisa demonstrou a disparidade entre este delito e os

demais, verificando-se que o tráfico de drogas representa 67,2%, enquanto que o furto

significa 8,2%, o homicídio 1,6%, a receptação 14,8%, o roubo 3,3% e outros delitos

somados atingem a marca de 4,9%.

Tabela 3- Tipo de crime praticado pelas presas – SERGIPE, 2013

Unidade Crimes praticados pelos presos

Entorpecentes Homicídio Roubo Furto Receptação Outros TOTAL

PREFEM 41 1 2 5 9 3 61 Fonte: Marques et al, 2014.

É possível concluir que o apelo econômico é marcante e que a busca pelo crime

pode representar uma forma de sustento, que corrobora os dados relativos ao baixo

nível de escolaridade e renda encontrado entre as presas.

Outra dado significativo indica que em Sergipe, 99% das presas estão

encarceradas sem julgamento11

, o que vai muito além da média nacional, na qual

três em cada 10 mulheres são presas provisórias.12

E pra enfatizar mais a problemática, conforme levantamento nacional de

informações penitenciárias do ano de 2014, realizado pelo Departamento Penitenciário

Nacional – DEPEN13 existem mais estabelecimentos prisionais mistos (17%) do que

exclusivamente femininos (7%), demonstrando, através de análise dos dados

indicados, o esquecimento estatal em relação às mulheres presas.

Em Sergipe onde há somente uma unidade prisional destinada às presas, elas

são postas em um só lugar, o que pode resultar em locais distantes de onde vivem e

provocar um impedimento para visitas familiares e de redes de apoio. Essa dificuldade

foi evidenciada pelo Guia Sobre Gênero da Organização Pan-americana da Saúde

(OPAS, 2012).

Tabela 4 – Distribuição das presas quanto ao regime prisional Regime Prisional

Tipo Quantidade

Sentenciadas 60

Provisórias 176

Total 100 Fonte: Andrade, 2015. A partir da Minuta para elaboração da Política Estadual de Atenção às Mulheres em Situação de Privação de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional

De acordo com Andrade (2015, p. 58) com apenas 60 mulheres sentenciadas

(24,4%) e 176 presas provisórias, (74,6%) a grande maioria ainda aguarda pelo

julgamento e sua sentença. Andrade (2015, p.60) também ressalta: “(...) que no estado

de Sergipe ainda não existe unidade para o regime semiaberto, e então quando as

presas são sentenciadas neste tipo de regime elas são contempladas pelo Juiz da

Vara de Execuções com a prisão domiciliar”. Além disso, “(...) não há separação de

presas provisórias das presas definitivas das que cumprem regime distinto” e “(...)as

presas primárias não são separadas daquelas que são reincidentes” (ANDRADE,

2015, pp. 59 e 60).

11

Fonte: Levantamento Nacional de Informações Penitênciárias Infopen Mulheres – junho de 2014; p. 21. Disponível em: http://www.justica.gov.br/noticias/estudo-traca-perfil-da-populacao-penitenciaria-feminina-no-brasil/relatorio-infopen-mulheres.pdf. Acesso em: 06 nov 2015. 12

Fonte: Levantamento Nacional de Informações Penitênciárias Infopen Mulheres – junho de 2014; p. 20. Disponível em: http://www.justica.gov.br/noticias/estudo-traca-perfil-da-populacao-penitenciaria-feminina-no-brasil/relatorio-infopen-mulheres.pdf. Acesso em: 06 nov 2015. 13

Com base nos dados do Departamento Penitenciário Nacional - DEPEN Jun/14. Disponível em <http://www.justica.gov.br/noticias/mj-divulgara-novo-relatorio-do-infopen-nesta-terca-feira/relatorio-depen-versao-web.pdf>. Acesso em 19 nov 2015.

Uma análise entre a necessidade da assistência à saúde e o acesso aos

serviços prestados, de acordo com as informações prestadas pelas presas, originou

um déficit de 19,7 %, sugerindo uma melhor adequação, situação que pode ser

originada de necessidades específicas relacionadas ao gênero. Esta problemática é

evidenciada quando analisamos os dados do Mapa do Encarceramento de jovens no

Brasil (2015) e verificamos que em Sergipe, de 2007 e a 2012, o número de mulheres

encarceradas cresceu 125%, acompanhando o crescimento de vários estados e

regiões do Brasil. Tal estatística expõe uma demanda preocupante e exige medidas

estatais direcionadas para este público mais vulnerável do sistema carcerário.

A partir desta perspectiva, é de suma importância considerar o olhar das

detentas sobre suas condições no cárcere. Diante disso, evidencia-se a relevância da

pesquisa desenvolvida em 2013 no PREFEM, que objetou traçar um perfil das

peculiaridades da execução penal feminina, pontuando aspectos positivos e negativos

do cumprimento da pena, com enfoque na resposta destas mulheres.

Durante a pesquisa realizada no PREFEM, a atividade com maior percentual de

respostas quanto aos pontos positivos foi o Banho de Sol (22,2%), tendo em segundo

lugar três variáveis com mesmo percentual (13,9%): Atividades

Laborativas/Educativa/Culturais, Limpeza e Higiene Boa e Visita e em terceiro lugar a

Alimentação Boa (11,1%).

Esta unidade penitenciária, exclusiva de mulheres, possuía espaço físico

suficiente para atividades físicas e laborativas, o que além de facilitar o banho de sol

para as presas, pareceu ser um diferencial no que se refere às demais unidades

prisionais de Sergipe pesquisadas14.

14

Além do PREFEM, foram pesquisadas outras seis unidades prisionais, dentre elas: o Complexo Penitenciário Dr. Manoel Carvalho Neto (COPEMCAN), situada em São Cristóvão, o Centro Estadual de Reintegração Social Areia Branca, (CESARB II), em Areia Branca, o Presídio Regional Juiz Manoel Barbosa de Souza (PREMABAS) em Tobias Barreto, o Presídio Regional Senador Leite Neto (PRESLEN), no município de Nossa Senhora da Glória, o Presídio Feminino de Sergipe (PREFEM), situado no Povoado Taboca, em Nossa Senhora do Socorro, a Cadeia Territorial de Nossa Senhora do Socorro (CADEIÃO), em Nossa Senhora do Socorro, o Complexo Penitenciário Advogado Antonio Jacintho Filho (COMPAJAF) em Aracaju. Nessas unidades, a rigor, excluindo-se o COMPAJAF, o espaço físico para desenvolvimento das atividades laborativas e do banho de sol não aparentavam ser apropriados, tanto que este item, no geral figuraram como o sexto pior aspecto negativo dentre os relacionados pelos pesquisados em todas as unidades prisionais.

Figuras 3, 4, 5, 6, 7 e 8 – Sala de costura, sala de artes, sala de aula, salão de beleza escola, sala de Culto e quadra esportiva - PREFEM

Fonte: Marques et al, 2014.

O PREFEM possui salas de aula, quadra esportiva, enfermaria, salas para

atendimento social e visita íntima, refeitórios, celas com berçário para

acompanhamento de bebês e uma capela para realização de cultos religiosos. Já as

celas possuem espaço de 9m², banheiro e três beliches com capacidade para seis

pessoas, tamanho inclusive superior ao mínimo estabelecido na Lei de Execuções

Penais (LEP)15.

Apesar das considerações positivas pontuadas, deve-se ressaltar a necessidade

de ampliação dos direitos mínimos assegurados pela Lei de Execução Penal, como

também de uma maior estruturação dos diversos projetos desenvolvidos no PREFEM,

direcionados à reinserção social dessas mulheres, pois tais propostas não

contemplam todas as reclusas. À exemplo dos projetos culturais, que refletem uma

nova perspectiva de aprendizado e capacitação, mas que deveriam ter continuidade e

envolver um maior número de participantes. A seguir, detalhamos as principais

características desses projetos culturais.

15

Nos termos do artigo 88, parágrafo único, “b” da LEP (Lei nº. 7.210/84), as celas individuais deverão conter dormitório, aparelho sanitário e lavatório, além de ser observada a salubridade do ambiente e a área mínima de 6,00m

2 (seis metros quadrados). (BRASIL, 1984)

A ARTE NO PRESÍDIO: OS PROJETOS CULTURAIS NO PREFEM

O autor Hoffman (2012), em seu artigo sobre a arte na Prisão16, expõe que, a

arte mostra-se útil para enfrentar as agruras do cotidiano e passar o tempo. Portanto,

uma forma de viver o dia a dia de forma mais amena, sem sentir tanto o confinamento

e todas as suas decorrências.

Também Natália Fiche17, ao discorrer sobre teatro e prisão, chama a atenção

que geralmente são projetos voltados para alguns dos presos, e indica que o teatro

surge como possibilidade libertadora, ainda que parcial. O teatro, de alguma maneira,

pode cumprir o papel de envolver o preso em um projeto que pode lhe dar condições

de compensar a liberdade perdida. Com a inclusão do preso, a afirmação de sua

identidade e a sua valorização enquanto indivíduo, o teatro – usado como meio de

aprendizado de uma linguagem e forma de expressão – pode desempenhar o papel de

contribuir para a construção de sujeitos de decisão. Através de exercícios, do trabalho

com textos, improvisações, músicas, cenografia, figurino, e, até mesmo, encenações,

o preso, pode adquirir outra disciplina. A referida autora desenvolveu um Projeto de

Extensão, visando colaborar com o processo de humanização; com a perspectiva, via

experiência teatral, de contribuir para a construção de um sujeito cidadão.

Considerando a importância e os benefícios de oportunizar a arte/teatro no

presídio, abordamos a seguir os pontos mais relevantes dos projetos culturais

desenvolvidos no PREFEM.

As análises relativas aos projetos PENARTE e “Florescer” permitiram identificar

que essas parcerias têm como objetivo promover a ressocialização e diminuir o índice

de reincidência nos presídios sergipanos, tendo em vista o sucesso alcançado pelas

edições anteriores realizados no PREFEM.

O projeto PENARTE foi pensado para despertar a sensibilidade artística, sendo

desenvolvido na unidade prisional desde o ano de 2012. De autoria do Guarda

Prisional Antônio Cláudio Viana em parceria com Ivo Adnil, Presidente do Sindicato

dos Artistas de Sergipe, desenvolve-se através de expressões artísticas como dança,

música, artes cênicas e circenses, com o intuito de reinserir as encarceradas ao meio

social, com a expectativa de fomentar um futuro de cidadania às presas envolvidas.

Criado para despertar vocações e revelar talentos, o PENARTE tem permitido a

remição da pena e auxilia no despertar artístico através da aplicação didática e da

experiência vivenciada por 40 internas, a cada ano.

16

Neste artigo Hofman se baseia em DEL CONDE(2006); GUTIERREZ (2000); HERSCHELL(2004); HOFFMANN (2008); MARTÍNEZ(2005) 17

http://www.seer.unirio.br/index.php/pesqcenicas/article/view/186. Acesso em 10.11.2015.

Figuras 10 e 11: Momento de ensaio do Penarte

Fonte Fabiana Andrade, 2015

Conforme relata Andrade (2015), os ensaios acontecem nos dias de segunda,

terça e quarta-feira e a escolha dos textos é feita aleatoriamente pelas internas. É

interessante registrar que das 61 presas que responderam ao questionário aplicado

em agosto de 2013, duas delas relataram participação no PENARTE: uma delas tinha

participado em 2012 e outra estava participando em 2013.

A presa que havia participado do PENARTE em 2012 e não estava no programa

em 2013, relatou que não podia participar, pois era reincidente, o que ia de encontro

aos critérios de participação/manutenção no programa. Tal restrição apesar de possuir

uma finalidade de estimular que as participantes permaneçam cumprindo a execução

penal sem cometer deslizes (faltas disciplinares ou novos delitos), chamam a atenção

para o continuado papel de controle das prisões, ainda que a perspectiva da arte

esteja presente.

Dessa forma o PENARTE pretende viabilizar a emancipação, conscientização de

responsabilidades e individualização das internas enquanto pessoas18, o que é de

fundamental importância, notadamente, diante do processo apontado por Goffman

(2003) de mortificação do “eu” típico de instituições totais como as prisões19.

18

A essência do PENARTE reside em promover na interna participante a consciência de que, embora tenha cometido um crime e esteja cumprindo pena, ela é capaz de por meio da inserção na arte e cultura reverter esse processo, regressando ao seu universo extramuros, após concluir a execução penal, preparada para restaurar a sua vida. A arte fomentará essas discussões e facilitará esse reconhecimento de seu valor e identidade. 19

Goffman (2003) descreve as instituições, dentre as quais estão as prisões, como unidades apresentam uma tendência ao fechamento, o que seria “simbolizado pela barreira à relação social com o mundo externo e por proibições à saída que muitas vezes estão incluídas no esquema físico – por exemplo, portas fechadas, paredes altas, arame farpado, fossos, água, florestas e pântanos.” (GOFFMAN, 2003, p.15-16) Além disso o referido autor ainda descreve o processo de mortificação do “eu” que acontece quando o indivíduo acessa um instituição total: “Além da deformação pessoal que decorre do fato de a pessoa perder o seu conjunto de identidade, existe a desfiguração pessoal que decorre de mutilações diretas e permanentes do

Também em alusão aos questionários da pesquisa de campo realizada no

PREFEM em 2013, observa-se que um percentual de 13,9% das presas que

participaram da amostra indicaram como ponto positivo as Atividades

Laborativas/Educativa/Culturais.

Por fim vale salientar, que com apenas 40 presas envolvidas no PENARTE a

cada ano e com critérios de poder e controle sobre a entrada e manutenção no

projeto, 233 presas ficam de fora e na expectativa de se envolver em atividades. O

fato de que já nesse ano de 2015, apesar do PREFEM possuir 31 máquinas para

costura industrial, essas não estavam em funcionamento (até julho) tendo em vista

que o projeto do SEBRAE e SENAC para ensinar às detentas a confeccionar os

fardamentos para as unidades prisionais ainda não havia sido implantado (ANDRADE,

2015), chama a atenção para falta de continuidade e/ou como interrupções em

importantes iniciativas de projetos culturais as atividades laborativas não se

constituem em políticas públicas contínuas.

Já em relação ao projeto cultural “Florescer”, é importante salientar que é

resultado de uma iniciativa do Ministério Público de Sergipe em parceria com a

Secretaria de Justiça. Idealizado pela Ouvidora Geral do MP em 2012, tem por

objetivo fortalecer a cidadania das mulheres em situação de prisão no PREFEM,

através do estímulo à informação e à inserção no mercado de trabalho. Inserido no

Projeto “Florescer”, também foi desenvolvida a “Oficina da Palavra”. A oficina, como

dizem as presas, foi plantada, cultivada e “floresceu”, no sentido literal da palavra.

Também dentro do projeto “Florescer”, ocorrem outras iniciativas como “Roda de

Leitura” da Universidade Federal de Sergipe, que permite exposição e debates sobre

documentários premiados no cenário mundial junto às presas.

Todas as iniciativas contam com o apoio da Secretaria de Estado da Justiça e

Cidadania – SEJUC e da direção e administração do PREFEM. No ano de 2013 o

trabalho culminou com a publicação do Livro “Outras Vozes”, escrito pelas mulheres

do PREFEM, ganhando destaque nacional.

corpo – por exemplo, marcas ou perda de membros. (...) a perda de um sentido de segurança pessoal é comum, e constitui um fundamento para angústias quanto ao desfiguramento (GOFFMAN, 2003, p. 29-30).

Figuras 12 e 13 – Imagens do Livro “Outras Vozes”

Fonte: Acervo da Pesquisa, 2013.

Destaca-se também nesse ano de 2015 o lançado em setembro do livro

intitulado “Um outro olhar” 20.

Figuras 14 e 15 – Imagens do Livro “Um Outro Olhar”

Fonte: Ministério Público de Sergipe, 2015.

A “Oficina da Palavra” ministrada voluntariamente por artistas e poetas

sergipanos, tem sido um canal de ressocialização de todas que participam com

resultado efetivo. Novas turmas têm sido abertas, dando oportunidade a outras

detentas em participar do Projeto "Florescer". Além do contato direto com a leitura e a

escrita, as mulheres participam de palestras, debates e momentos de lazer.

Embora o engajamento em projetos como os referidos possibilitem a remição da

pena, hoje já admitida, não só pelo trabalho, mas também pelo estudo e até pela

leitura, conforme recente decisão do STJ21, assim, abreviando o tempo de

20

Projeto “Florecer” – Mulheres do PREFEM lançam segundo Livro e contam suas histórias. Disponível em: http://www.mpse.mp.br/NoticiaExibir.aspx?id=8808. Acesso em: set. 2015 21

A remição da pena consiste no abatimento da pena a cumprir, pelo desenvolvimento de atividade laborativa ou educacional, nos termos do arts. 126 e 127 da LEP. A cada três dias

cumprimento de pena, essa não é a principal virtude perseguida. O fato de as internas

estarem participando de projetos como esses representa um resgate à autoestima, a

valorização de pessoas com individualidades respeitadas, e possibilita uma

compreensão diferenciada da execução da pena e do regresso ao convívio social.

Observa-se que de acordo com a Lei nº 12.433 de junho de 2011, assim como

com o que define a Portaria Conjunta Nº 276 de junho de 2012, há uma efetiva

preocupação em disciplinar não apenas a remição da pena pelo estudo (Lei nº

12.433), como também regulamentar o Projeto da Remição pela Leitura no Sistema

Penitenciário Federal, que contabiliza quatro dias de remição, aqueles que se

dedicarem à atividades de leitura e produção de texto.

A lógica dessas inciativas é que elas exigem dos indivíduos a participação

efetiva enquanto sujeitos ativos do processo, o que os leva à produção e à

ressignificação de sentidos e a construção do conhecimento.

A carência de políticas públicas que visem à reinserção social de presos em

Sergipe, faz com que projetos como os que ora são apresentados tenham um natural

destaque, ainda mais pelo fato de revelarem a arte e como instrumento de

empoderamento das participantes.

Desde sua criação em 2012, as internas tiveram a oportunidade de apresentar-

se, em Aracaju, com os espetáculos “O dia que os cadeados se rebelaram” (2012); “As

violetas são belas, as abelhas, violentas” (2013), de autoria do agente prisional e

idealizador do Projeto Penarte, Cláudio Viana e “A Ironia de Deus” (2014), baseado na

obra “Improvável Poética” de autoria do ex-governador Marcelo Déda. As duas

primeiras apresentações foram realizadas no Teatro Atheneu e a apresentação de

2014 ocorreu no Teatro Tobias Barreto, este que é o maior e mais importante teatro do

Estado.

As repercussões positivas desses projetos têm fomentado iniciativas ligadas a

arte e cultura com o objetivo de promover a ressocialização e diminuir o índice de

reincidência nos presídios masculinos no Estado de Sergipe.

Foi iniciado no Complexo Penitenciário Dr. Manoel Carvalho Neto - São

Cristóvão (COPEMCAN) um projeto de intervenção cultural experimental, para

implantação de oficinas de arte.

trabalhados, abate-se um dia da pena restante e a cada doze horas de estudos, divididas em no mínimo três dias, igualmente abate-se um dia do tempo de pena a cumprir (BRASIL, 1984). Em junho do corrente ano o STJ decidiu em sede de habeas corpus (HC 312486) que a leitura possibilita o reconhecimento da remição. O STJ considerou que a leitura seria atividade educacional complementar e assim no caso concreto admitiu o referido desconto da pena. Assim a “Roda da Leitura” ganha ainda mais força nesse processo ressocialização, pois a ele soma-se mais essa faceta.

O COPEMCAN é o presídio que tem capacidade para 800 presos, mas abriga

mais de 2.300 em média nos últimos anos. Com condições insalubres e ratificadas por

pesquisas realizadas em 200922 e 2013.

Tabela 5 – Distribuição dos presos que participaram da amostra COMPECAN em Sergipe. 2013

Presídios Nº de presos no

dia do levantamento

Nº de presos que

participaram da amostra

Percentual de questionários

aplicados Data da coleta

COPEMCAN 2.348 238 10,14 Diversos

Fonte: Marques et al, 2014.

Além disso, está sendo negociada com a direção do COPEMCAN a promoção

de concurso de redação, cujo tema será: "O crime compensa". Objetivando fazer uma

seletiva das 200 melhores redações para publicação de um livro revelando o

pensamento do protagonista da cena de violência e crime, ou seja, a extração quase

que imperceptível de dentro pra fora. Daí vislumbra-se a importância da

implementação de políticas culturais voltadas para a arte na prisão, ou seja,

oportunizar a capacitação dos detentos, pelo aprendizado cultural. Como bem

sinalizou Natália Fiche23: “Para nós, o Teatro na Prisão talvez possa desempenhar o

papel de uma importante ferramenta na construção de um mundo mais humanitário e

sensível, começando pelo sujeito”.

André Brito Correia, em trabalho publicado pelo Centro de Estudos da

Universidade de Coimbra, na Revista Crítica de Direitos Sociais, aprofunda a temática,

pontuando que, conforme abordagem de Paul Heritage (2001), director do People’s

Palace Projects (organização da Universidade de Londres) e organizador de

programas teatrais em prisões, recorre à metodologia do Teatro do Oprimido, expondo

o seguinte: “Fazer teatro em prisões é um meio de encenar encontros impossíveis

(...)”. Enfatiza que:

O Teatro do Oprimido consiste numa série de técnicas e exercícios através dos quais se pretende que o espectador abandone a sua posição de mero observador da acção dramática para se tornar interveniente activo nesta última; daí o conceito de Espect-Actor (Boal, 2000: xxi). O Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro (CTO-Rio), criado em 1986 e dirigido por Augusto Boal, desenvolve uma série de actividades de formação, criação e difusão teatrais que se estruturam à volta de três projectos principais. Um deles intitula-se Direitos Humanos em Cena e reconduz-nos à ideia de levar o teatro às prisões. Com efeito, pretende-se envolver presos e agentes prisionais na montagem e concretização de sessões de teatro-fórum,

22

Resultados de pesquisa realizadas em 2009 culminaram com a publicação do livro: Direitos Humanos e Política Penitenciária. Foi publicado pela Edufal em 2012. 23

http://www.seer.unirio.br/index.php/pesqcenicas/article/view/186. Acesso em 10.11.2015.

onde, depois de apresentadas cenas de opressão, os espectadores podem substituir o personagem oprimido e ensaiar formas concretas de modo a eliminar o efeito de dominação e exclusão de que este foi vítima. Este projecto resulta da colaboração entre o CTO-Rio, o People’s Palace Projects e a FUNAP (fundação que tem a seu cargo o sistema educativo dos estabelecimentos prisionais do Estado de São Paulo).

É com este novo olhar para o sistema carcerário que verificamos a real

necessidade de o Estado proporcionar à população encarcerada, novos caminhos de

reinserção social, a exemplo do que foi exposto no decorrer deste trabalho. E são as

experiências já aplicadas que servem de parâmetro para novas políticas e projetos. O

grande desafio é a manutenção desses projetos culturais nos cárceres, diante da alta

rotatividade de presos e das mudanças estruturais na administração dos presídios. É

necessária uma política de estado que se comprometa com o fortalecimento desses

projetos culturais e os inclua em uma agenda obrigatória das Secretarias de Justiça e

de Administração penitenciária, através de parcerias com a iniciativa privada, e a

sociedade em geral.

PARA CONCLUIR COM ARTE

O aumento de mulheres presas nos últimos anos torna necessário reconhecer as

diferenças de gênero para a população prisional no sentido de formulação de políticas

públicas específicas para o gênero feminino.

Mesmo com o aumento da população carcerária feminina verificou-se uma

diferença muito elevada em termos absolutos em relação à população masculina. Por

conta dessa diferença e pelo fato do alto número de mulheres presas se apresentar

como uma realidade apenas nos últimos anos há poucos serviços e estruturas

destinadas às presas.

Há dificuldades que precisam ser superadas, em especial porque a crise no

sistema prisional é inquestionável como demonstram os dados oficiais dos retratos de

2014 e usados nesse artigo. Entretanto, as atividades culturais, independente de suas

modalidades como testemunham os projetos “Florescer” e PENARTE, auxiliam no

processo de recuperação positiva para as detentas envolvidas.

Em Sergipe os projetos culturais desenvolvidos no PREFEM entre 2012 e 2015

têm contribuído para um diálogo entre a prisão e a sociedade, que media e

proporciona a inclusão, permite oportunidades de escolha às mulheres encarceradas,

assim como ajuda no processo de afastamento das presas de situações que atraiam

práticas que lhes levem de novo à prisão.

Mais do que isso, os projetos “Florescer” e PENARTE têm proporcionado às

presas envolvidas nessas atividades uma auto percepção de valorização de sua

dignidade.

Esses projetos culturais em Sergipe, assim como seus resultados diretos e

indiretos estimulam a continuação dessas iniciativas, em um processo cíclico. Em que

pese em Sergipe haja um déficit de políticas públicas voltadas para a reinserção social

dos presos, esses dois projetos são oásis que precisam ser mantidos e cultivados.

Mais que isso, promovê-los para que seus frutos efetivamente se tornem visíveis,

como o projeto “Florescer” que, assim como o PENARTE permitiu àquelas que

participaram dos projetos florescessem, conforme depoimentos das próprias presas.

Assim, mãos a obra!

REFERÊNCIAS

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