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i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE PROCESSAMENTO MECÂNICO DA MADEIRA ALEXANDRE PETUSK FILIPE 2010

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SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

PROCESSAMENTO MECÂNICO DA MADEIRA

ALEXANDRE PETUSK FILIPE

2010

Page 2: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

ALEXANDRE PETUSK FILIPE

SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

PROCESSAMENTO MECÂNICO DA MADEIRA

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, área de concentração processamento da madeira, para obtenção do título de “Mestre”.

Orientador

Prof. Dr. José Reinaldo Moreira da Silva

LAVRAS

MINAS GERAIS - BRASIL 2010

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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da UFLA

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ALEXANDRE PETUSK FILIPE

SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

PROCESSAMENTO MECÂNICO DA MADEIRA

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, área de concentração processamento da madeira, para obtenção do título de “Mestre”.

APROVADA em 28/05/2010. Prof. Dr. José Reinaldo Moreira da Silva UFLA Prof. Dr. Giovanni Francisco Rabelo UFLA Prof. Dr. Nilton César Fiedler UFES

Prof. Dr. José Reinaldo Moreira da Silva UFLA

(Orientador)

LAVRAS – MG BRASIL 2010

Page 5: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente ao Arquiteto Universal por nos criar e

proporcionar as oportunidades para que cresçamos e busquemos a nossa

evolução, tanto no campo da intelectualidade quanto no campo espiritual.

Também a todos que contribuíram direta e indiretamente para realização deste

trabalho. A minha Família que me apoiou nos momentos mais necessários. O

apoio dos amigos que são a Família que podemos escolher e que sem o auxílio

deles não temos forças para vencer as batalhas da vida.

À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas gerais pela

concessão da bolsa e pelo apoio financeiro para execução do projeto.

Page 6: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

SUMÁRIO

RESUMO .......................................................................................................................... 2 

ABSTRACT ...................................................................................................................... 3 

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4 

2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 5 

3. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 6 

3.1 Setor moveleiro ....................................................................................................... 6 

3.2 Ergonomia ............................................................................................................... 8 

3.3 Ambiente e legislação trabalhista ............................................................................ 8 

3.4 Ambiência sonora .................................................................................................. 10 

3.5 Ambiência luminosa .............................................................................................. 13 

3.6 Ambiência térmica ................................................................................................ 14 

4. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 19 

4.1 Descrição do local de coleta .................................................................................. 19 

4.2 Coleta de dados ..................................................................................................... 20 

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 25 

5.1 Ambiente de trabalho ............................................................................................ 25 

5.2 Ruído ..................................................................................................................... 29 

5.2.1 Dosimetria ...................................................................................................... 29 

5.2.2 Ruído instantâneo .......................................................................................... 30 

5.3 Iluminância ............................................................................................................ 34 

5.4 Conforto térmico –IBUTG .................................................................................... 36 

6. CONCLUSÕES ........................................................................................................... 37 

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 38 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 39 

ANEXOS ......................................................................................................................... 42 

Page 7: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

2

RESUMO

FILIPE, Alexandre Petusk. Segurança no trabalho para atividades de

processamento mecânico da madeira. 2010 51p. Dissertação (Mestrado em

Ciência e Tecnologia da Madeira) – Universidade Federal de Lavras MG.

A segurança do trabalho é de grande importância em todas as atividades.

A ausência de ações que visem diminuir os acidentes do trabalho faz com que o

funcionário seja afastado de suas atividades, aumentando o custo de produção. A

legislação brasileira por meio de regulamentação específica como a Norma

Regulamentadora Nº15 – NR 15, Anexo 1, Atividades e Operações Insalubres

Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) determina que o

ambiente de trabalho esteja adaptado aos funcionários minimizando os riscos

físicos, químicos e ergonômicos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a estrutura

organizacional dos ambientes e os parâmetros físicos ruído, iluminância e

temperaturas dos postos de trabalho em fábricas de móveis. O ambiente de

trabalho nas fábricas de móveis consistiu de uma estrutura complexa composta

por máquinas, bancadas e equipamentos, necessários para execução das tarefas.

Também observou a utilização de produtos químicos como seladoras, vernizes,

solventes para limpezas, adesivos. Para o parâmetro físico ruído ficou constatado

que algumas máquinas emitiram valores acima do que estabelece a NR 15 que é

de 85 dB. Os valores de ruído permaneceram no intervalo de 66,00 a 117,40 dB.

Já para iluminância, foram coletados valores em lux (unidade de medição da

intensidade luminosa) tanto abaixo, quanto acima dos valores especificados pela

norma brasileira NBR 5413 (ABNT, 1992). Valores abaixo podem incorrer em

fadiga visual, vermelhidão da conjuntiva entre outros sintomas. As temperaturas

permaneceram abaixo do limite estipulado pela norma de 26,7 ºC, situação

desejável para conforto dos operários na execução de atividades considerada

moderada que é o caso de fábrica de móveis.

Palavras-chave: Ergonomia, segurança no trabalho, processamento mecânico.

Page 8: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

3

ABSTRACT

FILIPE, Alexandre Petusk. Segurança no trabalho para atividades de

processamento mecânico da madeira. 2010 51 p. Dissertação (Mestrado em

Ciência e Tecnologia da Madeira) – Universidade Federal de Lavras MG.

Key words

Page 9: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

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1. INTRODUÇÃO

À medida que a sociedade evolui, seus hábitos e o acesso aos

conhecimentos também evoluem. Assim, cada vez mais os trabalhadores

reclamam das condições de vida e, principalmente, das condições laborais.

Tanto por razões econômicas como sociais, os cidadãos estão exigindo melhores

condições de trabalho. Essa atitude é observada nos diversos países.

As tarefas industriais principalmente aquelas de chão-de-fábrica se

desenvolvem com exposição do operador aos ruídos e as vibrações e sobre

efeitos do micro clima e da iluminação dos ambientes de trabalho. Toda essa

caracterização é denominada “ambiência física” (Millanvoye, 2007). Nas fábricas

de móveis as operações de processamento mecânico da madeira oferecem

situações de riscos aos operários. A falta ou até mesmo a retirada dos

equipamentos de proteção coletiva (EPC) das máquinas causa acidentes. Já os

equipamentos de proteção individual (EPI) são pouco usados pelo incômodo

gerado ao trabalhador.

Os casos de acidentes de trabalho, com ou sem afastamento que depende

de sua gravidade, são comuns em marcenarias. Este fato é devido as máquinas

exigidas para o processo de fabricação de móveis. O afastamento provoca atraso

na entrega de produtos, além de prejuízo aos cofres públicos. Segundo

MTE 2009, é sabido que tal prejuízo atinge cifras de 5 bilhões de reais por ano

pois, a partir do 16º dia de afastamento o pagamento do salário fica a cargo do

INSS. Também, acontecem aposentadorias precoces de funcionários.

No Sul de minas gerais, as fábricas de móveis são consideradas

familiares, cuja estrutura fabril é simples, composta por numero reduzido de

máquinas equipamentos e funcionários. Este maquinário, na maioria das vezes, é

considerado obsoleto. O conhecimento da real situação do setor no que tange os

parâmetros estabelecidos pela norma brasileira é de grande valia na predição e

prevenção de acidentes.

Page 10: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

5

2. OBJETIVOS

Avaliar a estrutura organizacional do ambiente de trabalho em fábricas

de móveis.

Avaliar parâmetros físicos dos postos de trabalho em fábricas de

móveis.

Page 11: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

6

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Setor moveleiro

O setor moveleiro de Cruzília/MG possui 08 fábricas de móveis

sindicalizadas. Na cidade de Lavras/MG, o setor apresenta uma situação ainda

pior, pois não há um sindicato forte e atuante, uma vez que as marcenarias não

são organizadas politicamente. Um fator que dificultou realizar o trabalho em

um número maior de fábricas foi justamente a desunião dos proprietários.

As indústrias brasileiras produtoras de móveis de madeira maciça e

painéis são predominantemente micro e pequenas empresas. Sua capacidade

para investimentos em máquinas e em tecnologia é limitada. Suas cadeias

produtivas estão fundamentadas na utilização de espécies provenientes da região

amazônica, de madeira de reflorestamento ou de painéis (Jankowsky, 2004).

Segundo Fiedler (2001), o risco de acidentes é consideravelmente alto, pois

existem máquinas de cortes, como serras circulares, que além de propiciar

possibilidade de amputação de membros superiores, emitem ruídos que

dependendo do tempo de exposição levam a perda auditiva dos trabalhadores.

SILVA (2007), afirmou que no setor madeireiro brasileiro é comum

verificar a resistência à aplicação de recursos financeiros na produção, visando

melhorias. Contudo, a maioria dos problemas encontrados no setor produtivo

não requer aplicação de grandes montantes de recursos, sendo apenas necessário

estudar situações isoladas (Chão de fabrica). Com implementações de

melhorias, observa-se maior agregação de valor ao produto, principalmente por

meio de aplicação de técnicas corretas de processamento da madeira e

acabamento dos produtos, visando a redução de perdas de material e melhoria da

qualidade.

As fábricas de móveis, marcenarias e carpintarias apresentam riscos para

a saúde do trabalhador. Esses riscos são comuns à industria em geral, devido a

realização de operações e a utilização de equipamentos que oferecem perigo

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7

elevado. Para garantir o trabalho em condições seguras, há necessidade de

proteções diversificadas e adequadas à cada máquina utilizada no processo

produtivo e de trabalhadores orientados para utilizá-las corretamente a cada

operação a ser executada (SOUZA, 2004).

Segundo GORINI (1998), no segmento de móveis sob encomenda,

existe multiplicidade de micro e pequenas empresas, em geral marcenarias, cuja

matéria-prima básica é a madeira compensada conjugada com madeiras nativas.

Seus equipamentos e suas instalações são quase sempre deficientes e

ultrapassados, o que gera muitas imprecisões nas medidas, e o trabalho ainda é

bastante artesanal. Seu produto final destina-se predominantemente ao mercado

doméstico.

Segundo CAÇADOR (1996), o setor madeireiro possui várias

deficiências e necessita de mudanças e que parcerias entre as indústrias deste

setor com as instituições afins de ensino, pesquisa e extensão, devem ser

buscadas pelos empresários.Já AMBRÓSIO (1996), enumerou vários pontos

para reverter essa situação:

a) reestruturação industrial - especialização por meio de pólos industriais;

aumento de cooperação entre as empresas; estudo de viabilidade de novos

mercados;

b) modernização produtiva - processos produtivos em si, com modernização de

máquinas e equipamentos; redução do custo da madeira aglomerada visando

o aumento da competitividade no mercado externo e redução de custos no

interno;

c) qualificação da mão-de-obra - formação de técnicos com conhecimento em

controle numérico e computadorizado; formação em desenho industrial por

meio de design por computação gráfica; formação de centros integrados com

a industria, entre outros.

Page 13: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

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3.2 Ergonomia

A ergonomia pode ser definida como um conjunto de ciências e

tecnologias que procura a adaptação confortável e produtiva entre o ser humano

e o trabalho, procurando adaptar as condições de trabalho às características do

homem. A palavra ergonomia é originada dos termos gregos ergo (trabalho) e

nomos (regras), que significa: regras para organizar o trabalho (COUTO, 1995,

v.1). Apesar do termo ergonomia ter surgido no século XIX, a ergonomia

aplicada ao trabalho é relativamente recente. O conceito moderno de Ergonomia

surgiu logo após a II Guerra Mundial, no projeto da cápsula espacial norte-

americana. Foi assim que pela antropometria surgiu o conceito de não adaptar o

homem ao trabalho, mas sim procurar adaptar as condições de trabalho ao

homem (COUTO, 1995). Os conceitos ergonômicos podem e devem ser

aplicados em todos os tipos de postos de trabalho, incluindo fábricas de móveis e

serrarias. São necessários estudos do ambiente de trabalho, e do trabalhador.

Segundo Silva et al. (2007) diversos trabalhos têm enfocado os

procedimentos necessários para levantamento do perfil da ergonomia e

segurança no trabalho em atividades madeireiras. Contudo, não são encontradas

informações técnicas para solucionar os problemas, de forma imediata e com

baixos investimentos desestimulando o empresariado a aplicar tais conceitos.

3.3 Ambiente e legislação trabalhista

As tarefas industriais principalmente aquelas de chão-de-fábrica se

desenvolvem com exposição do operador aos ruídos e as vibrações e sobre

efeitos do micro clima e da iluminação dos ambientes de trabalho. Toda essa

caracterização é denominada “ambiência física” (Millanvoye, 2007).

O Ministério do Trabalho e Emprego no Brasil, baseado em estudos

específicos, normatiza índices que possibilitam executar o trabalho com maior

conforto e segurança propiciando maior saúde, satisfação, qualidade e eficiência

Page 14: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

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ao trabalhador. As penalidades para as empresas que não se adequarem a essas

normas vão desde a interdição ao fechamento da empresa, além do pagamento

de multas (Brasil, 1998).

A segurança, o conforto ambiental e os espaços para convivência social,

são pontos essenciais no interior de uma empresa. Das modificações que venham

a ser realizadas devem-se levar em consideração as opiniões e demandas dos

trabalhadores, uma vez que são as pessoas mais afetadas pelo ambiente de

trabalho (Ministério da Saúde, 2001).

No Brasil, a avaliação da condição de trabalho nos ambientes é

determinada pela Norma Regulamentadora nº 9 da Portaria nº 3.214/78-MTE

que é parte da legislação trabalhista. Ela obriga a preparação do Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e determinação dos limites de

tolerância conforme NR-15 Brasil, (1978) e ACGIH (2005).

Nota-se que a legislação estabelece diferenças entre doenças

profissionais e do trabalho. As doenças profissionais são adquiridas no exercício

do trabalho, como a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios

Osteo-musculares Relacionados ao Trabalho) em um digitador. A doença do

trabalho é decorrente das condições em que o trabalho é realizado. Ambas

doenças são consideradas acidentes do trabalho, quando decorrerem em

incapacidade para o trabalho.

Segundo Alvarez (1996) as características de um ambiente de trabalho

refletem, de maneira expressiva, na qualidade oferecida pelo trabalhador. Um

local de trabalho deve ser sadio e agradável. Assim ele proporcionará máxima

proteção, como resultado de fatores materiais ou subjetivos. Também, devem

prevenir acidentes, doenças ocupacionais, além de proporcionar melhor

relacionamento entre a empresa e o empregado.

Quando se compara o ambiente de trabalho nas fábricas de móveis com

as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, verifica-se

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10

que, em muitos casos, existem diversas inadequações que podem afetar a saúde e

a segurança do trabalhador. A falta de informação, as necessidades constantes de

aumento de produtividade, redução de custos, as rápidas são as principais causas

da falta de adequação às normas (Silva, 1999).

A legislação nacional na portaria 3214/78 da NR 15, anexo 01, define

como ruído contínuo ou intermitente aqueles que não são ruídos de impacto que

apresentam picos de energia acústica. Um ambiente de trabalho agressivo é um

somatório de situações desconfortáveis ao homem, como o elevado nível de

ruído, o excesso de calor, dentre outros. Isso é prejudicial, implicando em perda

de produtividade e qualidade de vida do trabalhador (Fernandes e Morata, 2000).

Saliba (2002) conceitua riscos ambientais como agentes físicos,

químicos e biológicos, presentes nos ambientes de trabalho, capazes de produzir

danos à saúde quando superados os limites de tolerância. Gosling e Araújo

(2008) relacionaram a melhoria da qualidade de vida no trabalho à segurança,

higiene, conforto térmico, vibrações entre outros fatores.

3.4 Ambiência sonora

Podemos entender por ambiência sonora a exposição a ruídos no local

de trabalho. A nocividade do ruído para a audição está ligada a três parâmetros:

o nível sonoro, a freqüência e a duração da exposição. Segundo Millanvoye

(2007), admite-se que acima de uma exposição média cotidiana a audição corre

risco de degradar sofrendo perda auditiva parcial ou total podendo ser

irreversível. Na comunidade européia esse nível sonoro é de 80 dB(A). Já no

Brasil esse valor chega a valor de 85 dB(A) segundo a NR15 (MTE, 2009).

Venturoli et al, (2003) trabalhando com empresas fabricantes de móveis

a partir de madeiras, avaliando os níveis de ruído emitido pelas máquinas na

fabricação de móveis em marcenarias na cidade de Brasília no Distrito Federal

encontrou os valores de pressão apresentados na Tabela 1

Page 16: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

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Tabela 1. Valores de pressão sonora para marcenaria do Distrito Federal

Máquina Valores pressão sonora - dB(A) Mínimo Máximo

Desengrossadeira 92,43 98,77 Desempenadeira 93,55 96,28 Furadeira horizontal 80,32 84,53 Lixadeira de cinta 84,57 89,55 Serra circular de tampo móvel 94,88 101,34 Tupia 92,55 96,24 Fonte: Adaptação de Venturoli et al., (2003).

Os valores foram considerados altos exceto pela furadeira horizontal que

apresentou níveis de ruído abaixo de 85 dB.

É sabido que os valores de ruído podem sofrer alterações variadas em

função do material processado, podendo ser madeira maciça ou painéis

reconstituídos. Fiedler et al 2009, afirmou que a densidade básica influencia no

valor de ruído emitido por máquinas de processamento mecânico. Ainda, o tipo

de corte realizado na peça que pode ser perpendicular ou paralelo as fibras.

Segundo Vilela (2000), a manutenção das máquinas, modelo também podem

influenciar nos riscos apresentados nas operações, os valores de ruído podem

aumentar em função do desgaste de peças como rolamento.

Os trabalhadores das fábricas de móveis estão expostos a diversos riscos

à sua integridade física e psicológica. Existe risco de acidentes que podem levar

afastamento do trabalhador por períodos consideráveis de tempo, que implica

em prejuízos para as empresas (Fiedler et al., 2001).

Os valores de ruídos são normatizados pelo MTE pela NR 15 que trata

das atividades e operações insalubres. Para ruído ocupacional os valores que os

trabalhadores são submetidos durante a jornada de trabalho influenciam

diretamente na quantidade de horas permitidas de trabalho. A Tabela 2 apresenta

os valores de ruído e de horas de trabalho permitidos.

Page 17: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

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Tabela 2 valores de nível de ruído dB (a) e de máxima exposição diária

permissível Nível de ruído dB(a) Máxima exposição diária permissível.

85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 45 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos

Fonte: NR 15 MTE (1978)

O procedimento para coleta e análise do ruído ocupacional é realizado

conforme determina o anexo 1 da NR-15 (MTE 2008). O aparelho que mede o

nível de pressão sonora pode ser o dosímetro de ruído ou o decibelímetro para

medição de dose de ruído e ruído instantâneo respectivamente. Os ruídos devem

ser coletados durante a jornada de trabalho do operário. Após a coleta calcula-se

a dose que é o acúmulo da concentração do ruído em relação ao tempo máximo

permitido, conforme Equação 1. Caso ultrapasse 100% significa que o valor qual

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13

o trabalhador foi submetido durante o tempo de trabalho, não atendeu as

especificações da norma.

100...3

3

2

2

1

1 ∗⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛++++=

TC

TC

TC

TCDose

n

n (1)

Em que:

Dose = dose diária quando ocorrem dois ou mais períodos de exposição de diferentes níveis (%);

Cn = tempo total diário em que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico;

Tn = tempo máximo diário permissível a este nível, segundo Tabela 2.

3.5 Ambiência luminosa

A quantidade de luz natural ou artificial presente no ambiente de uma

determinada situação de trabalho é entendida como a ambiência luminosa que

deve estar de acordo com o que estabelece as normas brasileiras. A iluminância

é expressa geralmente em LUX. Millanvoye (2007) afirmou que diferentemente

das outras ambiências físicas, uma iluminação incorreta induz não provoca, a

priori, nenhuma doença profissional, mas, pode incorrer em fadiga e

desconforto.

Fiedler et al (2006), constatou não haver um padrão das empresas com

relação à iluminância nos postos de trabalho. Também que a iluminância no

ambiente de trabalho é facilmente influenciada pela arquitetura da indústria, que

é influenciada pela quantidade de aberturas naturais e tipo de iluminação do

local. A iluminância por sua vez pode ser geral ou localizada e depende do tipo

de lâmpadas utilizadas.

Couto (2002), afirmou que as más condições de iluminação podem

resultar em queda do rendimento e fadiga visual do trabalhador. A queda de

Page 19: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

14

rendimento pode ser considerada uma das principais conseqüências, sendo

comum nas tarefas em que a visão é muito exigida, como na atividade de

costura. Já a fadiga visual, é caracterizada por ardor e dolorimento nos olhos,

vermelhidão da conjuntiva, modificação na frequência de piscar,

lacrimejamento, intolerância a claridade (fotofobia), visão dupla (diplopia),

sensação de visão velada, entre outros sintomas.

Os valores de iluminância padronizados pela norma brasileira NBR

5413 – Iluminação de interiores – da Associação Brasileira de Normas

Técnicas ABNT,1992 indicam quais valores devem ser utilizados nos postos de

trabalho. Existem três valores referenciais para uma mesma operação sendo

mínimo, médio e máximo, (Tabela 3). Os parâmetros para escolha dos valores

de referência são idade, doenças oculares preexistentes e uso de sistema

corretivo visual como óculos. A utilização destes valores garante uma boa

iluminação que facilita a execução das operações e diminui erros.

Tabela 3. Valores dos limites máximos, médio e mínimo de iluminância para ambientes produtivos do setor madeireiro, tipo marcenaria e carpintaria

Operações Valores referenciais de iluminância (Lux) Mínimo Médio Máximo

Corte e aparelhamento grosso 150 200 300

Aplainamento, lixamento grosso, colagem, folheamento. 200 300 500

Aparelhamento de precisão, lixamento fino e acabamento. 300 500 750

Fonte: NBR 5413 (ABNT, 1992). 3.6 Ambiência térmica

Millanvoye (2007) mencionou que ambiência térmica trata-se do micro

clima do posto de trabalho. Numa edificação, ele pode variar de uma zona a

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15

outra do local, conforme o processo utilizado. Ele também pode sofrer influencia

do clima exterior e de suas variações sazonais. Os componentes da ambiência

térmica são: a temperatura, a velocidade de deslocamento do ar, a umidade

relativa e a radiação infravermelha. A ambiência térmica no trabalho é um

parâmetro significativo, que interage com as possibilidades de trabalho físico do

operador.

Uma grande fonte de tensão no trabalho são as condições ambientais

desfavoráveis, é o calor assim como outros fatores baixa iluminação e excesso

de e ruído. Esses fatores causam desconforto, aumentam o risco de acidentes e

pode provocar danos consideráveis a saúde dos trabalhadores (Iida, 2002). A

temperatura tem grande influência na configuração no rendimento do trabalho

humano podendo causar desgaste físico pois acelera o metabolismo (Pereira et

al, 2007). Conforme Couto (1995), quanto mais quente for o ambiente de

trabalho, tanto menor será a tolerância do trabalhador a atividade física e mental.

A norma indica o índice de bulbo úmido e termômetro de globo

(IBUTG) como parâmetro para verificação da adequação do ambiente de

trabalho (NR15, 2009).

A exposição ao calor deve ser avaliada pelo "Índice de bulbo úmido

termômetro de globo" - IBUTG. Esse índice é definido pelas Equações 2 e 3

para ambientes sem carga e com carga solar, respectivamente.

tgtbnIBUTG 3,07,0 += (2)

tgtbstbnIBUTG 2,0017,0 ++= (3)

Em que:

IBUTG = Índice de bulbo úmido termômetro de globo, em oC.

tbn = temperatura de bulbo natural (úmido), em oC.

tg = temperatura de globo, em oC.

tbs = temperatura de bulbo seco, em oC.

Page 21: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

16

Para ser considerado confortável, o clima de trabalho deve satisfazer a

diversas condições. Quatro fatores contribuem para atingir essa condição:

temperatura do ar, calor radiante, velocidade do ar e umidade relativa. Além

desses fatores, devemos considerar o tipo da atividade desenvolvida, pois o

funcionamento fisiológico de cada ser humano é diferenciado pela situação

(Dul, 2004)

Araújo 2008, afirmou que a temperatura do ambiente afeta o

metabolismo do funcionário em serviço. Sabemos que a exposição, não

controlada, ao calor induz erros de percepção e raciocínio, o que pode

desencadear acidentes. É sabido que o corpo humano exibe mecanismos de

defesa de seu organismo quando submetido e calor intenso, vaso dilatação

periférica, sudorese para efetuar a troca de calor e esfriar o corpo.

Silva et al 2003, pesquisando fábricas de móveis na cidade de Ubá Minas

Gerais encontrou os valores mínimos e máximos de IBUTG variando entre 21,0

a 27,0º C nos postos de trabalho como demonstrados na Tabela 4.

Tabela 4. Valores mínimos e máximos de IBUTG encontrados nos postos de trabalho em fábricas de móveis na cidade de Ubá MG

Setor IBUTG mínimo IBUTG máximo Corte 22,6 24,2

Usinagem 21,2 25,9 Acabamento 22,4 24,2

Pintura 22,1 27,0 Prensa 23,4 25,2

Fonte: Silva (2003).

Silva (2003) encontrou nos setores de pintura valores de IBUTG de

25,9ºC a 27,0ºC no período de 14 às 16 horas. Esses valores encontrados são

superiores ao valor permitido pela legislação brasileira. Assim durante este

período, o trabalhador deverá trabalhar por 45 minutos e executar 15 minutos de

descanso, conforme prescrito na (NR-15,MTE 1978).

Page 22: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

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A NR 15 no anexo n° 3, da Portaria 3.214/78-MTE, trás como definição

dos tipos de atividade a classificação como leve, moderada e pesada em função

do esforço realizado no cumprimento das tarefas. A classificação das atividades

estão apresentadas na Tabela 5.

Tabela 5. Classificação das atividades executados por operários em indústrias e

consumo de calorias por hora de trabalho Tipos de atividade kcal/h

Trabalho leve Sentado, movimentos moderados com braços e troncos

125 a 150 Sentado, movimentos moderados com pernas e braços De pé, em máquina ou bancada principalmente com braços

Trabalho moderado Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas

180 a 300 De pé em máquina ou bancada com alguma movimentação Em movimento, levantar ou empurrar

Trabalho pesado Trabalho intermitente de levantar e sentar

440 a 550 Empurrar ou arrastar pesos Trabalho fatigante Fonte: Adaptação NR-15 (MTE,1978)

A Norma regulamentadora (MTE,1978) implica que após a definição das

atividades desenvolvidas, deve-se proceder o cálculo dos valores de IBUTG, por

meio da obtenção dos valores de temperatura de Bulbo úmido (BU), Bulbo Seco

(BS) e Termômetro de Globo (TG). Posteriormente comparam-se os valores

obtidos com os limites da Tabela 6, que apresenta os regimes de trabalho em

função das atividades desenvolvidas e os valores de IBUTG.

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18

Tabela 6. Regime de trabalho em função do IBUTG definido pela NR 15

Tempo para Atividade desenvolvida Leve Moderada Pesada Trabalho contínuo Até 30 Até 26,7 Até 25

45min trabalho/ 15 min descanso 30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9 30min trabalho/ 30 min descanso 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9 15min trabalho/ 45 min descanso 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0

Proibido trabalho sem medidas controle Acima 32,2 Acima 31,1 Acima 30,0 Fonte: Adaptação NR-15 (MTE,1978).

Page 24: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

19

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Descrição do local de coleta

As medições foram realizadas em 14 fábricas de móveis sendo 08 no

pólo moveleiro de Cruzília e 06 no pólo moveleiro de Lavras ambos situados no

Sul de Minas Gerais.

O município de Cruzília é localizado no sul de Minas Gerais, situado a 384 km de Belo horizonte. Apresenta uma latitude de 21.83° S, longitude 44.8° W, Figura 1 . A altitude média é de 1060m.

Figura 1. Mapa ilustrativo da posição da cidade de Cruzília-MG.

Page 25: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

20

Lavras é um município brasileiro da região do Campo das Vertentes, no

sul do estado de Minas Gerais. Localiza-se a uma latitude 21° 14' 30 sul e a uma

longitude 44° 00' 10 oeste, Figura 2 estando a uma altitude de 919 metros

Figura 2. Mapa ilustrativo da posição da cidade de Lavras-MG.

4.2 Coleta de dados

Foram medidos os parâmetros físicos ruído, iluminância e calor, nas

fábricas de móveis. As medições foram realizadas diretamente nos postos de

trabalho. O levantamento geral da produção e da organização do local foi

realizado utilizando filmagens e fotografias digitais de todas as etapas de

produção dando ênfase à segurança, a ergonomia e a qualidade dos produtos.

O dosímetro de ruído foi ajustados de forma a atender os seguintes

parâmetros:

Circuito de ponderação “A”;

Circuito resposta lenta (Slow);

Page 26: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

21

Nível limiar de integração de 85 dB(A), que corresponde a uma dose

de 100% para uma exposição de 8 horas;

Faixa de medição entre 85 e 115 dB(A), que significa que níveis

abaixo de 85 dB(A) não serão considerados, bem como proibida

qualquer ocorrência acima de 115 dB(A);

Incremento de dose igual a 5.

O dosímetro foi utilizado colocado preso ao cinto do trabalhador e o

microfone de captação ajustado para coletar os ruídos, (Figura 3).

Figura 3. Medição do nível de pressão sonora, por meio de dosímetro.

Page 27: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

22

Para medições de ruído instantâneo foi utilizado decibelímetro

MSL 1325 realizando a coleta próximo a máquina emissora de ruído (Figura 4).

Figura 4. Metodologia de medição do nível de pressão sonora, por meio de

decibelímetro.

As medições de iluminância foram realizadas por meio de luxímetro

digital da marca Instrutemp modelo LD-200 diretamente nos postos de trabalho

de corte, lixamento, pintura, montagem entre outros. As medições ocorreram em

meia jornada de trabalho de 8 h. Em algumas fábricas as medições foram

realizadas no período da manhã e outras no período da tarde. No total foram

efetuadas medições em 330 postos de trabalho. Foram realizadas no mínimo três

medições de 2 em 2 horas em cada um dos 330 postos de trabalho totalizando

990 medições utilizando uma adaptação da NBR 5382 (ABNT,1985) verificação

de iluminância de interiores. A Figura 5 apresenta uma medição de iluminância

em um posto de trabalho.

Page 28: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

23

Figura 5. Metodologia empregada na medição de iluminância, no setor

madeireiro de Lavras/MG.

Para efeito de comparação foi considerado fora do valor normativo o

posto de trabalho que apresentou pelo menos uma medição abaixo do limite

estipulado pela NBR 5413 (ABNT,1992).

Os valores de temperatura de bulbo úmido, bulbo seco e termômetro de

globo utilizadas para calcular o IBUTG foram coletados utilizando o termômetro

de globo marca Instrutherm modelo 5235 Figura 6

Figura 6. Medição de temperaturas, para calculo de IBUTG nas fábricas de

móveis.

As medições foram realizadas em intervalo de 2 horas em meia jornada

de 8 h trabalho, em seqüência o cálculo do índice IBUTG foi efetuado utilizando

a Equação (2). O termômetro de globo foi instalado no ambiente mais utilizado

pelos funcionários.

Page 29: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

24

Os dados foram analisados realizando a comparação entre os valores

medidos com os apresentados na NR 15 no anexo 3, da Portaria 3.214/78-MTE.

A NR 15 estabelece para atividades consideradas moderadas como é o caso das

fábricas de móveis o IBUTG deve permanecer abaixo de 26,7ºC.

Page 30: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

25

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Ambiente de trabalho

O ambiente de trabalho nas fábricas de móveis consistiram de uma

estrutura complexa composta por máquinas, equipamentos, ferramentas e

bancadas, além da utilização de produtos químicos como seladoras, vernizes,

solventes para limpezas, adesivos. Todos os equipamentos são necessários para

o processamento e acabamento dos produtos nas confecções de móveis.

As fábricas são em sua maioria construídas em forma de galpão

conforme literatura. As máquinas e bancadas são dispostas de forma a teantar

evitar ao máximo que apresente barreiras físicas que impeçam a comunicação

entre os postos de trabalho.

Os trabalhos desenvolvidos se interagem e pode ser observado que as

barreiras físicas presentes via de regra atrapalham a comunicação entre os

setores operacionais. Os materiais que revestem as paredes presentes em

algumas fábricas se mostraram velhos, presença de pó e teia de aranhas que

indicam falta de limpeza. A falta de reboco, pintura no acabamento do

revestimento faz com que o ambiente se torne mais escuro o que não é a situação

ideal para um processo de fabricação.

Em algumas fábricas de móveis ficou visível o descaso com a deposição

de resíduos, pois, estavam jogados sem cuidado (Figura 7)

Page 31: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

26

Figura 7. Estrutura de uma fábrica de móveis em Lavras/MG.

Na Figura 7 podemos notar que os resíduos gerados são simplesmente

amontoados sem lugar definido. A proximidade com a área útil das máquinas é

um agravante no processo de fabricação e gera mais riscos de acidente aos

operadores. O material de revestimento dessa empresa em algumas partes é

tijolo maciço (tijolinho) que em função da cor escura torna o ambiente com

menos iluminância. As partes da empresa que possuem reboco e pintura como

revestimento, apresenta sujeira, e amarelecimento pela falta de manutenção que

também torna o ambiente mais escurecido.

Page 32: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

27

Figura 8. Estrutura de uma fábrica de móveis em Cruzília/MG.

Na Figura 8 é clara a deposição de serragem oriunda da usinagem da

madeira no meio do local circulação. A presença de um sistema de exaustão

pode vir a ser uma solução. A falta de um local específico para montagem dos

móveis que não seja em conjunto com a utilizada para cortar a madeira faz com

que haja mais dificuldades para efetuar o trabalho. As figuras 8 e 9 são exemplos

de fábricas de móveis familiares uma vez que a expansão é feita

desordenadamente aproveitando uma área lateral no espaço livre para aumento

da área, sem que fosse feito um planejamento prévio no início ou um

planejamento adequado para expansão. O material de revestimento dessa

empresa é bloco de cimento sem reboco e pintura que torna o ambiente mais

escurecido.

Page 33: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

28

Figura 9. Estrutura de uma fábrica de móveis – Cruzília MG.

Nota-se que a empresa apresentada na Figura 9 apresenta um layout mais

bem planejado, com áreas definidas para depósito, corte, montagem e despacho.

Existe nesta empresa um sistema de exaustão que qualitativamente percebe-se

uma diminuição da quantidade de pó, o que não se nota nas empresas que não

possuem o sistema. Esta empresa apesar de possuir o material de revestimento

pintura em cor branca que é o ideal para que o ambiente fique mais claro as

aberturas para entrada de luz permitem a luz incida diretamente que não é a

situação ideal.

Page 34: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

29

5.2 Ruído

5.2.1 Dosimetria Os valores de ruído apresentados nas Tabelas são em decibéis, e a

dosimetria em número de vezes o valor ultrapassado do limite permitido de

duração da exposição diária a ruídos nas fábricas de móveis NR-15 (MTE,1978).

Estão apresentados na Tabela 7 os valores de dosimetria e agrupamento dos

valores próximos encontrados nas fábricas de móveis de Cruzília e lavras.

Tabela 7 Valores de dosimetria e os grupos de empresas com valores próximos

Grupo Empresa Dosimetria I 6 2,76 I 2 2,86 II 11 7,55 II 8 8,33 II 1 9,21 II 4 9,42 III 5 14,11 III 10 15,04 III 9 15,14 III 14 19,54 IV 7 22,11 IV 12 25,01 IV 13 29,14 IV 3 30,52

Em todas as empresas a dose foi maior que a permitida por lei. Justifica a

adoção de medidas como a manutenção preventiva dos maquinários, mudança

de local de compressores para evitar que ruídos sejam emitidos dentro das

fábricas, uso de protetor auricular de preferência tipo concha (EPI).

Noronha 2007, encontrou valores de 25,59 para dosimetria em marcenarias no

Distrito Federal, mostrando que o problema com ruídos é grave também em

outras regiões do Brasil. Todas as empresas apresentaram valores maiores que 1

Page 35: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

30

que é o que recomenda a NR-15 (MTE,1978), porém algumas apresentam

situação mais agravada chegando a valores maiores que 30 doses permitidas. O

uso de protetores auriculares do tipo concha EPI para diminuir a agressão aos

ouvidos é imprescindível.

5.2.2 Ruído instantâneo

Os valores de ruído foram medidos em decibels e representam a situação

instantânea da emissão de ruídos pelas máquinas utilizadas no processo de

fabricação de móveis. A Figura 10 demonstra a posição dos valores de ruídos

emitidos pelas máquinas em relação ao valor da NR-15 (MTE,1978) que é

85 dB (A).

65

75

85

95

105

115

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Empresa

Ruí

do d

B(A

)

Figura 10 disposição dos valores de ruído em relação ao limite estabelecido pela

NR15 (MTE,1978).

Page 36: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

31

Em geral as empresas apresentaram maior número de máquinas emitindo

ruídos acima do permitido pela NR-15 (MTE,1978) que é 85 dB (A). Algumas

empresas 3 e 4 apresentaram todas as máquinas emitindo valores de ruídos

acima de 85 dB (A). Na Tabela 08 encontram-se os resultados de ruídos

instantâneos emitidos pelas máquinas da Empresa 03 e 4.

Tabela 08: Valores de ruídos instantâneos em dB(A)emitidos pelas máquinas nas

empresas 3 e 4 Empresa Máquina Valor dB(A)

3 Furadeira horizontal 87,00 3 Lixadeira cinta 89,60 3 Torno 89,70 3 Plaina desengrossadeira 97,50 3 Plaina desempenadeira 99,00 3 Serra circular carrinho 99,30 3 Tupia 102,20 3 Serra circular fixa 102,80 4 Exaustor 86,90 4 Tupia 89,70 4 Furadeira múltipla 97,30 4 Serra circular fixa 97,70 4 Plaina desempenadeira 98,20 4 Coladeira de borda 98,40 4 Lixadeira disco 103,40 4 Plaina desengrossadeira 112,50

Na Tabela nota-se pelos valores apresentados, as operações não devem

ser realizadas sem a utilização dos protetores auriculares (EPI) e que em

algumas empresas os problemas são mais graves uma vez que valores maiores

que muito acima de 85 dB são encontrados. Segundo Noronha 2007, a

manutenção preventiva dos motores reduz consideravelmente os níveis de ruído

Page 37: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

32

o que justifica a indicação de manutenções periódicas nos motores das máquinas

das fábricas de móveis.

Na tabela 09 estão apresentados os valores de ruídos instantâneos das

máquinas que apresentaram valores acima de 85 dB que é estabelecido pela NR-

15 (MTE,1978) em todas as empresas pesquisadas.

Tabela 09: Valores de ruído instantâneo Máquina Mínimo Máximo

Plaina desengrossadeira 89,40 112,50 Respigadeira 96,00 106,30 Seccionadora 92,90 94,20

Tupia 85,60 109,80

As máquinas apresentadas na tabela 09 emitiram ruídos acima do

permitido pela NR-15 (MTE,1978), devido a este fato o uso dos equipamentos

de segurança deve ser obrigatório. Além das máquinas apresentadas na Tabela

foi observado numa empresa uma tupia manual que apresentou o ruído médio de

97,28 dB

Foi realizado um cálculo do tempo aproximado máximo de exposição do

operador em função do valor médio de ruído encontrado para cada máquina

(Tabela 10).

Page 38: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

33

Tabela 10. Valores médios de ruídos em dB e os respectivos tempos permitidos

aproximados de utilização das máquinas. Máquina Valor médio ruído dB Tempo de utilização (h)

Máquina de costura 72,18 8,0 Exaustor 82,43 8,0 Afiadora 84,43 8,0

Compressor 84,50 8,0 Torno 85,51 7,0

Furadeira vertical 85,63 7,0 Furadeira horizontal 88,67 5,0

Lixadeira cinta 90,12 4,0 Serra fita 91,08 3,5

Grampeador 91,75 3,5 Esmeril 92,58 3,0

Seccionadora 93,55 2,75 Lixadeira disco 94,13 2,25

Serra circular carrinho 94,50 2,25 Plaina desempenadeira 95,21 2,0

Tupia 95,32 2,0 Serra circular fixa 97,13 1,5

Tupia Manual 97,28 1,5 Furadeira múltipla 97,30 1,0

Coladeira automática 98,40 1,25 Plaina desengrossadeira 98,90 1,25

Respigadeira 100,60 1,0

Observa-se na Tabela que os ruídos emitidos pelas máquinas apresentam

em alguns casos valores acima dos limites de tolerância estabelecidos pela NR-

15 (MTE, 1978). O valor máximo permitido é de 85 dB (A) para a exposição de

uma jornada de trabalho de até 8 horas. Desta forma é importante a adoção de

medidas de segurança do trabalho nesses locais. Pode-se citar alterações na

disposição das máquinas para manter longe dos operários a fonte de ruído, como

realocar compressores que estiverem confinados em salas de pintura,

trabalhando na fonte emissora de ruídos (EPC). A utilização dos equipamentos

Page 39: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

34

de proteção individual (EPI) sendo os protetores auriculares tipo concha os mais

indicados.

5.3 Iluminância

Os valores encontrados correspondem às medições executadas indicando

a iluminância percebida pela visão do trabalhador. Fiedler et al 2006, afirmaram

que os valores de iluminância nas empresas moveleiras seguem um padrão

indefinido. As Figuras 11 e 12 confirmam o que Fiedler (2006) encontrou nas

fábricas de móveis.

0

750

1500

2250

07:30 09:30 11:30

Hora

Ilum

inân

cia

Figura 11. Valores de iluminância encontrados na Empresa 1.

Page 40: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

35

50

400

750

1100

13:30 14:35 15:50Hora

Ilum

inân

cia

Lux

Figura 12. Valores de iluminância encontrados na Empresa 5.

O que justifica essa indefinição é que as construções são via de regra

diferente uma das outras tanto no tipo de material construtivo, quanto na

arquitetura utilizada. Os valores encontrados nos setores de trabalho em sua

maioria estão abaixo dos limites mínimos normatizados pela NBR 5413/1992,

indicando que é necessária a adequação do sistema de iluminação, podendo ser

construção de aberturas com aproveitamento da energia solar, substituição das

lâmpadas por outros tipos mais eficientes, ou aumento do número de pontos

luminosos artificiais (lâmpadas).

Page 41: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

36

5.4 Conforto térmico –IBUTG

Os resultados das temperaturas de bulbo seco e úmido e de termômetro

de globo permitiram calcular o IBUTG das unidades produtoras visitadas. Os

valores encontrados encontram-se na Figura 13 e representam o conforto térmico

existe nos postos de trabalho.

13,63

18,7017,67

15,81

11,41

16,5115,27

13,31

19,59

23,96

16,3415,49 16,18

17,17

0

10

20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Empresa

IBU

TG

Figura 13. Valores de IBUTG para cada empresa.

As empresas permaneceram abaixo do limite estipulado pela norma para

atividades moderadas podendo os funcionários realizar suas atividades pelas 8

horas diária de trabalho.

Page 42: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

37

6. CONCLUSÕES

A dose de exposição aos ruídos em todas as empresas foi maior que a

estabelecida pela NR-15 (MTE,1978).

As fábricas de móveis são visivelmente diferentes quanto aos materiais

construtivos e modelos de arquitetura.

Os valores de iluminância apresentaram padrão indefinido e em sua

maioria estavam abaixo dos valores estabelecidos pela NBR 5413

(ABNT, 1992).

As empresas não apresentaram problemas relativos a temperatura

segundo a NR-15 (MTE, 1978).

Page 43: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

38

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ficou visivelmente perceptível a presença de poeira e odores

característicos de solventes em todos os locais de trabalho nas fábricas de

móveis. Seria de grande valia o levantamento qualitativo e quantitativo destes

problemas.

Page 44: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

39

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Page 47: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

42

ANEXOS

Valores de iluminância encontrados na empresa 1.

0

250

500

07:30 09:30 11:30

Hora

Ilum

inân

cia

lux

Page 48: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

43

Valores de iluminância encontrados na empresa 2.

0

500

1000

1500

2000

2500

13:00 15:00 17:00

Hora

Ilum

inân

cia

lux

0

250

500

750

1000

1250

1500

1750

2000

2250

2500

2750

13:00 15:00 17:00

Hora

Ilum

inân

cia

lux

Page 49: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

44

Valores de iluminância encontrados na empresa 3.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

12:30 15:30 17:30

Hora

Ilum

inân

cia

lux

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

12:30 15:30 17:30

Hora

Ilum

inân

cia

lux

Page 50: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

45

Valores de iluminância encontrados na empresa 4.

0

750

1500

2250

07:30 09:30 11:30

Hora

Ilum

inân

cia

lux

0

500

1000

1500

2000

2500

07:30 09:30 11:30

Hora

Ilum

inân

cia

lux

Page 51: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

46

Valores de iluminância encontrados na empresa 5.

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

08:00 09:30 11:00Hora

Ilum

inân

cia

lux

0

500

1000

1500

2000

2500

08:00 09:30 11:00

Hora

Ilum

inân

cia

lux

Page 52: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

47

Valores de iluminância encontrados na empresa 6.

0

250

500

750

13:00 15:00 17:30

Hora

Ilum

inân

cia

lux

0

250

500

13:00 15:00 17:30Hora

Ilum

inân

cia

lux

Page 53: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

48

Valores de iluminância encontrados na empresa 7.

0

500

1000

12:30 15:30 17:30

Hora

Ilum

inân

cia

lux

0

750

1500

2250

3000

12:30 15:30 17:30

Hora

Ilum

inân

cia

lux

Page 54: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

49

Valores de iluminância encontrados na empresa 8.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

07:30 09:30 11:30Hora

Ilum

inân

cia

lux

0

750

1500

2250

3000

3750

4500

5250

6000

07:30 09:30 11:30Hora

Ilum

inân

cia

lux

Page 55: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

50

Valores de iluminância encontrados na empresa 9.

0

250

500

750

13:30 14:35 15:50

Hora

Ilum

inân

cia

Lux

Valores de iluminância encontrados na empresa 10.

0

250

500

750

13:30 14:40 15:30Hora

Ilum

inân

cia

lux

Page 56: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

51

Valores de iluminância encontrados na empresa 11.

0

250

500

750

08:00 09:30 11:30

Hora

Ilum

inân

cia

lux

Valores de iluminância encontrados na empresa 12.

0

100

200

300

400

500

07:00 09:00 11:30

Hora

Ilum

inân

cia

lux

Page 57: i SEGURANÇA NO TRABALHO PARA ATIVIDADES DE

52

Valores de iluminância encontrados na empresa 13.

0

100

200

300

400

500

08:00 10:00 12:00

Hora

Ilum

inân

cia

Lux

Valores de iluminância encontrados na empresa 14.

0

1000

2000

3000

4000

5000

08:00 10:00 12:00

Hora

Ilum

inân

cia

lux