i estabilidade transitÓria do scig por meio do …swge.inf.br/cba2014/anais/pdf/1569930871.pdf ·...
TRANSCRIPT
INVESTIGAÇÃO DA ESTABILIDADE TRANSITÓRIA DO SCIG POR MEIO DO CRITÉRIO DA TENSÃO INTERNA
CONSIDERANDO OS DISPOSITIVOS SVC E TCSC NO SISTEMA BARRA INFINITA
JOÃO L. B. ZAMPERIN, LAURENCE D. COLVARA
Departamento de Engenharia Elétrica, UNESP - Campus de Ilha Solteira
Ilha Solteira, SP, Brasil
E-mails: [email protected], [email protected]
Abstract The focus of this work is to investigate the impact of SVC (Static Var Compensator) and TCSC (Thyristor Con-
trolled Series Compensator) devices on the criterion of internal voltage and how these devices affect the power transmission ca-
pacity of the system. The justification of the use of SVC is due to the nature of asynchronous machines require large parcels of
reactive power after a transient period, and the TCSC aims to reduce the virtual length of the transmission line allowing an in-
crease in the stability margin of the system. Observing all analyzed cases it is evidenced that the criterion takes into account ad-
equately the insertion of the devices support setting new limits of operation for the system. The study is demonstrated through
computer simulations.
Keywords Analytical method, Induction generation, Static var compensator, Thyristor Controlled Series Compensator, Tran-
sient stability.
Resumo O foco deste trabalho consiste em investigar o impacto dos dispositivos SVC (Static Var Compensator) e TCSC
(Thyristor Controlled Series Compensator) sobre como estes dispositivos afetam a capacidade de transmissão de potência do sis-
tema bem como afetam o critério da tensão interna de análise de estabilidade. A justificativa do uso do SVC é devido a natureza
das máquinas assíncronas necessitarem de grandes parcelas de potência reativa após um período transitório, sendo que o TCSC
tem a finalidade de reduzir virtualmente o comprimento da linha de transmissão permitindo um aumento na margem de estabili-
dade do sistema. Questionando em todos os casos analisados a obtenção de uma metodologia que acompanhe a dinâmica do sis-
tema, as evidencias são de que o critério desenvolvido leva em conta adequadamente a inserção do suporte dos dispositivos de-
finindo novos limites de operação para o sistema. O estudo é comprovado por meio de simulações computacionais.
Palavras-chave Estabilidade transitória, Gerador de indução, Método analítico, SVC, TCSC.
1 Introdução
O sistema de potência elétrica permanecerá inde-
finidamente em um ponto de operação estável, até
que uma perturbação o remova desse estado (Pai,
1981; Kundur, 1994). Quando isso ocorrer, será ne-
cessário verificar se o sistema se aproximará de um
novo ponto de equilíbrio, ou seja, encontrará uma
situação estável ou se tornará instável, afastando-se
indefinidamente de um possível ponto de operação
(Kundur, 1994).
Os problemas de estabilidade, em si, longe de se-
rem superados, apresentam sempre novos desafios,
uma vez que, de modo geral, quando certo dispositi-
vo vem a solucionar/mitigar dificuldades de estabili-
dade, introduz novas dinâmicas as quais interferem
no desempenho do sistema. Pode-se citar, entre tan-
tos, as dificuldades impostas pelas limitações dos
geradores de indução SCIG (Squirrel Cage Induction
Generator), caracterizado pelo alto consumo de po-
tência reativa durante um regime transitório (Akma-
tov, 2003; Fitzgerald, 2006; Peças Lopes, 2003; Jen-
kins, 2000; Cigré, 2000), o que pode vir a causar um
colapso de tensão no sistema (Akhmatov, 2003).
Para superar este inconveniente, conecta-se nos
terminais do gerador um suporte de potência reativa
(Akhmatov, 2003, 2004), que pode ser um banco de
capacitores (Cigré, 2000; Ackermann, 2005; Anaya-
lara, 2009) ou um dispositivo FACTS (Flexible AC
Transmission System) do tipo SVC (Static Var Com-
pensator) (Akhmatov, 2004), o qual permite não ape-
nas compensar potência reativa na barra a qual ele
está conectado, mas também dotar o gerador de uma
maior capacidade de transmissão de potência por
meio de controle rápido de suporte de potência reati-
va, efetuando variações da compensação de modo a
favorecer a estabilidade do sistema (Kundur, 1994;
Hingorani, 1999; Song, 1999). Caso o inconveniente
provenha do sistema de transmissão se faz o uso do
dispositivo TCSC (Thyristor Controlled Series Com-
pensator), o qual faz a compensação série capacitiva
na linha de transmissão dotando o sistema com maio-
res níveis de transmissão de potência (Kundur, 1994;
Song, 1999).
De acordo com estes comentários, este trabalho
busca soluções para o aumento das forças restaurati-
vas do sistema o qual está constituído de uma máqui-
na assíncrona versus barra infinita acrescido dos dis-
positivos SVC e TCSC. Dispositivos cuja finalidade
esta em controlar a tensão terminal e a compensação
de potência reativa do gerador e na linha de transmis-
são, propiciando melhores resultados de estabilidade
para o sistema enfocando os efeitos sobre as forças
restaurativas e a capacidade de transmissão de potên-
cia do gerador de indução em gaiola de esquilo.
Nesta análise a metodologia empregada baseia-
se no uso do critério da tensão interna o qual tem
como principal finalidade averiguar a capacidade de
transmissão do sistema através do seu apontador de
criticidade (Zamperin e Colvara, 2010 e 2013), base-
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
2408
ado no fato de que a perda da capacidade de trans-
missão do sistema é causada pela deterioração da
tensão interna originada pela desmagnetização da
máquina. Mostra-se que o critério da tensão interna
pode ser de grande utilidade em procedimentos de
análise de estabilidade do sistema de energia elétrica
com a atuação do SVC e do TCSC.
Este trabalho se encontra organizado da seguinte
forma. Na seção 2 é apresentada a modelagem do
SMBI com os dispositivos SVC e TCSC para estudo
da estabilidade transitória. Na seção 3 é descrito o
critério da tensão interna, incluídas as representações
dos dispositivos mencionados. Na seção 4 analisa-se
o desempenho do critério da tensão interna por meio
de simulações digitais. E por fim a seção 5 contém as
principais conclusões deste trabalho.
2 Modelagem do sistema para o estudo de estabi-
lidade transitória
2.1 Modelo dinâmico do SCIG versus barra infinita
com os dispositivos SVC e TCSC
O gerador de indução do tipo gaiola de esquilo
(Akhmatov, 2003) com os dispositivos SVC e TCSC
encontra-se conectado à um grande sistema represen-
tado por uma barra infinita de tensão V∞, por meio de
duas linhas de transmissão, como mostra a Figura 1.
SCIG Vs
It Ilt
Xe
X's Xtcsc
Bsvc
Isvc
V∞
Figura 1. Diagrama do sistema SCIG versus Barra infinita com
SVC e TCSC.
O compensador estático de reativos SVC conec-
tado nos terminais do gerador injeta ou absorve po-
tência reativa da rede a fim de manter a tensão termi-
nal (Vs) em um valor especificado (Song, 1999) o
qual é especificado com um valor correspondente a
1/3 da potência nominal da máquina (Bsvc=0.0022pu).
O dispositivo TCSC tem a função de reduzir virtual-
mente a reatância efetiva da linha de transmissão,
fazendo com que a absorção de potência reativa seja
menor proporcionando ao sistema um aumento con-
siderável da capacidade de transmissão de potência.
Nas próximas simulações o valor da reatância capaci-
tiva do TCSC (Xtcsc) equivale a 20% da linha de
transmissão (Song, 1999) sendo considerado como
um valor razoável.
2.2 Modelo dinâmico da conexão do dispositivo SVC
a um sistema barra infinita com SCIG
Uma vez que o compensador SVC altera a ten-
são da barra na qual está conectado, o mesmo pode
ser visualizado como uma carga reativa variável, a
qual é ajustada de forma a manter a tensão da barra
aproximadamente constante (Song, 1999, Hingorani,
1999).
De acordo com (Song, 1999 e Wang, 2000), a
potência reativa que o SVC troca com o sistema é
diretamente proporcional ao valor da sua susceptân-
cia e ao quadrado da tensão da barra, condição des-
crita por (1). 2
ssvcsvc VBQ (1)
+
-
Bmax
Bmin
Bsvc
Vsref
Vs Ksvc
1+sTsvc
Figura 2. Modelo dinâmico do SVC (Song, 1999).
O diagrama de bloco mostrado na Figura 2
(Song, 1999) representa o modelo dinâmico do con-
trolador de tensão do SVC. Neste modelo, a suscep-
tância do SVC (Bsvc) é ajustada através da função de
transferência de primeira ordem, com ganho Ksvc e
constante de tempo Tsvc de modo a controlar a tensão
da barra. A constante de tempo representa o atraso do
circuito de disparo dos tiristores. A representação dos
limites capacitivo e indutivo do equipamento é dada
por Bmax e Bmin (Song, 1999).
2.3 Modelo dinâmico da conexão do dispositivo
TCSC a um sistema barra infinita com SCIG
Com a redução da reatância efetiva da linha pro-
porcionada pelo TCSC, aumenta-se a capacidade de
transmissão de potência do sistema e proporciona
uma transmissão estável em linhas de transmissão de
grandes distâncias. O modelo dinâmico do TCSC
(Song, 1999) é evidenciado na Figura 3.
Xmax
Xmin
Xtcsc
ωr Ktcsc
1+sTtcsc
Figura 3. Modelo dinâmico do TCSC (Song, 1999).
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
2409
2.4 Modelagem do sistema máquina barra infinita
considerando a compensações: em derivação via
SVC e série com TCSC
Considerando as compensações dinâmica de rea-
tivo e série capacitiva como mostra a Figura 1, as
equações que descrevem o modelo da máquina de 3a
ordem com o SVC e TCSC são:
svctlt III (2)
sendo que Ilt é a corrente total fornecida à rede, It é a
corrente nos terminais do gerador e Isvc é a corrente
no SVC que é dada por (Wang, 2000),
ssvcsvc VjBI (3)
com 1j .
A tensão terminal do SCIG na presença das
compensações em derivação e série (Kundur, 1994) é
dada por,
ltes IXjVV (4)
sendo csc1
1
tsvce XBX .
Pode-se então considerar o gerador conectado a
uma barra infinita equivalente por meio de uma linha
de transmissão equivalente. A tensão do novo barra-
mento infinito é dada por:
VV (5)
Analogamente, a reatância da linha de transmis-
são que faz a ligação entre a máquina assíncrona e a
barra infinita equivalente é:
eE XX (6)
A Figura 4 representa o sistema equivalente ob-
tido.
V'∞ Vs
XE
SCIG
Figura 4. Sistema equivalente máquina versus barra infinita com
os dispositivos SVC e TCSC.
Substituindo (5) e (6) nas equações da corrente
da máquina do eixo direto e quadratura do estator
que se encontram em (Kundur, 1994), obtêm-se as
correntes do eixo direto e do eixo em quadratura do
estator, com a inclusão da compensação de potência
reativa e da potência série.
se
qds
XX
Vei
cos (7)
se
dqs
XX
esenVi
(8)
Os componentes d-q da tensão no terminal do
SCIG com atuação dos dispositivos SVC e TCSC são
obtidas,
svcqseds iXsenVv (9)
svcdseqs iXVv cos
(10)
2.5 SCIG versus barra infinita com SVC e TCSC
durante um período transitório
A Figura 5 mostra a representação fasorial do ge-
rador de indução conectado à uma barra infinita atra-
vés de uma linha de transmissão com os dispositivos
SVC e TCSC conectados nos terminais do gerador
durante um período transitório. Nota-se que, confor-
me aumenta o grau de compensação do dispositivo
TCSC, menor será o ângulo λ.
Im
E'
It=Ilt
e'q
X's It
δ
λ
V∞
(Xe –Xtcsc)Ilt θ Isvc
Vs
ds
e'd Re
β'
qs
Figura 5. Diagrama fasorial do SCIG versus barra infinita com os
dispositivos SVC e TCSC durante um transitório.
3 Estudo da Estabilidade através do critério da
tensão interna com a inclusão dos FACTS SVC e
TCSC
Enquanto a instalação do SVC e do TCSC resolve
a questão da regulação de tensão do SCIG e o au-
mento da capacidade de transmissão de potência do
sistema, a incorporação de ambos dispositivos ao
modelo acrescenta novas dificuldades de análise a
serem superadas e uma delas consiste em analisar a
estabilidade do sistema, visto que os dispositivos
adotados impõem alterações das características elé-
tricas do sistema no tempo. No entanto, com devidas
considerações e adequações, o critério da tensão in-
terna se aplica com a inserção dos dispositivos SVC e
TCSC, notando-se que o valor crítico da tensão inter-
na passa a acompanhar a dinâmica da susceptância do
SVC e da reatância capacitiva do TCSC de modo que
novos limites de operação são definidos a cada con-
figuração (pré-falta, falta e pós-falta) do sistema e
dos dispositivos e estes limites são determinados
imediata e analiticamente. Esta exposição será evi-
denciada com maiores detalhes na seção 4, a qual
trata das simulações.
A expressão que define a tensão interna crítica
com SVC e TCSC csctsvccritE
é obtida a partir da
equação da máxima potência transferida pelo gera-
dor.
Ese
XX
VEP
max (11)
Substituindo (5) e (6) em (11), obtém-se a expres-
são da tensão interna crítica do sistema incluindo a
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
2410
conexão dos dispositivos SVC e TCSC.
V
XXPE Esm
crit tsvc csc (12)
Para aplicação do critério da tensão interna, Zam-
perin e Colvara (2010 e 2013) apontaram a seguinte
consideração. A tensão interna E' é governada por
uma parcela de 0T e não admite variações bruscas.
Assim, após a eliminação da falta, mesmo nos casos
evidentemente estáveis, apresenta um necessário in-
tervalo de tempo de regeneração. Se o critério da
tensão E' for aplicado neste intervalo de tempo, pode
conduzir a um resultado errôneo, apontando instabi-
lidade quando o comportamento do sistema ainda não
se definiu. Visando evitar este tipo de erro, conside-
ra-se um intervalo de tempo após cessar a perturba-
ção (no caso, eliminar a falta) antes de aplicar o mé-
todo da tensão E'.
Observando resultados de simulação, considera-se
a aplicação do critério da mínima tensão interna após
transcorrido intervalo equivalente a 3/0T a partir da
eliminação da falta, como razoável. Este instante de
tempo é definido como Partida de Aplicação do Cri-
tério da Mínima Tensão Interna (PACMTI).
4 Validação da metodologia com a inserção dos
dispositivos SVC e TCSC por meio de simulações
computacionais
O uso do dispositivo SVC no sistema teste tal
como apresentado na Figura 1, visa dar adequado
suporte de reativo, inclusive prevenindo um colapso
de tensão frente a regimes transitórios (Akhmatov,
2003). Para dotar o sistema de maior capacidade de
transmissão de potência é realizada conexão de um
TCSC de modo a proporcionar operação mais segura
do sistema.
4.1 Análise da estabilidade do SCIG versus barra
infinita com os dispositivos SVC e TCSC através do
método da tensão interna E'
Considerando a topologia do sistema da Figura 1,
foram realizados testes do tipo curto-circuito trifásico
na linha de transmissão próximo aos terminais do
gerador e o defeito é eliminado posteriormente, por
meio da abertura de uma linha de transmissão. Será
analisado o limite entre estabilidade e instabilidade
do sistema, considerando que o tempo crítico de eli-
minação da falta se encontra no intervalo determina-
do entre os tempos respectivos às condições extremas
de estabilidade e instabilidade.
Determinando os tempos críticos de eliminação de
falta em diversas configurações do sistema, sendo
elas: sem FACTS situa-se entre 580 e 590ms, consi-
derando apenas o SVC o tempo de eliminação de
falta aumenta para 860 e 870ms e com a inclusão do
SVC+TCSC este intervalo de tempo se situa entre
920 e 930ms (Figura 6 e 7).
2 4 6 8 10 12 140
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
Tempo (s)
Tensão inte
rna E
´(pu)
Sem FACTS - tch
=580ms
SVC - tch
=860ms
SVC+TCSC - tch
=920ms
E´crit-semfacts
E´crit-svc+tcsc
E´crit-svc
Figura 6. Tensão interna versus tempo, casos estáveis.
Observa-se a capacidade de transmissão do sistema
por meio do critério da mínima tensão interna, atra-
vés das seguintes condições.
Considerando as simulações da Figura 6, nota-se
que, em todo instante após a falta, a aplicação do
método (PACMTI) mostra E'>E'crit, de modo que
Pemax≥Pm, evidente, consequentemente, a evolução do
movimento do sistema para um novo ponto de opera-
ção estável.
A tensão interna crítica varia ao longo do movi-
mento do sistema, em razão de estar acompanhando a
dinâmica dos dispositivos FACTS, tanto o SVC
quanto o TCSC.
2 4 6 8 10 12 14
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
Tempo (s)
Tensão inte
rna E
´(pu)
Sem FACTS - tch
=590ms
SVC - tch
=870ms
SVC+TCSC - tch
=920ms
SVC+TCSC - tch
=930ms
E´crit-semfacts E´
crit-svc+tcsc
E´crit-svc
Figura 7. Tensão interna considerando os casos instáveis (Sem
FACTS (tch=590ms), SVC (tch=870ms) e SVC+TCSC
(tch=930ms)) e o caso estável SVC+TCSC (tch=920ms).
Para o caso de instabilidade quando a falta é eli-
minada em tch=590ms (Sem FACTS), tch=870ms
(SVC), ou seja, a falta tem duração maior que o tem-
po crítico do sistema (tcr), considerando o PACMTI
correspondente ao tch. Nota-se que a instabilidade do
sistema vem a ser detectada no instante que a tensão
interna ultrapassar o valor de E'crit, causando a perda
da capacidade de transmissão da potência fornecida
ao eixo da máquina, causada pela deterioração da
tensão interna, como mostra a Figura 7.
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
2411
Averígua-se que o sistema passou a ter maior ca-
pacidade de transmissão de potência devido a instala-
ção dos dispositivos FACTS, situação constada pelo
critério da tensão interna, em vista da mínima tensão
interna estar tomando menores valores e com um
aumento no tempo crítico.
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
-0.6
-0.5
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
Tempo (s)
Escorr
egam
ento
Sem FACTS - tch
=590ms
SVC - tch
=870ms
SVC+TCSC - tch
=920ms
SVC+TCSC - tch
=930ms
Figura 8. Velocidade do rotor considerando os casos instáveis:
sem FACTS e com SVC e es/instável com instalação do SVC +
TCSC.
Analisando os seguintes casos instáveis do siste-
ma: sem FACTS (tch=590ms) com o SVC
(tch=870ms) quando a tensão interna ultrapassa o seu
determinado valor de E'crit o sistema perde a capaci-
dade de transmissão e uma parcela da potência mecâ-
nica inserida no eixo do rotor da máquina está sendo
convertida em potência acelerante do rotor, que evo-
lui monotonicamente para instabilidade como mostra
a Figura 8.
A Figura 9 mostra o comportamento da tensão
terminal do SCIG.
2 3 4 5 6 7 8 9 100
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
Tempo (s)
Tensão t
erm
inal (p
u)
Sem FACTS - tch
=590ms
SVC - tch
=870ms
SVC+TCSC - tch
=920ms
SVC+TCSC - tch
=920ms
Figura 9. Tensão terminal do gerador com as seguintes configura-
ções: sem FACTS (tch=590ms) com SVC (tch=870ms) e com
SVC+TCSC (tch=920 e 930ms).
4.2 Análise dos dispositivos que oferecem melhor
desempenho de estabilidade para o sistema SCIG
versus barra infinita
De acordo com a Tabela I se observa os tempos
críticos do sistema diante das configurações analisa-
das ao longo do trabalho, constando-se que o sistema
quando se encontra conectado com os dispositivos
SVC + TCSC o sistema possui maior capacidade de
transmissão de potência obtendo maiores níveis de
estabilidade no sistema. Sendo que o que o critério da
tensão interna foi capaz de detectar precisamente ao
longo do movimento do sistema os pontos de equilí-
brio estável e instável.
Tabela 1. Análise dos tempos críticos do sistema em diversas
configurações.
tcr-estável tcr-instável
Sem Facts tch=580ms tch=590ms
TCSC tch=660ms tch=670ms
SVC tch=860ms tch=870ms
SVC+TCSC tch=920ms tch=930ms
O sistema passa a ser mais robusto a partir do mo-
mento o qual é considerado as compensações via
dispositivos SVC + TCSC.
5 Conclusões
De acordo com o estudo realizado conclui-se que
o método da tensão interna revelou ser capaz de ava-
liar adequadamente os novos limites de estabilidade
determinados por variações dos compensadores, no-
tando-se que o valor crítico da tensão interna passa a
acompanhar a dinâmica dos dispositivos FACTS
SVC e TCSC, de modo que novos limites de opera-
ção são definidos a cada instante através do movi-
mento do sistema e do dispositivo, sendo estes limites
determinados imediata e analiticamente, como de-
monstrado no desenvolvimento teórico e comprovado
através das simulações.
Agradecimentos
Ao Programa da Pós do Departamento de Engenharia
Elétrica da UNESP - Campus de Ilha Elétrica e a
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ní-
vel Superior (CAPES) pelo incentivo e ao suporte
financeiro.
Referências Bibliográficas
Ackermann, T. (2005) Wind power in power
systems. England: John Wiley & Sons.
Akhmatov, V. (2003) Analysis of Dynamic Be-
haviour of Electric Power Systems with Large
Amount of Wind Power – Ph.D. Thesis, Technical
University of Denmark, Denmark.
Akhmatov, V.; Søbrink K. (2004) A Static VAR
Compensator Model for Improved Ride-Through
Capability of Wind Farms. Wind Engineering, Vol.
28, No. 6, pp. 715-728.
Anaya-Lara, O.; Jenkins, N.; Ekanayake, J.;
Cartwright, P.; Hughes, M., (2009) Wind Energy
Generation Modelling and Control, John Wiley &
Sons.
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
2412
CIGRE, (2000) “CIGRE Technical Brochure on
Modeling New Forms of Generation and Storage Tf
38.01.10”.
Fitzgerald, A. E.; Kingsley, C.; Umans, S. D.
(2006) Máquinas elétricas. New York: McGraw-Hill
Book.
Grilo, A. P.; Mota, A.; Mota, L. T. M; Freitas,
W. (2007). An Analytical Method for Analysis of
Large-Disturbance Stability of Induction Generators.
IEEE Transaction on Power Systems, vol. 22, no. 4,
pp. 1861- 1869.
Hingorani, N. G.; Gyugyi, L. (1999). Under-
standing FACTS: concepts and technology of flexible
AC transmission systems. New York: IEEE Press–
John Wiley.
Jenkins, N.; Allan, R.; Crossley, P.; Kirschen,
D.; Strbac, G. (2000) Embedded Generation, Lon-
don: IEE Power & Energy Series.
Kundur, P. Power system stability and control.
New York: McGraw-Hill, 1994, 1176 p.
Pai, M. A., "Power System Stability Analysis by
the Direct Method of Lyapunov" North Holland Pub-
lishing Company, Vol. 3, Amsterdam, 1981
Peças Lopes, J. A. e R. G. de Almeida (2003),
“Descrição de Modelos Matemáticos de Máquinas de
Indução Convencional e Duplamente Alimentada e
Estratégias de Controlo para Estudo Dinâmico e de
Estabilidade Transitória,” Trabalho de Consultoria
para o ONS Brasil, INESC PORTO.
Samuelson, O.; S. Lindahl (2005), “On speed
stability,” IEEE Trans. Power Syst., vol. 20, no. 2,
pp. 1179–1180.
Song, Y. H. Song and A. T. Johns, (1999) Flexi-
ble AC Transmission Systems (FACTS), 1 ed., Insti-
tute of Electrical Engineers.
Zamperin, J. L. B.; Colvara, L. D. (2010) “Estu-
do da estabilidade do gerador eólico assíncrono atra-
vés da tensão interna”, pp. 432-438, XVIII CBA -
Congresso Brasileiro de Automática, Bonito – MS.
Zamperin, J. L. B.; Colvara, L. D. (2013) “Inves-
tigação da Estabilidade do Gerador de Indução Atra-
vés de um Método Analítico Considerando o Dispo-
sitivo SVC”, The 10th Latin-American Congresso on
Electricity Generation and Transmission –
CLAGTEE, Viña del Mar-Chile.
Wang, H. F. (2000) Interaction analysis and co-
ordination of SVC voltage and damping control,
DRPT International Conference, pp. 361–365.
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
2413