i encontro de pesquisadores e parceiros – de 26 a 29 de março de 2014

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I Encontro de Pesquisadores e Parceiros – de 26 a 29 de março de 2014 O Encontro aconteceu em Alto Paraíso de Goiás e foi dividido em três momentos: 1) Apresentação do que já foi realizado por professores e equipe do Centro UnB Cerrado nos últimos anos e de experiência dos parceiros e equipe que podem ser agregadas ao projeto. 2) Visitas às comunidades rurais beneficiárias do projeto. 3) Planejamento das próximas ações e definição dos respectivos papéis. Estiveram presentes, além da equipe do projeto, representantes das seguintes organizações parceiras: Gonzalo Herrera, representante do Instituto de Estudos Equatorianos; Profa. Sandra de Fátima Oliveira, coordenadora do NUPEAT/IESA/UFG – Núcleo de Pesquisa e Estudos em Educação Ambiental e Transdisciplinaridade; Teresa Cristina Correia, representante da Associação de Agricultura Ecológica (AGE); Sinomar Machado e Fernando Trindade, presidente e diretor financeiro da Cooper Frutos do Paraíso; Jorge Artur Fontes Chagas de Oliveira, representante da Cooperativa de Serviços e Ideias Ambientais (ECOOIDEIA). Atividades Realizadas: Dias 26 (tarde) e 27 (parte da manhã) Apresentações: Equipe Centro UnB Cerrado - atividades já realizadas nas comunidades: Sertão, Moinho e Assentamento Sílvio Rodrigues, por meio do Programa de Bolsas de Estudo para o Ensino Básico, com atuação desde 2011. Cooper Frutos do Paraíso – histórico da Cooperativa e sua atuação na região, PAA e PNAE. Apresentaram também vídeo institucional. Arthur Gonthier – estudante de intercâmbio entre UFG e instituição francesa apresentou a sistematização de levantamento realizado pela coordenadora do projeto em 6 principais restaurantes da cidade, a fim de traçar panorama de consumo de hortifrútis neste tipo de estabelecimento da cidade de Alto Paraíso. Rodrigo Noronha - projeto Sementes do Amanhã, executado pela Cooper Frutos. Conta com a parceria do Programa de Bolsas de Estudo para o Ensino Básico e tem como objetivos a reprodução de sementes de milho (variedade não transgênica e não híbrida), o uso de adubo verde e a conversão agroecológica.

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I Encontro de Pesquisadores e Parceiros – de 26 a 29 de março de

2014

O Encontro aconteceu em Alto Paraíso de Goiás e foi dividido em três momentos:

1) Apresentação do que já foi realizado por professores e equipe do

Centro UnB Cerrado nos últimos anos e de experiência dos parceiros e equipe que podem ser agregadas ao projeto.

2) Visitas às comunidades rurais beneficiárias do projeto. 3) Planejamento das próximas ações e definição dos respectivos papéis.

Estiveram presentes, além da equipe do projeto, representantes das seguintes organizações parceiras:

Gonzalo Herrera, representante do Instituto de Estudos Equatorianos; Profa. Sandra de Fátima Oliveira, coordenadora do

NUPEAT/IESA/UFG – Núcleo de Pesquisa e Estudos em Educação

Ambiental e Transdisciplinaridade; Teresa Cristina Correia, representante da Associação de Agricultura

Ecológica (AGE); Sinomar Machado e Fernando Trindade, presidente e diretor financeiro

da Cooper Frutos do Paraíso; Jorge Artur Fontes Chagas de Oliveira, representante da Cooperativa

de Serviços e Ideias Ambientais (ECOOIDEIA).

Atividades Realizadas:

Dias 26 (tarde) e 27 (parte da manhã)

Apresentações:

Equipe Centro UnB Cerrado - atividades já realizadas nas comunidades: Sertão, Moinho e Assentamento Sílvio Rodrigues, por meio do Programa de

Bolsas de Estudo para o Ensino Básico, com atuação desde 2011.

Cooper Frutos do Paraíso – histórico da Cooperativa e sua atuação na região, PAA e PNAE. Apresentaram também vídeo institucional.

Arthur Gonthier – estudante de intercâmbio entre UFG e instituição francesa apresentou a sistematização de levantamento realizado pela coordenadora

do projeto em 6 principais restaurantes da cidade, a fim de traçar panorama de consumo de hortifrútis neste tipo de estabelecimento da cidade de Alto Paraíso.

Rodrigo Noronha - projeto Sementes do Amanhã, executado pela Cooper

Frutos. Conta com a parceria do Programa de Bolsas de Estudo para o Ensino

Básico e tem como objetivos a reprodução de sementes de milho (variedade

não transgênica e não híbrida), o uso de adubo verde e a conversão

agroecológica.

Nilcionir Garcez – trabalho com os quintais de Alto Paraíso com jovens do

Programa de Bolsas de Estudo para o Ensino Básico, desde o final de 2012.

Mostrou levantamento realizado em três bairros da cidade, sobre a existência

de hortas, pomares e viveiros nas residências. Este dará subsídios para a

ação nos quintais de pessoas que desejem produzir alimentos agroecológicos

e melhorar sua alimentação.

Gonzalo Herrera – falou sobre o trabalho do IEE na realização de

levantamentos sobre as organizações sociais e produtivas dos agricultores no

Equador. Procuram entender as políticas e mercados para a agricultura

familiar e criar formas de avaliação das atividades produtivas.

Dia 27 (parte da manhã e a tarde)

Planejamento das visitas pelo grupo.

Visita ao Pré-assentamento Sílvio Rodrigues – PA composto por cerca de 115 famílias. Realizamos reunião com jovens participantes e candidatos à

participação do Programa de Bolsas de Estudo para o Ensino Básico e seus familiares. Cerca de 40 pessoas no total compareceram e fizeram seus relatos.

Reunião no Assentamento Sílvio Rodrigues – cerca de 20 famílias estavam representadas.

Os objetivos da reunião eram: conhecer em linhas gerais a situação do assentamento, expor o projeto e apresentar a equipe.

Como estratégia, a roda de conversa, privilegiando o tempo para as falas dos

agricultores e dos bolsistas.

As perguntas norteadoras foram: i) o trabalho realizado em cada unidade

familiar; ii) desafios encontrados – ambientais, infraestrutura (água, energia, transporte), sementes, qualidade do solo, relações sociais, questões políticas e legais do assentamento, organização.

Após a reunião fizemos visita ao agricultor Virgílio, profissional de grande experiência com agroecologia e produção diversificada (fotos abaixo).

Dia 28 (manhã e tarde)

Visita ao Moinho – Povoado composto por cerca de 200 habitantes. Foi realizada reunião com jovens participantes e candidatos à participação do

Programa de Bolsas de Estudo para o Ensino Básico e seus familiares. Quinze pessoas compareceram e fizeram seus relatos.

Visita ao Sertão – esta comunidade tem estrutura bem diferente das demais,

sendo constituída por cerca de 50 famílias de agricultores e diversas propriedades maiores. As famílias residem muito distante umas das outras e

optamos por realizar duas visitas apenas: a uma família tradicional da comunidade, hoje chefiada por Da Dita, e à Escola Municipal, que tem sido parceira do Programa de Bolsas de Estudo para o Ensino Básico.

Dia 29 (manhã e tarde)

I) Sistematização dos resultados das visitas e discussão sobre

estratégias de atuação em cada comunidade.

PA SÍLVIO RODRIGUES

Sistematização das Observações de Campo Precisamos entender melhor os processos de organização – há duas

associações. Os jovens estão bastante envolvidos

Agricultores (ainda poucos em relação ao total de famílias) produzindo

com consciência agroecológica (não quer dizer que a produção é totalmente agroecológica).

Importância das mulheres - Homens trabalhando fora e a mulher responsável pela produção.

Solo exaurido, pouca água

Falta de esterco Arrendamento do solo para soja e feijão, com uso de agrotóxicos.

Fronteira com a soja – pulverizações aéreas. Estratégias Possíveis

Criação de agroindústria

Perceber melhor as relações estabelecidas/mapear produtores e produção

Observar o manejo dos frutos do cerrado (baru e outros) Avaliação para distribuição e renovação das bolsas Construção do “sonho” da comunidade

Institucionalizar os mutirões, com a presença das famílias

POVOADO DO MOINHO Sistematização das Observações de Campo

Organização da comunidade em torno da Igreja Evangélica Presença feminina marcante na reunião Desmotivação dos jovens

Riqueza cultural e agrobiodiversidade Forte produção dos quintais

A questão do idoso – e seu conhecimento – para a comunidade Estratégias Possíveis

Resgatar a cultura local (de dentro para fora) – eles devem querer se

mostrar para o mundo. Economia Solidária

Busca de tecnologias locais sociais: observar, registrar, atualizar Produção dos quintais - conhecer melhor – e fazer chegar à Feira e à

promoção da alimentação saudável

Agroindústria com selo de produção regional Manter a identidade do lugar

COMUNIDADE SERTÃO Sistematização das Observações de Campo

Dificuldade de contato entre as pessoas (distâncias, qualidade da estrada, falta de telefone e internet)

Agroextrativismo é uma vocação Desmotivação dos jovens, rotinas cotidianas muito estabelecidas Fazendeiros antigos (gado), tem ideário de fazendeiro, empregam

pessoas, possuem grandes áreas Região com muito adubo orgânico - gado como atividade importante

Características particulares de solo e clima – cerrado diferente, boa produção de frutos

Dificuldade de escoamento da produção

Falta de alimentos para atender à alimentação escolar Riqueza cultural e agrobiodiversidade

Estratégias Possíveis

Observar e “usar” melhor a relação dos fazendeiros antigos com a

comunidade Mapear as propriedades que tem adubo

Mapear produtos e produção Colaborar com a gestão que acontece entre eles, fazer

acordos/pactuações

Escola como ponto de encontro da comunidade

Estratégias Gerais e Discussões: Dar continuidade ao processo de ouvir as comunidades Mapear demandas/dificuldades/sonhos

Planejar ações junto às comunidades Diagnóstico sobre estratégias de economia solidária

Diagnóstico – produtos e base de produção Cerrado e água – conservação – recorte de bacia hidrográfica Bacia São Bartolomeu – lixo, saneamento ambiental (ETE)

II) Definição de papéis – a seguir cada presente colocou suas

possibilidades de ação no projeto.

III) Chegada de Teresa e Jorge Artur, representantes da AGE e da Ecoideia, organizações parceiras deste projeto. Teresa apresentou a AGE, organização com cerca de 30 anos, que tem como base de sustentação a

comercialização da produção agrícola e ressaltou que o que sustenta o processo produtivo é a permanência dos filhos na terra. Falou também da

importância de trazer para a propriedade não só a produção primária, mas também atividades de referência para outros agricultores (capacitação de pessoas, visitas técnicas). O jovem como sendo a geração que já alcança

maior nível de formação, e que o campo deve estar preparado para que o jovem saia para a formação e retorne depois. Jorge Artur falou da Ecooideia,

cooperativa de serviços com 14 anos de existência, contando com cerca de 70 profissionais. Está aberta à entrada e saída de cooperados. A Chapada dos Veadeiros é um dos 4 polos prioritários, junto com Brasília, Santarém e

Fernando de Noronha. Em Pirenópolis estão trabalhando com a gestão de resíduos.

IV) Definição sobre próximas atividades coletivas deste grupo

Ficou previamente agendado novo encontro da equipe em Alto Paraíso para

os dias 21 a 23 de junho, a ser confirmado.

V) Elaboração de roteiro de procedimentos para as visitas

Montamos roteiro para as primeiras visitas, que seriam de diagnóstico, listando itens importantes para montar ficha de diagnóstico, a ser finalizada

por e-mail.

1. Território (locais em que circula para viabilizar produção e comércio) &

propriedade (caracterização) - áreas de cerrado, água, matas, pastos. O entorno: cerrado, plantações, pastos, monoculturas.

2. Casa: tipo de construção, banheiro, efluentes, energia, água.

3. Mão de obra – familiar, externa.

4. Relações comerciais.

5. Disponibilidade de adubação, como tratam essa questão.

6. Alimentação – o que têm para subsistência e o que costumam comprar.

7. O que produzem para comercializar.

8. Materiais genéticos disponíveis e os que buscam e não estão disponíveis. Produzem sementes e mudas? Quais? Como?

9. Infraestrutura – carro, máquinas, galpões, irrigação, bombas.

O Encontro foi finalizado em torno das 16:30, com muita alegria

e sensação de missão cumprida!