humanização no sistema Único de saúde

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Humanização no Sistema Único de Saúde (SUS) INTRODUÇÃO O SUS uma conquista nascida das lutas pela democracia no pas, que em 1988, conquistou estatuto constitucional. Garantir o “carter constituinte” do SUS, impe que possamos identificar os problemas contemporneos presentes na relao entre Estado e as polticas pblicas. esta relao que queremos problematizar neste momento que o projeto de uma Poltica Nacional de Humanizao retoma o que est na base da reforma da sade do porte daquela que resultou na criao do SUS. O conceito de humanizao polissmico, comportando diversos enunciados e permeado por imprecises. Humanizao significa civilizar e sociabilizar as relaes entre gestores, trabalhadores e usurios do SUS para ofertar atendimento de qualidade na rede pblica de sade, articulando os avanos tecnológicos com acolhimento, melhorando os ambientes de cuidado e as condies de trabalho dos profissionais. Essa a principal meta da Poltica Nacional de Humanizao da Ateno e Gesto do SUS (Humaniza SUS), instituda em 2003, pelo Ministrio da Sade. DESENVOLVIMENTO A Poltica Nacional de Humanizao da Gesto e da Ateno (PNH) uma estratgia de fortalecimento do Sistema Único de 1

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Humanização No Sistema Único de Saúde. Texto que resume a humanização no SUS.

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Humanizao no Sistema nico de Sade (SUS)

INTRODUO

O SUS e uma conquista nascida das lutas pela democracia no pais, que em 1988, conquistou estatuto constitucional. Garantir o carater constituinte do SUS, impoe que possamos identificar os problemas contemporaneos presentes na relacao entre Estado e as politicas publicas. E esta relacao que queremos problematizar neste momento que o projeto de uma Politica Nacional de Humanizacao retoma o que esta na base da reforma da saude do porte daquela que resultou na criacao do SUS.O conceito de humanizacao e polissemico, comportando diversos enunciados e e permeado por imprecisoes. Humanizao significa civilizar e sociabilizar as relaes entre gestores, trabalhadores e usurios do SUS para ofertar atendimento de qualidade na rede pblica de sade, articulando os avanos tecnolgicos com acolhimento, melhorando os ambientes de cuidado e as condies de trabalho dos profissionais. Essa a principal meta da Poltica Nacional de Humanizao da Ateno e Gesto do SUS (Humaniza SUS), instituda em 2003, pelo Ministrio da Sade.DESENVOLVIMENTOA Politica Nacional de Humanizacao da Gestao e da Atencao (PNH) e uma estrategia de fortalecimento do Sistema nico de Saude, em curso no Brasil desde meados de 2003. Seu proposito e o de contribuir para a melhoria da qualidade da atencao e da gestao da saude no Brasil, por meio do fortalecimento da Humanizacao como politica transversal na rede e afirmando a indissociabilidade do modelo de atencao e de gestao. (BRASIL, 2008a)

Nesse sentido, as principais prioridades nas quais a PNH tem investido sao: Valorizacao da dimensao subjetiva e social em todas as praticas de atencao e gestao no SUS, fortalecendo o compromisso com os direitos do cidadao, destacando-se o respeito as questoes de genero, etnia, raca, orientacao sexual e as populacoes especificas (indios, quilombolas, ribeirinhos, assentados, etc);

Buscar contagiar trabalhadores, gestores e usuarios do SUS com as ideias e as diretrizes da humanizacao e fortalecimento das iniciativas existentes;

Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional, fomentando atransversalidade e a grupalidade;

Apoio a construcao de redes cooperativas, solidarias e comprometidas com a producao de saude e com a producao de sujeitos;

Construcao de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos implicados na rede do SUS, co-responsabilizando esses sujeitos nos processos de gestao e de atencao;

Fortalecimento do controle social com carater participativo em todas as instancias gestoras do SUS;

Produzir conhecimento e desenvolver tecnologias relacionais e de compartilhamento das praticas de cuidado e de gestao em saude;

Compromisso com a democratizacao das relacoes de trabalho e valorizacao dos profissionais de saude, estimulando processos de educacao permanente;

Aprimorar e ofertar/divulgar estrategias e metodologias de apoio a mudancas sustentaveis nos modelos de atencao e de gestao em saude;

Implementar processos de acompanhamento e avaliacao na/da PNH, na perspectiva de producao de conhecimento, incluindo metodologias e informacoes para aprimoramento da gestao, ressaltando analises e saberes gerados no proprio processo de construcao de redes. Aponta-se, com isso, para a valorizacao dos processos coletivos e experiencias exitosas, a serem colocadas em situacao de analise (fazendo e aprendendo a partir da analise de experiencias).

A problematica do metodo da PNH tem sido um importante ativador de discussoes e publicacoes acerca dos modos de producao de saude no SUS. Os diferentes sujeitos e grupos de interesses conectados a esta discussao defendem multiplos posicionamentos acerca do como fazer, sendo que o ponto em comum das discussoes concentra-se nas transformacoes necessarias para a garantia de acesso ao cuidado integral e justo. Porem, ha diferentes concepcoes que convivem no cenario cotidiano de producao de saude e, antes de nos debrucarmos sobre o metodo ou o modo de fazer da PNH em si, torna-se necessario discorrer sobre a humanizacao das praticas em saude, assim como sobre a Humanizacao do SUS enquanto politica publica.

Sobre o tema da humanizacao das praticas, temos observado em nivel nacional a elaboracao de politicas locais com o objetivo de modificar os espacos de trabalho atraves de alteracoes nos ambientes e de programas de cuidado a saude dos trabalhadores. Muitos sao os exemplos de melhoria dos servicos de saude atraves da reorganizacao espacial descontraia o ambiente, com o uso de cores e artefatos que busquem desconectar o trabalho da sua dureza. Outra forma de provocar a leveza das condicoes de trabalho e a utilizacao de estrategias que valorizem os trabalhadores, desvinculando trabalho e dificuldades cotidianas atraves das festas de aniversariantes do mes, das estrategias de convivencia e do cuidado com o corpo como as ginasticas laborais, assim como a organizacao de cafes e almocos coletivos nos servicos.

Outras roupagens atribuidas a humanizacao das praticas em saude dizem respeito aos modos de acolher. Ofertar a escuta e ser solidario as queixas dos usuarios sao atitudes realmente vistas como respeito aos usuarios que procuram os servicos. Podemos inferir, na linha dos investimentos exemplificados acima, que a humanizacao das praticas em saude situa-se na tentativa de institucionalizar o resgate da dimensao humana do proprio humano, ou seja, tanto nas praticas que valorizam o cuidado com o usuario como nas que afetam o trabalhador, estao implicitos valores que hoje sao transformados em estrategias empresariais de promocao do bem-estar nos ambientes de trabalho.

Portanto, a Poltica Nacional de Humanizao da Ateno e Gesto do SUS tem como propsitos brevemente resumidos: contagiar trabalhadores, gestores e usurios do SUS com os princpios e as diretrizes da humanizao; fortalecer iniciativas de humanizao existentes; desenvolver tecnologias relacionais e de compartilhamento das prticas de gesto e de ateno; aprimorar, ofertar e divulgar estratgias e metodologias de apoio a mudanas sustentveis dos modelos de ateno e de gesto; implementar processos de acompanhamento e avaliao, ressaltando saberes gerados no SUS e experincias coletivas bem-sucedidas.

Na prtica, os resultados que a Poltica Nacional de Humanizao busca so: reduo de filas e do tempo de espera, com ampliao do acesso; atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critrios de risco; implantao de modelo de ateno com responsabilizao e vnculo; garantia dos direitos dos usurios; valorizao do trabalho na sade eg esto participativa nos servios.

CONCLUSOA humanizacao do SUS indica mudancas nas praticas de atencao e gestao, onde se aposta nos usuarios e trabalhadores como agentes de transformacao social. Humanizacao na atencao a saude e entender cada pessoa em sua particularidade, com necessidades especificas, e, assim, criar condicoes para que tenha maiores possibilidades para exercer sua vontade de forma autonoma. Diante disto, os projetos foram desenvolvidos para intervir no processo de trabalho, promover mudancas de habitos como, desmistificar a forma tradicional de atendimentos e atitudes, transformar essas acoes diarias, conceitos e habitos, visando a satisfacao mutua. Nao cabe a ingenuidade de somente idealizar o SUS, pois a producao de saude deve ser entendida como um processo em constante construcao, para tanto, foi desenvolvido um trabalho meticuloso, com acoes concretas, em conjunto, no qual todos os trabalhadores se moldam ao espaco, cada um usando sua criatividade na atividade ou acao desenvolvida. Este e um processo longo e que deve ser sempre reconstruido, com novas estrategias, a fim de buscar diariamente o desafio que e: aqui o SUS d certo. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

1 BENEVIDES, Regina; PASSOS, Eduardo. A humanizao como dimenso pblica das polticas de sade. Cincia e Sade Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p.561-571, set. 2005. Trimestral. Disponvel em: . Acesso em: 19 fev. 2015.

2 - HECKERT, Ana Lcia Coelho; PASSOS, Eduardo; BARROS, Maria Elizabeth Barros de. Um seminrio dispositivo: a humanizao do Sistema nico de Sade (SUS) em debate. Interface: Comunicao, sade, educao, Espirito Santo, v. 13, n. 1, p.493-502, maio 2009. Disponvel em: . Acesso em: 19 fev. 2015.

3 - HOSPITAL NARDINI (Mau - So Paulo). Secretaria de Sade de Mau. Humanizao. Disponvel em: . Acesso em: 19 fev. 2015.

4 NAVARRO, Luisa Milano; NAVARRO, Luisa Milano. Poltica Nacional de Humanizao como estratgia de produo coletiva das prticas em sade. Revista de Psicologia da Unesp, So Paulo, v. 12, n. 1, p.64-73, 14 maio 2013. Disponvel em:. Acesso em: 19 fev. 2015.

5 - PASCHE, Drio Frederico; PASSOS, Eduardo. A importncia da humanizao a partir do sistema nico de sade. 2008. Disponvel em: . Acesso em: 19 fev. 2015.

6 - RANZI, Dinaci Vieira Marques; MARQUES, Heitor Romero. Desenvolvimento da Poltica Nacional de Humanizao em Nova Alvorada do Sul MS Brasil. Revista Vozes do Vale: Publicaes Acadmicas, Minas Gerais, v. 3, n. 2, p.1-17, maio 2013. Disponvel em: . Acesso em: 19 fev. 2015.

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