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HOMENAGEM IR. MATHILDE HSVP “CHORA” A PERDA DE SUA MAIOR REPRESENTANTE HEPATITES VIRAIS Crescimento de vitimas preocupa autoridades CARDIOLOGIA: Nova técnica cirúrgica amplia chances de quem tem Estenose Aórtica 27/11/1923 17/07/2012 Ano 2 • Número 7 • Ago/Set 2012 revi sta do Hospi tal São Vicente de P aulo Informativo bimestral do Hospital São Vicente de Paulo

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Revista HSVP 7

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HOMENAGEMir. MAtHildE

HSVP “CHORA” A PERDA DE SUA MAIOR

REPRESENTANTE

HEPAtitES VirAiSCrescimento de vitimas preocupa autoridades

CArdiOlOGiA:Nova técnica cirúrgica

amplia chances de quem tem Estenose Aórtica

27/11/1923 17/07/2012

Ano 2 • Número 7 • Ago/Set 2012

revista do HospitalSão Vicente de Paulo

Informativo bimestral do Hospital São Vicente de Paulo

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SUMÁRIO EXPEDIENTEHospital são Vicente de paulo - Rua Dr. Satamini, 333 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ - Tel.: 21 2563-2121.Fundado eM 1930 pelas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.diretoria Médica: Eliane Castelo Branco (CRM: 52 28752-5).conselHo adMinistratiVo: Ir. Marinete Tiberio, Ir. Custódia Gomes de Queiroz, Ir. Maria das Dores da Silva e Ir. Ercília de Jesus Bendine.conselHo editorial: Irmã Custódia Gomes de Queiroz - Diretora de Enfermagem; Irmã Ercília de Jesus Bendine - Diretora da Qualidade; Eliane Castelo Branco - Diretora Médica; Irmã Marinete Tibério - CEO do HSVP; Martha Lima - Gerente de Hospitalidade; Olga Oliveira - Gerente de Suprimentos; Vanderlei Timbó - Coordenador de Qualidade.edição: Simone Beja.teXtos: Silvana Caminiti, Andrea Mazilão e Maria Cristina Miguez.diaGraMação: Jairo Alt e Sumaya Cavalcanti.apoio editorial: Claudia Bluvol e Wilson Agostinho.iMpressão: Arte Criação

UM lEgADO ETERNO

Avanços da endoscopia ginecológica

Notas

Memória em dia

Homenagem Irmã Mathilde

Entrevista - Dr. Flávio Assad garcia

Nova técnica de tratamento estenose aórtica

Hepatites virais: saiba como hevitar

Ortopedia de primeiro mundo

1819

8,9

16,1714,1512,1310,11

Entrevista com Anamaria Carvalho Schneider 56,7

Quando a rouquidão não passa 4

Essa é uma das mais importantes edições da Revista do HSVP. Pelo menos para nós, da família Vicentina. Ela traz uma homenagem especial a Anália Jabour Salomão - fundadora e gestora do HSVP por quatro décadas - que faleceu na tarde de 17 de julho de 2012. Irmã Mathilde, como era chamada, foi uma mulher espetacular, que ousou tornar o seu sonho uma realidade, enfrentando todos os obstáculos e dificuldades apresentadas. Pessoa de fibra, corajosa, destemida frente aos desafios, mas que conservava sempre sua candura e bondade. Foi um grande exemplo para todos nós e sua memória será eterna para o Hospital São Vicente de Paulo.

Seu legado nos impulsiona, cada vez mais, na realização de um trabalho sustentado pelos pilares da ética, da valoriza-ção da qualidade médica e do atendimento humanizado. Por isso, nas próximas páginas anunciamos algumas de nossas importantes conquistas. Uma delas é a obra de melhoria que começa a ser feita no Serviço de Ortopedia, com conclusão prevista até o final do ano. Coordenada pelo especialista Ilídio Pinheiro, nossa Ortopedia foi escolhida como referência pela Seguradora Bradesco Saúde para atendimentos de emergência e urgência em traumatologia e cirurgia de coluna.

Quando olho para o que foi realizado só no primeiro semestre deste ano, consigo perceber que, embora tenha sido trabalhoso, o resultado foi gratificante. Avançamos em técnica e tecnologia. Exemplo disso é o novo procedimento que passou a ser realizado pelo Serviço de Cardiologia Intervencionista e Hemodinâmica. Trata-se de uma nova técnica ci-rúrgica de tratamento da estenose aórtica, que amplia as chances de sucesso entre os idosos, trazendo mais conforto e segurança.

Reportagens sobre prevenção às hepatites viriais, cuidados com as cordas vocais e a memória, além dos avanços da Endoscopia ginecológica são algumas contribuições de nossos valiosos especialistas para que você esteja sempre alerta à sua saúde.

Boa leitura!Ir. Marinete Tibério - CEO do HSVP

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Vídeo mostra as Metas internacionais de Segurança do Paciente

Já está disponível no You Tube, na Internet, o primeiro episódio do Programa Boas Práticas em Saúde. Produzido pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), o vídeo tem como tema central as Metas Internacionais de Segurança do Paciente. O HSVP foi um

dos hospitais convidados para essa edição, graças ao excelente trabalho que desenvolve no processo de identificação dos pacientes que chegam à instituição. O entrevistado foi Vanderlei Timbó (foto), Coordenador da Qualidade do HSVP. O hospital recebeu, em fevereiro, seu selo de reacreditação internacional, confirmando o respeito aos mais rígidos padrões de qualidade no atendimento.

responsabilidade Ambiental

Nos dias 20, 21 e 22 de junho, a cidade do Rio de Janeiro foi a capital mundial da sustentabilidade, sediando o Rio +20. Duas décadas após a primeira conferência do gênero recebida pelo País, a Conferência da ONU sobre Desen-volvimento Sustentável reuniu representantes de governos, empresas e ONgs de todo o mundo para discutir medidas socioeconômicas menos agressivas ao planeta. Há vários anos, o HSVP atua em quatro importantes fren-tes voltadas para a sustentabilidade: construção de telhados verdes; construção de prédios ‘sustentáveis’; com preser-vação de árvores nativas; captação e reaproveitamento da água da chuva; e programa de tratamento de resíduos químicos hospitalares, antes do descarte na rede de esgoto. Além disso, uma parceria com a Associação Beneficente Padre Navarro - situada em Benfica - garante a separação do lixo para venda em usinas de reciclagem.

inverno e as doenças respiratórias

O inverno começou no dia 20 de julho, derrubando a temperatura e tornando o ar mais seco e poluído. Por tudo isso, é hora de previnir-se contra as doenças res-piratórias mais frequentes nessa época. Para quem sofre de doenças crônicas de pulmão, como asma, bronquite crônica ou o enfisema pulmonar, a pneumologista do HSVP, Christina Pinho (foto), orienta procurar um especialista, ao aparecerem os primeiros sintomas. Idosos, gestantes e pessoas diabéticas devem ter ainda mais cuidado com as infec-ções respiratórias, como sinusite (inflamação dos seios da face), faringite (inflama-ção da mucosa da faringe), gripe, resfriado e pneumonia. “Elas tendem a se tornar mais graves para esse grupo, pois reduzem bastante a resistência do organismo”, explica a médica.

Para conferir o vídeo acesse: http://www.youtube.com/user/Acreditacao/videos

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Nódulo pode gerar rouquidão mais intensa

No caso do nódulo, ele costuma originar uma rouquidão de intensidade variável, por vezes mui-to intensa, principalmente quando o paciente usa muito a voz, como no caso de cantores ou apre-sentadores de TV.

Já o sintoma dos pólipos, como lembra o es-pecialista, costuma aparecer de repente, de um dia para o outro, em forma de rouquidão aguda, que surge depois de um esforço vocal. “Tanto o nódulo quanto o pólipo podem trazer também a tosse como sintoma, mas o primeiro sinal é mesmo a rouquidão. Em casos extremos, o pólipo pode resultar na dificuldade de respiração, devido ao tamanho do tumor benigno, explica Moreira, que ressalta que o grau de disfonia do paciente varia de caso para caso, dependendo do tamanho e a localização dos pólipos.

Para acabar com os nódulos o principal passo é eliminar a causa, seja ela a má utilização da voz ou a exposição a substâncias irritantes. Também é indicado a fonoterapia, em que o paciente vai aprender exercícios para reeducar a voz.

Já no caso dos pólipos, o paciente precisa ser operado para retirada do tumores benignos. A in-tervenção cirúrgica é rápida, e, em muitos ca-sos, dispensa internação em cerca de 10 dias após a cirurgia.

Uma das funções que mais usamos em nosso cotidiano é a voz. E por vezes percebemos que estamos roucos, o que pode ser resul-

tado de uma infecção na laringe. Em geral, esse tipo de rouquidão, que os médicos chamam de disfonia, causada pela gripe, constipações e infec-ções respiratórias, não requer maiores preocupa-ções. Porém, quando a rouquidão já dura mais de 15 dias, sem melhorar ou desaparecer, pode estar ocorrendo um problema mais grave, e é preciso procurar um especialista.

O médico luciano Moreira, do serviço de Otorrinolaringologia do HSVP, lembra que a rou-quidão pode ser sinal da presença de nódulo ou pólipos nas pregas vocais, que são doenças benig-nas, mas também ser sintoma de algo mais grave, como um câncer de laringe, por exemplo.

De acordo com o especialista, os nódulos e os pólipos são pequenas formações que ocorrem nas pregas vocais devido a irritação repetida ou per-sistente, que pode ser provocada pelo mau uso da voz ou pela ação de substâncias irritantes, como o tabaco e o álcool em excesso. “E o principal sin-toma é mesmo a rouquidão”, explica o médico.

QuANdo A rouQuIdão Não PASSA, é PrecISo

fIcAr AteNto! luciano Moreira, otorrinolaringologista do HSVP

Vencedora de seis grammys , a cantora e compositora inglesa Adele passou por cirurgia em novembro de 2012, para retirada de pólipo.

famosos tiveram pólipos e venceram o problema

A cantora e compositora britânica Adele passou, em novembro de 2011, por uma microcirurgia nas cordas vocais e está totalmente recuperada. A cirur-gia foi realizada no Hospital geral de Massachusetts que, em nota, divulgou ter extraído um pólipo benigno das cordas vocais, que causava um san-gramento recorrente.

No Brasil, O apresentador do programa Brasil Urgente, José luiz Datena foi operado, em janeiro, no hospital Albert Einstein, em São Paulo. No dia seguinte da operação, fez questão de postar em seu Twitter que a cirurgia havia corrido muito bem. Em entrevista à imprensa, jornalista esclareceu que não teve câncer e apenas extraiu um pólipo que lhe causava rouquidão e incômodo.

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Subsecretária geral de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro e doutora em Saúde Pública pelo Instituto de Medicina Social da Univer-

sidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Ana-maria Carvalho Schneider é especialista em gestão de Saúde pública e contratualização de hospitais filantrópicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Em entrevista à Revista do HSVP, Anamaria – que ocupou, ao longo de sua carreira, cargos em di-ferentes instâncias governamentais – fala sobre a Rede de Atenção Oncológica do Rio de Janeiro e a importância do HSVP dentro desse sistema.

Revista HSVP: O HSVP é uma das unidades que integram a Rede de Atenção Oncológica no muni-cípio do Rio de Janeiro. Como a senhora vê a par-ticipação da unidade, que realiza, gratuitamente, cirurgias oncológicas de alta complexidade?Anamaria Carvalho Schneider: A integração do HSVP à gestão do SUS para novas atividades assis-tenciais é uma promissora perspectiva para todos nós. Trata-se de uma parceria, que amplia o leque das atividades do HSVP para a cidade, em especial para a assistência a pacientes oncológicos e com afecções cardiovasculares graves. Revista HSVP: Como é feita a regulação do fluxo de pacientes oncológicos em tratamento para os serviços de diagnóstico, cirurgias e cuidados pa-liativos? ACS: A primeira etapa regulatória visa à agilização do diagnóstico, que vem sendo facilitada pelo for-talecimento de dispositivos de organização regio-nalizada, como os pólos de mama, por exemplo. A partir desse encaminhamento inicial, a regula-ção segue o modelo preconizado pelas linhas de cuidados, desde a atenção primária em Saúde até os procedimentos clínico-cirúrgicos, diagnóstico--terapêuticos de média e alta complexidade, como a Quimioterapia e Radioterapia.

Revista HSVP: O Ministério da Saúde reconhece que as entidades filantrópicas representam im-portante parcela do atendimento a pacientes com câncer no Brasil. No município do Rio de Janeiro, isso também ocorre? Qual a importância dos hos-pitais filantrópicos na rede de atenção oncológica?ACS: O município do Rio de Janeiro tem a ca-racterística de apresentar um maior número de unidades públicas no SUS e, com a Oncologia, o cenário não é diferente: a maioria das unidades habilitadas na Rede de Atenção em Oncologia é pública, sobretudo da esfera federal. Em relação à importância dos hospitais filantrópicos, destaco que a Cidade conta com o Hospital Mário Kröeff, que é filantrópico e presta relevante serviço, com essa característica de integralidade de atenção, complementarmente à Rede pública do SUS.Revista HSVP: Quais os principais desafios que ain-da existem para o paciente oncológico em relação ao acesso a serviços de diagnóstico e tratamento da doença?ACS: O pleno acesso à atenção de Média Com-plexidade, que compreende as etapas preliminares diagnósticas (e de estadiamento do câncer) no SUS ainda é um desafio, em todo o País, para todas as especialidades e, em Oncologia não é diferente.Revista HSVP: O paciente oncológico tem certas peculiaridades em relação aos portadores de ou-tras patologias. Em sua opinião, qual o impacto da humanização no atendimento para resolutividade do tratamento? ACS: De fato, diante de um paciente oncológico, há que considerar o tempo de atendimento em cada etapa da Atenção em Saúde e garantir pra-zos que não prejudiquem o paciente. Nesse sen-tido, as estratégias de humanização certamente resultam em agilização das etapas e podem contri-buir para facilitar a regulação e a disponibilização dos procedimentos necessários.

rede de AteNção oNcológIcA como eStrAtégIA PArA eNfreNtAr A doeNçAHospitais filantrópicos têm papel fundamental na oferta de serviços de diagnóstico e tratamento

A subsecretária geral de Saúde e Defesa do Rio de Janeiro, Anamaria Carvalho Schneider

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Um dos mais antigos serviços do HSVP, a Ortopedia tem conseguido manter uma trajetória inegável de avanços, compro-

vada pelos números e pela qualidade no atendi-mento aos pacientes. Por esse motivo, o setor vai iniciar uma fase de obras e reestruturação para tornar-se um novo centro especializado, com re-cepção exclusiva para quem busca tratamento de doenças e traumas ortopédicos e atendimento especializado em Medicina do Esporte. Hoje, só no ambulatório, são realizados cerca de 10,5 mil atendimentos por ano, número que deve dobrar com a criação do novo centro.

De acordo com Ir. Marinete Tibério, CEO do hospital, o serviço de Ortopedia foi escolhido pela operadora de saúde Bradesco como referên-cia no Rio de Janeiro para atendimentos de emer-gência e urgência em Ortopedia, traumatologia e cirurgias de coluna, justamente pela qualidade nos atendimentos e pela especialização de sua

equipe médica. “Temos condições de oferecer um serviço de excelência nas áreas de ortopedia e traumatologia e, nos próximos meses, vamos estender esse padrão de qualidade também aos procedimentos de reabilitação, como RPg e fisio-terapia. Fora isso, contamos com tecnologia de ponta, em termos de equipamentos para diag-nóstico por imagem”, lembra a CEO.

O novo centro estará concluído ainda em 2012 e um dos objetivos da reformulação é am-pliar a quantidade de cirurgias ortopédicas e de coluna realizadas na Instituição, que hoje somam pouco mais de 50 por mês. Como parte des-tas mudanças, terá início em agosto, a obra para criação de uma entrada exclusiva para os pacien-tes de emergência ortopédica. O centro contará com três consultórios, mais uma sala para pro-cedimentos. Além disso, serão adotadas ações voltadas para o bem estar do paciente, no pré e no pós-operatório, incluindo mudanças para agi-

ortoPedIA de PrImeIro muNdo

Serviço de Ortepedia contará com três consultórios e uma sala de procedimenhtos cirúrgicos

Serviço de Ortopedia inicia obras de reestruturação para se tornar Centro de Referência

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lizar a marcação de consultas e a confirmação de agendamento por SMS. “Haverá melhora no fluxo do atendimento e há previsão de que pro-cedimentos como raios-x, tomografia, ultrassono-grafia e ressonância magnética serem agendados para um mesmo dia, garantindo mais agilidade e conforto para médicos e pacientes”, explica Mi-chelle Mazo, representante da Deloitte, empresa que consultoria que participa da reformulação do Centro Ortopédico. Ainda de acordo com Mazo, outras medidas administrativas, como a padroni-zação de documentação, também serão adota-das para garantir ainda mais rapidez também à autorização das cirurgias.

diagnóstico clínico e de Imagem

A Ortopedia cuida das doenças e deformida-des dos ossos, articulações, músculos, tendões e ligamentos que formam o aparelho locomotor, que podem ser congênitas (de nascimento) ou adquiridas ao longo da vida. Essas patologias são diagnosticadas clinicamente e com auxílio de exames de imagem, como radiografia, tomogra-fia computadorizada e ressonância magnética e de exames clínicos, em consultas eletivas. Para o médico Ilídio Pinheiro, chefe do serviço de ortope-dia do HSVP, outro fator positivo para a qualidade do atendimento do setor de Ortopedia é o supor-te que recebe do centro de Radiologia do HSVP, dotado de tecnologia de última geração. “A qualidade do diagnóstico é também fundamental para a resolutividade do nosso trabalho”, afirma.

O Serviço de Ortopedia do HSVP, que co-meçou a funcionar em 1979, está capacitado a prestar atendimento especializado também aos pacientes com lesões do aparelho locomotor, que incluem as fraturas, luxações, rupturas de múscu-los, tendões e ligamentos. “Parte dos casos que chagam ao hospital está diretamente relacionada

a acidentes de trânsito, de trabalho, domésticos e do esporte. Dependendo da gravidade das le-sões, nossos especialistas contam com o apoio multidisciplinar, como nos casos de traumas de abdômen e tórax, por exemplo, que são trata-dos pelo cirurgião torácico”, esclarece Pinheiro, destacando que o serviço conta com médicos de todas as subespecialidades ortopédicas - coluna vertebral, ombro e cotovelo, mão e punho, qua-dril e pelve, joelho, e tornozelo e pé - , devida-mente certificados pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

tratamento cirúrgico para doenças degenerativas

O tratamento cirúrgico das doenças degene-rativas articulares, como, por exemplo, a artrose - principalmente de joelho, quadril e ombro - é outra especialidade do setor. De acordo com o Pinheiro, a estrutura existente na unidade permi-te agilizar e dar mais qualidade ao atendimento desses pacientes. E essa preocupação com o bom atendimento já tem resultados palpáveis: não é raro ver chegarem antigos clientes ao hospital, agora buscando atendimento para filhos ou ne-tos. “Temos muitos casos aqui de atendimento às três gerações de uma mesma família”, comenta o ortopedista. Pinheiro também destaca que os especialistas do setor, sempre que necessário, dis-cutem os casos clínicos, mesmo que à distância.

O grupo conta com um programa digital que permite que as imagens de raios-x possam ser vistas pelos médicos onde estiverem, inclusive fora do País, por meio da internet. “Esse é um importan-te recurso de comunicação que nos permite trocar ideias sobre o melhor procedimento a ser ado-tado”, conclui.

Ilídio Pinheiro, chefe da Ortopedia do HSVP

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memórIA em dIA

Esquecer um número de telefone, ou o que foi pegar na geladeira ou onde colocou o papel com a anotação de um endereço im-

portante... é normal. E nem sempre esses esque-cimentos representam um problema de memória.Podem ser falta de atenção. Em geral, falhas de memória começam a se apresentar depois dos 60 anos. Nas pessoas mais jovens, o esquecimento pode estar relacionado a outros fatores, como, por exemplo, distúrbios do sono ou estresse, entre outros. No caso de quem dorme mal, a pessoa pode ficar com menor capacidade de concentra-ção durante o dia, o que reflete diretamente na memória.

No caso do estresse, o médico Roberto lou-renço, chefe do serviço de geriatria do Hospital São Vicente de Paulo, usa como exemplo a situ-ação em que um jovem estudante que esteja fa-zendo uma prova do Vestibular. Ele está atento ao que está fazendo, mas não consegue se lembrar das informações que precisa, embora tenha estu-dado e se preparado para a prova. O especialista lembra que a atenção é um aspecto necessário para o armazenamento das informações, mas,

como lidamos com muitas delas em nosso dia a dia, o cérebro prioriza algumas e descarta ou-tras, assim detalhes que podem ocorrer em certo momento, como não se lembrar onde colocou a chave do carro, são normais.

Por outro lado, o envelhecimento causa a perda de neurônios e um dos resultados são as falhas de memória, que podem ser divididas em dois tipos: esquecimento (não se lembrar de fatos recentes e nomes de pessoas próximas, por exem-plo), e lentidão para consolidar e evocar as in-formações que continuam guardadas no cérebro. Além dessas duas situações distintas, há também a questão de idosos que enfrentam a diminuição da capacidade de retenção de informação, em função do uso contínuo de certos medicamentos, como ansiolíticos ou remédio para incontinência urinária. Neste último caso, segundo lourenço o efeito é reversível, ou seja, o paciente pode voltar a reter as informações.

Entre as doenças degenerativas cerebrais, a principal é o mal de Alzheimer, caracterizado pela perda progressiva das funções intelec-

Quando se preocupar com os esquecimentos

Roberto lourenço, chefe do Serviço de geriatria

DICAS PARA MANTER A MEMóRIA

• Pratiqueexercíciosfísicos,umadietabalanceadaecom consultas regulares ao especialista.

• Eviteproblemascardiovasculares,controlandoodiabetes, o colesterol e outros fatores de risco.

• Melhoreaqualidadedosono.Primeiro,porquedurante o sono reparador é que consolidamos as nossas memórias.

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NÃO ESQUEÇA DE FAZER A SUA INSCRIÇÃO A próxima palestra será sobre “Como Evitar Quedas” e contará com a participação do Serviço de Fisioterapia.

Data: 27 de setembro.Horário: das 9h às 12h.local: Centro de Convenções Irmã MathildeInformações e Inscrições: 2563-2147 ou [email protected]

tuais. Segundo lourenço, o primeiro sinal da do-ença é a incapacidade do paciente de se lembrar de eventos recentes, ou seja, a degeneração da memória de curto prazo. “Os familiares devem estar atentos quando o idoso passa a esquecer nomes e fisionomias com muita frequência, além de compromissos e datas”, alerta.

O geriatra lembra que o Alzheimer ainda não tem cura e o tratamento é farmacológico e sintomático, isto é, para tratar a depressão e os sintomas comportamentais, como delírios e aluci-nações, que estão associados à doença. Manter o cérebro “trabalhando” durante todas as fases da vida é a melhor forma de evitar a doença, se-gundo o especialista, que explica que o Alzheimer está associado ao depósito de placas chamadas b-amilóides (Ab) no cérebro. lourenço ressalta ainda que a doença piora com o tempo, e os sintomas nos estágios mais avançados incluem a debilitação de habilidades cognitivas e de lin-guagem, instabilidade emocional e até perda de memória a longo prazo.

Estudo publicado recentemente por pesquisa-dores do San Francisco VA Medical Center, nos Estados Unidos, mostrou que são seis os princi-pais fatores de risco para a demência: sedenta-rismo, abuso do álcool, depressão, tabagismo, diabetes, hipertensão na meia idade e obesidade.

ProgrAmA PreVeNção é SAÚde

Alguns problemas da terceira idade que afli-gem idosos e seus familiares estão relacionados à falta de memória. A consulta regular ao especia-lista pode diferenciar o esquecimento normal de uma falha de memória mais grave, que pode si-

nalizar até uma doença neurodegenerativa. Pode também chamar a atenção para outros cuidados necessários a um envelhecimento mais ativo e saudável. Neste sentido, um importante aliado é o programa Prevenção É Saúde, que oferece pa-lestras gratuitas aos frequentadores do hospital e aos moradores da grande Tijuca. Para o público da terceira idade, as palestras são promovidas pelo Serviço de geriatria do HSVP em parceria com outros serviços do hospital que estejam liga-dos ao tema em questão.

A gerontóloga do HSVP, Angelica Sanches, coordena os encontros. O mais recente contou também com a participação do chefe da Oftal-mologia do HSVP, Flavio Rezende, que esclare-ceu dúvidas e deu dicas para prevenir e tratar a catarata. “A questão da memória é sempre abordada na maioria das palestras. Apresenta-mos dicas e orientações sobre exercícios men-tais para estimular o cérebro. “Não é preciso aceitar passivamente os problemas relacionados ao esquecimento. Sempre é possível melhorar o desempenho da nossa memória”, lembra o ge-riatra Roberto lourenço

Palestras sobre prevensão orientam a população

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HePAtIteS VIrAIS: SAIbA como eVItArUsar preservativo, não compartilhar objetos perfuro-

cortantes e cuidar da higênie são formas de prevenção

“é PoSSíVel Se Proteger dA doeNçA, tomANdo A VAcINA, APlIcAdA grAtuItAmeNte NoS

PoStoS de SAÚde, em trêS doSeS, PArA PeSSoAS Até 29 ANoS”

A

DBCE

A hepatite é uma inflamação no fígado que pode alterar o funcionamento do órgão, em função da destruição das células, po-

dendo levar a complicações graves, como cirrose e câncer. As formas mais comuns de hepatite são as virais, classificadas por letras do alfabeto: A, B, C, D e E. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), as de tipo B e C são bastante fre-quentes. Em ambos os casos, o vírus é transmitido por meio do contato com sangue contaminado. No caso do tipo B, a transmissão também se dá por meio do sexo sem uso de preservativo.

“As hepatites B e C são doenças silencio-sas, em que os sintomas as vezes podem levar anos para aparecer. Elas só vêm a se ma-nifestar quando já têm complicações, como cirrose, ou câncer de fí-gado, ou ainda uma insuficiência hepática. Isso

pode levar anos. Mas, se forem diag-nosticadas precocemente, a chance

de cura pode chegar a até 70%, explica a hepatologista Ana lucia Silva Souza, do Hospital São Vi-cente de Paulo . Ela lembra que

no caso do paciente já ter desen-volvido, por exemplo, a cirrose,

fica mais difícil a resposta positiva ao tratamento.

Já a infectolo-gista Isabella Albu-querque, também do HSVP, lembra

que o contato com sangue contaminado pode ocorrer por meio da transfusão de sangue, e compartilhamento de material perfurante e cortante, como seringas, agulhas, lâmina de barbear, material para colocação de piercing e tatuagens, ou alicate de unha. “Nos dois casos, os sintomas, em estágios agudos, são cansaço, tontura, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, perda de apetite, olhos amarelados, urina escu-ra e fezes claras”, explica.

A especialista lembra que, no caso da he-patite B, a boa notí-cia é que a maioria dos pacientes elimi-na o vírus e evolui para a cura definiti-va. Entre 5% e 10% dos casos, porém, o vírus, denominado VHB, persiste no or-

ganismo e a doença torna-se crônica, poden-do evoluir para cirrose hepática e câncer de fígado. No entanto, é possível se proteger da doença, tomando a vacina, aplicada gratui-tamente nos postos de Saúde, em três doses, para pessoas até 29 anos.

“A segunda dose é aplicada um mês de-pois da primeira, e a terceira após seis meses. Pessoas de grupos considerados mais vulnerá-veis, como gestantes, caminhoneiros, militares, bombeiros e manicures, podem receber a vaci-na, mesmo se tiverem 30 anos ou mais”, conta Isabella. Atualmente, de acordo com dados do MS, cerca de 800 mil brasileiros tem o vírus da hepatite B. Desses, 70% não apresentam os sintomas da doença.

A hepatologista Ana lucia Silva Souza, do HSVP:Hepatites B e C, se forem diagnosticadas precocemente, têm até 70% de chance de cura.

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DBCE

amente, como ocorre com a hepatite B. Segundo ela, essas pessoas desenvolvem a forma crônica mantendo o processo inflamatório por muitos anos, a chamada hepatite crônica. Trata-se de um período médio de 20 anos, – podendo ocorrer cirrose, insuficiência hepática e câncer do fígado. Como na maioria dos casos a doença não gera sintomas, quanto mais cedo o diagnóstico, melhor.

“Dependendo da carga viral e do tipo do vírus C, o tratamento pode durar cerca de um ano. A chance de cura varia de 50% a 80%, conforme o caso. E, ao contrário da hepatite B, não há uma vacina capaz de prevenir a hepatite C”, ressalta Ana lucia.

Hepatite tipo A

A hepatite A é uma doença de alta pre-valência no Brasil, principalmente em regiões mais pobres. A via fecal-oral é a principal via de transmissão seja pelo contato inter-humano ou através de alimentos e água contaminados. Por isto é muito importante os cuidados de hi-giene como sempre lavar as mãos após ir ao banheiro, ingerir água potável e lavar e higie-nizar adequadamente os alimentos. A maioria das pessoas consegue eliminar naturalmente o vírus A. Apesar de existir vacina (não disponível no serviço público de saúde), as melhores for-mas de prevenção da doença são saneamento básico (tratamento de esgoto e água) e higiene no preparo de alimentos.

No caso da Hepatite D, conhecida como Delta, o vírus depende da presença do vírus do tipo B para infectar uma pessoa. Suas formas de trans-missão, prevenção e tratamento são semelhantes aqueles da hepatite B. Por último, a Hepatite tipo E. No Brasil não há registro de epide-mia associada ao vírus da hepatite E, no entanto ela é endêmica em países como Peru, México e Índia. A transmissão se dá via fecal-oral, e ocorre através da ingestão de água e alimentos contaminados. A transmissão direta de uma pes-soa para outra é rara e a doença está relacio-nada a condições de saneamento básico, como a hepatite A.

Hepatite tipo c

O Ministério da Saúde estima que dois mi-lhões de brasileiros estejam infectados com o VHC, responsável por mais de 70% das mortes entre todos os casos de hepatite ocorridos nos úl-timos 10 anos no Brasil.

Pesquisa encomendada pela Sociedade Bra-sileira de Hepatologia (SBH) e apresentada no último Congresso Brasileiro de Hepatologia, em setembro de 2010, mostrou que mais de 80% dos brasileiros nunca fez o teste para detectar a he-patite C, transmitida pelo vírus VHC. A pesquisa foi respondida por 1.137 pessoas, com idades a partir dos 18 anos. O resultado apontou ainda que 51% das pessoas entrevistadas não sabiam o que é a doença, nem que pode ser detectada com um simples exame de sangue.

“Os danos hepáticos causados pelo vírus da hepatite C são fibrose e falência hepática, cirrose, hipertensão e câncer. Apesar de a transmissão se-xual não ser considerada significativa, existem for-mas de contrair o HCV fazendo sexo sem preserva-tivo”, comenta a hepatologista Ana lucia. Dados do MS sugerem que pessoas portadoras de outras doenças de transmissão sexual, como o HIV, têm um risco maior de adquirir ou transmitir o vírus C.

A especialista explica que entre 50% e 80% das pessoas que se infectam com o vírus da hepatite C não conseguem se curar da doença espontane-

A infectologista Isabella Albuquerque:a maioria dos casos de hepatite B evolui

para cura definitiva

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eSteNoSe AórtIcANova técnica cirúrgica é menos invasiva e ainda mais segura

Uma nova técnica de tratamento para a estenose aórtica – cardiopatia mais co-mum na terceira idade e que afeta cerca

de 3% da população acima dos 75 anos – vem garantindo mais qualidade de vida aos idosos portadores da doença. Até bem pouco tempo, a substituição da valva aórtica por meio de cirurgia era a única opção de tratamento, porém, como o risco cirúrgico e a existência de comorbida-des aumentam expressivamente com o avançar da idade, mais de 1/3 dos idosos não poderam se submeter a cirurgia. Para pacientes que apresentam elevado risco cirúrgico, os mais conceituados centros de cardio-logia do Brasil estão realizando o implante da valva aórtica por via percutânea.

“O implante da válva aór-tica é feita por meio do cate-terismo cardíaco. É menos in-vasivo, com bons resultados e substitui a necessidade de cirur-gia. A técnica é considerada uma opção de tratamento fundamen-tal para cerca de 50% dos idosos com estenose aórtica grave que apresentam alto risco cirurgico”, diz o cardiologista Cyro Var-gues Rodrigues, chefe do Serviço de Cardiologia Intervencionista e He-modinâmica do HSVP. O médico liderou a equipe que realizou,

recentemente, os dois primeiros procedimentos usando a nova técnica no hospital.

Vargues lembra que a técnica foi usada pela primeira vez na Alemanha, em 2004, e hoje o implante vem sendo feito em hospitais de países europeus, nos Estados Unidos e no Canadá. O método conta com a aprovação do FDA (Food and Drug Administration), o órgão do governo dos EUA que faz o controle de medicamentos, alimentos e equipamentos médicos utilizados

no paíz. No Brasil, a técnica começou a ser usada em meados de 2008 e hoje é re-

alizada em alguns hospitais creden-ciados nos estados do Rio grande do Sul, São Paulo e Minas gerais, além do Rio de Janeiro. Validada pelo Conselho Federal de Medi-

cina, que deu parecer liberando o método como procedimento terapêutico, com segurança e eficácia reconhecidas. Dados

da Sociedade Brasileira de He-modinâmica e Cardiologia Interven-cionista mostram que mais de sete

mil pacientes em todo o mundo já passaram pelo procedimento,

sendo que deste total, 100 foram realizados no

Brasil.

Cyro Vargues, Chefe do Serviço de Cardiologia Intervencionista e Hemodinâmica do HSVP

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Medicina cardiovascular brasileira acompanha avanços mundiais

“As pesquisas mostram que os procedimen-tos foram realizados com altas taxas de sucesso e baixos índices de complicações. Além disso, os resultados dos estudos clínicos mais recen-tes mostram que houve significativa redução da mortalidade - 20% ao final de um ano - e melhoria na qualidade de vida do paciente, em relação ao paciente que passou pelo trata-mento convencional”, diz Vargues.

O especialista lem-bra que a estenose aórti-ca é uma doença causada pela calcificação da vál-vula aórtica, que obstrui a passagem de sangue do coração. Esse estreitamen-to compromete o bombeamento diminuindo a quantidade de sangue liberada pelo coração ao organismo. “É uma doença degenerativa. Con-forme a pessoa envelhece, a válvula do coração vai envelhecendo também, e o resultado é que a válvula aórtica vai ficando entupida e o sangue deixa de passar livremente, causando a doença. Fadiga, dor no peito, dificuldade em respirar e desmaios são alguns dos sintomas”, esclarece o cardiologista.

Segundo ele, muitos pacientes não podem ser submetidos à cirurgia para substituição da val-va aórtica em decorrência do alto risco operatório, em função da idade e por apresentarem comorbi-dades também relacionadas ao envelhecimento, como hipertensão pulmonar, doença pulmonar obstrutiva grave, cirurgia cardíaca prévia e aorta em porcelana. “Anualmente, cerca de 200 mil ci-

rurgias para substituição da válvula cardíaca são realiza-das no mundo, entretanto, o elevado risco cirúrgico faz com que mais de 1/3 dos pacientes que necessitam da cirurgia não possam fazê--la”, comenta.

A recuperação do pa-ciente submetido à substituição da valva aórtica por via percutânea é rápida e muito mais fácil em rela-ção ao paciente que passa pela cirurgia cardíaca. “Com o implante da válvula aórtica por via percu-tânea, o paciente faz o procedimento só com uma sedação, em alguns casos sem anestesia geral, e, alguns dias depois, já está em casa, realizando suas atividades habituais”, explica o especialista, que res-salta que o tempo médio de internação do paciente submetido à nova técnica é de três a quatro dias.

“o ImPlANte dA VálVulA AórtIcA Por VIA cutâNeA é um ProcedImeNto meNoS

INVASIVo, com boNS reSultAdoS e Que SubStItuI A NeceSSIdAde de cIrurgIA”

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A nova técnica usada no HSVP é mais um exemplo de que a medicina cardiovascular tem se tornado um dos destaques em termos de novos procedimentos e novas tecnologias para diagnóstico e tratamento na área da saúde no Brasil. Entre os procedimentos re-centemente adotados pelos especialistas da área estão a cirurgia cardíaca minimamente invasiva videoassistida- em que a incisão de até 25 centímetros é substituída por uma cin-co vezes menor –; o uso de stent farmacológi-

co, que é revestido com medicamentos que reduzem a chance de uma reestenose (estreitamento da artéria, causado por um crescimento anormal da parede do vaso); e o implante de próteses no apêndice atrial ou auriculeta esquerda (saliência de aproximadamente dois centímetros lo-calizada na superfície do átrio esquerdo do coração e principal local de acúmulo de coágulos), para prevenir embolias, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC).

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Desde que se especializou como neuroci-rurgião, em 1978, o médico Flávio Assad garcia, formado pela Universidade Fe-

deral do Rio de Janeiro (UFRJ), atua no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP). Ao longo dos anos, ele acompanhou todas as mudanças ocorridas, tendo assistido desde a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do prédio atual do HSVP, até as mais recentes medidas de modernização implementadas pela Ir. Marinete Tibério, CEO do HSVP. “Estou entusiasmado com o empenho da atual Diretoria para modernizar a gestão do HSVP”, comenta.

Com uma longa trajetória na área de neuroci-rurgia, Flávio Assad garcia, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e responsável pelo Serviço de Neurocirurgia do hospital, conta para a revista do HSVP um pou-co do que vivenciou profissionalmente ao longo dos 34 anos de carreira. Para ele, o desafio é fator constante na área.

“A neurocirurgia é uma especialidade médica em que todos os dias há grandes desafios, por isso temos que estar constantemente atualizados, concentrados e contar com equipamentos mo-dernos para realizar a prática médica da melhor forma possível. Costumo enfrentar essas situações várias vezes na semana, e felizmente, na grande maioria dos casos, conseguimos sucesso em nos-so trabalho”, comemora.

revista HSVP: o que o levou a escolher a neurocirurgia como especialidade?

flávio Assad garcia - Eu decidi pela neurocirur-gia assim que entrei na faculdade, principalmen-te por considerar essa área desafiadora. Queria atuar em uma área da medicina de alta com-plexidade, que me fizesse sentir realizado profis-sionalmente. Talvez, isso tenha a ver com minha formação básica do interior de São Paulo, pois

venho de uma origem humilde. Eu vim para o Rio de Janeiro com a ambição de buscar formação numa área difícil que é a medicina. Tenho sempre buscado superar barreiras.

revista HSVP: Nesses 34 anos como neuroci-rurgião, quais foram as principais mudanças ocorridas nessa especialidade?

fAg: Acompanhei várias revoluções na Neu-rocirurgia. A primeira delas foi a introdução do microscópico cirúrgico, que nos possibilitou a realização de microcirurgias. Hoje, ele é indis-pensável na maior parte desses procedimentos, pois magnífica e ilumina o campo cirúrgico e nos possibilita uma visualização mais precisa da área cerebral. A segunda revolução que pude acompanhar foi em termos de diagnóstico por imagem, como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética. Mais recentemente houve a introdução da neuronavegação cerebral, e o

umA SólIdA cArreIrA dedIcAdA Ao HSVP

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revista HSVP: o que é importante para a for-mação de um neurocirurgião?

fAg: A residência em Neurocirurgia, que é um dos meios necessários para conseguir o certifi-cado de especialização desses profissionais, tem duração de cinco anos para ser concluída. O mé-dico deve fazer um concurso para se candidatar a essas vagas, que, na verdade, funcionam como um funil, já que geralmente apenas um candidato por ano, em cada serviço, consegue entrar. Essa prova é feita pela FESP. Nos grandes centros de medicina, esse modelo de formação é fundamen-tal, pois você só pode exercer a especialidade caso tenha o título de especialista ou o título de residência, que pode ser conquistado por meio de entidades credenciadas pelo MEC e reconhe-cidas pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN).

revista HSVP: o senhor explicou que a Neurocirurgia exige uma grande respon-sabilidade do profissional. Quais as outras especialidades envolvidas no trabalho do neurocirurgião?

fAg: O auxilio oferecido pelo neuro-intensivista, neuro-radiologista e radiologista intervencionista, por exemplo, é uma parte fundamental para o sucesso do tratamento dos pacientes. Vale lembrar que ninguém trabalha so-zinho em Medicina. O trabalho sempre é fei-to em equipe. Todo profissional precisa contar com uma es-trutura que envolve pessoas e tecnologia.

aprimoramento de outras técnicas. Isso tudo mu-dou de uma maneira fantástica a prática neuro-cirúrgica, pois anteriormente tínhamos que usar métodos invasivos para entender o que ocorria dentro do crânio e da coluna e as cirurgias eram muito traumáticas.

Todas essas práticas nos levaram ao conceito que hoje chamamos de “respeito ao cérebro”. Há um interesse cada vez maior em conhecer melhor a anatomia microcirúrgica do sistema nervoso e desenvolver técnicas e tecnologias que nos pos-sibilitem maior segurança ao tratar de lesões do cérebro e da coluna.

revista HSVP: desde o início da sua carreira o senhor está no HSVP, pode falar um pouco sobre sua experiência no hospital?

fAg: Comecei aqui aos 27 anos e acompanhei o hospital desde a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do prédio atual e toda a re-alização do projeto idealizado pela irmã Mathil-de. lembro como se fosse ontem da inauguração solene com a presença do então presidente da República João Baptista Figueiredo. Em 2008, assumi o cargo de chefia da neurocirurgia. Hoje, a minha equipe conta com médicos jovens, como o sespecialistas Marlon Caetano e Neder Haikal, que também respondeu pelo atendimento aos pa-cientes neurocirúrgicos que procuram o hospital.

Estou entusiasmado com esse empenho da Irmã Marinete em modernizar a gestão do HSVP para mantê-lo como uma das referencias do alto padrão da medicina no Rio de Janeiro. Em termos de equipamentos médicos, por exemplo, ele é au-to-suficiente, e oferece aos profissionais e pacien-tes toda a tecnologia necessária para desenvolver a nossa prática com qualidade.

Flavio Assad Garcia - Neurocirurgião

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“Irmã Analia Jabour Salomão, Irmã Mathilde, como era chamada, foi uma mulher espetacular, que ousou tornar o seu sonho uma realidade, enfrentando todos os obstáculos e dificuldades apresentadas. Era uma mulher de fibra, corajosa, destemida frente aos desafios, não obstante conservasse sempre sua candura e bondade. É um grande exemplo para todos nós e sua memória será eterna para o Hospital São Vicente de Paulo.”

Irmã Marinete Tibério

“Irmã Mathilde foi uma criatura chamada por Deus para ser filha da caridade. E ela correspondeu e se dedicou a esse chamado, seguindo os ensinamentos de São Vicente de Paulo, como organização, firmeza e o tratamento igual a todos.”

Irmã Josefa Lima

Irmã mAtHIldefAmílIA VIceNtINA e Setor de SAÚde Perdem um de SeuS mAIoreS NomeS

Faleceu, na tarde do dia 17 de julho de 2012, aos 89 anos de idade, Anália Jabour Sa-

lomão. O amor ao próximo norteou a vida dessa paulista que descobriu, aos quinze anos de idade, sua vo-cação: servir a Deus e ajudar aos necessitados. A trajetória de Irmã Mathilde está intimamente ligada à história do próprio HSVP quando, em maio de 1967 - já com experiência no Brasil e no Exterior nas áreas de Enfermagem e Pesquisa - foi convi-dada pelo Conselho Provincial da Companhia das Filhas da Caridade para assumir a gestão do hospital. O desafio era colocar o HSVP em fun-cionamento, com uma melhor estru-tura de atendimento, acompanhando os avanços da medicina. À frente da reformulação, Irmã Mathilde garan-

tiu que novos serviços fossem ofere-cidos. E a qualidade fez aumentar a demanda, gerando a necessidade de ampliar ainda mais. Foram então iniciadas as obras de construção de um novo prédio para o HSVP. Com determinação, dedicação e fé, Irmã Mathilde acompanhava pessoalmen-te o andamento da obra, contando com o apoio das Irmãs do Conselho e de alguns médicos.

Situações difíceis e vários obstá-culos se apresentaram no caminho de Ir. Mathilde e, apesar de muitos che-garem a duvidar de sua capacidade de alcançar uma meta tão audacio-sa, 11 anos depois, em novembro de 1980, o HSVP foi inaugurado, com a presença do então Presidente da República, João Baptista Figueiredo.

“Nós vamos conseguir”. Essa sempre foi a postura de Irmã Mathil-de, alicerçada na fé e na coragem. Unindo força de vontade e sabedo-ria, Analia Jabur Salomão criou um dos hospitais que hoje está entre os melhores do País. Em entrevista à re-vista da Academia Brasileira de Ad-ministração Hospitalar (ABAH), Irmã Mathilde, na época Diretora Superin-tendente do HSVP, justificava como o Hospital se tornou referência de qua-lidade e humanização no atendimen-to à Saúde: “As pessoas procuram o hospital porque querem ser atendidas pelos nossos profissionais exclusivos. Dessa forma, a relação médico-pa-

“Irmã Mathilde era uma pessoa muito ativa, com uma formação em Enfermagem de dar inveja a qualquer médico tal era sua habilidade em determinados procedimentos. Posso dizer que a grande chance que tive na minha vida foi de conhecê-la de perto, de ter tido a sorte de ter recebido seu carinho que era enorme.” Dra. Eliane Castello Branco – Diretora MédicaHospital São Vicente de Paulo - pág. 16

“O que mais admirava na Irmã Mathilde era a valorização e a sensibilidade para o atendimento ao pobre. Ela dizia que a única riqueza que o pobre possui é a saúde e nós, e que nós, como Instituição Religiosa e de Saúde, temos que proporcionar o apoio para que eles preservem essa riqueza.”

Irmã Custódia Gomes de Queiroz

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Irmã mAtHIldemento em hospitais daqui, pois como dizia, “é preciso adaptar, não

adotar modelos diferentes. Deve--se levar em consideração a cultura e a realidade brasileira”.

De volta ao Rio, foi convocada pelo Instituto de leprologia do Servi-ço Nacional de lepra, do MS, para executar um plano pioneiro destina-do a pesquisa de novas drogas para a doença, no Hospital Frei Antônio, em São Cristovão, onde as Filhas da Caridade prestavam serviços gerais. Ficou lá dois anos. Em 1962, a Con-gregação foi contratada para orga-nizar e gerir o serviço de enfermagem e de infra-estrutura do Hospital dos Bancários do IAPB- Instituto de Apo-sentadoria e Pensões dos Bancários, atual Hospital da lagoa. Cinco anos depois, a religiosa assumia a adminis-tração do HSVP, onde ficou até 2008.

“O que mais me marcou em relação à Irmã Mathilde foi o dinamismo, a inteligência, a força e a vontade de viver. Ela sempre esteve atenta aos detalhes e cuidou dos colaboradores. Graças ao empreendedorismo da Irmã Mathilde e das Irmãs que ajudaram na época, o HSVP existe e beneficia não só os pacientes mas nós colaboradores que sustentamos nossas famílias com nosso trabalho.”Rita de Cássia Balbina – Fisioterapeuta Hospital São Vicente de Paulo - pág. 17

exemPlo de fé crIStã, corAgem e determINAção

ciente é fortalecida por laços fortes de amizade, respeito mútuo e dignidade”.

Irmã Mathilde veio para o Rio de Janeiro aos 17 anos, para estudar Enfermagem. Seu objetivo era me-lhor se dedicar aos pobres, atenden-do sua vocação de servir a Deus. Em 1944, formou-se na Escola de Enfer-magem luísa de Marillac. Para ela, obter o consentimento de sua mãe para fazer parte da irmandade das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, logo após o término do curso de enfermagem, foi uma de suas pri-meiras vitórias. Após concluir o novi-ciado, foi trabalhar numa das salas de cirurgias da Santa Casa de Mise-ricórdia. Depois, como professora de enfermagem, foi trabalhar no antigo Hospital do IAPTEC, atual Hospital geral de Bonsucesso.

Em 1958, graças à dedicação e constante busca por conhecimento, recebeu uma bolsa de estudos em um programa de cooperação dirigi-do pelo Serviço Especial de Saúde Pública dos Estados Unidos. Irmã Mathilde passou 14 meses num cur-so de especialização em serviços de Enfermagem

e de técnicas de ensino, na Uni-versidade de Saint louis. Ao final, es-tagiou no Charity Hospital de Nova Orleans. Ao se referir a esse período, ela demonstrava grande alegria pela oportunidade de aprendizado, que ela tratou de adaptar para o atendi-

“Irmã Mathilde sempre foi uma pessoa extraordinária, amiga, irmã, e, em certas ocasiões, fazia até o papel de mãe, não só para nós, mas para nossa família. Foi muito bom e gratificante tê-la conhecido e morado com ela. Muito me ensinou, é um marco na minha vida que vou guardar para sempre.”Irmã Ercilia

“Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em plenitude”. João 10,10. Com essas palavras, Jesus definiu sua missão nesse mundo. Assim também foi a missão de Irmã Mathilde, que em sua caminhada religiosa e profissional buscou sempre humanizar a técnica para fazer dela veiculo da ternura de Cristo.” Irmã Zenóbia Torres

“Uma verdadeira filha da caridade. Uma profissional de saúde com visão de futuro e que sempre trabalhou para a valorização das mulheres. Ela sempre dizia que antes de morrer gostaria de realizar o sonho de ver uma mulher como Presidente da República e esse sonho ela realizou.”

Irmã Maria das Dores da Silva

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lAPAroScoPIA SINgle PortTécnica moderna traz mais conforto

e praticidade para pacientes

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Até poucas décadas atrás, seria inimaginá-vel um procedimento cirúrgico que não demandasse todas as consequências ope-

ratórias temidamente conhecidas: internações com longo processo de recuperação, possibilida-de de infecções hospitalares, cicatrizes visíveis e alto custo financeiro. Com o passar dos anos, os avanços na tecnologia possibilitaram novas for-mas de tratamentos cirúrgicos, menos agressivos. A cirurgia minimamente invasiva [CMI] é um bom exemplo que pode ser aplicado em diversas áreas médicas. Desenvolvida em países europeus e nos Estados Unidos, a técnica garante recuperação rápida do paciente, já que não há incisões cirúr-gicas de grande porte.

Na ginecologia, as cirurgias minimamente invasivas surgiram como um aperfeiçoamento de uma técnica mais antiga: a endoscopia ginecoló-gica, cujos primeiros experimentos surgiram nos anos 40, ganhando força a partir da década de 1970. A endoscopia ginecológica pode ser la-paroscópica ou histeroscópica e, em ambos os tipos, podem ser realizados diagnósticos e trata-mentos de várias doenças.

O chefe do Serviço de Endoscopia gineco-lógica do Hospital São Vicente de Paulo e coor-denador do curso de Pós-graduação em Endos-copia ginecológica da Fiocruz, Cláudio Crispi, explica que as CMIs ginecológicas são indicadas para tratamentos abdominais e pélvicos. “Mio-mas, endometrioses, pólipos e cistos podem ser tratados por via laparoscópica. Problemas que requerem intervenção abdominal também podem ser resolvidos com a técnica da CMI histeroscópi-ca, como nos casos de histerectomia, a retirada do útero”, exemplifica o médico.

Vídeolaparoscopia Single Port

Dentre as técnicas de cirurgia ginecológica minimamente invasiva, a single port - ou por por-tal único, em tradução livre - representa o que há

de mais moderno no mercado mundial de saúde. Na cirurgia videolaparoscópica tradicional, um instrumento com uma câmera de vídeo acoplada é inserido no paciente. Outras duas ou três inci-sões são feitas para a passagem do restante do instrumental. Na videolaparoscopia single port, os instrumentos cirúrgicos são mais delicados e podem ser introduzidos exclusivamente por uma discreta incisão no umbigo.

“Essa técnica é um avanço nas cirurgias lapa-roscópicas porque agride muito pouco a parede abdominal, ao contrário das cirurgias abertas e até mesmo da laparoscopia tradicional”, comen-ta Cláudio Crispi, que é autor do livro Tratado de VideoEndoscopia ginecológica.

Os ganhos para a paciente são muitos: redu-ção significativa das complicações pós-operató-rias e menor dano à estética, já que a pequena cicatriz fica camuflada na cavidade umbilical. Po-rém, o procedimento exige mais da equipe médi-ca. “O single port limita a movimentação cirúrgica. Por isso, a equipe precisa se manter em constante atualização técnica, para alcançar os benefícios do procedimento”, pondera o especialista.

O setor de ginecologia do HSVP é considera-do referência na área médica, não só pela equipe altamente especializada, como também por con-tar com equipamentos de última geração.

Novidade

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Colesterol alto, combata esse mal!

As doenças cardiovasculares são as principais responsáveis pelos óbitos registrados todos os anos no País. Um dos fatores de risco para essas patologias - e que pode ser evitado – é o aumento do colesterol. Embora seja um tipo de gordura essencial para o organismo, quando o colesterol está alto ele pode se tornar maléfico, pois faz com que a gordura seja depositada nas paredes dos vasos sanguíneos. Com o tempo, a gordura depositada diminui o fluxo de sangue em regiões importantes do corpo, como cérebro, coração e rins. Além disso, as placas podem eventualmente soltar-se, podendo ocasionar uma trombose ou um acidente vascular cerebral (AVC). Por tudo isso, dia 8 de agosto são realizadas diversas campa-nhas, para conscientizar a todos sobre a necessidade de evitar o colesterol alto.

O cardiologista Cyro Vargues Rodrigues, chefe do Serviço de Cardiologia Intervencionista e He-modinâmica do Hospital São Vicente de Paulo, alerta que o colesterol alto não apresenta sintomas, mas pode ser detectado com um exame de sangue. Vale lembrar que algumas pessoas podem ter predisposição genética para a doença, o que combinado ao tabagis-mo, ao estresse, à vida sedentária, ao diabetes e à pressão arterial elevada pode contribuir para a ocorrência da enfermidade. Evitar a alimentação rica em gorduras é um dos primeiros passos para se evitar o colesterol alto. Para baixar o colesterol, o médico orienta a prática regular de exercícios e uma dieta rica em

frutas, legumes e verduras.

De pais para filhos

Atualmente, poucos hospitais podem dizer que contam com três gerações – avô, pai e filho de uma mesma família - trabalhando no atendimento aos seus pacientes. O HSVP é um deles. Aproveitamos a proximidade do Dia dos Pais, para resgatar um pouco da história destas famílias e estender a homena-

gem a todos os Pais do Brasil.

O médico Pedro Moacyr de Aguiar foi, durante anos, chefe do serviço de Oftalmologia do HSVP. A paixão pela medicina foi herdada por seu filho guilherme Ribeiro Aguiar, Clínico

geral e Intensivista do HSVO. Hoje, além de guilherme, trabalham na unidade suas filhas luisa e Helena Aguiar. luisa, assim como o avô, é oftalmologista. Já Helena é psicóloga.

O pai conta que embora atuem em diferentes especialidades, todos costumam trocar experiências e, por várias vezes, as conversas de família acabam na discussão informal dos casos atendidos. “A cobrança, que já é altíssima na área, é ainda maior em uma família de médicos. Em contrapartida, a oportunidade de troca de conhecimento e referencias é gratificante”, comenta guilherme.

Já o ortopedista e traumatologista Alfredo Villard, que ingressou no HSVP em 1985, diz que o hospital é como uma segunda casa para sua família. Ele e o filho, João gabriel de Cerqueira Campos Villard, que entrou para sua equi-pe neste ano, atuam na mesma área. O pai de Alfredo, Dr. Ciríaco, hoje falecido, também foi ortopedista. Apesar do respaldo familiar, se foca na qualificação profissional. “Nos preocupamos em estudar constantemen-te, afinal de contas é a dedicação que faz um profissional de excelência, não o sobrenome” afirma.

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