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r",\ FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ CENTRO DE PESQUISA AGEU MAGALHÃES • CPqAM DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLETIVA- NESC :f"';, f?',\ '! é T 1;1 i \& .. Tapacurá: Uma descrição as""SUirfloiUiiçOesfsanitárias e ambientais voltadas para o abastecimento de populações urbanas Autores: Marise Helena de Araújo Ricardo Fabiano Ponte Nunes Orientador: Professor Henrique Fernandes da Câmara (043.41) 11 2003 11 A658t Recife - 2003

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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ CENTRO DE PESQUISA AGEU MAGALHÃES • CPqAM

DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLETIVA- NESC

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~tr"·"~··-~~~·· .. ~·n··--"1 Tapacurá: Uma descrição as""SUirfloiUiiçOesfsanitárias e ambientais

voltadas para o abastecimento de populações urbanas

Autores: Marise Helena de Araújo Ricardo Fabiano Ponte Nunes

Orientador: Professor Henrique Fernandes da Câmara

(043.41) 11 2003 11

A658t Recife - 2003

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MARISE HELENA DE ARAÚJO RICARDO FABIANO PONTE NUNES

Tapacurá: Uma descrição das suas condições sanitárias e ambientais voltadas para o abastecimento de populações urbanas

Trabalho de conclusão apresentado como

requisito parcial à obtenção do título de especialista

no Curso de Pós-Graduação latu sensu em nível de

especialização em Saúde Pública do Departamento de

Saúde Coletiva I CPqAM I FIOCRUZ I MS, sob a

orientação do Professor Henrique Câmara

Recife - 2003

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MARISE HELENA DE ARAÚJO RICARDO FABIANO PONTE NUNES

Tapacurá: Uma descrição das suas condições sanitárias e ambientais voltadas para o abastecimento de populações urbanas

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial à obtenção do título de

Especialista no Curso de Pós-Graduação latu sensu em nível de Especialização em Saúde

Pública do Departamento de Saúde Coletiva/CPqAMIFIOCRUZ/MS, pela Comissão formada

pelos professores:

Orientador: Professor Msc Henrique Fernandes da Câmara NESC I CPqAM

De batedora: Professora Msc Idê Gomes Gurgel - NESC/CPqAM

Recife - 2003

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Tapacurá: Uma descrição das suas condições sanitárias e ambientais voltadas para o abastecimento de populações urbanas

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Departamento de Saúde Coletiva/CPqAM/FIOCRUZ/MS por toda a

disponibilidade estrutural, acadêmica e pessoal que nos foi oferecida durante o curso de

Especialização em Saúde Pública, garantindo uma excelente contribuição em nossa formação

profissional para nos tomarmos Sanitaristas.

Obrigado a todos os professores e funcionários por todos os ensinamentos e ajuda, mas

principalmente pela amizade a atenção que sempre esteve presente durante o curso. Obrigado

aos nossos colegas de turma da Especialização e Residência que tanto enriqueceram as aulas

pela diversidade de experiências como pela grande amizade que foi construída. Agradecemos,

especialmente, ao nosso orientador, Professor Msc Henrique Fernandes da Câmara NESC I

CpqAM, pela paciência, amizade e pela grande contribuição técnica e informativa que

possibilitou realização deste trabalho e que em muito enriqueceu a nossa formação

profissional.

A TODOS VOCÊS MUITO OBRIGADO!

Ricardo Nunes Marise Araújo

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Tapacurá: Uma descrição das suas condições sanitárias e ambientais voltadas para o abastecimento de populações urbanas

SUMÁRIO

RESUMO

1 -INTRODUÇÃO .................................................................................................... .

2 - OBJETIVOS ......................................................................................................... .

2.1- Geral. ............................................................................................................... .

2.2 - Específicos ....................................................................................................... .

3 -METODOLOGIA ................................................................................................. .

4 -RESULTADOS ..................................................................................................... .

4.1 - Descrição do Manancial de Tapacurá ........................................................... .

4.1.1 - Características e localização nacional (hidrográfica) do manancial de

Tapacurá .................................................................................................................... .

4.1.2 - Características e localização estadual do manancial de Tapacurá ................. .

4.1.3 - Características da Bacia hidrográfica do rio Tapacurá (aspectos

físicos) ....................................................................................................................... .

4.2 - TAPACURÁ (rio e barragem): Sistema ''produtor'' de água para

abastecimento público ............................................................................................ .

4.2.1 - Características do sistema de captação de água do manancial de

Tapacurá .................................................................................................................... .

4.2.2 - Situação do reservatório de Tapacurá ........................................................... .

4.2.3 - Volume de água produzida (água tratada) e distribuída a RMR,

Camaragibe, Jaboatão e São Lourenço ..................................................................... .

4.2.4 - Regime de utilização da barragem de Tapacurá para o abastecimento da

água potável na RMR ................................................................................................ .

4.3 - Ocupação do manancial e da sua bacia contribuinte ................................. .

4.3.1- Fontes poluidoras .......................................................................................... .

4.3.2- Uso e ocupação do solo da Bacia do Tapacurá ............................................. .

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Tapacurá: Uma descrição das suas condições sanitárias e ambientais voltadas

para o abastecimento de populações urbanas

SUMÁRIO

4.4 - Enquadramento da água do manancial de Tapacurá segundo a

classificação N° 20 do CONAMA ........................................................................... .

4.5 - Ação dos órgãos responsáveis pelo monitoramento da qualidade do

manancial de Tapacurá .......................................................................................... .

4.5.1 - CPRH ............................................................................................................ .

4.5.2- COMPESA .................................................................................................... .

4.5.3 - Secretaria de recursos Hídricos (SRH) I Secretaria de Ciência, Tecnologia

e Meio Ambiente (SECTMA) ................................................................................... .

4.5.4 - Gestão Ambiental da Bacia do Rio Tapacurá - Plano de Ação - UFPE.

2001 ........................................................................................................................... .

5- DISCUSSÃO ............................................................................................................ .

6- CONCLUSÃO ......................................................................................................... .

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. .

8-ANEXOS .................................................................................................................. .

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Tapacurá: Uma descrição das suas condições sanitárias e ambientais voltadas para o abastecimento de populações urbanas

RESUMO

No Brasil, 45% da população continuam sem acesso aos serviços de água tratada e 96

milhões vivem sem esgotamento sanitário. Ações de controle da qualidade da água nos

mananciais, desde a captação até seu consumo final, são fundamentais para evitar a

propagação de doenças problemáticas para Saúde Pública nacional. O manancial de Tapacurá

abastece grande parte da população da Região Metropolitana do Recife (RMR). O mesmo foi

caracterizado quanto ao seu uso e manutenção baseando-se na Resolução ~ 20 CONAMA e

na Portaria~ 1469/MS. Os dados foram coletados em sites de órgãos públicos e através de

visitas as instituições responsáveis. Desta forma, descreveu-se o seu regime de utilização para

o abastecimento de água potável na RMR, verificando se estão sendo cumpridas as exigências

determinadas nestas leis. De acordo com o resultado obtido nesta relação entre as leis e as

práticas atuais de uso deste manancial, identificou-se que, apesar de existirem diferentes

órgãos que deveriam prover pela conservação do mesmo, na prática permanecem atividades

que degradam este manancial e outras necessárias à conservação estão ausentes. Conclui-se

que o monitoramento desta bacia não vem sendo realizado de forma adequada, prejudicando a

qualidade do manancial e do abastecimento de água a população.

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1. INTRODUÇÃO

A água abrange 4/5 da superfície terrestre. Deste total, 97% referem-se aos mares e os

3% restantes são águas doces. Dessas, 2,7% são formadas por geleiras, vapor de água e

lençóis existentes em grandes profundidades (mais de 800m), não sendo assim,

economicamente viável o seu aproveitamento para consumo humano. Constata-se que

somente 0,3% do volume total de água do planeta pode ser aproveitado para nosso consumo,

sendo que 0,01% encontrado em fontes de superfícies (rios e lagos), e o restante 0,29% em

fontes subterrâneas (poços e nascentes) (FUNASA, 1999).

Acredita-se que a quantidade d~ água no planeta é a mesma de sempre e que o que

existe é uma redistribuição descontrolada provocada, muitas vezes, pelo homem (desvios de

rios, barragens, rios criados pelo homem- na Líbia -,águas poluídas pelas industrias, esgotos

e descaso), quando não pela própria distribuição (Geográfica e temporal) imposta pela

natureza (Marq Villiers, 2000).

A água não está uniformemente distribuída no planeta. Em algumas partes a

concentração é maior que em outras. Por exemplo: o lago Baiakal, na Rússia, detém um

quarto de toda a água lacustre1 do mundo, o Tanganyika, na África é o segundo. Os Grandes

Lagos da América do Norte somam 27% do volume total das águas do mundo. Dos 25

maiores rios do mundo três estão na África (Congo, Niger e o Nilo); 11 estão na Ásia

(Ganges, Yang, Yenisei, Lena, Mekong, lrrawaddy, Ob, Chutsyan, Amur, Indo e Salween);

quatro estão na América do Sul (Amazonas, Paraná, Orinoco, Madalena); cinco na América

do Norte (Mississipi, São Lourenço, Mackenzie, Columbia, Yukon) e dois estão na Europa

(Danúbio e o Volga) (Marq Villiers, 2000).

Em março de 2003 aconteceu em Kyoto, no Japão, o 3° Fórum Mundial da Água,

declarando, entre outras coisas, que as questões sociais e ambientais envolvidas com a água

devem ser priorizadas, visto que esta é determinante para o desenvolvimento sustentável dos

ambientes (ecológicos e sociais-urbanos).

Neste mesmo fórum sugere-~e identificar os problemas relacionados à água e

determinar prioridades para orientar planos nacionais de desenvolvimento e/ou estratégias de

desenvolvimento sustentável que envolvam sua utilização. Além disso, outra grande proposta

deste fórum é de reduzir pela metade a proporção de pessoas sem acesso à água potável até

2015 (Íntegra da ... , 2003).

1 Água lacustre: Água dos lagos (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

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As recomendações apresentadas em Kyoto transmitem um reconhecimento da

comunidade internacional acerca da importância da água para este próximo milênio, quanto a

Uma utilização responsável e a importância da qualidade e proteção dos ecossistemas

aquáticos.

Este fórum amplia as diversas discussões que envolvem a importância da água e os

problemas relacionados com a mesma, servindo como uma orientação acordada entre os

participantes para coordenar o uso e resguardar este recurso natural, além de definir objetivos

a serem realizados a fim de solucioná-los (Íntegra da ... , 2003). Entretanto, para determinados

aspectos sobre a utilização da água, não seria necessário esperar até esta data para iniciarem

propostas e ações voltadas para o seu uso. Já em 2000 uma declaração ministerial aprovada no

2° Fórum Mundial da Água em Haia, Holanda, defendia o "acesso de qualquer pessoa a água

segura e suficiente, a um custo compatível com manutenção de uma vida produtiva e

saudável" (ANA lança ... , 2003). Em Haia a preocupação estava tematizada na questão das

Megacidades, onde o consumo dos recursos hídricos tem aumentado cada vez mais. Isto não

significa que atualmente estas questões não se constituam mais em problemas ambientais e

sociais. Os problemas apresentados em 2003 não substituem os de 2002, mas sim somam-se a

estes. Desta forma, entende-se que não será demais referenciar as dificuldades impostas pelo

aumento da demanda de água, com sua superexploração, poluição ou má gestão dos recursos

hídricos.

O Brasil possui a maior quantidade de água de toda a reserva global (um quinto)

(Villiers, 2000). Isto significa que cerca de 15% da água doce superficial disponível no

planeta encontra-se nas reservas hídricas brasileiras, muito embora, exista uma grande

diferença quanto à distribuição geográfica destas águas. A região Norte, com 7% da

população, possui 68% da água do país, enquanto o Nordeste, com 29% da população, possui

3%, e o Sudeste, com 43% da população, conta com 6%. Além disso, problemas como

desmatamento das nascentes e a poluição dos rios agravam a situação.

De acordo com o que foi citado anteriormente, no que se refere à quantidade e não a

distribuição geográfica e temporal, não há escassez de água no Brasil (com exceção do semi­

árido). Entretanto existem grandes problemas relacionados com a poluição dos mananciais

(poluição industrial e agrícola) e com a falta de saneamento, com conseqüente despejo de

esgotos nas águas (Abicalil, 2000 apud ANA ... , 2003). O Brasil atende com água a 77,8% dos

domicílios (urbanos e rurais) causando um déficit de 9,9 milhões de domicílios sem

abastecimento de água (dados apresentados por Marcos Tadeu Abicalil à Secretaria de

Desenvolvimento Urbano da Presidência da República em 2000). Considerando apenas a

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população urbana brasileira esta proporção é maior, e tem crescido desde a década de 80.

Entre 1980 e 1991 a população urbana do Brasil passou de 80 para 111 milhões sendo que a

cobertura dos serviços era de 86,3% incorporando 32,4 milhões de pessoas ao atendimento.

Na década seguinte a cobertura alcançou 89,8% incorporando mais 28,1 milhões de pessoas

(Abicalil, 2000 apud ANA. .. , 2003).

Apesar desta abundância hídrica, pode-se dizer que no Brasil há um déficit de água.

Existem grandes reservas hídricas e leis que regulam sua utilização, mas ainda há muita

degradação, poluição e desperdício gerando esta falta em meio à abundância (No Brasil...,

2003). Outro aspecto a ser considerado segundo o biólogo Samuel Barreto (coordenador do

Programa Água para a Vida, do WWF-Brasil) é que o nosso país ainda apresenta grandes

ausências de investimentos no setor de saneamento: "A cobertura dos serviços de coleta de

esgotos é de 49%, sendo de 71% no Sudeste, 33% no Centro-Oeste, 18% no Sul, 13% no

Nordeste e 2% no Norte" (Barreto, 2003 apud No Brasil..., 2003). Somente 45% da população

não tem acesso aos serviços de água tratada e 96 milhões de pessoas vivem sem esgoto

sanitário (No Brasil. .. , 2003). Isto reflete na qualidade dos mananciais e na saúde da

população, visto que a água, através de sua ingestão ou contato, é também um meio de

reprodução e transmissão de vírus, bactérias, protozoários e substâncias tóxicas que

favorecem o surgimento de doenças em indivíduos e populações (FUNASA, 1999). Além

desses fatores, já foi evidenciado que 70% das internações hospitalares no Brasil estão

relacionadas com doenças que são transmitidas pela água contaminada (Barreto, 2003 apud

No Brasil. .. , 2003). Ações de controle da sua qualidade, desde a captação no ambiente (como

nos mananciais) até seu consumo final são fundamentais para evitar que a água funcione

como um veículo (meio) propagador de doenças. Desta forma, a manutenção de suas fontes,

bem como a busca constante por sua qualidade devem representar preocupações permanentes

das autoridades e profissionais de saúde pública.

A rede hidrográfica do Estado de Pernambuco é caracterizada por rios de pequena

extensão, com exceção apenas do São Francisco. Parte desta rede escoa no sentido oeste-leste,

desaguando no Atlântico, constituindo os chamados rios litorâneos e parte escoa no sentido

norte-sul, desaguando no São Francisco, formando os chamados rios interiores. Do ponto de

vista do regime hidrológico, em razão dos cursos d'água dependerem fundamentalmente da

distribuição e da intensidade das chuvas, e sendo estas mais abundantes nas Mesorregiões

Metropolitana do Recife e Mata Pernambucana, decrescendo no sentido leste-oeste, na

direção das Mesorregiões do Agreste, Sertão e São Francisco em Pernambucano, os rios

interiores são geralmente intermitentes, permanecendo secos durante os períodos de estiagem.

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.~.

Os rios litorâneos são intermitentes nos trechos situados na Mesorregião do Agreste

Pernambucano, tomando-se permanentes na medida em que penetram na Mesorregião da

Mata Pernambucana. Mesmo os trechos em regime permanente apresentam uma grande

variação de nível d'água entre o período chuvoso e o de estiagem (Plano... 2003). Esta

variação da disponibilidade hídrica no estado deve ser compreendida para que se possa

planejar a utilização das águas destes rios.

O suprimento do sistema Tapacurá visa o abastecimento da RMR. Para tanto, retira

água do reservatório da Barragem Tapacurá, complementando as necessidades através da

mistura da água do rio Capibaribe aduzida de dois pontos: em Tiúma e São Lourenço.

Tapacurá (Barragem e rio) vem apresentando declínio na qualidade da água deste

reservatório (de uso múltiplos) desde o primeiro enchimento. Foram feitas medições de

oxigênio dissolvido in situ em 1992 que revelaram um estado de anoxia nas camadas mais

profundas, estas consideradas de melhor qualidade na ocasião. Chegou a secar em 1993 e

sangrar com as fortes chuvas de 1994, tendo apresentado declínio de qualidade principalmente

no verão de 96 e 97, quando suas águas apresentaram odor e sabor característicos de episódios

de crescimento descontrolado de algas (Plano ... 2003).

O monitoramento de 1997 indicou níveis elevados de coliformes fecais nos meses de

agosto, outubro e dezembro. Este quadro caracterizou o patamar da classificação de água

fortemente poluída pela Organização Mundial da Saúde. Águas com estas características

requerem tratamento mais elaborado do que o convencional.

Estas características reuniram razões suficientes para que a Agência Estadual de Meio

Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH), em conjunto com a Companhia Pernambucana de

Saneamento (COMPESA), iniciasse um programa para monitoramento especial nesta sub­

bacia do Capibaribe. Além disso, a agricultura e a pecuária, através de práticas de

desmatamento de encostas, queimadas dos campos, uso de agroquímicos, manejo inadequado

dos solos agricultáveis e plantios nas vazantes do reservatório de Tapacurá, contribuem para

elevar os escoamentos erosivos com conseqüente carreamento e perda de solos férteis, além

de acelerar o assoreamento e elevar a concentração de matéria orgânica e toxidade nos corpos

de água da bacia (Plano ... 2003).

O manancial superficial de Tapacurá, abastece grande parte da população da Região

Metropolitana do Recife. Tendo em vista as preocupações relacionadas anteriormente, com a

qualidade da água oferecida a esta parcela da população por este manancial, uma analise da

qualidade desta água oferecida e verificação da intermitência do abastecimento seria de

grande valia para descrever o quadro atual de uso deste manancial para abastecimento público

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de água. Além disso, esta análise e verificação contribuirão para uma melhor compreensão do

grau de preservação ou comprometimento deste manancial com relação ao seu entorno.

O reconhecimento da importância da água de qualidade e em quantidade suficiente

para a vida humana orienta os rumos deste estudo. O referido trabalho tem como proposta de

pesquisa a análise do manancial de Tapacurá, sua condição física e utilização no que se refere

ao cumprimento de normas para proteção, como ausência de assentamentos, plantações e

implantação de indústrias no seu entorno. O cumprimento dessas Normas contribuem para a

promoção da saúde das populações atendidas por esse manancial.

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2. OBJETIVOS

2.1. Geral:

Descrever as condições estruturais e de utilização do manancial superficial de

Tapacurá, quanto à sua disponibilidade de água, potabilidade e preservação

2.2. Específicos:

• Descrever o manancial de Tapacurá e o seu regime de utilização para o abastecimento da

água potável na Região Metropolitana do Recife.

• Caracterizar a ocupação do manancial e da sua bacia contribuinte.

• Analisar a classe de enquadramento da água do manancial segundo a classificação n.0 20

doCONAMA.

• Caracterizar a participação dos órgãos diretamente envolvidos com o manancial de

abastecimento de Tapacurá, em relação ao cumprimento das exigências das normas que

regulam o uso dos recursos hídricos.

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3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo quantitativo e qualitativo, que será operacionalizado em

dois momentos distintos:

• Coleta de dados secundários referentes às características físicas e de utilização do

manancial de Tapacurá através de busca on line em sites de órgãos federais, estaduais e

afins que forneçam informações relevantes em relação às condições ambientais e

sanitárias;

• Visita complementar aos órgãos responsáveis (COMPESA, CPRH, Secretaria de Recursos

Hídricos) pela segurança, utilização, manutenção e qualidade da água para obter dados

referentes ao manancial de Tapacurá;

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4- RESULTADOS

4.1 - Descrição do Manancial de Tapacurá

4.1.1- Características e localização nacional (hidrográfica) do manancial de Tapacurá.

• Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental (Figura 1).

Figura 1. Mapa da localização das bacias hidrográficas brasileiras. Fonte: www. portalbrasil.eti.br/images/ mapabrasil_hidrografia.gif

O manancial de Tapacurá, por se localizar no estado de Pernambuco, faz parte da

Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental (*).

Esta região abrange áreas de grande ocupação urbana e tem uma importância única no

que diz respeito a esta ocupação, já que compreende sete capitais da região nordeste, além de

regiões metropolitanas, diversos núcleos urbanos e um parque industrial significativo. O

estado de Pernambuco corresponde a 10% de toda esta grande região hidrográfica, cabendo

aos demais estados pertencentes a esta região as seguintes proporções: Piauí (1,0%), Ceará

(4,6%), Rio Grande do Norte (19%), Paraíba (20%), Alagoas (5%) (Região ... , 2003).

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4.1.2 - Características e localização estadual do manancial de Tapacurá.

• Bacia Hidrográfica Capibaribe (Figura 2)

Figura 2. Localização da Bacia hidrográfica Capibaribe no estado de PE (em destaque negro) Fonte: Companhia Pernambucana do Meio Ambiente. Diretoria de Recursos Hídricos e Florestais Gerência de Recursos Hídricos.

No total, PE possui treze grandes bacias hidrográficas, seis bacias de pequenos rios

litorâneos, além de oito bacias dos rios interiores. Estas treze maiores bacias são fromadas

pelos rios Capibaribe, Goiana, Ipojuca, Sirinhaém, Una, Ipanema, Mundaú, Moxotó, Pajeú,

Terra Nova, Brígida, da Garça e do Pontal, sendo o rio Capibaribe o mais importante, que

inclusive, banha a capital Recifense (Rios ... 2003).

A bacia hidrográfica do Rio Capibaribe compreende uma área de 7.716 km2, que

representa 7,8% do território pernambucano. Nela estão localizados 42 municípios. O rio

Capibaribe nasce nas vertentes da Serra do Jacarará, no município de Poção e tem 240 km de

extensão. Este rio, depois de cortar toda a cidade do Recife, deságua no oceano atlântico

(Rios ... 2003).

O rio Tapacurá é o afluente mais importante do rio Capibaribe (Rios ... 2003) e está

localizado à margem direita do mesmo.

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4.1.3- Características da Bacia Hidrográfica do rio Tapacurá (aspectos físicos).

• * Rio Tapacurá: Comprimento: 72,6 Km;

Nascente: Município de Gravatá;

Desembocadura: Rio Capibaribe em São Lourenço da Mata.

• * Limites da Bacia:

Ao norte: bacias dos rios Goitá e Cotunguba (afluentes do Capibaribe);

A oeste: bacia do rio Cotunguba;

Ao sul: bacia dos rios Ipojuca, Pirapama e Jaboatão.

, 2 * Area de Drenagem: 470, Km

• * Número de Afluentes: 12

Margem Direita - riachos Pororoca, ltapessirica, Água Azul,

Miringaba, Natuba, Pacas, Bento Velho e Tamatá-mirim, além

do rio Várzea do Uma.

Margem Esquerda - riachos Jurubeba, Gameleira e do Meio e

outros de pequeno curso de água.

* Microbacias da bacia do Tapacurá: (figura 3).

• * Municípios que abrangem a Bacia do Tapacurá: 6 (Tabela 1 e figura 4).

Tabela 1. Distribuição proporcional da bacia nos municípios abrangentes

Vitória Pombos São Gravatá Moreno Chã

Cidade de Santo Lourenço Grande Antão da Mata

Distribuição %da Bacia 38,6 31,2 19,8 4,3 3,3 2,8

Fonte. Gestão Ambiental Da Bacia Do Rio Tapacurá - Plano de Ação. Programa de Gestão Ambiental de Bacias- UFPE. 2001. *

*Dados obtidos da GESTÃO AMBIENTAL DA BACIA DO RIO TAPACURÁ- Plano de Ação. Programa de Gestão

Ambiental de Bacias- UFPE. 2001.

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LEGENDA

32,5"1111 Micro-bacia do Rio Tapacur6 4,0% J-.1 10,1"1111 Micro-bacia do Rio Vtirzea do Una 3,5% ..

8,5% .. Micro-bacia do Riacho Jurubeba 3,5% ..

8,3% .. Micro-bacia do Riacho Natuba -~ 3,0% ...... :.·. ,>,',-,,·, _,,

7,9% ... Micro-bacia do Riacho Miringaba 3,0% ..

6,0% .. Micro-bacia do Riacho ltapessirica 2,8% ..

5,0% .. Micro-bacia do Riacho Água Azul 2,1% ..

Área Total: 470,5 Krrf-

Figura 3. Mapa das microbacias do rio Tapacurá

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Micro-bacia do Riacho Tapacur6

Micro-bacia do Riacho do Meio

Micro-bacia do Riacho Jurubeba

Micro-bacia do Riacho Pororoca

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Micro-bacia do Riacho Tamatli Mirim

Micro-bacia do Riacho Bento Velho

Micro-bacia do Riacho Pecas

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Fonte. Gestão Ambiental Da Bacia Do Rio Tapacurá- Plano de Ação. Programa de Gestão Ambiental de Bacias- UFPE. 2001.

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LEGENDA

38,6%- Município de Vitária de Santo Antao 4,3%

31,2%- Município de Pombos 3,3%

19,8%- Município de Sao Lourenço da Mata 2,8%

Figura 4. Participação dos municípios na bacia hidrográfica do rio Tapacurá

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Município de Gravatá

Município de Moreno

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Município de Cha Grande

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Fonte. Gestão Ambiental Da Bacia Do Rio Tapacurá- Plano de Ação. Programa de Gestão Ambiental de Bacias- UFPE. 2001.

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4 6km

20

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• * Características Técnicas da BARRAGEM de Tapacurá: (tabela 2 e figura 5).

Finalidade: a barragem do rio Tapacurá foi construída no curso próprio do rio com as

finalidades de abastecimento da RMR e proteção contra as enchentes do rio

Capibaribe, evitando inundações na cidade do Recife.

Tabela 2. Características técnicas da barragem

CARACTERISTICAS Area da bacia contribuinte (Km ) Área da bacia hidráulica (ha) Volume de acumulação (m3

)

Vazão explorável (m3 I s) Tipo de barragem Fonte. COMPESA

Figura 5. Barragem do Tapacurá Fonte. COMPESA

BARRAGEM DE TAPACURA 360Km 1.300 ha

93.600.000 m3

2,7 m3 I s concreto - massa

21

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4.2- TAPACURÁ (rio e barragem): Sistema "Produtor" de Água para abastecimento público

De acordo com a Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), o

principal tipo de captação de água no estado é através das barragens de acumulação (Gráfico

1).

Gráfico 1: Gráfico setorial da distribuição das captações de ãgua no estado.

1 • TaMIIDA DIIIITA

•POÇOS AMAZDNAS"

DPOÇOS PROFI.JNDOS~

• 'SANGRIA EM MKJTORA.

Fonte: http://www.compesa.com.br/compesalindex.html

O rio Tapacurá é o principal responsável pelo abastecimento de água a população da

Região Metropolitana do Recife (RMR), com 36% do abastecimento (Principais... 2003),

além de atender às cidades de São Lourenço da Mata, Camaragibe e localidades de Jaboatão

dos Guararapes. Existem várias barragens que abastecem a RMR, mas a maior delas é a de

Tapacurá, com uma capacidade máxima de armazenamento de 94 x 106 m3 de água

(Contécnica, 1998).

22

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4.2.1 - Características do sistema de captação de água do manancial de Tapacurá

(quadro 1)

Quadro 1. Características do sistema de capatação de água de Tapacurá

MANANCIAIS que contribuem no abastecimento de água do sistema Tapacurá:

BARRAGENS envolvidas neste sistema:

ADUÇÃO:

ETA (Estação de Tratamento de Água):

RESERVAÇÃO:

Fonte. COMPESA/ APO/Data-base: Mai/03

Rios Tapacurá, Duas Unas, Várzea do Una e reforço da captação a fio de água no Rio Capibaribe. Três, localizadas nos municípios de São Lourenço da Mata e Jaboatão dos Guararapes. Capacidade de acumular 129.967.010m3 de água. Além de Carpina e Goitá, que auxiliam no abastecimento de água através do Rio Capibaribe, acumulando 93.000.000m3

Compostas pela adutora de Tapacurá com 27 km; Duas Unas com 7 km; e Várzea do UNA com duas adutoras de cerca de 4 km cada, perfazendo um total de 42 km de extensão. Castelo Branco, localizada no Curado. Capacidade p_ara tratar 4.000 litros/segundo. Realizada por meio de 03 reservatórios com capacidade para armazenar juntos 81.000m3 de água.

4.2.2- Situação do reservatório de Tapacurá (Tabelas 3 e 4).

Tabela 3. Descrição das condições do reservatório de Tapacurá

BACIA RESERVATÓRIO MUNICÍPIO

São Lourenço da

CAPA CID A DE (1000m3)

VOLUME ATUAL (1000m3)

VOLUME DATADA ATUAL(%) INFORMAÇÃO

Capibaribe Tapacurá Mata 94.200 65.760* 69,8% 19/09/03 Fonte. Agência Nacional das Águas (ANA); Superintendência de Informações Hidrológicas (SIH); Superintendência de Usos Múltiplos (SUM), 25.09.2003. *De acordo com relatório emitido pela COMPESA o volume atual (data: 01.12.2003) é de 56,489,442.59 m3

Tabela 4. Descri~ão das condi~ões do reservatório de Tapacurá Relação do

Vazão Volume volume anual Área da bacia Volume afluente Evaporação Vertimento Vazões anual médio hidrográfica útil média média médio regularizadas médio regularizado

(100%) (90%) (90% ), para o volume útil do reservatório

I 00% de garantia: 1.302,40Us

98,70 X 90% de garantia: 68,60x 68,60 X }06

360km2 106m

3 2.257,50Us 439,80Us 734,10 Us 2.175,40Us 106m3 98,70 X 106

80% de garantia: =0,70 2.673,40Us

Fonte. COMPESA

23

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4.2.3 -Volume de água produzida (água tratada) e distribuída à RMR, Camaragibe,

Jaboatão e São Lourenço.

Segundo os dados fornecidos pela Divisão de Controle de Operações (DCO) da

COMPESA, a relação entre o que foi captado, produzido (tratado) e distribuído no mês de

setembro de 2003 para as áreas cobertas pelo sistema de Tapacurá apresenta-se conforme a

tabela 5:

Tabela 5. Descrição da quantidade de âgua captada, produzida e distribuída em setembro de 2003 Fonte. DCO - COMPESA

TIPO I DESTINO Total captado

Total Produzido (tratado e distribuído)

Total distribuído a parte da RMR

Total distribuído a Camaragibe

Total distribuído a Jaboatão

Total distribuído a São Lourenço

VOLUMESM3

10.855.000

9.914.000

8.449.401

748.680

560.643

155.276

4.2.4 - Regime de utilização da Barragem de Tapacurá para o abastecimento da água

potável na Região Metropolitana do Recife.

Através do levantamento dos dados históricos da Barragem de Tapacurá quanto ao

comportamento hidrográfico (DCO - COMPESA, 2003) foi possível verificar a variação

desta barragem desde janeiro de 1979 até novembro de 2003, no que se refere a volume (m3),

cota, percentagem e vazão captada (1/s). A observação desta longa série histórica

demonstrou que o percentual do volume acumulado nesta barragem variou de 2,5% (em

dezembro de 1993) até um volume acima da capacidade máxima da barragem: 108,8% (em

julho de 1985). Em relação ao volume que foi captado para tratamento e posterior

distribuição, a vazão captada (1/s) chegou a apresentar-se com valor O (zero) de maio de 1999

até agosto de 1999, ou seja, durante este período nenhum volume de água foi tratado para

armazenamento e distribuição.

O último mês registrado neste relatório (novembro de 2003) apresentou as seguintes

características: pluviometria (mm) = O (zero); cota= 98,76; volume (%) = 60,1% e vazão

captada (1/s) = 1.342,78. De acordo com o volume disponível na barragem, a capacidade de

24

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tratamento e distribuição da COMPESA (refletido na vazão captada) e a necessidade da

população, são elaborados os calendários mensais de abastecimento e distribuição de água à

população. O Grupo Executivo de Setorização da Rede Distribuidora de Água (GERE -

COMPESA) atualmente divide o sistema de Tapacurá, quanto ao abastecimento, em duas

ZONAS: 1 e 2 (Anexo 1) . O calendário de abastecimento para o mês de dezembro apresenta

um fluxo de 20 hs X 28hs. Isto significa que enquanto uma zona é abastecida a outra não é.

São 20 horas fornecendo água. As quatro horas restantes que completam um dia (24 horas)

são destinadas à armazenamento e no dia seguinte não há disponibilidade de água,

completando o racionamento de 28 horas ( 4 horas de armazenamento e 24 horas do dia

seguinte) (Tabela 6).

Tabela 6. Regime de utilização da Barragem de Tapacurá para o abastecimento da água potável na Região Metropolitana do Recife (dividida em duas zonas: Zl e Z2).

RACIONAMENTO

Z-1 Z-2

Dia1 Ohsàs20hs

C/ Abastecimento SI Abastecimento

Dia2 20 hs às 24 hs

SI Abastecimento SI Abastecimento

4.3- Ocupação do manancial e da sua bacia contribuinte

4.3.1 -Fontes Poluidoras

Dia2

SI Abastecimento 24 hs C/ Abastecimento até às 20hs

Existem três atividades potencialmente poluidoras básicas presente nesta região:

Domésticas, industriais e agropastoris, que são as responsáveis pelo quadro crítico de

poluição hídrica no rio (Gestão ... , 2003). As principais fontes poluidoras são decorrentes das

seguintes atividades:

• Disposição dos Resíduos Sólidos Urbanos

• Esgotamento Sanitário

• Casas de Farinha

• Matadouros

• Outras Fontes (panificadoras, posto de gasolina, lava-jato, cerâmicas, atividades

agrícolas)

25

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4.3.2- Uso e ocupação do solo da Bacia do Tapacurá (gráfico 2, figuras 6 e 7).

A grande característica das atividades presentes na bacia do Tapacurá é a

diversificação destas ações e um caráter transicional do meio geográfico. De acordo com os

dados fornecidos pelo Plano de Ação, foi construído um gráfico demonstrativo das principais

atividades desenvolvidas no solo na bacia do Tapacurá (Gráfico 2).

Gráfico 2. * Mata, Caatinga, Capoeira e reflorestamento

Participação o/odas atividades no solo na bacia do Tapacurá

as • Fblicultura e horticultura "C 40 o

•Pecuária f/) ::::s 30 CD as o Cana de Acúcar "C '() 1ã as 20 2,4 ::::s .c ll'iJ Granjas e Otácaras .. 7,8 6,4 5,6 c 10 CD (.) • Cobertura Rorestal* ... o CD

D.. Atividades 11 Núcleos urbanos, aglomerados

rurais, reservatórios hídricos

26

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LEGENDA

- Po\lcultura

- Horticultura

fZ22] '

Cana-de-açucar

- Granjas e ch6caras

- PecuOrio

- Unidade de Conservaçao

) \ ) : ) ) > •'-· '/ ) ).)

- Área Urbano

-Mata

-Caatinga

- Capoetra

- Repostçêlo Florestal

- Reservot6rio d~6gua

Figura 6. Uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica

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Fonte. Gestão Ambiental Da Bacia Do Rio Tapacurá- Plano de Ação. Programa de Gestão Ambiental de Bacias- UFPE. 2001.

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6km

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LEGENDA

-Área Urbano -Mata

- Reservat6rlo d'6gua -Capoeira

~ Assentamento -Caatinga

- Unidade de Conservaçao ~ Repostçao Florestal

Figura 7. Cobertura vegetal na bacia hidrográfica da bacia hidrográfica do Tapacurá.

Fonte. Gestão Ambiental Da Bacia Do Rio Tapacurá- Plano de Ação. Programa de Gestão Ambiental de Bacias- UFPE. 2001.

2km 1=31

o 2 4 6km

29

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......_.,

4.4 - Enquadramento da água do manancial de Tapacurá segundo a classificação n. o 20

doCONAMA.

Por se tratar de águas · para fins de abastecimento doméstico, após tratamento

convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário

(natação, esqui aquático e mergulho); à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e à criação

natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana a Resolução

do CONAMA ~ 20 I 86 classifica esta manancial na Classe 11 (água doce). Esta mesma

resolução define os limites dos parâmetros analisados para descrever o grau de

comprometimento dos mananciais em relação a classe dos mesmos.

A CPRH nos últimos 4 anos (1999 a 2002) vem realizando coletas para

monitoramento da qualidade da água no manancial de Tapacurá em dois pontos: Na ponte da

PE-50, a jusante da cidade de Vitória de Santo Antão (CB2 - 62) e Local da barragem de

captação de água da COMPESA, no município de São Lourenço da Mata (CB2 - 65). Estes

laudos apresentaram os seguintes resultados com valores discordantes (tabela 7)

Baseado nestes resultados e de acordo com os critérios da Resolução do CONAMA N°

20 I 86, nestes pontos de coleta as águas estão classificadas como Poluídas (Figura 8), ou

seja, são águas que apresentam condições de qualidade de água compatíveis com os limites

estabelecidos para a classe 4 (portanto, contradizendo as características de uso do manancial

que o classifica, a princípio, na classe 2). Estes corpos d'água apresentam qualidade da água

ruim, com poluição acima dos limites aceitáveis.

Apesar dos resultados das análises da estação CB2 - 65 apresentarem sempre

parâmetros em discordância com os valores aceitos, o que leva a classifica-la como poluída, o

relatório do Monitoramento da Qualidade da Água de 2002 realizado pela Secretaria de

Recursos Hídricos de PE afirma que o reservatório apresentou nas amostras analisadas uma

água de boa qualidade, com baixa salinidade. Apenas nos meses de julho, setembro e

outubro, os valores de Oxigênio Dissolvido se apresentaram abaixo dos limites desejáveis,

possivelmente causados pela influência dos efluentes urbanos e o aporte de água no

manancial.Segue em anexo (anexo 2 e 3) dois modelos do quadro da análise físico-química

realizada pela CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) nos pontos

de coleta.

31

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Tabela 7. Descrição dos 2arãmetros gue a2resentaram resultados discordantes com os limites definidos na Resolução No 20 CONAMA.

ANO

1999 I 2000 I 2001 I 2002

ESTAÇÃO CB2 -65 CB2- 62 CB2- 65 CB2 - 62 CB2 - 65 CB2 - 62 CB2 - 65

Datas previstas para coleta (No de coletas previstas) 5 2 2 4 4 5 5

PARÂMETROS EM DISCORDÂNCIA DBO (Demanda Bioquímica de 02)

Número de exames realizados 5 4 5

Número de resultados discordantes com a classe 2 3 3 3

AMÔNIA

Número de exames realizados 3 2 2 2 3

Número de resultados discordantes com a classe 2 1 2 1 2 2

FÓSFORO

Número de exames realizados 5 1 2 4 4 3 3

Número de resultados discordantes com a classe 2 5 1 2 4 4 3 3

COLIFORMES FECAIS

Número de exames realizados 2 1 1 2 1 2 1

Número de resultados discordantes com a classe 2 2 1 1 2 1 1 o - ·- -·--

SÓLIDOS DISSOLVIDOS TOTAIS

Número de exames realizados 5 1 4

Número de resultados discordantes com a classe 2 4 1 3

OD

Número de exames realizados 2 2 4 4 5 5

Número de resultados discordantes com a classe 2 1 1 4 1 5 2

33

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REPmENTAÇÁO GRÁFICA DOS CORPOS Dt ÁGUA DAS BACIAS DOS RIOS CAPIBARIBE E TFJIPIÓ

I

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RINTiJ lliPidllllllllllfllqplelldlli*IIOdtFnlláll:o-CCI!Dil'i, 1tlll.

Figura 8. Mapa da bacia hidrográfica do Capibaribe com os pontos de analisa da qualidade da água Fonte. CPRH

- Ealtada

- • - Unile da Bada Hldrcgrállc8

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Eslaçlo de !.b1llorarnelío

tE!taçlo nAo Mcnmda neslemês

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34

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\.

~.

4.5 - Ação dos órgãos responsáveis pelo monitoramento da qualidade do manancial de

Tapa curá.

4.5.1-CPRH

O monitoramento sistemático das bacias hidrográficas que drenam para o

Oceano Atlântico vem sendo realizado, desde 1984 pela CPRH. Conforme o trecho

monitorado as informações deste monitoramento são complementadas com a determinação de

coliformes fecais, conjunto de metais e parâmetros específicos (CPRH, 2003). Foram

implantadas um total de 196 estações de amostragem, que são ativadas de acordo com as

necessidades estabelecidas pelo Órgão. De acordo com o último relatório da CPRH:

"Na bacia hidrográfica do rio Capibaribe, foram monitoradas, no ano de 2002, dez estações, sendo uma localizada no rio Goitá (CB-55), duas no rio Tapacurá (CB-62 e CB-65) e sete no rio Capibaribe (CB-10, CB-30, CB-40, CB-60, CB-72, CB-80 e CB-95). Essas estações foram monitoradas com freqüência de coleta bimensal, para o conjunto básico (Temperatura, pH, OD, DBO, Cond. Elétrica, Cloreto, Fósforo e Salinidade a partir de setembro) e quadrimensal, para Coliforme Fecal. Nas estações CB-10 e CB-30 foi acrescido a determinação de Cromo, com o objetivo de observar a influência dos efluentes dos curtumes, nesse trecho da bacia. Na estação CB-72, foram acrescidos os parâmetros (Cor, Turbidez, Nitrato, Sulfato e Alcalinidade), além do conjunto de metais (Cádmio, Chumbo, Cobre, Cromo, Manganês, Zinco e Níquel), pois esta estação pertence ao Projeto GEMS (Global Environmental Monintoring System)"

Atualmente, a CPRH realiza análises em 66 estações. Este ano estão sendo

monitoradas 12 bacias hidrográficas e a análise da qualidade destas águas monitoradas está

baseada na resolução do CONAMA n°20/86.

4.5.2- COMPESA

A COMPESA dispõe de 19 laboratórios para análise e controle das 184

Estações de Tratamento de Água (ETA's) para garantir a qualidade da água distribuída.

Aproximadamente 90% dos municípios do estado estão atendidos pela COMPESA quanto ao

abastecimento de água. Entretanto, apenas 19% desta população está atendida com

esgotamento sanitário (Tabela 58)

Tabela 8. Proporção dos municípios do estado de PE atendidos por água e esgoto.

ÁGUA

ESGOTO

No DE LOCALIDADES ATENDIDAS

267

16

ÍNDICE DE ATENDIMENTO

90%

19%

Fonte. http://www .compesa.com. br/compesa/index.html

35

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~

\

A COMPESA é responsável pelo monitoramento do controle da qualidade da água para

consumo humano (Portaria 1469, Ministério da Saúde 2000). Em relação a barragem de

Tapacurá este monitoramento de águas bruta e tratada é realizado com a seguinte freqüência

(Gerência de Controle de Qualidade de Água- COMPESA, 2003):

*

• Monitoramento Físico - Químico - Semestralmente. Neste caso o monitoramento

ocorre também coma água decantada e filtrada. Atualmente, com relação ao ferro e

Manganês o acompanhamento vem sendo semanal. Os parâmetros analisados neste

monitoramento estão em anexo (anexo 4).

• Monitoramento hidrológico - Atualmente é feito semanalmente. Também é feito

com a água decantada na ET A. É verificada rotineiramente a quantificação de

cianobactérias e, eventualmente, outros microorganismos.

• Monitoramento bacteriológico -Realizado diariamente na ET A.

4.5.3 -Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) I Secretaria de Ciência, Tecnologia e

Meio Ambiente (SECTMA).

A SRH atualmente está extinta. Ela era responsável pelo controle da qualidade da água

nos reservatórios. Este controle, por enquanto não está sendo realizado. A perspectiva é de

que a CPRH assuma esta atividade.

4.5.4- Gestão Ambiental da Bacia do Rio Tapacurá- Plano de ação- UFPE. 2001.

Este plano, que foi uma dos principais fontes de dados deste trabalho, é resultado do

Projeto de Gestão Ambiental da Bacia do Rio Tapacurá, desenvolvido sob a responsabilidade

do Grupo de recursos hídricos do departamento de Engenharia Civil, do Centro de Tecnologia

e Goeciências da UFPE (apoio: FACEPE e FINEP). Este projeto tem como objetivo promover

a gestão ambiental da bacia hidrográfica do Tapacurá, visando a conservação dos recursos

hídricos, a proteção florestal e o adequado uso e ocupação do solo, contribuindo assim para a

melhoria da qualidade de vida da população local e para a sustentabilidade dos recursos

naturais (UFPE ... , 2001).

• OBS: Os dados do resultado das análises de água do manancial de Tapacurá e do controle de qualidade da água

tratada e distribuída não foram fornecidos pela Compesa para realização deste trabalho. Também não foram obtidas

as localizações das estações de coleta de amostras, para análise.

36

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r'\

5- DISCUSSÃO

Um dos objetivos deste trabalho foi tentar situar a bacia hidrográfica do rio Tapacurá

em relação às suas condições físico-geográficas e disponibilidade para abastecimento público

de água. A barragem de Tapacurá é uma das principais fontes de abastecimento de água à

RMR, visto que, abastece cerca de 36% da população desta região. As condições encontradas

nas fontes de pesquisa deste trabalho apontam diferentes problemas quanto ao uso e

manutenção deste manancial. É uma bacia que, quanto a área de ocupação, envolve seis

municípios diferentes com aproximadamente 366.040 habitantes. O que representa 4,63% da

população do estado de PE (IDGE, Censo Demográfico 2000). Considerando que cada pessoa

consome 200 litros de água por dia (FUNASA, 1999) e grande parte deste resíduo doméstico

vai para a bacia sem nenhum tratamento, pois apenas 19% da população é contemplada com

esgotamento sanitário, possivelmente esta grande quantidade de municípios em volta do

manancial pode estar contribuindo para poluição do mesmo através dos poluentes domésticos.

Neste contexto deve-se tomar ações que visem a promoção do controle da poluição, de modo

que se otimize não só a quantidade de água oferecida à população, como também a qualidade

da mesma.

O volume de água disponível na barragem de Tapacurá vem apresentando grandes

variações desde a década de 70 até os dias atuais em conseqüência das condições naturais do

ambiente (pluviometria) e das necessidades e capacidade de disponibilização de água para

abastecimento público, respectivamente da população e da COMPESA. Como cresce cada

vez mais a população dependente deste manancial em relação ao abastecimento de água e

este crescimento não é acompanhado na mesma intensidade pela oferta de serviços da

COMPESA, há cada vez mais a necessidade de se manter o regime de racionamento no

abastecimento público de água à população. Ou seja, mesmo quando não existem as

adversidades naturais, como a escassez de água imposta pelo problema da seca, mesmo

havendo volume suficiente de armazenamento de água para disponibilizar, não há estrutura

adequada para poder oferecer uma vazão de água captada (tratada) em quantidade suficiente.

Desta forma, mantêm-se o racionamento atualmente, mesmo com os reservatórios com

quantidade de volume (água bruta) suficiente para abastecimento.

Em relação ao uso e ocupação deste manancial, a grande diversidade de uso do solo no

entorno deste gera as principais fontes de poluição hídrica deste rio. Entretanto, 50 % de todas

as atividades desenvolvidas nos solos da bacia estão voltadas para policultura, horticultura e

plantação de cana-de-açúcar (excluindo a participação das indústrias). Estas são atividades de

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grande potencial poluidor, pois utilizam substâncias químicas tóxicas, como fertilizantes e

herbicidas que acabam sendo despejadas no manancial com o uso. No outro extremo está a

cobertura vegetal (mata, caatinga, capoeira e reflorestamento), que ao contrário de poluir,

contribui para a conservação do manancial. Contudo, representa apenas 6,4% das atividades

existente no solo do manancial.

Este fato pode ser confirmado nas análises realizadas pela CPRH, que apresentam

desde o ano de 1999 até 2002 parâmetros com valores em discordância com o que se

preconiza na Resolução No 20 I 86 CONAMA. Conforme esta resolução, um manancial com

estas características de uso não deveria apresentar tais discordâncias para se enquadrar na

classe 2 (anexo 5). Todos estes resultados (1999 a 2002) demonstraram ao longo deste

período, segundo a CPRH, poluição causada por esgotos domésticos dos núcleos urbanos de

Pombos e Vitória de Santo Antão; poluição causada por efluentes domésticos e do matadouro

do núcleo urbano de Vitória de Santo Antão; poluição industrial; poluição por efluente

doméstico, industrial e drenagem de efluente, resultante da recomposição do solo para

agricultura. Apesar destas análises basearem-se nos critérios e limites de tolerância desta

resolução para identificar os valores em discordância e classificar os mananciais, é preciso

salientar que o número de parâmetros definidos na resolução é bem maior que os parâmetros

que foram de fato analisados. Os parâmetros que são descritos na resolução somam um total

de doze, sendo que um destes (substâncias potencialmente prejudiciais) subdivide-se em mais

66 novos parâmetros. Durante este período de análise foram analisados apenas 15 itens e por

isso a classificação definida pela CPRH para o manancial de Tapacurá como classe 2 pode

estar incoerente com a realidade destas águas, principalmente por existir uma grande

possibilidade dela conter poluição química. Além disso, com relação à freqüência das

análises, a própria Resolução pré-define um número mínimo de coletas para o parâmetro

Coliforme Fecal de 5 coletas mensais com discordância de no máximo 20% destas amostras.

No caso, em nenhum destes anos analisados foi obedecido esta determinação. Foram

realizadas um número máximo de 2 coletas anuais, onde praticamente 100% destas amostras

tiveram seu resultado em discordância (tabela 7). Além disso, 100% das amostras de fósforo

tiveram seus resultados discordantes, significando a presença sempre constante de substância

potencialmente prejudicial. De acordo com as características deste manancial a classificação

se encontra como Classe 2, entretanto com relação a qualidade destas águas, os resultados

emitidos pela CPRH classifica este manancial nos pontos de coleta como sendo Poluído

(anexo 6). Isto demonstra a importante e presente necessidade de se manter o controle da

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qualidade da água deste manancial, bem como do tratamento da água para consumo humano

no que se refere a questão da potabilidade.

Pode-se dizer que tanto a CPRH como a extinta SRH até o ano de 2002 vem

realizando coletas de amostras de água no manancial e nos reservatórios para o

monitoramento dos mesmos, embora ainda aquém do que se preconiza na Resolução N° 20

do CONAMA. Conforme a Portaria 1469/00 do Ministério da Saúde o controle da

qualidade da água para consumo humano que é uma atividade desenvolvida continuamente

pelos órgãos responsáveis pelo abastecimento de água potável, no caso a COMPESA, não

pode ser analisado neste trabalho em virtude da não obtenção neste órgão, do número de

coletas que são realizadas e o resultados destas análises. Foram obtidos apenas a freqüência

destas análises e os parâmetros monitorados. Sendo assim, não é possível afirmar se há ou

não coerência entre o que é estabelecido nas normas e o que vem sendo realizado na rotina

deste órgão em relação à responsabilidade do controle do abastecimento de água potável.

Embora ainda existam possíveis lacunas entre o que deveria ser feito e o que existe

e é realizado atualmente em relação à manutenção do manancial de Tapacurá, desde o seu

entorno até sua distribuição a população, propostas como a da Gestão Ambiental da Bacia

do Rio Tapacurá (plano de Ação) buscam dar orientação e encaminhamentos para ações de

controle e recuperação deste manancial. Este projeto uniu diversos setores do governo,

academia, serviços e órgãos competentes na busca de se realizar o diagnóstico deste

manancial, com a identificação dos principais problemas e definiu as prioridades das ações

a serem desenvolvidas para resolução destas dificuldades e para garantia de um uso

sustentável destas águas e dos seus entornas. A descoberta deste projeto durante a busca de

informações para o desenvolvimento deste trabalho contribuiu não só para obtenção de

dados referentes a determinados objetivos, como também, para a compreensão de que,

apesar das falhas dos órgãos responsáveis, propostas estão sendo realizadas (com a

participação destes órgãos) para garantir a perpetuação do uso equilibrado e de qualidade

da bacia do Tapacurá.

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r-.. I

6- CONCLUSÃO

O contexto em que se apresenta este manancial é bastante diversificado. Apesar

de ter diferentes órgãos envolvidos que deveriam prover pela conservação do mesmo, na

prática o que se observa é que existe pouca cobertura vegetal no seu entorno (para proteção),

muitas atividades potencialmente poluidoras (produtos e substâncias descartados na fase final

de processos produtivos e despejo de esgoto doméstico) e poucas análises são realizadas

quanto a quantidade de parâmetros necessários e a freqüência para o monitoramento desta

bacia hidrográfica. Portanto, conclui-se que o monitoramento desta bacia não vem sendo

realizado de forma adequada, para que se permita a garantia da qualidade do próprio

manancial e do abastecimento de água à população.

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7. REFEiffiNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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<http://www .estadao.com.br/ext/ciencia/agua/aguanobrasi1_14.htm>. Acessado em: Setembro

de 2003.

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Potabilidade. Fundação Nacional de Saúde. Portaria n° 1.469/2000.

BRASIL. Ministério da Saúde.Fundação Nacional de Saúde. Manual de Saneamento. Brasília,

374 p. 1999.

BRASÍLIA. Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente. 1999.

UFPE. GESTÃO AMBIENTAL DA BACIA DO RIO TAPACURÁ - Plano de Ação. Programa de Gestão Ambiental de Bacias. 2001.

ÍNTEGRA da Declaração Ministerial, aprovada no Fórum Mundial da Água, no dia 23 de

março de 2003, em Kyoto, Japão. Disponível

em:<http://www.estadao.com.br/ext/ciencia/agua/aguanobrasil_14.htm>. Acessado em 25 ago

2003.

LEVANTAMENTO DOS DADOS HISTÓRICOS DA BARRAGEM DE TAPACURÁ. Companhia

Pernambucana de Saneamento- COMPESA. Diretoria Táecnica. Gerência de Controle Operacional.

Divisão de Controle Operacional. 2003.

NO BRASIL, há déficit em meio à abundância. In: Estadão. São Paulo, 2003. Disponível em:

<http://www.estadao.com.br/ciencia/colunas/aspas/2002/out/25/36.htm>

Setembro de 2003.

Acessado em:

PLANO estadual dos recursos hídricos. Secretaria de Recursos Hídricos. Disponível em: <

www.srh.pe.gov.br/PERU/index.html >Acessado em: out. 2003

41

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,-----.,,

PREFEITURA MUNICIPAL DO RECIFE. 1 a Conferência Municipal da Cidade do Recife.

Como sanear o Recife o mais rapidamente possível. 2002.

PRINCIPAIS sistemas produtores de água. Disponível em:

<http://www.compesa.com.br/compesa/index.html>.Acessado em: nov. de 2003.

RECURSOS hídricos. Disponível em: <http://www. pemambuco.cornlcomunidade/ geografia.html>.

Acessado em: nov. de 2003.

REGIÃO Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental. Disponível em:

<http://www.ana.gov.br/mapainiciallpgMapaF.asp>. Acessado em: dez. de 2003.

RIOS de Pernambuco. Disponível em:

<(http://www.pe-az.corn.br/rios_capibaribe.htm)>. Acessado em: nov. de 2003.

ROUQUAYROL, M. Z. e FILHO, N. de A. Epidemiologia & Saúde. Ed. sa. Rio de Janeiro.

MEDSI, 1999.

VILLIERS, M. 2000. Água. Editora Ediouro (1). 457 p.

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8-ANEXOS

Anexo 1. Quadro do sistema de abastecimento de Tapacurá (20 hs X 28 hs) por zonas.

ZONA BAIRRO Zonal Aflitos Derby Jiquiá Roda de Fogo Zumbi (parte)

afogados Est dos Remédios Joana Bezerra San Martins Boa Viagem (trecho)

Boa Vista graças Lagoa do araça Santo Antônio Encanta Moça

Bongi Ilha de Deus Madalena São José Pina

Cabanga Ilha do Leite Mangueira Sítio Grande Jard Beira Rio

Capunga Ilha do retiro Mustardinha Torre Aeroporto

Coelhos lmbiribeira (trecho) Paissandu Torrões Porta Larga (parte)

Coque Parque Amorim Vila Pinheiros setúbal

Cordeiro (trecho) Prado Vila São Miguel Boa Viagem (trecho 2)

Zona2 Bomba Grande Caxangá Detran lputinga Pça de Apipucos

Bom Pastor Cid Universitária Dois Irmãos Mons Fabrício Várzea

Brasilit Cordeiro Eng do Meio Novo Caxangá Zumbi (parte)

Areias Estância Jard São Paulo Planeta dos Macacos Totó (parte baixa)

barro Floresta Jard Uchôa sancho Vila Tamandaré

Caçote IPSEP (parte) Jard Planalto Santa Luzia Vila Cardeal e Silva

Conj I Andreaza Jangadinha Tejipió Fonte. GERE- COMPESA

Anexo 2. Quadro de análise físico-química da bacia hidrográfica Capibaribe (estação CB-62 do rio TaQ_acurá) em 2000.

Bacia Hidrográfica: Capibaribe Referência da Estação: CB2-62 Classe: 2

Local: Rio Tapacurá, na ponte da PE-50, ajusante da cidade de Vitória de Santo Antão.

Padrão Parâmetro Unid. Decreto

1---..--...-----.---.----,--....,.--.......-::-::-::::-::-,----r-~:-:-=-.,.-----,---lo/o Fora

7269/81

Temperatura ºC -pH *6à 9

OD mg/1 >5

DBO mg/1 <5

Cond. Elet. us/cm -Cloreto mg/1 *250

Amônia mg/1 0,5

Fósforo mg/1 *0,025

Coli. Fecal NMP/ 1000 100ml

S. d. totais mg/1 *500 ODdeSat. mg/1 -o/o OD de Sat. % -Fonte. CPRH

24,5 28,0

7,0 7,2

6,9 3,6

3,6 2,0

337 570

65 127

0,60 2,70

0,39

80000

225 380 8,0 7,8

86 46

43

de Classe

-o

50

o -o

100

100

100

o --

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,--..,

Anexo 3. Quadro de análise físico-química da bacia hidrográfica Capibaribe (estação CB-62 do rio Tapacurá) em 2002.

Bmia Hidrcgráfica: RIDCiplbarlxt RafGrArcia da Estaçãc: CS.62 Looal: Rio Tapacurá, na ponmda PE-50, ajusanw da cidade de Vitória de Santo Antão.

DBia e Hora da a Golslas Patim eira Unià. DSID2 OW04 02.01:1

14:06 10:00 09:50

Aspec:ID da água - T T T

MBI:srieis Fluluentss - p A A · Olece e GrEIXlBB - A A A

Vegelação - VI VI VI

Candir;éea do Tempo - ENS 815 ENS

PcluÇãa par BI!IIDiD - p A A

Rea~oo aSiido - A A A

Temperatura a c 29 211 29 pH - 8,1 6,6 7,0

OD rn9l1 CJ,CI 1,6 2,7

cao rngll 23,1 2,0 3,6

Cond. Elst ue.bn 1018 566 EiBB

CloreiD rngll 247 122 144

Fáicro rngll 0,62

NMPI Cali.Fecel

1CICiml 400 3900

Salinidade a/ao Glal&l --=Limpkt>, T=TuMJO, IM ll.IIBnte. P=Praaente, VE=t apares, III=Unense, t:NOS=t nmaral:la, t:Ntr= na:JCleriD

Fonte.CPRH

Anexo 4. Tabela com a descrição dos parâmetros que são analisados no monitoramento físico-químico

PARÂMETROS ANALISADOS NO MONITORAMENTO FÍSICO-QUÍMICO DA ÁGUA (Sistema Tapacurá)

Água BRUTA Água TRATADA

pH itens da água bruta

Condutividade Dureza total

Turbidez Cálcio

Alcalinidade Magnésio

Ferro total Potássio

Cloretos Sulfato

Nitrogênio amoniacal Zinco

Nitrogênio Nitrito Cobre

Nitrogênio Nitrato Cádmio

Manganês Cromo total

Fosfato total Chumbo

Carbonato Alumínios (na ETA) Fonte. COMPESA

C2MO

10:00

T p

A

VI

ENS

A p

25 7,2

1,8

16,1 7SD 122

2,09

0,4 2

06M2

10:06

T p

A

VI

ENS

A p

2& 6,8

D,CI

14,2 973 162

1,119

0,5 2

44

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Anexo 5. Quadro da classificação das águas de acordo com o uso e destino

Doces Especial Aguas destinadas ao abastecimento sem prévia ou com simples desinfeção e à prevenção do equilíbrio natural das comunidades 119_uáticas.

Doces 1 Aguas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película e à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.

Doces 2 Aguas destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimenta_ç_ão humana.

Doces 3 Aguas destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras e à dessedentação de animais.

Doces 4 Aguas destinadas à nave_gl!ção; à harmonia paisagística e aos usos menos exigentes. Salinas 5 Aguas destinadas à recreação de contato primário; à proteção das comunidades aquáticas e à

criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à Alimentação humana.

salinas 6 Aguas destinadas à navegação comercial; à harmonia paisagística e 'recreação de contato secundário.

Salobras 7 Aguas destinadas à recreação de contato primário; à proteção das comunidades aquáticas e à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.

Salobras 8 Aguas destinadas à navegação comercial; à harmonia paisagística e a recreação de contato secundário.

-Fonte. Resoluçao N° 20 do CONAMA /1986

Anexo 6. Quadro descritivo da condição das águas dos mananciais de acordo com os limites estabelecidos nos classes.

DESCRIÇÃO Não Enquadram-se, nesta categoria, os copos de água que apresentam condições de

comprometida qualidade de água compatíveis com os limites estabelecidos para a classe I. (Resolução CONAMA n°20/86). Estes copos d'água apresentam qualidade da água ótima, com níveis desprezíveis de poluição.

Pouco Enquadram-se, nesta categoria, os copos de água que apresentam condições de qualidade de comprometida água compatíveis com os limites estabelecidos para as classes 2, 5 e 7 (Resolução

CONAMA no 20/86). Estes copos d'água apresentam qualidade da água boa, com níveis baixos de poluição.

Moderadamente Enquadram-se, nesta categoria, os copos de água que apresentam condições de qualidade de comprometida água compatíveis com os limites para as classes 3, 6 e 8 (Resolução CONAMA no 20/86).

Estes copos d'água apresentam qualidade da água regular, com níveis aceitáveis de 1 poluição.

Poluída Enquadram-se, nesta categoria, os copos de água que apresentam condições de qualidade de água compatíveis com os limites estabelecidos para a classe 4 (Resolução CONAMA no 20/86). Estes corpos d'água apresentam qualidade da água ruim, com poluição acima dos limites aceitáveis.

Muito Poluída Enquadram-se, nesta categoria, os corpos de água que não se enquadram em nenhuma das classes acima estabelecida. Estes corpos d'água apresentam qualidade da água péssima, com poluição muito elevada.

Não Monitorada -Fonte. Resoluçao W 20 do CONAMA /1986

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