histÓria da repÚblica...histÓria da repÚblica mulheres de “garra” da primeira repÚblica....

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Carolina Wilhelma Michaëlis de Vasconcelos (Berlim, 1851 — Porto, 1925) A mais célebre filóloga da língua portuguesa. Foi crítica literária, escritora, lexicógrafa, investigadora e a primeira mulher a leccionar numa universidade portuguesa, na Universidade de Coimbra. Adelaide de Jesus Damas Brazão Cabete conhecida como Adelaide Cabete (Alcáçovas, Elvas, 1867 — Lisboa, 1935) Foi uma das principais feministas portuguesas do século XX. Republicana convicta, foi médica obstetra, ginecologista, professora, maçon, publicista, benemérita, pacifista, abolicionista, defensora dos animais e humanista portuguesa. Foi pioneira na reivindicação dos direitos das mulheres, e durante mais de vinte anos, presidiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, nessa qualidade reivindicou para as mulheres o direito a um mês de descanso antes do parto e em 1912 reivindicou também o direito ao voto feminino, sendo em 1933, a primeira e única mulher a votar, em Luanda, onde viveu, a Constituição Portuguesa. Angelina Vidal (Lisboa, 1853 - Lisboa, 1917) Professora, jornalista e propagandista dos direitos dos operários, nomeadamente das mulheres, republicana assumida com intervenções públicas de cariz social. Grande oradora e propagandista da causa republicana, discursou em comícios e escreveu artigos nos jornais dedicados à defesa dos trabalhadores. Ana de Castro Osório (Mangualde, 1872 — Setúbal, 1935) Foi uma escritora da literatura infantil, pedagoga, feminista e activista republicana portuguesa. Pioneira em Portugal na luta pela igualdade de direitos entre homem e mulher. Foi uma das fundadoras do Grupo Português de Estudos Feministas, em 1907, da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, em 1909, da Associação de Propaganda Feminista, em 1912, da Comissão Feminina ‘Pela Pátria’, em 1916, a partir da qual se formou, no mesmo ano, a Cruzada das Mulheres Portuguesas. Carolina Beatriz Ângelo (Guarda, 1871 — 1911) Feminista portuguesa. Frequentou o Liceu na Guarda. Mais tarde ingressou nas Escolas Politécnica e Médico-Cirúrgica em Lisboa, onde concluiu o curso de Medicina em 1902. Médica, lutadora sufragista e fundadora da Associação de Propaganda Feminista, foi a primeira mulher a votar em Portugal, por ocasião das eleições da Assembleia Constituinte, em 1911. O facto de ser viúva permitiu-lhe invocar em tribunal ser "chefe de família". De forma a evitar que tal exemplo pudesse ser repetido, a lei foi alterada no ano seguinte, com a especificação de que apenas os chefes de família do sexo masculino poderiam votar. Maria Carolina Frederico Crispim ou Maria Veleda (Faro, 1871 – Lisboa, 1955) Professora, feminista, republicana, livre-pensadora e espiritualista. Pioneira na luta pela educação das crianças e os direitos das mulheres e na propaganda dos ideais republicanos, destacando-se como uma das mais importantes dirigentes do primeiro movimento feminista português. Defendeu a igualdade de direitos jurídicos, cívicos e políticos entre os sexos. Empenhou-se na luta pelo sufrágio feminino, escrevendo, discursando, fazendo petições e chefiando delegações e representações aos órgãos de soberania. Casada com Paulino de Oliveira, membro do Partido Republicano aproximou-se desse partido, tendo, depois da instauração da República, colaborado com o ministro da Justiça, Afonso Costa, na elaboração da Lei do Divórcio. HISTÓRIA DA REPÚBLICA MULHERES DE “GARRA” DA PRIMEIRA REPÚBLICA

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Page 1: HISTÓRIA DA REPÚBLICA...HISTÓRIA DA REPÚBLICA MULHERES DE “GARRA” DA PRIMEIRA REPÚBLICA. Title: mulheres republica - versão 10 Created Date: 6/26/2010 10:58:44 PM

Carolina Wilhelma Michaëlis de Vasconcelos

(Berlim, 1851 — Porto, 1925)A mais célebre filóloga da língua portuguesa. Foi crítica literária, escritora, lexicógrafa, investigadora e a primeira mulher a leccionar numa universidade portuguesa, na Universidade de Coimbra.

Adelaide de Jesus Damas Brazão Cabete conhecida como Adelaide Cabete

(Alcáçovas, Elvas, 1867 — Lisboa, 1935)Foi uma das principais feministas portuguesas do século XX. Republicana convicta, foi médica obstetra, ginecologista, professora, maçon, publicista,benemérita, pacifista, abolicionista, defensora dos animais e humanista portuguesa. Foi pioneira na reivindicação dos direitos das mulheres, e durante mais de vinte anos, presidiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, nessa qualidade reivindicou para as mulheres o direito a um mês de descanso antes do parto e em 1912 reivindicou também o direito ao voto feminino, sendo em 1933, a primeira e única mulher a votar, em Luanda, onde viveu, a Constituição Portuguesa.

Angelina Vidal

(Lisboa, 1853 - Lisboa, 1917)Professora, jornalista e propagandista dos direitos dos operários, nomeadamente das mulheres, republicana assumida com intervenções públicas de cariz social. Grande oradora e propagandista da causa republicana, discursou em comícios e escreveu artigos nos jornais dedicados à defesa dos trabalhadores.

Ana de Castro Osório

(Mangualde, 1872 — Setúbal, 1935)Foi uma escritora da literatura infantil, pedagoga, feminista e activista republicana portuguesa. Pioneira em Portugal na luta pela igualdade de direitos entre homem e mulher. Foi uma das fundadoras do GrupoPortuguês de Estudos Feministas, em 1907, da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, em 1909, da Associação de Propaganda Feminista, em 1912, da Comissão Feminina ‘Pela Pátria’, em 1916, a partir da qual se formou, no mesmo ano, a Cruzada das Mulheres Portuguesas.

Carolina Beatriz Ângelo

(Guarda, 1871 — 1911)Feminista portuguesa. Frequentou o Liceu na Guarda. Mais tarde ingressou nas Escolas Politécnica e Médico-Cirúrgica em Lisboa, onde concluiu o curso de Medicina em 1902. Médica, lutadora sufragista e fundadora da Associação de Propaganda Feminista, foi a primeira mulher a votar em Portugal, por ocasião das eleições da Assembleia Constituinte, em 1911.O facto de ser viúva permitiu-lhe invocar em tribunal ser "chefe de família". De forma a evitar que tal exemplo pudesse ser repetido, a lei foi alterada no ano seguinte, com a especificação de que apenas os chefes de família do sexo masculino poderiam votar.

Maria Carolina Frederico Crispim ou Maria Veleda

(Faro, 1871 – Lisboa, 1955)Professora, feminista, republicana, livre-pensadora e espiritualista. Pioneira na luta pela educação das crianças e os direitos das mulheres e na propaganda dos ideais republicanos, destacando-se como uma das mais importantes dirigentes do primeiro movimento feminista português. Defendeu a igualdade de direitos jurídicos, cívicos e políticos entre os sexos. Empenhou-se na luta pelo sufrágio feminino, escrevendo, discursando, fazendo petições e chefiando delegações e representações aos órgãos de soberania. Casada com Paulino de Oliveira, membro do Partido Republicano aproximou-se desse partido, tendo, depois da instauração da República, colaborado com o ministro da Justiça, Afonso Costa, na elaboração da Lei do Divórcio.

HISTÓRIA DA REPÚBLICAMULHERES DE “GARRA” DA PRIMEIRA REPÚBLICA