história - pré-vestibular impacto - expansão marítimo-comercial européia séculos xv-xvi 01

2

Click here to load reader

Upload: historia-qui

Post on 06-Jun-2015

6.967 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: História - Pré-Vestibular Impacto - Expansão Marítimo-Comercial Européia Séculos XV-XVI 01

KL 260208

EXPANSÃO MARÍTIMA

Frente: 01 Aula: 03

PROFº: RAMIRO A Certeza de Vencer

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!

Fale

con

osco

ww

w.p

orta

limpa

cto.

com

.br

EN

SINO

MÉD

IO -

2008

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

“A expansão marítimo-comercial européia dos séculos XV-XVI pode ser entendida como o encaminhamento, para a solução no campo econômico, da crise geral do século XIV. A necessidade vital de novas fontes produtoras de metais preciosos, a carência de trigo e o interesse pelas especiarias asiáticas, são alguns dos elementos levantados pela historiografia para explicar o processo expansionista. Este, assim, assume o caráter de empresa marítima e, principalmente, mercantil, contribuindo decisivamente para tornar possível a chamada 'acumulação primitiva de capital' na Europa Ocidental". MARQUES, Adhemar. "História Moderna Através de Textos". SP: Contexto, 2000, p.67 Na imagem acima, azulejo colonial com desenhos de caravelas.

O texto acima nos passa, de modo sucinto, algumas das ideias que vão nortear o empreendimento europeu denominado de "Expansão Ultramarina", durante certo tempo este fenômeno histórico foi estudado como fruto do espírito aventureiro dos primeiros navegadores que se prestaram a cruzar os mares em busca de superar o desconhecido, ora, sabemos que as motivações que conduziram as navegações na Idade Moderna eram outras, na abertura podemos observar que as pretensões estavam diretamente ligadas às atividades comerciais que vinham se desenvolvendo no Velho Mundo e sua frenética busca pela expansão. No tópico seguinte estudaremos quais foram essas necessidades que forçaram os primeiros navegantes a se lançarem ao mar.

2. CAUSAS GERAIS DA EXPANSÃO 2.1 FOME MONETÁRIA

Deste o tempo das cruzadas os cristãos haviam ficado fascinados por artigos de luxo vindos do oriente e denominados de especiarias (seda, porcelana, bálsamo e etc.), passaram séculos negociando avidamente com os árabes e então este comércio se estabeleceu por praticamente todo o continente. Contudo, um problema surgiria de toda esta conjuntura, como o pagamento por estes artigos era feito preferencialmente com ouro, observamos um esgotamento das Jazidas de metais preciosos da Europa, configurando o que nós chamamos de "fome monetária".

A própria sobrevivência das práticas comerciais dependia da procura por novas fontes de ouro e prata que deveriam ser encontradas no exterior.

Naquele momento algumas lendas típicas da Idade Média ganhariam força junto aos interessados nesta procura por metais, o maior exemplo neste caso seria o "Reino de Preste João". A narrativa acerca de um território na Àfrica, governado por um rei cristão dono de uma riqueza jamais vista, surgiu durante o movimento das cruzadas, provavelmente a partir de uma carta divulgada durante aquele tempo descrevendo as maravilhas percebidas nestes domínios

PRESTE JOÃO "Se abriram os cortinas e subitamente vimos o Preste João, ricamente adornado sobre uma plataforma de seis

degraus. Tinha em sua cabeço uma grande coroa de ouro e prata. Uma de suas mitos apoiava uma cruz de prata (...) Á sua direita, um pajem apoiava uma cruz de prato bordada em forma de pétalas (...) O Preste João usava um belo vestido de seda com bordados de ouro e prata e uma camisa de seda com mangas largos. Era uma belo vestimenta, semelhante a uma botina de um bispo, e ia de seus joelhos até o choo (...) Suo postura e seus modos são inteiramente dignos do poderoso personagem que é".

Francisco Alves, embaixador português enviado à Etiópia, século XVI. Devemos perceber que em meio a escassez de um artigo de tamanha importância, a recorrência deste tema é perfeitamente compreensível, os europeus desenvolveram a expectativa de chegar a este reino e se apropriar da riqueza do famoso soberano, curiosamente algum tempo mais tarde se desenvolveria semelhante situação em torno da lenda do "Eldorado".

Page 2: História - Pré-Vestibular Impacto - Expansão Marítimo-Comercial Européia Séculos XV-XVI 01

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!

Fale

con

osco

ww

w.p

orta

limpa

cto.

com

.br

EN

SINO

MÉD

IO -

2008

2.2. O MONOPÓLIO ITALIANO Até o advento das navegações, a península itálica era o grande centro da vida económica de todo o Velho Mundo,

sua condição privilegiada é explicada pelo fato de suas cidades (Génova, Veneza, Pisa, entre outras) funcionarem como entreposto comercial na transação das especiarias. Os itálicos eram os únicos a comercializar diretamente com os árabes, concentrado a maior parcela de lucros deste negócio. Os outros habitantes da Europa entendiam que a única maneira de se superar estes comerciantes seria encontrar uma rota que os levassedireto às feiras das Índias. 2.3. EXPANSÃO DA FÉ CRISTÃ

Enquanto a Europa fervilhava com a Reforma Protestante, a Igreja católica exerceu um importante papel no processo de colonização do “novo” mundo. Procurou legitimar as conquistas e ganhou força política e religiosa, através do polêmico projeto de catequização das comunidades nativas..

A Igreja Católica também esteve presente durante o processo da expansão, recorrendo a um discurso muito usado durante a época das cruzadas, defendia a necessidade cristã de leva a "verdadeira fé" para todos os povos do mundo. Durante o século XVI, com o advento da Reforma Protestante, os católicos buscariam no Novo Mundo a recuperação dos fiéis perdidos, para tanto iniciariam uma violenta política de catequizaçao dos índios que traria consequências lucrativas para Roma e nefastas para os nativos. 2.4 CONDIÇÕES NECESSÁRIAS

O projeto ultramarino seria extremamente complicado e dispendioso, portanto era preciso que determinadas condições fossem atendidas para que este se tomasse viável, a seguir estudaremos algumas destas questões. a) A Formação dos Estados Nacionais: As navegações coincidem com o aparecimento dos Estados modernos, condição fundamental para a execução do projeto. Os reis se tornariam os responsáveis pela organização do empreendimento, desde o recrutamento de tripulantes, passando pelo desenvolvimento de equipamentos de bordo, até chegar na elaboração dos roteiros de navegação. O monarca seria ainda o catalisador dos investimentos oriundos dos burgueses, grandes interessados no êxito deste projeto.

b) O Desenvolvimento Técnico: Até o século XIV, as técnicas e ferramentas de navegação eram ainda muito precárias, as embarcações eram muito pequenas e geralmente só trafegavam por distâncias curtas (não estamos considerando os Vikings), seria necessário um aprimoramento técnico e tecnológico considerável para que viagens do porte das que veríamos nos séculos XV se tornassem possíveis. O intercâmbio com os árabes e o investimento de reis e burgueses provocou uma pequena revolução nas ciências náuticas da época, equipamentos como bússolas e astrolábios seriam desenvolvidos e aperfeiçoados, embarcações maiores como caravelas, naus e galeões seriam utilizadas na expansão. Leia sobre o tema o documento abaixo:

“O desenvolvimento das navegações dependeu de várias ciências, especialmente da astronomia. Navegar nos oceanos requeria, antes de tudo, saber orientar-se, ir e voltar, o que dependia de um atento exame dos céus. Os pilotos e cientistas a serviço de Portugal descreveram e localizaram constelações, estabeleceram movimentos de marés e estudaram fusos horários. Adotaram e aperfeiçoaram instrumentos legados pelos árabes, como a bússola, o astrolábio e o quadrante, e ajudaram a criar outros, menores, mais leves e mais precisos, como a balestilha e o sextante, conseguindo com eles estabelecer o norte magnético e as latitudes. À medida que as viagens prosseguiam e a experiência se acumulava,, reuniam cartas de marear, roteiros de viagens, tabelas hidrográficas, regimentos e diários de bordo que formaram um importante acervo de conhecimentos marítimos.”

(AMADO, Janaína, FIGUEIREDO, Luiz Carlos. A formação do império português (1415 - 1580). São Paulo: Atual, 1999, p. 24.)

A balestilha, acima, é um instrumento utilizado para determinar a latitude. Foi bastante utilizado pelos Portugueses na Época dos Descobrimentos. Era usada para ajudar a determinar a latitude do navio através de observações da altura do sol.