história e geografia de santa catarina

60
Índice HISTÓRIA DE SANTA CATARINA INTRODUÇÃO ........................................................ INTRODUÇÃO ........................................................ ................................................. ................................................. PRIMEIROS PRIMEIROS HABITANTES ........................................................ HABITANTES ........................................................ .............................. .............................. PRIMEIROS PRIMEIROS POVOADORES ........................................................ POVOADORES ........................................................ ............................ ............................ O POVOAMENTO O POVOAMENTO VICENTISTA ........................................................ VICENTISTA ........................................................ ....................... ....................... A CRIAÇÃO DA CAPITANIA DE SANTA A CRIAÇÃO DA CAPITANIA DE SANTA CATARINA ............................................... CATARINA ............................................... POVOAMENTO POVOAMENTO AÇORIANO .......................................................... AÇORIANO .......................................................... .......................... .......................... ECONOMIA CATARINENSE NO PERÍODO ECONOMIA CATARINENSE NO PERÍODO COLONIAL ........................................... COLONIAL ........................................... OCUPAÇÃO DO PLANALTO OCUPAÇÃO DO PLANALTO CATARINENSE ....................................................... CATARINENSE ....................................................... ..... ..... A INVASÃO ESPANHOLA DE A INVASÃO ESPANHOLA DE 1777 .............................................................. 1777 .............................................................. ........... ........... A INDEPENÊNCIA E O A INDEPENÊNCIA E O IMPÉRIO ........................................................... IMPÉRIO ........................................................... ................. ................. A COLONIZAÇÃO A COLONIZAÇÃO EUROPÉIA .......................................................... EUROPÉIA ..........................................................

Upload: rose-vargas

Post on 28-Dec-2014

133 views

Category:

Education


28 download

DESCRIPTION

Bela e Santa Catarina

TRANSCRIPT

Page 1: História e Geografia de Santa Catarina

Índice

HISTÓRIA DE SANTA CATARINA

INTRODUÇÃO ......................................................................................INTRODUÇÃO ......................................................................................

......................................

PRIMEIROS PRIMEIROS

HABITANTES ......................................................................................HABITANTES ......................................................................................

PRIMEIROS PRIMEIROS

POVOADORES ....................................................................................POVOADORES ....................................................................................

O POVOAMENTO O POVOAMENTO

VICENTISTA ...............................................................................VICENTISTA ...............................................................................

A CRIAÇÃO DA CAPITANIA DE SANTA A CRIAÇÃO DA CAPITANIA DE SANTA

CATARINA ...............................................CATARINA ...............................................

POVOAMENTO POVOAMENTO

AÇORIANO ....................................................................................AÇORIANO ....................................................................................

ECONOMIA CATARINENSE NO PERÍODO ECONOMIA CATARINENSE NO PERÍODO

COLONIAL ...........................................COLONIAL ...........................................

OCUPAÇÃO DO PLANALTO OCUPAÇÃO DO PLANALTO

CATARINENSE ............................................................CATARINENSE ............................................................

A INVASÃO ESPANHOLA DE A INVASÃO ESPANHOLA DE

1777 .........................................................................1777 .........................................................................

A INDEPENÊNCIA E O A INDEPENÊNCIA E O

IMPÉRIO ............................................................................IMPÉRIO ............................................................................

A COLONIZAÇÃO A COLONIZAÇÃO

EUROPÉIA ..................................................................................EUROPÉIA ..................................................................................

A REVOLUÇÃO FARROUPILHA E A REPÚBLICA A REVOLUÇÃO FARROUPILHA E A REPÚBLICA

JULIANA ......................................JULIANA ......................................

A ESCRAVIDÃO EM SANTA A ESCRAVIDÃO EM SANTA

CATARINA ..................................................................CATARINA ..................................................................

A PARTICIPAÇÃO DE SANTA CATARINA NA GUERRA DO A PARTICIPAÇÃO DE SANTA CATARINA NA GUERRA DO

PARAGUAI ...................PARAGUAI ...................

EDUCAÇÃO EM SNTA CATARINA ATÉ O INÍCIO DO SÉCULO EDUCAÇÃO EM SNTA CATARINA ATÉ O INÍCIO DO SÉCULO

XIX .........................XIX .........................

A PARTICIPAÇÃO DE SANTA CATARINA NO MOVIMENTO A PARTICIPAÇÃO DE SANTA CATARINA NO MOVIMENTO

REPUBLICANO ...........REPUBLICANO ...........

A REVOLUÇÃO A REVOLUÇÃO

FEDERALISTA ................................................................................FEDERALISTA ................................................................................

A GUERRA DO A GUERRA DO

Page 2: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

CONTESTADO ................................................................................CONTESTADO ................................................................................

O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA DE S.C. (DE 1889 A O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA DE S.C. (DE 1889 A

1930) .......................1930) .......................

A REVOLUÇÃO DE 1930 EM SANTA A REVOLUÇÃO DE 1930 EM SANTA

CATARINA ......................................................CATARINA ......................................................

BRASIL E SANTA CATARINA NA SEGUNDA GUERRA BRASIL E SANTA CATARINA NA SEGUNDA GUERRA

MUNDIAL ............................MUNDIAL ............................

OS GOVERNADORES DE SANTA OS GOVERNADORES DE SANTA

CATARINA ...........................................................CATARINA ...........................................................

LEITURA LEITURA

COMPLEMENTAR .................................................................................COMPLEMENTAR .................................................................................

............

22 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 3: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

HISTÓRIA DE SANTA CATARINA

INTRODUÇÃOA história de Santa Catarina está contextualizada no período da Idade Moderna, onde a

Europa no século XV passa por profundas mudanças.

No final do século XIV e início do século XV, a Europa vivenciou uma crise econômica,

onde faltaram terras, produtos, metais preciosos, e os europeus enfrentaram o monopólio

árabe-italiano no comércio das especiarias.

Nesse contexto, os europeus buscaram a saída para a crise através das viagens

marítimas, explorando terras em outros continentes como Ásia, África e América.

Dentre os países europeus, destaca-se Portugal, que já possuía o poder centralizado,

necessitava expandir seus territórios, e possuía uma burguesia ávida de lucros, que

financiava as viagens.

Várias viagens foram realizadas; entre elas, a expedição de Vasco da Gama que chegou

a Calcutá, nas Índias, em busca de especiarias. Fernão de Magalhães, português a serviço da

Espanha, chegou ao extremo da Patagônia, onde este caminho recebeu o nome de Estreito

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 33

Page 4: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

de Magalhães, que abriu para a Espanha uma grande rota comercial na América do Sul.

Assim, o litoral do Atlântico passou a ser conhecido e atraiu vários navegadores.

Portanto, nesse contexto está inserida a história do nosso Estado.

PRIMEIROS HABITANTESOs primeiros habitantes em Santa Catarina foram os índios, náufragos, desterrados e

sacerdotes. Era bastante expressivo o número de indígenas que habitavam Santa Catarina.

No litoral estavam os Tupi-Guaranis que também serão denominados de Carijós.

Os Carijós do litoral de Santa Catarina conheciam os caminhos que levavam ao interior.

Foi com a ajuda dos índios que Aleixo Garcia (espanhol) chegou ao atual Paraguai. Uma rota

principal, o chamado Caminho Piabiru, partia do litoral paranaense e seguia pelo planalto em

direção ao Rio Iguaçu, e, daí, atravessava o Paraguai com destino ao Peru.

Os Carijós eram sedentários, praticavam agricultura e a pesca; viviam semi-nus; sabiam

preparar bebidas fermentadas, trançar cestos, redes e esteiras; viviam em tribos.

No interior, no planalto, temos o grupo Jê, ao qual pertencem os Kaingangs e Xokleng.

Os Kaingangs viviam no planalto, utilizavam a cultura do pinhão, a agricultura era

rudimentar, complementada pela caça. Eram semi-nômades, faziam acampamento,

caçavam, coletavam frutos, raízes e mel.

Os Xoklengs eram nômades, ocupavam as florestas que ficavam entre o litoral e o

planalto. Sua economia era baseada na caça e na coleta.

Os europeus que chegavam ao litoral de Santa Catarina entravam em contato apenas

com os Carijós. Em 1549, Hans Staden passou pela ilha de Santa Catarina e encontrou um

espanhol vivendo com os Carijós. Esses também sempre se mostraram afáveis ao contato

com os brancos.

Na ilha, havia diversos aldeamentos e, no continente, fronteiriço à cabeceira da Ponte

Hercílio Luz, vários vestígios ficaram como lembranças deste povoamento pré-histórico, dos

quais os principais se encontram nos sítios arqueológicos denominados Sambaquis (Ponta

das Almas, na Lagoa da Conceição e Ponta das Canas, em Canasvieiras, entre outros) ou

rupestres (Santinho, Campeche etc.).

Antes da chegada dos europeus, os indígenas haviam dado o nome da ilha de

Meiembipe (elevação ao longo do rio) e Jurerê-Mirim (estreito que separa o continente).

Atualmente a população indígena não passa de 6.500 pessoas. Existe em Santa

Catarina duas reservas: Chapecó e Ibirama.

A Universidade Federal de Santa Catarina, através do museu de Antropologia e o

Colégio Catarinense, através do Museu do Homem do Sambaqui, criado pelo padre Rohr

(pioneiro na pesquisa arqueológica em Santa Catarina) procuram valorizar a cultura indígena.

44 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 5: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

PRIMEIROS POVOADORESVamos estudar como ocorreu o povoamento do nosso litoral: Náufragos, Desterrados e

Sacerdotes.

A sede de Espanha e Portugal pelas novas terras fez organizar expedições que

chegaram no litoral Atlântico.

No litoral catarinense não foi o espanhol nem o português, mas o francês Binot Paulnier

Gronieville com o navio “L Espoir” que, no ano 1504 aporta no litoral, na Baía de Babitonga,

em São Francisco do Sul. Depois de conviver com os indígenas por alguns meses, convenceu

o cacique da tribo, Iça Mirim, a levar seu filho para a França, onde casou aos 31 anos com a

filha de Palma Susana.

Em 1515, registra-se a presença de expedições de Juan Dias Solis. Foi o primeiro a

utilizar a denominação de Baía dos Perdidos, correspondente às águas entre ilha e

continente.

O nome do local veio do fato de que uma embarcação de sua esquadra se perdeu

nessas águas onde só salvaram-se onze tripulantes.

A expedição de Sebastião Caboto, italiano, a serviço da Espanha, chega ao litoral

catarinense por volta de 1526 e publicou mapas referentes àquela expedição, denominando

a ilha de Santa Catarina de “Porto dos Patos”.

Alguns autores atribuem a Sebastião Caboto a denominação de Santa Catarina, em

homenagem à sua esposa Catarina de Medrano, outros dizem que foi em homenagem à

Santa Catarina de Alexandria, festejada pela igreja a 25 de novembro.

Em 1541, a expedição espanhola de D. Avelar Nuñez Cabeza de Vaca, aporta no

continente fronteira à ilha, nomeado pelo rei da Espanha para tomar posse nas terras da

Coroa. Aqui chegando, intitula-se Governador de Santa Catarina.

Apareceram outros desertores como o caso de elementos que abandonaram a

embarcação “San Gabriel”, comandado por D. Rodrigo Acunã, que fazia parte de uma

expedição espanhola.

Os religiosos foram também os primeiros elementos a aqui chegar. Eram padres

franciscanos, acompanhantes de uma expedição espanhola, em 1538, desembarcada na ilha.

Eram eles o Frei Bernardo de Armenta e Alonso Lebrón.

O POVOAMENTO VICENTISTACom a presença das expedições espanholas, no século XVI, pelo litoral catarinense e sul

do Brasil, e dentro da política de ampliação do território, Portugal utilizou-se do princípio

jurídico do “Uti Possidetes”: “quem possui de fato, possui de direito”.

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 55

Page 6: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Portanto, a capitania de São Vicente tem papel fundamental como centro erradiador das

bandeiras de apresamento e prospector.

Com esse objetivo, os bandeirantes deslocam-se para o extremo sul. Assim,

provavelmente em 1658, Manuel Lourenço de Andrade transferiu-se com sua família,

agregados e escravos para São Francisco do Sul. Denominou o povoado de Nossa Senhora da

Graça do Rio São Francisco.

Com o objetivo de fundar uma povoação, partiu Francisco Dias Velho, de São Paulo em

1612, acompanhado de familiares, índios domesticados, com interesses pastoris.

Retornou a São Paulo e de lá mandou seu filho, José Pires Monteiro em 1673, com mais

de cem homens, para melhor fortalecer a povoação de Nossa Senhora do Desterro.

Em 1679 requer a doação das terras ocupadas ao governador da Capitania “duas léguas

de terra em quadro” na ilha de Santa Catarina (localizadas em frente ao estreito).

Durante quase 10 anos, Dias Velho formou um povoamento na ilha, baseado em

trabalhos agrícolas, na cultura da mandioca e cana-de-açúcar.

Em 1685, um navio pirata inglês quase encalhou em canasvieiras, e precisava de

reparos, Dias Velho vai até o local, prende os piratas e recolhe o carregamento.

Dois anos depois, os piratas retornaram à ilha, atacam a população local. Dias Velho

morreu e, a partir disso, a ilha ficou completamente abandonada e com o abandono da ilha e

a pretensão espanhola e os interesses econômicos e militares, inspiravam os portugueses a

fundação da Vila de Santo Antônio dos Anjos de Laguna, que ocorre em virtude da

necessidade de apoio à Colônia de Sacramento e de estabelecer ligação entre a costa e as

estâncias do interior.

Domingos Brito Peixoto, possuidor de grande fortuna, atendendo ao convite que lhe fora

feito por Carta Régia, para explorar o extremo sul da capitania de São Vicente, apresenta-se

com escravos e a família para fundar o nosso povoamento.

66 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 7: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

A CRIAÇÃO DA CAPITANIA DE SANTA CATARINA Em 1738, a Coroa portuguesa desencorporou os territórios da ilha de Santa Catarina e

do Rio Grande do Sul da jurisdição de São Paulo, passando para o Rio de Janeiro, ficando

subordinado diretamente aos vice-Reis do Brasil.

Santa Catarina constitui um posto avançado da soberania portuguesa na América do

Sul.

As razões que levaram a Coroa portuguesa a tomarem tal medida, tendo em vista a

recente fundação da Colônia de Sacramento e a conseqüente necessidade de lhe dar

cobertura estratégica militar, foi implantar um sistema defensivo no litoral, onde se incluía a

ilha de Santa Catarina e a barra do Rio Grande (RS).

Para isso ocorrer, a Coroa portuguesa só comprou a Capitania de Santo Amaro e Terras

de Sant`Ana dos herdeiros de Pero Lopes de Souza.

Foi o Brigadeiro José da Silva Paes que teve a incumbência de administrar a Capitania,

devido a sua larga experiência militar como executor do plano de fortificações. Sua principal

missão foi organizar a defesa.

Construiu as fortalezas de São José

da Ponta Grossa, Santa Cruz de

Anhatomirim, Ratones e Barra do Sul.

Outra ação de Silva Paes foi

preparar a chegada de casais de

açorianos para ocupar o vazio

demográfico e dar cobertura defensiva à

doutrina da Uti Possedetis, defendida

pela Coroa portuguesa nas relações

diplomáticas com a Espanha nas

questões de fronteiras em terras do Sul.

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 77

Page 8: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

POVOAMENTO AÇORIANO

As fundações das povoações vicentistas no litoral catarinense não fortaleceu o surto

demográfico em toda a sua extensão.

Por decisão do Conselho Ultramarino, Portugal, em 1746, resolveu promover a

imigração de açorianos para a ilha de Santa Catarina, no litoral fronteiro e Rio Grande.

O maior contingente populacional veio do Arquipélago dos Açores e Madeira.

As causas da emigração açoriana estão ligadas a vários fatores:

- abalos sísmicos;

- precário desenvolvimento econômico da região;

- explosão demográfica;

- falta de alimento;

- presença de grandes latifundiários, que negavam terra ao trabalhador e os explorava

violentamente.

Portanto, Portugal resolveu a densidade demográfica dos Arquipélagos e garantiu a

infra-estrutura aos projetos de expansão no sul do Brasil.

Foram feitas promessas de ajuda aos açorianos para sua instalação, entre elas:

ferramentas, armas, dinheiro, farinha, isenção do serviço militar, uma porção de terras

(Sesmarias). A maioria das promessas não foi cumprida, pois a terra era infértil; tinham que

adaptar-se ao plantio de mandioca e à atividade pesqueira (Armação de baleias).

Assim, os açorianos foram envolvidos na construção de fortes. A condição para vir era

que os homens não poderiam ter mais de 40 anos e mulheres mais de 30 anos em boas

condições físicas.

Os açorianos sofreram um naufrágio próximo a Barra do Sul, com 250 açorianos,

somente 77 sobreviveram. Hoje, o local é conhecido como Ponta dos Naufragados.

As principais fundações açorianas são:

- Nossa Senhora da Conceição, 1750;

- Enseada de Brito, 1750;

- São Miguel, 1750;

- São João Batista do Rio Vermelho, 1834;

- Nossa Senhora da Lapa do Ribeirão, 1809;

88 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 9: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

- São Francisco de Canasvieiras, 1835;

- Santo Antônio de Lisboa, 1755;

- São José, 1751.

O LEGADO AÇORIANO

Destacam-se:

- técnicas de pesca;

- carro-de-bois;

- olaria;

- renda de bilro;

- o pão por Deus;

- festas do Divino Espírito Santo;

- farra do boi;

- substrato lingüístico.

Através dos pesquisadores catarinenses, Franklin Cascaes, defensor da cultura ilhoa,

temos relatos sobre as Bruxas e seus encantamentos e sobre Lobisomem.

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 99

Page 10: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

ECONOMIA CATARINENSE NO PERÍODO COLONIAL

Santa Catarina manteve-se frágil, economicamente: a mão-de-obra que poderia ser útil

na agricultura, foi desviada para as campanhas militares.

A sua produção: farinha de mandioca, madeira, azeite de baleia, não gerou fortunas no

território catarinense. Devemos destacar, porém que, em 1767, Santa Catarina era um dos

maiores produtores de farinha do Brasil, exportando metade da produção.

Outra atividade econômica foi a pesca da baleia, cujo óleo era destinado à iluminação.

Essa atividade entrou em decadência quando o óleo usado para iluminação foi substituído

pelo querosene e depois pelo petróleo.

OCUPAÇÃO DO PLANALTO CATARINENSE

O povoamento do Estado continua. Os tropeiros que viviam em Laguna, começaram a

se interessar pelo gado que era criado solto e sem dono nos campos do Rio Grande do Sul.

1010 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 11: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Os tropeiros saíram de Laguna e vieram, pelo litoral, em busca de animais. Eles

chegaram até a chamada Vacaria dos Pinhais e Vacaria do Mar. Vacaria dos Pinhais era o

nome dado às terras do planalto catarinense e sul rio-grandense. Vacaria do Mar era o nome

dado às terras do litoral do Rio Grande do Sul.

O gado aprisionado era levado até Laguna pelo Caminho do Mar. Os tropeiros faziam o

comércio do gado, levando o gado de Laguna com barco até as terras do atual Estado de São

Paulo.

No ano de 1730, Francisco de Souza Faria descobriu um caminho que passava pelos

Campos de Lages. De Lages seguia para as terras do atual Estado do Paraná.

O Novo Caminho chamou-se Caminho do Sul. Os animais eram levados até a cidade

paulista de Sorocaba, onde se realizava a feira de gado. Os principais compradores do gado

eram os comerciantes de Minas Gerais.

Em 1732, um novo caminho foi encontrado, Cristóvão Pereira de Abreu descobriu o

Atalho das Tijucas.

Com o comércio de gado foram surgindo locais de pouso e descanso do gado,

especialmente nos Campos de Lages.

Foi então que o Governador da capitania de São Paulo, determinou a fundação de uma

vila junto à estrada das tropas. Para cumprir tal determinação, seguiu para o lugar chamado

Lages, Antônio Correia Pinto, que fundou, em 1771, a Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de

Lages.

Lages tornou-se um importante centro irradiador do planalto.

Ao redor das fazendas surgiram povoações que mais tarde, tornaram-se importantes

cidades: São Joaquim, Curitibanos, Lages, Campos Novos.

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 1111

Page 12: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

A INVASÃO ESPANHOLA DE 1777

Desde o início do povoamento, o litoral sul do Brasil foi alvo de disputas entre Portugal e

Espanha. Em 1715, os dois países assinaram o Tratado de Ultrecht, onde ficava definido que

a Colônia de Sacramento ficava para Portugal através da Uti Possedetis (quem possui de fato,

possui de direito).

Com o Tratado assinado, ocorreu a reação dos comerciantes espanhóis da região do Rio

da Prata. Esse conflito levou à assinatura do tratado de Madri, em 1750, onde a Colônia de

Sacramento ficava para Espanha e Sete Povos das Missões (RS) ficava para Portugal.

Os Jesuítas espanhóis de Sete Povos das Missões reagiram, ocorrendo, então, a Guerra

Guaranítica.

Diante disso, ocorreu a anulação do Tratado de Madri, através do Tratado de Pardo, em

1761. Além disso, os reflexos das divergências políticas entre Portugal e Espanha, refletiu-se

na América, onde parte de Santa Catarina foi invadida pelos espanhóis.

Em fevereiro de 1777 a esquadra espanhola chegou a Canasvieiras na ilha de Santa

Catarina e o exército português não resistiu.

A população fugiu para o Continente, onde confirma que o sistema de fortificações não

oferecia condições para uma resistência efetiva.

Em 1777 foi assinado o Tratado de Santo Ildefonso, onde coloca fim o domínio espanhol

em Santa Catarina e nas disputas militares no sul. Mas Portugal se achou lesado.

Já que o Tratado de Santo Ildefonso definia que Colônia de Sacramento e Sete Povos das

Missões seriam devolvidos para Espanha e a ilha de Santa Catarina para Portugal.

Portanto, em 1801 assinaram o Tratado de Badajós que confirmava o Tratado de Madri

de 1750.

A INDEPENDÊNCIA E O IMPÉRIOA região retomou seu crescimento depois que os espanhóis se retiraram. Os

portugueses não tinham muito interesse em desenvolver o Brasil. Era apenas mais uma

colônia a ser explorada. Tudo andava devagar aqui. Mesmo assim, Desterro foi crescendo.

1212 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 13: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Novas ruas foram abertas. Apareceram as primeiras lojas e armazéns. O Hospital de

Caridade foi fundado no mesmo local onde está até hoje. No interior da Ilha e do Continente,

começaram a funcionar os primeiros engenhos de açúcar. O movimento do porto aumentou.

Os ilhéus receberam com alegria a notícia da Independência. O último governador

nomeado pelos portugueses, Tomás Joaquim Valente, entregou o governo a uma junta de

cidadãos locais e partiu. Santa Catarina foi organizada como Província do Império. No dia 20

de março de 1823, sua capital, Nossa Senhora do Desterro, foi elevada à categoria de cidade

por Dom Pedro I.

Um comandante francês que aportou na Ilha em outubro de 1822, um mês após a

Independência, registrou em livro a vibração do povo. Ele conta que os partidários da

Independência estavam cheios de esperança e de entusiasmo barulhento.

“No excesso de sua alegria, eles haviam coberto de luzes as vilas de Nossa Senhora do

Desterro, de Laguna e São Francisco, cujas ruas percorriam entoando canções em honra de

Dom Pedro”. Assim escreveu o comandante Duperrey, famoso navegador francês que

explorou a Oceania, e parou aqui para consertar seu navio.

O primeiro presidente da Província de Santa Catarina - assim se chamavam os

governadores durante o Império - foi o desembargador João Antônio Rodrigues de Carvalho. E

a vida continuou tranqüila na capital. Até a República, poucos acontecimentos notáveis

quebraram a rotina dos moradores.

Um desses acontecimentos foi a visita do imperador Dom Pedro II e sua mulher, Dona

Tereza Cristina, em outubro de 1815. O casal foi recebido com muitas festas pelos pouco

mais de cinco mil habitantes da cidade. Naquele tempo, Desterro tinha apenas 29

quarteirões, iluminados por 64 lampiões de azeite de peixe, e não chegava a contar com mil

prédios, incluindo, os públicos.

A COLONIZAÇÃO EUROPÉIAA colonização catarinense divide-se em três momentos:

NO PRIMEIRO REINADO:

Cujo objetivo era mais de defesa da terra do que povoamento, foi muito pequena a

aplicação de recursos nesta época destaca-se a fundação de Nova Ericéia – (Ericéia região

de Portugal) uma colônia de pescadores, hoje é a atual região de Porto Belo.

Em 1820 – a vila de Lages que estava inicialmente ligada à Capitania de São Paulo foi

incorporada à Capitania de Santa Catarina.

Para resolver o problema do vazio demográfico entre o litoral e o planalto, a partir de

1829, os europeus que chegaram foram sendo colocados às margens da antiga estrada do

Desterro a Lages. Desta forma surge a Colônia de São Pedro de Alcântara: atendendo a

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 1313

Page 14: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

política de integração entre o planalto e o litoral. Em 1829 chegou o primeiro grupo de

alemães, vindos da região de Bremen, e foram instalados ali.

Vários problemas surgiram na região; entre eles: discórdia entre os colonos com

respeito à localização, solo impróprio para a expansão agrícola com relevo muito acidentado

e inadequado para plantar produtos europeus, fizeram os colonos desertarem para outro

local.

NO SEGUNDO REINADO:

Neste período surge um novo ciclo de colonização no Brasil – é o que chamamos de A

Grande Colonização.

É quando surge a maioria das colônias em Santa Catarina.

Surge uma legislação brasileira que incentivou a imigração. Por exemplo o decreto de

1846 que concedia a naturalização aos estrangeiros e o de 1848 que destinava as terras

devolutas exclusivamente à colonização, ocorre também a escassez de mão-de-obra escrava

com o fim do tráfico negreiro.

Além desses, a Europa também passava por algumas transformações; a revolução

industrial liberou grande quantidade de mão-de-obra. A Itália e a Alemanha viviam um

período de lutas pela unificação, causando intranqüilidade para o trabalho agrícola,

estimulando a saída dos europeus.

A América passou a representar a esperança em um novo mundo, visto como terra de

futuro, riqueza e liberdade.

Os alemães e italianos vieram em maior número.

A COLONIZAÇÃO ALEMÃ:

A Criação da Colônia de Blumenau:

Com o objetivo de formar uma companhia colonizadora, Hermann Blumenau associou-

se ao comerciante Fernando Hackradt e decidiram que a sede do estabelecimento seria a

região banhada pelo Itajaí-Açu.

No final de 1850, na Europa, foi feito o recrutamento de alguns colonos, com o objetivo

de embarcarem para o Brasil, com destino à Colônia de Blumenau.

Os dezessete colonos que se estabeleceram na colônia, tinham como profissões:

agrimensor, carpinteiro, marceneiro, charuteiro, funileiro, ferreiro e dois lavradores. É bom

ressaltar que o Dr. Blumenau teve uma preocupação na seleção dos imigrantes, no tocante

às qualidades pessoais e na diversificação profissional.

1414 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 15: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

A predominância de artesãos sobre lavradores explica a tradição industrial da região.

O naturalista Fritz Müller chega na colônia quando nela estavam processando os

trabalhos de medição e demarcação dos lotes.

Em 1858 a Colônia passou a distrito, o que significou a sua incorporação à estrutura

administrativo-judiciária da província, este fato trouxe um gradativo desenvolvimento à

colônia.

Por volta de 1859, já se tinha grande número de engenhos de açúcar, de farinha, assim

como alambiques, moinhos de milho, serrarias, fábricas de vinagre, de cerveja e olaria.

Em 1860, a Colônia de Blumenau deixa de ser particular e passa a pertencer ao

Governo Imperial, sendo ainda o Dr. Blumenau diretor da colônia. É bom ressaltar que agora

a colônia passa a ter recursos do Governo Federal.

A partir de 1875, outro fator favoreceu o desenvolvimento da colônia, que foi a chegada

de elementos italianos provenientes do norte da Itália, na região do Trentino.

A colônia teve um desenvolvimento ainda maior, quando em 1877 foi criada a

“Companhia de Navegação Fluvial Itajaí-Blumenau", facilitando o comércio exportador.

Desde 1863, a Colônia exportava açúcar, aguardente, charutos, madeiras, couro,

manteiga e araruta.

Em 1880, o Governo da província de Santa Catarina criou o município de Blumenau,

tendo em 1882 a primeira eleição da sua Câmara Municipal, cujo presidente foi José Henrique

Flores Filho, tendo como religião a luterana.

A Formação da Colônia Dona Francisca:

A filha de D. Pedro I, Dona Francisca, ao casar-se com o príncipe de Joinville, filho do rei

da França, recebe como dote de casamento, as terras onde se desenvolveu esta colônia, em

1843.

Refugiado na Inglaterra, por problemas políticos na França, o casal se vê obrigado ao

aproveitamento econômico destas terras.

A demarcação da colônia foi feita pelo engenheiro Jerônimo Coelho, nas proximidades

do município de São Francisco entre 1845 a 46.

Para alcançar seu objetivo de colonização, foram feitos contratos com a “Sociedade

Colonizadora de Hamburgo”, cujo primeiro contrato foi assinado em 1850. O organizador

desta sociedade foi o senador Christiano Mathias Schröeder, que se compromete a explorar a

região com a introdução de um certo número de imigrantes.

Os primeiros imigrantes chegaram em 1851 na colônia, provenientes da região de

Hamburgo, através do navio “Colon”, sendo na sua maioria lavradores suíços. Chegaram

também noruegueses das mais variadas profissões: marceneiro, padeiro, ferreiro e

lavradores.

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 1515

Page 16: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Em 1885, o crescimento populacional da Colônia fez com que se inaugurasse uma nova

frente de colonização, acompanhando a abertura de uma estrada em direção ao planalto

norte-catarinense. Esta estrada denominou-se “Estrada da Serra" e, posteriormente, “Estrada

Dona Francisca”, sendo fator decisivo no processo de desenvolvimento da colônia,

transformando-a em entreposto do comércio de exportação da erva-mate, o qual gerou

capital para a futura industrialização.

Em 1866, Joinville se torna município, se separando de São Francisco.

Contribuição Cultural dos Alemães:

- Produção de carne defumada;

- Cultivo da terra em família;

- Produziam lingüiça, queijo de tipos variados;

- Tipo de construção com tijolo à vista de telhado em ângulo agudo, com sótão e

inseparáveis jardins (Casas em enxaimel);

- O desenvolvimento do setor industrial com fábricas de laticínios, de curtume e as

cervejarias.

A COLONIZAÇÃO ITALIANA:

A Itália forneceu o maior número de imigrantes. Isto ocorreu porque a Itália vivia

momentos difíceis, como a concentração de terras nas mãos de poucos e também a

instabilidade política ocasionada pela luta de unificação dos estados italianos. Vieram com a

esperança de conseguir melhorar suas vidas.

Diferentemente dos alemães, os colonos italianos se dispersaram, pois não havia uma

estrutura administrativa para receber este grande número de imigrantes, isto causou um

descontentamento no que se referia às condições de recepção e instalação dos mesmos.

Fundaram as colônias de: Nova Trento, Rodeio, Azambuja, Urussanga, Araranguá,

Ascurra, Apiuna, Treze de Maio, Criciúma, Pedras Grandes.

Contribuição Cultural dos Italianos:

- Na Agricultura – o cultivo do milho, da uva, do arroz, da amora, do fumo e a criação do

bicho da seda;

- Na Alimentação – o hábito de comer o pão, a polenta, o macarrão e beber vinho;

- Na Arquitetura – casas de madeira sem varanda, altas, com largos porões onde eram

guardadas as carretas;

Estes porões serviam também de adega para a conservação do vinho.

1616 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 17: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

OUTROS GRUPOS COLONIZADORES:

Outros grupos de imigrantes também contribuíram para formar nosso mosaico étnico

cultural:

Poloneses:

Além das razões comuns com outras nações européias acima mencionadas, a Polônia

também sofreu processo de partilha em seu território, o que acarretou sérios problemas

sociais e políticos, gerando motivos para emigração. Seu território foi dividido entre a Áustria,

Rússia, Prússia, Alemanha, etc.

Entre os Estados do Brasil Meridional, Santa Catarina foi quem recebeu o maior

contingente de imigrantes poloneses, apesar de alemães e italianos serem os que vieram em

maior número. Geralmente as colônias polonesas localizavam-se à periferia das de origem

alemã e italiana, como Blumenau e Nova Trento. Segundo Maria Terezinha Sobierajski

Barreto, é no norte do Estado, na Região Sul e na Bacia do Tijucas, onde se encontra o maior

número de poloneses.

Nas áreas ou nas colônias onde se instalaram os poloneses ou deles descendentes,

deixaram sua presença marcada quer pela atividade agrícola desenvolvida (cultivo do trigo,

cevada, centeio, aveia), quer por suas tradições religiosas.

Por volta de 1871 instalou-se o primeiro grupo de poloneses, localizados em Brusque

transferindo-se depois para o Paraná.

A partir de 1882 através do Contrato Caetano Pinto (Decreto autorizando o Governo

Imperial a contratar a introdução de 100.000 imigrantes europeus num prazo de 10 anos

com Joaquim Caetano Ponto Júnior) ocorre a fixação de poloneses em várias áreas. Desta

forma foram se instalando em Pinheirinho (atual Jacinto Machado), Vale do Urussanga, do

Tubarão, do Mãe Luzia, do Araranguá, do Itajaí e do Itapocu.

Pelo Paraná o fluxo polonês atingiu o território do ex-Contestado: Mafra, Porto União,

Monte Castelo, Canoinhas, Papanduva, a colônia Lucena (Itaiópolis) todos pertencentes à

Questão de Limites entre os Estados do Paraná e Santa Catarina e decidida em 1916. Como

refluxo das colônias polonesas paranaenses a partir de 1911 os poloneses e seus

descendentes começam a se instalar no vale do Rio do Peixe (Caçador, Rio das Antas), Vale

do Uruguai e afluentes catarinenses do extremo Oeste (Mondaí, Descanso) Rio do Oeste e

outros.

Ucranianos

Os ucranianos também marcaram a presença de seus traços culturais na região do

Norte do Estado ao lado dos poloneses e os municípios de Canoinhas e Papanduva têm na

sua população fortes componentes. Tradições a registrar na culinária: com alguns pratos

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 1717

Page 18: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

típicos como o Pirogue, Halusky, Borcht e na religião com missa executada no Rito Oriental

Católico, cantada e rezada em idioma ucraniano. Nas festas de culto religioso, as danças

típicas ucranianas também são presenças constantes.

Árabes

São Francisco do Sul, Florianópolis, Porto Belo, Itajaí, Laguna, Blumenau, Jaraguá do

Sul, Mafra, Porto União, Caçador, Tubarão, Criciúma, Canoinhas e outras foram localidades

onde é notável a presença do imigrante árabe. A alimentação tradicional e o uso da língua-

pátria são características essenciais desse imigrante.

Tiroleses

Como uma iniciativa isolada entre outras, também podemos destacar a presença do

imigrante tirolês na colônia Treze Tílias (breizentinden), no vale do Rio do Peixe, fundado

pelo Ministro da Agricultura da Áustria - Andréas Thaller. Iniciada em 1933 a colônia trouxe

um grande número de imigrantes e mantém hoje um município catarinense com tradições

relativas à sua pátria, com destaque para a produção de laticínios, o folclore, a música, etc.

Além destes, outros grupos étnicos como belgas, ingleses, franceses, irlandeses, suíços

e ultimamente japoneses (que estão implantando áreas de fruticultura e hortigranjeiros no

Estado) também participaram ou participam da formação de outras colônias ou

simplesmente como iniciativas particulares, mas, em menor escala, e cuja atuação não

chegou a representar um real destaque, seja porque aqui não se fixaram seja porque não

exerceram influência no panorama político, social ou econômico do Estado de Santa

Catarina.

Gregos

Chegaram por volta de 1889 e instalaram-se principalmente na Ilha, onde

desenvolveram atividades comerciais.

COLÔNIA MILITAR:

Santa Catarina teve duas colônias militares:

Em Santa Tereza - 1853: Instalada na estrada que ligava São José a Lages com

objetivo de evitar o ataque dos índios aos tropeiros.

Em Chapecó - 1880: Instalada em virtude das disputas militares entre Brasil e

Argentina na disputa pela região do Oeste catarinense. O desenvolvimento desta colônia

forneceu as bases para formar o município de Chapecó.

A COLONIZAÇÃO DO OESTE CATARINENSE:

1818 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 19: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Os Campos de Palmas:

Os campos de Palmas, no oeste catarinense, é povoado em decorrência das “frentes

pastoris”, ou seja, o avanço de tropas provenientes do norte catarinense, do leste (Lages,

Curitibanos e Campos Novos) e do sul (dos pampas gaúchos).

Era uma região pouco povoada e com muitas fazendas, uma colonização mais efetiva

só vai ocorrer após a questão do contestado.

“A agricultura do milho, associada à criação de porcos abriu perspectivas para este se

firmar como área fornecedora de alimentos. Diversos frigoríficos que hoje tem prestígio

nacional tiveram suas origens nesta região” (COELHO, Silvio)

A REVOLUÇÃO FARROUPILHA E A REPÚBLICA JULIANA

A mais longa guerra civil brasileira foi a Revolução Farroupilha, durou 10 anos (1835-

1845), ocorreu no Rio Grande do Sul e estendeu-se até Santa Catarina.

O movimento foi organizado por estancieiros, criadores de gado gaúcho, que queriam

se libertar da opressão política e econômica que os gaúchos não toleravam.

AS CAUSAS:

Causa Econômica:

Pesados impostos estavam onerando os produtos gaúchos, que eram vendidos para

outras províncias (charque e o couro) isto dificultava a concorrência com o charque que

vinha do Uruguai e do Argentina, que eram beneficiados com baixas taxas alfandegárias.

Desta forma, o charque gaúcho chegava ao centro e ao nordeste brasileiro mais caro do que

o charque uruguaio e argentino.

Causa Política:

Era a luta entre dois grupos:

As Farroupilhas: que defendiam maior autonomia para as províncias, chegando a

defender a proclamação de uma república federativa, contra a política reacionária dos

governos provinciais.

Os Chimangos: apoiavam a situação vigente. Eram representantes da aristocracia

rural e apoiavam a Monarquia.

- Em 1836 – Bento Gonçalves – chefe farroupilha ocupou Porto Alegre e proclamou a

República Rio Grandense com sede na vila de Piratini.

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 1919

Page 20: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Os catarinenses tinham simpatias pelas idéias liberais. As investidas à Laguna levaram

também em consideração o seu valor como centro abastecedor das tropas e por ser um

porto de mar à disposição no momento em que estavam sem saída para o mar no Rio Grande

do Sul.

- Em 1839 – Conquistaram Laguna, onde proclamaram a República Juliana.

Davi Canobarro por terra e Guiseppe Garibaldi por mar tomaram Laguna em 22 de julho

de 1839 e deram-lhe o nome de “cidade Juliano de Laguna”, instalaram o governo

provisório da “República Catarinense” sob a presidência de Davi Canobarro.

Em novembro de 1839 – tropas legais (legalistas = governo) invadem Laguna por terra

e por mar e derrotou os farroupilhas, a quem só restou a alternativa de fugir para o planalto

(Lages) sob o comando de Garibaldi, de lá seguem para o Rio Grande do Sul.

- Em 1840 – desapareceu a República Juliana em Santa Catarina.

- Em 1842 – Luiz Alves de Lima e Silva (Barão de Caxias), começa a negociar com os

rebeldes, mas somente em 1845 entraram em acordo.

Várias concessões foram feitas aos revoltosos:

- Anistia aos revoltosos;

- Os soldados revoltosos seriam incorporados ao exército imperial;

- Foram devolvidas as terras confiscadas.

Estas concessões consolidaram o domínio dos estancieiros no sul do país.

LAGES E O MOVIMENTO REPUBLICANO:

Lages também mostrou-se favorável a causa farroupilha, por isso também viveu

momentos de tensão, chegando a declarar adesão à República Riograndense.

Sofre a represália das tropas legalistas, representantes do governo, que proíbe

qualquer atividade comercial com Lages.

A região só volta a normalidade depois que as forças Farroupilhas deixam a região

vencida pelas tropas legalistas.

ANITA GARIBALDI:

“A boa filha à casa retorna”. A faixa sustentada por colegiais de Laguna, no Sul de

Santa Catarina, manifestava a emoção e o orgulho que ontem tomaram conta dos cerca de

50 mil habitantes da histórica cidade catarinense. Ao meio-dia de terça-feira, 11 de maio de

1999, foi emitida a certidão de nascimento tardia de Ana Maria de Jesus Ribeiro, a heroína

Anita Garibaldi. Com isso, os lagunenses dão importante passo para a realização do sonho de

2020 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 21: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

transladar de Roma os restos mortais de Anita Garibaldi.

Em 21 de junho, conforme confirmado pelo Itamaraty, o ministro das Relações

Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, estará em Laguna para buscar cópia da certidão. O

documento servirá às autoridades italianas para o repatriamento dos restos mortais que hoje

repousam num monumento no alto da Colina Gianicolo. Os lagunenses querem trazer os

restos da maior personalidade, nascida em 30 de agosto de 1821. O documento de no 17514,

às folhas 185 do livro no 67-A, apresenta Anita como filha de Bento Ribeiro da Silva, natural

de São José dos Pinhais (PR), e de Maria Antonia de Jesus Antunes, nascida em Lages.

Ontem foi um dia de festas em Laguna. O prefeito decretou feriado facultativo e o

comércio liberou os funcionários para acompanhar a passeata que seguiu do Fórum, onde foi

feita a entrega do termo de averbação da sentença judicial ao presidente da Fundação Anita

Garibaldi, advogado Adílcio Cadorin. O ato solene contou com a presença de autoridades,

como o desembargador Francisco de Oliveira Filho, e representantes do governo do Estado e

de entidades que se engajaram na Fundação Anita Garibaldi e Comissão pelo Repatriamento

dos Restos Mortais de Anita Garibaldi. O juiz Maurício Fabiani Mortari fez a entrega da ordem

judicial que deu origem ao registro. O presidente da Fundação Anita Garibaldi, Adílcio

Cadorin, destacou o ato inédito no país. “Não existe nenhum registro, do ponto de vista

jurídico, que diga se foi requerida uma certidão de pessoa nascida há 178 anos”.

Do Fórum, uma passeata seguiu para a Casa de Anita - tombada em 1978 -, onde foi

montado em forma simbólica um cartório. Montados a cavalo, peões e prendas

acompanharam a manifestação. Para o professor, historiador e biógrafo de Anita Garibaldi,

Wolfgang Ludwig Rau - considerado o maior conhecedor da vida de Anita -, “depois de oito

enterros em dois continentes, aqui em Laguna ela terá a merecida paz”.

A ESCRAVIDÃO EM SANTA CATARINAA escravidão negra se insere no contexto brasileiro a partir do Alvará Régio de 29 de

março de 1549, que autorizava os “senhores de engenho” a importarem até 120 escravos da

Guiné e da Ilha de São Tomé, para cada engenho em funcionamento.

Liga-se dessa forma, inquestionavelmente, a economia da cana de açúcar ao fenômeno

da escravidão africana.

A existência de escravos em Santa Catarina começou a partir de 1536 e, de ano para

ano, este número vai crescendo, pela introdução indireta de escravos, vindos do mercado

interno, ou, diretamente da África. Assim, tem-se o crescimento da população escrava da

Província:

ANO ESCRAVOS

ESCRAVAS

TOTAL DE ESCRAVOS

POP. TOTAL

% DOBRE POP. TOT

1810 4.633 2.560 7.913 31.511 22,831831 - - 11.894 49.949 23,991856 10.212 7.975 18.187 111.109 16,37

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 2121

Page 22: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

1872 8.069 6.915 14.984 159.802 9,38

Os escravos chegavam em Santa Catarina geralmente através dos mercados de São

Luís, Recife e Olinda, do litoral fluminense e da Bahia. O período mais intenso de

desembarque de negros pelo porto de Desterro é entre o final do século XVIII e as primeiras

décadas do século XIX. Mesmo nas curtas viagens pelo litoral brasileiro até o Sul do país,

muitos escravos morriam durante esse trajeto.

Como a atividade agrícola extensiva e monocultora não era muito intensa em Santa

Catarina, os escravos eram reexportados para as províncias monocultoras, como a de São

Paulo.

As relações entre senhores e escravos em Santa Catarina se processaram como no

resto do Brasil. Os castigos resultaram em fugas e a conseqüente organização de quilombos.

Tem-se notícia de um quilombo na Lagoa da Conceição, na Ilha e outro na Enseada do Brito.

O número de cativos na província, assim como a população de Santa Catarina, é pouco

expressivo no conjunto nacional. Embora viesse crescendo desde 1840 (12.511 escravos),

em 1844 (14.382 escravos) e, em 1853 (15.023 escravos), 17 anos depois a população

escrava na província não chegava a 1% do total de escravos do Brasil (18.187 escravos).

Nesta época, passada mais de uma década da Lei Aberdeen e intensificada pelos

fazendeiros de café e senhores de engenho do Sudeste, a quantidade de escravos diminuiu

ainda mais.

Somente na década de 60, saem legalmente de Santa Catarina, 1071 escravos. Em

1867, há 14.722 escravos na província; em 1881, este número diminui para 10. 821. Na

capital não chegava a mil escravos. Essa sensível diminuição decorre do aumento das fugas

que têm o apoio junto à opinião pública, sensibilizada pela propaganda abolicionista que das

ruas do Desterro se espalha para toda a Província.

A mobilização da sociedade do Desterro pelo fim da escravidão cresce com a formação

da Associação Abolicionista no Clube 12 de Agosto, destacando-se a atuação de Germano

Wendhausen e do secretário do presidente da Província de Santa Catarina, João Lopes

Ferreira Filho. No mesmo ano surge “O Abolicionista” e entidades culturais como as

carnavalescas “Diabo a Quatro” e “Tenentes do Diabo”, que realizaram espetáculos em

benefício do Fundo de Emancipação.

Em 24 de março de 1888, cinqüenta dias antes da assinatura da Lei Áurea, o presidente

da Câmara Municipal do desterro oficia ao presidente da Província, comunicado que não há

mais nenhum escravo dentro dos limites do município. Ainda que haja indícios da existência

de escravos em fazendas mais afastadas da área urbana do Desterro.

2222 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 23: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

A PARTICIPAÇÃO DE SANTA CATARINA NA GUERRA DO PARAGUAI

No período colonial, a Capitania de Santa Catarina foi, permanentemente, um quartel,

onde se faziam presentes as tropas que defendiam a hegemonia portuguesa na parte sul da

América.

A instabilidade política nas repúblicas platinas fazia com que nossas fronteiras não

fossem respeitadas, e por isso a preocupação do governo continuava, mesmo depois da

independência, em proteger a parte sul.

A Revolução Farroupilha, por sua vez, também fez com que a Província de Santa

Catarina, notadamente a sua capital, continuasse sendo um verdadeiro aquartelamento.

No momento em que foi declarada a Guerra contra o Paraguai, Desterro já estava

totalmente aquartelado, com vários batalhões e, inclusive o famoso Batalhão de voluntários

da Pátria. Chegou-se a formar duas Companhias compostas por imigrantes alemães.

Cerca de 1500 catarinenses participaram do conflito, em cuja homenagem ergueu-se,

mais tarde, uma coluna, no centro da Praça 15 de Novembro.

Destacamos os catarinenses: Marechal Guilherme Xavier de Souza, os Brigadeiros João

de Souza Fagundes e Jacinto Machado de Bittencourt, o Coronel Fernando Machado de Souza

e do Tenente Álvaro de Carvalho.

Conseqüências da Guerra do Paraguai para Santa Catarina

Uma das evidentes conseqüentes foi no campo da comunicação. Em 1887, já são feitas

as primeiras comunicações telegráficas entre Desterro e o Rio Grande do Sul.

Em 1872, tem início o lançamento de um cabo submarino entre a Ilha de Santa Catarina

e o litoral do Rio Grande do Sul pela “Brazilian Telegraph Limited”, cuja estação de

despachos foi inaugurada na Capital, dois anos depois.

A Guerra do Paraguai, mostrara, ainda, a necessidade do Brasil produzir combustíveis,

como o carvão de pedra, para o desenvolvimento da navegação a vapor e o ativamento das

estradas-de-ferro, que se construísse no país.

Com capital inglês organizou-se a “The Tubarão Brazilian Coal Mining Co. Ltd.”, para a

exploração do carvão, cuja autorização imperial data de 1883.

Paralelamente, o Governo Provincial de santa Catarina autorizou a construção da

ferrovia na região carbonífera.

Em 1881 foi concluído o primeiro trecho, correspondente ao trajeto Imbituba-Laguna.

Quanto à cidade do desterro, se de um lado, teve-se uma intensa movimentação de

tropas fazendo do seu porto um ponto de apoio no tráfego marítimo do sul do país, com a

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 2323

Page 24: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

recepção e encaminhamento de soldados e até de prisioneiros de guerra, por outro lado, o

término da guerra trouxe conseqüências de ordem tecnológica. Desterro vê diminuir a

importância do porto a partir do desenvolvimento da navegação a vapor, cujas embarcações

de grande porte não tinham condições de ali ancorar.

EDUCAÇÃO EM SANTA CATARINAATÉ O INÍCIO DO SÉCULO XIX

Houve um esforço comunitário desenvolvido pelo clero secular que, nos séculos XVIII e

início do XIX, atendeu a população, oferecendo-lhe aulas nas sacristias, como fez o Padre

Lourenço Rodrigues de Andrade.

Durante o governo de Feliciano Nunes Pires (1833), a Província de Santa Catarina

contava com 419 meninos e meninas matriculados nas escolas públicas.

Em 1850, as unidades escolares alcançaram o número de 79, das quais 46 eram

públicas.

Em 1856 foi nomeado o primeiro Diretor Geral da Instrução Provincial, o Dr. Sérgio

Lopes Falcão.

A partir de 1874, o ensino ficou a cargo do Ateneu Provincial. Entretanto, a freqüência

era baixa, isto é, o número de alunos não correspondia ao crescimento populacional e às

necessidades da sociedade catarinense.

Os Jornais em Santa Catarina no Passado:

A imprensa catarinense surgiu da ação de Jerônimo Francisco Coelho, com o Jornal “O

Catarinense”, editado na cidade do Desterro, a partir de 1831. Outros jornais como “O

Expositor”, “O Bem-fazejo” e “O conciliador Catarinense” servem como prova da

intelectualidade catarinense.

Na década de 50 em diante, outros jornais irão surgir como “O Novo Íris”, “Correio

Catarinense” e a “revelação”, em 1852. Ainda mais: “O Conservador”, “O Mensageiro” e “O

Argos”, em 1855.

O açoriano Francisco Manoel Raposo d’Almeida o responsável pela fundação de outros

jornais em Santa Catarina: “O Cruzeiro do Sul” em 1858, “A Estrela” em 1861 e “O Mercantil”

em 1862.

Em Joinville, na área de colonização alemã, surgiu um jornal graças ao intelectual Dr.

Ottokar Doerffel, tratava-se do “Kolonie-Zeitung”, em 1864.

2424 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 25: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

A PARTICIPAÇÃO DE SANTA CATARINA NO MOVIMENTO REPUBLICANO

A propaganda republicana e os movimentos em Santa Catarina se deram somente

através de Clubes e Jornais.

É bom lembrar, que Santa Catarina ficou fora dos dois grandes temas da época,

abolição da escravatura e idéias republicanas, manifestando-se apenas em âmbito regional.

Fundaram-se o Clube de Camboriú, sob a presidência de Manoel Antônio Pereira em

1887, o Clube Republicano Federalista de Joinville, o Clube Republicano Esteves Júnior, no

Desterro, sob a presidência de Raulino Júlio Adolfo Oto Horn, e tendo como vice-presidente

Gustavo Richard.

O catarinense estes Jr. participou do primeiro Congresso Republicano do Rio de Janeiro,

cujo prestígio entre os republicanos de sua terra, tornou-se tão grande, a ponto de ter sido

dado o seu nome ao Clube Republicano fundado no Desterro.

Entre outros catarinenses participantes dos clubes republicanos destacamos: Emílio

Blum, Carlos Guilherme Schmidt, José Joaquim da Veiga, Lídio Martins Barbosa e Luís Nunes

Pires.

Os jornais que divulgaram as idéias republicanas foram: a “Voz do Povo” que, inclusive,

se considerava órgão do Partido Republicano, sob a responsabilidade de José Araújo

Coutinho, em 1885.

Em 1886, surgiu “O Independente” em Tijucas, cuja redação coube inicialmente a João

Barthem Jr. e depois ao Padre Manoel Miranda Cruz: “A Folha Livre” foi o jornal republicano

de Joinville, fundado por Manoel Corrêa de Freitas.

Reflexos da proclamação da República em Santa Catarina:

Após o recebimento da notícia da proclamação, os associados do Clube Republicano do

Desterro e os oficiais da Guarnição militar aclamam um triunvirato destinado a assumir o

Governo Catarinense. Esta Junta Governativa foi composta por Raulino Horn, pelo Coronel

João Batista Barros e pelo Dr. Alexandre Marcelino Bayma.

A substituição do presidente da província, Dr. Luís Alves Leite de Oliveira Bello, pelo

novo governo, foi feita de forma pacífica, com adesão dos deputados monarquistas

presentes.

Ao proclamar a República já existia, em território catarinense, uma Câmara Municipal,

totalmente republicana: a de S. Bento do Sul.

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 2525

Page 26: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

O Primeiro Governo Republicano em Santa Catarina:

Para o Governo de Santa Catarina foi escolhido o Tenente Lauro Severiano Müller que

chegou ao Desterro ainda em 1889. Lauro Müller percorre a vários municípios catarinenses

tentando fazer o congraçamento da população catarinense. Ele criou as Intendências

Municipais, quando foram dissolvidas as Câmaras Municipais.

Em 1890 foram realizadas eleições e, foram eleitos em Santa Catarina para o Senado,

Luiz Delfino, Esteves Júnior e Raulino Horn e, para a Câmara dos Deputados saíram vitoriosos

o próprio Lauro Müller, Felipe Schmidt, Carlos Augusto de Campos e José Cândido Lacerda

Coutinho.

Com a saída de Lauro Müller, o Governo foi entregue a Gustavo Richard que era o

segundo Vice-Governador.

Para criar a primeira Constituição para Santa Catarina, a Constituinte se reuniu a 28 de

abril de 1891 e no mês seguinte elegia para Governador o mesmo Lauro Müller.

A REVOLUÇÃO FEDERALISTA

Iniciada em 1893, em oposição ao governo de Floriano Peixoto, no Rio Grande do Sul.

Pretendem obrigar o governo federal a cumprir as determinações da Constituição e exigir a

saída do governo estadual.

Os federalistas ocuparam os estados de Rio Grande do Sul e Paraná. O Paraná

Federalista fundado no Rio grande do Sul estendeu sua influência até Santa Catarina, com

fraca oposição ao autoritarismo de Floriano Peixoto. Por este fato, houve uma série de

conflitos entre os Federalistas e os republicanos que apoiavam Floriano Peixoto.

A figura de Floriano Peixoto tinha na pessoa de Hercílio Luz, um ardente defensor, onde

em 1893 fez com que a Câmara Municipal de Blumenau o declarasse governador e, a cidade

como capital provisória do Estado.

Como os Federalistas tomaram o poder na capital, o grupo de Hercílio Luz chegou a

atacar o Palácio do Governo, onde se travou um sangrento combate com os soldados da

força policial do Coronel Eliseu Guilherme.

Os combates em Santa Catarina se estendem até abril de 1894, onde as forças do

governo assumem o governo da capital colocando no governo o Coronel Moreira César.

Estabeleceu uma perseguição na capital e no interior do Estado, condenando

sumariamente os inimigos do regime.

O fuzilamento na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim foi praticado como forma

punitiva e, na maioria das vezes sem defesa. Foram vítimas figuras da sociedade catarinense

tais como: Marechal Manoel de Almeida Gama D’Eça, o Capitão de Mar-e-Guerra Frederico

Guilherme de Lorena e muitos outros.

2626 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 27: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

A economia do Estado ficou arrasada, as finanças desorganizadas e a sociedade

abalada com os horrores do fuzilamento. Moreira César restaura a Constituição de 1891 e

marca eleições para o legislativo e o executivo.

Hercílio Luz se lança candidato pelo Partido Republicano catarinense, onde é eleito

Governador e empossado em setembro de 1894.

A GUERRA DO CONTESTADO

Denomina-se Questão do Contestado, o conflito travado entre as províncias do Paraná e

Santa catarina pela área localizada no planalto entre os rios do Paixe e Peperiguaçu,

estendendo-se até Curitibanos e Campos Novos.

A Província do Paraná foi criada em 1853 e, desde o início a região era disputada. Dois

anos depois, o Governo do Paraná defende a tese que seus domínios se estendem até o

planalto meridional.

A luta tornou-se mais intensa quando o Governo Imperial decretou, em 1865, os limites

“pelo rio Saí-guaçu, Serra do mar, rio Marombas desde sua vertente até o das Canoas e por

este até o rio Uruguai”. Era um verdadeiro desrespeito aos direitos catarinenses efetuado por

um Gabinete ligado aos interesses dos pecuaristas.

A “Estrada da Serra” partindo da Colônia Dona Francisca em direção ao planalto e na

direção do rio negro, vai interessar ao Governo do Paraná, pelo fato de que os ervateiros e

exportadores de erva mate tinham nela a única saída de seus produtos para serem

exportados.

Em 1869, o Governo de Santa Catarina criou um novo município, desmembrado de

Lages, na mesma área disputada e que corresponde aos limites da freguesia dos Curitibanos,

de São João de Campos Novos e dos Campos de Palmas.

Hercílio Luz entregou a defesa dos interesses catarinenses, em 1896, ao jurista Manoel

da Silva Mafra - Conselheiro Mafra. Neste momento em diante, a disputa passa a ser no

campo jurídico.

O ganho de causa foi dado a Santa Catarina em 1904 pelo Supremo Tribunal Federal,

embora o Paraná se recusasse a cumprir a sentença. Em 1909 e 1910, novos recursos foram

impetrados pelo Paraná e, mais uma vez foi dado ganho de causa a Santa Catarina.

Inicia-se no Paraná, uma campanha contra a decisão do Supremo, visando o não

cumprimento, com possibilidades de chegar até a luta armada.

A área contestada era ocupada por “posseiros” que sem nenhuma oportunidade de

ascensão social ou econômica, procuravam novas terras para tentar nova vida.

Este povo tinha uma filosofia religiosa baseada no cristianismo ortodoxo, onde irão se

unir aos operários da construção da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande.

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 2727

Page 28: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Cabe ressaltar, a existência ainda de “monges”, agindo como elementos psicoreligiosos.

O primeiro identificado foi João Maria de Agostini o “João Maria”, proveniente de São

Paulo e que transitou pelas regiões de Rio Negro e Lages.

O segundo apareceu após 1893, atuando entre os rios Iguaçu e Uruguai, Em 1897,

aparece em Lages mais um monge, reunindo em torno de si, grande quantidade de

seguidores.

Após 1912, surge em Campos Novos o “monge José Maria”, ex-soldado do exército,

chamado Miguel Lucena de Boaventura. Curandeiro que perambulava pela região atendendo

grande número de pessoas que o procuravam e das quais nada aceitava em troca.

Após peregrinar pelo planalto, se estabelece nos Campos de Irani, cujo acampamento

chama de “Quadro Santo”.

A Estrada de ferro “Brazil Railway Co.”:

O direito de concessão da Estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, estabelecido pelo

contrato com a “Brazil Raiway Co.”, abrange enormes áreas ocupando os vales do rio negro,

Iguaçu, Peixe e Uruguai.

Desta empresa vão surgir outras para a colonização e, para exploração de reservas

florestais e exportação de madeira.

Desta mesma maneira, irão surgir nesta região (área do Contestado), dois problemas, a

saber:

Vai se reunir na região, um grupo humano das mais variadas camadas sociais, por

causa das obras da estrada de ferro. esta diferença social, vai contribuir para que na região

se forme uma sociedade desnivelada e marginalizada. São estas pessoas, que de certo modo

irão pertencer a população do Contestado.

O segundo problema é mais grave que o primeiro, onde a companhia estrangeira, onde

para que possa ocupar as terras, é necessário expulsar os posseiros.

As Ações Militares da Guerra do Contestado:

Por não aceitar os problemas sociais que alcançava a população sertaneja do planalto, o

monge José Maria forma em torno de si, um agrupamento de caboclos vindos de Curitibanos,

onde irão se instalar na região de Irani.

A área do Irani estava sob o controle do Paraná e, temendo os invasores catarinenses

destaca o seu Regimento de Segurança.

Os posseiros invadem, pelo fato de que as terras deles haviam sido tomadas

primeiramente pelo Paraná e, agora pelas companhias subsidiárias da “Brazil Railway”.

2828 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 29: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Em 1912, o agrupamento de Irani é atacado pelas forças policiais do Paraná, travando-

se ali um sangrento combate, morrendo muitos homens, inclusive José Maria e o comandante

paranaense.

As relações entre Santa Catarina e Paraná ficam mais estremecidas depois deste

combate.

Em 1913, na cidade de Taquaruçu houve uma grande concentração humana, com

grande religiosidade.

Vários ataques vão ser empreendidos a Taquaruçu, diminuindo a capacidade de reação

dos “irmãos de Taquaruçu”. O último desses ataques, vai encontrar já uma população

reduzida composta basicamente por mulheres e crianças, pois os homens já tinham se

afastado para outro reduto (Perdizes Grandes), atendendo a outro apelo místico, agora de

um monge mulher, “Maria Rosa”.

Dando seqüência, outros redutos irão se formar, forçando o Governo do Paraná

acreditar que isto é obra do Governo Catarinense.

É bom ressaltar, que estes posseiros defendiam a Monarquia, pelo fato de que na época

da Monarquia, estas terras passaram a pertencer ao governo.

A força da fé nestes redutos provocou o fracasso, por diversas vezes, das investidas

militares do Governo Federal.

Em 1915, depois de várias tentativas, uma ação militar muito mais bem coordenada,

provoca a queda e a destruição dos redutos dos caboclos.

Os Interesses Econômicos da Questão:

A fundamentação econômica da região do Contestado, isto é, a pecuária, o extrativismo

e a erva-mate fizeram com que realmente o Paraná se interessasse pela região.

De um lado estavam as famílias dedicadas à criação de gado, dos “Campos de Palmas”,

do outro lado estava a população que plantavam erva-mate, espalhados entre o rio Iguaçu e

Uruguai.

Em 1873, com a abertura da estrada “Dona Francisca”, ligando o planalto ao litoral

catarinense, tendo como suporte a colônia Dona Francisca e, como porto exportador São

Francisco, vai se ter uma modificação de rota de comercialização deste produto.

As pessoas que beneficiavam a erva-mate, por pagarem pesados tributos ao Governo

do Paraná, resolvem procurar nova rota comercial e, o faziam pela estrada Dona Francisca,

transferindo para Joinville seus engenhos. Este fato vai trazer como conseqüência, a queda

da receita do Governo do Paraná, uma valorização da região Contestado.

Finalmente o Acordo de 1916 chegou:

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 2929

Page 30: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Santa Catarina venceu a questão jurídica e, sentiu-se a necessidade de se efetuar de

uma vez, um acordo entre os dois estados.

O Presidente Wenceslau Braz teve um papel mediador, junto aos governos de Santa

Catarina (Felipe Schmidt) e do Paraná (Carlos Cavalcanti).

Em 1916, foi assinado o acordo, onde foram estabelecidos os limites entre os dois

estados.

Após a aprovação pela Assembléia Legislativa de cada estado, teve início a demarcação

da região.

A nova definição fez com que Santa Catarina criasse novos municípios, entre eles: Mafra

(em homenagem ao Conselheiro Mafra), Porto União, Chapecó e Cruzeiro - hoje Joaçaba.

O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA DE SANTA CATARINA (DE 1889 A 1930)

3030 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 31: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

A partir da segunda metade do século XIX, a economia catarinense teve uma verdadeira

explosão agrícola.

Destacam-se produtos como o arroz, a erva-mate, a madeira, a farinha de mandioca, o

açúcar, o fumo, a banana e outros, a saber:

Arroz; A área de colonização italiana foi a responsável por boa parte da produção de

arroz, principalmente na região que circunda Blumenau, a qual se torna responsável pela

exportação do produto.

Erva-mate: Representou um crescente valor comercial na exportação, principalmente

nos primeiros anos de República, como já vimos anteriormente.

Madeira: A partir do momento em que o extremo-Oeste se incorpora a Santa Catarina

e, começa a contribuir para a exportação catarinense deste produto, ela passa a ser

considerada importante para a economia do Estado.

Farinha de Mandioca: Embora tenha sido um produto de expressão para a economia

catarinense, é bom ressaltar que sempre o litoral manteve a supremacia de exportação

sobre o produto.

Açúcar: a partir de 1900, este produto foi decaindo, ao ponto de, somente participar do

mercado interno.

Fumo: Era exportado preferencialmente para a Alemanha, onde, em folha, ia para as

fábricas de charutos.

É bom verificar, como conseqüência da nossa pauta de exportação, o caráter

totalmente agrícola da economia catarinense do início do século.

A Indústria

Quando a energia elétrica foi utilizada no início do século em nosso estado, foi possível

a criação de pequenas usinas hidráulicas, na indústria catarinense.

Devido a desorganização do sistema de produção carbonífera na Europa, durante a 1

Guerra Mundial, Santa Catarina vê sua produção de carvão mineral, crescer muito.

O desenvolvimento industrial vai atingindo a metalurgia, o ramo têxtil, mobiliário e

assim, no início do século XX, Joinville já era conhecida como a “Manchester Catarinense”.

No início da república, Blumenau já apresentava 50 indústrias de lacticínios, com a

industrialização do leite, manteiga, nata e outros, exportados para vários Estados.

Além de vinte e três fábricas de cigarros, Santa Catarina já conta no início do século

com indústrias de banha e de conservas.

Santa Catarina na Primeira Guerra Mundial:

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 3131

Page 32: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

No período de início da Primeira Guerra Mundial, Santa Catarina estava aumentando a

capacidade industrial, devido à presença dos imigrantes, contribuindo para a consolidação da

nossa estrutura social.

O posicionamento do Brasil ao lado dos aliados fez com que se formasse um clima

desagradável entre os imigrantes de língua alemã e, os brasileiros mais exaltados.

Este tipo de atitude vai gerar reações de ambos os lados. Os brasileiros começavam a

questionar a brasilidade dos descendentes de alemães e, estes por sua vez se sentiam

restringidos em sua liberdade.

No que diz respeito a economia catarinense, ela vai sentir também os reflexos da

Primeira Guerra Mundial, ao ponto em que o carvão vai ser mais explorado, sendo

considerado vital para o desenvolvimento do país.

A erva-mate exportada por Joinville, vai tendo consideráveis diminuições, até que a

região resolve se industrializar e, pouco a pouco diminui a produção da erva-mate.

O extremo-oeste catarinense, vai pouco a pouco se desenvolvendo com a área de

produção agrícola e de suinocultura, à medida que grupos de alemães e de italianos,

oriundos do Rio Grande do Sul. ali se estabelecem.

A REVOLUÇÃO DE 1930 EM SANTA CATARINA

Quando iniciou-se a Revolução em 3 de outubro de 1930, o Governador de Santa

Catarina, Fúlvio Aducci, manteve-se fiel ao Presidente Washington Luís. Por este motivo, o

seu território foi invadido por forças do Rio Grande do Sul, onde o movimento estourou.

Os revoltosos invadiram a capital de Florianópolis, por três frentes: pelo litoral, pelo vale

do rio do peixe e pelo planalto norte.

A população da capital durante a invasão, procurou retirar-se para o interior da Ilha,

apesar da tentativa do Governador de contornar a situação.

Depois que Washington Luís caiu como presidente, aqui em Santa Catarina, o

Governador também cai pelos esforços empreendidos pelo General Ptolomeu de Assis Brasil,

inaugurando assim, um governo provisório, tendo como um de seus auxiliares, o professor

Barreiros Filho.

No planalto catarinense a responsabilidade de estruturar a revolução ficou a cargo do

coronel Aristiliano Ramos. Foi sob sua chefia que as forças revolucionárias do litoral vão se

encontrar com as do interior.

A Intervenção em Santa Catarina:

Teve início na capital, a substituição de prefeitos, delegados de polícia e outros setores,

indicados pelo Governo Provisório.

3232 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 33: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Para não ter a imagem da revolução desgastada e, conseqüentemente enfraquecida,

Getúlio Vargas dissolve as Comissões de Sindicância espalhadas pelo Estado e, pelo Brasil

inteiro, com o objetivo de apurar culpados.

O interventor em Santa Catarina, Assis Brasil, aplicou da mesma maneira, uma política

de conciliação para o Estado. Assim, visitou Blumenau, maior reduto de oposição à

Revolução, tendo como líder Victor Konder, ministro da viação do Governo de Washington

Luís.

Assis Brasil renunciou em 1932, sob a alegação de problemas de saúde e também

problemas íntimos. Sabe-se que governava sem o apoio dos políticos catarinenses, já que era

gaúcho.

O município de Ouro Verde passa a se chamar Canoinhas no governo dele.

A nomeação de mais um gaúcho para o governo catarinense, Rui Zobaram, mexeu com

os brios dos políticos catarinenses, fazendo com que a administração de Zobaram no

governo seja rápida. Depois de muita reivindicações, assume o governo catarinense um

interventor catarinense, Aristiliano Ramos, fazendo crescer as lutas internas entre os líderes

políticos.

As vagas para a Constituinte Nacional gerara, disputas no estado, sendo eleitos: Nereu

Ramos, Carlos Gomes de Oliveira e Arão Rebelo pelo Partido Liberal Catarinense, enquanto

que a coligação “Por Santa Catarina” elegeu Adolfo Konder.

A Ação Integralista Brasileira aparece em santa Catarina em 1934, nas regiões de

colonização européia, fazendo com que a versão do “nazi-fascismo” no Brasil, também

chegue aos estados do Sul.

Simultaneamente, são realizadas eleições para a Assembléia Legislativa Estadual e para

o Governo do estado.

Nereu Ramos e Aristiliano Ramos se candidataram para o Governo, promovendo um

“racha” dentro do Partido Liberal. Nereu Ramos é eleito Governador, depois de muita disputa

nos bastidores políticos.

Nereu Ramos - O Maior Político Catarinense:

Foi eleito Governador em 1935, mas devido ao golpe de 1937, é indicado como

interventor em Santa Catarina, permanecendo até o final do Estado Novo, em 1945.

Como interventor, ampliou o setor educacional em Santa Catarina, e melhorou a saúde

pública.

A saúde pública teve uma preocupação especial dele, reorganizando todo o sistema ao

criar o departamento Estadual de Saúde Pública, além de criar a “Colônia Santa Teresa”

para hansenianos e a “Colônia Sant`Ana” para doentes mentais.

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 3333

Page 34: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Resultados da revolução de 1930 para o Estado:

É de se admitir que a Revolução de 1930, transformou a realidade do Brasil e,

conseqüentemente, a realidade catarinense.

O Brasil sai de sua visão agrária e, finalmente ingressa na industrialização, é instituído o

voto secreto, o operariado é moldado pelo governo, as Forças Armadas começam a ter força

no governo, a Igreja Católica começa a participar ativamente da vida do brasileiro.

Estes resultados vão ser observados com uma certa desconfiança por santa Catarina, já

que era um gaúcho que estava promovendo. Esta desconfiança vem desde a época dos

primeiros interventores. portanto, desde o início existiu os vários chefes da Aliança Liberal

catarinense uma certa oposição a ofensiva gaúcha, era o “catarinensismo”.

É bom observar que, na época da “República Velha”, vários políticos catarinenses

despontaram no cenário político nacional ocupando ministérios, tais como: Lauro Müller, José

Pinto da Luz, Arnaldo Pinto da Luz e Victor Konder. Porém, após a Revolução de 1930, isto

quase não aconteceu, pelo simples fato que Santa Catarina passou a estar subjugada aos

interesses dos gaúchos.

BRASIL E SANTA CATARINA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

A declaração de guerra do Brasil à Alemanha, fez com que houvesse um desequilíbrio

na economia brasileira e, por conseqüência, a de Santa Catarina. A Guerra trouxe o

fechamento do comércio com a Alemanha. A interrupção na compra de matérias-primas e

máquinas prejudicou o desenvolvimento do parque industrial, que contava, na época, com

mais ou menos, oito mil estabelecimentos.

A madeira e o carvão representavam quase 40% do valor total das exportações

catarinenses, por volta de 1943.

Com o início da guerra houve um sensível aumento da exportação da madeira para o

Rio da Prata e Estados Unidos, houve também o crescimento e o cultivo da mandioca,

fazendo desenvolver a indústria de “fécula”, para atender o mercado norte-americano.

Por outro lado, após o término da Segunda Guerra, o mercado internacional se

reestabeleceu e, Santa Catarina entrou na década de 50, sem oferecer grandes

concorrências neste mercado, pelo fato de que os nossos produtos não conseguiam mais

enfrentar a concorrência tanto em quantidade quanto em preço com os produtos

estrangeiros.

Com medo da expansão das idéias nazi-fascistas, Getúlio determina o fechamento de

escolas (emigrantes alemães e italianos) que ensinassem na língua alemã e italiana.

Somente poderia lecionar em português.

3434 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 35: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

OS GOVERNADORES DE SANTA CATARINARepública Velha

Lauro Müller - 1889, 1891, 1902-1906 e 1918-1923

Manoel Joaquim Machado - 1892-1893

Hercílio Luz - 1894-1898, 1918-1922 e 1923-1924

Felipe Schmidt - 1898-1902 e 1914-1918

Gustavo Richard - 1906-1910

Vidal Ramos - 1910-1914

Adolpho Konder - 1926-1930

Fúlvio Aducci - 1930

Os Federalistas (1930-1935)

Ptolomeu de Assis Brasil - 1930 a outubro de 1932

Rui Zaboran - Outubro de 1932 a abril de 1933

Aristiliano Ramos - 1933 a 1935

Nova República

Nereu Ramos - 1935-1937 e 1937-1945

Aderbal ramos da Silva - 1947-1951

Irineu Bornhausen - 1951-1955

Jorge Lacerda - 1955-1958

Heriberto Hülse - 1958-1961

Celso Ramos - 1961-1966

Ivo Silveira - 1966-1971

Colombo Salles - 1971-1975

Antônio Carlos Konder Reis - 1975-1979

Jorge Konder Bornhausen - 1979-1983

Henrique Córdova - 1983

Esperidião Amim - 1983-1986 e 1998-2002

Pedro Ivo Campos - 1987-1990

Casildo Maldaner - 1990

Vilson Kleinubing - 1991-1994

Paulo Afonso - 1995-1998

Luís Henrique da Silveira - 2002-2006 / 2006-2010

Lauro Müller

Raposa de espada. Era assim que Rui Barbosa chamava o adversário Lauro Müller.

Político hábil, considerado um dos melhores que Santa Catarina já deu ao país, foi quatro

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 3535

Page 36: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

vezes governador do Estado, senador, deputado federal, embaixador, ministro da Viação e

das Relações Exteriores. Republicano histórico, fundou o PRC (Partido Republicano

Catarinense).

Assumiu como Vice-presidente no governo de Hercílio Luz.

Natural de Itajaí, governou o estado quatro vezes. Na área federal demonstrou

amadurecimento, respeito, perspicácia, e quase chegou à Presidência da República. Morreu

no Rio de Janeiro dia 30 de julho de 1926.

Manoel Joaquim Machado

Manoel Joaquim Machado assumiu o governo do Estado de santa Catarina em março de

1892 e ficou no cargo por nomeação de Floriano Peixoto – apenas até 1893, pouco mais de

um ano.

Foi deposto do governo pelas tropas legalistas e então fugiu para Buenos Aires, na

Argentina, de onde voltou durante a anistia geral patrocinada por Campos Sales.

No seu governo, as maiores obras foram a criação da Escola Normal, hoje Instituto

Estadual de Educação, em Florianópolis, e a Junta Comercial de Santa Catarina.

Felipe Schmidt

O lageano Felipe Schmidt dedicou sua vida ao Exército e à política. Chegou a general e,

em 1890, representou Santa Catarina na primeira Constituinte Nacional. Governou o Estado

duas vezes.

Na primeira recebeu o cargo de Hercílio Luz e passou-o a Lauro Müller, seu primo.

Depois, em substituição a Vidal Ramos. Entregou seu segundo mandato ao vice Hercílio Luz,

pois o eleito Lauro Müller não assumiu. Investiu em educação, estradas e saneamento. Eu

seu governo, foi assinado o acordo estabelecendo as divisas entre Paraná e Santa Catarina,

em 20 de outubro de 1916.

Instalou a rede de esgoto da capital.

Hercílio Luz

Um dos atos mais marcantes na biografia do ilhéu Hercílio Luz foi a invasão do Palácio

do Governo em nome da legalidade e do republicanismo, em 1893. Governou por três

períodos e não presenciou a inauguração da sua grande obra, a primeira ligação Ilha-

Continente.

Em 1924, seguiu doente para a Europa e faleceu em outubro do mesmo ano. Já havia

preparado as bases para o surgimento posterior de uma das oligarquias mais poderosas, a

dos Konder, desdobrada em Konder-Bornhausen, que dividiram com a dos Ramos durante

muito tempo o poder em SC. Mudar o nome de Desterro para Florianópolis. Completou o seu

mandato Antônio Pereira da Silva e Oliveira.

3636 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 37: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Gustavo Richard

No Museu Histórico de Santa Catarina, está exposta a primeira lâmpada acesa nas ruas

da Capital. Ela é de janeiro de 1908, ano em que os ilhéus aposentaram os lampiões. Era

metade do governo Gustavo Richard, considerado administrador íntegro e voltado ao bem

público.

Carioca, filho de franceses, foi responsável pela instalação dos sistemas telefônico e de

abastecimento de água. Intelectual, amante da música, das artes plásticas, da poesia e do

magistério, colocou Santa Catarina numa posição de destaque dentre os estados brasileiros

no início da República.

Instalou o serviço telefônico, abastecimento público de água.

Vidal Ramos

Começa com Vidal a mais poderosa oligarquia na política catarinense. Verdadeiro

patriarca, fez governantes dois de seus filhos (Nereu e Celso), dois sobrinhos (Aristiliano e

Cândido) e um neto (Aderbal). Lages ganhou, então, o título de Capital Política. Depois de

haver governado o Estado, voltou ao poder pelo voto, em 1910.

Seus períodos no governo foram marcados pelo término da Guerra do Contestado e pela

reforma no ensino que ele promoveu, com a abertura de escolas por todo o Estado. Não

aceitou ser interventor em 1930.

Reformou o ensino primário estadual e instalou a rede de esgoto na Capital.

Adolpho Konder

Ao chegar ao governo do Estado, em 1925, Adolpho Konder aparecia como o primeiro

governador não participante do movimento republicano de 1889. Nascido em Itajaí, investiu

em estradas e educação. Desbravou o interior e abriu rotas para o Oeste, sendo o primeiro

governador a visitar o Contestado.

Florianópolis mereceu sua atenção. Construiu o Mercado Público, um dos cartões-

postais da Ilha, a penitenciária, apoiou as obras da maternidade local, depois denominada

Carlos Correia, melhorou os portos e criou uma legislação de reflorestamento.

Remodelou a polícia militar.

Fúlvio Aducci

O florianopolitano Fúlvio Aducci, último governador da República Velha, foi obrigado a

renunciar e entregar o cargo a uma junta militar que no mesmo dia passou-o ao interventor

revolucionário gaúcho Ptolomeu de Assis Brasil.

Era a vitoriosa Revolução Liberal de 1930 chegando ao Estado, Aducci detém o recorde

de passar menos dias na administração do Estado: assumiu em 29 de setembro e saiu em 25

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 3737

Page 38: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

de outubro. Santa Catarina manteve-se fiel ao presidente Washington Luís, foi invadido e o

governador fugiu em embarcação que partiu da Praia do Forte, hoje Beira-Mar Norte.

Ptolomeu de Assis Brasil

Durante a Primeira República – de 1889 a 1930 – e principalmente no final dos anos 20,

os governadores pertenciam aos Partidos Republicanos de cada Estado, representando o

sistema oligárquico. Com a vitória da Revolução Liberal, em 1930, caberia aos novos

governos substituírem os governadores por interventores que comungassem das idéias do

movimento.

Santa Catarina foi o último a entregar a administração, que ficou a cargo do governador

gaúcho Ptolomeu de Assis Brasil. Tentou uma política de conciliação, governou sem as

lideranças catarinenses e, em 1932, renunciou.

Rui Zaboran

O major Rui Zaboran ficou apenas seis meses como interventor. Não suportou a pressão

dos políticos catarinenses, foi obrigado a deixar a interventoria e retornar para o Rio Grande

do Sul. Nascido em São Gabriel e representante do esquecido movimento tenentista,

Zaboran governou Santa Catarina de 26 de outubro de 1932 a 19 de abril de 1933.

Foi nomeado interventor pelo seu meio-irmão e antecessor, Ptolomeu de Assis Brasil, e

substituído pelo catarinense Aristiliano Ramos. Em 1953, foi promovido a coronel e morreu

no Rio de Janeiro em outubro de 1954.

Aristiliano Ramos

Primeiro catarinense no poder revolucionário, sem tirar os seus méritos, o líder da Serra

conseguiu o líder da Serra conseguiu o posto em conseqüência de sua amizade com Getúlio

Vargas.

Tomou posse dia 19 de abril de 1933. De 1906 a 1916, foi vereador em Lages, e de

1918 a 1922, substituiu seu pai na prefeitura. Deputado estadual, foi um dos líderes do

movimento revolucionário de 1930, apoiando as forças liberais que invadiram o estado pelo

Planalto.

Convocadas eleições diretas para governador do Estado; candidatou-se e foi derrotado

pelo primo e adversário Nereu Ramos.

Nereu Ramos

Terceiro filho de Vidal Ramos, Nereu Ramos chegou ao governo de Santa Catarina após

disputa com o primo Aristiliano Ramos, que dividiu o Partido Liberal. Tomou posse em 1º de

3838 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 39: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

maio de 1935 e combateu o nazismo. Fundou jornal em defesa de Felipe Schmidt e para ver

o Brasil declarar guerra ‘a Alemanha.

Voltou ao poder em 1937, como interventor. Após conduzir os trabalhos da Constituinte

que fez a nova Carta, foi eleito, em 1946, vice-presidente da República. Exerceu a

presidência de 13 a 30 de maio de 1949, na viagem de Eurico Gaspar Dutra aos Estados

Unidos.

Deu prioridade à Saúde, Educação Primária. Criou o Departamento de Saúde Pública,

construiu a Colônia Santa Teresa, para Hanseníase, e a Colônia Sant’Ana para doentes

mentais.

Aderbal Ramos da Silva

Aderbal tinha muito orgulho de pertencer à terceira geração de políticos da família

Ramos. Definia como “feliz coincidência” ter nascido no Palácio do Governo, e não em

Blumenau, onde seus pais viviam. Isso graças à enchente de 1911, que praticamente

destruiu o Vale do Itajaí, e por ser governador seu avô Vidal Ramos.

Em 1945, com a volta da democracia, elegeu-se deputado federal. Aprendeu muito com

o tio, ex-governador Nereu Ramos, tornando-se um político carismático. Assumiu o governo

em março de 1947 e menos de um ano após, licenciou-se, voltando em 1950.

Assumiu o governo pelo Presidente da Assembléia Legislativa foi Boabaid.

Irineu Bornhausen

Três vezes prefeito de Itajaí, suo terra natal, candidatou-se ao governo do Estado pela

UDN e elegeu-se em 1951. Pagou as dívidas do antecessor e respondeu às críticas com

obras. Em duas gestões, duas importantes rodovias foram remodeladas: a que ligo Blumenau

a Jaraguá do Sul e a de ligação entre Joinville e São Francisco do Sul.

O PDS era maioria no Assembléia Legislativa e o udenista Irineu teve dificuldades para

aprovar seus projetos de obras paro o Estado. Fez muitas pontes, escolas, a agricultura teve

produção recorde e criou vários municípios.

Incentivou a energia elétrica, agricultura, saúde, educação. Elaborou o Plano POE (Plano

de Obras e Equipamentos). Criou o Celesc e o Tribunal de Contas.

Jorge Lacerda

A mais rápido carreira do história republicana de Santa Catarina foi de Jorge Lacerda.

Filho de imigrantes gregos, nasceu no Paraná e, cinco anos após disputar o primeiro pleito

eleitoral, conquistou o governo do Estado pelo Partido de Representação Popular, com apoio

do UDN.

Seu governo foi breve, mas marcado por duas grandes obras: a primeira rodovia

asfaltada com recursos estaduais (ligando Itajaí e Blumenau) e a Sociedade Termo-Elétrica

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 3939

Page 40: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

de Capivari (hoje Usina Jorge Locerda). Morreu num acidente aéreo com Nereu Ramos e

Leoberto Leal, em 1958, na metade do mandato.

Heriberto Hülse

Com a morte de Jorge Lacerda no desastre aéreo próximo a Curitiba, que vitimou

também Nereu Ramos e Leoberto Leal, Heriberto Hülse assumiu o governo paro concluir a

administração.

Natural de Tubarão, conduziu com objetividade e austeridade a segunda metade do

mandato de Jorge Lacerda. Conseguiu, em dois anos, que o Estado desse a grande arrancado

desenvolvimentista que Celso Ramos consolidou. Investiu em estradas, inaugurou o segundo

etapa da Usina Jorge Lacerda, ampliou e construiu outras usinas no estado e concluiu a

estrada da Serro do Rio do Rastro.

Incentivou financiamentos para instalar e funcionamento da faculdade de Medicina e

Compus da UFSC.

Celso Ramos

Celso Ramos mandou gravar suas promessas para que pudesse ser fiel a elas. Eleito em

1960, conseguiu cumprir seu programa e se destaca no da Ramos, que inclui outros cinco

governadores -Vidal, Nereu, Aderbal, Aristiliano e Cândido -, por ser considerado o mais

marcante dos governadores de SC.

Lima das heranças é a Universidade para o desenvolvimento do Estado (UDESC). Fez

colégios, inaugurou torres de eletricidade e fundou a Federação das Indústrias (FIESC). Suas

ações foram traçadas no Seminário Sócio-econômico de SC, idealizado por ele, em 1960.

Criou o BESC. Criou a Caixa Econômica do Estado de Santa Catarina. Criou a Acaresc.

Elaborou o Plano de Metas para o governo “Plameg”, dividindo em 3 blocos: “o homem, o

meio e a expansão econômica”.

Ivo Silveira

Ivo Silveira governou Santo Catarina no final de uma época de lideranças partidárias,

populares e o início de outra, autoritárias. Seu sucessor foi indicado pelo poder central e não

pelo voto.

Ajudou a fundar o Partido Social Democrático, foi prefeito de sua cidade, Palhoça, e

eleito quatro vezes à Assembléia Legislativa. Fez o Estado servir de exemplo ao país. Deu

início às obras do segunda ponte, aumentou em 4820/o o salário dos professores e implantou

o Plano Estadual de Educação, pioneiro no Brasil, que resultou na construção de cerca de 100

escolas, e criou a Avenida Beira-Mar Norte. Elaborou o Planej II. Criou a Cotesc; a Telesc: o

Cohab. Avanço Progressivo (que elimina a reprovação).

4040 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 41: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Colombo Machado Salles

Natural de Laguna, Colombo Machado Salles foi secretário executivo do Plano de Metas

do Governo (Plameg) durante a administração de Ivo Silveira e o sucedeu na época em que a

eleição para governador era indireta e a escolha se processava entre a direção nacional do

partido (Arena) e o presidente da República.

Seu governo fundamentou-se no projeto catarinense de desenvolvimento,

transformando em Ação Catarinense de desenvolvimento. A ponte que leva seu nome foi o

grande legado da administração. Para ele, a implantação de 85 mil novos telefones foi mais

importante.

Antônio Carlos Konder Reis

Começou a carreira aos 21 anos, em 1947, em Itajaí, sua ferra natal, com a forte

influencia da família Konder Reis na política catarinense. Foi deputado federal, senador e, em

1975, eleito de forma indireta governador de Santa Catarina, com o lema governar é

encurtar distâncias.

Foi candidato ao governo antes disso. Na primeira vez, em 1965, perdeu para Ivo

Silveira. Ocupou a vice-presidência do Senado, em 1973, presidiu o Senado na posse dos

senadores, em 1975, deputado federal constituinte, em 1987, e vice-governador na gestão

de Vilson Kleinubing. Depois, foi deputado federal.

Criou a Fucaben; a Fucat; a Empasc; o Badesc. Criou o Parque da Serra do Tabuleiro; a

Secretaria de Tecnologia e do meio Ambiente e a Secretaria da Indústria e do Comércio.

Jorge Konder Bornhausen

Dos três filhos de Irineu Bornhausen, o mais velho, Paulo, era o indicado para as

disputas políticas, mas foi Jorge quem começou na política e nunca mais parou. Reconhecido

como hábil articulador, passou pelo UDN, Arena (foi vice de Ivo Silveira, em 1967), PDS e

criou o PFL para apoiar a candidatura de Tancredo neves.

Governar o Estado considera o maior desafio na vida política. Foi responsável pela

criação do Centro Integrado de Cultura (CIC), o terminal Rita Maria, a nova pista da Beira-Mar

Norte e asfaltou os caminhos da Lagoa da Conceição, Sambaqui e Pântano, na Capital.

Fundou a Fundação catarinense de Cultura. Elaborou o Plano Estadual de Educação

(1980/1983). Em 1979 ocorreu no seu governo a Novembrada. Em 1983 é empossado

Senador da República. Em 1986 assume o cargo de Ministro da Educação.

Henrique Córdava

O talento para a oratória, treinado na faculdade de Direito e aprimorado nos tribunais

do Planalto Serrano, impulsionou a carreira de Henrique Córdova. Nascido em São Joaquim,

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 4141

Page 42: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

foi deputado estadual e federal, assumiu o governo quando Jorge Bornhausen, de quem era

vice, licenciou-se para concorrer ao Senado.

Governou por 10 meses. Em as realizações, privilegiou o programa social: concedeu

reposição salarial aos servidores, equiparou os vencimentos dos funcionários inativos com as

ativos, criou a Polícia Feminina e concedeu pensão aos excepcionais de famílias carentes.

Esperidião Amin Helou Filha

Esperidiao Amin Helou Filho tenta chegar ao terceiro mandato no Palácio Santa

Catarina. professor universitário, aos 27 anos aceitou o convite do governador Antônio Carlos

Konder Reis, em 1975, para assumir a prefeitura da Capital.

Candidatou-se a deputado federal pela Arena, em 1978, e, em 1979, licenciou-se da

Câmara para ser secretário dos Transportes e Obras do governo Jorge Bornhausen. Em 1982,

foi eleito governador com 838. 250 votos, contra 825,5 mil de Jaison Barreto (PMDB). Nesse

período, Amin destaca a pavimentação de 1.111 quilômetros de rodovias.

Sua proposta: “A Carta aos catarinenses. Em 1983 até 1985 seu governo sofreu duas

enchentes no Vale do Itajaí. Criou programas como: Sacolão-escola e Troca-Troca

(pagamento de máquinas agrícolas e de insumo agrícola com o fruto do trabalho do

produtor). Criou ainda feiras comunitárias e o “Olha o Peixe" e açougues, reguladores de

preço. Plano Estadual de Educação (1985/1988) elimina o avanço progressivo. Cria eleições

diretas para diretor de escolas. Em 1999-2002 iniciou o seu mandato como governador,

passando para Luís Henrique da Silveira.

Pedro Ivo Campos

Pedro Ivo Campos deixou a farda do Exército aos 35 anos, por ter contraído tuberculose.

Em 1966, elegeu-se deputado estadual. Fundou o MDB em SC, foi deputado federal, em

1971, e, no ano seguinte, realizou o sonho de administrar Joinville. Saiu da prefeitura para a

Câmara dos deputados. Em 1986, sua chegada ao governo de SC marcou a vitória do PMDB

sobre as lideranças políticas tradicionais - derrotou o PFL de Vilson Kleinubing. Seis meses

após assumir; em setembro de 1987, começou a sentir os primeiros sintomas do câncer que

provocou sua morte, em 27 de fevereiro de 1990.

Seu compromisso de governo era centrado: melhor qualidade de vida; maiores

oportunidades de trabalho. Austeridade administrativa. Em 1991 inaugurou a Ponte Pedro Ivo

Campos. Com sua morte, assumiu o vice Cassildo Maldaner.

Casildo Maldaner

Casildo Maldaner foi um dos mais folclóricos governadores. Assumiu com a morte do

líder e amigo. Pedro Ivo Campos, dia 28 de fevereiro de 1990. Gaúcho de Carazinho, migrou

para o oeste. Foi caminhoneiro e deputado estadual. Em 1986, foi candidato a vice-

4242 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 43: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

governador na chapa encabeçada por Pedro Ivo, por representar o oeste. A dobradinha

Interior-Litoral derrotou o PFL e o PDS.

Ficou no governo até março de 1991, e sua maior satisfação foi a inauguração da Ponte

Pedro Ivo Campos, terceira ligação Ilha-Continente. Elegeu-se senador em 1994.

Vilson Pedro Kleinubing

O cinema era a paixão de Vilson Pedro Kleinubing gaúcho de Montenegro que migrou

para Videira aos cinco anos. Formou-se em Engenharia e considerava-se um administrador.

Em 1981, elegeu-se deputado federal com a maior votação no estado (108,6 mil votos)

e, 15 dias após a posse, foi convidado para ser secretário da Agricultura e Abastecimento.

Foi prefeito de Blumenau e deixou o cargo para concorrer e eleger-se ao governo, em

1990. Foi substituído por Antônio Carlos Konder Reis para concorrer ao Senado. Morreu de

câncer, em 1998, na metade do seu mandato.

Paulo Afonso Vieira

Eleito aos 36 anos, no final de 1994, o governador mais Jovem do país, Paulo Afonso

Evangelista Vieira tentou a reeleição para o Palácio Santa Catarina em 1998.

Perdeu a disputa para Esperidião Amin no primeiro turno e ficou fora da vida política por

quatro anos. Formado em Administração e Direito, com mestrado em Ciência Política, em

Massachussets (EUA), foi fiscal de tributos estaduais e professor da Universidade Federal de

Santa Catarina (UFSC). Antes de eleger-se governador, ocupou uma cadeira na Assembléia

Legislativa. No dia 6 de outubro se elegeu deputado federal.

LEITURA COMPLEMENTARNossas festas religiosas:

Festa do Divino em homenagem ao Divino Espírito Santo.

Nossa Senhora dos Navegantes, comemorada em várias cidades.

Nossa Senhora do Caravaggio, em Brusque.

Nossa Senhora da Conceição, em Videira.

Santo Antônio dos Anjos, em Laguna.

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 4343

Page 44: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

São Francisco Xavier, em Joinville.

Nosso Senhor dos Passos, em Florianópolis, Cricit5ma e Tubarão.

Corpus Cristi.

Festas Natalinas e Festas Juninas.

Nossas festas e danças folclóricas:

Festa da Laranja, em Florianópolis.

Festa da Tainha, em Florianópolis.

Festa da Maça, em Fraiburgo e São Joaquim.

Oktoberfest, em Blumenau.

Fenarreco, em Brusque.

Exposição de orquídeas, em Blumenau,

Festa das Flores, em Joinville, sendo uma das mais antigas (61 festas).

Festa do Vinho, em Rodeio, Urussanga e Videira.

Festa da Uva, em Videira.

Festa do Pinhão, em Lages.

Festa dos Atiradores, em Blumenau.

Festa da Maça e da Pecuária, em São Joaquim.

Carnaval, em Florianópolis, Lages e Criciúma.

Terno de Reis, representando a vinda dos Reis Magos ao menino Jesus.

Musikfest, em São Bento do Sul (poloneses, alemães e italianos).

Schützenfest, em Jaraguá do Sul (tiro ao alvo).

Kegelfest em Rio do Sul

Fenaostra em Florianópolis.

Nossas catarinenses ilustres:

Ana de Jesus Ribeiro (N. 1821, em Moinhos (Tubarão) - M. 1849, em Ravina (Itália).

Victor Meirelles de Lima (N. 1831 - M. 1903)

João da Cruz e Souza (N. 1961 - M. 1898)

Lauro Müller (N. 1860 - M. 1924)

Nereu ramos (N. 1888 - M. 1958)

Cardeal bom Jaime de Barros Câmara (N. 1894 - M. 1971)

Brasão de Armas de nosso Estado contém:

Uma estrela de prata com uma água de asas abertas, segurando, com as garras,

uma chave e uma âncora dourada,

No peito da água aparece a data - 17 de novembro de 1889 - data da implantação

do Regime Republicano em Santa Catarina.

4444 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro

Page 45: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

No alto da estrela, um barrete vermelho.

Em volta da estrela aparecem um ramo de trigo e um de café enlaçados por uma

fita vermelha onde se lê: Estado de Santa Catarina.

Significado destes símbolos que formam nossa armas:

Estrela Branca: representa o estado com todos os seus Municípios.

Águia: representa as forças produtoras do Estado.

Ancora:mostra que Santa Catarina é um Estado Marítimo.

Chave: lembra que nosso Estado é a chave do Brasil Meridional.

Barrete vermelho: representa o governo republicano.

No Hino de Santa Catarina a letra pertence a Horácio Nunes Pires e a música a

José Brazilicio de Souza.

Os símbolos catarinenses:

Ponte Hercílio Luz - Florianópolis

Pinheiro Araucária - Lages

Igreja Matriz - Blumenau

Pedra Bico do Papagaio - Itajaí

Catedral - Tubarão

Orquídea - Joinville

Abelha - Mafra

Museu do Contestado - Caçador

O Desbravador - Chapecó

BIBLIOGRAFIA

Foram retirados textos dos seguintes livros:

Apostila do Anglo Vestibulares.

Campos. Flávio . Oficina da História. Ed. Moderna.

Arruda, Gebran Jose de. Toda História. Ed. Atica.

Cohen. Gilberto. História Geral e Brasil. Ed. Saraiva. 8. ed.

Mello. Leonel Itaussu A. e Costa. Luiz Cesar Amad. História Moderna e Contemporânea Ed

Scipione 1999

Rezende, Antônio Paulo e Didier. Maria Thereza. Rumos da História. Fd. Atual.

História - Profª Jane Lúcia PedroHistória - Profª Jane Lúcia Pedro 4545

Page 46: História e Geografia de Santa Catarina

COL ÉG I O CATARI NEN SE

Mota. Mvriam Brecho e Braick, Patricia Ramos. História das Cavernas ao Terceiro Milênio. Ed.

Moderna.

Koshiba. Luiz e Pereira, Denise M. Frayze. História do Brasil. Ed. Atual.

Vicentino. Claudio e Dorigo, Gianpaolo. História do Brasil. Ed. Scipione.

Vicentino. Claudio e Dorigo Gianpaolo. História Geral. Fd. Scipione.

Ricardo, Ademar e Flávio. História. n. 3. Ed. Lê.

Piletti. Nelson. História do Brasil. Ed. Atica.

Divate. História. Volume Único. Ed. Ática.

História de Santa Catarina de Silvio Coelho Santos. Ed. Lunardelli.

Piazza. Walter e Hübener, Laura. História de Santa Catarina. Ed. Lunardelli.

Tendência (Apostila 2001).

4646 História - Profª Jane LúciaHistória - Profª Jane Lúcia

PedroPedro