história e geografia de rondônia
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História e Geografia de Rondônia - profª Sônia ArrudaTRANSCRIPT
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PROFª SÔNIA ARRUDA
FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA
FORTALEZA QUE VIROU
PRESÍDIO
“O Forte Príncipe não é somente uma
grande fortaleza, ele é um marco da
devastação e prepotência de um reinado”.
“Somente a energia e a
determinação do Governador Dom Luiz
de Cáceres, a competência e esforço dos
engenheiros, técnicos, operários e a
compulsória mão-de-obra escrava
tornaram possível a construção do Forte
Príncipe, obra a serviço dos homens
D’El Rei, nosso senhor e, como tal, por
mais duro, por mais difícil e por mais
trabalhoso que isso dê... é serviço de
Portugal. E tem de se cumprir”.
O Forte Príncipe da Beira não é
apenas uma grande fortaleza, ele
representa a potência portuguesa ao
construir uma obra faraônica na região,
com a intenção de defender os limites
portugueses, no auge do Ciclo do Ouro,
e também vigiar sua inimiga, a Espanha
que tencionava atingir o Oceano
Atlântico através dos rios Guaporé e
Paraguai. Esta imponente obra de 970
metros de extensão e 10 metros de
altura, no coração da Amazônia, nem
mesmo chegou a ser utilizada como base
militar. A demora nas comunicações
viriam a impedir que a Capitania de
Mato Grosso tomasse conhecimento do
tratado de Ildefonso – firmado entre
Portugal e Espanha. O tratado
legitimava o domínio da margem direita
do Guaporé a Portugal, tornando
desnecessária a empreitada, entretanto, o
comunicado chegaria a Vila Bela, com atraso de
ano.
A disputa entre Portugal e Espanha vem de
1750, através do tratado firmado entre os dois
reinados, que defendia as linhas de fronteira do rio
Guaporé. O Forte Príncipe não foi a primeira
construção dessa envergadura na região, no entanto,
foi a mais dispendiosa e demorada, pois deveria
impor respeito ao inimigo, por sua localização
estratégica. O rei de Portugal, Dom José I, já havia
criado a Capitania de Mato Grosso, cuja capital era
Vila Bela, e nomeou como governador, Dom Luiz
de Cáceres, em 1771.
Luiz de Cáceres chegaria na capitania
depois de longos 13 meses de viagem, iniciando a
construção da fortaleza sobre forte pressão política
de seu rei e da proximidade do inimigo. “A
soberania e o respeito de Portugal impõem que
neste lugar se erga um forte, e isso é obra e serviço
dos homens de El-Rei...”, escreveria em 1776, ano
em que foi iniciado a construção do Forte. As
dificuldades impostas pelas distâncias fluviais; a
ausência de mão-de-obra especializada, e a
ineficiente comunicação com Portugal castigavam,
mais não desencorajam a coroa portuguesa que
prosseguia com a obra.
De Forte À Prisão
A construção do Forte Príncipe da Beira
remota da passagem de flotilha de Pedro Teixeira
pela embocadura do rio que ele denominou das
Madeiras, entre 1637-39, quando a coroa
portuguesa resolveu ficar com a posse do curso do
rio Amazonas e de suas terras marginais até a região
de Paiamino, no rio Aguarico. A passagem do
bandeirante Antonio Raposo Tavares, em 1648-52,
pelas localidades que separam as bacias dos rios
Prata e Amazonas seguindo até as proximidades do
Grão-Pará, serviriam como base para a dominação
portuguesa no vale Guaporé
Dom José I, rei de Portugal cria, em 1746, a
capitania de Mato Grosso, esta garantiu a posse para
os portugueses dessas terras, nomeando como seu
primeiro governador o capitão de infantaria, D.
Antônio Rolim de Moura. Inicia-se assim o ciclo de
dominação e destruição portuguesa na região. O
tratado de Madri, firmado entre Portugal e Espanha
(1750), que definia as linhas de fronteira do rio
Guaporé, nos anos posteriores, não era mais
obedecido por nenhum dos reinados após a
descoberta de jazidas de ouro no Vale do Guaporé.
Dom Luiz Cáceres é nomeado governador
de Mato Grosso, em 1772, gasta 13 meses e 14 dias
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para percorrer o Rio de Janeiro até a
Vila Bela, capital de Mato Grosso. Um
exemplo das dificuldades impostas pela
Amazônia e à destruição da localidade
para que os portugueses construíssem o
Forte Príncipe da Beira, que seria
abandonado anos depois quando
Portugal, por motivos financeiros e
políticos, perdeu o interesse pela região.
A construção do forte que assegurou o
domínio português, na margem direita
do Guaporé e permitiu a vigilância dos
rios Guaporé e Paraguai foi iniciada, em
1776, ainda no governo de Luiz Cáceres
e finalizada em 1783. Com o fim do
Ciclo do Ouro, no Vale Guaporé, e a
Proclamação da República o Forte
Príncipe é renegado ao esquecimento.
Não havia mais interesse em manter
uma fortaleza na Amazônia. O Forte
Príncipe não é somente uma grande
fortaleza, ele é o marco da devastação e
prepotência de um reinado. Somente em
1914, através de Marechal Cândido
Rondon o forte voltaria a ser lembrado,
depois de servir durante muitos anos
como presídio e asilo dos desterrados de
Portugal.
EFMM, EPOPÉIA DE SUOR E
SANGUE
“Era o homem tentando subjugar as hostis
imposições do meio ambiente e escapar ao
determinismo geográfico da mais
emaranhada rede hidrográfica do
planeta” – Esron de Menezes.
Encurralada entre os Andes e os
desertos do Gran Chaco e refém do
Chile e do Peru, na dependência
absoluta do escoamento da produção de
seus produtos, a Bolívia percebeu, em
1860, a necessidade da construção de um porto no
Rio Madeira para comunicação direta com o
Atlântico. A primeira idéia de uma ferrovia na
Amazônia, ao longo dos trechos encachoeirados do
Madeira, foi apresentada pelo general boliviano
Quentin Quevedo, em 1861.
Cinco anos mais tarde, época da Guerra do
Paraguai, o Brasil resolveu entrar em entendimento
com o governo da Bolívia. “Em 1866, a ligação de
Mato Grosso com o Atlântico ganhou importância
para o Brasil, já que o conflito na bacia do Prata
praticamente interditou seus rios à navegação
brasileira” – diz textualmente Manoel Rodrigues
Ferreira em “A Ferrovia do Diabo”.
Em 1867, a Bolívia se mostra atraída.
Decide ficar do lado brasileiro. A abertura de uma
saída através do Madeira serviria também para
escoar o ouro e a prata andina, além da borracha.
Surgiu então o Tratado de Amizade, Limites,
Navegação, Comércio e Extradição, em
conseqüência veio a criação da Madeira Railway
Co. Ltda.
Desafio da Construção
Veio da Inglaterra a Public Works, empresa
que iniciaria a construção da Estrada de Ferro
batizada com o nome Madeira Mamoré. No dia 6 de
julho de 1872 chega à Cachoeira de Santo Antonio,
o primeiro grupo de engenheiros ingleses. “Era o
homem tentando subjugar as hostis imposições do
meio ambiente escapar ao determinismo geográfico
da mais emaranhada rede hidrográfica do planeta” –
analisa o historiador Esron de Menezes.
A formação rochosa e o pântano na região
faziam os trabalhadores acreditarem que mesmo
dispondo de todo o dinheiro do mundo e a metade
de sua população, seria impossível construir a
estrada. A Public Works desistiu da construção e
entrou com ação indenizatória contra o governo
brasileiro perante à justiça londrina, alegando que a
obra havia sido mal exposta, principalmente quanto
a extensão da estrada e que a zona era um antro de
podridão onde os seus homens morriam feito
moscas.
Com a desistência da Public Works, o
governo contrata a empresa americana P&T Collins.
Logo no início os americanos perdem na viagem
700 toneladas de material e oitenta pessoas morrem
afogadas num naufrágio. Homens são vitimados por
febres e calafrios, desenteria, varíola e pneumonia.
Italianos, trazidos para o trabalho, sob ameaça de
morte, se rebelam e fogem para a floresta.
Anotações da época dão idéia da tragédia: “Na
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calada da noite, apavorados, setenta e
cinco italianos abandonaram o
acampamento, penetraram na espessa
floresta amazônica, e tomaram o rumo
da Bolívia. Desapareceram no meio da
mata, e nunca mais ninguém soube
deles: se morreram de fome, de
doenças, ou devorados pelos índios. A
espantosa tragédia que viveram naquela
região Amazônica jamais seria contada,
nenhum sobreviveria, permaneceria,
para sempre, desconhecida do mundo
civilizado”.
Em quatro meses de trabalho
apenas quatro quilômetros de trilhos
haviam sido construídos. Assim como
os ingleses, os americanos falham.
Alguns trabalhadores desceram os rios
Madeira e Amazonas chegando em
estado precário à Belém (PA). De
acordo com testemunhos colhidos por
Amizael Gomes da Silva, eles dormiam
de favor e durante o dia pediam esmolas
para o alimento. Os que teimaram em
ficar na cachoeira de Santo Antônio
foram atacados pelos índios.
No dia 19 de agosto de 1879, a
construção foi suspensa. Os sete
quilômetros de estrada construída, uma
locomotiva, três maquinários e as
sepulturas de americanos, irlandeses,
italianos e brasileiros foram
abandonados. Thomas Collins, o
empreiteiro, voltou para os Estados
Unidos na miséria e viu a esposa morrer
num hospital para loucos.
Tratado de Petrópolis
No final da guerra Bolívia e
Chile, a borracha valorizava-se. O
governo boliviano não tinha recursos
para explorar os seringais do Acre, já
invadidos por brasileiros nordestinos.
Quando a Bolívia tentou recuperar sua
soberania, sofreu a revolta do acreano e
se viu obrigada a desistir das terras
mediante indenização de 2 milhões de
libras esterlinas. A transação abriu
caminho para a assinatura do Tratado de
Petrópolis, firmado em 17 de novembro
de 1903.
O governo brasileiro assumiu,
formalmente, o compromisso de
construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré,
com liberdade de trânsito por essa ferrovia e pelos
rios brasileiros até o Oceano Atlântico de produtos
bolivianos. A Bolívia daria ao Brasil a área de 191
mil metros quadrados, referente ao atual estado do
Acre.
Obrigado pelas disposições do Tratado, o
governo brasileiro toma as providências iniciais
para a retomada da construção da estrada de ferro,
contornando as cachoeiras do alto rio Madeira,
partindo de Santo Antônio até Guajará-Mirim.
MARECHAL RONDON
DESBRAVANDO O SERTÃO
“Do Mato Grosso ao Amazonas, Rondon
instalou 2.232 quilômetros de linhas telegráficas”.
O ano era 1907. O oficial do corpo de
engenharia militar, Cândido Mariano da Silva
Rondon, o Marechal Rondon acabara de ser
encarregado pelo Governo Federal para implantação
da linha telegráfica entre os Estados do Mato
Grosso e Amazonas. Os pontos extremos eram as
cidades de Cuiabá e Santo Antônio do Rio Madeira,
a sete quilômetros da atual capital, Porto Velho.
Para cumprir melhor a missão, Rondon, ainda
tenente-coronel do Exército, dividiu os trabalhos em
três etapas e as denominou “expedições”.
A primeira expedição começou em 02 de
setembro de 1907 e o ponto de partida foi
Diamantino, no Mato Grosso. Demorou apenas 74
quilômetros para Rondon e seus homens
encontrarem o que seria o maior desafio da missão:
os índios. O militar usou métodos humanitários na
pacificação e fazia toda a tropa expedicionária ser
subordinada ao lema: “morrer se preciso for, matar
nunca”. Na primeira parte dos trabalhos de
instalação da linha telegráfica Cândido Mariano da
Silva Rondon abriu 1.781 quilômetros de picadas.
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A segunda expedição ocorreu de
29 de julho a 03 de novembro de 1908.
Esta seria mais arriscada que a primeira.
Toda a tropa teria que enfrentar os
ferozes índios Nhambiquaras. Muitos
homens amedrontados e acovardados
abandonaram a comitiva e foram
denominados por Rondon como
“soldados de espírito fraco”. Mais uma
vez o método de pacificação surtiu
efeito os “selvagens”. Entre as
localidades de Juruema e a Serra do
Norte, ambas no Mato Grosso, a
expedição ergueu 1.653 km de linha
telegráfica.
A mais famosa das expedições, a
terceira, aconteceu em 1909. Nesta
Rondon avançou todo o sertão do atual
Estado de Rondônia. A travessia durou
237 dias. As dificuldades aumentaram
na última etapa da missão. Índios
fizeram emboscadas e mataram um dos
soldados. Em função do perigo, os
expedicionários se detiveram 51 dias e
buscaram localizar as cabeceiras que
davam para os rios Guaporé, Madeira e
Tapajós.
No dia 09 de outubro, os
expedicionários descobriram um rio de
50 metros de largura. Rondon o batizou
com o nome de Pimenta Bueno, uma
homenagem aos serviços de um amigo
geógrafo. O tenente-coronel chefiava
uma tropa de 28 homens que passavam
grandes dificuldades com a falta de
alimentos. Mas no dia 25 de dezembro a
expedição chegava, finalmente, ao
objetivo, Santo Antônio do Rio
Madeira, com 2.232 km de linha
levantada. Entusiasmado Mariano
Cândido da Silva Rondon discursa:
“Assim findou a nossa
peregrinação de 8 meses, através dos
sertões do nordeste mato-grossense, a
exploração realizada sob os auspícios
do santo amor à Pátria. Não fôramos
mantidos por este sublime sentimento,
não teríamos energia moral suficiente
para suportar tão grandes choques e das
privações de toda a sorte que nos
atormentaram a travessia”.
O último poste de linha
telegráfica foi implantado somente em
1915, ano em que foi esticada a última roldana de
fio. Outras expedições foram feitas até os rios
Jamary, Anary e Machadinho, rio das Dúvidas, Ji-
paraná ou Machado e Jacy Paraná.
Homenagem recusada
Na tarde do dia 13 de setembro de 1943, era
assinado no Palácio do Catete, o decreto-lei 5.812
de criação do Território que seria implantado com
áreas desmembradas dos Estados de Mato Grosso e
Amazonas. Houve corrida pelo nome do Território,
até que por sugestão do ministro de Viação e Obras
Públicas, Mendonça Lima, veio a idéia do nome
Rondônia, em homenagem ao general Cândido
Rondon. Ao ter conhecimento da indicação,
Rondon, segundo os historiadores, recusou a
homenagem.
Diante da negativa, outros nomes foram
sugeridos: Minas Novas, Urucumacuan, Madeira e,
finalmente Guaporé. Mais tarde o nome Rondônia
prevaleceu, pela Lei 2.731 de 17 de fevereiro de
1956, por projeto de um deputado amazonense.
Embora tenha tratado com crueldade os
subordinados, negado prestação de contas da linha
telegráfica e recusado a homenagem do nome
Rondônia, não se pode negar que Cândido Mariano
da Silva Rondon foi um dos maiores pioneiros deste
Estado e grande personalidade do início do século.
Nascido em 05 de maio de 1855, ele
ascendeu, ainda jovem, aos maiores postos de
hierarquia militar por reais méritos. Foi escolhido
“Patrono das Comunicações”, recebeu o título
“Civilizador dos Sertões” e, em 1953, foi lançado
candidato ao Prêmio Nobel da Paz.
BORRACHA ATRAI NODESTINOS
“Fortalecimento populacional na região com o
Ciclo da Borracha”
A Amazônia é novamente descoberta como
fonte de imensa riqueza na metade do século XIX.
Encerrado o Ciclo do Ouro, tem início o Ciclo da
Borracha que representa um dos maiores processos
migratórios da região. Através dele vieram para
região milhares de nordestino expulsos pela seca de
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1877. Primeiro ciclo que resultaria mais
tarde na Guerra do Acre (1903) e
possibilitaria no segundo ciclo, a
criação do Território de Guaporé
(1943).
Em sua primeira fase (1911-14),
o Brasil ocuparia a posição de maior
produtor de borracha silvestre do
mundo tendo como concorrente seu
vizinho, a Bolívia. Esta república tinha
uma grande desvantagem em relação ao
Brasil, seus seringais ficavam na parte
oriental dificultando o escoamento do
produto para o Oceano Atlântico. Em
20 de abril de 1867, Brasil e Bolívia
assinam o Tratado de Amizade, Limites,
Navegação, Comércio e Extradição;
assim começa o processo que
desencadearia mais tarde a construção
de uma estrada de ferro ligando o
Madeira ao Mamoré, um projeto
boliviano.
Mesmo assim, a proximidade
destas duas potências produtoras de
látex – matéria-prima da borracha – na
mesma região, onde futuramente seria o
Acre, daria origem a Guerra do Acre,
liderada pelo ex-major do Exército
Plácido de Castro. Com a vitória do
Brasil, nessa luta, a região passa a fazer
parte do nosso território e novamente é
assinado um tratado com a Bolívia, o
Tratado de Petrópolis (1903), e o Brasil
assume a responsabilidade de continuar
a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
2ª Guerra
O Brasil perdeu sua supremacia
como produtora de borracha para as
colônias inglesas na Ásia, terminando
assim o primeiro Ciclo da Borracha. Em
1942, durante a 2ª Guerra Mundial,
inicia o segundo Ciclo da Borracha. Os
Estados Unidos impossibilitados de
alcançar os seringais asiáticos,
redescobrem a Amazônia. Eles
necessitavam desse produto para a
produção dos pneus utilizados nos
veículos na frente de combate.
Brasileiros, principalmente, os do
Nordeste, são atraídos para lutar na
“Guerra Verde”, na Amazônia. O
inimigo armado não existia, na verdade
a luta era contra as doenças tropicais e os mãos
tratos do governo.
O Brasil volta a posição de maior produtor
de borracha do mundo, com a assinatura do tratado
de Washington (1941), firmado entre o Brasil e
Estados Unidos, durante o Governo de Getúlio
Vargas. Este fato proporcionou o retorno
populacional e um grande impulso econômico. Esse
pedaço da Amazônia voltava a despertar interesses
internacionais, mas, com o fim da 2ª Guerra a
produção da borracha em grande quantidade para
uso bélico, deixava de ser necessário, em 1950 tem
fim a segunda fase do Ciclo da Borracha.
Primeiro Ciclo
A Bolívia, em 1846, necessitava da abertura
de uma rota para exportar a borracha produzida, na
parte oriental de seus seringais, ao Oceano
Atlântico. Dois projetos são elaborados para
solucionar este problema, a primeira opção seria
uma rota fluvial entre os rios Madeira e Mamoré; a
segunda uma ferrovia que seria construída na
margem direita do Madeira até a localidade de
Santo Antônio.
O governo boliviano prefere a primeira
alternativa e o engenheiro-militar, inglês, George
Earl Church, recebe o encargo de fundar uma
empresa de navegação entre os rios. Surge então a
National Bolivian Navigation Company que não
chega a ser finalizada. Os bancos da Inglaterra,
financiadores do projeto, não aceitam financia-lo,
eles tinham maior interesse na construção da
ferrovia, um interesse profundamente financeiro,
pois, a Inglaterra era nesse período a produtora
mundial de vagões e locomotivas, controlando
também toda a importação da borracha produzida
na Amazônia. Têm início os projetos de construção
da ferrovia que ligaria o Rio Madeira ao Mamoré.
Esta primeira empreita seria feita ainda pelo Earl
Church. As notícias sobre as riquezas da borracha já
haviam atraído, para a região, centenas de
nordestinos que invadiam até os seringais do
território boliviano e não era somente esses
trabalhadores que ocupavam a área, prisioneiros e
exilados políticos do Brasil começavam a desbravar
o local, explorando às seringueiras.
CANDELÁRIA
DESTRUIÇÃO DE UM PATRIMÔNIO
“A Vila da Candelária vem sofrendo com
invasões e o descaso das autoridades”
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Durante muitos anos o
Cemitério da Candelária foi
resguardado e protegido por
trabalhadores da Ferrovia Madeira-
Mamoré que foram se estabelecendo no
local. Muitos, como é o caso dos
babadianos, não possuíam recursos ou
mesmo motivos para retornar ao país de
origem. Depois do desprezo das
autoridades. Abandonado por várias
décadas, o Cemitério, apesar de fazer
parte do acervo da Estrada de Ferro, de
responsabilidade do Governo Estadual,
encontra-se hoje em situação crítica. O
local já foi e continua sendo palco de
brigas intensas por invasores de terras
que demonstram mais interesse em se
apropriar do local do que preserva-lo.
Assim, a depredação tem sido inevitável
e acontece todos os dias, sem que
nenhuma autoridade regional se
manifeste. O “fim da história”,
alardeado pelo filósofo Hegel –
erroneamente interpretado na época –
está prestes a acontecer aqui no Estado.
Para este filósofo, a história já havia
alcançado o seu amadurecimento, o seu
apogeu. Em Rondônia será realmente o
fim da história da Candelária, caso as
autoridades continuem permitindo á
destruição deste local que é o início da
história do Estado.
Tudo começa quando a Empresa
Railway Company adquire, em 1921, a
região da Candelária. Isto só acontece
depois de 26 anos da obra iniciada pela
empreiteira de Percival Farqhar, a área
de 2 milhões, 72 mil, 375 metros
quadrados – ainda pertencente ao
Estado do Amazonas - foi adquirida
pela Madeira-Mamoré Railway
Company por 20 contos de Réis.
Segundo documentos da época,
a terra pertencia a um peruano chamado
Suarez Hermana que teria nomeado o local de
Candelária, em homenagem a padroeira de seu país,
Nossa Senhora da Candelária. A partir daí, a
história torna-se estória. Novos documentos
surgiram dando posse da terra a outras pessoas que
começaram a desmatar o cemitério. Após
denúncias, o Ministério Público começou a analisar
os documentos. O caso vem sendo examinado pela
promotora Aidê Maria Moser. A autenticidade
destes documentos são contestadas pela Associação
dos Amigos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
A responsabilidade de ninguém
A Candelária é um Patrimônio Histórico do
Estado, e, inexplicavelmente nenhum órgão quer
assumir a responsabilidade por sua preservação. Na
divisão de Arqueologia da Secretaria Estadual de
Desenvolvimento Ambiental (Sedam), o diretor
Josuel Ravane realizou em 95, uma fiscalização
minuciosa do local – quando iniciaram as
ocupações na área. Ele explica que o Estado
funciona apenas como um órgão fiscalizador. A
preservação do patrimônio seria de responsabilidade
da Prefeitura, por estar localizada no município de
Porto Velho. A questão da localidade da Candelária
é algo realmente muito interessante, tendo em vista
que a Sedam está há poucos metros desta região.
Mesmo com a divulgação seguidas de matérias no
Diário, sobre a depredação do patrimônio em 1999,
a área não foi nem mesmo fiscalizada pelas
autoridades estaduais ou municipais. E a
depredação da história de Rondônia continua.
Vilas
A Vila Candelária foi construída entre as
décadas de 40 e 50 para os ferroviários. “Diversas
outras vilas foram feitas na mesma ocasião”,
explica o arquiteto Luiz Leite. “A Candelária se
tornou mais conhecida em virtude da região da
Candelária. A Railway oferecia moradia a seus
funcionários”, esclarece. Segundo a ferroviária
Maria Auxiliadora Lobo de Souza, são da mesma
época: as vilas de Pedro Canga, em Abuña, Penha
Colorado, Caracol, Chocolatal e Periquitos.
Início do cemitério
Pequenas cruzes de madeiras brancas iam
sendo fincadas próximo ao Hospital Candelária. No
início, em 1907, elas não eram mais de 50. Com o
andamento da obra no mesmo ano, já não existia
espaço para os sepultamentos. A Railway começou
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a desmatar mais um pedaço da mata à
frente do Candelário. Em seus registros
finais sobre a obra, a companhia
divulgou um total de 21.817, no
entanto, este montante não é exato pois
centenas de mortos foram enterrados ao
longo da construção. Assim, foi iniciado
o mais célebre patrimônio histórico do
Estado: o Cemitério da Candelária.
Muitos engenheiros, médicos e alguns
moradores de Santo Antônio e de Porto
Velho foram enterrados nesse local,
suas sepulturas foram marcadas com
lápides de concreto e cercadas com
grades.
TEIXEIRÃO
O GOVERNANTE DO
SÉCULO
“A maior personalidade política do
século em Rondônia chega para
transformar o Território em Estado”
Belmont, manhã de 10 de abril
de 1979. Desembarca em Porto Velho o
general Jorge Teixeira de Oliveira,
governador de Rondônia por
determinação do então Presidente da
República, João Baptista de Oliveira
Figueiredo. Como se já soubesse que
aquela seria a maior personalidade
política do século no Estado, o povo
recebe Teixeira com uma grande festa.
Na recepção, muitos amazonenses que
haviam sido governados por ele.
Emocionado, Jorge Teixeira discursa:
“São passagens como essas gratificam o
homem público e fazem com que a
gente se sinta com maior disposição para a luta”.
Funcionários da Prefeitura de Manaus
entoaram um hino como agradecimento ao trabalho
do coronel. Perplexo com a manifestação Teixeira
pergunta: “Muito bem, muito bem, mas será que
não tinha nada pra vocês fazerem hoje lá?...”.
Jorge Teixeira, que agradara tanto o povo
manauara, chegava à Rondônia com a missão de
transformar o Território em Estado. Logo propôs a
criação de novos municípios. Missão ou não, o fato
é que Teixeira foi bastante dinâmico na
operacionalização dos recursos injetados no então
Território Federal, dando-lhe numa estrutura
administrativa, social e política.
Ao tomar posse, Jorge Teixeira de Oliveira,
definiu seu plano de trabalho e as metas a serem
atingidas: asfaltamento da BR-364, inclusive o
trecho que liga Porto Velho a Guajará-Mirim;
construção da hidrelétrica de Samuel;
transformação de novos aglomerados ou vilas em
municípios, incentivando o pequeno e o médio
produtor rural e, finalmente, transformar Rondônia
em Estado.
As promessas do governador foram
colocadas em dúvida. Os oponentes ao seu governo
iniciaram uma campanha de descrédito junto à
opinião pública e, em pouco tempo, até os
auxiliares recriminavam os discursos de Teixeira –
“O homem fala demais. Prometer é fácil, cumprir é
que são elas”.
As críticas continuavam. Havia
questionamentos do porquê Jorge Teixeira não
“arrumou a casa” em seis meses. Os maliciosos:
“em Manaus era o Teixeirão, aqui é o Teixeirinha”,
numa alusão ao cantor de música sertaneja.
Realmente, no primeiro ano de governo, o
coronel mal conseguiu acabar com a teia de intrigas
que existia nos muros palacianos. Triste herança
deixada pelo antecessor.
Teixeira prometeu que o Governo Federal
criaria novos municípios em Rondônia antes de
1982, embora a lei de outubro de 1977
desautorizasse tal afirmativa. Correndo contra o
tempo, Teixeira levava pessoalmente suas
justificativas ao Ministro da Justiça e do Interior.
As muitas viagens eram motivo de pesadas críticas
da oposição, tanto no Congresso Nacional quanto
nas câmaras municipais de Porto Velho e Guajará-
Mirim. Teixeira estaria esbanjando mordomias em
rodadas de uísque e não procurando resolver os
problemas de Rondônia.
No dia 16 de junho de 1981, foi levada à
sanção do presidente João Figueiredo, a Lei 6.921
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que autorizava a criação dos municípios
de Colorado do Oeste, Espigão do
Oeste, Presidente Médice, Ouro Preto
do Oeste, Jaru e Costa Marques.
A criação daqueles municípios
dentro do prazo que fora preconizado
pelo governador, lhe devolvia a
credibilidade com o povo. Outras
promessas também foram compridas.
Já naquela época, empreiteiras
montavam canteiros de obras ao longo
da BR-364, para início do asfaltamento.
Era a obra mais esperada pela
população do Estado. O feito parecia
tão impossível aos adversários que,
mesmo com as máquinas desfilando na
estrada em busca de local de trabalho,
ainda haviam quem negasse a vitória do
governador junto às autoridades de
Brasília.
Governo itinerante
Como homem e administrador
atuante, perfeitamente identificado com
o povo, Jorge Teixeira estabeleceu um
governo aberto às aspirações da
população na busca de soluções para os
problemas decorrentes do acelerado
processo de desenvolvimento. Criou
então o “Governo Itinerante” e diminuiu
a distancia entre os membros decisórios
e administrativos do governo a das
comunidades. O governo não ficaria
mais confinado na capital, mas instalado
também nas cidades de Ouro Preto,
Cacoal, Vilhena e Costa Marques. Não
havia projeto de colonização e nem
linhas ou glebas que não conhecessem
pessoalmente o governador Jorge
Teixeira. Foi a primeira vez na história
Rondônia, que um político desceu do
“pedestal” para se juntar ao povo.
Os planos do governo Teixeira
não era segredo para ninguém. Os
trabalhos eram desenvolvidos num
perfeito espírito de comunidade
estimulando, inclusive, o povo a
participar diretamente das ações
governamentais. Essa harmonia
administrativa encorajou os colonos a
fazerem um mutirão, oportunidade em
que a própria comunidade agrícola se
integrou ao governo na construção da
estrada que permitiam o escoamento de seus
produtos para o mercado consumidor.
Jorge Teixeira de Oliveira faleceu, aos 63
anos de idade, na cidade do Rio de Janeiro, no dia
28 de janeiro de 1987. Sonhava voltar a governar
Rondônia, eleito pelo povo.
BR-364
A RODOVIA RASGA A FLORESTA
“Os sertões e a floresta virgem seriam vencidos
para que os produtos e as riquezas da região pudessem
ser escoados pela BR-364, que teve o objetivo ainda de
incentivar o povoamento da região”.
Em 1944, uma comissão chefiada pelo
engenheiro Yêdo Laza organizou um plano
rodoviário e incluiu nele uma ligação rodoviária
entre o Acre e as regiões do Centro Sul do País. Tal
ligação recebeu o nome de “rodovia acreana” e a
designação de BR-29, cruzando as cidades de
Cuiabá, Porto Velho, Rio Branco e Cruzeiro do Sul,
até a fronteira com o Peru, fazendo a conexão com a
rodovia Pan-Americana.
No dia 13 de janeiro de 1945, o então
governador do Território do Guaporé, Aluízio
Ferreira, criou a 2ª Companhia Independente, que
tinha a missão de construir a rodovia no rastro da
linha telegráfica de Rondon que ligaria Porto Velho
à Vilhena.
A construção de uma estrada ligando Mato
Grosso à Rondônia era necessária para o
povoamento e colonização da área. Os sertões e a
floresta virgem seriam vencidos para que os
tesouros da região pudessem ser escoados.
Sob o comando do capitão engenheiro Ênio
Pinheiro, chegou em 09 de julho do mesmo ano o
primeiro grupo de homens para construir a estrada.
Dois anos mais tarde, a companhia dava por
encerrada as atividades, com apenas 55 quilômetros
explorados e o desaparecimento de um de seus
homens mais ilustres, o tenente Fernando Gomes de
Oliveira.
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A BR-29 foi obra do governo de
Juscelino Kubitschek, num grande
esforço para tirar a Amazônia do
isolamento. “Demonstrou o Sr.
Kubitschek perfeita compreensão do
problema da falta de ligação da mais
rica região do País com o resto do
território nacional” – disse na época o
governador Paulo Leal.
Foram grandes as dificuldades
encontradas pelas firmas empreiteiras
contratadas. Durante muito tempo a
estrada era apenas um “rasgão” mal
acabado nas selvas de Rondônia.
Verdadeiras trilhas de lama e pinguelas,
onde só os pioneiros se atreviam passar.
O percurso de Vilhena à Porto Velho
chegava a ser feito em 12 dias, como
relata o escritor Amizael Gomes da
Silva em “No Rastro dos Pioneiros”.
O recomeço
Durante uma reunião de
governadores com o Presidente da
República, nos primeiros dias de
fevereiro de 1960, o então governador
do Território, Paulo Leal, demonstrou a
necessidade de reiniciar a construção da
BR-29. Juscelino Kubitschek,
empolgado com uma série de recortes
de jornais e mapas levados pelo
governador, ordenou ao DNER –
Departamento Nacional de Estradas de
Rodagem – a imediata execução dos
trabalhos. A meta era inaugurar a
rodovia no final do mesmo ano.
No dia 04 de janeiro já haviam
sido distribuídos os trechos pelas
companhias: Nacional, Viatécnica,
Sérgio Marques de Souza, Cib., CC.,
Camargo Corrêia, Triângulo Mineiro e
CC. BE., até o local denominado Alto
Paraguai, no estado do Mato Grosso,
onde estava assentada uma companhia
do Exército.
O presidente Kubistcheck tinha
por norma avançar no tempo, já que seu
mandato estava chegando ao fim, por
isso ao encontrar o primeiro obstáculo
no transporte das máquinas entre o Rio
de Janeiro e Porto Velho, mandou
descarregar o navio Rio Tubarão, que
estava designado para viagem ao
Oriente Médio, e ordenou que nele fossem
transportadas as máquinas das companhias
empreiteiras.
No dia 03 de janeiro de 1961, chegava à
Porto Velho a primeira leva de construtores da BR-
29 para realizar em 9 meses e 14 dias a desmatação,
terraplanagem, permitindo em época de verão
realizar em 30 horas uma viagem de Cuiabá à Porto
Velho.
A pavimentação
Quando Rondônia alcançou sua autonomia,
transformando-se em Estado, apenas o trecho
Ariquemes/Porto Velho, com 192 quilômetros, era
asfaltado. Destes, 48 ainda em barro, onde estava a
reserva para a represa de Samuel. Os trabalhos ali
foram executados pelo 5º BEC, mas toda a rodovia
já estava sofrendo reparos.
Ao chegar à Porto Velho par tomar posse
como governador do Território, Jorge Teixeira de
Oliveira estabeleceu metas de trabalho, entre elas a
pavimentação da BR-364. Como nenhum outro
governador havia conseguido atingir o objetivo,
imediatamente os opositores fizeram correr uma
onda de boatos para que Teixeira caísse em
descrédito.
Jorge Teixeira não se deixou abater pelas
críticas da oposição. Depois de várias viagens e
contatos com autoridades ligadas ao Território,
consegui que fossem assinados, pelo ministro
Eliseu Resende, na presença do então presidente
João Baptista Figueiredo, 19 contratos para a
pavimentação da BR-364, rodovia Cuiabá-Porto
Velho, no trecho que vai de Cáceres, no Mato
Grosso, a Ariquemes, numa extensão de 1.040
quilômetros.
ALUIZIO FERREIRA
CRIAÇÃO DO TERRITÓRIO DO
GUAPORÉ
“A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é mãe
do Território Federal do Guaporé. Os outros territórios
federais entraram de carona” – Aluízio Ferreira”.
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A criação do Território Federal
do Guaporé, em 1943, e de mais quatro
territórios: Iguaçu e Ponta-Porã, no Sul
e Centro-Oeste; Rio Branco e Amapá,
no Norte, representam uma das
principais metas do governo de Getúlio
Vargas. Este estadista pretendia
incentivar a ocupação nas terras da
Amazônia, desenvolver o comércio e
firmar a política nacionalista, base do
seu governo. Uma ação que se tornaria
possível com a assinatura do Tratado de
Washington entre o Brasil e o Estados
Unidos, durante a 2ª Guerra Mundial,
que daria início a segunda fase do ciclo
da borracha propiciando o
desenvolvimento econômico e
populacional da Amazônia rondoniense.
A Sociedade Geográfica, 10
anos antes, havia sido incumbida pelo
presidente Getúlio Vargas de viabilizar
o estudo para a construção de 10
territórios federais. No entanto, o estudo
não incluía o município de Porto Velho,
somente Santo Antônio e Guajará-
Mirim fariam parte do território. A
interferência do militar e desbravador
Aluízio Ferreira, durante este mesmo
período, foi fundamental para a
concretização do ambicioso projeto de
Getúlio. Aluízio aproveita a visita de
Getúlio Vargas a região, em 1940, e
mostra as potencialidades econômicas
de Porto Velho e a sua importância na
formação do futuro Território.
Ocupando o cargo de delegado do
Governo Federal no Alto Madeira, o
então capitão Aluízio Ferreira fez uma
conferência, em 6 de março de 1936, na
Sociedade dos Amigos de Alberto
Torres, no Rio de Janeiro, enfatizando a
necessidade da redivisão política do
País e descrevendo os problemas
enfrentados nos municípios em virtude
da ausência política administrativa dos
governos estaduais que impediam o
progresso destas regiões.
Esta foi apenas uma das diversas
ações desenvolvidas por Aluízio
Ferreira para concretizar a instalação do
Território Federal do Guaporé. Seu
trabalho foi reconhecido até mesmo por
Getúlio Vargas que o nomeou governador do
Guaporé, após sua instalação. Além da política,
uma grande amizade fortalecia o trabalho
desenvolvido por estes dois estadistas. O jornalista
João Tavares, no livro Porto Velho Conta sua
História – coletânea de autores regionais – cita que
Getúlio Vargas se referia ao Território do Guaporé
da seguinte forma: “O Guaporé do Aluízio”. Um
reconhecimento público dos trabalhos do militar
para a concretização deste que foi o pioneiro dos
demais territórios federais do Brasil.
Aluízio, desde 1936, realizava reuniões
políticas e de divulgação para a criação do Guaporé.
Ele havia promovido também visitas de chefes
militares a região e enviara ao presidente, um
pedido de desmembramento dos municípios de
Guaporé e Guajará-Mirim dos estados do Mato
Grosso e Amazonas. O pedido era reforçado por
assinaturas de moradores de Guajará-Mirim
recolhidas pelo diretor da Concessionária da
Empresa de Navegação do Guaporé. Paulo Cordeiro
da Cruz, que destacava o desprezo dos
governadores dos dois Estados pelos municípios de
Guajará-Mirim, Santo Antônio do Madeira e Porto
Velho.
Getúlio visita o Guaporé
Aluízio Ferreira aproveita uma visita de
Getúlio Vargas a Manaus, em 1940, para convidá-lo
a conhecer Porto Velho. Uma breve visita de apenas
três horas que resultaram em três dias de
permanência do Presidente da República na região.
Uma ocasião histórica que marcou antecipadamente
a vitória do major Aluízio na implantação do
Território Federal do Guaporé.
Quando Getúlio chega em Porto Velho é
recepcionado na avenida 7 de Setembro com
desfiles de estudantes e tropas militares. No final da
solenidade, onde estiveram reunidos centenas de
moradores dos municípios vizinhos, crianças
abraçam o presidente que emocionado diz: “Isto
aqui já é um Território!”
Na ocasião, Getúlio Vargas inaugura a usina
termoelétrica da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré
e o prédio dos Correios e telégrafos em Porto
Velho. Aluízio e Getúlio descobririam nesses três
dias, diversas idéias em comum. O presidente
reafirmaria a Aluízio sua intenção de criar
territórios federais nas áreas fronteiriças, uma
intenção que seria concretizada três anos depois de
sua vinda a região. O major Aluízio aproveita a
presença do estadista para convencê-lo a incluir o
município de Porto Velho no projeto, como capital
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do futuro território. Uma vontade
política que foi realizada anos depois.
Finalmente é criado o Território
Federal do Guaporé pelo decreto-lei nº.
5.812, de 13 de setembro de 1943, das
áreas desmembradas dos estados de
Mato Grosso e do Amazonas. Mais
quatro municípios brasileiros pegam
carona e são também transformados em
territórios: Rio Branco e Amapá – no
norte, Ponta-Porã e Iguaçu – no Sul e
Centro Oeste do País.
A SOBREVIVÊNCIA NA
FLORESTA
“Depois de abandonar os seringais
aos poucos a floresta vem sendo
novamente explorada”.
A negativa do Banco da
Amazônia (Basa) em continuar o
repasse financeiro aos grandes
seringalistas, resultaram no abandono
dos seringais, nos anos 80. O
seringueiro, a alma do trabalho
extrativista, foi deixado a própria sorte
sem nenhum amparo político ou social
restando para esses trabalhadores
apenas a alternativa de assumir os
seringais. A União dos seringueiros do
Estado começou a surgir nesse período
e simboliza a luta pela sobrevivência da
categoria que continua até hoje.
Em 1980, representantes do
Instituto Estadual Florestal de Rondônia
fazem um levantamento em todos os
seringais do Estado. Cinco anos depois
é a vez do Conselho Nacional dos
Seringueiros se mobilizar, promovendo
o Primeiro Encontro Dos Trabalhadores
do Acre e de Rondônia. A reunião
acontece em Guajará-Mirim por ser
uma cidade de fronteira e resulta na
criação da primeira organização de
seringueiros.
O ano de 89 é marcado pelo encontro de
mais de 300 trabalhadores dos maiores seringais de
Rondônia, Pacaás Novas e Ouro Preto. É iniciado o
processo que viabilizaria, no ano seguinte, a
Organização dos Seringueiros de Rondônia (OSR),
primeira instituição voltada para os interesses
sociais e econômicos da categoria. Na ocasião, foi
definida a estrutura das associações em todos os
municípios que deveria ser formada por comissões
compostas de um seringueiro titular e um suplente.
Em Guajará-Mirim foram eleitos nove
membros e um soldado da borracha. Um segundo
encontro nacional, realizado em Rio Branco,
firmaria a luta dos seringueiros. Os trabalhadores
passam a contar também com diversos órgãos
ligados a preservação ambiental, como o Instituto
de Pesquisa de Entidades de Defesa a Amazônia –
que fez diversas visitas aos seringueiros para
conhecer a situação vivida pelos trabalhadores; o
Coporé – Ação Ecológica do Vale do Guaporé e o
Paca – Proteção Ambiental ao Cacoerência, do
Município de Cacoal.
Nasce a OSR
Depois de mais de uma reunião, finalmente,
em 90, é fundada no Estado a Organização dos
Seringueiros de Rondônia (OSR) sendo eleitos para
sua composição sete membros sem poderes
específicos. A princípio, os membros deveriam se
reunir a cada sete meses, nos anos seguintes os
encontros se tornariam mensais. Manuel Teófilo –
conhecido como Manduca, um do primeiro
fundadores da OSR explica que nas bases
comunitárias trabalhavam, nessa época, um
engenheiro agrônomo, um sociólogo e dois
biólogos que realizavam pesquisas de proteção
ambiental e também prestavam auxílio social junto
aos trabalhadores. Estes trabalhos de campo
possibilitaram o acompanhamento nos primeiros
sete anos do processo evolutivo das comunidades
seringalistas em todo o Estado e permitiu a criação
de diversas reservas extrativistas.
Em sua história mais recente, a luta é pela
comercialização da borracha. A organização criou
uma cooperativa que tem como função a
implantação política-financeira da sociedade, a
OSR iniciou a construção de uma usina para
beneficiar a borracha, em Candeias do Jamari.
Começa então, a próxima batalha dos seringueiros
para vender o produto as grandes indústrias, como
Pirelli e outras. A borracha bruta custa R$ 0,70 e o
produto depois de beneficiado deve ser
comercializado por R$ 1,50. o valor pode chegar a
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R$ 2,40 caso o Governo Federal passa a
subsidiar o produção.
Luta pela preservação das
reservas
Com a diminuição do efetivo da
Polícia Florestal, em 99, os seringueiros
passaram a enfrentar um problema: eles
lutam agora para preservar as reservas
extrativistas dos constantes ataques de
madeireiros e apropriadores de terra e
até de pescadores profissionais.
Segundo informações de dirigentes da
Organização dos Seringueiros de
Rondônia, as invasões nas principais
reservas ambientais têm sido constantes.
Representantes do Conselho
Nacional dos Seringueiros denunciam
frequentemente invasões de pescadores
profissionais, no período do verão, em
uma das maiores reservas extrativistas
do Estado, a Pacaás Novos, em Guajará-
Mirim. Os pescadores matam os
animais por divertimento e os deixam
jogados nas praias ou nas águas dos
rios. A Pacaás Novos abriga mais de 40
famílias que exercem a atividade
extrativista.
Mulher
A discriminação contra o
trabalho desenvolvido pela mulher
ainda pode ser sentida neste segmento.
A mulher seringueira, presença
constante nos seringais e também dona
de casa, até hoje não foi reconhecida
como real trabalhadora da atividade
extrativista. Depois de anos de trabalho
junto ao marido e os filhos na extração
da borracha, enquanto estes últimos
conseguem se aposentar, as seringueiras
ainda lutam para conseguir amparo
legal na velhice.
PORTO VELHO
CIDADE RECEBE OS
PIONEIROS
“A capital de Rondônia é hoje
uma moderna cidade que abriga pessoas
de todos os Estados brasileiros e registra
um dos maiores crescimentos populacionais do
País”.
Oficializada em 02 de outubro de 1914,
Porto Velho foi criada por desbravadores por volta
de 1907, durante a construção da Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré. Em plena Floresta Amazônica, e
inserida na maior bacia hidrográfica do globo, ode
os rios ainda governam a vida dos homens, fica
localizada capital do Estado de Rondônia. Fica nas
Barrancas da margem direita do rio Madeira, o
maior afluente da margem direita do rio Amazonas.
Desde meados do século XIX, nos primeiros
movimentos para construir uma ferrovia que
possibilitasse superar o trecho encachoeirado do rio
Madeira (cerca de 380 km) e dar vazão à borracha
produzida na Bolívia e na região de Guajará-Mirim,
a localidade escolhida para a construção do porto
onde o caucho seria transbordado para os navios
seguindo então para a Europa e os EUA, foi Santo
Antônio do Madeira, província de Mato Grosso.
As dificuldades de construção e operação de
um poro fluvial, em frente aos rochedos da
cachoeira de Santo Antônio, fizeram com que
construtores e armadores utilizassem o pequeno
porto amazônico localizado 7 km abaixo, em local
muito mais favorável. Era chamado por alguns de
“porto velho dos militares”, numa referência ao
abandonado acampamento da guarnição militar que
ali acampara durante a Guerra do Paraguai (essa
guarnição ali estivera como precaução do Governo
Imperial contra uma temida invasão por parte da
Bolívia, aparentemente favorável a Solano Lopes).
Em 15/01/1873, o Imperador Pedro II
assinou o Decreto-Lei nº. 5.024, autorizando navios
mercantes de todas as nações subirem o Rio
Madeira. Em decorrência, foram construídas
modernas facilidades de atracação em Santo
Antônio, que passou a ser denominado “porto dos
vapores” ou, no linguajar dos trabalhadores, “porto
novo”. O porto velho dos militares continuou a ser
usado por sua maior segurança, apesar das
dificuldades operacionais e da distância até S.
Antônio, ponto inicial da EFMM. Percival Farquar,
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proprietário da empresa que afinal
conseguiu concluir a ferrovia em 1912,
desde 1907 usava o velho porto para
descarregar materiais para a obra e,
quando decidiu que o ponto inicial da
ferrovia seria aquele (já na província do
Amazonas), tornou-se o verdadeiro
fundador da cidade que, quando foi
afinal oficializada pela Assembléia do
Amazonas, recebeu o nome de Porto
Velho. Hoje, a capital de Rondônia.
Assim, Porto Velho nasceu das
instalações portuárias, ferroviárias e
residenciais da Madeira-Mamoré
Railway. A área não industrial das obras
tinha uma concepção urbana bem
estruturada, onde moravam os
funcionários mais qualificados da
empresa, onde estavam os armazéns de
produtos diversos, etc. até mesmo uma
espécie de força de segurança operava
na área de concessão da empresa,
independente da força policial do estado
do Amazonas.
Geografia
Localização: longitude oeste:
63º 54’ 14” – latitude sul: 8º 45’ 43”.
Clima: equatorial, quente e
úmido.
Temperaturas: máxima-40ºC;
mínima-16º; média das máximas-
31,8ºC; média das mínimas-27,7ºC.
Período das chuvas (inverno
amazônico) – agosto a novembro.
População (1996): homens-
146.781; mulheres-147.446; total-
294.227 (IBGE).
Altitude: em relação ao nível do
mar -98m.
Área do município: 54.016 km².
Distância: Porto Velho a Belo
Horizonte – 3.050 km; Porto Velho a
Brasília – 2.589 km; Porto Velho a São
Paulo – 3.170 km; Porto Velho a
Manaus – 905 km.
Documentos legais
Criação do Município: Lei nº.
757 de 02/out/1914 cria o município de
Porto Velho, instalado em 14/out/1914,
parte do Estado do Amazonas, com sede no
povoamento de mesmo nome.
O status de cidade: Lei nº. 1.011 de
07/jul/1919 eleva a povoação sede da comarca de
Porto Velho à categoria de cidade.
O status de capital: Decreto-Lei nº. 5.839 de
21/set/43 define a cidade de Porto Velho como
capital do Território Federal do Guaporé, criado
pelo Decreto-Lei nº. 5.812 de 13/set/43, unindo
terras dos Estados do Amazonas e Mato Grosso.
Surge Rondônia: Lei Federal nº. 2.731, de
17/fev/56, em homenagem à Cândido Mariano da
Silva Rondon, desbravador e humanista, altera para
Território Federal de Rondônia, o nome do
Guaporé.
O Estado de Rondônia: Lei Complementar
nº. 4, de 22/dez/81 cria o Estado de Rondônia,
instalado em 04/jan/82, tendo Porto Velho como
sua capital.
CACOAL
MUNICÍPIO NASCE EM ATOLEIROS
“Surgida a partir dos grandes obstáculos da
BR-364, Cacoal foi, durante muito tempo,
desconhecida pelo Incra”.
Rondon teria ordenado ao guarda-fios
Anízio Serrão a construção de uma casa próxima a
margem do rio Machado. A grande quantidade de
cacau nativo chamou a atenção do operário que
logo batizou o local como Cacoal.
Mais tarde, durante a abertura da BR-364,
na década de 60, um seringueiro construiu um
rústico barraco ao lado esquerdo da rodovia. Ali
permaneceu até o início dos anos 70, quando foram
intensificados os trabalhos de abertura da estrada e
surgiram os problemas. Os atoleiros eram os
grandes obstáculos para quem atravessa a rodovia.
Muitos motoristas, impedidos de prosseguir
viagem, procuravam abrigo na casa do seringueiro.
Construíram tapiris e passaram a vender as cargas
perecíveis.
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As terras férteis atraíram os
migrantes. Houve uma grande invasão
de forasteiros e os motoristas trocaram
os caminhões pelo comércio,
oferecendo ao pequeno povoado
gêneros de primeira necessidade e
confecções.
Em seguida, o Incra iniciou o
Pic Jy-Paraná e em 1972 houve o
assentamento dos primeiro colonos. A
medida aumentou ainda mais a
migração para o local, causando grandes
confusões. Os colonos aguardavam a
demarcação de lotes rurais e, ao mesmo
tempo, tentavam construir seus barracos
nas proximidades da estrada, em volta
da casa do seringueiro, próximo a atual
Avenida 7 de setembro.
O Incra tentava organizar o
crescimento urbano e mandava derrubar
os barracos construídos pelos colonos.
O trabalho era inútil. Durante à noite
todos voltavam ao mesmo local.
Conta o escritor Amizael Gomes
da Silva, que o Incra queria “tapar o sol
com a peneira, desconhecendo a
existência de Cacoal”. Líderes locais
começaram um movimento e
endereçaram um longo memorial ao
ministro da Agricultura da época,
Moura Cavalcante, que já conhecia o
problema desde quando havia sido
presidente do Incra. O Ministro do
Interior, Costa Cavalcante, também
recebeu cópia do documento e
recomendou ao então governador
Theodorico Gahyva providências no
sentido de amparar os moradores.
Várias medidas administrativas foram
tomadas, entre elas a criação de Cacoal
como sub-distrito do município de Porto
Velho.
Criado pela Lei nº. 6.448 de 11
de outubro de 1977, o município de
Cacoal, essencialmente agrícola, teve
seu desenvolvimento atrofiado por força
da mesma lei que o criou. Um dos
artigos determinava: “Até que tenha
legislação própria, vigorará no novo
município a legislação do município de
origem”, deixando Cacoal submisso as
leis de Porto Velho, que pouco se
identificava com a região. Várias
atribuições não podiam ser exercidas pelo
prefeito em função da falta de uma Câmara
Municipal.
O primeiro administrador, escolhido entre
três nomes, foi o boticário Josino Brito. Em função
de algumas “incompreensões” Brito não chegou a
assumir deixando o cargo livre para o inspetor da
Guarda Territorial Antônio de Araújo Lima, baiano,
que esteve no exército da função até quando foi
nomeado o mineiro Catarino dos Santos. Este
dinamizou os serviços até que, pelos efeitos da Lei
nº. 6.448/77 o subdistrito foi elevado a categoria de
município. Catarino Cardoso dos Santos foi o
primeiro prefeito.
GUAJARÁ-MIRIM
UMA „PÉROLA‟ NO FIM DA LINHA
“Guajará-Mirim é síntese do idealismo de
muitos bravos que lutaram pela Pátria”.
Incrustada na parte superior do Madeira, já
no rio Mamoré, está a cidade de Guajará-Mirim,
também chamada de “Pérola do Mamoré”. A
história deste município foi escrita com sangue,
com vida, com muito suore de homens nordestinos
e estrangeiros. Outras raças, outras línguas, todas
misturadas ao sotaque forte do morador das
caatingas brasileira, e ao dialeto dos índios das
missões espanholas de “La Banda”. É a história da
legendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cuja
a trajetória teria fim naquele aconchegante recanto
que fizera surgir desde a sua construção em
conseqüência do compromisso brasileiro com a
Bolívia. Guajará-Mirim é síntese do idealismo de
muitos bravos que lutaram pela Pátria.
Segundo Vitor Hugo, em “Os
Desbravadores”, “Guajará-Mirim era apenas uma
indicação geográfica para designar o ponto
brasileiro à povoação boliviana de Guayramerim”.
O nome significa, em dialeto indígena, Cachoeira
Pequena, e foi dado pelos espanhóis fronteiriços.
Quando o capitão Manoel Theófilo da Costa
Pinheiro, um dos membros da comissão Rondon,
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chegou na região, em abril de 1917,
encontrou nos serões do atual
município, apenas algumas poucas
centenas de seringueiros nos barracões
da Guaporé Rubber Company. Eram os
barracões “Rodrigues Alves”, “Santa
Cruz”, “Renascença” e outros locados
para os lados do Forte Príncipe da
Beira.
Não havia mais nada além de
índios arredios que atacavam, de vez em
quando, os exploradores da seringa. Ali,
na margem direita do rio Mamoré, a
Estrada de Ferro foi “plantar” a ponta
de seus trilhos em 30 de abril de 1912.
No dia primeiro de agosto o trem correu
os 364 quilômetros entre Porto Velho e
Guajará-Mirim. Em 08 de agosto, logo
após a inauguração da ferrovia,
instalou-se um posto fiscal sob as
ordens do guarda Manoel Tibúrcio
Dutra. Já no dia 12 de julho de 1928,
pela Lei 991, era elevado à categoria de
cidade com o nome consagrado pelo
povo: Guajará-Mirim.
Instalação de Guajará
A interferência do cônsul do
Brasil na cidade de fronteira, José
Mendonça Lima, foi vital na
emancipação de Guajará-Mirim. Ao
chegar ao povoado Mendonça assimilou
o ideal de seus habitantes e sentiu o
drama que inquietava a todos. Resolveu
então iniciar as negociações com o
governo de Mato Grosso.
As reivindicações apresentadas
constituíram num demorado processo,
já transformado em projeto de lei,
através da mensagem do poder
Executivo, baseado a autonomia política
e assegurada pela Constituição. Após a
apreciação a Assembléia Legislativa
votou favorável. Ao receber a
aprovação, o governador baixou a lei nº.
991 de 121 de julho de 1928,
estabelecendo o dia 15 de novembro
para a instalação da comarca e do
município.
Estava selada a sorte do
município e satisfeitas as intenções de
toda a comunidade. Mas a população
não estava disposta a esperar tanto
tempo e resolveu negociar com o governador a
antecipação da data de instalação, considerando a
necessidade urgente de conhecer quem seria o seu
primeiro mandatário.
Depois de vários contatos, em 6 de abril de
1929, um juiz de direito marca para o dia 10 do
mesmo mês a instalação do município.
A cidade de clima tropical úmido, a 172
metros de altitude, tem até hoje como produção
básica a borracha, a castanha, a madeira de lei, a
agropecuária e a área de livre comércio.
JI-PARANÁ
UMA SAGA DE LUTAS E VITÓRIAS
“No coração de Rondônia bate um grande e
rico centro urbano, o segundo maior município do
Estado”.
Escorraçados pelas terríveis secas que
assolavam o sertão, os nordestinos chegaram à
região do Urupás por volta de 1877. A selva
inabitada os atacava com a força de seus enxames
de moscas, mosquitos, piuns, borrachudos,
carapañas, feras, moléstias e índios que não
aceitavam invasores. Mas nada quebrou o ânimo e
evitou a ocupação da área que acabou se
transformando no município de Ji-Paraná.
Muito antes da passagem de Rondon e sua
linha telegráfica, a exploração da bacia do rio
Machado ou Ji-Paraná, já tinha sido efetuada pelo
povo nordestino. Como os seringueiros, eles se
espalharam por todo o complexo hidrográfico. Em
Calama eram desembarcados centenas de homens
que começavam a se defender dos ferozes
Parintintins. Daí em diante era iniciada a penosa
marcha rumo ao sul, vencendo as cachoeiras. A
conquista do Rio Urupá, especialmente, teria sido a
custa de muitas vidas, devido a oposição da tribo
indígena que dominava suas margens.
Rondon chegou pela primeira vez ao Rio
Urupá em 1909 e o denominou “Presidente Pena”,
em homenagem ao então Presidente da República
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Afonso Moreira Pena. Ali o marechal
construiu a estação telegráfica. O atual
prédio onde funciona a Agência da
Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos, foi construído em 1912. Aos
poucos a região chamada de Urupá
passou a ser conhecida como Presidente
Pena.
Com a desvalorização da
borracha brasileira, alguns seringais dos
altos rios da bica Ji-Paraná foram
abandonados, causando esvaziamento
da região de Presidente Pena. A
borracha só voltou a ser valorizada
durante a Segunda Guerra Mundial.
Uma nova mobilização de “braços
ociosos” no Nordeste brasileiro fez os
chamados soldados da borracha
ocuparem novamente a região
setentrional. A atividade seringalista
revitalizou o vale do rio Machado que
passou a ter mais movimento.
Com a criação dos territórios
federais, em 13 de setembro de 1943,
pelo presidente Getúlio Vargas, surgiu o
Território do Guaporé com dois
municípios: Porto Velho e Guajará-
Mirim. Entre os distritos instituídos
estava o de Rondônia, abrangendo a
área da cabeceira à embocadura do Jaru,
na sua margem direita, até as cabeceiras
dos formadores do rio Machado.
A mudança do nome do
território, de Guaporé para Rondônia,
como uma homenagem ao marechal
Rondon, confundiu o nome da Vila com
o da unidade federada.
Só no dia 11 de outubro de 1977
a situação foi corrigida com a aprovação
do projeto enviado pelo Presidente da
República Ernesto Gaisel, propondo a
criação de cinco novos municípios no
Território Federal de Rondônia. Entre
eles estavam o denominado Ji-Paraná,
abarcando parte da área do antigo
distrito de Rondônia. O local onde esta
situada a cidade, já teve diversas
denominações: Urupá, Presidente Pena
e Rondônia. Com esse nome de Ji-
Paraná, a região que é uma das mais
promissoras do Estado inicia uma etapa
rumo ao futuro.
FESTA DO DIVINO
TRADIÇÃO PORTUGUESA
“A festa acontece no Vale do Guaporé atraindo
todos os anos pessoas de várias regiões, e relembra a
peregrinação criada pela rainha Dona Isabel, esposa
do rei português Dom Diniz, nas primeiras décadas do
século XIV”.
A festa do Divino Espírito Santo, em
Rondônia, é realizada apenas no Vale do Guaporé,
cujos habitantes cultivam com especial cuidado a
tradição de origem portuguesa. A festa do Divino
mobiliza um grande contingente de cristãos e é
conhecida não apenas pela beleza do espetáculo em
si, mas, principalmente pelo caráter de religiosidade
e fé vivenciada por seus participantes. Esta mesma
festividade acontece, em janeiro, em Goiás, mas ao
contrário do evento do Centro Oeste, não tem
grande repercussão na mídia nacional. É mais uma
injustiça contra as tradições culturais-religiosas
rondonienses, pois, a Festa do Divino Espírito
Santo consegue reunir centenas de fiéis nos meses
de abril, maio e junho num memorável espetáculo
cristão.
Segundo relato de moradores, a Festa do
Divino no Vale do Guaporé vem de 1899 e teria
sido introduzida na região por Manoel Ferreira
Coelho, que ao mudar de Vila Bela da Santíssima
Trindade (antiga capital do Mato Grosso), para Ilha
da Flores (no Vale do Guaporé), levou a Coroa de
Prata que simboliza o Divino, para que fosse
devidamente venerada pelos fiéis, através de um
sistema de rodízios, estendendo-se desde de então a
todas as localidades do Vale do Guaporé a até
algumas da Bolívia.
A origem
A festividade vem das primeiras décadas do
século XIV, da pátria de Camões, sendo oficializada
17
17
na corte portuguesa pela mulher do Rei
Dom Diniz, a Rainha Dona Isabel.
Naquela época havia a folia do Divino,
que se constituía em um grupo de
pessoas coletando contribuições de
todas as espécies para a realização da
festa. O grupo era integrado por
músicos e cantores, que levavam a
Bandeira do Divino. Na bandeira havia
a pomba que simboliza o Espírito Santo.
Essa função levava dias, semanas ou até
mesmo meses.
A parte profana da festa, a folia,
foi suprimida por ocasião da criação dos
estatutos laborados sob a orientação do
bispo missionário da época, Dom
Francisco Xavier Rey, responsável
também pela revitalização da Festa do
Divino que sofreu um período de
paralisação.
A festa conta com a colaboração
de celebridades e seus auxiliares:
Imperador e Imperatriz do Divino,
Alferes da Bandeira, Capitão do Mastro,
Mordomos, Engomadeiras e Secretária
da Imperatriz, entre outros, numa
reprodução da época. A escolha das
pessoas para estas funções e a
localidade onde será realizada a
próxima festa é feita através de sorteio.
Os preparativos mobilizam os foliões
durante todo ano.
Peculiaridades da festa
A tradição portuguesa teve
muitas de suas regras adaptadas, em
nossa região. Em seu original, a dona da
casa que não for casada sob os preceitos
da Igreja, não poderia segurar o Cetro,
uma tarefa que foi transferida para outra
pessoa da casa.
Além da união de centenas de
pessoas, em um momento de provação e
fé a Festa do Divino tem como principal
meta da peregrinação a coleta de
donativos. As doações dos fiéis são
entregues ao pároco local e revertidas
em benefício da comunidade. A
permanência da tripulação em cada
localidade corresponde ao tempo para a
coleta desses donativos, considerando-
se os dias para completar os 40 dias até
a chegada ao local promotor da festa.
Os homens e mulheres carregam o mastro da
bandeira até a frente da igreja onde a Bandeira do
Divino ficará hasteada. Feito isso celebra-se o culto
ao Divino.
Logo depois da Páscoa, o imperador da festa
anterior determina a saída do Barco do Divino. O
Imperador e Imperatriz não participam da romaria
pelo Vale do Guaporé, aguardam a chegada da
Coroa em terra, onde vai acontecer a festa.
SAMUEL
REVOLUÇÃO ENERGÉTICA
“Quando Aluízio Ferreira chegava em Brasília
para reivindicar a construção de uma usina em
Rondônia recebia como resposta: Para quê construir
uma usina no mato?! (trecho do discurso do presidente
da Eletronorte, Jorge Antônio Muniz Lopes, durante
solenidade de comemoração dos 10 anos de Samuel)”.
O Governo Federal implantou em 1973 as
Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte),
para coordenar o projeto básico de instalação de
uma usina na Cachoeira de Samuel, no Rio Jamari.
No ano seguinte, o general Ernesto Geisel assume a
Presidência da República e faz o lançamento do II
Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND).
Estes dois fatos viriam contribuir para reforçar o
papel das Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás),
determinando novos rumos para o planejamento da
expansão dos sistemas elétricos, principalmente, no
Norte do País.
Em Rondônia, o crescimento na demanda de
energia aliada a explosão demográfica, uma
conseqüência do intenso fluxo migratório gerado
pelo povoamento na Amazônia, gerava problemas
energéticos. No Acre era necessário substituir os
parques térmicos, considerados obsoletos e
onerosos.a Usina de Samuel, depois de instalada,
seria responsável pela geração e distribuição de
energia para Porto Velho e Rio Branco.
As Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron)
foi instalada no governo de Jorge Teixeira e era
responsável pela distribuição de energia gerada na
Usina III, termoelétrica e diesel, para apenas alguns
bairros da Capital. O crescimento econômico no
interior era impedido pela geração precária de
energia que não favorecia a implantação de
18
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indústrias e comércios. Por
determinação do governador Jorge
Teixeira, a Eletronorte assume em 81 a
geração de energia em Porto Velho. A
construção de Samuel já havia sido
iniciada pela construtora Norberto
Odebrecht, encarregada pela Eletronorte
da obra.
A instalação da usina de Samuel
foi uma das muitas realizações de
Teixeirão para o desenvolvimento de
Rondônia. O presidente da Eletronorte,
José Antônio Muniz Lopes, destacou,
durante as festividades dos 10 anos de
Samuel, em outubro último, a
importância decisiva da atuação de
Jorge Teixeira para que o projeto da
usina não ficasse somente no papel.
Tempos difíceis
Os moradores de Porto Velho
viviam momentos críticos. Estávamos
na fase dos racionamentos constantes de
energia na Capital, que causaram
grandes prejuízos a população. As
reclamações de queima de
eletrodomésticos, ocasionadas pelas
oscilações de energia e queda de tensão
eram diárias. A comunidade passou até
a brincar com a situação. Os migrantes
oriundos principalmente do Sul e
Centro-Oeste do País eram os que mais
padeciam com o problema de
racionamento, porque, não haviam
presenciado nada parecido em suas
cidade de origem. O portovelhense
recebia o fornecimento de energia
durante três horas, ficando em seguida
duas horas sem o serviço. Isso se repetia
durante o decorrer do dia.
O problema se agravava ainda
mais no mês de agosto, durante o verão,
quando o consumo era maior e
provocava o superaquecimento das
máquinas, tendo como conseqüências as
famosas “panes”, características da
demanda de energia reprimida.
Com a responsabilidade de gerar
energia para Porto Velho, a Eletronorte
ficou sobrecarregada. O projeto inicial
da instalação da Usina de Samuel, ela
deveria suprir energeticamente as
capitais de Rondônia e Acre, somente
depôs de finalizada e não em sua primeira fase de
construção, como realmente aconteceu.
CASSITERITA
A “AREIA PRETA” DE RONDÔNIA
“A descoberta de cassiterita transforma
Rondônia na província estanífera do Brasil”.
De acordo com relato de um veterano
morador do rio Machado, Joaquim Barbosa, ao
escritor Vitor Hugo, o seringalista Joaquim Pereira
da Rocha conhecera a “areia preta” desde 1946.
Dois anos depois a tal “areia” foi mostrada ao padre
José Maria Franscisco Pucci, conhecido como padre
Chiquinho.
Em 1956, um engenheiro hindu foi enviado
par fazer um levantamento mineralógico em
Rondônia. Estava aberta a história do minério de
estanho no Território, que se tornou a Província
Estanífera do Brasil.
A lavra econômica iniciou-se em 1959,
expandindo-se no começo da década de 60. A partir
daí, Rondônia passou a viver um período de fartura,
com intensa circulação de dinheiro. Já em 1960,
houve uma produção de 49 toneladas de minério e
em 1962, produziu-se 678 toneladas. Dez anos
depois, em 1972, produziu-se 2.794 toneladas de
minério, quando o País já havia se tornado auto-
suficiente e começou a exportar estanho em lâminas
para o exterior. Todo o minério vinha das
minerações localizadas nos rios Machado,
Machadinho, Jamari e Candeias.
O Governo Federal, em 1970, proibiu a
lavra manual na província estanífera de Rondônia,
de acordo com a Portaria nº. 195, determinando que
a exploração das jazidas fosse mecanizada através
de empresas.
O período áureo da garimpagem manual na
região situa-se entre os anos de 1968 a 72. nessa
época vinham garimpeiros de todo o País,
principalmente do Maranhão, Piauí, Ceará, Goiás,
Mato Grosso, Pará e Amazonas. Cada homem ou
grupo trabalhava nos igarapés onde, ao lavar o
cascalho, separavam o barro do minério. A
cassiterita era levada nas costas até as cantinas
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19
compradoras. De lá era transportada
para Porto Velho, e em seguida, ia de
avião até o Sul do Brasil.
O ministro das Minas e Energia,
Antônio Dias Leite Júnior, estipulou
prazo de um ano para que os
garimpeiros cessassem totalmente as
atividades manuais e semi-mecanizadas
de procura ao minério de estanho na
chamada província estanífera. A
portaria causou sérios problemas de
ordem econômico-social no período de
adaptação das normas e quando surgia
na rodovia 364 nova atividade
econômica, a agricultura.
Governava Rondônia, naquela
época, o coronel Marques Henrique,
militar cumpridor de seu dever que,
entretanto, viu-se envolvido numa série
de angustiantes problemas conseqüentes
da desativação da garimpagem manual.
Rondônia tinha pouco mais de cem mil
habitantes, destes a grande maioria vivia
da indústria extrativa vegetal ou
mineral, sendo que, dependendo da
época e do momento, aqueles rudes
extratores tanto podiam ser garimpeiros
quanto seringueiros. Naquele exato
momento, da febre do estanho,
praticamente haviam se decidido pela
garimpagem livre que lhes proporciona
alguma esperança de enriquecimento.
Alguns garimpeiros haviam
chegado nos últimos momentos da
década de 70. Outros, eram morados em
Rondônia desde que haviam descoberto
os garimpos de diamante nos rios Ji-
Paraná, Comemoração de Floriano,
Pimenta Bueno e Roosevelt. Na mesma
década de 50, em que os garimpeiros de
diamante descobriam a cassiterita nas
terras do seringalista Joaquim Pereira da
Rocha, responsável pela análise do
material e, consequentemente pelo
início da extração do minério.
Não se pode afirmar com
precisão, qual o número exato de
aventureiros que procuravam recursos
nas lavras de cassiterita. Sabe-se que
alguns afirmavam que eram mais de 10
mil homens espalhados nas entranhas da
floresta, ao mesmo tempo em que eram
vitimados pela febre e explorados pelos
“marreteiros”, atravessadores da cachaça. Tudo
isso gerava uma inquieta mobilidade em busca do
enriquecimento – lícito ou não – que explodia no
comércio das cidades do então Território de
Rondônia. Os comércios cresciam da noite para o
dia, tomava volume e se transformavam em grandes
armazéns com crédito no Sul do País.
OURO
RIQUEZA NO SUBSOLO
RONDONIENSE
“A descoberta do ouro no rio Madeira traz
milhares de pessoas ao Estado”.
Em 1826, na obra de Luís D’Alincurt
“Memórias Acerca da Fronteira da Província de
Mato Grosso”, esta o registro da primeira
ocorrência de ouro no rio Madeira. Mas só em 1978
é que houve a febre da extração, primeiramente com
métodos manuais.
A notícia do ouro em Rondônia, a exemplo
da cassiterita, atraiu grupos privados nacionais e
internacionais. Todos com interesses voltados à
pesquisa. Mas de acordo com dados do DNPM, os
trabalhos executados pela Treves da Amazônia S/A
e Geadata Rohstofftechnik, de Essen, da Alemanha,
em 30 áreas de 500 hectares no município de
Guajará-Mirim, os resultados foram insatisfatórios.
Os investimentos da construtora Andrade Gutierrez,
ao longo do Madeira, também não mostraram bons
frutos.
A Almeida Mineração fez o bloqueio de
uma jazida na região Araras onde não foi possível
desenvolver os procedimentos normais de lavra, em
função da invasão garimpeira no local.
Posteriormente, o aglomerado se transformou em
uma vila.
Em 1979, surgiram na região as primeiras
balsas. A partir de 1981 essas balsas passaram a ser
denominadas “dragas”. Os equipamentos semi-
mecanizados passaram por rápida evolução. A
extração mecanizada buscava o cascalho no fundo
do rio, através de sucção, sem o emprego de
mergulhadores.
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Para regularizar e disciplinar a
garimpagem na região, o Governo
Federal, após a realização de estudos
efetuados pelo então 8º Distrito do
DNPM, criou duas reservas garimpeiras
no rio Madeira, instituídas pelas
Portarias Ministeriais 1.345/79 e
1.034/80. As reservas incluem uma área
de 18.935 hectares, entre as cachoeiras
do Paredão e Teotônio, numa extensão
de 180 quilômetros. Nesse trecho, os
núcleos garimpeiros mais importantes
eram: Periquitos, Abuña, Tamborete,
Paredão, Prainha, Vai-Quem-Quer,
Sovaco da Velha, Dois Irmãos,
Palmeiral, Embaúba, Jirau, Caldeirão,
Morrinhos, Teotônio e Belmont.
Nos anos entre 1979 e 1983
houve significativo acréscimo na
produção de ouro e decréscimo
expressivo no período de 1984 e 1986.
O aumento da produção justifica-se pelo
número de equipamentos e melhoria do
rendimento. Atualmente são poucos os
que se aventuram nos garimpos do
Madeira.
Os diamantes
Um antigo garimpeiro de
diamante, Clodomiro Queiroz de Lima,
mais conhecido por “Amiguinho”, vivia
regateando no rio Machado, em 1948,
com um motor de popa. Durante esse
trabalho descobriu formas de diamantes
no cascalho do leito do rio Ji-Paraná.
Em 1949 adquiriu um aparelho que
entregou para um grupo de garimpeiros
conhecidos Djalma Santos, Ernesto da
Silva, Alfredo de Oliveira e Enjoras
Araújo Veloso. Este último empregado
d firma Rocha & Costa, cujo gerente era
o seringalista Caetano Silva Costa
Júnior associado a Clodomiro Queiroz.
Naquele ano iniciou-se a garimpagem
do diamante no Ji-Paraná, com os
garimpeiros descendo as águas pela
parte de cima da cachoeira de Idalina,
sendo que, naquela localidade, os
mergulhadores registraram uma
produção de64 quilates de diamantes do
tipo industrial, o suficiente para pagar
todas as despeças e ficar com bom
lucro.
A notícia se espalhou rapidamente e uma
carta enviada para os garimpeiros de Roraima, do
rio Mau, foi lida em voz alta em um acampamento.
Como aquele local a garimpagem já não ia muito
bem, logo foi grande a quantidade de faiscadores
descendo o rio Branco nos motores de maior porte.
Já no início de 1950, os garimpeiros de Mau,
Tepequém e outros garimpos de Roraima se
encontravam subindo o rio Machado.
A invasão pegou os seringalistas de
surpresa. A única forma de deter a subida ao rio
seria não permitir que os motores do Serviço de
Recuperação do Ji-Paraná, transportassem os
pesquisadores chegavam a Tabajara em grande
quantidade. Eles, porém, construíram canoas de
troncos de árvores e, de três em três, subiam o
Machado.
Nos anos seguintes, grande número de
pessoas demandava aquela região, indo para a zona
diamantífera do afluente do Madeira, onde
cascavilhavam o terreno às margem do rio,
faiscando onde havia a presença de diamantes. Eles
eram atraídos pelo encanto dos garimpos, onde seus
olhos pudessem contemplar as gemas extraídas dos
“monchões” da terra firma, dos veios incrustados
nas rochas ou nas corredeiras dos rios.
Não se tem uma estatística exata do número
de garimpeiros entregues a procura do diamante,
principalmente devido ao seu nomadismo na busca
de cascalho diamantífero em trabalho artesanal, seja
no solo enxuto ou no leito do rio, onde, providos de
picaretas, pás e enxadas perfuram o solo,
esbarrancam as beiras e escavam o leito.
POVOAMENTO
A FORÇA DOS MIGRANTES
“Os migrantes trouxeram suas tradições e aqui
criaram muitas outras, próprias de uma região onde
impera a mistura das misturas brasileiras”
O processo de povoamento de Rondônia tem
sua origem no começo do século XVIII, quando a
coroa portuguesa realiza suas primeiras expedições
na região do Alto Madeira e do Vale do Guaporé
21
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em busca de jazidas de ouro. Essas
buscas proporcionaram o surgimento de
povoações com a Vila Bela de
Santíssima Trindade do Mato Grosso,
no Rio Guaporé e Santo Antônio, no
Rio Madeira. O declínio do Ciclo do
Ouro, no inicio do século XIX provocou
o abandono dos primeiros núcleos
populacionais da região que seriam
reinados em seguida com os Ciclos da
Borracha, conhecida também como o
“Ouro Negro”.
No ano de 1883, a região que
hoje é Ji-Paraná já era povoada por
nordestinos que chegavam na Amazônia
para trabalhar nos seringais. A
construção da Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré, em 1907, daria
continuidade a essa fase do processo
migratório com a vinda de milhares de
trabalhadores estrangeiros, destacando-
se principalmente os negros oriundos de
Bárbaros, Trinidad, Jamaica, Santa
Lúcia, Martinica, São Vicente, Guianas,
Granadas e outras ilhas das Antilhas.
Todos de formação protestante e
idioma inglês que foram denominados
de barbadianos. Muitos não retornaram
aos países de origem constituindo
família no Estado.
Povoamento e evasões
O Governo Federal realizaria
anos depois a nacionalização da
Madeira-Mamoré – oficial, pois, afinal
a ferrovia sempre foi brasileira. Este
procedimento tinha como meta impedir
o êxodo urbano e rural que afetava os
municípios de Porto Velho, Santo
Antônio do Rio Madeira e Guajará-
Mirim. O despovoamento regional era
preocupante, um censo registra somente
590 habitantes na região do Alto
Madeira.
As instalações das linhas
telegráficas da Comissão Rondon
alavanca um novo processo de
ocupação migratória, com a vinda de
migrantes do Mato Grosso, no período
de 1920 e 1940. Durante a 2ª Guerra
Mundial, no governo de Getúlio Vargas,
acontece um novo incentivo a ocupação
a ocupação da região em virtude da
parceria firmada entre Brasil e Estados Unidos
par a produção de borracha. Também nessa fase a
migração nordestina foi a mais expressiva. Em
1945, o Governo Federal cria diversas colônias
agrícolas com a intenção de evitar novamente o
êxodo regional, esta tentativa não surte o efeito
desejado. Os ciclos do Diamante e da Cassiterita,
entre 1954 e 1958 e a pavimentação da BR-364 que
coloca fim ao relativo isolamento do Estado, em
relação às demais regiões do País, complementam o
processo migratório.
Colonização espontânea
Em 60 inicia-se processo de colonização
espontânea na região quando o Governo Federal
considerou o Centro-Oeste do País como área
prioritária para o desenvolvimento nacional. Nessa
época a interferência oficial no processo de
ocupação regional com a criação e implantação do
Programa de Integração Nacional (PIN) pelo
Decreto-Lei de nº. 1164 de abril de 1971. as terras
de Rondônia passaram quase todas à jurisdição da
União, que poderia distribuí-las
indiscriminadamente no programa de colonização.
O Incra começa então a disciplinar o assentamento
desordenado dos colonos que procuravam Rondônia
para se fixar através de dois projetos, o Projeto
Integrado de Colonização (PIC) e o Projeto de
Assentamento Dirigido (PAD). O primeiro PIC
implantado foi o de Ouro Preto, na região onde se
localiza Ouro Preto do Oeste, desmembrado do
município de Ji-Paraná antigo distrito de Vila de
Rondônia.
A partir da década de 70, o município de
Porto Velho se torna recordista em crescimento
populacional o que resultaria na década seguinte,
numa explosão de expansão urbana com o
surgimento das primeiras invasões na capital. Este
movimento diferentemente do que aconteceu em
anos anteriores, que era uma busca por riquezas
naturais, desta vez a busca era de terras para a
agricultura.
Chegavam em Rondônia mais de três mil
famílias por ano. Esses migrantes, vindos
principalmente do Sul do País, estavam prontos
para trabalhar nos primeiros projetos de colonização
do Incra – Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária. Os projetos eram o de Ouro
Preto, Ji-Paraná, Vilhena, Sidney Girão e Burareiro.
Entretanto o Incra não conseguiu efetuar o
assentamento nem de um terço desses migrantes.
Diretores do instituto alegavam que parte das verbas
dos projetos foram transferidas para a área da
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Transamazônica, onde o fluxo
migratório era bem maior. Foi o início
dos problemas agrários na região, numa
luta que levaria novamente a
intervenção do Incra que mesmo assim
não consegue controlar os problemas
gerados pelas invasões. Esses projetos
visavam o assentamento das famílias
migrantes, a regularização fundiária
nenhum de colonização realmente.
Começam em 74 os primeiros
investimentos federais em Rondônia. É
criado o Programa de Pólos
Agropecuário e Agro-minerais da
Amazônia ( Polamazônia que visava
desenvolver quinze áreas previamente
selecionada, colocando sob a
administração da Sudam e da Sudeco
que entrariam em operação somente no
ano seguinte. O Estado recebe cerca de
8,5 milhões de dólares recursos que
deveriam ser usados até 1978. no ano
seguinte, o Polamazônia destina mais de
17 milhões de dólares para serem
investidos nas áreas de transporte,
indústria e desenvolvimento urbano.
COMUNICAÇÃO
O TRABALHO DA
IMPRENSA
“Em Rondônia existem
atualmente mais de 650 jornalistas que se
dividem nas redações e assessorias dos
órgãos públicos”
Com referência grandiosa em
seu nome, The Porto Velho Times foi o
primeiro jornal a circular em Porto
Velho. Sua primeira edição data de
julho de 1909 e esse informativo era
impresso em língua inglesa. Segundo
relatos históricos, um engenheiro norte-
americano aproveitou o maquinário
gráfico que a Railway Company
utilizava para produzir impressos e editou esse
peque jornal que descrevia os acontecimentos de
Porto Velho. Mais dois jornais foram publicados
também em inglês, “O Porto Velho Courier” e o
“Marconi-gran”, esse último em 1910.
O primeiro jornal em português, “O
Município”, surgido em 1915, circulou até os
últimos meses de 1916, logo depois de criado e
instalado o município de Porto Velho. Com
circulação semanal e tiragem de 100 exemplares,
esse matutino era vendido nas manhãs de domingo.
Seus primeiros números teriam sido editados nas
oficinas de um jornal cujo nome era o Humaitaense.
Os proprietários do “Município” eram Francisco
Queiroz, pai do médico Cezar Queiroz que se
deslocou de Manaus a convite do então prefeito
Joaquim Augusto Tanajura. Esse jornal passaria a
ser denominado em seguida como Alto Madeira, em
1917, e era de propriedade do Augusto Tanajura,
apesar de constar em seu expediente o nome de
Francisco Queiroz que era na verdade o dono do
maquinário utilizado para imprimir os primeiros
exemplares desse matutino.
Imprensa governista
Em 1954, com máquinas e materiais
tipográficos comprados do jornalista Emílio
Rodrigues Santiago de “O Imparcial” e do jornalista
Humberto Calderado Filho, diretor de “A Crítica”,
de Manaus, é fundado “O Guaporé” de propriedade
do coronel Aluízio Ferreira, mas nominalmente
pertencia a um grupo constituído por Oriolvado da
Silva e tinha em sua redação nomes como: João
Tavares, Emanuel Pontes Pinto e Paulo Nunes Leal.
Os diretores do Guaporé, todos filiados ao
PTB de Aluízio e Getúlio Vargas, chegaram a
estabelecer por escrito diversas diretrizes que
deveriam ser seguidas pelo corpo eleitoral. Algumas
delas foram transcritas na íntegra em um artigo
sobre o jornalismo em Rondônia de Manuel Pontes,
em 80. Algumas delas:
O Guaporé dará apoio integral ao
governador Paulo Nunes Leal, que pauta a sua linha
de conduta com superior visão, objetivando fazer, a
grandeza do Território e o bem estar da população.
Apoio integral ao deputado Aluízio Ferreira,
esteja ele ou não representando o Território da
Câmara Federal. Para isso apontará sempre ao povo
as grandes realizações do eminente homem público,
suas atividades e seus projetos para a região.
Os jornais “Alto Madeira” e o “Guaporé”,
com linhas editoriais distintas passaram a circular
diariamente, sem outros competidores. Surgiram
23
23
depois jornais como: “Folha do
Guaporé”, “Correio de Rondônia”, “A
Vanguarda”, de circulação semanal com
fortes tendências políticas que tiveram
pouca duração.
Os primeiros jornais
A Notícia: jornal editado em Ji-
Paraná, fundado em 80, com circulação
mensal esporádica;
O Parceleiro: semanário editado
pelo jornalista Osmar Vilhena, em
Ariquemes, fundado em 78;
Barranco: informativo mensal
fundado em maio de 79, editado pelos
jornalistas Montezuma Cruz e Jorcêne
Martinez;
Gazeta de Rondônia: também
semanário editado em Ji-Paraná mas
composto e impresso Ariquemes em 80.
Tribuna Popular: jornal
quinzenal editado em Cacoal –
composto e impresso em Porto Velho;
Correio do Sul: semanário
editado em Vilhena, composto e
impresso em Cuiabá, fundado em 80;
O Estadão do Norte: circulação
diária impresso em “off set”.
Diário da Amazônia
Em sua primeira edição, no dia
13 de setembro de 1993, o Diário da
Amazônia num feito inédito no
jornalismo rondoniense abre diversas
páginas para contar a história da
imprensa no Estado. Fatos pitorescos da
imprensa rondoniense como o caso do
homem que teria sido comido por uma
onça, que alcançou repercussão
nacional e outros foram relembrados
por profissionais de renome no meio
jornalístico em várias páginas do jornal.
A exemplo do que já acontece
há muitos anos no Sul, Sudeste e
Centro-Oeste do País, o Diário da
Amazônia passou também a circular nas
segunda-feiras e os leitores do matutino,
através do esforço e dedicação de seus
jornalistas, começaram a receber o
matutino nos sete dias da semana.
TV e rádio
O Governo do Território havia instalado
uma estação repetidora de TV, em Porto Velho em
muito depois outra em Guajará-Mirim, ambas
funcionavam provisoriamente com licença especial
do Ministério das Comunicações. No dia 13 de
setembro de 1974, um acontecimento marcante
representou a evolução no sistema de comunicação
em todo o Estado, o funcionamento da TV
Rondônia, canal 4, emissora filiada à Rede
Amazônica de Televisão, sob direção do jornalista
Phellippe Daou.
As primeiras rádios emissoras do Estado
foram a Difusora Guaporé e a Difusora DE
Guajará-Mirim, esta última sob a responsabilidade
da Prelazia do município do mesmo nome. As duas
implantadas na década de 50. a Prelazia de Porto
Velho com a finalidade de divulgar principalmente
para as localidade do interior notícias religiosas,
fundou a Rádio Caiari que teve como diretor o
historiador e ainda padre Vitor Hugo.
TURISMO
A BELEZA DOS RECURSOS
NATURAIS
“Rios, florestas e parques naturais fazem
parte das belezas naturais do Estado”
O Estado de Rondônia, de acordo com a
literatura, é uma das regiões mais complexas da
Amazônia, em termos de sua hidrologia,
geomorfologia, geologia e solos. O sistema hídrico
Guaporé-Mámoré-Madeira, fluindo na direção norte
ao longo da fronteira ocidental do Estado, expõe a
formação do escudo pré-cambriano brasileiro, sobre
o qual se assenta a maior parte de Rondônia,
conforme citado na introdução, o Rio Madeira é
navegável desde a cidade de Porto Velho e constitui
uma importante via de escoamento da produção. Os
rios Ji-Paraná - Machado e seus tributários foram o
segundo sistema hídrico em importância e drena
boa parte da região oriental.
Este último sistema desemboca no rio
Madeira perto do extremo norte do Estado. Grande
24
24
parte do Estado está coberto pôr um
mosaico de peneplanícies intercaladas
com colinas, produto da erosão do
escudo pré-cambriano constituído pôr
granitos, gneiss e folhelhos, que às
vezes se apresenta exposto e em uma
posição mais elevada. Introduzindo
diversidade à paisagem, ocorrem alguns
peneplanos e colinas resultado da
intrusão de materiais ígneos mais
recentes.
Outras duas formações
características do território de Rondônia
são a serra do Pacaás Novos e a
Chapada dos Parecis. As duas são
formadas pôr arenitos; a primeira de
relevo abrupto; a segunda uma planície
dissecada, presente ao longo de parte do
limite com o estado de Mato Grosso. Na
região sul de Rondônia, na fronteira
com a Bolívia, é possível encontrar um
extenso “pantanal” aluvial. Ao norte da
serra dos Pacaás Novos, se apresentam
um complexo mosaico de colinas de
menor atitude e um peneplano que
interrompe o relevo, notadamente plano,
da região norte do Estado.
Com tal diversidade de materiais
parentais, é de se esperar uma grande
variação nas propriedades físicas e
químicas dos solos, o qual repercute
diretamente sobre sua aptidão agrícola.
A vegetação natural varia desde
o pântano tropical, as savanas
(cerrados), tanto úmidas quanto secas,
florestas semi-decíduas estacionais, até
florestas sempre verdes, as quais variam
segundo a drenagem, a ocorrência de
inundações e a fertilidade dos solos.
Nas terras bem drenadas o padrão da
vegetação nativa está intimamente
relacionado com as características do
Estado. Na maior parte da região norte
prevalece o clima “tropical úmido
hipertérmico”, com uma curta, porém
bem definida estação seca de três
meses; a metade sul difere em termos
do comprimento da estação seca, o qual
confere a esta região características e
clima “tropical moderadamente úmido
hipertérmico”. As temperaturas médias,
como era de se esperar, são inferiores
nas serras e nas planícies de altitude notável.
Ao longo das rodovias principais,
particularmente a BR-364, grande parte da
vegetação nativa foi removida durante os últimos 15
anos, podendo-se observar sua substituição pôr,
principalmente, pastagens e algumas poças
explorações agrícolas, tanto perenes como anuais.
ÍNDIOS
PRIMEIROS HABITANTES DE
RONDÔNIA
“Nós índios Karitiana surgimos assim:
antigamente nós tínhamos Deus aqui em cima desta
terra, deste solo. Antigamente não existia gente,
macaco, socó, mutum, não existia lontra, não existia
pica-pau, catia, tatu, paca, anta. Os matos já existia.
Deus não existia. Deus saiu de dentro de um buraco na
casa da cigana e a Mãe d’água nasceu do olho d’água,
e o sapo cururu. A mãe de Deus é a terra”. (narrativa
dos índios Orlando, Meirelles e Cirino Karitiana sobre
a origem do povo Karitiana. In OLIVEIRA, Cleide,
Levantamento de dados culturais do Povo Karitiana.
1994)
O povo Karitiana, com uma população de
cerca de 180 índios, fala a língua Tupi/Arikém,
habita a 95 quilômetros ao sul de Porto Velho,
numa área de 89.698 hectares. Os primeiros
contatos com o não-índio aconteceram no final do
século XVII, mas conseguiram se manter no
isolamento até o começo do século XX, quando
caucheiros e seringueiros acabaram com a grande
parte do grupo e mantiveram o restante sob regime
de escravidão durante longos anos. A “pacificação”
aconteceu em 1932 com a passagem do Marechal
Rondon.
A proteção do grupo passou a ser feita pelo
antigo SPI (Serviço de Proteção do Índio), que
fundou um posto de assistência, atualmente mantido
pela Funai.
Os Karitiana viviam perto de Ariquemes, na
BR-364. Com o passar dos anos e dada a
aproximação do “homem branco”, foram recuando
25
25
até as proximidades do Rio Candeias,
onde estão há, aproximadamente, 32
anos, tendo abandonado a vida nômade
em conseqüência de contato.
Apesar do contato de muitos de
nos a civilização não índia, o povo
Karitiana conserva muitas de suas
tradições, como pintura corporal e fácil
em ocasiões de festas ou eventos
importantes, a música, a dança, o
artesanato. Dedicam-se mas à caça que
a pesca, mas não saem para caçar
quando a esposa esta de resguardo por
acreditarem que nesse período podem
ser perseguidos por onça ou se
perderem na floresta.
Embora utilizem armas de fogo,
ainda utilizam o arco e flecha.
Antigamente os Karitiana
prensavam a cabeça dos bebês índios
até os três meses de idade. Queriam
filhos diferentes dos macacos. Na
constituição familiar, o povo Karitiana
adota a prática da poligamia e
casamento entre parentes.
A área indígena Uru-Eu-Wau-
Wau está localizada no relevo central do
Estado de Rondônia abrangendo os
municípios de Guajará-Mirim, Costa
Marques, Nova Mamoré, Campo Novo
de Rondônia, Monte Negro,
Cacaulândia, Governador Jorge
Teixeira, Mirante da Serra, Jaru,
Alvorada do Oeste, São Miguel do
Guaporé e Seringueiras.
Os povos Uru-Eu-Wau-Wau
estão linguisticamente classificados no
Tronco Tupi, Família Tupi-Guarani,
grupo Tupi-Kawahib. São aparentados
dos Tenharim e Parintintin, do sul do
Amazonas.
Desde 1940 se soube da
existência dos lendários Uru-Eu-Wau-
Wau, como um grupo arredio que
andava por muitas localidades na região
central do Estado de Rondônia.
Geograficamente esta região tem
diversas barreiras naturais como serras e
extensas áreas de campo, o que, porém,
não tem impedido as constantes
tentativas de invasões por parte de
posseiros, madereiros e garimpeiros.
Ater hoje há uma luta constante dos índios em
defesa de suas terras.
Em 1977 foi organizado um plano para
tentar contatar com os Uru-Eu-Wau-Wau e
interditar sua área. O contrato não havia ainda se
realizado e quase nada se sabia a respeito destes
índios, além das lutas contra seringueiros e
garimpeiros onde sempre morriam muitos índios e
brancos. Em 1979 vários colonos assentados pelo
Incra, através do projeto Burareiro, dentro da área
Uru-Eu-Wau-Wau. Os trabalhos de contato só
tiveram êxito em 1980 e 1981, quando uma frente
de atração da Funai, liderada pelo indigenista
Apoena Meirelles, conseguiu manter os primeiro
contatos amigáveis com os índios.
Naquela época o grupo era formado por
mais de 800 índios. Os homens usavam pinturas
corporais, nas cores preta e vermelha, feitas com
tintas fabricadas com o jenipapo e o urucum. Sua
única vestimenta era uma espécie de cinturão, bem
largo, feito com várias voltas de cipó, em torno da
cintura. Cortavam o cabelo em forma de cuia, no
alto da cabeça. As mulheres, pequenas e de traços
muito delicados, usavam tatuagem no rosto,
costume ainda conservado entre as índias.
Depois do contato, em 1981, a população
Uru-Eu-Wau-Wau sofreu drástica redução em
conseqüência das doenças levas pelos invasores,
dos assassinos e do aumento excessivo da
incidência da malária.
Atualmente os Uru-Eu-Wau-Wau estão em
quatro pequenos grupos. No Posto Indígena do Alto
Jamari, vivem cerca de 20 índios. No Posto
Indígena do Alto Jaru estão mais 16. No Posto
Indígena Jamari vivem cerca de 10 índios e no
Posto Indígena Comandante Ari estão 16. a
população total é de 62 Uru-Eu-Wau-Wau.
Os povos se dividem em duas metades que
recebem nome de aves: Mutum e Arara. A regra
básica para a formação da família é através do
casamento de um membro da metade Mutum com
outro da metade Arara. Antigamente um homem
podia casar com mais de uma mulher, mas hoje,
como as mulheres estão em número reduzido,
muitos rapazes não têm com quem casar.
Os Uru-Eu-Wau-Wau já têm constituída
uma associação e começam a lutar pela implantação
de escolas em suas aldeias, e também por projetos
de alternativas econômicas e de saúde.
EDUCAÇÃO
EVOLUÇÃO DO ENSINO EM
RONDÔNIA
26
26
“Fomos pioneiros na criação de
escolas dirigidas pelo rádio, o que permitiu
uma maior difusão de escolas pelo
interior, todas dirigidas por Porto Velho.
Improvisamos muitas escolas até em
caixotes” (Esron de Menezes, “Retalhos
Para a História de Rondônia”)
Durante muito tempo a educação
permaneceu em mãos de particulares.
Inicialmente juntavam pequenos grupos,
tanto em Guajará-Mirim quanto em
Porto Velho, que eram entregues
principalmente a religiosos com o
objetivo de “desarar” os meninos e
meninas que estudavam separados. Aos
meninos eram ensinadas a arte de
oleiro, ferreiro e carpinteiro. As
meninas aprendiam o catecismo e
prendas domésticas.
Muito mais tarde quando foi
criado o município de Porto Velho,
embora ainda pertencentes ao
Amazonas, seu primeiro
superintendente, major Fernando
Guapindaia de Souza Brejense, criou a
primeira escola oficial na regiam que
viria mais tarde a ser Território do
Guaporé. Havia um grande esforço em
Guajará-Mirim do padre Paulo Saldanha
e de João Nicollet em Porto Velho, que
fundou o colégio Dom Bosco e o
Instituto Maria Auxiliadora.
Após 1915, quando foi iniciado
o ensino público, outras modalidades
foram surgindo e após o surgimento do
território, o ensino foi implantado por
completo.
Em 1978, Rondônia fez um
levantamento sobre a educação e
concluiu que o ensino preconizado nas
leis 4.024/61 e 5.692/71 era mal
administrado até então. A afirmação foi
baseada no fato de não existirem
oficinas, laboratórios, escritórios
modelos e enfim, o instrumental necessário ao
funcionamento dos cursos profissionalizante a nível
de segundo grau existentes.
Os cursos nem eram profissionalizantes e
ainda prejudicavam a formação geral da juventude
estudantil até porque o núcleo comum, ou seja,
Comunicação e Expressão, Estudos Sociais e
Ciência eram prejudicados com 60% em favor da
parte profissionalizantes, meramente ditadas nas
salas de aula.
Os setores administrativos da Secretaria de
Educação se caracterizavam pela inoperância e
emperramento da máquina administrativa. Grande
parte dos responsáveis pelos setores não tinham
qualificação específica e necessária ao
funcionamento, pelo menos regular, com raras
exceções.
O quadro da estrutura do sistema territorial
de educação de Rondônia, era na realidade sombrio.
Numerosas distorções e irregularidades no sistema.
Outro aspecto relevante e que constituía um
dos pontos de estrangulamento e responsável em
grande parte pela baixa produtividade do sistema,
através de baixo nível de ensino, pelo alto índice de
evasão escolar e ainda pelo elevado índice de
reprovação, era que não existia também uma
estrutura racional dos quadros de pessoal técnico-
administrativo e docente, com base em critérios de
acordo com o nível de qualificação e atuação.
Normalmente, as contratações e promoções
que se verificavam na Secretaria de Educação, eram
aleatórios. Nem mesmo obedeciam a legislação
federal, respeitando os requisitos de seleção e
admissão de recursos humanos, tal era a carência de
elementos preparados para o executivo do
magistério.
Estado conquista universidade
Durante algum tempo, o Centro de Ensino
Superior de Rondônia, mantido pela Fundacentro,
entidade municipal criada pelo então prefeito
Odacir Soares, foi autorizada a funcionar com os
cursos de Administração, Ciências Contábeis e
Ciências Econômicas, pelo decreto nº. 84.696 de 12
de maio de 1980. Aproveitando o surto de
crescimento e desenvolvimento de Rondônia, que se
preparava para a emancipação, transformando-se
em Estado de Federação. O Governo criou um
grupo de trabalho, liderado pelo jornalista Euro
Tourinho Filho, primeiro reitor da Fundação
Universidade Federal de Rondônia, criada pela lei
nº. 7.011 de 8 de julho de 1982, após muita luta,
viagens e reuniões, quando a Unir – sigla definida
27
27
para a entidade – conseguiu finalmente
ser implantada com novos cursos, além
dos que absorvera, sendo os cursos
oferecidos até a primeira metade do ano
de 1983: Ciências Contábeis,
Administração, Educação Física,
Geografia, História, Letras, Ciências e
Pedagogia.
HISTÓRIA DE
RÔNDONIA
DIÁRIO DA AMAZÔNIA
PORTO VELHO, 2000
I – DIVISÃO POLÍTICO-
ADMINISTRATIVA DO
ESTADO DE RONDÔNIA
O estado de Rondônia esta
atualmente dividido em 52 municípios,
que se constituem as unidades
autônomas de menor hierarquia dentro
da organização político-administrativa
do estado e do país.
A criação, incorporação, fusão
ou desmembramento de um município
se faz por lei estadual. Os municípios
podem ser divididos em distritos, que
são criados por leis municipais.
O município de Porto Velho foi
criado em 2 de outubro de 1914, por lei
estadual do estado do Amazonas, e o
município de Guajará-Mirim, em 1928,
por lei estadual do estado de Mato
Grosso. Isso porque, foram criados
antes de ocorrer a criação do Território
Federal do Guaporé. Os municípios de
Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta
Bueno e Vilhena foram criados em 11
de outubro de 1977, por decreto-lei
federal e os municípios de Ouro Preto
do Oeste e Costa Marques, foram
criados em 1981, também por decreto-
lei federal. Nesse período, Rondônia era
Território Federal. Portanto, as
emancipações se faziam por atos do
Presidente da República.
Em 1983, ocorreu a
emancipação dos municípios de Rolim
de Moura e Cerejeiras, criados por
decreto-lei estadual, porque nesse
período, o estado de Rondônia ainda não possuía
constituição.
Os demais municípios foram criados por leis
estaduais do estado de Rondônia, a partir de 1986.
PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS
O estado de Rondônia possui o
delineamento das diferentes áreas geográficas
efetivado pelo Zoneamento Socioeconômico
ecológico, que distribui entre os ecossistemas uma
diversidade de formas de organização de produção
sustentável. Os aspectos econômicos envolvem
diversas atividades projetadas para determinadas
localidades e situação econômica das comunidades.
A caracterização do Zoneamento, como
elemento-chave da utilização de recursos das
florestas e dos rios, consistiu, ao mesmo tempo, em
preocupação ecológica pelas autoridades que temem
o mau uso dos espaços econômicos com atividades
que possam degradar o ambiente e prejudicar os
ecossistemas.
A nova Lei de Crimes Ambientais é
oportuna porque vincula os espaços produtivos aos
órgãos de representação ambiental, desta forma,
qualquer acidente envolvendo áreas de proteção
ambiental, ou desastre ecológico, prevendo
situações de risco para a vida vegetal e animal será
objeto de investigação. Esses órgãos públicos, como
o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e a
Secretaria de Estado do Desenvolvimento
Ambiental – SEDAM, que estão equipados para
atender às necessidades de informações acerca de
atitudes preservacionistas.
A extensão da fronteira agropecuária em
Rondônia teve início na década de 70, do século
XX, com a implantação de projetos de colonização
oficial, implantados pelo Governo Federal, por
meio do INCRA, substituindo as grandes áreas de
seringais nativos por uma nova situação fundiária,
que mudou radicalmente o espaço geográfico.
Rondônia é um estado que passou a ter
problemas ambientais em decorrência de sua rápida
expansão, como espaço de fronteira agrícola. Essa
nova realidade gerou preocupações acerca dos
desmatamentos, erosão fluvial, garimpagem,
atividades mineralógicas e extrativistas, que
contribuíram, desde o processo de colonização, para
o desequilíbrio dos ecossistemas, influindo em
mudanças climáticas que atingiram a região.
A partir d segunda metade da década de 80,
do século XX, os organismos internacionais, em
especial o Banco Mundial, que investiram nos
28
28
projetos de colonização em Rondônia,
foram alvo de críticas de ambientalistas
e outras entidades mundiais, em
decorrência do desastre ecológico nas
imensas áreas florestais.
O Banco Mundial investiu em
um novo projeto, o “PLANAFLORO”,
com o intuito de diminuir o
desmatamento acelerado, iniciado nos
anos anteriores, e reverter o processo de
desordenação causado pelo fluxo
migratório no Estado.
A consolidação da BR-29, em
1968, permitiu que Rondônia firmasse
sua vocação agrícola com maciços
investimentos federais em projetos de
colonização e a intensificação do fluxo
migratório gerou a rápida formação de
aglomerados urbanos, principalmente ao
longo do eixo da BR-364. Isso
provocou uma ruptura da estrutura
espacial existente, já que,
anteriormente, concentrava a economia
nos municípios de Porto Velho e
Guajará-Mirim, que não sofreram
agregações populacionais como às
registradas na área de influência da BR-
364.
A conseqüência mais drástica se
constitui no acelerado processo de
desmatamento ao longo da BR-364. A
implantação dos projetos de colonização
existentes e a expansão da fronteira
agrícola na floresta demonstraram
exemplos edificantes da catástrofe
ecológica induzida pela exploração de
terras impróprias para a agricultura. Os
organismos internacionais e o Banco
Mundial, quando reconheceram a
problemática ambiental de Rondônia, na
segunda metade da década de 80, do
século XX, começaram a frear o envio
de verbas aos projetos de assentamento
e colonização, em decorrência do
escândalo mundial causado pelo
acelerado desmatamento de parte da
floresta amazônica.
A floresta sofreu intenso
processo de queimadas durante o
processo de preparação da terra para o
plantio de lavouras e pastagens. Os
agricultores instalaram-se em grandes e
pequenas propriedades, ou em projetos
agropecuários implantados por empresas
nacionais privadas ou pelo governo.
Em função da ausência de planejamento
adequado, alguns desses projetos foram instalados
em regiões impróprias para a atividade agrícola. Os
agricultores utilizaram sistemas de produção e
cultivo nem sempre coerentes com as características
agroecológicas da região. Essa ocupação
desordenada conferiu a agricultura uma dinâmica
marcada pela baixa produtividade, impactos
ambientais crescentes e pobreza na qualidade de
vida das populações.
A região central do Estado, ao longo da BR-
364 e próximo a ela, foi transformada em áreas
onde ocorreu intenso desmatamento da floresta,
eliminando-se praticamente a fauna e a flora. A
colonização influenciou um ritmo acelerado de
extração de madeiras nobres, fato que praticamente
extinguiu as espécies de mogno, cerejeiras e
castanheiras. Atualmente, as madeiras já extraem
outras espécies que também já se encontram
praticamente em processo de extinção.
As atividades garimpeiras no rio Madeira,
nas décadas de 80 e 90 do século XX, prejudicaram
o fluxo das águas do rio com o uso do mercúrio,
provocando a contaminação de peixes. Após a
proibição da garimpagem no rio Madeira,
iniciaram-se as atividades de forma clandestina, fato
que produziu um efeito mais devastador sobre o
meio ambiente e a recurapação plena da flora de
fundo e dos peixes que, por acaso, tenham sofrido
efeitos teratogênicos ou mutagênicos.
Outra forma de garimpo que causou
problemas ambientais constituiu-se na exploração
de cassiterita no Bom Futuro, na bacia do rio
Candeias, produzindo um índice elevado de
poluição nas águas em decorrência do assoreamento
do leito do rio.
O processo de desmatamento na região
tendeu a ser controlado tanto por organismos
internacionais quanto pelos órgãos encarregados do
meio ambiente, que trataram de fiscalizar as ações
predatórias. O desmatamento diminuiu, mas os
efeitos que geraram as problemáticas ambientais
ainda se perpetuarão por longas décadas,
considerando-se os aspectos de produção florestal
propriamente dita, além dos aspectos econômicos e
ambientais (regeneração da floresta).
ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO-
ECOLÓGICO
O zoneamento socioeconômico-ecológico é
um instrumento que indica a melhor forma de
29
29
ocupação do espaço territorial e
utilização dos recursos naturais. Indica a
potencialidade ou vulnerabilidade
natural ou social por intermédio de
estudos.
A potencialidade natural ou
social diz respeito à disponibilidades de
recursos (terras, madeiras, estradas,
hospitais, diversidade de plantas e
animais), que podem ser aproveitados
de diferentes formas. Já a
vulnerabilidade pode ser quanto à
erosão da terra ou á ocupação humana.
O Governo Federal criou em
1990, a “Comissão Coordenadora do
Zoneamento Ecológico-Econômico
Nacional”. E ficou sob a
responsabilidade da Secretaria de
Assuntos Estratégicos da Presidência da
República SAE/PR.
Rondônia foi o primeiro Estado
brasileiro a regulamentar a ocupação do
espaço territorial com o Zoneamento
Socioeconômico-Ecológico e com o
Plano Agropecuário e Florestal
PLANAFLORO implantado a partir da
identificação dos problemas surgidos
com intenso fluxo migratório ocorrido
nas décadas de 70 e 80 do século XX.
O Zoneamento Socioeconômico-
Ecológico custou US$ 20 milhões de
dólares. O contrato foi assinado entre o
Governo do Estado de Rondônia,
Governo Federal e Banco Mundial, com
a aprovação do Senado da República do
Brasil, em setembro de 1992. O
mutuário é a União e os executores o
Ministério do Planejamento e o
Governo do Estado.
A primeira aproximação do
Zoneamento Socioeconômico-
Ecológico foi instituído em 14 de junho
de 1988, através do Decreto-Lei
Estadual 3782, posteriormente
ratificado pela Lei Complementar 52 de
20 de dezembro de 1991. O
Zoneamento Socioeconômico-
Ecológico ficou dividido em seis zonas,
com identificação de potencialidade e
uso da terra, conforme suas
características Socioeconômico e
Ambiental.
II – ASPECTOS FÍSICOS
SOLOS
As unidades pedológicas que ocorrem em
Rondônia pertencem a vários grupos e predominam
os latossolos. Ocorrem ainda os solos podzólicos,
que podem ser eutróficos ou distróficos, areia
quartzosas, terras roxas, brunizema, planossolo, glei
pouco húmico, solos aluviais, solos litólicos e
afloramentos de rochas.
RELEVO
O relevo do Estado de Rondônia é pouco
acidentado, não apresentando grandes elevações ou
depressões, com variações de altitudes que vão de
70 metros a pouco mais de 500 metros. A região
norte e noroeste, pertencente à grande Planície
Amazônica, situa-se no vale do rio Madeira e
apresenta área de terras baixas e sedimentares. As
áreas mais acidentadas encontram-se localizadas no
divisor das águas das bacias do Madeira e Machado,
onde ocorrem elevações e depressões, com altitudes
que chegam a alcançar 800 metros na Serra dos
Pacaás Novos, que se dirige de noroeste para
sudeste e é o divisor entre a bacia do rio Guaporé-
Mamoré e com as bacias dos afluentes do rio
Madeira (Jaci-Paraná, Candeias e Jamari) e a bacia
do rio Machado (Ji-Paraná).
O relevo do Estado apresenta-se muito
diversificado com variação de altitude,
prevalecendo à faixa entre 70 e 600m. as maiores
altitudes ocorrem no Município de Vilhena (acima
de 500m) e as menores no Município de Porto
Velho (entre 90 e 200m). De maneira geral o relevo
não apresenta grandes elevações, comportando-se
como plano e suave ondulado e, em menor área,
como forte e montanhoso (Colorado D’Oeste,
Campo Novo de Rondônia, Governador Jorge
Teixeira, Guajará Mirim, São Miguel do Guaporé),
com altitudes variando entre 400 e 600m.
GEOMORFOLOGIA
As formas de relevo do Estado de Rondônia
podem ser divididas em nove unidades
morfoestruturais: Planaltos Residuais do Guaporé,
Planalto Dissecado Sul da Amazônia, Planalto
Rebaixado da Amazônia (ocidental), Depressão
Interplanática da Amazônia Meridional, Pediplano
Centro-Ocidental Brasileiro, Planície Amazônica,
Planalto Sedimentar dos Parecis, Serras e Chapadas
do Cachimbo e Planícies do Alto e Médio Guaporé,
30
30
isso conformo os volumes 16 e 19 do
PROJETO RADAMBRASIL (1978/79)
e EMBRAPA (1983).
PONTOS MAIS ALTOS DE
RONDÔNIA
Os pontos mais altos de
Rondônia estão localizados na região
central do Estado, na Serra dos Pacaás
Novos. O ponto mais alto tem 1.126,0
metros de altura e está situado nas
coordenadas geográficas – 10º49’54”
latitude e 63º34’36” longitude.
O segundo ponto mais alto tem
1.090,0 metros de altitude e está situado
nas coordenadas geográficas –
10º50’55” latitude e 63º34’15”
longitude.
O terceiro ponto mais alto do
estado tem 1.005,0 metros de altitude e
está situado nas coordenadas
geográficas – 10º51’33” latitude e –
63º37’10” longitude.
O quarto ponto mais alto tem
950,0 metros de altitude e o quinto 810
metros de altitude.
Os cinco pontos mais altos de
Rondônia ficam próximos um dos
outros, e estão situados na cumeada das
Serras do Pacaás Novos.
CLIMA
O clima de uma região esta
associado ás condições da circulação
geral da atmosfera, através das
perturbações transientes de escala
sinóptica e das perturbações
secundarias, formadas em função da
topografia e dos efeitos locais. No
Estado de Rondônia, o clima esta
particularmente associado ao da macro
região amazônica.
O verão é o período mais
chuvoso na região. Durante esta estação
observa-se uma grande atividade
convectiva causada por uma maior
incidência de radiação solar, durante o
ano, e a influência da ZCIT e da AB que
se desintensificam durante o inverno,
quando os principais mecanismos
associados as chuvas nesta estação são a
brisa fluvial, as Lis e as atividades
convectivas locais de menor intensidade.
O período chuvoso ocorre entre os meses de
outubro a abril, e o período mais seco entre os
meses de junho, julho e agosto. A precipitação
média anual é em torno de 1.400 mm a 2.500 mm,
onde, mais de 90% desta precipitação ocorre no
período chuvoso.
O regime térmico apresenta pouca variação
ao longo do ano. A média anual da temperatura do
ar varia de 24ºC a 26ºC, com a temperatura máxima
variando entre 30ºC e 34ºC e temperatura mínima
entre 17ºC e 23ºC.
VEGETAÇÃO
O estado de Rondônia encontra-se em uma
posição importantíssima em relação aos aspectos
fitogeográficos, situando-se no centro-sul da bacia
amazônica, em uma região de transição entre o
domínio geomorfológico amazônico.
É uma área que congrega três importantes
biomas: Floresta Amazônica, Pantanal e Cerrado,
tendo como características, por esta razão, uma
grande biodiversidade, que abrange tanto a riqueza
dos seus ecossistemas, quanto de espécies da fauna,
flora e de diversidade genética.
Os principais fatores determinantes para a
composição da vegetação do Estado são o relevo,
com serras de formação geológica antiga, formadas
por vastos depósitos sedimentares (Serras dos
Pacaás Novos), e a riqueza da drenagem, que
associada ao clima a composição do solo
contribuem para a ocorrência do ciclo de cheias dos
rios que drenam o estado, sendo marcante para a
definição das diferentes paisagens existentes.
A composição vegetal no estado é,
reconhecidamente, formada por oito tipologias
características, que se dividem em varias
fisionomias, as quais passam a caracterizar:
1. FLORESTA OMBRÓFILA ABERTA
É o tipo de floresta dominante no estado,
abrangendo cerca de 55% da área total da
vegetação. Esta tipologia caracteriza-se pela
descontinuidade do dossel, com ausência de área
foliar entre 30 e 40%, permitindo que a luz solar
alcance o sub-bosque favorecendo a sua
regeneração. Os troncos apresentam-se mais
espaçados no estrato mais alto, que atinge cerca de
30 m de altura enquanto o sub-bosque encontrasse
estratificado.
2. FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL
OU SUBCADUCIFÓLIA
31
31
Este tipo de vegetação se
desenvolve em solos hidromórficos com
baixa capacidade de retenção de água.
Ocupam cerca de 2% do total da
cobertura vegetal do estado.
3. FLORESTA DE TRANSIÇÃO OU
CONTATO
Ocupam cerca de 8% do estado.
Trata-se de área de transição entre o
cerrado e a floresta, apresentando
características destas duas formações,
com o estrato mais alto com cerca de 20
metros de altura.
4. CERRADO
Ocupam cerca de 5% da
cobertura florestal do estado. São
formações vegetais com feições
xeromórficas principalmente devido às
características do sol.
5. FORMAÇÃO PIONEIRA
Ocupam cerca de 4% do estado.
Ocorre em terrenos sujeitos a
inundações, apresentando diversas
fisionomias. Pode apresentar vegetação
florestal, ou não. O tamanho das árvores
é determinado pela altitude e pelo grau
de inundação. Algumas destas áreas
encontram-se dominadas por palmeiras
conhecidas como buritis.
6. CAMPINARANA
O termo campinarana significa
“falso campo”. São formações não
florestais que ocorrem em manchas
pequenas e bem dispersas por toda a
Amazônia. É a vegetação menos
representativa do estado. Cresce em
solos muito pobres de areia branca
(Podzol, hidromórfico e Areia
Quartizosas). A maioria das espécies
são endêmicas mas é possível encontrar
algumas que ocorrem também em
cerrado ou outras áreas não florestais.
HIDROGRAFIA
A hidrografia de Rondônia é parte
integrante da Bacia Amazônica, maior bacia
hidrográfica do planeta. Sendo o Amazonas o
principal rio, ele é formado pela junção dos rios
Negro e Solimões.
A hidrografia de Rondônia é formada por
uma bacia principal, a do rio Madeira, e por cinco
bacias tributarias; Guaporé, Mamoré, Abunã,
Jamari e Machado ou Ji-paraná.
Todos os rios que nascem no estado de
Rondônia são afluentes ou sub-afluentes do rio
Madeira e a maioria deles tem a foz dentro dos
limites do Estado com excessão dos afluentes do rio
Roosevelt, que tem suas nascentes no município de
Vilhena, na região Sudeste do estado de Rondônia,
desse no sentido norte, atravessa o estado de Mato
Grosso e tem sua foz no rio Madeira no estado do
Amazonas.
BACIA DO MADEIRA
Área: 31.422,1525 ha
O Madeira, principal rio de Rondônia, é
formado pela junção dos rios Mamoré e Beni. Essa
junção ocorre na região oeste de Rondônia, próximo
à cidade de Nova Mamoré. Os rios Mamoré e Beni
têm suas nascentes na república da Bolívia, nas
proximidades dos contrafortes dos Andes.
A partir de sua formação, o rio Madeira
nasce no sentido norte fazendo fronteira entre o
Brasil e a Bolívia até foz do rio Abunã. A partir
daí, ele atravessa o estado de Rondônia no sentido
noroeste, norte, até a foz do igarapé Maici, divisa
dos estados de Rondônia e Amazonas. Após essa
divisa, o Madeira percorre o estado do Amazonas e
tem sua foz no rio Amazonas.
O rio Madeira é um dos principais afluentes
da margem direita do rio Amazonas, tem uma
extensão de aproximadamente 1.056 km de Porto
Velho até a foz, no rio Amazonas, sendo
aproximadamente 180 km dentro dos limites de
Rondônia e 876 km no estado do Amazonas.
Em um trecho de aproximadamente 360 km,
a partir de sua formação, o Madeira tem um
desnível de declividade de 20 cm/km e passa por
dezoito cachoeiras e corredeiras, sendo as maiores:
Jiral, Teotônio e Santo Antônio.
Entre a Cachoeira de Santo Antônio e a foz
do rio Madeira é navegável durante o ano inteiro,
porém com alguns obstáculos, no período de seca,
ocasionado por assoreamento no leito do rio, o que
não impede a navegação.
32
32
No rio Madeira, no curso
navegável, encontram-se muitas ilhas,
algumas com extensão considerável.
BACIA DO GUAPORÉ
Área: 59.339,3805 ha
O rio Guaporé nasce na região
noroeste do estado de Mato Grosso,
desce no sentido norte do Brasil e, no
percurso que se inicia logo abaixo da
cidade de Vila Bela da Santíssima
Trindade (ex capital da capitania de
Mato Grosso), até a sua foz no rio
Mamoré ele faz fronteira entre o Brasil
e República da Bolívia.
Os principais afluentes do rio
Guaporé, na margem direita, lado
brasileiro, são os rios Gelera, Sararé,
Piolinho e Guariterê em território mato-
grossense e os rios: Cabixi, Corumbiara,
Verde, Mequéns, Massaco, Branco, São
Miguel, São Domingo e Cautário, em
território rondoniense.
BACIA DO MAMORÉ
Área: 22.790,6631 ha
O rio Mamoré tem suas
nascentes nos contrafortes dos Andes
bolivianos, desce no sentido leste da
Bolívia até a foz do rio Guaporé. A
partir daí, ele passa a fazer à fronteira
entre o Brasil e a República da Bolívia,
até encontrar o rio Beni, que também
nasce nos Andes bolivianos. O encontro
dos rios Mamoré e Beni formam o rio
Madeira.
Os principais afluentes do rio
Mamoré, na margem direita, em
território brasileiro, são os rios Guaporé
e Pacaás Novos, Ouro Preto, Lage e
Novo.
BACIA DO ABUNÃ
Área: 4.792,2105 ha
O rio Abunã nasce na região sul
do estado do Acre, na fronteira com a
República da Bolívia, e tem sua foz no
rio Madeira. Seu principal afluente da
margem esquerda, lado brasileiro, em
terras de Rondônia, é o rio Marmelo.
BACIA DO JAMARI
Área: 29.102,7078 ha
O rio Jamari tem suas nascentes nas
proximidades das serras dos Pacaás Novos, no
município de Campo Novo de Rondônia e desce no
sentido norte do Estado, recebe as águas do rio
Candeias e tem a foz no rio Madeira.
No rio Jamari esta instalada a Usina
Hidrelétrica de Samuel, que tem potencial de
geração de 216 Mw de energia elétrica. A usina de
Samuel está situada no município de Candeias do
Jamari, e o lago da represa de Samuel abrange o
território dos municípios de Candeias do Jamari e
Itapuã do Oeste.
BACIA DO ROOSEVELT
Área: 15.538,1922 ha
O rio Roosevelt tem suas nascentes na
região sudeste de Rondônia, nas proximidades da
cidade de Vilhena, desce no sentido norte e, a partir
da foz do rio Capitão Cardoso, atravessa o estado de
Mato Grosso, entra pela porção sul do estado do
Amazonas e tem sua foz no rio Madeira.
BACIA DO MACHADO OU JI-PARANÁ
Área: 80.630,5663 ha
O rio Machado ou Ji-Paraná é o principal
afluente do rio Madeira, dentro dos limites de
Rondônia, é também a segunda mais importante
bacia hidrográfica do Estado. Ele é formado pela
junção dos rios Comemoração ou Melgaço com o
Apediá ou Pimenta Bueno, cuja confluência ocorre
nas proximidades da cidade de Pimenta Bueno. Os
afluentes, formadores do rio Machado, tem suas
nascentes na Chapada dos Parecis, no município de
Vilhena. Portanto, o rio Machado têm suas
nascentes na região sudeste de Rondônia, desce no
sentido norte e atravessa as regiões leste, nordeste e
tem a foz no rio Madeira, na região norte do Estado.
Os afluentes da margem direita do Machado
são poucos e pequenos, os principais deles são:
Riozinho, Igarapé Grande e Igarapé Lurdes.
Os maiores afluentes do rio Machado ou Ji-
Paraná estão na margem esquerda e os principais
são os rios Rolim de Moura, Muqui, Urupá, Jaru,
Anari, Machadinho e Rio Preto.
RIOS NAVEGÁVEIS
No final do século XIX e durante a primeira
metade do século XX (1877-1960), todos os
33
33
principais rios de Rondônia eram
utilizados para navegação. Nesse
período, os rios davam acesso aos
diversos seringais existentes na região.
O rio Madeira, entre Porto
Velho e a foz no rio Amazonas, é uma
importante via de transporte. O rio
Machado ou Ji-Paraná é navegável entre
a foz e a cachoeira Dois de Novembro.
No trecho entre a cachoeira Dois de
Novembro e a localidade de Tabajara
existem várias cachoeiras que impedem
a navegação. A partir daí, existem
algumas pequenas cachoeiras ou
corredeiras, que dificultam a navegação
mais não a impede. Os rios Mamoré e
Guaporé são navegáveis e são
explorados pela navegação que abastece
a população ribeirinha, dentro dos
limites de Rondônia, da cidade de
Guajará-Mirim até a foz do rio Cabixi.
III – ASPECTOS
ECONÔMICOS
Vários ciclos econômicos
fizeram parte do desenvolvimento
regional, mas, na atualidade, predomina
o agropecuário, com destaque para a
cafeicultura e bovinocultura (gado
leiteiro e de corte) entre outros produtos
e um setor industrial nascente.
O primeiro ciclo econômico
ocorreu com as descobertas de ouro no
rio Corumbiara, afluente da margem
direita do rio Guaporé, a partir de 1744;
nessa mesma época houve também o
período das drogas do sertão, mas o
primeiro grande ciclo econômico foi o
da borracha. Este ciclo dividiu-se em
dois. O primeiro teve início por volta de
1877, quando uma grande leva de
nordestinos migrou para o vale do
Madeira e seus afluentes: rio Machado
ou Ji-Paraná, Mamoré, Guaporé e
Jamari e o segundo ciclo teve início em
1942, ocasião da Segunda Guerra
Mundial.
No período do Primeiro Ciclo de
Extração de Látex foi construída a
maior obra da história da Amazonas, a
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, hoje
Museu Histórico.
O Primeiro Ciclo de Extração de Látex,
(borracha) começou a decair a partir de 1912 e, em
1918, já estava em pleno declínio, não pela falta do
produto, mas pelo preço praticado no mercado
internacional, principalmente no continente
Asiático, mas precisamente na Malásia.
A retomada da demanda de extração de
látex, seiva da árvore seringueira, nativa da
Amazônia, ocorreu em decorrência da Segunda
Guerra Mundial, isto porque os seringais da Malásia
foram ocupados por tropas japonesas. Naquele
período, as atenções do mundo convergiram para a
produção do látex na Amazônia. O próprio governo
brasileiro (Getúlio Vargas), convocou trabalhadores
para trabalharem na extração de látex. Foi neste
período que surgiu o soldado da borracha. Os vales
amazônicos foram novamente ocupados.
O período auge da produção de látex na
Amazônia no segundo ciclo, correspondeu ao
período da Segunda Guerra Mundial.
Em 1952, ocorreu a descoberta de existência
de estanho, que foi importante para a economia
regional de Porto Velho, surgindo ai o ciclo da
extração da cassiterita, que também divide-se em
dois períodos: o primeiro período foi o da
garimpagem manual, que durou até 31 de março de
1971, quando foi proibida pelo Governo Federal; a
partir dessa data, iniciou-se o período da
garimpagem mecanizada. Ainda na década de 50,
do século XX, existiram os garimpos de diamante
no rio Machado, nas proximidades de Vila
Rondônia, atualmente cidade de Ji-Paraná, e
Pimenta Bueno, que tiveram pouca durabilidade.
O atual ciclo econômico de Rondônia
iniciou-se na década de 70, do século XX, com a
chegada de migrantes oriundos, principalmente, das
regiões Sul e Sudeste do Brasil, cuja maioria era
proveniente dos estados do Paraná, Espírito Santo e
Minas Gerais, começando assim o plantio de
lavoura de café e a formação de pastagem. Nesse
mesmo período, deu-se início às instalações de
indústrias madeireiras que, do final da década de 70
e durante a de 80, do século XX, eram responsáveis
absolutas pela geração de empregos, renda e ainda
hoje são de suma importância para a economia do
Estado.
Em 1971, a CEPLAC Comissão Executiva
da Lavoura Cacaueira, respaldada em estudos que
apontavam a viabilidade da lavoura cacaueira na
região, deu incentivo ao plantio nas localidades de
Ouro Preto, Jaru e Ariquemes.
Em 1976, foi implantado o programa
PROCACAU, que incentivou ainda mais o plantio
34
34
da lavoura, chagando a 54.000 hectares,
em seis mil pequenas propriedades
rurais.
Paralelamente a esse
acontecimento, as lavouras de café e a
criação de rebanho bovino se
desenvolveram por uma vasta região,
mas, no início dos anos 1990, os
cafeicultores rondonienses enfrentaram
outro problema, o baixo preço na saca
do café, que, às vezes, não compensava
nem colher. Muitos foram os que,
cortaram os cafezais e substituíram as
áreas por pastagens. A partir de 1997,
os preços voltaram a subir e chegou, em
1999, a R$ 150,00. Novamente
ocorreram novas plantações, porém, o
preço da saca começou a cair a partir do
ano de 2000, e em 2001 chegou a R$
25,00, voltando a ser desestimulado. Na
atualidade, o preço da saca de café é de
aproximadamente R$ 80,00. Rondônia é
o 5º maior estado brasileiro na produção
de café.
O rebanho bovino sempre
continuou crescendo e é predominante
em todo o Estado, formando uma
grande bacia leiteira, com destaque para
a região de Ouro Preto, Jaru e Ji-Paraná.
Outros investimentos já
começam a florescer, na economia
regional, são plantações de pupunha
(palmito, piscicultura), e o cultivo de
soja e arroz, em áreas mecanizadas, no
sul do Estado.
Rondônia é um Estado de
vocação agropecuária, o solo
rondoniense produz, não só os já citados
produtos, mas uma diversidade de
cereais, frutos, verduras e legumes.
EXTRATIVISMO MINERAL
A influência da mineração em
Rondônia ocorre desde o século XVIII,
com a descoberta de ouro no rio
Corumbiara, afluente da margem direita
do rio Guaporé, em 1744, pelos
bandeirantes paulistas, Antônio de
Almeida e Tristão da Cunha Gago.
Na década de 1950, surgiu a
garimpagem de diamantes no rio Ji-
Paraná ou Machado, nas proximidades
da atual cidade de Ji-Paraná. E ainda na
década de 1950, foi descoberta a existência de
minério de estanho (cassiterita).
A garimpagem manual de cassiterita
movimentou o comércio da cidade de Porto Velho,
durante os anos 60 até a desativação em março de
1971, obedecendo à portaria Ministerial 195/70,
publicada pelo DNPM – Departamento Nacional de
Pesquisa Mineral, que proibiu a garimpagem
manual. Surgiu a partir dessa data a garimpagem
mecanizada, que também manteve influência
econômica em Porto Velho.
Em 1987, foi descoberto cassiterita as
margens do rio Santa Cruz onde formou o garimpo
Bom Futuro, maior garimpo de estanho a céu aberto
no mundo. Ainda na década de 80, e inicio da
década de 90, do século XX, o rio Madeira foi
explorado por milhares de garimpeiros. Na extração
de ouro no leito do rio eram utilizadas, balsas e
dragas.
Os garimpos de minério de estanho
(cassiterita) em Rondônia estão localizados nas
bacias dos rios Jamari, Jacundá e Machadinho. Na
bacia do Jamari os garimpos estão situados as
margens do rio Massangana, no braço direito do rio
Candeia e o maior garimpo, o Bom Futuro, esta as
margens do rio Santa Cruz. Na bacia do Jacundá o
garimpo esta situado no município de Itapuã do
Oeste e na bacia do rio Machadinho estão os
garimpos Oriente Velho e Novo, região onde foi
descoberto a existência do minério em Rondônia.
Ainda na década de 90, no século XX, os
garimpos de ouro entraram em decadência e a lavra
de cassiterita continua mecanizada.
IV – GOVERNADORES
O "Território Federal do Guaporé" foi criado pelo
decreto-lei nº 5.812 de 13 de setembro de 1943,
mudado para "Território Federal de Rondônia", em
homenagem ao marechal Cândido Rondon, pela lei
nº 21.731 de 17 de fevereiro de 1956, e elevado a
Estado no dia 4 de Janeiro de 1982.
Território Federal do Guaporé
nº Nome início do
mandato
fim do
mandato
1 Aluísio Pinheiro
Ferreira
1 nov
1943
7 fev
1946
2 Joaquim Vicente
Rondon
7 fev
1946
31 out
1947
3 Frederico Trotta
31 out
1947
9 jun
1948
4 Joaquim Araújo
Lima
9 jun
1948
22 fev
1951
35
35
5 Petrônio Barcelos
22 fev
1951
7 fev
1952
6 Jesus Burlamaque
Hosanah
6 fev
1952
18 nov
1953
7 Ênio dos Santos
Pinheiro
18 nov
1953
13 set
1954
8 Paulo Nunes Leal
13 set
1954
5 abr
1955
9 José Ribamar de
Miranda
5 abr
1955
14 out
1956
10 Jaime Araújo dos
Santos
14 out
1956
6 nov
1958
11 Paulo Nunes Leal
6 nov
1958 8 set 1961
12 Abelardo
Alvarenga Mafra
18 mar
1961 8 set 1961
13 Ênio dos Santos
Pinheiro
13 set
1961 3 jul 1962
14 Nilton Lima
3 jul
1962
12 dez
1962
15 Wadih Darwich
Zacarias
12 dez
1962
27 mai
1963
16 Ari Marcos da
Silva
27 mai
1963
14 out
1963
17 Paulo Eugênio
Pinto Guedes
14 out
1963
27 jan
1964
18 Abelardo
Alvarenga Mafra
27 jan
1964
6 abr
1964
19 José Manuel Luís
da Cunha
Menezes
24 abr
1964
29 mar
1965
20 João Carlos dos
Santos Mader
29 mar
1965
10 abr
1967
21 Flávio de
Assunção
Cardoso
10 abr
1967
30 nov
1967
22 José Campedelli
30 nov
1967
13 fev
1969
23 João Carlos
Marques
Henrique Neto
7 fev
1969
31 out
1972
24 Teodorico Gaíva
31 out
1972
23 abr
1974
25 João Carlos
Henrique Neto
23 abr
1974
20 mai
1975
26 Humberto da
Silva Guedes
20 mai
1975
2 abr
1979
27 Jorge Teixeira de
Oliveira
10 abr
1979
4 jan
1982
Estado de Rondônia n
º Nome
início do
mandato
fim do
mandato
1 Jorge Teixeira de Oliveira 4 jan 1982 10 mai 1985
2 Ângelo Angelim 10 mai 1985 15 mar 1987
3 Jerônimo Garcia de
Santana 15 mar 1987 15 mar 1991
4 Osvaldo Piana Filho 15 mar 1991 1 jan 1995
5 Valdir Raupp 1 jan 1995 1 jan1999
6 José Bianco 1 jan 1999 1 jan 2003
7 Ivo Cassol 1 jan 2003 atualidade
V - MUNICÍPIOS
1. Alta Floresta d’Oeste
2. Alto Alegre dos Parecis
3. Alto Paraíso
4. Alvorada d’Oeste
5. Ariquemes
6. Buritis
7. Cabixi
8. Cacaulândia
9. Cacoal
10. Campo Novo de Rondônia
11. Candeias do Jamari
12. Castanheiras
13. Cerejeiras
14. Chupinguaia
15. Colorado do Oeste
16. Corumbiara
17. Costa Marques
18. Cujubim
19. Espigão d’Oeste
20. Governador Jorge Teixeira
21. Guajará-Mirim
22. Itapuã do Oeste
23. Jaru
24. Ji-Paraná
25. Machadinho d’Oeste
26. Ministro Andreazza
27. Mirante da Serra
28. Monte Negro
29. Nova Brasilandia d’Oeste
30. Novo Mamoré
31. Nova União
32. Novo Horizonte do Oeste
33. Ouro Preto do Oeste
34. Parecis
35. Pimenta Bueno
36. Pimenteiras do Oeste
37. Porto Velho (capital)
38. Presidente Médice
39. Primavera de Rondônia
40. Rio Crespo
41. Rolim de Moura
42. Santa Luzia d’Oeste
43. São Felipe d’Oeste
44. São Francisco do Guaporé
45. São Miguel do Guaporé
46. Seringueiras
47. Teixeirópolis
48. Theobrama
49. Urupá
50. Vale do Anari
51. Vale do Paraíso
36
36
52. Vilhena
AS PRESSÕES INTERNACIONAIS
SOBRE A AMAZÔNIA
BRASILEIRA
“O imperialismo: as propostas de
internacionalização da Amazônia e o
etnocentrismo dos viajantes.”
A expansão do capitalismo
industrial e financeiro mundial, a partir
do século XIX, levou a uma crescente
adoção das práticas e políticas
imperialistas que, promovidas pelas
grandes potências da Europa, o Japão e
os EUA, tiveram como alvo os
territórios da África, Ásia, Oceania e
América Latina. Em meados do século
passado, os avanços na tecnologia, nos
transportes e nos meios de produção,
ocasionaram o surgimento de
gigantescas corporações que resultaram
da fusão entre o capital financeiro e o
capital industrial. O avanço desse
processo de concentração de capitais
culminou com a criação de trustes,
cartéis e, mais tarde, para fugir às
legislações antitrustes, holdings. Essas
corporações visavam à obtenção de
contratos privilegiados quanto ao
monopólio de determinados mercados,
contando, para esse intento, com a
colaboração da diplomacia e,
freqüentemente, quando esta falhava, do
exército de seus Países, além da prática
do dumping para eliminar os
concorrentes.
Os investimentos do capital
monopolista na Amazônia resultaram no
controle de importantes concessões de
serviços públicos, como portos e
navegação, além da exclusividade nas
operações de exportação de matéria-
prima, o que dava às casas exportadoras
uma ampla margem de controle de
preços da goma elástica. É interessante
observar os aspectos político e militar
desse processo, na medida em que
forjaram determinada mentalidade que,
de forma bem precisa, migrou para a
Amazônia, juntamente com capitais e
técnicos estrangeiros. Essa mentalidade
desenvolveu-se a partir da forma mais
extremada do imperialismo, efetivada na África e
no Oriente, particularmente na China.
Ao final do século XIX, uma série de
doutrinas expansionistas e seus corolários
desenvolveram a noção de um certo “Destino
Manifesto”, a ser realizado pelos Estados Unidos.
Basicamente, a doutrina do destino manifesto parte
de uma idéia de que certos Países possuiriam
atributos raciais, geopolíticos e/ou econômicos, que
os tornariam superiores aos demais. Esses atributos
justificariam seu domínio sobre os Países
“inferiores”, com o objetivo de expansão e defesa.
Por outro lado, os Países dominados ou sob a esfera
da influência dessas potências, seria a lucrar, com o
desenvolvimento econômico e social trazidos com o
domínio estrangeiro.
As pretensões de estrangeiros, não somente
sobre a navegação, mas também sobre o destino a e
exploração do Vale do Amazonas criaram, ao longo
de todo o século XIX, sérias desconfianças por
parte do Governo Imperial, chegando mesmo D.
Pedro II (1825-1891) a registrar, em seu diário
pessoal de 1862, receio em relação às pretensões
dos EUA sobre o Amazonas. As desconfianças do
Governo Imperial foram herdadas pelo governo
republicano e são de fundamental importância para
a compreensão da Questão Acreana.
Uma série de viajantes estrangeiros, que
correram o vale desde o período colonial,
descreveram de forma apaixonada e idealizada as
potencialidades da terra. No século XIX podemos
citar Willian H. Edwards (1922-1909), um
naturalista norte-americano que desembarcou na
Amazônia em 1846 e o naturalista inglês Richard
Spruce (1817-1893), que desembarcou no Brasil em
1849 e permaneceu na Amazônia até 1864. De uma
maneira geral, as conclusões são as mesmas: a terra
era naturalmente dadivosa, porém pobre e
despovoada, apenas em razão da indolência de seus
povoadores. A solução então seria entregar aquela
terra ao gênio operoso do europeu ou do anglo-
saxão para transformá-la em um paraíso de fartura e
prosperidade.
Havia também aqueles que viam de maneira
negativa, tanto os dotes naturais da terra, como os
de sua população, estabelecendo corporações pouco
lisonjeiras entre a natureza Européia e a Americana.
Esse era o caso do Conde Joseph-Arthur de
Gobineu (1816-1882), embaixador da França no
Brasil entre abril de 1869 e maio de 1970, que se
julgou também habitado a emitir opiniões sobre a
terra, a cultura, a natureza e o homem tropical. O
Conde, autor de um trabalho intitulado “Ensaio
37
37
sobre a desigualdade das raças
humanas” (1853-1855), descreveu nesse
trabalho a natureza do país: cheio de
insetos e seres rastejantes, constituído
por um povo de malandros e ociosos,
composto de mestiços de todo o tipo, no
qual era impossível ver a pureza do
sangue europeu. Exceto a família real,
evidentemente, eram os brasileiros a
ralé do gênero humano.
EXERCÍCIOS 1:
1. Que regiões foram os grandes
alvos do imperialismo euro-americano
na 2ª metade do século XIX? O que
pretendia o imperialismo euro-
americano na segunda metade do século
XIX
2. Que tipo de “visões” os
exploradores emitiram sobre a América
tropical entre os séculos XVII e XVIII?
3. Que doutrinas imperialistas
orientaram o governo norte-americano
em suas relações com a América
Latina?
4. A teoria sobre a inferioridade dos
povos das zonas tropicais de Gobi-neau
baseia-se na idéia de que o clima e a
natureza prejudicam a espécie humana.
Que conseqüências essas idéias tiveram
no século XX?
5. O que defenderam os norte-
americanos interessados em explorar as
riquezas da Amazônia Boliviana em
1853?
6. Não foi Governador do Estado de
Rondônia:
a) Jorge Teixeira de Oliveira.
b) Jerônimo Santana.
c) Osvaldo Piana.
d) Ângelo Angelin.
e) Paulo Nunes Leal.
7. Quando o Território foi elevado à
categoria de Estado ocupava a
Presidência da República:
a) Jorge Teixeira de Oliveira.
b) Juscelino Kubitschek.
c) Mário Andreazza.
d) João Figueiredo.
8. Relacione a coluna A com a coluna B:
1) Bolivian Sindicanti.
2) Public Works.
3) P&T Collins.
4) May, Jekyll & Randolph.
( ) Monopolizaria a extração de borracha no Acre.
( ) Iniciou os trabalhos de construção da EEMM
em 1871.
( ) Abandonou as obras de construção da EEMM
em 1879.
( ) Concluiu as obras da EEMM em 1912.
9. A abertura da BR-364 impulsionou grandes
contingentes migratórios de diversas regiões do país
para Rondônia. A colonização em escala, ao longo
do eixo rodoviário, foi iniciada por empresas
particulares de colonização, sendo as duas primeiras
a desenvolver projetos na região:
a) INCRA e Sidney Girão.
b) Padre Adolpho Rohl e Burareiro.
c) IBRA e Incra.
d) Colonizadora Calama S/A e Itaporanga S/A.
e) Itaporanga S/A e IBRA.
10. Em 1977, foram criados 5 municípios ao
longo da BR-364. dentre eles não podemos citar:
a) Cacoal.
b) Vilhena.
c) Pimenta Bueno.
d) Ariquemes.
e) Jacy-Paraná.
A colonização da Amazônia:
missionários, europeus e militares em
conflito.
No final do século XVI, europeus de origem
holandesa, inglesa e francesa navegaram pelos rios
da Amazônia, tentando fixar núcleos de
povoamento e colonização. Em 1559, os holandeses
estabeleceram fortificações no encontro das águas
do Xingu com o Amazonas. Os fortes de Orange e
Nassau serviam de base para o contato e comércio
com indígenas, bem como para que se desse início
de plantio de cana-de-açúcar e tabaco. Em 1610, o
inglês Thomas Roe fundou núcleos de colonização
próximos à foz do Amazonas. Por volta de 1620, já
se encontravam núcleos holandeses na ilha de
Porcos, ingleses entre os rios Jari e Paru, holandeses
nos rios Gurupá e Xingu e franceses no Maranhão.
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38
Tal situação motivou a intervenção dos
portugueses que, entre 1612-1615,
lutaram contra a presença francesa no
Maranhão.
Vitorioso sobre os franceses,
Francisco Caldeira Castelo de Branco
(em 1619) fundou, na baía de Guajará,
em 12 de janeiro de 1616, o forte do
Presépio, a partir do qual surgiu a
cidade de Sant Maria de Belém do
Grão-Pará. Portugal, então sob o
domínio da União Ibérica (1580-1640),
atuou decisivamente na expulsão dos
demais europeus do vale do Amazonas,
cabendo especial destaque a atuação de
Pedro Teixeira, que consolidou a
presença portuguesa na região.
A partir de uma busca tão áspera,
mas com obstinada fixação na idéia de
grandes tesouros, as metrópoles
ibéricas, agora unidas sob a dominação
da Espanha, iniciam um grande esforço
para manter a integridade de suas posses
territoriais. As ameaças estrangeiras
constituíram-se em importante motivo
para que se ampliassem os esforços
colonizadores. No entanto, a Espanha
estava por demais envolvida com as
colônias andinas, platinas e mexicanas.
Caberia ao Estado Português a tarefa de
resguardar, em benefício da União
Ibérica, o vale do Amazonas. Pelo
Tratado de Tordesilhas quase todo o
conjunto da atual região norte do Brasil
ficava sob o domínio espanhol. No
entanto, a partir de meados do século
XVII, os portugueses fixaram aí sua
presença.
Com a criação do Estado do
Maranhão e Grão-Pará em 1624 pelo rei
Felipe IV (1605-1665), monarca da
Espanha entre 1621 e 1665 que
governou também Portugal entre 1621 e
1640 durante o período da União
Ibérica, foram lançadas as bases da
conquista e povoamento da costa e do
extremo norte pelos luso-brasileiros.
Tendo em vista o aprofundamento da
ocupação, a Coroa constitui algumas
capitanias na região como Cametá,
Gurupará e Cabo do Norte. Em léguas
de terras e costas, contava-se, por volta
de 1637, a presença de 1400 a 1500 homens
brancos na região.
Em seu relato (Novo descobrimento do grande
rio Amazonas), o padre Cristóbal Acuña (1597-
1675), cronista da viagem de Pedro Teixeira, fala
dos grandes núcleos de colonizadores existentes na
região: Belém, onde existia um grande castelo para
sua defesa; Cametá: decadente e que em décadas
passadas fora famosa por seus muitos moradores;
Curupatuba e o forte do Desterro localizado na foz
do rio Genipapo, com 30 soldados e algumas peças
de artilharia.
A necessidade de imprimir à Amazonas os
símbolos da colonização ibérica possibilitaram a
expedição de Pedro Teixeira. As autoridades
hispânicas em Quito e Lima, no entanto, não se
sentiam tranquilas com essa aventura portuguesa
por uma tão vasta e rica região até então unicamente
reservada à Espanha.
A frágil aliança entre as duas potências estava
próxima de seu fim. Mesmo com a União Ibérica,
Portugal e Espanha mantiveram-se sempre como
nações distintas. Nesse momento (1638), embora
pelo Tratado de Tordesilhas a Amazônia fosse
espanhola, os portugueses expulsaram os
estrangeiros que haviam se instalado com sucesso
em terras coloniais espanholas. Os relatos, tanto dos
cronistas Rojas e Acuña, quanto os do próprio
Pedro Teixeira deixaram clara a necessidade de se
iniciar imediatamente o aproveitamento colonial da
região, inserindo-a no contexto de uma economia
mercantilista, uma vez que suas terras eram férteis,
ricas em recursos minerais, caça, pesca e estavam
densamente povoadas por indígenas que, a partir de
um trabalho missionário, poderiam vir a ser
eficientes vassalos de Sua Majestade.
Estabelecidos os marcos da posse portuguesa
no Amazonas por Pedro Teixeira, a exploração e
ocupação continuou pelos séculos XVII e XVIII,
cabendo aos missionários jesuítas, mercedários,
carmelitas e franciscanos a função de catequese,
pacificação e fixação do indígena em aldeamento. A
atuação dessas ordens e congregações religiosas foi
regida pelo Regimento das Missões, datado de
1686. Esse instrumento jurídico buscava estabelecer
as bases de uma atuação catequética harmonizada
com o processo colonizador, fixando o caráter
interdependente das duas atuações. Reinando em
Portugal Dom Pedro II ( 1667-1706), a atuação dos
missionários foi extremamente favorecida.
Pela Carta Régia de 19 de março de 1693, o
território da Amazônia foi dividido entre as diversas
instituições religiosas que atuavam na região.
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39
Coube aos jesuítas a catequese no
distrito sul do rio Amazonas até os
limites com as colônias espanholas,
incluindo-se o Vale do Guaporé; ainda
atuariam no vale do rio Negro e em todo
o trecho entre o Urubu e o Negro. Essas
determinações foram alteradas pela
Carta Régia de 29 de novembro de
1694, que reformava a anterior e
estabelecia como área de catequese dos
carmelitas o rio Negro, entregando o
Urubu aos mercedários e a margem
esquerda do Amazonas até o Urubu aos
religiosos da Piedade e de Santo
Antônio.
EXERCÍCIOS 2 :
1) Mesmo antes dos portugueses outros
povos se estabeleceram no rio
Amazonas, entre eles:
a) Os ingleses que se estabeleceram no
encontro das águas do Xingu com o
Amazonas, em 1559.
b) Os franceses que, na Amazônia,
tentaram criar a França Antártida, em
1517.
c) Os holandeses que se estabeleceram
no encontro das águas do Xingu com o
Amazonas, em 1559.
d) Os espanhóis que criaram
fortificação no baixo Amazonas, a partir
de 1564.
e) N.R.A.
2) O primeiro estabelecimento
português no Amazonas foi:
a) O forte Príncipe da Beira, em 1763.
b) O forte de Coimbra, em 1654.
c) O forte de Natal, em 1563.
d) O forte do Presépio, em 1616.
e) N.R.A.
3) O Estado do Maranhão e o Grão-
Pará foi criado em:
a) 1623.
b) 1624.
c) 1625.
d) 1627.
e) 1626.
4) As ordens religiosas que atuavam
na Amazônia colonial eram:
a) Eram livres para agirem.
b) Tinham sua atuação regulada pelo estado
português.
c) Vinculavam-se e subordinavam-se diretamente
ao papa.
d) Submetiam-se aos conselhos coloniais.
e) N.R.A.
5) Quanto à atuação das ordens religiosas, a Carta
Régia de 1693 determinava:
a) A determinação de áreas específicas de
catequese para cada ordem.
b) A expulsão dos jesuítas da Amazônia.
c) O restabelecimento do direito de padroado.
d) A criação do conselho jesuítico.
e) A predominância dos mercenários.
6) Não são fatos do processo de colonização dos
vales dos rios da Amazônia nos séculos XVI e
XVII:
a) A conquista e o povoamento da região
amazônica foi motivada por fatores de ordens
diversas prevalecendo a busca de riquezas naturais e
a consolidação de uma base de ocupação
mercantilista.
b) Francisco Caldeira Castelo Branco atuou
decisivamente no processo de expulsão de
estrangeiros do vale amazônico, fundando em 1616
a cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará.
c) Pedro Teixeira consolidou a presença
portuguesa na Amazônia ao realizar a primeira
viagem de navegação pelo Amazonas partindo de
Quito até Marajó.
d) A ocupação colonial da Amazônia foi marcada
pela atuação das ordens religiosas franciscana,
capuchinha, mercedária, carmelita e principalmente
jesuíta que fundaram aldeamentos e missões para a
catequese e aculturamento do indígena.
e) No rastro das missões e aldeamentos,
bandeirantes e militares estabeleceram-se na
Amazônia buscando riquezas naturais, indígenas
para o cativeiro e manutenção das fronteiras.
7) Não considerado fator que inviabilizou a
construção da EFMM pela empreiteira P&T
Collins:
a) O bloqueio do dinheiro destinado às obras pelos
tribunais londrinos.
b) A ruptura de relações entre Brasil e Bolívia
devido à questão do Acre.
c) A insalubridade regional.
d) Os ataques de indígenas, a fome e o
desabastecimento.
e) O desconhecimento das condições naturais e da
tipografia regional pelos empreiteiros.
40
40
8) Foi o fator alegado pela empreiteira
inglesa Public Works para retirar-se das
obras da EFMM em Santo Antônio do
Madeira:
a) O ataque dos indígenas Karipunas
ao acampamento em Santo Antônio.
b) A insalubridade ambiental.
c) A crise no comércio internacional
da borracha.
d) A ausência de mão-de-obra
disponível.
e) Os conflitos regionais entre Brasil e
Bolívia devido à questão do Acre.
9) Marque V ou F:
( ) Farquhar comprou a concessão para
a construção da EFMM do engenheiro
carioca Joaquim Catramby.
( ) A fim de resolver os problemas da
insalubridade a empresa Madeira-
Mamoré construiu o hospital São José.
( ) Os trabalhos de abertura da selva e
assentamento dos trilhos foram
realizados por milhares de trabalhadores
nacionais e estrangeiros, destacando-se
os barbadianos.
( ) A EFMM foi concluída em 1930 e
teve como seu primeiro diretor geral o
Tenente Aluízio Ferreira.
10) Quando foi iniciada a última
tentativa de construção da EFMM, e
quando foi concluída?
11) Que privilégios detinha a direção
norte-americana da EFMM sobre Porto
Velho?
12) Quem foi e quais as obras do 1º
superintendente de Porto Velho?
13) Quem eram os soldados da
borracha?
SIMULADO 1
1) Representa a prepotência
portuguesa, obra faraônica construída
com a intenção de defender interesses
portugueses no auge do ciclo do ouro:
a) Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
b) Forte Príncipe da Beira.
c) Forte de Nossa Senhora da
Conceição.
d) N.d.a.
2) Tratado firmado entre Portugal e Espanha.
Legitimava o domínio da margem direta do
Guaporé a Portugal:
a) Tratado de Ildefonso.
b) Tratado de Tordesilhas.
c) Tratado de Madri.
d) Tratado de Lisboa.
3) Criou em 1746, a capitania de Mato Grosso,
garantindo a posse dessas terras, nomeando como
seu primeiro governador, D. Antonio Rolim de
Moura. Inicia-se o ciclo de dominação e destruição
portuguesa na região:
a) Dom João VI.
b) Dom Pedro I.
c) Dom José I.
d) Dom José II.
4) Empresa que veio da Inglaterra iniciar a
construção da estrada de ferro Madeira Mamoré, em
seis de Julho de 1872:
a) Public Works.
b) P & Collins.
c) Collins e Works.
d) N.d.a.
5) Através dele, o governador brasileiro assume o
compromisso de construir a estrada de ferro
Madeira – Mamoré, com liberdade de trânsito por
essa ferrovia e pelos rios brasileiros até o oceano
Atlântico, de produtos bolivianos.
a) Tratado de Tordesilhas.
b) Tratado de Petrópolis.
c) Tratado de Madri.
d) Tratado de Lisboa.
6) No tocante ao desbravamento realizado por
Rondon, assinale a alternativa incorreta:
a) Do Mato ao Amazonas, Rondon instalou mais
de dois mil quilômetros de linhas telegráficas.
b) O trabalho de Rondon para implantação das
linhas telegráficas foi dividido em três
“expedições”, sendo a terceira aquela que Rondon
avançou todo o sertão do atual Estado de Rondônia.
c) O maior desafio encontrado por Rondon em sua
primeira expedição, datada de Setembro de 1907 e
que partiu de Diamantino, no Mato Grosso, foi a
presença dos índios.
d) A missão de implantar linhas telegráficas de
Rondon foi um grande fracasso, haja vista Rondon
ter sido impossibilitado de instalar as linhas
41
41
telegráficas devido a problemas graves
tais como: doenças indígenas e falta de
alimentos.
7) A respeito do Marechal Rondon, é
correto afirmar;
a) Por seus relevantes serviços
prestados, foi escolhido patrono das
Comunicações.
b) Em 1953 teve seu nome lançado
como candidato ao Prêmio Nobel da
Paz.
c) Além de outras condecorações,
recebeu o título de Civilizador dos
Sertões.
d) Todas as alternativas são
verdadeiras.
8) No tocante ao ciclo da borracha,
assinale a alternativa correta:
a) Encerrado o ciclo do ouro na metade
do século XIX, a Amazônia é
descoberta como fonte de riqueza,
iniciando-se o ciclo da borracha.
b) Expulsos pela seca de 1877,
milhares de nordestinos materializam
um grande processo de migração para a
região amazônica.
c) O primeiro ciclo da borracha,
resultaria mais tarde, na guerra do Acre,
em 1903 e possibilitaria, no segundo
ciclo, a criação do território de Guaporé,
em 1943.
d) Todas as alternativas estão corretas.
9) Assinale a alternativa falsa:
a) O Brasil, entre 1911 e 1914 se torna
o maior produtor de borracha silvestres
do mundo, tendo a Bolívia como sua
concorrente.
b) Embora possuindo grande
capacidade de produção de borracha, a
Bolívia carecia de meios para seu
escoamento até o Oceano Atlântico.
c) Em 20 de Abril de 1870, Brasil e
Bolívia assinam o Tratado de Amizade,
Limites, Navegação, Comércio e
Extradição, começando um processo
que desencadearia a construção de uma
estrada de ferro ligando o Madeira ao
Mamoré.
d) Brasil e Bolívia entram em conflito
graças ao látex. Na região onde hoje é o
Estado do Acre, ocorre a guerra do
Acre, vindo o referido es paço físico
ficar sobre o domínio total da Bolívia, situação
que perduraria até 1903.
10) Indique a alternativa correta:
a) Durante a segunda grande guerra mundial, o
Brasil assume definitivamente a posição de maior
produtor de borracha do mundo, superando
inclusive, colônias inglesas na Ásia, grandes
produtoras de látex.
b) Durante a segunda guerra mundial inicia-se o
primeiro ciclo da borracha, os Estados Unidos
redescobrem a Amazônia e buscam nessa região
borracha para produzir pneus para veículos de
combate.
c) O Brasil retoma a posição de maior produtor de
borracha do mundo em 1941, com assinatura do
Tratado de Washington, firmado e Estados Unidos,
durante o governo de Getúlio Vargas.
d) Durante o primeiro ciclo da borracha,
registramos um grande enfraquecimento
populacional na região amazônica.
11) A respeito do primeiro ciclo da borracha,
assinale a alternativa incorreta:
a) O governo boliviano, em 1846, visando escoar
sua produção de borracha, abraça o projeto de criar
uma rota fluvial entre os rios Madeira e Mamoré.
b) Os bancos ingleses, não tinham interesse em
financiar o projeto de rota fluvial da Bolívia, o
maior interesse dos banqueiros era a construção de
uma grande ferrovia, pois a Inglaterra naquele
momento era a maior produtora de vagões e
locomotivas do planeta.
c) As notícias de riquezas da borracha atraem para
a região, milhares de nordestinos, além de
prisioneiros e exilados políticos do Brasil, que
desbravaram a região explorando às seringueiras.
d) A construção da estrada de ferro Madeira –
Mamoré foi um grande sucesso, sendo fundamental
a criação da ferrovia para o desenvolvimento do
Brasil e da Bolívia.
12) Com relação à criação do Território Federal do
Guaporé, assinale a alternativa incorreta:
a) Ocorreu em 1943, no governo de Getúlio
Vargas, através do Decreto – Lei 5.812 de 13 de
Setembro.
b) Outros territórios foram criados juntamente com
o Território Federal do Guaporé, Iguaçu, Ponta-
Porã, Rio Branco e Amapá.
c) Com a criação do Território Federal do
Guaporé, Vargas visava incentivar as terras da
Amazônia, desenvolver o comércio e firmar a
política nacionalista, base de seu governo.
42
42
d) Em 1940, o presidente J K
inaugurou a usina termoelétrica da
Estrada de Ferro Madeira – Mamoré.
13) Assinale V ou F nas afirmativas:
a) ( ) A região hoje denominada
Rondônia, pelo tratado de Tordesilhas,
pertencia à Espanha.
b) ( ) a ocupação portuguesa da bacia
amazônica ocorreu em 1615, com a
expulsão dos franceses e a construção
do Forte do Presépio, em 1916, que deu
origem à cidade de Belém, hoje, capital
do Pará.
c) ( ) No século XVII, na região da
foz do rio Amazonas, havia intensa
atuação de contrabandistas, holandeses,
ingleses e franceses, que tentavam
fundar núcleos de colonização.
d) ( ) No século XVII e XVIII a
presença de Portugal na região
amazônica visava exclusivamente a
exploração do látex, matéria prima da
borracha.
e) ( ) Cravo, canela, castanha do pará,
cacau, urucum e inúmeras plantas
medicinais eram denominadas pelos
portugueses, como as drogas do sertão.
14) A primeira expedição a explorar a
região dos Rios Guaporé, Mamoré e
Madeira, no ano de 1647, partindo de
São Paulo, foi comandada por:
a) Antonio Raposo Tavares.
b) Álvaro Régis.
c) Francisco de Melo Palhares.
d) Luis Pinto de Souza.
15) Em 1669, teve início o povoamento
das margens do rio Madeira, através da
fundação de uma importante Missão
denominada:
a) Jesuíta.
b) Pedro Teixeira.
c) Tupinambarana.
d) Castelhanos.
16) No início do século XVIII, jesuítas
espanhóis fundaram duas missões, na
margem esquerda do Rio Guaporé, o
que representava uma ameaça às
pretensões dominiais portuguesas sobre
o Vale Amazônico. Estamos nos
referindo às missões
a) São Miguel e São Simão.
b) Nossa Senhora da Conceição e São Miguel.
c) São Simão e Nossa Senhora da Conceição.
d) Santa Rosa e São José.
17) Construiu em 1759, no Vale do Guaporé, o forte
Nossa Senhora da Conceição:
a) Dom Luis Pinto de Souza Coutinho.
b) Manuel Feliz de Lima.
c) Antonio Rolim de Moura.
d) Francisco de Melo Palhares.
18) Assinale a alternativa falsa:
a) O espaço territorial do atual Estado de
Rondônia, unidade federativa criada pela Lei nº. 41,
de 22 de dezembro de 1981, teve como origem o
antigo Território Federal do Guaporé, criado pelo
Decreto-Lei nº. 5.812, de 13 de setembro de 1943,
assinado pelo Presidente Getúlio Vargas.
b) O Estado de Rondônia é o 13º do Brasil em
extensão territorial, com uma superfície superior à
de muitos países europeus de importância, sendo
banhado pelo rio Madeira, que é o 17º em extensão
entre os maiores rios da Terra.
c) O Estado de Rondônia limita-se com o Estado
do Amazonas ao norte, com o Mato Grosso e a
Bolívia ao leste e ao sul e com a Bolívia e o Acre ao
oeste.
d) A instalação do Estado de Rondônia deu-se na
data de 4 de janeiro de 1982, sendo mantido como
seu primeiro Governador o último governante do
extinto Território Federal de Rondônia, o coronel
Antonio Rolim de Moura.
19) O relevo básico do Estado de Rondônia é
constituído por:
a) Planalto e planície.
b) Cerrado e caatinga.
c) Montanha e planície.
d) Planalto e caatinga.
20) Foi o primeiro governador de Rondônia, então
território federal, no período de 1943 a 1946.
a) Aluízio Pinheiro Ferreira.
b) João Carlos dos Santos Mader.
c) Abelardo Alvarenga Mafra.
d) Paulo Eugenio Pinto Guedes.
21) Podemos citar como fatores que possibilitaram a
emancipação política de Rondônia, exceto:
a) O interesse do governo militar em ampliar a
bancada governista na Câmara e no Senado.
b) A abertura efetiva da BR-364.
c) A migração ao longo da BR-364, consolidando
o aumento populacional.
43
43
d) O fechamento dos garimpos de ouro
e cassiterita na região.
22) Seu nome é de origem indígena que
significa Cachoeira Pequena, assim já
era conhecido o local desde o século
XVIII, como um dos pontos de
referência geográfica na rota Santa
Maria Belém-do-Pará / Vila Bela da
Santíssima Trindade em Mato Grosso.
No início do século XX tornou-se mais
conhecido ao ser o local escolhido para
o ponto terminal da Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré. Trata-se do
município de:
a) Porto Velho.
b) Costa Marques.
c) Guajará-Mirim.
d) Rolim de Moura.
23) Foi elaborado a partir do Mapa das
Cortes e beneficiou as colônias
portuguesas, em detrimento dos direitos
espanhóis. Através dele estabeleceu-se
que a linha fronteiriça entre as
possessões espanholas e portuguesas,
deveria partir do ponto mediano entre a
foz do Rio Madeira e a foz do Rio
Mamoré, seguindo por uma linha reta
até encontrar a margem do rio Jamari.
a) Tratado de Tordesilhas.
b) Tratado de Madrid.
c) Tratado de Ayacucho.
d) Tratado do Mamoré.
24) Foi edificado em 1776. trata-se de
uma fortaleza levantada em estilo
Vauban, a margem oriental do rio
Guaporé como uma arquitetura
maravilhosa simétrica. A construção foi
erigida sobre salões subterrâneos
ligados ao rio e a encosta da Serra de
Ouro Fino através de túneis.
a) A Estrada de Ferro Madeira –
Mamoré.
b) O Forte Príncipe da Beira.
c) O Arraial do Bom Jesus.
d) O Forte de Santo Idelfonso.
25) Assinale a alternativa falsa:
a) O Estado de Rondônia foi
originalmente criado como Território do
Guaporé.
b) A denominação atual de Rondônia foi dada
em 17 de fevereiro de 1956, em homenagem ao
Marechal Rondon, desbravador dos sertões de Mato
Grosso e da Amazônia.
c) O povoamento de Rondônia teve início no
século XIX, na fase do ciclo da borracha, com a
construção da ferrovia Madeira-Mamoré e a
exploração dos seringais existentes.
d) Vilhena, por ser entrada do Estado de Rondônia
tornou-se o primeiro município do então Território
Federal de Rondônia.
26) Com relação ao Ciclo da Borracha, é correto
afirmar:
a) Os indígenas, Amazonas ou Cambebas, não
conheciam a borracha, vieram ter contato com os
seringais após a chegada dos europeus.
b) O rigoroso controle da navegação na Amazônia
dificulta o contrabando da Hévea brasiliense, para
estufas inglesas, e daí transplantadas, para seringais
racionais na Malásia e Singapura.
c) Por volta de 1877, a seca assola o nordeste,
favorecendo uma intensa migração para a
Amazônia de flagelados nordestinos, que iniciam a
conquista de seringais do Acre boliviano.
d) No período de 1855-1865, o rio Amazonas foi
fechado para a navegação internacional dificultando
o transporte da produção de borracha para
companhias estrangeiras.
27) A construção da Estrada de Ferro Madeira
Mamoré é uma página de dor e sofrimento na
História do Brasil. Foram vários obstáculos para sua
conclusão, exceto:
a) A insalubridade e as doenças, imprevistas e
muitas vezes desconhecidas.
b) Os ataques de indígenas, que defendiam suas
terras, de invasores que os ignoravam.
c) A conclusão de que os custos da obra seriam
bem maiores que o originalmente previsto.
d) A constatação de que a ferrovia teria extensão
significativamente menor que a esperada, uma das
principais causas de futuros prejuízos.
28) Historicamente, a ocupação do Estado de
Rondônia iniciou-se com:
a) A penetração das Bandeiras no século XVII,
que tinham como objetivo a caça ao índio e a
procura de ouro, madeiras nobres e especiarias.
b) Com a construção da Estrada de Ferro Madeira
Mamoré.
c) Com a atividade nos seringais da Amazônia
trazendo um grande contingente de migrantes
nordestinos denominados “Soldados da Borracha”.
44
44
d) Com a descoberta dos primeiros
aluviões de cassiterita em Rondônia,
dando início a exploração mineral sob
regime de garimpo, propiciando fluxo
migratório oriundo de diversos Estados
brasileiros.
29) Apesar de várias tentativas de
construir a ferrovia que contornasse o
trecho encachoeirado do rio Madeira,
anteriores ao Tratado de Petrópolis, a
última e bem sucedida empresa de
construção iniciou-se em 1907, sob o
comando do empreendedor:
a) Percival Farquhar.
b) Theodore Roosevelt.
c) Hermes da Fonseca.
d) Raimundo Pereira da Silva.
30) Sobre os pontos extremos do Estado
de Rondônia é falso afirmar que temos:
a) Ao norte, a confluência do Igarapé
Maicy com o Rio Madeira.
b) Ao Sul, a foz do rio Cabixi no rio
Guaporé.
c) A leste, o salto Joaquim Rios no rio
Iquê.
d) A oeste, as margens do rio Madeira,
área de cachoeiras.
31) A área compreendida pelo Estado de
Rondônia apresenta certos contrastes de
configuração que podem ser agrupados
em partes distintas, exceto:
a) Planície Paranaense.
b) Encosta setentrional do Planalto
Brasileiro.
c) Chapada do Parecís.
d) Vale do Guaporé-Mamoré.
32) Ocupa áreas entre os Municípios de
Vilhena e Pimenta Bueno, na região
central do estado, na divisa do
Município de Machadinho d’Oeste com
os Estados do Amazonas e Mato Groso,
e na divisa do Município de Porto
Velho com o Município de Humaitá, no
Estado do Amazonas; e segundo o
IBGE “... caracteriza-se por apresentar
árvores baixas e tortuosas, casca grossa
e rugosa, com folas grandes e duras,
revestindo um tapete graminoso
continuo.”
a) Floresta Ombrófila Aberta (Floresta de
Transição).
b) Floresta Ombrófila densa (Floresta Amazônica /
Floresta Atlântica).
c) Floresta Estacional Semidecidual ( Mata
Semicaducifólia).
d) Savana (Cerrado / Campos).
33) A hidrografia de Rondônia é formada por três
bacias principais. Assinale aquela que não faz parte
desse grupo:
a) Bacia hidrográfica do Rio Madeira.
b) Bacia hidrográfica do Rio Guaporé / Mamoré.
c) Bacia hidrográfica do Rio Ji-Paraná ou
Machado.
d) Bacia hidrográfica do Rio Pimenta.
34) Quanto a divisão político-administrativa, o
Decreto-Lei nº. 5.832, de 21 de setembro de 1943,
compôs o Território Federal do Guaporé
(Rondônia), com quatro municípios, a seguir:
a) Porto Velho, Lábrea, Alto Madeira, Guajará-
Mirim.
b) Porto Velho, Costa Marques, Alto Madeira,
Rolim de Moura.
c) Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Guajará-
Mirim.
d) Porto Velho, Ariquemes, Alto Madeira,
Guajará-Mirim.
35) Assinale a alternativa incorreta quanto à
Estrutura Etária da população rondoniense:
a) O índice de crescimento demográfico é
decorrente do incremento vegetativo e do grande
fluxo de imigração, cabendo a este, destaque no
aumento populacional de Rondônia.
b) A construção da ferrovia BR 364 e a
implantação dos projetos de colonização do INCRA
constituíram-se em fatores favoráveis, de atração de
correntes imigratórias do Centro Sul e Sudeste do
país.
c) A cidade de Guajará-Mirim tem a população
principal oriunda do centro Sul do país, que aqui
chegou para trabalhar na construção da estrada de
ferro Madeira – Mamoré.
d) A população de Rondônia é bastante
diversificada, aqui sendo encontradas, pessoas de
vários Estados da Federação.
36) Em 1958 deu-se o início de seu ciclo em
Rondônia nas áreas de seringais, caracterizado pelo
extrativismo mineral sob o regime de garimpo. Tal
ciclo é o:
a) Ciclo do Ouro.
45
45
b) Ciclo do Diamante.
c) Ciclo da Cassiterita.
d) Ciclo da Prata.
37) Assinale a alternativa que indica a
principal causa da migração dos índios
para as cidades em toda a região
amazônica:
a) Os índios não conseguem mais
extrair seu sustento da floresta.
b) A expansão da fronteira econômica
e a proliferação de garimpos e
madeireiras invadindo as terras
indígenas.
c) A descaracterização das sociedades
indígenas, hoje fascinadas pelo
consumo.
d) Os conflitos que envolvem os índios
e os pequenos produtores agrícolas.
38) Rondônia mostrou-se ao longo dos
anos uma região rica em minerais, ainda
hoje ocorrendo exploração desordenada
de tais riquezas. Dentre muitos minerais
aqui encontrados, o primeiro a ser
explorado com relevante produção foi:
a) Ouro.
b) Cassiterita.
c) Diamante.
d) Prata.
39) A produção de energia elétrica em
Rondônia, hoje, tem como principal
fonte, a Usina hidrelétrica de Samuel. A
barragem da hidrelétrica está localizada
no município de Candeias e seu
principal rio é o:
a) Jamari.
b) Vermelho.
c) Guaporé.
d) Cabixi.
40) Assinale de 1 a 4, o grau de
importância, para a economia
rondoniana, dos recursos minerais
relacionados a seguir:
a) ( ) ouro.
b) ( ) Ferro.
c) ( ) Manganês.
d) ( ) Cassiterita/estanho
41) Fazendo uma comparação entre as
regiões brasileiras, podemos afirmar
que existe:
a) Total domínio da área setentrional sobre a
meridional.
b) Grande disparidade econômica entre as
diferentes regiões brasileiras.
c) Igualdade e equilíbrio do desenvolvimento
econômico no território nacional.
d) Ausência de trocas comerciais entre as regiões
brasileiras.
42) No início do século XX, cidades se
desenvolvem, teatros e impnentes mansões surgem
na região, em função desse produto de grande
procura no mercado europeu. Bastaram, no entanto,
apenas vinte anos para o sudeste asiático
ultrapassasse o Brasil na produção mundial. O texto
se aplica à produção de:
a) Da borracha natural, na região Norte.
b) Da juta, na região Norte.
c) Da erva, na região Sul.
d) Do cacau, na região Nordeste.
e) Do babaçu, na região Nordeste.
43) Na região Norte, considerando-se as
implicações existentes entre o quadro natural e as
atividades econômicas, podemos afirmar:
a) O solo de igapó sustenta a maior parte da
agricultura com finalidades comerciais.
b) O extrativismo vegetal ocupa a menor parte da
população ativa, devido à grande homogeneidade da
floresta.
c) A rede hidrográfica orientou a distribuição
inicial da população e as atividades econômicas.
d) A topografia plana justifica a importância
pecuarista da região.
44) Em 1978 a produção deste minério não chegava
a um milhão e meio de toneladas e as áreas de Ouro
Preto, Mariana e Poços de Caldas, em Minas
Gerais, respondiam por 93% da produção nacional.
Entre 1983 e 1999, a produção brasileira atingiu os
sete milhões de toneladas e Minas Gerais cedeu sua
liderança para este estado, que produziu 70% do
total nacional. O minério e o Estado assinalados no
texto são:
a) Cassiterita – Rondônia.
b) Manganês – Mato Grosso do Sul.
c) Cobre – Bahia.
d) Carvão – Santa Catarina.
e) Bauxita – Pará.
SIMULADO 2
46
46
1.(Funrio/Ag. Penitenciário/2008)
Quem foi o primeiro governador de
Rondônia, empossado em 1982?
A) Alberto da Costa e Silva.
B) Mário David Anreazza.
C) General João Baptista Figueiredo.
D) Jânio Quadros.
E) Coronel Jorge Teixeira de Oliveira.
2. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) A
partir de que década do século XX, a
extração de ouro ganhou grande
destaque na região de Rondônia?
A) 1850.
B) 1900.
C) 1950.
D) 1970.
E) 2000.
3. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Qual
a importância de Aluízio Ferreira para a
ocupação e desenvolvimento da região
em que se encontra o Estado de
Rondônia?
A) Foi um importante governador do
Estado de Rondônia.
B) Teve papel importante na criação do
Estado de Rondônia em 1982.
C) Foi o presidente do Brasil que criou
o Estado de Rondônia.
D) Teve participação decisiva no
processo de criação do Território
Federal do Guaporé.
E) Foi prefeito de Porto Velho durante a
ditadura militar
4. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) O
Território Federal de Guaporé foi criado
no governo do presidente:
A) Fernando Henrique Cardoso.
B) João Goulart.
C) Getúlio Vargas.
D) Jânio Quadros.
E) João Baptista Figueiredo.
5. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Qual
foi a importância de Marechal Rondon
para a região em que se encontra o
Estado de Rondônia?
A) Foi o grande responsável pela
anexação do Acre ao território
brasileiro.
B) Foi designado numa missão cujo
objetivo principal era integrar a capital
da República com a região do mato-grosso que
faz fronteira com outros países.
C) Foi dono de uma importante empresa de
extração de látex.
D) Foi o responsável direto pela abertura da BR-
364.
E) Foi o idealizador da rodovia transamazônica,
atual BR-230, planejada para integrar melhor o
norte do Brasil com o restante do país.
6. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Qual a segunda
cidade mais populosa do estado de Rondônia?
A) Porto Velho
B) Cacoal
C) Vilhena
D) Ji-Paraná
E) Jaru
7. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) “O Estado de
Rondônia encontra-se em uma posição
importantíssima em relação aos aspectos
fitogeográficos, situando-se no centro-sul da bacia
Amazônica, em uma região de transição entre o
domínio geomorfológico do Brasil Central, e o
domínio geomorfológico Amazônico.” A partir do
texto acima, considere os biomas descritos a seguir:
I. Semi-árido
II. Floresta Amazônica
III. Pantanal
IV. Cerrado
Pode-se afirmar que o(s) biomas(s) que não
existe(m) na região do estado de Rondônia está(ão)
representado(s) apenas na(s) afirmativa(s):
A) I
B) I e II
C) III
D) II e III
E) III e IV
8. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Qual das bacias
hidrográficas a seguir não faz parte da região do
Estado de Rondônia?
A) Bacia do Madeira.
B) Bacia do Abunã.
C) Bacia do São Francisco.
D) Bacia do Roosevelt.
E) Bacia do Guaporé.
9. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Atualmente, a
economia do estado de Rondônia está baseada,
principalmente, na:
A) Fruticultura irrigada, cafeicultura e indústria
têxtil.
B) Agropecuária, extração vegetal e comércio.
47
47
C) Indústria metalúrgica e mineração.
D) Indústria bélica e citricultura.
E) Rizicultura e indústria
automobilística.
10. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008)
Observe os locais a seguir pertencentes
ao estado de Rondônia:
I. Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
II. Lago de Cuniã.
III. Vale do Guaporé.
IV. Real Forte do Príncipe da Beira.
Pode-se destacar como potenciais locais
para o desenvolvimento do turismo em
Rondônia os contemplados nas
afirmativas:
A) I e II, apenas.
B) III e IV, apenas.
C) I, II e III, apenas.
D) II, III e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.
11. (Funrio/S Educador 2008) O
primeiro núcleo colonial português na
região da Amazônia se estabeleceu no
século:
A) XIV.
B) XV.
C) XVII.
D) XX.
E) XXI.
12. (Funrio/S Educador 2008) Um dos
eventos que contribuiu fortemente para
o crescimento populacional e
desenvolvimento da região de Rondônia
foi a:
A) pavimentação da BR-101.
B) pavimentação da BR-364.
C) construção de Brasília.
D) eleição de Fernando Henrique
Cardoso.
E) eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
13. (Funrio/S Educador 2008) Em que
ano ocorreu a primeira eleição estadual
após a criação do estado de Rondônia?
A) 1982
B) 1970
C) 1843
D) 1902
E) 2005
14. (Funrio/S Educador 2008) Quem foi o
presidente da república que sancionou a lei que
criou legalmente o Estado de Rondônia?
A) Getúlio Vargas.
B) Fernando Henrique Cardoso.
C) João Goulart.
D) João Baptista Figueiredo.
E) Jânio Quadros.
15. (Funrio/S Educador 2008) Com relação à
ocupação da região amazônica, é correto afirmar
que a década e o principal motivo das preocupações
do governo brasileiro terem se agravado foram,
respectivamente:
A) 1930, pois houve uma queda na exportação da
borracha, importante produto da região.
B) 1960, pela renúncia de Jânio Quadros e as
repercussões na política nacional.
C) 1970, em função de uma possível invasão
americana e receio de uma guerra civil.
D) 1980, pela criação do Estado de Rondônia e a
manutenção das áreas fronteiriças.
E) 1990, em função da elevação da taxa de juros
que afetou as exportações.
16. (Funrio/S Educador 2008) A população do
estado de Rondônia é, aproximadamente, de:
A) 300 mil habitantes.
B) 527 mil habitantes.
C) 1,3 milhão de habitantes.
D) 5,4 milhões de habitantes.
E) 7,2 milhões de habitantes.
17. (Funrio/S Educador 2008) Com qual país o
Estado de Rondônia faz fronteira?
A) Venezuela.
B) Chile.
C) Uruguai.
D) Paraguai.
E) Bolívia.
18. (Funrio/S Educador 2008) É sabido que a região
onde se encontra o Estado de Rondônia recebeu um
grande fluxo migratório ao longo da história. Com
relação a década de 90 do século XX, pode se
afirmar sobre os fluxos migratórios que houve
um(a):
A) manutenção do fluxo migratório para a região, e
com isso um aumento da urbanização.
B) redução da entrada de migrantes e um aumento
do fluxo migratório interno das zonas rurais para
zonas urbanas.
C) redução da entrada de migrantes e uma redução
de moradores nas áreas urbanas.
48
48
D) aumento da entrada de migrantes e
um conseqüente aumento da
urbanização.
E) aumento da saída de migrantes para
outras regiões do país, além da
emigração para outros países,
principalmente europeus.
19. (Funrio/S Educador 2008) De forma
geral, pode-se afirmar que o relevo do
estado de Rondônia é:
A) pouco acidentado, sem grandes
elevações ou depressões.
B) muito acidentado, possuindo grandes
elevações que beiram os 2.000 metros.
C) relativamente acidentado, possuindo
grande número de elevações com média
de 1.000 metros.
D) não possui quaisquer acidentes
geográficos.
E) relativamente acidentado, com
preponderância de picos e montanhas.
20. (Funrio/S Educador 2008) Segundo
a classificação Köppen, Rondônia
possui que tipo de clima?
A) Tropical Seco
B) Temperado
C) Ártico
D) Tropical Chuvoso
E) Subtropical
21. (Funcab/ PM 2009) A influência da
mineração em Rondônia está presente
desde o século XVIII, quando
descobriu-se ouro no rio Corumbiara.
Depois veio a garimpagem de
diamantes no leito do rio Ji-paraná, a
garimpagem de cassiterita, etc. Acerca
do assunto, pode-se afirmar que os
garimpos de ouro em Rondônia
entraram em decadência no século:
A) XVIII;
B XIX;
C) XX, durante a década de 60;
D) XX, durante a década de 70;
E) XX, durante a década de 90.
Leia o texto abaixo e responda às
questões de números 22 e 23.
“A hidrografia do estado de Rondônia é
formada por uma bacia principal, a do
rio Madeira, que é composta por cinco
bacias tributárias: Guaporé, Mamoré,
Abunã, Jamari e Machado ou Ji-paraná, e pela
bacia do rio Roosevelt(...)”. (Oliveira, O. Amélio.
Geo. Rondônia).
22. (Funcab/ PM 2009) A Usina Hidrelétrica de
Samuel, que tem potencial de geração de 216Mw de
energia elétrica, está instalada no rio:
A) Jamari e situada no Município de Candeias do
Jamari;
B) Abunã e situada no Município de Itapuã do
Oeste;
C) Jamari e situada no Município de Itapuã do
Leste;
D) Abunã e situada no Município de Jaru;
E) Machado e situada no Município de Ji-Paraná.
23. (Funcab/ PM 2009) O rio Madeira tem uma
extensão navegável de, aproximadamente, 1056 km.
Entretanto, apesar de não impedir a navegação,
durante o período da seca há um trecho em que
surgem obstáculos ocasionados por assoreamento
no leito do rio. Trata-se do trecho entre:
A) o Município de Porto Velho e a foz;
B) a Cachoeira de Santo Antônio e a foz;
C) a Cordilheira dos Andes e o encontro com o rio
Guaporé;
D) os rios Ouro Preto e Pacaás Novos;
E) os rios Jamari e Guaporé.
Leia o texto abaixo e responda às questões de
números 24 e 25.
“O relevo do estado de Rondônia é pouco
acidentado, não apresentando grandes elevações ou
depressões(...). As áreas mais acidentadas
encontram-se localizadas no divisor das águas das
bacias hidrográficas dos rios Guaporé-Mamoré com
as bacias do Madeira e Machado(...). As maiores
altitudes ocorrem no Município de Vilhena e as
menores no Município de Porto Velho(...)”.
(Oliveira, O. Amélio. Geo Rondônia)
24. (Funcab/ PM 2009) A unidade morfoestrutural
que corresponde ao trecho onde o rio Madeira
elaborou uma faixa de aluviões sobre terrenos
sedimentares de idade pleistocênica, localizada na
porção norte do estado de Rondônia, ao longo do
rio Madeira, denomina-se:
A) Planalto Sedimentar dos Parecis;
B) Planaltos Residuais do Guaporé;
C) Planícies do Médio Guaporé;
D) Planície Amazônica;
E) Chapadas do Cachimbo.
49
49
25. (Funcab/ PM 2009) De acordo com
o IBGE(anuário estatístico 2000) os
pontos mais altos do estado de
Rondônia:
A) têm pouca importância pois o relevo
caracteriza-se pela presença de grandes
depressões;
B) estão situados na região central do
Município de Porto Velho;
C) estão situados na região central do
estado de Rondônia, na serra dos Pacaás
Novos;
D) localizam-se no sul da planície
Amazônica;
E) localizam-se entre o norte do estado
de Rondônia e a
Cordilheira dos Andes.
26. (Funcab/ PM 2009) Vários ciclos
econômicos marcaram o
desenvolvimento da região que abrange
Rondônia, mas atualmente predomina a
produção agropecuária tendo como
destaque:
A) a criação de bovinos;
B) o plantio da lavoura de cacau;
C) a criação de muares;
D) o cultivo da soja;
E) a criação de caprinos.
27. (Funcab/ PM 2009) A área do atual
estado do Acre foi anexada ao território
brasileiro mediante acordo de
pagamento de dois milhões de libras
esterlinas ao governo boliviano e, ainda,
da construção de uma ferrovia
margeando os rios Madeira e Mamoré,
no trecho encachoeirado. Esse acordo
foi realizado através da assinatura, em
17 de novembro de 1903, do tratado:
A) da Amizade, Limites, Navegação,
Comércio e Extradição;
B) de Petrópolis;
C) de Ayacucho;
D) do Livre Comécio entre Brasil e
Bolívia;
E) de Tordesilhas.
28. (Funcab/ PM 2009) No dia 22 de
dezembro de 1981 o então Presidente da
República, João Batista de Figueiredo,
cria o Estado de Rondônia e, no dia 4 de
janeiro de 1982 instalou-se o mais novo
estado da União, e empossado como primeiro
governador o:
A) Sr. Francisco Paiva;
B) Sr. Francisco Chiquilito Coimbra Erse;
C) Sr. Ângelo Angelim;
D) Coronel Jorge Teixeira de Oliveira;
E) Deputado Áureo Melo.
29. (Funcab/ PM 2009) O primeiro ciclo de
extração do látex acontece a partir de 1877 e entra
em decadência em 1910. Entretanto, podem ser
destacados os seguintes méritos deste período,
EXCETO:
A) a instalação das Linhas Telegráficas Estratégicas
do Mato Grosso ao Amazonas;
B) a construção da estrada de ferro Madeira-
Mamoré, margeando o rio Madeira, iniciando assim
o surgimento de várias cidades;
C) a fundação da aldeia de Santo Antonio, na
primeira cachoeira do Madeira, pelo padre jesuíta
João Sampayo;
D) o início da formação de diversos povoados como
Papagaios (atual Ariquemes) em conseqüência da
penetração dos seringueiros nos afluentes do rio
Madeira;
E) o início da conquista do território do atual estado
do Acre em consequência da penetração dos
seringueiros pelos rios Purus e Acre, onde foram
surgindo povoados.
30. (Funcab/ PM 2009) Acerca dos primeiros
passos da construção da ferrovia Madeira-Mamoré,
pode-se estabelecer a ordem cronológica correta dos
fatos, atribuindo o número 1 ao fato que aconteceu
primeiro:
( ) o Tratado da Amizade, Limites, Navegação,
Comércio e Extradição é assinado entre Brasil e
Bolívia;
( ) chega à região de Santo Antonio a primeira leva
de trabalhadores para iniciar a construção da
ferrovia Madeira-Mamoré;
( ) devido à Guerra do Paraguai, o Brasil fica
impedido de trafegar pela bacia do Prata. Surge a
idéia de buscar novas rotas;
( ) Church obtém a concessão do governo brasileiro
para a construção da ferrovia Madeira-Mamoré;
( ) Public Works pede rescisão do contrato para a
construção da ferrovia.
A sequência numérica correta, de cima para baixo,
é:
A) 1, 3, 2, 5, 4;
B) 2, 4, 1, 3, 5;
C) 3, 4, 2, 1, 5;
D) 4, 3, 5, 1, 2;
50
50
E) 5, 2, 1, 4, 3.
31. (Funcab/ PM 2009) A ocupação de
terras do atual estado de Rondônia teve
início no século XVIII. Acerca do
expressivo movimento migratório,
pode-se dizer que foi marcado pelos
seguintes períodos:
I. no primeiro ciclo da borracha, em que
a maioria dos migrantes era nordestina,
fugindo da seca, à procura de trabalho
na extração do látex;
II. durante a 2ª Guerra Mundial, devido
ao acordo realizado entre os governos
brasileiro e norte-americano, dando n o
v o incentivo à produção do látex;
III. durante a década de 60, no século
XX, devido à Guerra do Vietnã e os
Estados Unidos, dando incentivo à
produção d a cassiterita;
IV. nas décadas de 70 e 80 do século
XX, com a influência da abertura da BR
364 e implantação de projetos oficiais
de colonização.
Dos itens acima mencionados, estão
corretos apenas:
A) I e II;
B) I e III;
C) II e III;
D) I, II e III;
E) I, II e IV.
32. (Funcab/ PM 2009) Durante o
primeiro ciclo da borracha, a grande
comercialização do látex desperta no
governo brasileiro a necessidade de
integrar a região da bacia do rio
Madeira com as demais regiões do país.
O então Presidente Afonso Pena nomeia
uma comissão, comandada por Cândido
Mariano da Silva Rondon, em 1907, que
integrou essa região ao restante da
nação através:
A) da construção das linhas telegráficas;
B) da construção da estrada de ferro
Madeira-Mamoré;
C) da criação do Território Federal do
Guaporé;
D) da organização da exploração da
cassiterita em Rondônia;
E) da criação do PAR-Projeto de
Assentamento Rápido.
33. (Funcab/ CBM 2009) De acordo com Ovídio
A. de Oliveira, o rio que nasce na região Sul do
estado do Acre, na fronteira com a Bolívia, faz o
limite entre Brasil e Bolívia, tem a foz no Madeira e
o rio Marmelo como principal afluente a margem
esquerda, do lado brasileiro, em terras de Rondônia,
chama-se:
A) Abunã;
B) Guaporé;
C) Jamari;
D) Ji-paraná;
E) Roosevelt.
34. (Funcab/ CBM 2009) As florestas de Rondônia
são ricas em espécies vegetais. Pode-se dizer que o
primeiro produto explorado, responsável pelo
povoamento dos vales do Madeira, Mamoré,
Guaporé, Machado e seus afluentes foi:
A) a madeira da espécie castanheira;
B) o mogno, madeira considerada nobre;
C) a seiva da arvore seringueira;
D) a madeira, de cor avermelhada, chamada pau-
brasil;
E) o jatobá, madeira considerada nobre.
35. (Funcab/ CBM 2009) A exploração agrícola do
espaço territorial de Rondônia iniciou-se a partir do
desmatamento, e a substituição da floresta pelo
cultivo das lavouras de arroz, feijão, milho e café,
nas regiões de Ouro Preto do Oeste, Cacoal,
Ariquemes, Sidney Girão e Colorado do Oeste teve
inicio basicamente:
A) no século XIX;
B) no inicio do século XX;
C) no século XX, durante a década de 70;
D) apos a da 2a Guerra Mundial;
E) apos a 1a Guerra Mundial.
36. (Funcab/ CBM 2009) Rondônia exporta carne
bovina principalmente para o sudeste do pais. Para
o abate do gado de corte, os frigoríficos do estado
estão localizados nos seguintes municípios:
A) Ariquemes, Urupá, Guajará-mirim, Jaru, Buritis,
Corumbiara e Porto Velho;
B) Alvorada D'Oeste, Buritis, Castanheiras,
Corumbiara,
Guajará-mirim, Vilhena e Porto Velho;
C) Ariquemes, Parecis, Jaru, Monte Negro, Porto
Velho, Vale do Anari e Vilhena;
D) Buritis, Cacoal, Castanheiras, Corumbiara,
Guajará-Mirim, Jaru e Rolim de Moura;
E) Ariquemes, Jaru, Ji-paraná, Cacoal, Rolim de
Moura,
Vilhena e Porto Velho.
51
51
37. (Funcab/ CBM 2009) A produção
de leite no estado de Rondônia e
responsável pelo aquecimento da
economia de muitos municípios, sendo
a microrregião considerada a maior
produtora do estado, dentre as abaixo
apresentadas:
A) Costa Marques;
B) Guajará-mirim;
C) Itapuã do Norte;
D) Ji-paraná;
E) Presidente Médici
38. (Funcab/ CBM 2009) “No final do
século XIX e durante a primeira metade
do século XX (1877- 1960), todos os
principais rios de Rondônia eram
utilizados para navegação. Nesse
período os rios davam acesso aos
diversos seringais existentes na região.”
(Oliveira, O. Amélio. Geo Rondônia).
Atualmente, uma importante via de
transporte fluvial e o rio:
A) Machado, entre a cachoeira Dois de
Novembro e a localidade de Tabajara;
B) Mamoré, entre Guajará-mirim e o
encontro com o rio Beni;
C) Madeira, entre Porto Velho e a foz,
no rio Amazonas;
D) Guaporé, entre Guajará-mirim e o
encontro com o rio Beni;
E) Madeira, entre Campo Novo de
Rondônia e a localidade de Tabajara.
39. (Funcab/ CBM 2009) A alta
rentabilidade do látex desde o final do
século XIX atraiu a atenção de
contrabandistas e,em1876, a Inglaterra
já dispunha de grande quantidade de
mudas (Hevea brasiliensis) para remeter
as suas colônias do sudeste asiático.
Pode-se dizer que uma das fortes razões
para a redução da produção da borracha
(1912) e o conseqüente encerramento
do ciclo foi a:
A) introdução da navegação a vapor
(1850) e a internacionalização da
navegação pelos rios da bacia
Amazônica;
B) instalação das primeiras fábricas que
produziam produtos de borracha na
América do Norte e na Europa;
C) utilização da borracha brasileira na fabricação
de pneus;
D) utilização da borracha brasileira na fabricação de
diversos equipamentos bélicos;
E) desvalorização da borracha no mercado
internacional.
40. (Funcab/ CBM 2009) A retomada da demanda
da extração do látex na região do vale Madeira-
Guaporé ocorreu em decorrência da 2ª Guerra
Mundial pois:
A) os seringais brasileiros se tornaram competitivos
graças ao investimento do governo brasileiro em
tecnologia para extração do látex;
B) a ação de contrabandistas ingleses, noruegueses
e alemães intensificou-se;
C) a produção do látex no Oriente (Malásia)
aumentou;
D) o Tratado de Petrópolis restabeleceu a paz entre
Brasil e Alemanha;
E) os seringais da Malásia foram ocupados por
tropas japonesas, não sendo possível continuar a
produção.
41. (Funcab/ CBM 2009) A obra de construção da
estrada de ferro Madeira-Mamoré foi iniciada em
1872, quando chegaram a Santo Antonio os
trabalhadores e o material suficiente para a
construção dos primeiros 36 km de ferrovia.
Entretanto a obra teve um ritmo lento considerando
que:
I. os trabalhadores que chegavam eram dizimados
pela fome e por doenças endêmicas da região;
II. os ataques dos índio Karipunas aos
acampamentos eram constantes;
III. era de interesse tanto do Brasil quanto da
Bolívia construir uma estrada que vencesse o trecho
encachoeirado dos rios Madeira e Mamoré;
IV. o maior de todos os obstáculos era a própria
selva amazônica, com suas adversidades.
Dos itens acima mencionados, estão corretos
apenas:
A) I e II;
B) II e III;
C) III e IV;
D) I,II e III ;
E) I,II e IV.
42. (Funcab/ CBM 2009) A construção da estrada
de ferro Madeira-Mamoré foi muito importante para
o desenvolvimento do vale do rio Madeira.
______________ e _____________ foram os
primeiros núcleos de povoamento a se
52
52
desenvolverem na região,
fundamentalmente por serem ponto
inicial e final da referida estrada.
A sequência de palavras que preenche
corretamente as lacunas e:
A) Porto Velho / Guajará-mirim;
B) Ji-paraná / Porto Velho;
C) Jaru /Ariquemes;
D) Parecis / Porto Velho;
E) Porto Velho / Parecis.
43. (Funcab/ CBM 2009) No inicio do
período de colonização (1970) foi
deflagrada pelo governo uma campanha
publicitária nas regiões Sul e Sudeste do
pais, com o slogan “Rondônia, o Novo
Eldorado”, cujo objetivo principal era:
A) inaugurar o Hospital da candelária
entre Porto Velho e Santo Antonio;
B) gerar fluxo migratório de colonos
com destino ao então território de
Rondônia;
C) reativar a produção do látex;
D) impedir o avanço das tropas
bolivianas no território de Rondônia;
E) formar a cidade de Cacoal.
44. (Funcab/ CBM 2009) A evolução e
a emancipação política de Rondônia (de
Território Federal a condição de Estado)
foi lentas e, segundo Edilson L. de
Medeiros, alguns estudiosos da historia
de Rondonia atribuem a emancipação
política aos seguintes fatores:
I. amadurecimento de um grupo político
que passou a lutar junto ao Congresso
Nacional, buscando a emancipação
política de Rondonia;
II. atuação do Presidente Getulio Vargas
na luta pela emancipação política de
Rondonia;
III. construção da BR-364, que liga
Porto Velho a Cuiabá, aumentando o
fluxo migratório e o surgimento de
novos povoados;
IV. extração de cassiterita,
possibilitando o nascimento das
primeiras industrias e desenvolvimento
econômico.
Dos itens acima mencionados, estão
corretos apenas:
A) I e II;
B) II e III;
C) III e IV;
D) I, III e IV;
E) II, III e IV.
SIMULADO 3
1. (Funrio/ Seduc 2008) Com relação ao fuso
horário, quantas horas a “Hora de Rondônia” está
atrasada em relação a “Hora de Greenwich”?
A) 1 hora.
B) 2 horas.
C) 3 horas.
D) 4 horas.
E) 5 horas.
2. (Funrio/ Seduc 2008) Com quais destes estados
Rondônia não faz limite?
A) Amazonas.
B) Pará.
C) Mato Grosso.
D) Acre.
E) Nenhum dos citados.
3. (Funrio/ Seduc 2008) Em que década, do século
XX, foi aberta a rodovia federal 364?
A) Década de 50.
B) Década de 40.
C) Década de 60.
D) Década de 20.
E) Década de 80.
4. (Funrio/ Seduc 2008) Em que ano foi criado o
Estado de Rondônia?
A) 1875.
B) 1981.
C) 1962.
D) 1902.
E) 1943.
5. (Funrio/ Seduc 2008) Até a implantação da
Rodovia Federal BR-364, qual era a principal
modalidade de transporte de Rondônia?
A) Hidroferroviário.
B) Rodoviário.
C) Metroviário.
D) Aéreo.
E) Nenhuma das opções.
6. (Funcab/ Idaron 2009) O Brasil concentra mais
de 10% da água doce disponível na superfície do
planeta. Ovasto emaranhado de rios formam oito
grandes bacias hidrográficas sendo a Amazônica a
maior do mundo, com aproximadamente 3,8
milhões de quilômetros quadrados (em terras
brasileiras). Toda essa caudalosa riqueza representa:
53
53
A) possibilidade de navegação fluvial
com todas as capitais dos países que
fazem a fronteira Norte do Brasil;
B) um bem extremamente valioso para
irrigar terras secas existentes no semi-
árido nordestino;
C) facilidade que os rios representam na
ocupação e povoamento da Amazônia,
inclusive contribuindo para a
configuração geográfica do país;
D) dificuldade de penetração no interior
da floresta, pois os rios são de longa
extensão;
E) existência de um enorme potencial
de energia hidrelétrica, porque a maioria
dos rios corre nos planaltos.
7. (Funcab/ Idaron 2009) . “Moro num
país tropical abençoado por Deus e
bonito por natureza” (...)
Jorge Ben Jor acerta na canção, pois a
maior parte do nosso território está
situada na faixa intertropical. No
entanto, a classificação climática do
Brasil abrange cerca de seis tipos
climáticos. De acordo com o IBGE, o
clima predominante no estado de
Rondônia é:
A) tropical;
B) tropical de Altitude;
C) tropical Chuvoso;
D) subequatorial;
E) equatorial.
8. (Funcab/ Idaron 2009) A idéia de
“desenvolvimento sustentável” está
cada vez em maior evidência entre as
questões da atualidade. De acordo com
este conceito, considera-se que:
A) o meio ambiente, fundamental como
fonte de recursos naturais para as
gerações futuras, deve ser intocável;
B) é o modelo de desenvolvimento que
tem sido aplicado em toda a Região
Sudeste do Brasil, mas não em
Rondônia;
C) deve buscar se explorar os recursos
naturais de uma região, mas sem
comprometer o meio ambiente e
prejudicar a qualidade de vida das
populações;
D) deve se estimular tanto a preservação
das terras indígenas como o
desmatamento para sustentar melhor as
populações rurais;
E) precisamos deixar de utilizar os recursos naturais
e minerais para melhorar a qualidade de vida dos
habitantes do País.
9. (Funcab/ Idaron 2009) “Entre 1960 e 1980, os
incentivos fiscais à agricultura e a descoberta de
minérios provocaram um surto de desenvolvimento
em Rondônia, e uma onda de imigrações elevou a
população de 70 mil para 500 mil pessoas.” (In:
Atlas National Geographic, São Paulo: Abril
Coleções, 2008, p.45.
De acordo com o IBGE, no Censo Demográfico de
2000, este total atingiu 1.379.787 habitantes. Essa
aceleração no crescimento da população de
Rondônia pode ser atribuída:
A) aos dois ciclos de extração de látex que
permitiram a fixação dos seringueiros vindos do
Ceará em vários povoados ao longo do rio Madeira
e do Mamoré;
B) à distribuição da população rondoniense ao
longo dos rios que cortam o estado e seus afluentes
que, com atividades extrativas vegetais, fixam a
população no campo;
C) à Comissão Rondon, que instalou estações
telegráficas em Vilhena, Pimenta Bueno, Ji-Paraná,
Jaru, Ariquemes e Porto Velho, o que permitiu a
comunicação entre essas cidades e acelerou o
processo de urbanização;
D) a um conjunto de fatores de ordem política,
socioeconômica de infra-estrutura (abertura da BR-
364) que, ao atrair fluxos de migrantes de vários
estados, aumentou a população e a rede de cidades;
E) ao aumento das atividades extrativas minerais e
vegetais que atraiu migrantes tanto do Nordeste
como do Sul do país e representavam mão-de-obra
qualificada.
10. (Funcab/ Idaron 2009) “Dois terços de
Rondônia são cobertos pela floresta Amazônica.
Embora dados do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) indiquem uma redução do
desmatamento no estado de 13%, entre 2004 e
2005, parte importante da natureza está destruída.
Segundo o Inpe, já foram queimadas ou derrubadas
57% da vegetação em áreas não protegidas e 31%
nas áreas protegidas.” (In: Atlas National
Geographic, São Paulo:Abril Coleções, 2008, p.45).
Tentando reduzir esses danos ambientais, foram
criadas as seguintes zonas (e subzonas)
socioeconômico-ecológicas abaixo relacionadas:
54
54
A) áreas protegidas pelos indígenas
(zona 1); áreas de uso restrito por lei
(zona 2) e áreas institucionais (zona 3);
B) na zona 1, estão as de uso
agropecuária, agroflorestais e florestais;
zona 2, áreas de usos especiais para a
conservação de recursos naturais
passíveis de uso sob manejo sustentável
e na zona 3, áreas institucionais
constituídas pelas áreas protegidas de
uso restrito e controlado, prevista em
Lei e instituídas pela União, Estado e
Municípios;
C) áreas de uso agropecuária,
agroflorestais e florestais (zona 1); áreas
de usos especiais não possíveis de
manejo sustentável (zona 2) e áreas
institucionais, isto é, áreas protegidas de
uso restrito e controlado, prevista em
Lei e instituídas pela Federação dos
Estados (zona 3);
D) áreas de usos especiais (zona 1);
áreas institucionais previstas por leis
federais, estaduais e municipais (zona
2); áreas de usos agroflorestais (zona 3);
E) áreas de uso no agronegócio (zona
1); usos restritos aos povos indígenas
(zona 2); áreas de usos especiais para a
conservação dos recursos naturais (zona
3).
11. (Funcab/ Idaron 2009) Com a
ocupação dos seringais da Malásia por
tropas japonesas durante a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945), os
Estados Unidos e a Inglaterra buscaram
matéria-prima para equipamentos
bélicos na importação de borracha
brasileira. Para tanto, foi necessária a
assinatura de acordos entre os Estados
Unidos e o Brasil. Estes acordos,
assinados em março de 1942, foram
chamados de “Acordos...:
A) da Amazônia”;
B) Brasileiros” ;
C) de Washington”;
D) da Borracha” ;
E) Ingleses”.
12. (Funcab/ Idaron 2009) A estrada de
ferro Madeira-Mamoré foi um fator de
relevante importância para o vale do
Madeira, pois até 1907 existia apenas
um povoado, o de Santo Antônio do Rio
Madeira.A construção da ferrovia trouxe para a
região os mais variados grupos sociais, como
operários, mascates, comerciantes e as diversões.
Assim, a partir daquele ano, formou-se a cidade de:
A) Esperidião Marques;
B) Porto Velho;
C) Abunã;
D) Vila Murtinho;
E) Jaci-Paraná.
13. (Funcab/ Idaron 2009) Devido à grande
demanda da exploração da borracha, durante a
Segunda Guerra Mundial, muitos nordestinos foram
atraídos com promessas de trabalho nos seringais da
Amazônia. Eram conhecidos como:
A) “mercenários da borracha”;
B) “trabalhadores da borracha”;
C) “empregados da borracha”;
D) “soldados da borracha”;
E) “nordestinos da borracha”.
14. (Funcab/ Idaron 2009) Sobre a história da
emancipação política de Rondônia, considere as
afirmações.
I. A extração de cassiterita promoveu o
desenvolvimento econômico e propiciou a
instalação das primeiras indústrias.
II. A construção da BR-364, ligando Porto Velho à
cidade de Cuiabá, possibilitou o grande fluxo
migratório e a formação de novos núcleos de
povoação.
III. Um grupo político amadurecido junto ao
Congresso Nacional lutou obstinadamente em favor
da emancipação política de Rondônia. Assinale a
opção correta.
A) apenas I;
B) apenas II;
C) apenas III;
D) apenas I e II;
E) I, II e III.
15. (Funcab/ Idaron 2009) 30. A ocupação inicial de
Rondônia insere-se no todo das atividades
extrativistas desenvolvidas no período colonial na
Amazônia. Ela foi importante por que:
A) aproveitou a mão-de-obra dos seringueiros que
vinham do Nordeste, em especial de cearenses;
B) aproveitou a mão-de-obra indígena na coleta das
chamadas “drogas do sertão”;
C) reproduziu em Rondônia o sistema de
monocultura da seringueira que existia na
Amazônia;
D) desenvolveu a região, o que permitiu a fixação
do homem ao longo dos rios;
55
55
E) viabilizou a integração da Região
Norte do Brasil com os países andinos.
16. (Funcab/ Idaron 2009) Apesar da
extensa rede hidrográfica de Rondônia,
tornou-se necessária a construção da
estrada de ferro Madeira-Mamoré, no
sentido de escoar a produção regional e
mesmo a da Bolívia. O rio Madeira,
embora navegável desde a sua foz, no
oceano Atlântico, até Porto Velho,
apresenta um problema decorrente da
sua navegabilidade: dificuldade à
montante, ou seja, “subindo o rio”, pois:
A) o leito do rio, no trecho, não dá
calado, isto é, tem pouca profundidade;
B) as águas, por apresentarem
sedimentos, são bastante escuras;
C) as águas apresentam um trecho
encachoeirado;
D) deve-se às cores barrentas da água
do rio o empecilho para a navegação;
E) a pouca profundidade do Porto
Velho, rumo à nascente, é muito brusca.
17. (Funcab/ Idaron 2009) O tipo de
clima predominante no estado de
Rondônia é:
A) tropical chuvoso;
B) subtropical;
C) tropical de altitude;
D) equatorial;
E) subequatorial.
18. (Funcab/ Idaron 2009) Quanto à
ocupação humana inicial da Amazônia,
a Coroa Portuguesa visava povoar a
região e garantir a posse da terra. O vale
do Madeira demorou a ser atingido,
passando por período de estagnação e
de abandono. No século passado,
surgiram povoados e construiu-se a
estrada de ferro Madeira-Mamoré.
Recentemente, houve um grande
crescimento populacional. De acordo
com o IBGE, no Censo de 2000, a
população absoluta do Estado era de:
A) 835.000 habitantes;
B) 1.379.787 habitantes;
C) cerca de 1 milhão e meio de pessoas;
D) 986.379 habitantes;
E) 884.523 habitantes.
19. (Funcab/ Idaron 2009) As cinco
maiores cidades, pelo número de
habitantes (segundo o IBGE) do estado de
Rondônia são:
A) Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal e
Vilhena;
B) Porto Velho, Guajará Mirim, Ariquemes, Ji-
Paraná e Jaru;
C) Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Ouro Preto
d´Oeste e Jaru;
D) Porto Velho, Vilhena, Pimenta Bueno,
Ariquemes e Ji-Paraná;
E) Porto Velho, Guajará Mirim, Rolim Moura,
Cacoal e Ji-Paraná.
20. (Funcab/ Idaron 2009) “Dois terços de
Rondônia são cobertos pela floresta Amazônica.
Embora dados do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) indiquem uma redução do
desmatamento no estado de 13%, entre 2004 e
2005, parte importante da natureza está destruída.
Segundo o Inpe, já foram queimadas ou derrubadas
57% da vegetação em áreas não protegidas e 31%
nas áreas protegidas”. (In: Atlas National
Geographic, São Paulo: Abril Coleções, 2008,
p.45).
A partir do problema colocado, uma política
afirmativa no sentido de reverter a situação é:
A) o desmatamento em Rondônia não para de
crescer, comprometendo as futuras gerações que
não Terão acesso a produtos vegetais e haverá a
extinção das seringueiras encontradas ao longo dos
afluentes dos rios Madeira e Mamoré;
B) a mobilização de máquinas, especialmente serras
elétricas, além da força humana contribuíram para
que este aumento do desmatamento atingisse três
terços do território de Rondônia, segundo o Inpe;
C) com o desmatamento, aumenta a produtividade
das terras agrícolas e as pastagens podem contribuir
para o incremento da exportação do leite para a
Bolívia;
D) devido à exploração ilegal de madeira,
principalmente nas zonas socioeconômicas e
ecológicas das terras indígenas, os dados indicam
que houve um aumento de 31% para 57% nas áreas
protegidas;
E) o zoneamento socioeconômico-ecológico
implantado no Estado pode contribuir para a
redução do desmatamento
e aumentar a produtividade do agronegócio no qual
se destacam o gado leiteiro e de corte, a extração de
madeiras, cultivo do café e também a atividade
industrial.
SIMULADO 4
56
56
1. (Funcab/ Idaron 2009) A construção
da estrada de ferro Madeira-Mamoré
não serviria apenas às necessidades
brasileiras em facilitar as atividades
comerciais da região, mas também
serviria aos interesses econômicos:
A) colombianos;
B) bolivianos;
C) peruanos;
D) paraguaios;
E) venezuelanos.
2. (Funcab/ Idaron 2009) A partir da
década de 1970, com a implantação da
BR-364, criaram-se vários municípios
em Rondônia e, simultaneamente,
houve grandes fluxos migratórios que
desenvolviam atividades econômicas
ligadas ao agronegócio. Por sua vez
novos fatores administrativos e políticos
contribuíram para a evolução do status
político de Rondônia. Este fato foi:
A) a mudança de denominação do
Território para Território de Rondônia;
B) a emancipação política do município
de Porto Velho;
C) correntes políticas se insurgiram
quanto à emancipação política dos
municípios;
D) a criação do Estado de Rondônia,
por Lei Federal de 1981;
E) a implantação de governos militares
que mantiveram Rondônia com o status
de território.
3. (Funcab/ Idaron 2009) Com a
argumentação de que era melhor
“integrar para não entregar”, o Governo
Federal promoveu a colonização das
terras da região do atual estado de
Rondônia. Para esta empreitada, houve
a criação, pelo Decreto-Lei nº
1.110/1970, do(a):
A) INCRA;
B) FUNAI;
C) SUCAM;
D) PAD;
E) PIC.
4. (Funcab/ Idaron 2009) “Vivemos
tempos dramáticos com grandes crises:
a ecológica, a climática, a alimentar, a
energética e a socioeconômica. [...]
Precisamos de uma mudança, de um novo
horizonte utópico, de coragem para inventar novos
caminhos. Faz-se necessário uma figura carismática
[Barack Obama] que inspire confiança, segurança e
serenidade para enfrentar estes cataclismos e
galvanizar as pessoas para um novo ensaio de
convivência, um modo diferente de arquitetar a
economia e a montagem de um tipo de globalização
pluripolar que respeite as diferenças e possa incluir
a todos num mesmo destino juntamente com a Casa
Comum, a Terra.” Obama: a realização do sonho de
Luther King. (In: Leonardo Boff. JBEcológico,
Jornal do Brasil, ano 7, n 82, nov. 2008, p.35)
Disponível, também, em:
http://www.leonardoboff.com/
A partir da situação-problema colocada, no ponto
de vista do autor e, também, baseado em seus
conhecimentos sobre o atual momento
socioeconômico mundial, pode-se concluir que:
A) o processo de globalização é recente, originou-se
na revolução técnico-informacional ocorrida desde
os anos 70 e é controlado tanto pelos EUA como
pela ONU;
B) das grandes questões do mundo atual, emerge a
do novo papel do Estado, que vem sofrendo redução
em suas funções e, apesar da crise sistêmica, não
intervém no mercado, o que facilita a ação dos
grandes grupos econômicos, em especial, os
financeiros;
C) a atual conjuntura internacional será alterada
com o triunfo de Obama, pois, em seu governo
haverá grandes investimentos no desmatamento da
floresta Amazônica, no sentido de exportar árvores
de valor comercial para os EUA;
D) no atual momento de crise econômico-financeira
mundial, propõe-se um novo modelo de
globalização – mais ecológico - que torne menos
vulnerável as economias de nações emergentes,
como o Brasil;
E) no texto acima, Leonardo Boff preconiza uma
globalização que indica uma relação de causa e
consequência da situação-problema: eleição de
Barack Obama e solução das crises mencionadas,
tanto no nível nacional como global.
5. (Funcab/ Idaron 2009) Reflita sobre o seguinte
trecho da matéria “Amazônia: a verdade sobre a
saúde da floresta” (In: , Veja 26/3/2008, p.96
Edição Especial).
“Na Amazônia encontram-se duas vezes mais
espécies de aves que nos EUA e no Canadá. Apesar
dos números superlativos, calcula-se que apenas um
décimo da biodiversidade da região tenha sido
57
57
estudado. [...] Não se sabe ao certo em
que medida o desaparecimento desse
extraordinário bioma afetaria o
aquecimento global. Mas estudos
recentes mostram que o sumiço da
floresta alteraria a precipitação das
chuvas em várias regiões do globo,
entre elas a Bacia do Prata, a Califórnia,
o sul dos EUA, o México e o Oriente
Médio, causando perturbações à
agricultura dessas regiões. No Brasil
não seria diferente.”
Do ponto de vista geográfico, os
impactos ambientais decorrentes da
ocupação humana e das atividades
econômicas em Rondônia fazem-se
presentes no desmatamento, nas
mudanças climáticas, no
desaparecimento de espécies da fauna e
da flora e de outros recursos naturais.
Daí a importância do “desenvolvimento
sustentável”. Assinale a alternativa que
explica este conceito chave:
A) tipo de desenvolvimento que não
exige dos governos ou das pessoas um
posicionamento ideológico ou uma
consciência ecológica, pois a sociedade
se apropria da natureza, usa seus
recursos e preocupa-se somente com o
que dá lucro financeiro;
B) modalidade de desenvolvimento que
se preocupa em ampliar as áreas
desmatadas da Amazônia como forma
de aumentar a produtividade do
agronegócio, visando a exportação para
países do Hemisfério Norte;
C) tipo de desenvolvimento, em que as
florestas tornam se intocáveis e servirão
de reservas para as populações futuras,
pois as intervenções humanas estão
contribuindo para a degradação
ambiental em Rondônia;
D) desenvolvimento que implica em
mudanças no nosso comportamento, na
formação de uma cultura englobando
princípios como sustentabilidade -
econômica, social, ecológica e político-
institucional; integrando esses
elementos, muitos deles conflitantes ou
concorrentes, num processo de gestão
de conflitos sociais;
E) tipo de desenvolvimento que causa
danos ambientais, mas que é paradigma
para o sistema capitalista industrial, pois visa a
exaustão dos produtos naturais de um estado como
Rondônia, não se importando com as consequências
para os habitantes locais e prejuízos para o país.
6. (Funcab/ Idaron 2009) Interpretando-se o mapa
de Rondônia, a seguir, observamos que ele localiza
o estado com suas coordenadas geográficas e
limites, apresenta alguns dos seus aspectos físicos -
relevo e hidrografia - e a distribuição de suas
principais cidades. Percebe-se, também, uma parte
da planície Amazônica destacando-se pequenos
planaltos, cujo ponto culminante está na serra
Pacaás Novos. Além disso, alguns dos rios fazem
parte da bacia Amazônica.
No que diz respeito às questões demográficas, ao
processo de urbanização e às atividades
econômicas, o mapa permite concluir que a atual
distribuição populacional foi muito marcada...
Disponível em:
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://
waveland __1.tripod.com/mapas/rondônia Acesso
em: 05/01/2009.
A) por incentivos públicos à agricultura e pela
descoberta de minérios, que atraíram uma grande
migração com consequências na urbanização que,
por sua vez, teve na BR-364, o eixo que passou a
interligar diversas cidades, fazendo a conexão
rodoviária entre o Mato Grosso e o Acre;
B) pela hidrografia do estado, pois cerca de 80%
dos rondonienses habitam ao longo dos rios, com
destaque para Porto Velho (rio Madeira), Guajará
Mirim (rio Mamoré) e Costa Marques (rio
Guaporé);
C) pela estrada de ferro Madeira-Mamoré, a via de
fixação de cidades e do escoamento da produção de
látex e da castanha, que até hoje permite que a
maioria da população do estado esteja localizada ao
longo do seu itinerário;
D) pelo crescimento recente da população do
estado, com os fluxos de migrantes principalmente
do Nordeste, como aconteceu no Primeiro Ciclo de
58
58
Extração de Látex e no período
posterior à Segunda Guerra Mundial,
quando os preços do produto o tornaram
novamente valorizado no mercado
internacional;
E) pela fronteira com a Bolívia, fator de
segurança nacional e de projetos de
colonização financiados pelo INCRA,
no sentido de atrair fluxos de migrantes
vindos do Sul do Brasil.
7. (Funcab/ Idaron 2009) “Ministério
Público processa presidente e diretor do
Ibama”
Este foi o título da Folha de S.Paulo
(13/12/2008, p. B14) em matéria sobre a
Ação do Ministério Público sobre a
decisão do Ibama de dar licença prévia
para a instalação da usina de Jirau sem
exigir um novo estudo ambiental.
[...]“Para os promotores, a usina de
Jirau deveria passar por um novo
processo de licenciamento ambiental,
com a elaboração de mais estudos de
impacto ambiental e realização de
audiências públicas para discussão do
empreendimento, até que o Ibama
pudesse reunir elementos para emitir
uma nova licença prévia”.
No Brasil, a relação entre a produção de
eletricidade e o uso de rios como o
Madeira gera polêmicas pelos impactos
ambientais que provoca com os recursos
hídricos (conforme manchete acima).
Isso se justifica porque:
A) o desvio das águas do rio irá inundar
toda uma área agricultável e afetará
principalmente as nações indígenas
localizadas em ambas as margens do
Madeira;
B) a futura usina hidrelétrica irá
desativar a usina termoelétrica rio
Madeira, na cidade de Porto Velho, bem
como a usina termoelétrica Termonorte, instalada
à leste desta cidade;
C) com a instalação das futuras hidrelétricas (Jirau e
Santo Antonio), a pesca se tornará inviável, assim
como as próprias usinas, pois o Madeira é um rio de
planície, logo não oferece as vantagens dos rios que
correm nos planaltos;
D) devido à predominância dos rios do Estado que
correm na planície, a energia produzida e
distribuída no Estado é feita exclusivamente por
termoelétricas;
E) a geração de eletricidade na usina projetada
aproveitará o potencial hidráulico do rio Madeira o
que tornará o Estado tanto gerador como exportador
de energia elétrica.
8. (Funcab/ Idaron 2009) 25. Analise as
informações do quadro “A composição econômica e
a participação nacional” no processo produtivo que
se referem ao estado de Rondônia (dados
econômicos mais recentes):
Disponível em: http://www.brasilescola.com/brasil/economia-
rondonia.htm Acesso em: 06/01/2009 (Fonte adicional:
http://www.seplan.ro.gov.br/noticias.asp?id=928&
tipo=Noticia)
Com base no quadro anterior e nos seus
conhecimentos, pode-se afirmar que:
A) a participação do PIB do estado no PIB nacional,
ou seja, a soma, em valores monetários, de todos os
bens e serviços finais produzidos pelo Brasil num
determinado ano, é elevada;
B) a participação da atividade industrial (30,6%) na
composição do PIB estadual revela a agregação de
valor às cadeias produtivas regionais, como carne e
leite, que atendem tanto ao mercado interno como
externo;
C) a atividade agropecuária no estado vem se
expandindo pelas áreas de floresta onde são
plantados os cafezais;
* Participação na formação do PIB (Produto
Interno Bruto) nacional: 0,6%.
* Composição do PIB estadual:
-Atividade agropecuária: 15,3%.
-Atividade industrial: 30,6%.
- Prestação de serviços: 54,1%.
- PIB per capta : 6.468 reais.
-Volume de exportação: 202,7 milhões de
dólares.
* Principais produtos de exportação com
seus respectivos percentuais:
- Madeira: 83,6%.
- Café em grão: 8,7%.
- Granito: 3,2%.
- Carne congelada: 3,1%.
59
59
D) no setor de serviços, no qual se
concentra cerca de 30% da população
economicamente ativa, os salários são
elevados, o que resulta numa renda
anual bastante expressiva;
E) pelo avanço do desmatamento no
estado, Rondônia destaca-se como o
maior exportador de madeira certificada
do mundo, daí o alto percentual dessa
atividade na pauta de exportação do
país.
9. (Funcab/ Idaron 2009) “Nas palavras
e atos do passado jaz oculto um tesouro
que o homem pode utilizar para
fortalecer e elevar o seu próprio caráter.
O estudo do passado não deve se limitar
a um mero conhecimento da história,
mas deve, através da aplicação desse
conhecimento, procurar dar atualidade
ao passado.”(I Ching livro-base milenar
chinesa).
Procurando “dar atualidade ao mapa”
(abaixo), Portugal e Espanha ao
“partilharem” o Novo Mundo entre
ambas as Coroas, celebraram o Tratado
de Tordesilhas (1494). Conforme o
acordo, coube a Portugal as terras
situadas a leste daquela linha imaginária
e à Espanha, as situadas além dela. Até
que, com a União Ibérica (1580 - 1640),
os bandeirantes chegaram às terras que
hoje formam Rondônia.
Fonte: Oliveira, Ovídio Amélio,
História Desenvolvimento e
Colonização do Estado de Rondônia, 6ª
ed., 2007, p.15.
A importância da região Amazônica
tornava-se cada vez maior, pois a
facilidade de penetração no território, por meio
de seus rios, permitia a ligação com as colônias
espanholas. Era necessário, no entanto, evitar que a
região ficasse aberta aos estrangeiros. Assinale a
alternativa correta:
A) o governo da União Ibérica (1621) criou o
estado do Maranhão e Grão-Pará para inibir a ação
de estrangeiros; B) o novo governo unificado criou,
em 1621, o estado do Grão-Pará para garantir a
posse dessas terras;
C) para evitar a presença estrangeira na região, a
União Ibérica,em1621, criou o estado do Maranhão;
D) como forma de repelir a presença estrangeira na
região, o novo governo criou, em 1621, o estado de
Grão-Pará e Amazonas;
E) com o objetivo de evitar a ação de piratas
estrangeiros na Amazônia, em 1621, o governo da
União Ibérica criou os estados do Amazonas e
Maranhão.
10. (Funcab/ Idaron 2009) Em meados do século
XVIII, a seringueira, também denominada de látex,
entrou para o mundo da ciência como produto
vegetal mais cobiçado do planeta. Essa borracha era
infiltrada em tecidos, lãs e couros e os tornava
impermeáveis. Com a demanda crescente pelas
fábricas nos EUA e Europa, houve, no norte
brasileiro, uma atração de mão-de-obra e a
penetração para o interior da floresta. Esse “boom”
da riqueza transformou Manaus de um povoamento
indígena em uma cidade de cerca de 50 mil
habitantes (1880).
No entanto, com o contrabando, pelos ingleses, de
sementes de seringueira para a Malásia, Manaus
tornara-se quase uma cidade fantasma e a economia
regional ficou arruinada. Neste contexto, os
primeiros exploradores que chegaram aos vales dos
rios Madeira e Mamoré, iniciando o 1º Ciclo da
Borracha em busca das seringueiras, pertenciam a
três grupos básicos:
A) nativos e sulistas; os africanos e os portugueses;
B) bolivianos e escravos; os mulatos e os
portugueses;
C) mamelucos e os nativos; os bolivianos e os
nordestinos;
D) negros e nordestinos; os nativos e os bolivianos;
E) escravos e índios; os nordestinos e os bolivianos.
11. (Funcab/ Idaron 2009) A história política do
atual estado de Rondônia vem sendo desenhada
desde o período em que ele fazia parte dos atuais
Estados do Amazonas e do Mato Grosso. Essa
região, ao se tornar Território Federal do Guaporé
em 1943, deu um grande salto para sua futura
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autonomia política. A emancipação
política do estado de Rondônia e a sua
instalação em 1982, ocorreu pela
conjugação dos fatores:
A) extração da cassiterita promovendo o
desenvolvimento econômico e
favorecendo o surgimento de indústrias;
desenvolvimento do turismo
direcionado ao forte Príncipe da Beira,
além da abertura da RO-399, facilitando
a migração e a fixação do homem;
B) a construção da BR-364,
possibilitando o grande fluxo
migratório; extração de cassiterita
promovendo o desenvolvimento
econômico, além da luta obstinada de
um grupo político esclarecido junto ao
Congresso Nacional;
C) desenvolvimento do turismo na
região, principalmente direcionado ao
forte Príncipe da Beira e à estrada de
ferro Madeira-Mamoré; os incansáveis
pedidos e argumentações de um grupo
político esclarecido junto ao Congresso
Nacional;
D) construção da estrada de ferro
Madeira-Mamoré, promovendo uma
maior dinamização da economia da
região; exploração do ouro, dando
condições para a implantação das
primeiras indústrias;
E) construção da BR-364, ligando Porto
Velho a Cuiabá; a extração do ouro,
dando possibilidades à instalação das
primeiras indústrias, além do turismo
em toda a região.
12. (Funcab/ Idaron 2009) A construção
da estrada de ferro Madeira-Mamoré
não é um fato que se restringe aos
séculos XIX ou ao XX. Já no século
XVIII, Dom Francisco de Souza
Coutinho se defrontou com a
necessidade de construir uma estrada
para vencer a parte não navegável do rio
Madeira. Posteriormente, outros
pensaram também na necessidade de
vencer o trecho encachoeirado do
mesmo rio. Essa situação só veio a ter
solução no século XX, com a
construção da estrada de ferro Madeira-
Mamoréem1907. Assinale a opção
correta:
A) a construção da estrada de ferro Madeira-
Mamoré tornou-se possível pela eficácia da P.&T.
Collins;
B) devido à eficiência da empresa Dorsay e
Caldwel, a construção da estrada de ferro foi
efetivada;
C) a construção da estrada de ferro Madeira-
Mamoré foi, realmente possível, devido a ação da
empresa Public Works;
D) a responsabilidade pela construção da estrada de
ferro Madeira-Mamoré coube à May, Jekyll
&Randolph;
E) só foi possível tornar o sonho da estrada de ferro
uma realidade após a Dorsay e a Public Works
assumirem a sua construção.
13. (Funcab/ Idaron 2009) 30. Há mais de dois
séculos a borracha nativa do Brasil (Hevea
brasiliense ) tem sido importante fator econômico
da região amazônica. As variações entre a maior ou
a menor demanda está relacionada, infelizmente, a
guerras. No primeiro Ciclo, houve uma rentável
exploração durante a guerra franco alemã, em 1872.
A partir de 1912, ocorreu uma grande
desvalorização da borracha brasileira e,
consequentemente, gradativo abandono das áreas de
sua produção. O Segundo Ciclo da Borracha só teve
início anos mais tarde, em função de uma grande
contenda bélica, já nos meados do século XX.
Nesse contexto, devemos considerar:
A) a eclosão da Guerra do Paraguai, que interferiu
no aspecto político mundial;
B) a Revolução Espanhola que alterou o panorama
econômico mundial;
C) a eclosão da Segunda Guerra Mundial, que
transformou os aspectos sócio-econômico-político
mundial;
D) a Guerra do Golfo, que mudou drasticamente os
aspectos sócio-políticos do mundo atual;
E) a eclosão da Guerra de Secessão (EUA), quando
foi afetada a economia norte-americana, atingindo
também a economia mundial.
14. (Funcab/ Sesau 2009) O processo de
colonização da região Norte e consequentemente do
atual Estado de Rondônia foi feito através de:
A) lutas entre portugueses e espanhóis;
B) ocupação da floresta amazônica;
C) missões religiosas comandadas por jesuítas;
D) invasões dos países vizinhos;
E) expedições holandesas.
15. (Funcab/ Sesau 2009) As primeiras expedições
que chegaram ao Norte, onde fica situado
Rondônia, queriam explorar pimenta, castanha-do-
61
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pará, essências etc... Estes artigos eram
conhecidos como:
A) drogas do sertão;
B) especiarias;
C) artigos de luxo;
D) drogas indígenas;
E) drogas da floresta.
16. (Funcab/ Sesau 2009) A população
que ocupa a região Norte seja ela rural
ou urbana como a de Porto Velho, no
Estado de Rondônia, se fixa sempre ao
longo dos rios, e por isso é chamada de
população:
A) das águas;
B) dos igarapés;
C) amazônica;
D) de lagunas;
E) ribeirinha.
17. (Funcab/ Sesau 2009) A região
Norte ou Amazônia da qual Rondônia
faz parte, faz uso de muitos meios de
transporte. O que é utilizado com
intensidade nessa região é o transporte:
A) rodoviário;
B) hidroviário;
C) ferroviário;
D) aéreo;
E) marítimo.
18. (Funcab/ Sesau 2009) Entre 1877 e
1910 no atual território conhecido hoje
como Amazônia, e principalmente no
atual Estado de Rondônia, ocorreu o
Primeiro Ciclo da Borracha. Dos
primeiros exploradores, além dos
nativos, dos mamelucos e estrangeiros,
constava um significativo grupo de
imigrantes brasileiros. Eram eles:
A) gaúchos;
B) cariocas;
C) paranaenses;
D) nordestinos;
E) mineiros.
19. (Funcab/ Sesau 2009) O Primeiro
Ciclo da Borracha trouxe um extenso
desenvolvimento para a Região e
também para o território ocupado hoje
por Rondônia. Uma das consequências
disso foi:
A) o surgimento do Estado de Mato
Grosso;
B) a instalação das linhas telegráficas
estratégicas;
C) a elevação de Manaus à categoria de Estado;
D) a descoberta de ouro na região;
E) a construção da estrada de ferro central do
Brasil.
20. (Funcab/ Sesau 2009) A ferrovia Madeira-
Mamoré, no território de Rondônia, foi um dos
fatores responsáveis pelo crescimento da região. Ela
fazia a ligação entre as cidades de:
A) Porto Velho e Guajará-Mirim;
B) Guajará-Mirim e Cuiabá;
C) Porto Velho e Vilhena;
D) Ji-Paraná e Guajará-Mirim;
E) Guajará-Mirim e Manaus.
21. (Funcab/ Sesau 2009) A ferrovia Madeira-
Mamoré foi construída margeando um dos grandes
rios do Estado de Rondônia. Trata-se do rio:
A) Xingú;
B) Beni;
C) Madeira;
D) Amazonas;
E) Guaporé.
22. (Funcab/ Sesau 2009) As florestas rondonienses
são ricas em espécies vegetais e a sua exploração
foi responsável pelo povoamento da região. Hoje,
estas florestas ainda constituem um grande fator
econômico para o Estado em função da extração de:
A) cacau;
B) feijão;
C) uva;
D) mandioca;
E) madeira.
23. (Funcab/ Sesau 2009) O relevo da região Norte,
bem como do Estado de Rondônia, é caracterizado
pelo domínio de terras baixas, como planícies,
depressões e planaltos pouco elevados. Também é
um território rico em rios que formam importantes
bacias. Entre outras, podemos citar a:
A) Bacia do São Francisco;
B) Bacia do Paraná;
C) Bacia Amazônica;
D) Bacia do Uruguai;
E) Bacia do Parnaíba.
24. (Funcab/ Sesau 2009) Embora pareçam uma só,
a região Norte e a Amazônia são duas formas de
regionalização diferentes. O Estado de Rondônia
faz parte delas, mas o que as diferencia é que a
Amazônia:
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A) tem cerca de 3,8 milhões de km²;
B) é uma região muito povoada;
C) possui um grande complexo
hidroviário;
D) estende-se por outros países latino-
americanos;
E) é suprida por excelente rede
hoteleira.
25. (Funcab/ Sesau 2009) A ocupação
portuguesa na Amazônia teve início em
1616 com a fundação do Forte do
Presépio. No entanto, os primeiros
núcleos de povoamento em terras que
seriam o futuro Estado de Rondônia se
deram:
A) pela colaboração dos indígenas da
região;
B) devido ao fácil acesso pelos rios da
região;
C) através das missões religiosas dos
séculos XVII e XVIII;
D) com o empenho dos espanhóis em
colonizar a região;
E) pelo declínio da resistência indígena.
26. (Funcab/ Sesau 2009) A região
Norte, onde fica localizada o Estado de
Rondônia, abriga a bacia Amazônica,
maior sistema fluvial do planeta e que
se estende através de seus afluentes por
outros países. É correto dizer que entre
estes países estão:
A) Venezuela e Equador;
B) Chile e Bolívia;
C) Suriname e Chile;
D) Colômbia e Uruguai;
E) Colômbia e Paraguai.
27. (Funcab/ Sesau 2009) A Amazônia
é coberta pela maior e mais exuberante
floresta tropical da superfície terrestre,
que vem sendo destruída pelas
atividades econômicas da região.
Dessas atividades, no Estado de
Rondônia encontramos:
A) a criação de búfalos;
B) a plantação de capim para alimentar
o gado;
C) a extração de mogno, madeira nobre;
D) o plantio de milho e soja;
E) a instalação de indústrias de grande
porte.
28. (Funcab/ Sesau 2009) A construção da
ferrovia Madeira-Mamoré, onde hoje é o Estado de
Rondônia, resultou de um acordo feito entre Brasil e
Bolívia em 1903. Esse acordo ficou conhecido
como o Tratado:
A) de Guaporé;
B) da Amizade;
C) de Navegação;
D) Amazônico;
E) de Petrópolis.
29. (Funcab/ Sesau 2009) O período compreendido
entre 1877 e 1910 ficou conhecido no Brasil como
“Primeiro Ciclo da Borracha”. Extraía-se a borracha
na Amazônia, principalmente entre o Brasil e a
Bolívia, onde está situado o Estado de Rondônia.
Um pouco depois, a produção brasileira entrou em
decadência. Podemos apontar como causa principal
do declínio desta produção:
A) o isolamento da Região Norte;
B) a falta de mão-de-obra para a exploração;
C) a produção de látex feita pelo Reino Unido;
D) a preocupação com a preservação ambiental;
E) a proposta de internacionalização da Amazônia.
30. (Funcab/ Sesau 2009) A ferrovia Madeira-
Mamoré, importante ponto de escoamento da
produção da borracha no início do século XX,
encontra-se atualmente quase toda abandonada. A
construção dessa ferrovia no território de Rondônia
deveu-se, entre outros motivos à:
A) necessidade de povoar a Amazônia;
B) desordenada demanda populacional;
C) produção de látex no Sudeste Asiático;
D) ocupação de asiáticos e europeus;
E) ocupação pelos seringueiros do território
boliviano.
31. (Funcab/ Sesau 2009) Em sua vasta extensão
territorial, o Brasil situa sua economia entre as
metrópoles do Sudeste e áreas quase despovoadas,
que começam agora, a integrarem-se à economia
nacional. Entre estas áreas, podemos citar estados
como Tocantins, Acre e Rondônia entre outros. Esta
integração é feita atualmente por:
A) vasta área de lazer e cultura;
B) extensa rede de transportes;
C) expansão das fronteiras agrícolas;
D) investimento em conservação ambiental;
E) aumento considerável do transporte hidroviário.
32. (Funcab/ Sesau 2009) Embora na Amazônia as
temperaturas sejam elevadas o ano todo, em alguns
pontos de seu território como no sul do Amazonas,
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no Acre e em Rondônia, ocorrem
quedas bruscas de temperatura
conhecidas como fenômeno da friagem.
Isto ocorre devido:
A) à evaporação das águas dos rios e
dos lagos;
B) ao deslocamento de massa de ar
polar vinda do Sul;
C) a intensas chuvas chamadas de
inverno;
D) à grande quantidade de rios na
região;
E) à temperatura quente e úmida vinda
da floresta.
33. (Funcab/ Sesau 2009) Em 1966, no
governo do marechal Castelo Branco,
foi definida uma nova região de
planejamento para os estados do Norte
entre eles Rondônia, além dos estados
do Maranhão e Mato Grosso. Este
projeto denominou a região como
“Amazônia Legal” e foi criado pelo
órgão chamado:
A) Suframa;
B) Sudene;
C) Cadevasf;
D) Sudam;
E) Sudeco.
34. Os atritos entre colonos e os
missionários resultavam:
A) do mal tratamento que os
missionários davam aos indígenas.
B) da possibilidade de falta de mão-de-
obra com os descimentos.
C) dos privilégios que várias leis deram
aos missionários.
D) da impossibilidade de os
missionários dirigirem as aldeias de
repartição.
35. São causas dos recentes processos
migratórios dirigidos para Rondônia nas
décadas de 1970 e 1980:
A) a colonização da BR-364 e os
garimpos de ouro do rio Madeira.
B) o segundo ciclo da borracha.
C) a colonização do eixo ferroviário da
Madeira-Mamoré.
D) a formação das grandes lavouras de
soja e cacau entre Porto Velho e
Humaitá.
E) a abertura dos garimpos de cassiterita nos rios
Ji-Paraná e Machado.
36. Os atos do poder executivo no território eram
aprovados:
A) pelos prefeitos.
B) pela Assembléia Legislativa.
C) pelo poder público ao nível federal.
D) pelo conselho territorial.
E) pelo ministro do planejamento.
37. Os prefeitos dos municípios dos territórios
eram:
A) eleitos pelos cidadãos.
B) nomeados pelo Presidente da República.
C) eleitos por um colégio eleitoral pessoas que
portassem curso superior.
D) nomeados livremente pelo Governador do
Território.
38. O contrato de arrendamento da região do Acre
provocou:
A) uma nova insurreição de brasileiros na região
liderados por Plácido de Castro.
B) uma reação de tranquilidade do governo
brasileiro através de seu chanceler o Barão do Rio
Branco.
C) a insurreição acreana liderada por Galvez.
D) um telegrama do governo brasileiro
parabenizando o governo boliviano.
39. Foi o principal quilombo do Vale do Guaporé:
A) Mutuca.
B) Cidade Maravilhosa.
C) Serra da Barriga.
D) Piolho.
E) Palmares.
F) N.D.A.
40. Não pode ser considerado fato ligado à
resistência escrava no Vale do Guaporé:
A) a fuga de escravos para colônia espanhola.
B) o suicídio e os crimes contra os senhores.
C) a formação de quilombos.
D) as revoltas armadas de escravos.
E) a negociação com os senhores e os feitos.
41. Qual o fator que provocou o aumento da
demanda de mão-de-obra na Amazônia após a
segunda metade do século?
A) a letargia econômica em que se encontrava a
Amazônia.
B) o abastecimento de indústrias de pneumáticos na
região.
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C) a conquista de novas áreas indígenas.
D) o crescimento da demanda de
borracha pelo mercado internacional.
E) a abertura do noroeste boliviano à
navegação.
42. Para resolver a questão da demanda
de mão-de-obra no Vale Amazônico
Tavares Bastos sugeriu:
A) a intensificação do apresamento do
indígena.
B) a adoção do trabalho escravo.
C) o estabelecimento de relações de
trabalho servis.
D) a absorção de trabalhadores de
outros países.
E) a libertação dos escravos negros do
sul do país e sua transmigração para a
Amazônia.