história e geografia de rondônia

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1 1 PROFª SÔNIA ARRUDA FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA FORTALEZA QUE VIROU PRESÍDIO “O Forte Príncipe não é somente uma grande fortaleza, ele é um marco da devastação e prepotência de um reinado”. “Somente a energia e a determinação do Governador Dom Luiz de Cáceres, a competência e esforço dos engenheiros, técnicos, operários e a compulsória mão-de-obra escrava tornaram possível a construção do Forte Príncipe, obra a serviço dos homens D’El Rei, nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê... é serviço de Portugal. E tem de se cumprir”. O Forte Príncipe da Beira não é apenas uma grande fortaleza, ele representa a potência portuguesa ao construir uma obra faraônica na região, com a intenção de defender os limites portugueses, no auge do Ciclo do Ouro, e também vigiar sua inimiga, a Espanha que tencionava atingir o Oceano Atlântico através dos rios Guaporé e Paraguai. Esta imponente obra de 970 metros de extensão e 10 metros de altura, no coração da Amazônia, nem mesmo chegou a ser utilizada como base militar. A demora nas comunicações viriam a impedir que a Capitania de Mato Grosso tomasse conhecimento do tratado de Ildefonso firmado entre Portugal e Espanha. O tratado legitimava o domínio da margem direita do Guaporé a Portugal, tornando desnecessária a empreitada, entretanto, o comunicado chegaria a Vila Bela, com atraso de ano. A disputa entre Portugal e Espanha vem de 1750, através do tratado firmado entre os dois reinados, que defendia as linhas de fronteira do rio Guaporé. O Forte Príncipe não foi a primeira construção dessa envergadura na região, no entanto, foi a mais dispendiosa e demorada, pois deveria impor respeito ao inimigo, por sua localização estratégica. O rei de Portugal, Dom José I, já havia criado a Capitania de Mato Grosso, cuja capital era Vila Bela, e nomeou como governador, Dom Luiz de Cáceres, em 1771. Luiz de Cáceres chegaria na capitania depois de longos 13 meses de viagem, iniciando a construção da fortaleza sobre forte pressão política de seu rei e da proximidade do inimigo. “A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei...”, escreveria em 1776, ano em que foi iniciado a construção do Forte. As dificuldades impostas pelas distâncias fluviais; a ausência de mão-de-obra especializada, e a ineficiente comunicação com Portugal castigavam, mais não desencorajam a coroa portuguesa que prosseguia com a obra. De Forte À Prisão A construção do Forte Príncipe da Beira remota da passagem de flotilha de Pedro Teixeira pela embocadura do rio que ele denominou das Madeiras, entre 1637-39, quando a coroa portuguesa resolveu ficar com a posse do curso do rio Amazonas e de suas terras marginais até a região de Paiamino, no rio Aguarico. A passagem do bandeirante Antonio Raposo Tavares, em 1648-52, pelas localidades que separam as bacias dos rios Prata e Amazonas seguindo até as proximidades do Grão-Pará, serviriam como base para a dominação portuguesa no vale Guaporé Dom José I, rei de Portugal cria, em 1746, a capitania de Mato Grosso, esta garantiu a posse para os portugueses dessas terras, nomeando como seu primeiro governador o capitão de infantaria, D. Antônio Rolim de Moura. Inicia-se assim o ciclo de dominação e destruição portuguesa na região. O tratado de Madri, firmado entre Portugal e Espanha (1750), que definia as linhas de fronteira do rio Guaporé, nos anos posteriores, não era mais obedecido por nenhum dos reinados após a descoberta de jazidas de ouro no Vale do Guaporé. Dom Luiz Cáceres é nomeado governador de Mato Grosso, em 1772, gasta 13 meses e 14 dias

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História e Geografia de Rondônia - profª Sônia Arruda

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Page 1: História e Geografia de Rondônia

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1

PROFª SÔNIA ARRUDA

FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA

FORTALEZA QUE VIROU

PRESÍDIO

“O Forte Príncipe não é somente uma

grande fortaleza, ele é um marco da

devastação e prepotência de um reinado”.

“Somente a energia e a

determinação do Governador Dom Luiz

de Cáceres, a competência e esforço dos

engenheiros, técnicos, operários e a

compulsória mão-de-obra escrava

tornaram possível a construção do Forte

Príncipe, obra a serviço dos homens

D’El Rei, nosso senhor e, como tal, por

mais duro, por mais difícil e por mais

trabalhoso que isso dê... é serviço de

Portugal. E tem de se cumprir”.

O Forte Príncipe da Beira não é

apenas uma grande fortaleza, ele

representa a potência portuguesa ao

construir uma obra faraônica na região,

com a intenção de defender os limites

portugueses, no auge do Ciclo do Ouro,

e também vigiar sua inimiga, a Espanha

que tencionava atingir o Oceano

Atlântico através dos rios Guaporé e

Paraguai. Esta imponente obra de 970

metros de extensão e 10 metros de

altura, no coração da Amazônia, nem

mesmo chegou a ser utilizada como base

militar. A demora nas comunicações

viriam a impedir que a Capitania de

Mato Grosso tomasse conhecimento do

tratado de Ildefonso – firmado entre

Portugal e Espanha. O tratado

legitimava o domínio da margem direita

do Guaporé a Portugal, tornando

desnecessária a empreitada, entretanto, o

comunicado chegaria a Vila Bela, com atraso de

ano.

A disputa entre Portugal e Espanha vem de

1750, através do tratado firmado entre os dois

reinados, que defendia as linhas de fronteira do rio

Guaporé. O Forte Príncipe não foi a primeira

construção dessa envergadura na região, no entanto,

foi a mais dispendiosa e demorada, pois deveria

impor respeito ao inimigo, por sua localização

estratégica. O rei de Portugal, Dom José I, já havia

criado a Capitania de Mato Grosso, cuja capital era

Vila Bela, e nomeou como governador, Dom Luiz

de Cáceres, em 1771.

Luiz de Cáceres chegaria na capitania

depois de longos 13 meses de viagem, iniciando a

construção da fortaleza sobre forte pressão política

de seu rei e da proximidade do inimigo. “A

soberania e o respeito de Portugal impõem que

neste lugar se erga um forte, e isso é obra e serviço

dos homens de El-Rei...”, escreveria em 1776, ano

em que foi iniciado a construção do Forte. As

dificuldades impostas pelas distâncias fluviais; a

ausência de mão-de-obra especializada, e a

ineficiente comunicação com Portugal castigavam,

mais não desencorajam a coroa portuguesa que

prosseguia com a obra.

De Forte À Prisão

A construção do Forte Príncipe da Beira

remota da passagem de flotilha de Pedro Teixeira

pela embocadura do rio que ele denominou das

Madeiras, entre 1637-39, quando a coroa

portuguesa resolveu ficar com a posse do curso do

rio Amazonas e de suas terras marginais até a região

de Paiamino, no rio Aguarico. A passagem do

bandeirante Antonio Raposo Tavares, em 1648-52,

pelas localidades que separam as bacias dos rios

Prata e Amazonas seguindo até as proximidades do

Grão-Pará, serviriam como base para a dominação

portuguesa no vale Guaporé

Dom José I, rei de Portugal cria, em 1746, a

capitania de Mato Grosso, esta garantiu a posse para

os portugueses dessas terras, nomeando como seu

primeiro governador o capitão de infantaria, D.

Antônio Rolim de Moura. Inicia-se assim o ciclo de

dominação e destruição portuguesa na região. O

tratado de Madri, firmado entre Portugal e Espanha

(1750), que definia as linhas de fronteira do rio

Guaporé, nos anos posteriores, não era mais

obedecido por nenhum dos reinados após a

descoberta de jazidas de ouro no Vale do Guaporé.

Dom Luiz Cáceres é nomeado governador

de Mato Grosso, em 1772, gasta 13 meses e 14 dias

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para percorrer o Rio de Janeiro até a

Vila Bela, capital de Mato Grosso. Um

exemplo das dificuldades impostas pela

Amazônia e à destruição da localidade

para que os portugueses construíssem o

Forte Príncipe da Beira, que seria

abandonado anos depois quando

Portugal, por motivos financeiros e

políticos, perdeu o interesse pela região.

A construção do forte que assegurou o

domínio português, na margem direita

do Guaporé e permitiu a vigilância dos

rios Guaporé e Paraguai foi iniciada, em

1776, ainda no governo de Luiz Cáceres

e finalizada em 1783. Com o fim do

Ciclo do Ouro, no Vale Guaporé, e a

Proclamação da República o Forte

Príncipe é renegado ao esquecimento.

Não havia mais interesse em manter

uma fortaleza na Amazônia. O Forte

Príncipe não é somente uma grande

fortaleza, ele é o marco da devastação e

prepotência de um reinado. Somente em

1914, através de Marechal Cândido

Rondon o forte voltaria a ser lembrado,

depois de servir durante muitos anos

como presídio e asilo dos desterrados de

Portugal.

EFMM, EPOPÉIA DE SUOR E

SANGUE

“Era o homem tentando subjugar as hostis

imposições do meio ambiente e escapar ao

determinismo geográfico da mais

emaranhada rede hidrográfica do

planeta” – Esron de Menezes.

Encurralada entre os Andes e os

desertos do Gran Chaco e refém do

Chile e do Peru, na dependência

absoluta do escoamento da produção de

seus produtos, a Bolívia percebeu, em

1860, a necessidade da construção de um porto no

Rio Madeira para comunicação direta com o

Atlântico. A primeira idéia de uma ferrovia na

Amazônia, ao longo dos trechos encachoeirados do

Madeira, foi apresentada pelo general boliviano

Quentin Quevedo, em 1861.

Cinco anos mais tarde, época da Guerra do

Paraguai, o Brasil resolveu entrar em entendimento

com o governo da Bolívia. “Em 1866, a ligação de

Mato Grosso com o Atlântico ganhou importância

para o Brasil, já que o conflito na bacia do Prata

praticamente interditou seus rios à navegação

brasileira” – diz textualmente Manoel Rodrigues

Ferreira em “A Ferrovia do Diabo”.

Em 1867, a Bolívia se mostra atraída.

Decide ficar do lado brasileiro. A abertura de uma

saída através do Madeira serviria também para

escoar o ouro e a prata andina, além da borracha.

Surgiu então o Tratado de Amizade, Limites,

Navegação, Comércio e Extradição, em

conseqüência veio a criação da Madeira Railway

Co. Ltda.

Desafio da Construção

Veio da Inglaterra a Public Works, empresa

que iniciaria a construção da Estrada de Ferro

batizada com o nome Madeira Mamoré. No dia 6 de

julho de 1872 chega à Cachoeira de Santo Antonio,

o primeiro grupo de engenheiros ingleses. “Era o

homem tentando subjugar as hostis imposições do

meio ambiente escapar ao determinismo geográfico

da mais emaranhada rede hidrográfica do planeta” –

analisa o historiador Esron de Menezes.

A formação rochosa e o pântano na região

faziam os trabalhadores acreditarem que mesmo

dispondo de todo o dinheiro do mundo e a metade

de sua população, seria impossível construir a

estrada. A Public Works desistiu da construção e

entrou com ação indenizatória contra o governo

brasileiro perante à justiça londrina, alegando que a

obra havia sido mal exposta, principalmente quanto

a extensão da estrada e que a zona era um antro de

podridão onde os seus homens morriam feito

moscas.

Com a desistência da Public Works, o

governo contrata a empresa americana P&T Collins.

Logo no início os americanos perdem na viagem

700 toneladas de material e oitenta pessoas morrem

afogadas num naufrágio. Homens são vitimados por

febres e calafrios, desenteria, varíola e pneumonia.

Italianos, trazidos para o trabalho, sob ameaça de

morte, se rebelam e fogem para a floresta.

Anotações da época dão idéia da tragédia: “Na

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calada da noite, apavorados, setenta e

cinco italianos abandonaram o

acampamento, penetraram na espessa

floresta amazônica, e tomaram o rumo

da Bolívia. Desapareceram no meio da

mata, e nunca mais ninguém soube

deles: se morreram de fome, de

doenças, ou devorados pelos índios. A

espantosa tragédia que viveram naquela

região Amazônica jamais seria contada,

nenhum sobreviveria, permaneceria,

para sempre, desconhecida do mundo

civilizado”.

Em quatro meses de trabalho

apenas quatro quilômetros de trilhos

haviam sido construídos. Assim como

os ingleses, os americanos falham.

Alguns trabalhadores desceram os rios

Madeira e Amazonas chegando em

estado precário à Belém (PA). De

acordo com testemunhos colhidos por

Amizael Gomes da Silva, eles dormiam

de favor e durante o dia pediam esmolas

para o alimento. Os que teimaram em

ficar na cachoeira de Santo Antônio

foram atacados pelos índios.

No dia 19 de agosto de 1879, a

construção foi suspensa. Os sete

quilômetros de estrada construída, uma

locomotiva, três maquinários e as

sepulturas de americanos, irlandeses,

italianos e brasileiros foram

abandonados. Thomas Collins, o

empreiteiro, voltou para os Estados

Unidos na miséria e viu a esposa morrer

num hospital para loucos.

Tratado de Petrópolis

No final da guerra Bolívia e

Chile, a borracha valorizava-se. O

governo boliviano não tinha recursos

para explorar os seringais do Acre, já

invadidos por brasileiros nordestinos.

Quando a Bolívia tentou recuperar sua

soberania, sofreu a revolta do acreano e

se viu obrigada a desistir das terras

mediante indenização de 2 milhões de

libras esterlinas. A transação abriu

caminho para a assinatura do Tratado de

Petrópolis, firmado em 17 de novembro

de 1903.

O governo brasileiro assumiu,

formalmente, o compromisso de

construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré,

com liberdade de trânsito por essa ferrovia e pelos

rios brasileiros até o Oceano Atlântico de produtos

bolivianos. A Bolívia daria ao Brasil a área de 191

mil metros quadrados, referente ao atual estado do

Acre.

Obrigado pelas disposições do Tratado, o

governo brasileiro toma as providências iniciais

para a retomada da construção da estrada de ferro,

contornando as cachoeiras do alto rio Madeira,

partindo de Santo Antônio até Guajará-Mirim.

MARECHAL RONDON

DESBRAVANDO O SERTÃO

“Do Mato Grosso ao Amazonas, Rondon

instalou 2.232 quilômetros de linhas telegráficas”.

O ano era 1907. O oficial do corpo de

engenharia militar, Cândido Mariano da Silva

Rondon, o Marechal Rondon acabara de ser

encarregado pelo Governo Federal para implantação

da linha telegráfica entre os Estados do Mato

Grosso e Amazonas. Os pontos extremos eram as

cidades de Cuiabá e Santo Antônio do Rio Madeira,

a sete quilômetros da atual capital, Porto Velho.

Para cumprir melhor a missão, Rondon, ainda

tenente-coronel do Exército, dividiu os trabalhos em

três etapas e as denominou “expedições”.

A primeira expedição começou em 02 de

setembro de 1907 e o ponto de partida foi

Diamantino, no Mato Grosso. Demorou apenas 74

quilômetros para Rondon e seus homens

encontrarem o que seria o maior desafio da missão:

os índios. O militar usou métodos humanitários na

pacificação e fazia toda a tropa expedicionária ser

subordinada ao lema: “morrer se preciso for, matar

nunca”. Na primeira parte dos trabalhos de

instalação da linha telegráfica Cândido Mariano da

Silva Rondon abriu 1.781 quilômetros de picadas.

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A segunda expedição ocorreu de

29 de julho a 03 de novembro de 1908.

Esta seria mais arriscada que a primeira.

Toda a tropa teria que enfrentar os

ferozes índios Nhambiquaras. Muitos

homens amedrontados e acovardados

abandonaram a comitiva e foram

denominados por Rondon como

“soldados de espírito fraco”. Mais uma

vez o método de pacificação surtiu

efeito os “selvagens”. Entre as

localidades de Juruema e a Serra do

Norte, ambas no Mato Grosso, a

expedição ergueu 1.653 km de linha

telegráfica.

A mais famosa das expedições, a

terceira, aconteceu em 1909. Nesta

Rondon avançou todo o sertão do atual

Estado de Rondônia. A travessia durou

237 dias. As dificuldades aumentaram

na última etapa da missão. Índios

fizeram emboscadas e mataram um dos

soldados. Em função do perigo, os

expedicionários se detiveram 51 dias e

buscaram localizar as cabeceiras que

davam para os rios Guaporé, Madeira e

Tapajós.

No dia 09 de outubro, os

expedicionários descobriram um rio de

50 metros de largura. Rondon o batizou

com o nome de Pimenta Bueno, uma

homenagem aos serviços de um amigo

geógrafo. O tenente-coronel chefiava

uma tropa de 28 homens que passavam

grandes dificuldades com a falta de

alimentos. Mas no dia 25 de dezembro a

expedição chegava, finalmente, ao

objetivo, Santo Antônio do Rio

Madeira, com 2.232 km de linha

levantada. Entusiasmado Mariano

Cândido da Silva Rondon discursa:

“Assim findou a nossa

peregrinação de 8 meses, através dos

sertões do nordeste mato-grossense, a

exploração realizada sob os auspícios

do santo amor à Pátria. Não fôramos

mantidos por este sublime sentimento,

não teríamos energia moral suficiente

para suportar tão grandes choques e das

privações de toda a sorte que nos

atormentaram a travessia”.

O último poste de linha

telegráfica foi implantado somente em

1915, ano em que foi esticada a última roldana de

fio. Outras expedições foram feitas até os rios

Jamary, Anary e Machadinho, rio das Dúvidas, Ji-

paraná ou Machado e Jacy Paraná.

Homenagem recusada

Na tarde do dia 13 de setembro de 1943, era

assinado no Palácio do Catete, o decreto-lei 5.812

de criação do Território que seria implantado com

áreas desmembradas dos Estados de Mato Grosso e

Amazonas. Houve corrida pelo nome do Território,

até que por sugestão do ministro de Viação e Obras

Públicas, Mendonça Lima, veio a idéia do nome

Rondônia, em homenagem ao general Cândido

Rondon. Ao ter conhecimento da indicação,

Rondon, segundo os historiadores, recusou a

homenagem.

Diante da negativa, outros nomes foram

sugeridos: Minas Novas, Urucumacuan, Madeira e,

finalmente Guaporé. Mais tarde o nome Rondônia

prevaleceu, pela Lei 2.731 de 17 de fevereiro de

1956, por projeto de um deputado amazonense.

Embora tenha tratado com crueldade os

subordinados, negado prestação de contas da linha

telegráfica e recusado a homenagem do nome

Rondônia, não se pode negar que Cândido Mariano

da Silva Rondon foi um dos maiores pioneiros deste

Estado e grande personalidade do início do século.

Nascido em 05 de maio de 1855, ele

ascendeu, ainda jovem, aos maiores postos de

hierarquia militar por reais méritos. Foi escolhido

“Patrono das Comunicações”, recebeu o título

“Civilizador dos Sertões” e, em 1953, foi lançado

candidato ao Prêmio Nobel da Paz.

BORRACHA ATRAI NODESTINOS

“Fortalecimento populacional na região com o

Ciclo da Borracha”

A Amazônia é novamente descoberta como

fonte de imensa riqueza na metade do século XIX.

Encerrado o Ciclo do Ouro, tem início o Ciclo da

Borracha que representa um dos maiores processos

migratórios da região. Através dele vieram para

região milhares de nordestino expulsos pela seca de

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1877. Primeiro ciclo que resultaria mais

tarde na Guerra do Acre (1903) e

possibilitaria no segundo ciclo, a

criação do Território de Guaporé

(1943).

Em sua primeira fase (1911-14),

o Brasil ocuparia a posição de maior

produtor de borracha silvestre do

mundo tendo como concorrente seu

vizinho, a Bolívia. Esta república tinha

uma grande desvantagem em relação ao

Brasil, seus seringais ficavam na parte

oriental dificultando o escoamento do

produto para o Oceano Atlântico. Em

20 de abril de 1867, Brasil e Bolívia

assinam o Tratado de Amizade, Limites,

Navegação, Comércio e Extradição;

assim começa o processo que

desencadearia mais tarde a construção

de uma estrada de ferro ligando o

Madeira ao Mamoré, um projeto

boliviano.

Mesmo assim, a proximidade

destas duas potências produtoras de

látex – matéria-prima da borracha – na

mesma região, onde futuramente seria o

Acre, daria origem a Guerra do Acre,

liderada pelo ex-major do Exército

Plácido de Castro. Com a vitória do

Brasil, nessa luta, a região passa a fazer

parte do nosso território e novamente é

assinado um tratado com a Bolívia, o

Tratado de Petrópolis (1903), e o Brasil

assume a responsabilidade de continuar

a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

2ª Guerra

O Brasil perdeu sua supremacia

como produtora de borracha para as

colônias inglesas na Ásia, terminando

assim o primeiro Ciclo da Borracha. Em

1942, durante a 2ª Guerra Mundial,

inicia o segundo Ciclo da Borracha. Os

Estados Unidos impossibilitados de

alcançar os seringais asiáticos,

redescobrem a Amazônia. Eles

necessitavam desse produto para a

produção dos pneus utilizados nos

veículos na frente de combate.

Brasileiros, principalmente, os do

Nordeste, são atraídos para lutar na

“Guerra Verde”, na Amazônia. O

inimigo armado não existia, na verdade

a luta era contra as doenças tropicais e os mãos

tratos do governo.

O Brasil volta a posição de maior produtor

de borracha do mundo, com a assinatura do tratado

de Washington (1941), firmado entre o Brasil e

Estados Unidos, durante o Governo de Getúlio

Vargas. Este fato proporcionou o retorno

populacional e um grande impulso econômico. Esse

pedaço da Amazônia voltava a despertar interesses

internacionais, mas, com o fim da 2ª Guerra a

produção da borracha em grande quantidade para

uso bélico, deixava de ser necessário, em 1950 tem

fim a segunda fase do Ciclo da Borracha.

Primeiro Ciclo

A Bolívia, em 1846, necessitava da abertura

de uma rota para exportar a borracha produzida, na

parte oriental de seus seringais, ao Oceano

Atlântico. Dois projetos são elaborados para

solucionar este problema, a primeira opção seria

uma rota fluvial entre os rios Madeira e Mamoré; a

segunda uma ferrovia que seria construída na

margem direita do Madeira até a localidade de

Santo Antônio.

O governo boliviano prefere a primeira

alternativa e o engenheiro-militar, inglês, George

Earl Church, recebe o encargo de fundar uma

empresa de navegação entre os rios. Surge então a

National Bolivian Navigation Company que não

chega a ser finalizada. Os bancos da Inglaterra,

financiadores do projeto, não aceitam financia-lo,

eles tinham maior interesse na construção da

ferrovia, um interesse profundamente financeiro,

pois, a Inglaterra era nesse período a produtora

mundial de vagões e locomotivas, controlando

também toda a importação da borracha produzida

na Amazônia. Têm início os projetos de construção

da ferrovia que ligaria o Rio Madeira ao Mamoré.

Esta primeira empreita seria feita ainda pelo Earl

Church. As notícias sobre as riquezas da borracha já

haviam atraído, para a região, centenas de

nordestinos que invadiam até os seringais do

território boliviano e não era somente esses

trabalhadores que ocupavam a área, prisioneiros e

exilados políticos do Brasil começavam a desbravar

o local, explorando às seringueiras.

CANDELÁRIA

DESTRUIÇÃO DE UM PATRIMÔNIO

“A Vila da Candelária vem sofrendo com

invasões e o descaso das autoridades”

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Durante muitos anos o

Cemitério da Candelária foi

resguardado e protegido por

trabalhadores da Ferrovia Madeira-

Mamoré que foram se estabelecendo no

local. Muitos, como é o caso dos

babadianos, não possuíam recursos ou

mesmo motivos para retornar ao país de

origem. Depois do desprezo das

autoridades. Abandonado por várias

décadas, o Cemitério, apesar de fazer

parte do acervo da Estrada de Ferro, de

responsabilidade do Governo Estadual,

encontra-se hoje em situação crítica. O

local já foi e continua sendo palco de

brigas intensas por invasores de terras

que demonstram mais interesse em se

apropriar do local do que preserva-lo.

Assim, a depredação tem sido inevitável

e acontece todos os dias, sem que

nenhuma autoridade regional se

manifeste. O “fim da história”,

alardeado pelo filósofo Hegel –

erroneamente interpretado na época –

está prestes a acontecer aqui no Estado.

Para este filósofo, a história já havia

alcançado o seu amadurecimento, o seu

apogeu. Em Rondônia será realmente o

fim da história da Candelária, caso as

autoridades continuem permitindo á

destruição deste local que é o início da

história do Estado.

Tudo começa quando a Empresa

Railway Company adquire, em 1921, a

região da Candelária. Isto só acontece

depois de 26 anos da obra iniciada pela

empreiteira de Percival Farqhar, a área

de 2 milhões, 72 mil, 375 metros

quadrados – ainda pertencente ao

Estado do Amazonas - foi adquirida

pela Madeira-Mamoré Railway

Company por 20 contos de Réis.

Segundo documentos da época,

a terra pertencia a um peruano chamado

Suarez Hermana que teria nomeado o local de

Candelária, em homenagem a padroeira de seu país,

Nossa Senhora da Candelária. A partir daí, a

história torna-se estória. Novos documentos

surgiram dando posse da terra a outras pessoas que

começaram a desmatar o cemitério. Após

denúncias, o Ministério Público começou a analisar

os documentos. O caso vem sendo examinado pela

promotora Aidê Maria Moser. A autenticidade

destes documentos são contestadas pela Associação

dos Amigos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

A responsabilidade de ninguém

A Candelária é um Patrimônio Histórico do

Estado, e, inexplicavelmente nenhum órgão quer

assumir a responsabilidade por sua preservação. Na

divisão de Arqueologia da Secretaria Estadual de

Desenvolvimento Ambiental (Sedam), o diretor

Josuel Ravane realizou em 95, uma fiscalização

minuciosa do local – quando iniciaram as

ocupações na área. Ele explica que o Estado

funciona apenas como um órgão fiscalizador. A

preservação do patrimônio seria de responsabilidade

da Prefeitura, por estar localizada no município de

Porto Velho. A questão da localidade da Candelária

é algo realmente muito interessante, tendo em vista

que a Sedam está há poucos metros desta região.

Mesmo com a divulgação seguidas de matérias no

Diário, sobre a depredação do patrimônio em 1999,

a área não foi nem mesmo fiscalizada pelas

autoridades estaduais ou municipais. E a

depredação da história de Rondônia continua.

Vilas

A Vila Candelária foi construída entre as

décadas de 40 e 50 para os ferroviários. “Diversas

outras vilas foram feitas na mesma ocasião”,

explica o arquiteto Luiz Leite. “A Candelária se

tornou mais conhecida em virtude da região da

Candelária. A Railway oferecia moradia a seus

funcionários”, esclarece. Segundo a ferroviária

Maria Auxiliadora Lobo de Souza, são da mesma

época: as vilas de Pedro Canga, em Abuña, Penha

Colorado, Caracol, Chocolatal e Periquitos.

Início do cemitério

Pequenas cruzes de madeiras brancas iam

sendo fincadas próximo ao Hospital Candelária. No

início, em 1907, elas não eram mais de 50. Com o

andamento da obra no mesmo ano, já não existia

espaço para os sepultamentos. A Railway começou

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a desmatar mais um pedaço da mata à

frente do Candelário. Em seus registros

finais sobre a obra, a companhia

divulgou um total de 21.817, no

entanto, este montante não é exato pois

centenas de mortos foram enterrados ao

longo da construção. Assim, foi iniciado

o mais célebre patrimônio histórico do

Estado: o Cemitério da Candelária.

Muitos engenheiros, médicos e alguns

moradores de Santo Antônio e de Porto

Velho foram enterrados nesse local,

suas sepulturas foram marcadas com

lápides de concreto e cercadas com

grades.

TEIXEIRÃO

O GOVERNANTE DO

SÉCULO

“A maior personalidade política do

século em Rondônia chega para

transformar o Território em Estado”

Belmont, manhã de 10 de abril

de 1979. Desembarca em Porto Velho o

general Jorge Teixeira de Oliveira,

governador de Rondônia por

determinação do então Presidente da

República, João Baptista de Oliveira

Figueiredo. Como se já soubesse que

aquela seria a maior personalidade

política do século no Estado, o povo

recebe Teixeira com uma grande festa.

Na recepção, muitos amazonenses que

haviam sido governados por ele.

Emocionado, Jorge Teixeira discursa:

“São passagens como essas gratificam o

homem público e fazem com que a

gente se sinta com maior disposição para a luta”.

Funcionários da Prefeitura de Manaus

entoaram um hino como agradecimento ao trabalho

do coronel. Perplexo com a manifestação Teixeira

pergunta: “Muito bem, muito bem, mas será que

não tinha nada pra vocês fazerem hoje lá?...”.

Jorge Teixeira, que agradara tanto o povo

manauara, chegava à Rondônia com a missão de

transformar o Território em Estado. Logo propôs a

criação de novos municípios. Missão ou não, o fato

é que Teixeira foi bastante dinâmico na

operacionalização dos recursos injetados no então

Território Federal, dando-lhe numa estrutura

administrativa, social e política.

Ao tomar posse, Jorge Teixeira de Oliveira,

definiu seu plano de trabalho e as metas a serem

atingidas: asfaltamento da BR-364, inclusive o

trecho que liga Porto Velho a Guajará-Mirim;

construção da hidrelétrica de Samuel;

transformação de novos aglomerados ou vilas em

municípios, incentivando o pequeno e o médio

produtor rural e, finalmente, transformar Rondônia

em Estado.

As promessas do governador foram

colocadas em dúvida. Os oponentes ao seu governo

iniciaram uma campanha de descrédito junto à

opinião pública e, em pouco tempo, até os

auxiliares recriminavam os discursos de Teixeira –

“O homem fala demais. Prometer é fácil, cumprir é

que são elas”.

As críticas continuavam. Havia

questionamentos do porquê Jorge Teixeira não

“arrumou a casa” em seis meses. Os maliciosos:

“em Manaus era o Teixeirão, aqui é o Teixeirinha”,

numa alusão ao cantor de música sertaneja.

Realmente, no primeiro ano de governo, o

coronel mal conseguiu acabar com a teia de intrigas

que existia nos muros palacianos. Triste herança

deixada pelo antecessor.

Teixeira prometeu que o Governo Federal

criaria novos municípios em Rondônia antes de

1982, embora a lei de outubro de 1977

desautorizasse tal afirmativa. Correndo contra o

tempo, Teixeira levava pessoalmente suas

justificativas ao Ministro da Justiça e do Interior.

As muitas viagens eram motivo de pesadas críticas

da oposição, tanto no Congresso Nacional quanto

nas câmaras municipais de Porto Velho e Guajará-

Mirim. Teixeira estaria esbanjando mordomias em

rodadas de uísque e não procurando resolver os

problemas de Rondônia.

No dia 16 de junho de 1981, foi levada à

sanção do presidente João Figueiredo, a Lei 6.921

Page 8: História e Geografia de Rondônia

8

8

que autorizava a criação dos municípios

de Colorado do Oeste, Espigão do

Oeste, Presidente Médice, Ouro Preto

do Oeste, Jaru e Costa Marques.

A criação daqueles municípios

dentro do prazo que fora preconizado

pelo governador, lhe devolvia a

credibilidade com o povo. Outras

promessas também foram compridas.

Já naquela época, empreiteiras

montavam canteiros de obras ao longo

da BR-364, para início do asfaltamento.

Era a obra mais esperada pela

população do Estado. O feito parecia

tão impossível aos adversários que,

mesmo com as máquinas desfilando na

estrada em busca de local de trabalho,

ainda haviam quem negasse a vitória do

governador junto às autoridades de

Brasília.

Governo itinerante

Como homem e administrador

atuante, perfeitamente identificado com

o povo, Jorge Teixeira estabeleceu um

governo aberto às aspirações da

população na busca de soluções para os

problemas decorrentes do acelerado

processo de desenvolvimento. Criou

então o “Governo Itinerante” e diminuiu

a distancia entre os membros decisórios

e administrativos do governo a das

comunidades. O governo não ficaria

mais confinado na capital, mas instalado

também nas cidades de Ouro Preto,

Cacoal, Vilhena e Costa Marques. Não

havia projeto de colonização e nem

linhas ou glebas que não conhecessem

pessoalmente o governador Jorge

Teixeira. Foi a primeira vez na história

Rondônia, que um político desceu do

“pedestal” para se juntar ao povo.

Os planos do governo Teixeira

não era segredo para ninguém. Os

trabalhos eram desenvolvidos num

perfeito espírito de comunidade

estimulando, inclusive, o povo a

participar diretamente das ações

governamentais. Essa harmonia

administrativa encorajou os colonos a

fazerem um mutirão, oportunidade em

que a própria comunidade agrícola se

integrou ao governo na construção da

estrada que permitiam o escoamento de seus

produtos para o mercado consumidor.

Jorge Teixeira de Oliveira faleceu, aos 63

anos de idade, na cidade do Rio de Janeiro, no dia

28 de janeiro de 1987. Sonhava voltar a governar

Rondônia, eleito pelo povo.

BR-364

A RODOVIA RASGA A FLORESTA

“Os sertões e a floresta virgem seriam vencidos

para que os produtos e as riquezas da região pudessem

ser escoados pela BR-364, que teve o objetivo ainda de

incentivar o povoamento da região”.

Em 1944, uma comissão chefiada pelo

engenheiro Yêdo Laza organizou um plano

rodoviário e incluiu nele uma ligação rodoviária

entre o Acre e as regiões do Centro Sul do País. Tal

ligação recebeu o nome de “rodovia acreana” e a

designação de BR-29, cruzando as cidades de

Cuiabá, Porto Velho, Rio Branco e Cruzeiro do Sul,

até a fronteira com o Peru, fazendo a conexão com a

rodovia Pan-Americana.

No dia 13 de janeiro de 1945, o então

governador do Território do Guaporé, Aluízio

Ferreira, criou a 2ª Companhia Independente, que

tinha a missão de construir a rodovia no rastro da

linha telegráfica de Rondon que ligaria Porto Velho

à Vilhena.

A construção de uma estrada ligando Mato

Grosso à Rondônia era necessária para o

povoamento e colonização da área. Os sertões e a

floresta virgem seriam vencidos para que os

tesouros da região pudessem ser escoados.

Sob o comando do capitão engenheiro Ênio

Pinheiro, chegou em 09 de julho do mesmo ano o

primeiro grupo de homens para construir a estrada.

Dois anos mais tarde, a companhia dava por

encerrada as atividades, com apenas 55 quilômetros

explorados e o desaparecimento de um de seus

homens mais ilustres, o tenente Fernando Gomes de

Oliveira.

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9

A BR-29 foi obra do governo de

Juscelino Kubitschek, num grande

esforço para tirar a Amazônia do

isolamento. “Demonstrou o Sr.

Kubitschek perfeita compreensão do

problema da falta de ligação da mais

rica região do País com o resto do

território nacional” – disse na época o

governador Paulo Leal.

Foram grandes as dificuldades

encontradas pelas firmas empreiteiras

contratadas. Durante muito tempo a

estrada era apenas um “rasgão” mal

acabado nas selvas de Rondônia.

Verdadeiras trilhas de lama e pinguelas,

onde só os pioneiros se atreviam passar.

O percurso de Vilhena à Porto Velho

chegava a ser feito em 12 dias, como

relata o escritor Amizael Gomes da

Silva em “No Rastro dos Pioneiros”.

O recomeço

Durante uma reunião de

governadores com o Presidente da

República, nos primeiros dias de

fevereiro de 1960, o então governador

do Território, Paulo Leal, demonstrou a

necessidade de reiniciar a construção da

BR-29. Juscelino Kubitschek,

empolgado com uma série de recortes

de jornais e mapas levados pelo

governador, ordenou ao DNER –

Departamento Nacional de Estradas de

Rodagem – a imediata execução dos

trabalhos. A meta era inaugurar a

rodovia no final do mesmo ano.

No dia 04 de janeiro já haviam

sido distribuídos os trechos pelas

companhias: Nacional, Viatécnica,

Sérgio Marques de Souza, Cib., CC.,

Camargo Corrêia, Triângulo Mineiro e

CC. BE., até o local denominado Alto

Paraguai, no estado do Mato Grosso,

onde estava assentada uma companhia

do Exército.

O presidente Kubistcheck tinha

por norma avançar no tempo, já que seu

mandato estava chegando ao fim, por

isso ao encontrar o primeiro obstáculo

no transporte das máquinas entre o Rio

de Janeiro e Porto Velho, mandou

descarregar o navio Rio Tubarão, que

estava designado para viagem ao

Oriente Médio, e ordenou que nele fossem

transportadas as máquinas das companhias

empreiteiras.

No dia 03 de janeiro de 1961, chegava à

Porto Velho a primeira leva de construtores da BR-

29 para realizar em 9 meses e 14 dias a desmatação,

terraplanagem, permitindo em época de verão

realizar em 30 horas uma viagem de Cuiabá à Porto

Velho.

A pavimentação

Quando Rondônia alcançou sua autonomia,

transformando-se em Estado, apenas o trecho

Ariquemes/Porto Velho, com 192 quilômetros, era

asfaltado. Destes, 48 ainda em barro, onde estava a

reserva para a represa de Samuel. Os trabalhos ali

foram executados pelo 5º BEC, mas toda a rodovia

já estava sofrendo reparos.

Ao chegar à Porto Velho par tomar posse

como governador do Território, Jorge Teixeira de

Oliveira estabeleceu metas de trabalho, entre elas a

pavimentação da BR-364. Como nenhum outro

governador havia conseguido atingir o objetivo,

imediatamente os opositores fizeram correr uma

onda de boatos para que Teixeira caísse em

descrédito.

Jorge Teixeira não se deixou abater pelas

críticas da oposição. Depois de várias viagens e

contatos com autoridades ligadas ao Território,

consegui que fossem assinados, pelo ministro

Eliseu Resende, na presença do então presidente

João Baptista Figueiredo, 19 contratos para a

pavimentação da BR-364, rodovia Cuiabá-Porto

Velho, no trecho que vai de Cáceres, no Mato

Grosso, a Ariquemes, numa extensão de 1.040

quilômetros.

ALUIZIO FERREIRA

CRIAÇÃO DO TERRITÓRIO DO

GUAPORÉ

“A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é mãe

do Território Federal do Guaporé. Os outros territórios

federais entraram de carona” – Aluízio Ferreira”.

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10

A criação do Território Federal

do Guaporé, em 1943, e de mais quatro

territórios: Iguaçu e Ponta-Porã, no Sul

e Centro-Oeste; Rio Branco e Amapá,

no Norte, representam uma das

principais metas do governo de Getúlio

Vargas. Este estadista pretendia

incentivar a ocupação nas terras da

Amazônia, desenvolver o comércio e

firmar a política nacionalista, base do

seu governo. Uma ação que se tornaria

possível com a assinatura do Tratado de

Washington entre o Brasil e o Estados

Unidos, durante a 2ª Guerra Mundial,

que daria início a segunda fase do ciclo

da borracha propiciando o

desenvolvimento econômico e

populacional da Amazônia rondoniense.

A Sociedade Geográfica, 10

anos antes, havia sido incumbida pelo

presidente Getúlio Vargas de viabilizar

o estudo para a construção de 10

territórios federais. No entanto, o estudo

não incluía o município de Porto Velho,

somente Santo Antônio e Guajará-

Mirim fariam parte do território. A

interferência do militar e desbravador

Aluízio Ferreira, durante este mesmo

período, foi fundamental para a

concretização do ambicioso projeto de

Getúlio. Aluízio aproveita a visita de

Getúlio Vargas a região, em 1940, e

mostra as potencialidades econômicas

de Porto Velho e a sua importância na

formação do futuro Território.

Ocupando o cargo de delegado do

Governo Federal no Alto Madeira, o

então capitão Aluízio Ferreira fez uma

conferência, em 6 de março de 1936, na

Sociedade dos Amigos de Alberto

Torres, no Rio de Janeiro, enfatizando a

necessidade da redivisão política do

País e descrevendo os problemas

enfrentados nos municípios em virtude

da ausência política administrativa dos

governos estaduais que impediam o

progresso destas regiões.

Esta foi apenas uma das diversas

ações desenvolvidas por Aluízio

Ferreira para concretizar a instalação do

Território Federal do Guaporé. Seu

trabalho foi reconhecido até mesmo por

Getúlio Vargas que o nomeou governador do

Guaporé, após sua instalação. Além da política,

uma grande amizade fortalecia o trabalho

desenvolvido por estes dois estadistas. O jornalista

João Tavares, no livro Porto Velho Conta sua

História – coletânea de autores regionais – cita que

Getúlio Vargas se referia ao Território do Guaporé

da seguinte forma: “O Guaporé do Aluízio”. Um

reconhecimento público dos trabalhos do militar

para a concretização deste que foi o pioneiro dos

demais territórios federais do Brasil.

Aluízio, desde 1936, realizava reuniões

políticas e de divulgação para a criação do Guaporé.

Ele havia promovido também visitas de chefes

militares a região e enviara ao presidente, um

pedido de desmembramento dos municípios de

Guaporé e Guajará-Mirim dos estados do Mato

Grosso e Amazonas. O pedido era reforçado por

assinaturas de moradores de Guajará-Mirim

recolhidas pelo diretor da Concessionária da

Empresa de Navegação do Guaporé. Paulo Cordeiro

da Cruz, que destacava o desprezo dos

governadores dos dois Estados pelos municípios de

Guajará-Mirim, Santo Antônio do Madeira e Porto

Velho.

Getúlio visita o Guaporé

Aluízio Ferreira aproveita uma visita de

Getúlio Vargas a Manaus, em 1940, para convidá-lo

a conhecer Porto Velho. Uma breve visita de apenas

três horas que resultaram em três dias de

permanência do Presidente da República na região.

Uma ocasião histórica que marcou antecipadamente

a vitória do major Aluízio na implantação do

Território Federal do Guaporé.

Quando Getúlio chega em Porto Velho é

recepcionado na avenida 7 de Setembro com

desfiles de estudantes e tropas militares. No final da

solenidade, onde estiveram reunidos centenas de

moradores dos municípios vizinhos, crianças

abraçam o presidente que emocionado diz: “Isto

aqui já é um Território!”

Na ocasião, Getúlio Vargas inaugura a usina

termoelétrica da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré

e o prédio dos Correios e telégrafos em Porto

Velho. Aluízio e Getúlio descobririam nesses três

dias, diversas idéias em comum. O presidente

reafirmaria a Aluízio sua intenção de criar

territórios federais nas áreas fronteiriças, uma

intenção que seria concretizada três anos depois de

sua vinda a região. O major Aluízio aproveita a

presença do estadista para convencê-lo a incluir o

município de Porto Velho no projeto, como capital

Page 11: História e Geografia de Rondônia

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do futuro território. Uma vontade

política que foi realizada anos depois.

Finalmente é criado o Território

Federal do Guaporé pelo decreto-lei nº.

5.812, de 13 de setembro de 1943, das

áreas desmembradas dos estados de

Mato Grosso e do Amazonas. Mais

quatro municípios brasileiros pegam

carona e são também transformados em

territórios: Rio Branco e Amapá – no

norte, Ponta-Porã e Iguaçu – no Sul e

Centro Oeste do País.

A SOBREVIVÊNCIA NA

FLORESTA

“Depois de abandonar os seringais

aos poucos a floresta vem sendo

novamente explorada”.

A negativa do Banco da

Amazônia (Basa) em continuar o

repasse financeiro aos grandes

seringalistas, resultaram no abandono

dos seringais, nos anos 80. O

seringueiro, a alma do trabalho

extrativista, foi deixado a própria sorte

sem nenhum amparo político ou social

restando para esses trabalhadores

apenas a alternativa de assumir os

seringais. A União dos seringueiros do

Estado começou a surgir nesse período

e simboliza a luta pela sobrevivência da

categoria que continua até hoje.

Em 1980, representantes do

Instituto Estadual Florestal de Rondônia

fazem um levantamento em todos os

seringais do Estado. Cinco anos depois

é a vez do Conselho Nacional dos

Seringueiros se mobilizar, promovendo

o Primeiro Encontro Dos Trabalhadores

do Acre e de Rondônia. A reunião

acontece em Guajará-Mirim por ser

uma cidade de fronteira e resulta na

criação da primeira organização de

seringueiros.

O ano de 89 é marcado pelo encontro de

mais de 300 trabalhadores dos maiores seringais de

Rondônia, Pacaás Novas e Ouro Preto. É iniciado o

processo que viabilizaria, no ano seguinte, a

Organização dos Seringueiros de Rondônia (OSR),

primeira instituição voltada para os interesses

sociais e econômicos da categoria. Na ocasião, foi

definida a estrutura das associações em todos os

municípios que deveria ser formada por comissões

compostas de um seringueiro titular e um suplente.

Em Guajará-Mirim foram eleitos nove

membros e um soldado da borracha. Um segundo

encontro nacional, realizado em Rio Branco,

firmaria a luta dos seringueiros. Os trabalhadores

passam a contar também com diversos órgãos

ligados a preservação ambiental, como o Instituto

de Pesquisa de Entidades de Defesa a Amazônia –

que fez diversas visitas aos seringueiros para

conhecer a situação vivida pelos trabalhadores; o

Coporé – Ação Ecológica do Vale do Guaporé e o

Paca – Proteção Ambiental ao Cacoerência, do

Município de Cacoal.

Nasce a OSR

Depois de mais de uma reunião, finalmente,

em 90, é fundada no Estado a Organização dos

Seringueiros de Rondônia (OSR) sendo eleitos para

sua composição sete membros sem poderes

específicos. A princípio, os membros deveriam se

reunir a cada sete meses, nos anos seguintes os

encontros se tornariam mensais. Manuel Teófilo –

conhecido como Manduca, um do primeiro

fundadores da OSR explica que nas bases

comunitárias trabalhavam, nessa época, um

engenheiro agrônomo, um sociólogo e dois

biólogos que realizavam pesquisas de proteção

ambiental e também prestavam auxílio social junto

aos trabalhadores. Estes trabalhos de campo

possibilitaram o acompanhamento nos primeiros

sete anos do processo evolutivo das comunidades

seringalistas em todo o Estado e permitiu a criação

de diversas reservas extrativistas.

Em sua história mais recente, a luta é pela

comercialização da borracha. A organização criou

uma cooperativa que tem como função a

implantação política-financeira da sociedade, a

OSR iniciou a construção de uma usina para

beneficiar a borracha, em Candeias do Jamari.

Começa então, a próxima batalha dos seringueiros

para vender o produto as grandes indústrias, como

Pirelli e outras. A borracha bruta custa R$ 0,70 e o

produto depois de beneficiado deve ser

comercializado por R$ 1,50. o valor pode chegar a

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R$ 2,40 caso o Governo Federal passa a

subsidiar o produção.

Luta pela preservação das

reservas

Com a diminuição do efetivo da

Polícia Florestal, em 99, os seringueiros

passaram a enfrentar um problema: eles

lutam agora para preservar as reservas

extrativistas dos constantes ataques de

madeireiros e apropriadores de terra e

até de pescadores profissionais.

Segundo informações de dirigentes da

Organização dos Seringueiros de

Rondônia, as invasões nas principais

reservas ambientais têm sido constantes.

Representantes do Conselho

Nacional dos Seringueiros denunciam

frequentemente invasões de pescadores

profissionais, no período do verão, em

uma das maiores reservas extrativistas

do Estado, a Pacaás Novos, em Guajará-

Mirim. Os pescadores matam os

animais por divertimento e os deixam

jogados nas praias ou nas águas dos

rios. A Pacaás Novos abriga mais de 40

famílias que exercem a atividade

extrativista.

Mulher

A discriminação contra o

trabalho desenvolvido pela mulher

ainda pode ser sentida neste segmento.

A mulher seringueira, presença

constante nos seringais e também dona

de casa, até hoje não foi reconhecida

como real trabalhadora da atividade

extrativista. Depois de anos de trabalho

junto ao marido e os filhos na extração

da borracha, enquanto estes últimos

conseguem se aposentar, as seringueiras

ainda lutam para conseguir amparo

legal na velhice.

PORTO VELHO

CIDADE RECEBE OS

PIONEIROS

“A capital de Rondônia é hoje

uma moderna cidade que abriga pessoas

de todos os Estados brasileiros e registra

um dos maiores crescimentos populacionais do

País”.

Oficializada em 02 de outubro de 1914,

Porto Velho foi criada por desbravadores por volta

de 1907, durante a construção da Estrada de Ferro

Madeira-Mamoré. Em plena Floresta Amazônica, e

inserida na maior bacia hidrográfica do globo, ode

os rios ainda governam a vida dos homens, fica

localizada capital do Estado de Rondônia. Fica nas

Barrancas da margem direita do rio Madeira, o

maior afluente da margem direita do rio Amazonas.

Desde meados do século XIX, nos primeiros

movimentos para construir uma ferrovia que

possibilitasse superar o trecho encachoeirado do rio

Madeira (cerca de 380 km) e dar vazão à borracha

produzida na Bolívia e na região de Guajará-Mirim,

a localidade escolhida para a construção do porto

onde o caucho seria transbordado para os navios

seguindo então para a Europa e os EUA, foi Santo

Antônio do Madeira, província de Mato Grosso.

As dificuldades de construção e operação de

um poro fluvial, em frente aos rochedos da

cachoeira de Santo Antônio, fizeram com que

construtores e armadores utilizassem o pequeno

porto amazônico localizado 7 km abaixo, em local

muito mais favorável. Era chamado por alguns de

“porto velho dos militares”, numa referência ao

abandonado acampamento da guarnição militar que

ali acampara durante a Guerra do Paraguai (essa

guarnição ali estivera como precaução do Governo

Imperial contra uma temida invasão por parte da

Bolívia, aparentemente favorável a Solano Lopes).

Em 15/01/1873, o Imperador Pedro II

assinou o Decreto-Lei nº. 5.024, autorizando navios

mercantes de todas as nações subirem o Rio

Madeira. Em decorrência, foram construídas

modernas facilidades de atracação em Santo

Antônio, que passou a ser denominado “porto dos

vapores” ou, no linguajar dos trabalhadores, “porto

novo”. O porto velho dos militares continuou a ser

usado por sua maior segurança, apesar das

dificuldades operacionais e da distância até S.

Antônio, ponto inicial da EFMM. Percival Farquar,

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proprietário da empresa que afinal

conseguiu concluir a ferrovia em 1912,

desde 1907 usava o velho porto para

descarregar materiais para a obra e,

quando decidiu que o ponto inicial da

ferrovia seria aquele (já na província do

Amazonas), tornou-se o verdadeiro

fundador da cidade que, quando foi

afinal oficializada pela Assembléia do

Amazonas, recebeu o nome de Porto

Velho. Hoje, a capital de Rondônia.

Assim, Porto Velho nasceu das

instalações portuárias, ferroviárias e

residenciais da Madeira-Mamoré

Railway. A área não industrial das obras

tinha uma concepção urbana bem

estruturada, onde moravam os

funcionários mais qualificados da

empresa, onde estavam os armazéns de

produtos diversos, etc. até mesmo uma

espécie de força de segurança operava

na área de concessão da empresa,

independente da força policial do estado

do Amazonas.

Geografia

Localização: longitude oeste:

63º 54’ 14” – latitude sul: 8º 45’ 43”.

Clima: equatorial, quente e

úmido.

Temperaturas: máxima-40ºC;

mínima-16º; média das máximas-

31,8ºC; média das mínimas-27,7ºC.

Período das chuvas (inverno

amazônico) – agosto a novembro.

População (1996): homens-

146.781; mulheres-147.446; total-

294.227 (IBGE).

Altitude: em relação ao nível do

mar -98m.

Área do município: 54.016 km².

Distância: Porto Velho a Belo

Horizonte – 3.050 km; Porto Velho a

Brasília – 2.589 km; Porto Velho a São

Paulo – 3.170 km; Porto Velho a

Manaus – 905 km.

Documentos legais

Criação do Município: Lei nº.

757 de 02/out/1914 cria o município de

Porto Velho, instalado em 14/out/1914,

parte do Estado do Amazonas, com sede no

povoamento de mesmo nome.

O status de cidade: Lei nº. 1.011 de

07/jul/1919 eleva a povoação sede da comarca de

Porto Velho à categoria de cidade.

O status de capital: Decreto-Lei nº. 5.839 de

21/set/43 define a cidade de Porto Velho como

capital do Território Federal do Guaporé, criado

pelo Decreto-Lei nº. 5.812 de 13/set/43, unindo

terras dos Estados do Amazonas e Mato Grosso.

Surge Rondônia: Lei Federal nº. 2.731, de

17/fev/56, em homenagem à Cândido Mariano da

Silva Rondon, desbravador e humanista, altera para

Território Federal de Rondônia, o nome do

Guaporé.

O Estado de Rondônia: Lei Complementar

nº. 4, de 22/dez/81 cria o Estado de Rondônia,

instalado em 04/jan/82, tendo Porto Velho como

sua capital.

CACOAL

MUNICÍPIO NASCE EM ATOLEIROS

“Surgida a partir dos grandes obstáculos da

BR-364, Cacoal foi, durante muito tempo,

desconhecida pelo Incra”.

Rondon teria ordenado ao guarda-fios

Anízio Serrão a construção de uma casa próxima a

margem do rio Machado. A grande quantidade de

cacau nativo chamou a atenção do operário que

logo batizou o local como Cacoal.

Mais tarde, durante a abertura da BR-364,

na década de 60, um seringueiro construiu um

rústico barraco ao lado esquerdo da rodovia. Ali

permaneceu até o início dos anos 70, quando foram

intensificados os trabalhos de abertura da estrada e

surgiram os problemas. Os atoleiros eram os

grandes obstáculos para quem atravessa a rodovia.

Muitos motoristas, impedidos de prosseguir

viagem, procuravam abrigo na casa do seringueiro.

Construíram tapiris e passaram a vender as cargas

perecíveis.

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As terras férteis atraíram os

migrantes. Houve uma grande invasão

de forasteiros e os motoristas trocaram

os caminhões pelo comércio,

oferecendo ao pequeno povoado

gêneros de primeira necessidade e

confecções.

Em seguida, o Incra iniciou o

Pic Jy-Paraná e em 1972 houve o

assentamento dos primeiro colonos. A

medida aumentou ainda mais a

migração para o local, causando grandes

confusões. Os colonos aguardavam a

demarcação de lotes rurais e, ao mesmo

tempo, tentavam construir seus barracos

nas proximidades da estrada, em volta

da casa do seringueiro, próximo a atual

Avenida 7 de setembro.

O Incra tentava organizar o

crescimento urbano e mandava derrubar

os barracos construídos pelos colonos.

O trabalho era inútil. Durante à noite

todos voltavam ao mesmo local.

Conta o escritor Amizael Gomes

da Silva, que o Incra queria “tapar o sol

com a peneira, desconhecendo a

existência de Cacoal”. Líderes locais

começaram um movimento e

endereçaram um longo memorial ao

ministro da Agricultura da época,

Moura Cavalcante, que já conhecia o

problema desde quando havia sido

presidente do Incra. O Ministro do

Interior, Costa Cavalcante, também

recebeu cópia do documento e

recomendou ao então governador

Theodorico Gahyva providências no

sentido de amparar os moradores.

Várias medidas administrativas foram

tomadas, entre elas a criação de Cacoal

como sub-distrito do município de Porto

Velho.

Criado pela Lei nº. 6.448 de 11

de outubro de 1977, o município de

Cacoal, essencialmente agrícola, teve

seu desenvolvimento atrofiado por força

da mesma lei que o criou. Um dos

artigos determinava: “Até que tenha

legislação própria, vigorará no novo

município a legislação do município de

origem”, deixando Cacoal submisso as

leis de Porto Velho, que pouco se

identificava com a região. Várias

atribuições não podiam ser exercidas pelo

prefeito em função da falta de uma Câmara

Municipal.

O primeiro administrador, escolhido entre

três nomes, foi o boticário Josino Brito. Em função

de algumas “incompreensões” Brito não chegou a

assumir deixando o cargo livre para o inspetor da

Guarda Territorial Antônio de Araújo Lima, baiano,

que esteve no exército da função até quando foi

nomeado o mineiro Catarino dos Santos. Este

dinamizou os serviços até que, pelos efeitos da Lei

nº. 6.448/77 o subdistrito foi elevado a categoria de

município. Catarino Cardoso dos Santos foi o

primeiro prefeito.

GUAJARÁ-MIRIM

UMA „PÉROLA‟ NO FIM DA LINHA

“Guajará-Mirim é síntese do idealismo de

muitos bravos que lutaram pela Pátria”.

Incrustada na parte superior do Madeira, já

no rio Mamoré, está a cidade de Guajará-Mirim,

também chamada de “Pérola do Mamoré”. A

história deste município foi escrita com sangue,

com vida, com muito suore de homens nordestinos

e estrangeiros. Outras raças, outras línguas, todas

misturadas ao sotaque forte do morador das

caatingas brasileira, e ao dialeto dos índios das

missões espanholas de “La Banda”. É a história da

legendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cuja

a trajetória teria fim naquele aconchegante recanto

que fizera surgir desde a sua construção em

conseqüência do compromisso brasileiro com a

Bolívia. Guajará-Mirim é síntese do idealismo de

muitos bravos que lutaram pela Pátria.

Segundo Vitor Hugo, em “Os

Desbravadores”, “Guajará-Mirim era apenas uma

indicação geográfica para designar o ponto

brasileiro à povoação boliviana de Guayramerim”.

O nome significa, em dialeto indígena, Cachoeira

Pequena, e foi dado pelos espanhóis fronteiriços.

Quando o capitão Manoel Theófilo da Costa

Pinheiro, um dos membros da comissão Rondon,

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chegou na região, em abril de 1917,

encontrou nos serões do atual

município, apenas algumas poucas

centenas de seringueiros nos barracões

da Guaporé Rubber Company. Eram os

barracões “Rodrigues Alves”, “Santa

Cruz”, “Renascença” e outros locados

para os lados do Forte Príncipe da

Beira.

Não havia mais nada além de

índios arredios que atacavam, de vez em

quando, os exploradores da seringa. Ali,

na margem direita do rio Mamoré, a

Estrada de Ferro foi “plantar” a ponta

de seus trilhos em 30 de abril de 1912.

No dia primeiro de agosto o trem correu

os 364 quilômetros entre Porto Velho e

Guajará-Mirim. Em 08 de agosto, logo

após a inauguração da ferrovia,

instalou-se um posto fiscal sob as

ordens do guarda Manoel Tibúrcio

Dutra. Já no dia 12 de julho de 1928,

pela Lei 991, era elevado à categoria de

cidade com o nome consagrado pelo

povo: Guajará-Mirim.

Instalação de Guajará

A interferência do cônsul do

Brasil na cidade de fronteira, José

Mendonça Lima, foi vital na

emancipação de Guajará-Mirim. Ao

chegar ao povoado Mendonça assimilou

o ideal de seus habitantes e sentiu o

drama que inquietava a todos. Resolveu

então iniciar as negociações com o

governo de Mato Grosso.

As reivindicações apresentadas

constituíram num demorado processo,

já transformado em projeto de lei,

através da mensagem do poder

Executivo, baseado a autonomia política

e assegurada pela Constituição. Após a

apreciação a Assembléia Legislativa

votou favorável. Ao receber a

aprovação, o governador baixou a lei nº.

991 de 121 de julho de 1928,

estabelecendo o dia 15 de novembro

para a instalação da comarca e do

município.

Estava selada a sorte do

município e satisfeitas as intenções de

toda a comunidade. Mas a população

não estava disposta a esperar tanto

tempo e resolveu negociar com o governador a

antecipação da data de instalação, considerando a

necessidade urgente de conhecer quem seria o seu

primeiro mandatário.

Depois de vários contatos, em 6 de abril de

1929, um juiz de direito marca para o dia 10 do

mesmo mês a instalação do município.

A cidade de clima tropical úmido, a 172

metros de altitude, tem até hoje como produção

básica a borracha, a castanha, a madeira de lei, a

agropecuária e a área de livre comércio.

JI-PARANÁ

UMA SAGA DE LUTAS E VITÓRIAS

“No coração de Rondônia bate um grande e

rico centro urbano, o segundo maior município do

Estado”.

Escorraçados pelas terríveis secas que

assolavam o sertão, os nordestinos chegaram à

região do Urupás por volta de 1877. A selva

inabitada os atacava com a força de seus enxames

de moscas, mosquitos, piuns, borrachudos,

carapañas, feras, moléstias e índios que não

aceitavam invasores. Mas nada quebrou o ânimo e

evitou a ocupação da área que acabou se

transformando no município de Ji-Paraná.

Muito antes da passagem de Rondon e sua

linha telegráfica, a exploração da bacia do rio

Machado ou Ji-Paraná, já tinha sido efetuada pelo

povo nordestino. Como os seringueiros, eles se

espalharam por todo o complexo hidrográfico. Em

Calama eram desembarcados centenas de homens

que começavam a se defender dos ferozes

Parintintins. Daí em diante era iniciada a penosa

marcha rumo ao sul, vencendo as cachoeiras. A

conquista do Rio Urupá, especialmente, teria sido a

custa de muitas vidas, devido a oposição da tribo

indígena que dominava suas margens.

Rondon chegou pela primeira vez ao Rio

Urupá em 1909 e o denominou “Presidente Pena”,

em homenagem ao então Presidente da República

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Afonso Moreira Pena. Ali o marechal

construiu a estação telegráfica. O atual

prédio onde funciona a Agência da

Empresa Brasileira de Correios e

Telégrafos, foi construído em 1912. Aos

poucos a região chamada de Urupá

passou a ser conhecida como Presidente

Pena.

Com a desvalorização da

borracha brasileira, alguns seringais dos

altos rios da bica Ji-Paraná foram

abandonados, causando esvaziamento

da região de Presidente Pena. A

borracha só voltou a ser valorizada

durante a Segunda Guerra Mundial.

Uma nova mobilização de “braços

ociosos” no Nordeste brasileiro fez os

chamados soldados da borracha

ocuparem novamente a região

setentrional. A atividade seringalista

revitalizou o vale do rio Machado que

passou a ter mais movimento.

Com a criação dos territórios

federais, em 13 de setembro de 1943,

pelo presidente Getúlio Vargas, surgiu o

Território do Guaporé com dois

municípios: Porto Velho e Guajará-

Mirim. Entre os distritos instituídos

estava o de Rondônia, abrangendo a

área da cabeceira à embocadura do Jaru,

na sua margem direita, até as cabeceiras

dos formadores do rio Machado.

A mudança do nome do

território, de Guaporé para Rondônia,

como uma homenagem ao marechal

Rondon, confundiu o nome da Vila com

o da unidade federada.

Só no dia 11 de outubro de 1977

a situação foi corrigida com a aprovação

do projeto enviado pelo Presidente da

República Ernesto Gaisel, propondo a

criação de cinco novos municípios no

Território Federal de Rondônia. Entre

eles estavam o denominado Ji-Paraná,

abarcando parte da área do antigo

distrito de Rondônia. O local onde esta

situada a cidade, já teve diversas

denominações: Urupá, Presidente Pena

e Rondônia. Com esse nome de Ji-

Paraná, a região que é uma das mais

promissoras do Estado inicia uma etapa

rumo ao futuro.

FESTA DO DIVINO

TRADIÇÃO PORTUGUESA

“A festa acontece no Vale do Guaporé atraindo

todos os anos pessoas de várias regiões, e relembra a

peregrinação criada pela rainha Dona Isabel, esposa

do rei português Dom Diniz, nas primeiras décadas do

século XIV”.

A festa do Divino Espírito Santo, em

Rondônia, é realizada apenas no Vale do Guaporé,

cujos habitantes cultivam com especial cuidado a

tradição de origem portuguesa. A festa do Divino

mobiliza um grande contingente de cristãos e é

conhecida não apenas pela beleza do espetáculo em

si, mas, principalmente pelo caráter de religiosidade

e fé vivenciada por seus participantes. Esta mesma

festividade acontece, em janeiro, em Goiás, mas ao

contrário do evento do Centro Oeste, não tem

grande repercussão na mídia nacional. É mais uma

injustiça contra as tradições culturais-religiosas

rondonienses, pois, a Festa do Divino Espírito

Santo consegue reunir centenas de fiéis nos meses

de abril, maio e junho num memorável espetáculo

cristão.

Segundo relato de moradores, a Festa do

Divino no Vale do Guaporé vem de 1899 e teria

sido introduzida na região por Manoel Ferreira

Coelho, que ao mudar de Vila Bela da Santíssima

Trindade (antiga capital do Mato Grosso), para Ilha

da Flores (no Vale do Guaporé), levou a Coroa de

Prata que simboliza o Divino, para que fosse

devidamente venerada pelos fiéis, através de um

sistema de rodízios, estendendo-se desde de então a

todas as localidades do Vale do Guaporé a até

algumas da Bolívia.

A origem

A festividade vem das primeiras décadas do

século XIV, da pátria de Camões, sendo oficializada

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na corte portuguesa pela mulher do Rei

Dom Diniz, a Rainha Dona Isabel.

Naquela época havia a folia do Divino,

que se constituía em um grupo de

pessoas coletando contribuições de

todas as espécies para a realização da

festa. O grupo era integrado por

músicos e cantores, que levavam a

Bandeira do Divino. Na bandeira havia

a pomba que simboliza o Espírito Santo.

Essa função levava dias, semanas ou até

mesmo meses.

A parte profana da festa, a folia,

foi suprimida por ocasião da criação dos

estatutos laborados sob a orientação do

bispo missionário da época, Dom

Francisco Xavier Rey, responsável

também pela revitalização da Festa do

Divino que sofreu um período de

paralisação.

A festa conta com a colaboração

de celebridades e seus auxiliares:

Imperador e Imperatriz do Divino,

Alferes da Bandeira, Capitão do Mastro,

Mordomos, Engomadeiras e Secretária

da Imperatriz, entre outros, numa

reprodução da época. A escolha das

pessoas para estas funções e a

localidade onde será realizada a

próxima festa é feita através de sorteio.

Os preparativos mobilizam os foliões

durante todo ano.

Peculiaridades da festa

A tradição portuguesa teve

muitas de suas regras adaptadas, em

nossa região. Em seu original, a dona da

casa que não for casada sob os preceitos

da Igreja, não poderia segurar o Cetro,

uma tarefa que foi transferida para outra

pessoa da casa.

Além da união de centenas de

pessoas, em um momento de provação e

fé a Festa do Divino tem como principal

meta da peregrinação a coleta de

donativos. As doações dos fiéis são

entregues ao pároco local e revertidas

em benefício da comunidade. A

permanência da tripulação em cada

localidade corresponde ao tempo para a

coleta desses donativos, considerando-

se os dias para completar os 40 dias até

a chegada ao local promotor da festa.

Os homens e mulheres carregam o mastro da

bandeira até a frente da igreja onde a Bandeira do

Divino ficará hasteada. Feito isso celebra-se o culto

ao Divino.

Logo depois da Páscoa, o imperador da festa

anterior determina a saída do Barco do Divino. O

Imperador e Imperatriz não participam da romaria

pelo Vale do Guaporé, aguardam a chegada da

Coroa em terra, onde vai acontecer a festa.

SAMUEL

REVOLUÇÃO ENERGÉTICA

“Quando Aluízio Ferreira chegava em Brasília

para reivindicar a construção de uma usina em

Rondônia recebia como resposta: Para quê construir

uma usina no mato?! (trecho do discurso do presidente

da Eletronorte, Jorge Antônio Muniz Lopes, durante

solenidade de comemoração dos 10 anos de Samuel)”.

O Governo Federal implantou em 1973 as

Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte),

para coordenar o projeto básico de instalação de

uma usina na Cachoeira de Samuel, no Rio Jamari.

No ano seguinte, o general Ernesto Geisel assume a

Presidência da República e faz o lançamento do II

Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND).

Estes dois fatos viriam contribuir para reforçar o

papel das Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás),

determinando novos rumos para o planejamento da

expansão dos sistemas elétricos, principalmente, no

Norte do País.

Em Rondônia, o crescimento na demanda de

energia aliada a explosão demográfica, uma

conseqüência do intenso fluxo migratório gerado

pelo povoamento na Amazônia, gerava problemas

energéticos. No Acre era necessário substituir os

parques térmicos, considerados obsoletos e

onerosos.a Usina de Samuel, depois de instalada,

seria responsável pela geração e distribuição de

energia para Porto Velho e Rio Branco.

As Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron)

foi instalada no governo de Jorge Teixeira e era

responsável pela distribuição de energia gerada na

Usina III, termoelétrica e diesel, para apenas alguns

bairros da Capital. O crescimento econômico no

interior era impedido pela geração precária de

energia que não favorecia a implantação de

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indústrias e comércios. Por

determinação do governador Jorge

Teixeira, a Eletronorte assume em 81 a

geração de energia em Porto Velho. A

construção de Samuel já havia sido

iniciada pela construtora Norberto

Odebrecht, encarregada pela Eletronorte

da obra.

A instalação da usina de Samuel

foi uma das muitas realizações de

Teixeirão para o desenvolvimento de

Rondônia. O presidente da Eletronorte,

José Antônio Muniz Lopes, destacou,

durante as festividades dos 10 anos de

Samuel, em outubro último, a

importância decisiva da atuação de

Jorge Teixeira para que o projeto da

usina não ficasse somente no papel.

Tempos difíceis

Os moradores de Porto Velho

viviam momentos críticos. Estávamos

na fase dos racionamentos constantes de

energia na Capital, que causaram

grandes prejuízos a população. As

reclamações de queima de

eletrodomésticos, ocasionadas pelas

oscilações de energia e queda de tensão

eram diárias. A comunidade passou até

a brincar com a situação. Os migrantes

oriundos principalmente do Sul e

Centro-Oeste do País eram os que mais

padeciam com o problema de

racionamento, porque, não haviam

presenciado nada parecido em suas

cidade de origem. O portovelhense

recebia o fornecimento de energia

durante três horas, ficando em seguida

duas horas sem o serviço. Isso se repetia

durante o decorrer do dia.

O problema se agravava ainda

mais no mês de agosto, durante o verão,

quando o consumo era maior e

provocava o superaquecimento das

máquinas, tendo como conseqüências as

famosas “panes”, características da

demanda de energia reprimida.

Com a responsabilidade de gerar

energia para Porto Velho, a Eletronorte

ficou sobrecarregada. O projeto inicial

da instalação da Usina de Samuel, ela

deveria suprir energeticamente as

capitais de Rondônia e Acre, somente

depôs de finalizada e não em sua primeira fase de

construção, como realmente aconteceu.

CASSITERITA

A “AREIA PRETA” DE RONDÔNIA

“A descoberta de cassiterita transforma

Rondônia na província estanífera do Brasil”.

De acordo com relato de um veterano

morador do rio Machado, Joaquim Barbosa, ao

escritor Vitor Hugo, o seringalista Joaquim Pereira

da Rocha conhecera a “areia preta” desde 1946.

Dois anos depois a tal “areia” foi mostrada ao padre

José Maria Franscisco Pucci, conhecido como padre

Chiquinho.

Em 1956, um engenheiro hindu foi enviado

par fazer um levantamento mineralógico em

Rondônia. Estava aberta a história do minério de

estanho no Território, que se tornou a Província

Estanífera do Brasil.

A lavra econômica iniciou-se em 1959,

expandindo-se no começo da década de 60. A partir

daí, Rondônia passou a viver um período de fartura,

com intensa circulação de dinheiro. Já em 1960,

houve uma produção de 49 toneladas de minério e

em 1962, produziu-se 678 toneladas. Dez anos

depois, em 1972, produziu-se 2.794 toneladas de

minério, quando o País já havia se tornado auto-

suficiente e começou a exportar estanho em lâminas

para o exterior. Todo o minério vinha das

minerações localizadas nos rios Machado,

Machadinho, Jamari e Candeias.

O Governo Federal, em 1970, proibiu a

lavra manual na província estanífera de Rondônia,

de acordo com a Portaria nº. 195, determinando que

a exploração das jazidas fosse mecanizada através

de empresas.

O período áureo da garimpagem manual na

região situa-se entre os anos de 1968 a 72. nessa

época vinham garimpeiros de todo o País,

principalmente do Maranhão, Piauí, Ceará, Goiás,

Mato Grosso, Pará e Amazonas. Cada homem ou

grupo trabalhava nos igarapés onde, ao lavar o

cascalho, separavam o barro do minério. A

cassiterita era levada nas costas até as cantinas

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compradoras. De lá era transportada

para Porto Velho, e em seguida, ia de

avião até o Sul do Brasil.

O ministro das Minas e Energia,

Antônio Dias Leite Júnior, estipulou

prazo de um ano para que os

garimpeiros cessassem totalmente as

atividades manuais e semi-mecanizadas

de procura ao minério de estanho na

chamada província estanífera. A

portaria causou sérios problemas de

ordem econômico-social no período de

adaptação das normas e quando surgia

na rodovia 364 nova atividade

econômica, a agricultura.

Governava Rondônia, naquela

época, o coronel Marques Henrique,

militar cumpridor de seu dever que,

entretanto, viu-se envolvido numa série

de angustiantes problemas conseqüentes

da desativação da garimpagem manual.

Rondônia tinha pouco mais de cem mil

habitantes, destes a grande maioria vivia

da indústria extrativa vegetal ou

mineral, sendo que, dependendo da

época e do momento, aqueles rudes

extratores tanto podiam ser garimpeiros

quanto seringueiros. Naquele exato

momento, da febre do estanho,

praticamente haviam se decidido pela

garimpagem livre que lhes proporciona

alguma esperança de enriquecimento.

Alguns garimpeiros haviam

chegado nos últimos momentos da

década de 70. Outros, eram morados em

Rondônia desde que haviam descoberto

os garimpos de diamante nos rios Ji-

Paraná, Comemoração de Floriano,

Pimenta Bueno e Roosevelt. Na mesma

década de 50, em que os garimpeiros de

diamante descobriam a cassiterita nas

terras do seringalista Joaquim Pereira da

Rocha, responsável pela análise do

material e, consequentemente pelo

início da extração do minério.

Não se pode afirmar com

precisão, qual o número exato de

aventureiros que procuravam recursos

nas lavras de cassiterita. Sabe-se que

alguns afirmavam que eram mais de 10

mil homens espalhados nas entranhas da

floresta, ao mesmo tempo em que eram

vitimados pela febre e explorados pelos

“marreteiros”, atravessadores da cachaça. Tudo

isso gerava uma inquieta mobilidade em busca do

enriquecimento – lícito ou não – que explodia no

comércio das cidades do então Território de

Rondônia. Os comércios cresciam da noite para o

dia, tomava volume e se transformavam em grandes

armazéns com crédito no Sul do País.

OURO

RIQUEZA NO SUBSOLO

RONDONIENSE

“A descoberta do ouro no rio Madeira traz

milhares de pessoas ao Estado”.

Em 1826, na obra de Luís D’Alincurt

“Memórias Acerca da Fronteira da Província de

Mato Grosso”, esta o registro da primeira

ocorrência de ouro no rio Madeira. Mas só em 1978

é que houve a febre da extração, primeiramente com

métodos manuais.

A notícia do ouro em Rondônia, a exemplo

da cassiterita, atraiu grupos privados nacionais e

internacionais. Todos com interesses voltados à

pesquisa. Mas de acordo com dados do DNPM, os

trabalhos executados pela Treves da Amazônia S/A

e Geadata Rohstofftechnik, de Essen, da Alemanha,

em 30 áreas de 500 hectares no município de

Guajará-Mirim, os resultados foram insatisfatórios.

Os investimentos da construtora Andrade Gutierrez,

ao longo do Madeira, também não mostraram bons

frutos.

A Almeida Mineração fez o bloqueio de

uma jazida na região Araras onde não foi possível

desenvolver os procedimentos normais de lavra, em

função da invasão garimpeira no local.

Posteriormente, o aglomerado se transformou em

uma vila.

Em 1979, surgiram na região as primeiras

balsas. A partir de 1981 essas balsas passaram a ser

denominadas “dragas”. Os equipamentos semi-

mecanizados passaram por rápida evolução. A

extração mecanizada buscava o cascalho no fundo

do rio, através de sucção, sem o emprego de

mergulhadores.

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Para regularizar e disciplinar a

garimpagem na região, o Governo

Federal, após a realização de estudos

efetuados pelo então 8º Distrito do

DNPM, criou duas reservas garimpeiras

no rio Madeira, instituídas pelas

Portarias Ministeriais 1.345/79 e

1.034/80. As reservas incluem uma área

de 18.935 hectares, entre as cachoeiras

do Paredão e Teotônio, numa extensão

de 180 quilômetros. Nesse trecho, os

núcleos garimpeiros mais importantes

eram: Periquitos, Abuña, Tamborete,

Paredão, Prainha, Vai-Quem-Quer,

Sovaco da Velha, Dois Irmãos,

Palmeiral, Embaúba, Jirau, Caldeirão,

Morrinhos, Teotônio e Belmont.

Nos anos entre 1979 e 1983

houve significativo acréscimo na

produção de ouro e decréscimo

expressivo no período de 1984 e 1986.

O aumento da produção justifica-se pelo

número de equipamentos e melhoria do

rendimento. Atualmente são poucos os

que se aventuram nos garimpos do

Madeira.

Os diamantes

Um antigo garimpeiro de

diamante, Clodomiro Queiroz de Lima,

mais conhecido por “Amiguinho”, vivia

regateando no rio Machado, em 1948,

com um motor de popa. Durante esse

trabalho descobriu formas de diamantes

no cascalho do leito do rio Ji-Paraná.

Em 1949 adquiriu um aparelho que

entregou para um grupo de garimpeiros

conhecidos Djalma Santos, Ernesto da

Silva, Alfredo de Oliveira e Enjoras

Araújo Veloso. Este último empregado

d firma Rocha & Costa, cujo gerente era

o seringalista Caetano Silva Costa

Júnior associado a Clodomiro Queiroz.

Naquele ano iniciou-se a garimpagem

do diamante no Ji-Paraná, com os

garimpeiros descendo as águas pela

parte de cima da cachoeira de Idalina,

sendo que, naquela localidade, os

mergulhadores registraram uma

produção de64 quilates de diamantes do

tipo industrial, o suficiente para pagar

todas as despeças e ficar com bom

lucro.

A notícia se espalhou rapidamente e uma

carta enviada para os garimpeiros de Roraima, do

rio Mau, foi lida em voz alta em um acampamento.

Como aquele local a garimpagem já não ia muito

bem, logo foi grande a quantidade de faiscadores

descendo o rio Branco nos motores de maior porte.

Já no início de 1950, os garimpeiros de Mau,

Tepequém e outros garimpos de Roraima se

encontravam subindo o rio Machado.

A invasão pegou os seringalistas de

surpresa. A única forma de deter a subida ao rio

seria não permitir que os motores do Serviço de

Recuperação do Ji-Paraná, transportassem os

pesquisadores chegavam a Tabajara em grande

quantidade. Eles, porém, construíram canoas de

troncos de árvores e, de três em três, subiam o

Machado.

Nos anos seguintes, grande número de

pessoas demandava aquela região, indo para a zona

diamantífera do afluente do Madeira, onde

cascavilhavam o terreno às margem do rio,

faiscando onde havia a presença de diamantes. Eles

eram atraídos pelo encanto dos garimpos, onde seus

olhos pudessem contemplar as gemas extraídas dos

“monchões” da terra firma, dos veios incrustados

nas rochas ou nas corredeiras dos rios.

Não se tem uma estatística exata do número

de garimpeiros entregues a procura do diamante,

principalmente devido ao seu nomadismo na busca

de cascalho diamantífero em trabalho artesanal, seja

no solo enxuto ou no leito do rio, onde, providos de

picaretas, pás e enxadas perfuram o solo,

esbarrancam as beiras e escavam o leito.

POVOAMENTO

A FORÇA DOS MIGRANTES

“Os migrantes trouxeram suas tradições e aqui

criaram muitas outras, próprias de uma região onde

impera a mistura das misturas brasileiras”

O processo de povoamento de Rondônia tem

sua origem no começo do século XVIII, quando a

coroa portuguesa realiza suas primeiras expedições

na região do Alto Madeira e do Vale do Guaporé

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em busca de jazidas de ouro. Essas

buscas proporcionaram o surgimento de

povoações com a Vila Bela de

Santíssima Trindade do Mato Grosso,

no Rio Guaporé e Santo Antônio, no

Rio Madeira. O declínio do Ciclo do

Ouro, no inicio do século XIX provocou

o abandono dos primeiros núcleos

populacionais da região que seriam

reinados em seguida com os Ciclos da

Borracha, conhecida também como o

“Ouro Negro”.

No ano de 1883, a região que

hoje é Ji-Paraná já era povoada por

nordestinos que chegavam na Amazônia

para trabalhar nos seringais. A

construção da Estrada de Ferro

Madeira-Mamoré, em 1907, daria

continuidade a essa fase do processo

migratório com a vinda de milhares de

trabalhadores estrangeiros, destacando-

se principalmente os negros oriundos de

Bárbaros, Trinidad, Jamaica, Santa

Lúcia, Martinica, São Vicente, Guianas,

Granadas e outras ilhas das Antilhas.

Todos de formação protestante e

idioma inglês que foram denominados

de barbadianos. Muitos não retornaram

aos países de origem constituindo

família no Estado.

Povoamento e evasões

O Governo Federal realizaria

anos depois a nacionalização da

Madeira-Mamoré – oficial, pois, afinal

a ferrovia sempre foi brasileira. Este

procedimento tinha como meta impedir

o êxodo urbano e rural que afetava os

municípios de Porto Velho, Santo

Antônio do Rio Madeira e Guajará-

Mirim. O despovoamento regional era

preocupante, um censo registra somente

590 habitantes na região do Alto

Madeira.

As instalações das linhas

telegráficas da Comissão Rondon

alavanca um novo processo de

ocupação migratória, com a vinda de

migrantes do Mato Grosso, no período

de 1920 e 1940. Durante a 2ª Guerra

Mundial, no governo de Getúlio Vargas,

acontece um novo incentivo a ocupação

a ocupação da região em virtude da

parceria firmada entre Brasil e Estados Unidos

par a produção de borracha. Também nessa fase a

migração nordestina foi a mais expressiva. Em

1945, o Governo Federal cria diversas colônias

agrícolas com a intenção de evitar novamente o

êxodo regional, esta tentativa não surte o efeito

desejado. Os ciclos do Diamante e da Cassiterita,

entre 1954 e 1958 e a pavimentação da BR-364 que

coloca fim ao relativo isolamento do Estado, em

relação às demais regiões do País, complementam o

processo migratório.

Colonização espontânea

Em 60 inicia-se processo de colonização

espontânea na região quando o Governo Federal

considerou o Centro-Oeste do País como área

prioritária para o desenvolvimento nacional. Nessa

época a interferência oficial no processo de

ocupação regional com a criação e implantação do

Programa de Integração Nacional (PIN) pelo

Decreto-Lei de nº. 1164 de abril de 1971. as terras

de Rondônia passaram quase todas à jurisdição da

União, que poderia distribuí-las

indiscriminadamente no programa de colonização.

O Incra começa então a disciplinar o assentamento

desordenado dos colonos que procuravam Rondônia

para se fixar através de dois projetos, o Projeto

Integrado de Colonização (PIC) e o Projeto de

Assentamento Dirigido (PAD). O primeiro PIC

implantado foi o de Ouro Preto, na região onde se

localiza Ouro Preto do Oeste, desmembrado do

município de Ji-Paraná antigo distrito de Vila de

Rondônia.

A partir da década de 70, o município de

Porto Velho se torna recordista em crescimento

populacional o que resultaria na década seguinte,

numa explosão de expansão urbana com o

surgimento das primeiras invasões na capital. Este

movimento diferentemente do que aconteceu em

anos anteriores, que era uma busca por riquezas

naturais, desta vez a busca era de terras para a

agricultura.

Chegavam em Rondônia mais de três mil

famílias por ano. Esses migrantes, vindos

principalmente do Sul do País, estavam prontos

para trabalhar nos primeiros projetos de colonização

do Incra – Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária. Os projetos eram o de Ouro

Preto, Ji-Paraná, Vilhena, Sidney Girão e Burareiro.

Entretanto o Incra não conseguiu efetuar o

assentamento nem de um terço desses migrantes.

Diretores do instituto alegavam que parte das verbas

dos projetos foram transferidas para a área da

Page 22: História e Geografia de Rondônia

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Transamazônica, onde o fluxo

migratório era bem maior. Foi o início

dos problemas agrários na região, numa

luta que levaria novamente a

intervenção do Incra que mesmo assim

não consegue controlar os problemas

gerados pelas invasões. Esses projetos

visavam o assentamento das famílias

migrantes, a regularização fundiária

nenhum de colonização realmente.

Começam em 74 os primeiros

investimentos federais em Rondônia. É

criado o Programa de Pólos

Agropecuário e Agro-minerais da

Amazônia ( Polamazônia que visava

desenvolver quinze áreas previamente

selecionada, colocando sob a

administração da Sudam e da Sudeco

que entrariam em operação somente no

ano seguinte. O Estado recebe cerca de

8,5 milhões de dólares recursos que

deveriam ser usados até 1978. no ano

seguinte, o Polamazônia destina mais de

17 milhões de dólares para serem

investidos nas áreas de transporte,

indústria e desenvolvimento urbano.

COMUNICAÇÃO

O TRABALHO DA

IMPRENSA

“Em Rondônia existem

atualmente mais de 650 jornalistas que se

dividem nas redações e assessorias dos

órgãos públicos”

Com referência grandiosa em

seu nome, The Porto Velho Times foi o

primeiro jornal a circular em Porto

Velho. Sua primeira edição data de

julho de 1909 e esse informativo era

impresso em língua inglesa. Segundo

relatos históricos, um engenheiro norte-

americano aproveitou o maquinário

gráfico que a Railway Company

utilizava para produzir impressos e editou esse

peque jornal que descrevia os acontecimentos de

Porto Velho. Mais dois jornais foram publicados

também em inglês, “O Porto Velho Courier” e o

“Marconi-gran”, esse último em 1910.

O primeiro jornal em português, “O

Município”, surgido em 1915, circulou até os

últimos meses de 1916, logo depois de criado e

instalado o município de Porto Velho. Com

circulação semanal e tiragem de 100 exemplares,

esse matutino era vendido nas manhãs de domingo.

Seus primeiros números teriam sido editados nas

oficinas de um jornal cujo nome era o Humaitaense.

Os proprietários do “Município” eram Francisco

Queiroz, pai do médico Cezar Queiroz que se

deslocou de Manaus a convite do então prefeito

Joaquim Augusto Tanajura. Esse jornal passaria a

ser denominado em seguida como Alto Madeira, em

1917, e era de propriedade do Augusto Tanajura,

apesar de constar em seu expediente o nome de

Francisco Queiroz que era na verdade o dono do

maquinário utilizado para imprimir os primeiros

exemplares desse matutino.

Imprensa governista

Em 1954, com máquinas e materiais

tipográficos comprados do jornalista Emílio

Rodrigues Santiago de “O Imparcial” e do jornalista

Humberto Calderado Filho, diretor de “A Crítica”,

de Manaus, é fundado “O Guaporé” de propriedade

do coronel Aluízio Ferreira, mas nominalmente

pertencia a um grupo constituído por Oriolvado da

Silva e tinha em sua redação nomes como: João

Tavares, Emanuel Pontes Pinto e Paulo Nunes Leal.

Os diretores do Guaporé, todos filiados ao

PTB de Aluízio e Getúlio Vargas, chegaram a

estabelecer por escrito diversas diretrizes que

deveriam ser seguidas pelo corpo eleitoral. Algumas

delas foram transcritas na íntegra em um artigo

sobre o jornalismo em Rondônia de Manuel Pontes,

em 80. Algumas delas:

O Guaporé dará apoio integral ao

governador Paulo Nunes Leal, que pauta a sua linha

de conduta com superior visão, objetivando fazer, a

grandeza do Território e o bem estar da população.

Apoio integral ao deputado Aluízio Ferreira,

esteja ele ou não representando o Território da

Câmara Federal. Para isso apontará sempre ao povo

as grandes realizações do eminente homem público,

suas atividades e seus projetos para a região.

Os jornais “Alto Madeira” e o “Guaporé”,

com linhas editoriais distintas passaram a circular

diariamente, sem outros competidores. Surgiram

Page 23: História e Geografia de Rondônia

23

23

depois jornais como: “Folha do

Guaporé”, “Correio de Rondônia”, “A

Vanguarda”, de circulação semanal com

fortes tendências políticas que tiveram

pouca duração.

Os primeiros jornais

A Notícia: jornal editado em Ji-

Paraná, fundado em 80, com circulação

mensal esporádica;

O Parceleiro: semanário editado

pelo jornalista Osmar Vilhena, em

Ariquemes, fundado em 78;

Barranco: informativo mensal

fundado em maio de 79, editado pelos

jornalistas Montezuma Cruz e Jorcêne

Martinez;

Gazeta de Rondônia: também

semanário editado em Ji-Paraná mas

composto e impresso Ariquemes em 80.

Tribuna Popular: jornal

quinzenal editado em Cacoal –

composto e impresso em Porto Velho;

Correio do Sul: semanário

editado em Vilhena, composto e

impresso em Cuiabá, fundado em 80;

O Estadão do Norte: circulação

diária impresso em “off set”.

Diário da Amazônia

Em sua primeira edição, no dia

13 de setembro de 1993, o Diário da

Amazônia num feito inédito no

jornalismo rondoniense abre diversas

páginas para contar a história da

imprensa no Estado. Fatos pitorescos da

imprensa rondoniense como o caso do

homem que teria sido comido por uma

onça, que alcançou repercussão

nacional e outros foram relembrados

por profissionais de renome no meio

jornalístico em várias páginas do jornal.

A exemplo do que já acontece

há muitos anos no Sul, Sudeste e

Centro-Oeste do País, o Diário da

Amazônia passou também a circular nas

segunda-feiras e os leitores do matutino,

através do esforço e dedicação de seus

jornalistas, começaram a receber o

matutino nos sete dias da semana.

TV e rádio

O Governo do Território havia instalado

uma estação repetidora de TV, em Porto Velho em

muito depois outra em Guajará-Mirim, ambas

funcionavam provisoriamente com licença especial

do Ministério das Comunicações. No dia 13 de

setembro de 1974, um acontecimento marcante

representou a evolução no sistema de comunicação

em todo o Estado, o funcionamento da TV

Rondônia, canal 4, emissora filiada à Rede

Amazônica de Televisão, sob direção do jornalista

Phellippe Daou.

As primeiras rádios emissoras do Estado

foram a Difusora Guaporé e a Difusora DE

Guajará-Mirim, esta última sob a responsabilidade

da Prelazia do município do mesmo nome. As duas

implantadas na década de 50. a Prelazia de Porto

Velho com a finalidade de divulgar principalmente

para as localidade do interior notícias religiosas,

fundou a Rádio Caiari que teve como diretor o

historiador e ainda padre Vitor Hugo.

TURISMO

A BELEZA DOS RECURSOS

NATURAIS

“Rios, florestas e parques naturais fazem

parte das belezas naturais do Estado”

O Estado de Rondônia, de acordo com a

literatura, é uma das regiões mais complexas da

Amazônia, em termos de sua hidrologia,

geomorfologia, geologia e solos. O sistema hídrico

Guaporé-Mámoré-Madeira, fluindo na direção norte

ao longo da fronteira ocidental do Estado, expõe a

formação do escudo pré-cambriano brasileiro, sobre

o qual se assenta a maior parte de Rondônia,

conforme citado na introdução, o Rio Madeira é

navegável desde a cidade de Porto Velho e constitui

uma importante via de escoamento da produção. Os

rios Ji-Paraná - Machado e seus tributários foram o

segundo sistema hídrico em importância e drena

boa parte da região oriental.

Este último sistema desemboca no rio

Madeira perto do extremo norte do Estado. Grande

Page 24: História e Geografia de Rondônia

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24

parte do Estado está coberto pôr um

mosaico de peneplanícies intercaladas

com colinas, produto da erosão do

escudo pré-cambriano constituído pôr

granitos, gneiss e folhelhos, que às

vezes se apresenta exposto e em uma

posição mais elevada. Introduzindo

diversidade à paisagem, ocorrem alguns

peneplanos e colinas resultado da

intrusão de materiais ígneos mais

recentes.

Outras duas formações

características do território de Rondônia

são a serra do Pacaás Novos e a

Chapada dos Parecis. As duas são

formadas pôr arenitos; a primeira de

relevo abrupto; a segunda uma planície

dissecada, presente ao longo de parte do

limite com o estado de Mato Grosso. Na

região sul de Rondônia, na fronteira

com a Bolívia, é possível encontrar um

extenso “pantanal” aluvial. Ao norte da

serra dos Pacaás Novos, se apresentam

um complexo mosaico de colinas de

menor atitude e um peneplano que

interrompe o relevo, notadamente plano,

da região norte do Estado.

Com tal diversidade de materiais

parentais, é de se esperar uma grande

variação nas propriedades físicas e

químicas dos solos, o qual repercute

diretamente sobre sua aptidão agrícola.

A vegetação natural varia desde

o pântano tropical, as savanas

(cerrados), tanto úmidas quanto secas,

florestas semi-decíduas estacionais, até

florestas sempre verdes, as quais variam

segundo a drenagem, a ocorrência de

inundações e a fertilidade dos solos.

Nas terras bem drenadas o padrão da

vegetação nativa está intimamente

relacionado com as características do

Estado. Na maior parte da região norte

prevalece o clima “tropical úmido

hipertérmico”, com uma curta, porém

bem definida estação seca de três

meses; a metade sul difere em termos

do comprimento da estação seca, o qual

confere a esta região características e

clima “tropical moderadamente úmido

hipertérmico”. As temperaturas médias,

como era de se esperar, são inferiores

nas serras e nas planícies de altitude notável.

Ao longo das rodovias principais,

particularmente a BR-364, grande parte da

vegetação nativa foi removida durante os últimos 15

anos, podendo-se observar sua substituição pôr,

principalmente, pastagens e algumas poças

explorações agrícolas, tanto perenes como anuais.

ÍNDIOS

PRIMEIROS HABITANTES DE

RONDÔNIA

“Nós índios Karitiana surgimos assim:

antigamente nós tínhamos Deus aqui em cima desta

terra, deste solo. Antigamente não existia gente,

macaco, socó, mutum, não existia lontra, não existia

pica-pau, catia, tatu, paca, anta. Os matos já existia.

Deus não existia. Deus saiu de dentro de um buraco na

casa da cigana e a Mãe d’água nasceu do olho d’água,

e o sapo cururu. A mãe de Deus é a terra”. (narrativa

dos índios Orlando, Meirelles e Cirino Karitiana sobre

a origem do povo Karitiana. In OLIVEIRA, Cleide,

Levantamento de dados culturais do Povo Karitiana.

1994)

O povo Karitiana, com uma população de

cerca de 180 índios, fala a língua Tupi/Arikém,

habita a 95 quilômetros ao sul de Porto Velho,

numa área de 89.698 hectares. Os primeiros

contatos com o não-índio aconteceram no final do

século XVII, mas conseguiram se manter no

isolamento até o começo do século XX, quando

caucheiros e seringueiros acabaram com a grande

parte do grupo e mantiveram o restante sob regime

de escravidão durante longos anos. A “pacificação”

aconteceu em 1932 com a passagem do Marechal

Rondon.

A proteção do grupo passou a ser feita pelo

antigo SPI (Serviço de Proteção do Índio), que

fundou um posto de assistência, atualmente mantido

pela Funai.

Os Karitiana viviam perto de Ariquemes, na

BR-364. Com o passar dos anos e dada a

aproximação do “homem branco”, foram recuando

Page 25: História e Geografia de Rondônia

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até as proximidades do Rio Candeias,

onde estão há, aproximadamente, 32

anos, tendo abandonado a vida nômade

em conseqüência de contato.

Apesar do contato de muitos de

nos a civilização não índia, o povo

Karitiana conserva muitas de suas

tradições, como pintura corporal e fácil

em ocasiões de festas ou eventos

importantes, a música, a dança, o

artesanato. Dedicam-se mas à caça que

a pesca, mas não saem para caçar

quando a esposa esta de resguardo por

acreditarem que nesse período podem

ser perseguidos por onça ou se

perderem na floresta.

Embora utilizem armas de fogo,

ainda utilizam o arco e flecha.

Antigamente os Karitiana

prensavam a cabeça dos bebês índios

até os três meses de idade. Queriam

filhos diferentes dos macacos. Na

constituição familiar, o povo Karitiana

adota a prática da poligamia e

casamento entre parentes.

A área indígena Uru-Eu-Wau-

Wau está localizada no relevo central do

Estado de Rondônia abrangendo os

municípios de Guajará-Mirim, Costa

Marques, Nova Mamoré, Campo Novo

de Rondônia, Monte Negro,

Cacaulândia, Governador Jorge

Teixeira, Mirante da Serra, Jaru,

Alvorada do Oeste, São Miguel do

Guaporé e Seringueiras.

Os povos Uru-Eu-Wau-Wau

estão linguisticamente classificados no

Tronco Tupi, Família Tupi-Guarani,

grupo Tupi-Kawahib. São aparentados

dos Tenharim e Parintintin, do sul do

Amazonas.

Desde 1940 se soube da

existência dos lendários Uru-Eu-Wau-

Wau, como um grupo arredio que

andava por muitas localidades na região

central do Estado de Rondônia.

Geograficamente esta região tem

diversas barreiras naturais como serras e

extensas áreas de campo, o que, porém,

não tem impedido as constantes

tentativas de invasões por parte de

posseiros, madereiros e garimpeiros.

Ater hoje há uma luta constante dos índios em

defesa de suas terras.

Em 1977 foi organizado um plano para

tentar contatar com os Uru-Eu-Wau-Wau e

interditar sua área. O contrato não havia ainda se

realizado e quase nada se sabia a respeito destes

índios, além das lutas contra seringueiros e

garimpeiros onde sempre morriam muitos índios e

brancos. Em 1979 vários colonos assentados pelo

Incra, através do projeto Burareiro, dentro da área

Uru-Eu-Wau-Wau. Os trabalhos de contato só

tiveram êxito em 1980 e 1981, quando uma frente

de atração da Funai, liderada pelo indigenista

Apoena Meirelles, conseguiu manter os primeiro

contatos amigáveis com os índios.

Naquela época o grupo era formado por

mais de 800 índios. Os homens usavam pinturas

corporais, nas cores preta e vermelha, feitas com

tintas fabricadas com o jenipapo e o urucum. Sua

única vestimenta era uma espécie de cinturão, bem

largo, feito com várias voltas de cipó, em torno da

cintura. Cortavam o cabelo em forma de cuia, no

alto da cabeça. As mulheres, pequenas e de traços

muito delicados, usavam tatuagem no rosto,

costume ainda conservado entre as índias.

Depois do contato, em 1981, a população

Uru-Eu-Wau-Wau sofreu drástica redução em

conseqüência das doenças levas pelos invasores,

dos assassinos e do aumento excessivo da

incidência da malária.

Atualmente os Uru-Eu-Wau-Wau estão em

quatro pequenos grupos. No Posto Indígena do Alto

Jamari, vivem cerca de 20 índios. No Posto

Indígena do Alto Jaru estão mais 16. No Posto

Indígena Jamari vivem cerca de 10 índios e no

Posto Indígena Comandante Ari estão 16. a

população total é de 62 Uru-Eu-Wau-Wau.

Os povos se dividem em duas metades que

recebem nome de aves: Mutum e Arara. A regra

básica para a formação da família é através do

casamento de um membro da metade Mutum com

outro da metade Arara. Antigamente um homem

podia casar com mais de uma mulher, mas hoje,

como as mulheres estão em número reduzido,

muitos rapazes não têm com quem casar.

Os Uru-Eu-Wau-Wau já têm constituída

uma associação e começam a lutar pela implantação

de escolas em suas aldeias, e também por projetos

de alternativas econômicas e de saúde.

EDUCAÇÃO

EVOLUÇÃO DO ENSINO EM

RONDÔNIA

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“Fomos pioneiros na criação de

escolas dirigidas pelo rádio, o que permitiu

uma maior difusão de escolas pelo

interior, todas dirigidas por Porto Velho.

Improvisamos muitas escolas até em

caixotes” (Esron de Menezes, “Retalhos

Para a História de Rondônia”)

Durante muito tempo a educação

permaneceu em mãos de particulares.

Inicialmente juntavam pequenos grupos,

tanto em Guajará-Mirim quanto em

Porto Velho, que eram entregues

principalmente a religiosos com o

objetivo de “desarar” os meninos e

meninas que estudavam separados. Aos

meninos eram ensinadas a arte de

oleiro, ferreiro e carpinteiro. As

meninas aprendiam o catecismo e

prendas domésticas.

Muito mais tarde quando foi

criado o município de Porto Velho,

embora ainda pertencentes ao

Amazonas, seu primeiro

superintendente, major Fernando

Guapindaia de Souza Brejense, criou a

primeira escola oficial na regiam que

viria mais tarde a ser Território do

Guaporé. Havia um grande esforço em

Guajará-Mirim do padre Paulo Saldanha

e de João Nicollet em Porto Velho, que

fundou o colégio Dom Bosco e o

Instituto Maria Auxiliadora.

Após 1915, quando foi iniciado

o ensino público, outras modalidades

foram surgindo e após o surgimento do

território, o ensino foi implantado por

completo.

Em 1978, Rondônia fez um

levantamento sobre a educação e

concluiu que o ensino preconizado nas

leis 4.024/61 e 5.692/71 era mal

administrado até então. A afirmação foi

baseada no fato de não existirem

oficinas, laboratórios, escritórios

modelos e enfim, o instrumental necessário ao

funcionamento dos cursos profissionalizante a nível

de segundo grau existentes.

Os cursos nem eram profissionalizantes e

ainda prejudicavam a formação geral da juventude

estudantil até porque o núcleo comum, ou seja,

Comunicação e Expressão, Estudos Sociais e

Ciência eram prejudicados com 60% em favor da

parte profissionalizantes, meramente ditadas nas

salas de aula.

Os setores administrativos da Secretaria de

Educação se caracterizavam pela inoperância e

emperramento da máquina administrativa. Grande

parte dos responsáveis pelos setores não tinham

qualificação específica e necessária ao

funcionamento, pelo menos regular, com raras

exceções.

O quadro da estrutura do sistema territorial

de educação de Rondônia, era na realidade sombrio.

Numerosas distorções e irregularidades no sistema.

Outro aspecto relevante e que constituía um

dos pontos de estrangulamento e responsável em

grande parte pela baixa produtividade do sistema,

através de baixo nível de ensino, pelo alto índice de

evasão escolar e ainda pelo elevado índice de

reprovação, era que não existia também uma

estrutura racional dos quadros de pessoal técnico-

administrativo e docente, com base em critérios de

acordo com o nível de qualificação e atuação.

Normalmente, as contratações e promoções

que se verificavam na Secretaria de Educação, eram

aleatórios. Nem mesmo obedeciam a legislação

federal, respeitando os requisitos de seleção e

admissão de recursos humanos, tal era a carência de

elementos preparados para o executivo do

magistério.

Estado conquista universidade

Durante algum tempo, o Centro de Ensino

Superior de Rondônia, mantido pela Fundacentro,

entidade municipal criada pelo então prefeito

Odacir Soares, foi autorizada a funcionar com os

cursos de Administração, Ciências Contábeis e

Ciências Econômicas, pelo decreto nº. 84.696 de 12

de maio de 1980. Aproveitando o surto de

crescimento e desenvolvimento de Rondônia, que se

preparava para a emancipação, transformando-se

em Estado de Federação. O Governo criou um

grupo de trabalho, liderado pelo jornalista Euro

Tourinho Filho, primeiro reitor da Fundação

Universidade Federal de Rondônia, criada pela lei

nº. 7.011 de 8 de julho de 1982, após muita luta,

viagens e reuniões, quando a Unir – sigla definida

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para a entidade – conseguiu finalmente

ser implantada com novos cursos, além

dos que absorvera, sendo os cursos

oferecidos até a primeira metade do ano

de 1983: Ciências Contábeis,

Administração, Educação Física,

Geografia, História, Letras, Ciências e

Pedagogia.

HISTÓRIA DE

RÔNDONIA

DIÁRIO DA AMAZÔNIA

PORTO VELHO, 2000

I – DIVISÃO POLÍTICO-

ADMINISTRATIVA DO

ESTADO DE RONDÔNIA

O estado de Rondônia esta

atualmente dividido em 52 municípios,

que se constituem as unidades

autônomas de menor hierarquia dentro

da organização político-administrativa

do estado e do país.

A criação, incorporação, fusão

ou desmembramento de um município

se faz por lei estadual. Os municípios

podem ser divididos em distritos, que

são criados por leis municipais.

O município de Porto Velho foi

criado em 2 de outubro de 1914, por lei

estadual do estado do Amazonas, e o

município de Guajará-Mirim, em 1928,

por lei estadual do estado de Mato

Grosso. Isso porque, foram criados

antes de ocorrer a criação do Território

Federal do Guaporé. Os municípios de

Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta

Bueno e Vilhena foram criados em 11

de outubro de 1977, por decreto-lei

federal e os municípios de Ouro Preto

do Oeste e Costa Marques, foram

criados em 1981, também por decreto-

lei federal. Nesse período, Rondônia era

Território Federal. Portanto, as

emancipações se faziam por atos do

Presidente da República.

Em 1983, ocorreu a

emancipação dos municípios de Rolim

de Moura e Cerejeiras, criados por

decreto-lei estadual, porque nesse

período, o estado de Rondônia ainda não possuía

constituição.

Os demais municípios foram criados por leis

estaduais do estado de Rondônia, a partir de 1986.

PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

O estado de Rondônia possui o

delineamento das diferentes áreas geográficas

efetivado pelo Zoneamento Socioeconômico

ecológico, que distribui entre os ecossistemas uma

diversidade de formas de organização de produção

sustentável. Os aspectos econômicos envolvem

diversas atividades projetadas para determinadas

localidades e situação econômica das comunidades.

A caracterização do Zoneamento, como

elemento-chave da utilização de recursos das

florestas e dos rios, consistiu, ao mesmo tempo, em

preocupação ecológica pelas autoridades que temem

o mau uso dos espaços econômicos com atividades

que possam degradar o ambiente e prejudicar os

ecossistemas.

A nova Lei de Crimes Ambientais é

oportuna porque vincula os espaços produtivos aos

órgãos de representação ambiental, desta forma,

qualquer acidente envolvendo áreas de proteção

ambiental, ou desastre ecológico, prevendo

situações de risco para a vida vegetal e animal será

objeto de investigação. Esses órgãos públicos, como

o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e a

Secretaria de Estado do Desenvolvimento

Ambiental – SEDAM, que estão equipados para

atender às necessidades de informações acerca de

atitudes preservacionistas.

A extensão da fronteira agropecuária em

Rondônia teve início na década de 70, do século

XX, com a implantação de projetos de colonização

oficial, implantados pelo Governo Federal, por

meio do INCRA, substituindo as grandes áreas de

seringais nativos por uma nova situação fundiária,

que mudou radicalmente o espaço geográfico.

Rondônia é um estado que passou a ter

problemas ambientais em decorrência de sua rápida

expansão, como espaço de fronteira agrícola. Essa

nova realidade gerou preocupações acerca dos

desmatamentos, erosão fluvial, garimpagem,

atividades mineralógicas e extrativistas, que

contribuíram, desde o processo de colonização, para

o desequilíbrio dos ecossistemas, influindo em

mudanças climáticas que atingiram a região.

A partir d segunda metade da década de 80,

do século XX, os organismos internacionais, em

especial o Banco Mundial, que investiram nos

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projetos de colonização em Rondônia,

foram alvo de críticas de ambientalistas

e outras entidades mundiais, em

decorrência do desastre ecológico nas

imensas áreas florestais.

O Banco Mundial investiu em

um novo projeto, o “PLANAFLORO”,

com o intuito de diminuir o

desmatamento acelerado, iniciado nos

anos anteriores, e reverter o processo de

desordenação causado pelo fluxo

migratório no Estado.

A consolidação da BR-29, em

1968, permitiu que Rondônia firmasse

sua vocação agrícola com maciços

investimentos federais em projetos de

colonização e a intensificação do fluxo

migratório gerou a rápida formação de

aglomerados urbanos, principalmente ao

longo do eixo da BR-364. Isso

provocou uma ruptura da estrutura

espacial existente, já que,

anteriormente, concentrava a economia

nos municípios de Porto Velho e

Guajará-Mirim, que não sofreram

agregações populacionais como às

registradas na área de influência da BR-

364.

A conseqüência mais drástica se

constitui no acelerado processo de

desmatamento ao longo da BR-364. A

implantação dos projetos de colonização

existentes e a expansão da fronteira

agrícola na floresta demonstraram

exemplos edificantes da catástrofe

ecológica induzida pela exploração de

terras impróprias para a agricultura. Os

organismos internacionais e o Banco

Mundial, quando reconheceram a

problemática ambiental de Rondônia, na

segunda metade da década de 80, do

século XX, começaram a frear o envio

de verbas aos projetos de assentamento

e colonização, em decorrência do

escândalo mundial causado pelo

acelerado desmatamento de parte da

floresta amazônica.

A floresta sofreu intenso

processo de queimadas durante o

processo de preparação da terra para o

plantio de lavouras e pastagens. Os

agricultores instalaram-se em grandes e

pequenas propriedades, ou em projetos

agropecuários implantados por empresas

nacionais privadas ou pelo governo.

Em função da ausência de planejamento

adequado, alguns desses projetos foram instalados

em regiões impróprias para a atividade agrícola. Os

agricultores utilizaram sistemas de produção e

cultivo nem sempre coerentes com as características

agroecológicas da região. Essa ocupação

desordenada conferiu a agricultura uma dinâmica

marcada pela baixa produtividade, impactos

ambientais crescentes e pobreza na qualidade de

vida das populações.

A região central do Estado, ao longo da BR-

364 e próximo a ela, foi transformada em áreas

onde ocorreu intenso desmatamento da floresta,

eliminando-se praticamente a fauna e a flora. A

colonização influenciou um ritmo acelerado de

extração de madeiras nobres, fato que praticamente

extinguiu as espécies de mogno, cerejeiras e

castanheiras. Atualmente, as madeiras já extraem

outras espécies que também já se encontram

praticamente em processo de extinção.

As atividades garimpeiras no rio Madeira,

nas décadas de 80 e 90 do século XX, prejudicaram

o fluxo das águas do rio com o uso do mercúrio,

provocando a contaminação de peixes. Após a

proibição da garimpagem no rio Madeira,

iniciaram-se as atividades de forma clandestina, fato

que produziu um efeito mais devastador sobre o

meio ambiente e a recurapação plena da flora de

fundo e dos peixes que, por acaso, tenham sofrido

efeitos teratogênicos ou mutagênicos.

Outra forma de garimpo que causou

problemas ambientais constituiu-se na exploração

de cassiterita no Bom Futuro, na bacia do rio

Candeias, produzindo um índice elevado de

poluição nas águas em decorrência do assoreamento

do leito do rio.

O processo de desmatamento na região

tendeu a ser controlado tanto por organismos

internacionais quanto pelos órgãos encarregados do

meio ambiente, que trataram de fiscalizar as ações

predatórias. O desmatamento diminuiu, mas os

efeitos que geraram as problemáticas ambientais

ainda se perpetuarão por longas décadas,

considerando-se os aspectos de produção florestal

propriamente dita, além dos aspectos econômicos e

ambientais (regeneração da floresta).

ZONEAMENTO SOCIOECONÔMICO-

ECOLÓGICO

O zoneamento socioeconômico-ecológico é

um instrumento que indica a melhor forma de

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29

ocupação do espaço territorial e

utilização dos recursos naturais. Indica a

potencialidade ou vulnerabilidade

natural ou social por intermédio de

estudos.

A potencialidade natural ou

social diz respeito à disponibilidades de

recursos (terras, madeiras, estradas,

hospitais, diversidade de plantas e

animais), que podem ser aproveitados

de diferentes formas. Já a

vulnerabilidade pode ser quanto à

erosão da terra ou á ocupação humana.

O Governo Federal criou em

1990, a “Comissão Coordenadora do

Zoneamento Ecológico-Econômico

Nacional”. E ficou sob a

responsabilidade da Secretaria de

Assuntos Estratégicos da Presidência da

República SAE/PR.

Rondônia foi o primeiro Estado

brasileiro a regulamentar a ocupação do

espaço territorial com o Zoneamento

Socioeconômico-Ecológico e com o

Plano Agropecuário e Florestal

PLANAFLORO implantado a partir da

identificação dos problemas surgidos

com intenso fluxo migratório ocorrido

nas décadas de 70 e 80 do século XX.

O Zoneamento Socioeconômico-

Ecológico custou US$ 20 milhões de

dólares. O contrato foi assinado entre o

Governo do Estado de Rondônia,

Governo Federal e Banco Mundial, com

a aprovação do Senado da República do

Brasil, em setembro de 1992. O

mutuário é a União e os executores o

Ministério do Planejamento e o

Governo do Estado.

A primeira aproximação do

Zoneamento Socioeconômico-

Ecológico foi instituído em 14 de junho

de 1988, através do Decreto-Lei

Estadual 3782, posteriormente

ratificado pela Lei Complementar 52 de

20 de dezembro de 1991. O

Zoneamento Socioeconômico-

Ecológico ficou dividido em seis zonas,

com identificação de potencialidade e

uso da terra, conforme suas

características Socioeconômico e

Ambiental.

II – ASPECTOS FÍSICOS

SOLOS

As unidades pedológicas que ocorrem em

Rondônia pertencem a vários grupos e predominam

os latossolos. Ocorrem ainda os solos podzólicos,

que podem ser eutróficos ou distróficos, areia

quartzosas, terras roxas, brunizema, planossolo, glei

pouco húmico, solos aluviais, solos litólicos e

afloramentos de rochas.

RELEVO

O relevo do Estado de Rondônia é pouco

acidentado, não apresentando grandes elevações ou

depressões, com variações de altitudes que vão de

70 metros a pouco mais de 500 metros. A região

norte e noroeste, pertencente à grande Planície

Amazônica, situa-se no vale do rio Madeira e

apresenta área de terras baixas e sedimentares. As

áreas mais acidentadas encontram-se localizadas no

divisor das águas das bacias do Madeira e Machado,

onde ocorrem elevações e depressões, com altitudes

que chegam a alcançar 800 metros na Serra dos

Pacaás Novos, que se dirige de noroeste para

sudeste e é o divisor entre a bacia do rio Guaporé-

Mamoré e com as bacias dos afluentes do rio

Madeira (Jaci-Paraná, Candeias e Jamari) e a bacia

do rio Machado (Ji-Paraná).

O relevo do Estado apresenta-se muito

diversificado com variação de altitude,

prevalecendo à faixa entre 70 e 600m. as maiores

altitudes ocorrem no Município de Vilhena (acima

de 500m) e as menores no Município de Porto

Velho (entre 90 e 200m). De maneira geral o relevo

não apresenta grandes elevações, comportando-se

como plano e suave ondulado e, em menor área,

como forte e montanhoso (Colorado D’Oeste,

Campo Novo de Rondônia, Governador Jorge

Teixeira, Guajará Mirim, São Miguel do Guaporé),

com altitudes variando entre 400 e 600m.

GEOMORFOLOGIA

As formas de relevo do Estado de Rondônia

podem ser divididas em nove unidades

morfoestruturais: Planaltos Residuais do Guaporé,

Planalto Dissecado Sul da Amazônia, Planalto

Rebaixado da Amazônia (ocidental), Depressão

Interplanática da Amazônia Meridional, Pediplano

Centro-Ocidental Brasileiro, Planície Amazônica,

Planalto Sedimentar dos Parecis, Serras e Chapadas

do Cachimbo e Planícies do Alto e Médio Guaporé,

Page 30: História e Geografia de Rondônia

30

30

isso conformo os volumes 16 e 19 do

PROJETO RADAMBRASIL (1978/79)

e EMBRAPA (1983).

PONTOS MAIS ALTOS DE

RONDÔNIA

Os pontos mais altos de

Rondônia estão localizados na região

central do Estado, na Serra dos Pacaás

Novos. O ponto mais alto tem 1.126,0

metros de altura e está situado nas

coordenadas geográficas – 10º49’54”

latitude e 63º34’36” longitude.

O segundo ponto mais alto tem

1.090,0 metros de altitude e está situado

nas coordenadas geográficas –

10º50’55” latitude e 63º34’15”

longitude.

O terceiro ponto mais alto do

estado tem 1.005,0 metros de altitude e

está situado nas coordenadas

geográficas – 10º51’33” latitude e –

63º37’10” longitude.

O quarto ponto mais alto tem

950,0 metros de altitude e o quinto 810

metros de altitude.

Os cinco pontos mais altos de

Rondônia ficam próximos um dos

outros, e estão situados na cumeada das

Serras do Pacaás Novos.

CLIMA

O clima de uma região esta

associado ás condições da circulação

geral da atmosfera, através das

perturbações transientes de escala

sinóptica e das perturbações

secundarias, formadas em função da

topografia e dos efeitos locais. No

Estado de Rondônia, o clima esta

particularmente associado ao da macro

região amazônica.

O verão é o período mais

chuvoso na região. Durante esta estação

observa-se uma grande atividade

convectiva causada por uma maior

incidência de radiação solar, durante o

ano, e a influência da ZCIT e da AB que

se desintensificam durante o inverno,

quando os principais mecanismos

associados as chuvas nesta estação são a

brisa fluvial, as Lis e as atividades

convectivas locais de menor intensidade.

O período chuvoso ocorre entre os meses de

outubro a abril, e o período mais seco entre os

meses de junho, julho e agosto. A precipitação

média anual é em torno de 1.400 mm a 2.500 mm,

onde, mais de 90% desta precipitação ocorre no

período chuvoso.

O regime térmico apresenta pouca variação

ao longo do ano. A média anual da temperatura do

ar varia de 24ºC a 26ºC, com a temperatura máxima

variando entre 30ºC e 34ºC e temperatura mínima

entre 17ºC e 23ºC.

VEGETAÇÃO

O estado de Rondônia encontra-se em uma

posição importantíssima em relação aos aspectos

fitogeográficos, situando-se no centro-sul da bacia

amazônica, em uma região de transição entre o

domínio geomorfológico amazônico.

É uma área que congrega três importantes

biomas: Floresta Amazônica, Pantanal e Cerrado,

tendo como características, por esta razão, uma

grande biodiversidade, que abrange tanto a riqueza

dos seus ecossistemas, quanto de espécies da fauna,

flora e de diversidade genética.

Os principais fatores determinantes para a

composição da vegetação do Estado são o relevo,

com serras de formação geológica antiga, formadas

por vastos depósitos sedimentares (Serras dos

Pacaás Novos), e a riqueza da drenagem, que

associada ao clima a composição do solo

contribuem para a ocorrência do ciclo de cheias dos

rios que drenam o estado, sendo marcante para a

definição das diferentes paisagens existentes.

A composição vegetal no estado é,

reconhecidamente, formada por oito tipologias

características, que se dividem em varias

fisionomias, as quais passam a caracterizar:

1. FLORESTA OMBRÓFILA ABERTA

É o tipo de floresta dominante no estado,

abrangendo cerca de 55% da área total da

vegetação. Esta tipologia caracteriza-se pela

descontinuidade do dossel, com ausência de área

foliar entre 30 e 40%, permitindo que a luz solar

alcance o sub-bosque favorecendo a sua

regeneração. Os troncos apresentam-se mais

espaçados no estrato mais alto, que atinge cerca de

30 m de altura enquanto o sub-bosque encontrasse

estratificado.

2. FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL

OU SUBCADUCIFÓLIA

Page 31: História e Geografia de Rondônia

31

31

Este tipo de vegetação se

desenvolve em solos hidromórficos com

baixa capacidade de retenção de água.

Ocupam cerca de 2% do total da

cobertura vegetal do estado.

3. FLORESTA DE TRANSIÇÃO OU

CONTATO

Ocupam cerca de 8% do estado.

Trata-se de área de transição entre o

cerrado e a floresta, apresentando

características destas duas formações,

com o estrato mais alto com cerca de 20

metros de altura.

4. CERRADO

Ocupam cerca de 5% da

cobertura florestal do estado. São

formações vegetais com feições

xeromórficas principalmente devido às

características do sol.

5. FORMAÇÃO PIONEIRA

Ocupam cerca de 4% do estado.

Ocorre em terrenos sujeitos a

inundações, apresentando diversas

fisionomias. Pode apresentar vegetação

florestal, ou não. O tamanho das árvores

é determinado pela altitude e pelo grau

de inundação. Algumas destas áreas

encontram-se dominadas por palmeiras

conhecidas como buritis.

6. CAMPINARANA

O termo campinarana significa

“falso campo”. São formações não

florestais que ocorrem em manchas

pequenas e bem dispersas por toda a

Amazônia. É a vegetação menos

representativa do estado. Cresce em

solos muito pobres de areia branca

(Podzol, hidromórfico e Areia

Quartizosas). A maioria das espécies

são endêmicas mas é possível encontrar

algumas que ocorrem também em

cerrado ou outras áreas não florestais.

HIDROGRAFIA

A hidrografia de Rondônia é parte

integrante da Bacia Amazônica, maior bacia

hidrográfica do planeta. Sendo o Amazonas o

principal rio, ele é formado pela junção dos rios

Negro e Solimões.

A hidrografia de Rondônia é formada por

uma bacia principal, a do rio Madeira, e por cinco

bacias tributarias; Guaporé, Mamoré, Abunã,

Jamari e Machado ou Ji-paraná.

Todos os rios que nascem no estado de

Rondônia são afluentes ou sub-afluentes do rio

Madeira e a maioria deles tem a foz dentro dos

limites do Estado com excessão dos afluentes do rio

Roosevelt, que tem suas nascentes no município de

Vilhena, na região Sudeste do estado de Rondônia,

desse no sentido norte, atravessa o estado de Mato

Grosso e tem sua foz no rio Madeira no estado do

Amazonas.

BACIA DO MADEIRA

Área: 31.422,1525 ha

O Madeira, principal rio de Rondônia, é

formado pela junção dos rios Mamoré e Beni. Essa

junção ocorre na região oeste de Rondônia, próximo

à cidade de Nova Mamoré. Os rios Mamoré e Beni

têm suas nascentes na república da Bolívia, nas

proximidades dos contrafortes dos Andes.

A partir de sua formação, o rio Madeira

nasce no sentido norte fazendo fronteira entre o

Brasil e a Bolívia até foz do rio Abunã. A partir

daí, ele atravessa o estado de Rondônia no sentido

noroeste, norte, até a foz do igarapé Maici, divisa

dos estados de Rondônia e Amazonas. Após essa

divisa, o Madeira percorre o estado do Amazonas e

tem sua foz no rio Amazonas.

O rio Madeira é um dos principais afluentes

da margem direita do rio Amazonas, tem uma

extensão de aproximadamente 1.056 km de Porto

Velho até a foz, no rio Amazonas, sendo

aproximadamente 180 km dentro dos limites de

Rondônia e 876 km no estado do Amazonas.

Em um trecho de aproximadamente 360 km,

a partir de sua formação, o Madeira tem um

desnível de declividade de 20 cm/km e passa por

dezoito cachoeiras e corredeiras, sendo as maiores:

Jiral, Teotônio e Santo Antônio.

Entre a Cachoeira de Santo Antônio e a foz

do rio Madeira é navegável durante o ano inteiro,

porém com alguns obstáculos, no período de seca,

ocasionado por assoreamento no leito do rio, o que

não impede a navegação.

Page 32: História e Geografia de Rondônia

32

32

No rio Madeira, no curso

navegável, encontram-se muitas ilhas,

algumas com extensão considerável.

BACIA DO GUAPORÉ

Área: 59.339,3805 ha

O rio Guaporé nasce na região

noroeste do estado de Mato Grosso,

desce no sentido norte do Brasil e, no

percurso que se inicia logo abaixo da

cidade de Vila Bela da Santíssima

Trindade (ex capital da capitania de

Mato Grosso), até a sua foz no rio

Mamoré ele faz fronteira entre o Brasil

e República da Bolívia.

Os principais afluentes do rio

Guaporé, na margem direita, lado

brasileiro, são os rios Gelera, Sararé,

Piolinho e Guariterê em território mato-

grossense e os rios: Cabixi, Corumbiara,

Verde, Mequéns, Massaco, Branco, São

Miguel, São Domingo e Cautário, em

território rondoniense.

BACIA DO MAMORÉ

Área: 22.790,6631 ha

O rio Mamoré tem suas

nascentes nos contrafortes dos Andes

bolivianos, desce no sentido leste da

Bolívia até a foz do rio Guaporé. A

partir daí, ele passa a fazer à fronteira

entre o Brasil e a República da Bolívia,

até encontrar o rio Beni, que também

nasce nos Andes bolivianos. O encontro

dos rios Mamoré e Beni formam o rio

Madeira.

Os principais afluentes do rio

Mamoré, na margem direita, em

território brasileiro, são os rios Guaporé

e Pacaás Novos, Ouro Preto, Lage e

Novo.

BACIA DO ABUNÃ

Área: 4.792,2105 ha

O rio Abunã nasce na região sul

do estado do Acre, na fronteira com a

República da Bolívia, e tem sua foz no

rio Madeira. Seu principal afluente da

margem esquerda, lado brasileiro, em

terras de Rondônia, é o rio Marmelo.

BACIA DO JAMARI

Área: 29.102,7078 ha

O rio Jamari tem suas nascentes nas

proximidades das serras dos Pacaás Novos, no

município de Campo Novo de Rondônia e desce no

sentido norte do Estado, recebe as águas do rio

Candeias e tem a foz no rio Madeira.

No rio Jamari esta instalada a Usina

Hidrelétrica de Samuel, que tem potencial de

geração de 216 Mw de energia elétrica. A usina de

Samuel está situada no município de Candeias do

Jamari, e o lago da represa de Samuel abrange o

território dos municípios de Candeias do Jamari e

Itapuã do Oeste.

BACIA DO ROOSEVELT

Área: 15.538,1922 ha

O rio Roosevelt tem suas nascentes na

região sudeste de Rondônia, nas proximidades da

cidade de Vilhena, desce no sentido norte e, a partir

da foz do rio Capitão Cardoso, atravessa o estado de

Mato Grosso, entra pela porção sul do estado do

Amazonas e tem sua foz no rio Madeira.

BACIA DO MACHADO OU JI-PARANÁ

Área: 80.630,5663 ha

O rio Machado ou Ji-Paraná é o principal

afluente do rio Madeira, dentro dos limites de

Rondônia, é também a segunda mais importante

bacia hidrográfica do Estado. Ele é formado pela

junção dos rios Comemoração ou Melgaço com o

Apediá ou Pimenta Bueno, cuja confluência ocorre

nas proximidades da cidade de Pimenta Bueno. Os

afluentes, formadores do rio Machado, tem suas

nascentes na Chapada dos Parecis, no município de

Vilhena. Portanto, o rio Machado têm suas

nascentes na região sudeste de Rondônia, desce no

sentido norte e atravessa as regiões leste, nordeste e

tem a foz no rio Madeira, na região norte do Estado.

Os afluentes da margem direita do Machado

são poucos e pequenos, os principais deles são:

Riozinho, Igarapé Grande e Igarapé Lurdes.

Os maiores afluentes do rio Machado ou Ji-

Paraná estão na margem esquerda e os principais

são os rios Rolim de Moura, Muqui, Urupá, Jaru,

Anari, Machadinho e Rio Preto.

RIOS NAVEGÁVEIS

No final do século XIX e durante a primeira

metade do século XX (1877-1960), todos os

Page 33: História e Geografia de Rondônia

33

33

principais rios de Rondônia eram

utilizados para navegação. Nesse

período, os rios davam acesso aos

diversos seringais existentes na região.

O rio Madeira, entre Porto

Velho e a foz no rio Amazonas, é uma

importante via de transporte. O rio

Machado ou Ji-Paraná é navegável entre

a foz e a cachoeira Dois de Novembro.

No trecho entre a cachoeira Dois de

Novembro e a localidade de Tabajara

existem várias cachoeiras que impedem

a navegação. A partir daí, existem

algumas pequenas cachoeiras ou

corredeiras, que dificultam a navegação

mais não a impede. Os rios Mamoré e

Guaporé são navegáveis e são

explorados pela navegação que abastece

a população ribeirinha, dentro dos

limites de Rondônia, da cidade de

Guajará-Mirim até a foz do rio Cabixi.

III – ASPECTOS

ECONÔMICOS

Vários ciclos econômicos

fizeram parte do desenvolvimento

regional, mas, na atualidade, predomina

o agropecuário, com destaque para a

cafeicultura e bovinocultura (gado

leiteiro e de corte) entre outros produtos

e um setor industrial nascente.

O primeiro ciclo econômico

ocorreu com as descobertas de ouro no

rio Corumbiara, afluente da margem

direita do rio Guaporé, a partir de 1744;

nessa mesma época houve também o

período das drogas do sertão, mas o

primeiro grande ciclo econômico foi o

da borracha. Este ciclo dividiu-se em

dois. O primeiro teve início por volta de

1877, quando uma grande leva de

nordestinos migrou para o vale do

Madeira e seus afluentes: rio Machado

ou Ji-Paraná, Mamoré, Guaporé e

Jamari e o segundo ciclo teve início em

1942, ocasião da Segunda Guerra

Mundial.

No período do Primeiro Ciclo de

Extração de Látex foi construída a

maior obra da história da Amazonas, a

Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, hoje

Museu Histórico.

O Primeiro Ciclo de Extração de Látex,

(borracha) começou a decair a partir de 1912 e, em

1918, já estava em pleno declínio, não pela falta do

produto, mas pelo preço praticado no mercado

internacional, principalmente no continente

Asiático, mas precisamente na Malásia.

A retomada da demanda de extração de

látex, seiva da árvore seringueira, nativa da

Amazônia, ocorreu em decorrência da Segunda

Guerra Mundial, isto porque os seringais da Malásia

foram ocupados por tropas japonesas. Naquele

período, as atenções do mundo convergiram para a

produção do látex na Amazônia. O próprio governo

brasileiro (Getúlio Vargas), convocou trabalhadores

para trabalharem na extração de látex. Foi neste

período que surgiu o soldado da borracha. Os vales

amazônicos foram novamente ocupados.

O período auge da produção de látex na

Amazônia no segundo ciclo, correspondeu ao

período da Segunda Guerra Mundial.

Em 1952, ocorreu a descoberta de existência

de estanho, que foi importante para a economia

regional de Porto Velho, surgindo ai o ciclo da

extração da cassiterita, que também divide-se em

dois períodos: o primeiro período foi o da

garimpagem manual, que durou até 31 de março de

1971, quando foi proibida pelo Governo Federal; a

partir dessa data, iniciou-se o período da

garimpagem mecanizada. Ainda na década de 50,

do século XX, existiram os garimpos de diamante

no rio Machado, nas proximidades de Vila

Rondônia, atualmente cidade de Ji-Paraná, e

Pimenta Bueno, que tiveram pouca durabilidade.

O atual ciclo econômico de Rondônia

iniciou-se na década de 70, do século XX, com a

chegada de migrantes oriundos, principalmente, das

regiões Sul e Sudeste do Brasil, cuja maioria era

proveniente dos estados do Paraná, Espírito Santo e

Minas Gerais, começando assim o plantio de

lavoura de café e a formação de pastagem. Nesse

mesmo período, deu-se início às instalações de

indústrias madeireiras que, do final da década de 70

e durante a de 80, do século XX, eram responsáveis

absolutas pela geração de empregos, renda e ainda

hoje são de suma importância para a economia do

Estado.

Em 1971, a CEPLAC Comissão Executiva

da Lavoura Cacaueira, respaldada em estudos que

apontavam a viabilidade da lavoura cacaueira na

região, deu incentivo ao plantio nas localidades de

Ouro Preto, Jaru e Ariquemes.

Em 1976, foi implantado o programa

PROCACAU, que incentivou ainda mais o plantio

Page 34: História e Geografia de Rondônia

34

34

da lavoura, chagando a 54.000 hectares,

em seis mil pequenas propriedades

rurais.

Paralelamente a esse

acontecimento, as lavouras de café e a

criação de rebanho bovino se

desenvolveram por uma vasta região,

mas, no início dos anos 1990, os

cafeicultores rondonienses enfrentaram

outro problema, o baixo preço na saca

do café, que, às vezes, não compensava

nem colher. Muitos foram os que,

cortaram os cafezais e substituíram as

áreas por pastagens. A partir de 1997,

os preços voltaram a subir e chegou, em

1999, a R$ 150,00. Novamente

ocorreram novas plantações, porém, o

preço da saca começou a cair a partir do

ano de 2000, e em 2001 chegou a R$

25,00, voltando a ser desestimulado. Na

atualidade, o preço da saca de café é de

aproximadamente R$ 80,00. Rondônia é

o 5º maior estado brasileiro na produção

de café.

O rebanho bovino sempre

continuou crescendo e é predominante

em todo o Estado, formando uma

grande bacia leiteira, com destaque para

a região de Ouro Preto, Jaru e Ji-Paraná.

Outros investimentos já

começam a florescer, na economia

regional, são plantações de pupunha

(palmito, piscicultura), e o cultivo de

soja e arroz, em áreas mecanizadas, no

sul do Estado.

Rondônia é um Estado de

vocação agropecuária, o solo

rondoniense produz, não só os já citados

produtos, mas uma diversidade de

cereais, frutos, verduras e legumes.

EXTRATIVISMO MINERAL

A influência da mineração em

Rondônia ocorre desde o século XVIII,

com a descoberta de ouro no rio

Corumbiara, afluente da margem direita

do rio Guaporé, em 1744, pelos

bandeirantes paulistas, Antônio de

Almeida e Tristão da Cunha Gago.

Na década de 1950, surgiu a

garimpagem de diamantes no rio Ji-

Paraná ou Machado, nas proximidades

da atual cidade de Ji-Paraná. E ainda na

década de 1950, foi descoberta a existência de

minério de estanho (cassiterita).

A garimpagem manual de cassiterita

movimentou o comércio da cidade de Porto Velho,

durante os anos 60 até a desativação em março de

1971, obedecendo à portaria Ministerial 195/70,

publicada pelo DNPM – Departamento Nacional de

Pesquisa Mineral, que proibiu a garimpagem

manual. Surgiu a partir dessa data a garimpagem

mecanizada, que também manteve influência

econômica em Porto Velho.

Em 1987, foi descoberto cassiterita as

margens do rio Santa Cruz onde formou o garimpo

Bom Futuro, maior garimpo de estanho a céu aberto

no mundo. Ainda na década de 80, e inicio da

década de 90, do século XX, o rio Madeira foi

explorado por milhares de garimpeiros. Na extração

de ouro no leito do rio eram utilizadas, balsas e

dragas.

Os garimpos de minério de estanho

(cassiterita) em Rondônia estão localizados nas

bacias dos rios Jamari, Jacundá e Machadinho. Na

bacia do Jamari os garimpos estão situados as

margens do rio Massangana, no braço direito do rio

Candeia e o maior garimpo, o Bom Futuro, esta as

margens do rio Santa Cruz. Na bacia do Jacundá o

garimpo esta situado no município de Itapuã do

Oeste e na bacia do rio Machadinho estão os

garimpos Oriente Velho e Novo, região onde foi

descoberto a existência do minério em Rondônia.

Ainda na década de 90, no século XX, os

garimpos de ouro entraram em decadência e a lavra

de cassiterita continua mecanizada.

IV – GOVERNADORES

O "Território Federal do Guaporé" foi criado pelo

decreto-lei nº 5.812 de 13 de setembro de 1943,

mudado para "Território Federal de Rondônia", em

homenagem ao marechal Cândido Rondon, pela lei

nº 21.731 de 17 de fevereiro de 1956, e elevado a

Estado no dia 4 de Janeiro de 1982.

Território Federal do Guaporé

nº Nome início do

mandato

fim do

mandato

1 Aluísio Pinheiro

Ferreira

1 nov

1943

7 fev

1946

2 Joaquim Vicente

Rondon

7 fev

1946

31 out

1947

3 Frederico Trotta

31 out

1947

9 jun

1948

4 Joaquim Araújo

Lima

9 jun

1948

22 fev

1951

Page 35: História e Geografia de Rondônia

35

35

5 Petrônio Barcelos

22 fev

1951

7 fev

1952

6 Jesus Burlamaque

Hosanah

6 fev

1952

18 nov

1953

7 Ênio dos Santos

Pinheiro

18 nov

1953

13 set

1954

8 Paulo Nunes Leal

13 set

1954

5 abr

1955

9 José Ribamar de

Miranda

5 abr

1955

14 out

1956

10 Jaime Araújo dos

Santos

14 out

1956

6 nov

1958

11 Paulo Nunes Leal

6 nov

1958 8 set 1961

12 Abelardo

Alvarenga Mafra

18 mar

1961 8 set 1961

13 Ênio dos Santos

Pinheiro

13 set

1961 3 jul 1962

14 Nilton Lima

3 jul

1962

12 dez

1962

15 Wadih Darwich

Zacarias

12 dez

1962

27 mai

1963

16 Ari Marcos da

Silva

27 mai

1963

14 out

1963

17 Paulo Eugênio

Pinto Guedes

14 out

1963

27 jan

1964

18 Abelardo

Alvarenga Mafra

27 jan

1964

6 abr

1964

19 José Manuel Luís

da Cunha

Menezes

24 abr

1964

29 mar

1965

20 João Carlos dos

Santos Mader

29 mar

1965

10 abr

1967

21 Flávio de

Assunção

Cardoso

10 abr

1967

30 nov

1967

22 José Campedelli

30 nov

1967

13 fev

1969

23 João Carlos

Marques

Henrique Neto

7 fev

1969

31 out

1972

24 Teodorico Gaíva

31 out

1972

23 abr

1974

25 João Carlos

Henrique Neto

23 abr

1974

20 mai

1975

26 Humberto da

Silva Guedes

20 mai

1975

2 abr

1979

27 Jorge Teixeira de

Oliveira

10 abr

1979

4 jan

1982

Estado de Rondônia n

º Nome

início do

mandato

fim do

mandato

1 Jorge Teixeira de Oliveira 4 jan 1982 10 mai 1985

2 Ângelo Angelim 10 mai 1985 15 mar 1987

3 Jerônimo Garcia de

Santana 15 mar 1987 15 mar 1991

4 Osvaldo Piana Filho 15 mar 1991 1 jan 1995

5 Valdir Raupp 1 jan 1995 1 jan1999

6 José Bianco 1 jan 1999 1 jan 2003

7 Ivo Cassol 1 jan 2003 atualidade

V - MUNICÍPIOS

1. Alta Floresta d’Oeste

2. Alto Alegre dos Parecis

3. Alto Paraíso

4. Alvorada d’Oeste

5. Ariquemes

6. Buritis

7. Cabixi

8. Cacaulândia

9. Cacoal

10. Campo Novo de Rondônia

11. Candeias do Jamari

12. Castanheiras

13. Cerejeiras

14. Chupinguaia

15. Colorado do Oeste

16. Corumbiara

17. Costa Marques

18. Cujubim

19. Espigão d’Oeste

20. Governador Jorge Teixeira

21. Guajará-Mirim

22. Itapuã do Oeste

23. Jaru

24. Ji-Paraná

25. Machadinho d’Oeste

26. Ministro Andreazza

27. Mirante da Serra

28. Monte Negro

29. Nova Brasilandia d’Oeste

30. Novo Mamoré

31. Nova União

32. Novo Horizonte do Oeste

33. Ouro Preto do Oeste

34. Parecis

35. Pimenta Bueno

36. Pimenteiras do Oeste

37. Porto Velho (capital)

38. Presidente Médice

39. Primavera de Rondônia

40. Rio Crespo

41. Rolim de Moura

42. Santa Luzia d’Oeste

43. São Felipe d’Oeste

44. São Francisco do Guaporé

45. São Miguel do Guaporé

46. Seringueiras

47. Teixeirópolis

48. Theobrama

49. Urupá

50. Vale do Anari

51. Vale do Paraíso

Page 36: História e Geografia de Rondônia

36

36

52. Vilhena

AS PRESSÕES INTERNACIONAIS

SOBRE A AMAZÔNIA

BRASILEIRA

“O imperialismo: as propostas de

internacionalização da Amazônia e o

etnocentrismo dos viajantes.”

A expansão do capitalismo

industrial e financeiro mundial, a partir

do século XIX, levou a uma crescente

adoção das práticas e políticas

imperialistas que, promovidas pelas

grandes potências da Europa, o Japão e

os EUA, tiveram como alvo os

territórios da África, Ásia, Oceania e

América Latina. Em meados do século

passado, os avanços na tecnologia, nos

transportes e nos meios de produção,

ocasionaram o surgimento de

gigantescas corporações que resultaram

da fusão entre o capital financeiro e o

capital industrial. O avanço desse

processo de concentração de capitais

culminou com a criação de trustes,

cartéis e, mais tarde, para fugir às

legislações antitrustes, holdings. Essas

corporações visavam à obtenção de

contratos privilegiados quanto ao

monopólio de determinados mercados,

contando, para esse intento, com a

colaboração da diplomacia e,

freqüentemente, quando esta falhava, do

exército de seus Países, além da prática

do dumping para eliminar os

concorrentes.

Os investimentos do capital

monopolista na Amazônia resultaram no

controle de importantes concessões de

serviços públicos, como portos e

navegação, além da exclusividade nas

operações de exportação de matéria-

prima, o que dava às casas exportadoras

uma ampla margem de controle de

preços da goma elástica. É interessante

observar os aspectos político e militar

desse processo, na medida em que

forjaram determinada mentalidade que,

de forma bem precisa, migrou para a

Amazônia, juntamente com capitais e

técnicos estrangeiros. Essa mentalidade

desenvolveu-se a partir da forma mais

extremada do imperialismo, efetivada na África e

no Oriente, particularmente na China.

Ao final do século XIX, uma série de

doutrinas expansionistas e seus corolários

desenvolveram a noção de um certo “Destino

Manifesto”, a ser realizado pelos Estados Unidos.

Basicamente, a doutrina do destino manifesto parte

de uma idéia de que certos Países possuiriam

atributos raciais, geopolíticos e/ou econômicos, que

os tornariam superiores aos demais. Esses atributos

justificariam seu domínio sobre os Países

“inferiores”, com o objetivo de expansão e defesa.

Por outro lado, os Países dominados ou sob a esfera

da influência dessas potências, seria a lucrar, com o

desenvolvimento econômico e social trazidos com o

domínio estrangeiro.

As pretensões de estrangeiros, não somente

sobre a navegação, mas também sobre o destino a e

exploração do Vale do Amazonas criaram, ao longo

de todo o século XIX, sérias desconfianças por

parte do Governo Imperial, chegando mesmo D.

Pedro II (1825-1891) a registrar, em seu diário

pessoal de 1862, receio em relação às pretensões

dos EUA sobre o Amazonas. As desconfianças do

Governo Imperial foram herdadas pelo governo

republicano e são de fundamental importância para

a compreensão da Questão Acreana.

Uma série de viajantes estrangeiros, que

correram o vale desde o período colonial,

descreveram de forma apaixonada e idealizada as

potencialidades da terra. No século XIX podemos

citar Willian H. Edwards (1922-1909), um

naturalista norte-americano que desembarcou na

Amazônia em 1846 e o naturalista inglês Richard

Spruce (1817-1893), que desembarcou no Brasil em

1849 e permaneceu na Amazônia até 1864. De uma

maneira geral, as conclusões são as mesmas: a terra

era naturalmente dadivosa, porém pobre e

despovoada, apenas em razão da indolência de seus

povoadores. A solução então seria entregar aquela

terra ao gênio operoso do europeu ou do anglo-

saxão para transformá-la em um paraíso de fartura e

prosperidade.

Havia também aqueles que viam de maneira

negativa, tanto os dotes naturais da terra, como os

de sua população, estabelecendo corporações pouco

lisonjeiras entre a natureza Européia e a Americana.

Esse era o caso do Conde Joseph-Arthur de

Gobineu (1816-1882), embaixador da França no

Brasil entre abril de 1869 e maio de 1970, que se

julgou também habitado a emitir opiniões sobre a

terra, a cultura, a natureza e o homem tropical. O

Conde, autor de um trabalho intitulado “Ensaio

Page 37: História e Geografia de Rondônia

37

37

sobre a desigualdade das raças

humanas” (1853-1855), descreveu nesse

trabalho a natureza do país: cheio de

insetos e seres rastejantes, constituído

por um povo de malandros e ociosos,

composto de mestiços de todo o tipo, no

qual era impossível ver a pureza do

sangue europeu. Exceto a família real,

evidentemente, eram os brasileiros a

ralé do gênero humano.

EXERCÍCIOS 1:

1. Que regiões foram os grandes

alvos do imperialismo euro-americano

na 2ª metade do século XIX? O que

pretendia o imperialismo euro-

americano na segunda metade do século

XIX

2. Que tipo de “visões” os

exploradores emitiram sobre a América

tropical entre os séculos XVII e XVIII?

3. Que doutrinas imperialistas

orientaram o governo norte-americano

em suas relações com a América

Latina?

4. A teoria sobre a inferioridade dos

povos das zonas tropicais de Gobi-neau

baseia-se na idéia de que o clima e a

natureza prejudicam a espécie humana.

Que conseqüências essas idéias tiveram

no século XX?

5. O que defenderam os norte-

americanos interessados em explorar as

riquezas da Amazônia Boliviana em

1853?

6. Não foi Governador do Estado de

Rondônia:

a) Jorge Teixeira de Oliveira.

b) Jerônimo Santana.

c) Osvaldo Piana.

d) Ângelo Angelin.

e) Paulo Nunes Leal.

7. Quando o Território foi elevado à

categoria de Estado ocupava a

Presidência da República:

a) Jorge Teixeira de Oliveira.

b) Juscelino Kubitschek.

c) Mário Andreazza.

d) João Figueiredo.

8. Relacione a coluna A com a coluna B:

1) Bolivian Sindicanti.

2) Public Works.

3) P&T Collins.

4) May, Jekyll & Randolph.

( ) Monopolizaria a extração de borracha no Acre.

( ) Iniciou os trabalhos de construção da EEMM

em 1871.

( ) Abandonou as obras de construção da EEMM

em 1879.

( ) Concluiu as obras da EEMM em 1912.

9. A abertura da BR-364 impulsionou grandes

contingentes migratórios de diversas regiões do país

para Rondônia. A colonização em escala, ao longo

do eixo rodoviário, foi iniciada por empresas

particulares de colonização, sendo as duas primeiras

a desenvolver projetos na região:

a) INCRA e Sidney Girão.

b) Padre Adolpho Rohl e Burareiro.

c) IBRA e Incra.

d) Colonizadora Calama S/A e Itaporanga S/A.

e) Itaporanga S/A e IBRA.

10. Em 1977, foram criados 5 municípios ao

longo da BR-364. dentre eles não podemos citar:

a) Cacoal.

b) Vilhena.

c) Pimenta Bueno.

d) Ariquemes.

e) Jacy-Paraná.

A colonização da Amazônia:

missionários, europeus e militares em

conflito.

No final do século XVI, europeus de origem

holandesa, inglesa e francesa navegaram pelos rios

da Amazônia, tentando fixar núcleos de

povoamento e colonização. Em 1559, os holandeses

estabeleceram fortificações no encontro das águas

do Xingu com o Amazonas. Os fortes de Orange e

Nassau serviam de base para o contato e comércio

com indígenas, bem como para que se desse início

de plantio de cana-de-açúcar e tabaco. Em 1610, o

inglês Thomas Roe fundou núcleos de colonização

próximos à foz do Amazonas. Por volta de 1620, já

se encontravam núcleos holandeses na ilha de

Porcos, ingleses entre os rios Jari e Paru, holandeses

nos rios Gurupá e Xingu e franceses no Maranhão.

Page 38: História e Geografia de Rondônia

38

38

Tal situação motivou a intervenção dos

portugueses que, entre 1612-1615,

lutaram contra a presença francesa no

Maranhão.

Vitorioso sobre os franceses,

Francisco Caldeira Castelo de Branco

(em 1619) fundou, na baía de Guajará,

em 12 de janeiro de 1616, o forte do

Presépio, a partir do qual surgiu a

cidade de Sant Maria de Belém do

Grão-Pará. Portugal, então sob o

domínio da União Ibérica (1580-1640),

atuou decisivamente na expulsão dos

demais europeus do vale do Amazonas,

cabendo especial destaque a atuação de

Pedro Teixeira, que consolidou a

presença portuguesa na região.

A partir de uma busca tão áspera,

mas com obstinada fixação na idéia de

grandes tesouros, as metrópoles

ibéricas, agora unidas sob a dominação

da Espanha, iniciam um grande esforço

para manter a integridade de suas posses

territoriais. As ameaças estrangeiras

constituíram-se em importante motivo

para que se ampliassem os esforços

colonizadores. No entanto, a Espanha

estava por demais envolvida com as

colônias andinas, platinas e mexicanas.

Caberia ao Estado Português a tarefa de

resguardar, em benefício da União

Ibérica, o vale do Amazonas. Pelo

Tratado de Tordesilhas quase todo o

conjunto da atual região norte do Brasil

ficava sob o domínio espanhol. No

entanto, a partir de meados do século

XVII, os portugueses fixaram aí sua

presença.

Com a criação do Estado do

Maranhão e Grão-Pará em 1624 pelo rei

Felipe IV (1605-1665), monarca da

Espanha entre 1621 e 1665 que

governou também Portugal entre 1621 e

1640 durante o período da União

Ibérica, foram lançadas as bases da

conquista e povoamento da costa e do

extremo norte pelos luso-brasileiros.

Tendo em vista o aprofundamento da

ocupação, a Coroa constitui algumas

capitanias na região como Cametá,

Gurupará e Cabo do Norte. Em léguas

de terras e costas, contava-se, por volta

de 1637, a presença de 1400 a 1500 homens

brancos na região.

Em seu relato (Novo descobrimento do grande

rio Amazonas), o padre Cristóbal Acuña (1597-

1675), cronista da viagem de Pedro Teixeira, fala

dos grandes núcleos de colonizadores existentes na

região: Belém, onde existia um grande castelo para

sua defesa; Cametá: decadente e que em décadas

passadas fora famosa por seus muitos moradores;

Curupatuba e o forte do Desterro localizado na foz

do rio Genipapo, com 30 soldados e algumas peças

de artilharia.

A necessidade de imprimir à Amazonas os

símbolos da colonização ibérica possibilitaram a

expedição de Pedro Teixeira. As autoridades

hispânicas em Quito e Lima, no entanto, não se

sentiam tranquilas com essa aventura portuguesa

por uma tão vasta e rica região até então unicamente

reservada à Espanha.

A frágil aliança entre as duas potências estava

próxima de seu fim. Mesmo com a União Ibérica,

Portugal e Espanha mantiveram-se sempre como

nações distintas. Nesse momento (1638), embora

pelo Tratado de Tordesilhas a Amazônia fosse

espanhola, os portugueses expulsaram os

estrangeiros que haviam se instalado com sucesso

em terras coloniais espanholas. Os relatos, tanto dos

cronistas Rojas e Acuña, quanto os do próprio

Pedro Teixeira deixaram clara a necessidade de se

iniciar imediatamente o aproveitamento colonial da

região, inserindo-a no contexto de uma economia

mercantilista, uma vez que suas terras eram férteis,

ricas em recursos minerais, caça, pesca e estavam

densamente povoadas por indígenas que, a partir de

um trabalho missionário, poderiam vir a ser

eficientes vassalos de Sua Majestade.

Estabelecidos os marcos da posse portuguesa

no Amazonas por Pedro Teixeira, a exploração e

ocupação continuou pelos séculos XVII e XVIII,

cabendo aos missionários jesuítas, mercedários,

carmelitas e franciscanos a função de catequese,

pacificação e fixação do indígena em aldeamento. A

atuação dessas ordens e congregações religiosas foi

regida pelo Regimento das Missões, datado de

1686. Esse instrumento jurídico buscava estabelecer

as bases de uma atuação catequética harmonizada

com o processo colonizador, fixando o caráter

interdependente das duas atuações. Reinando em

Portugal Dom Pedro II ( 1667-1706), a atuação dos

missionários foi extremamente favorecida.

Pela Carta Régia de 19 de março de 1693, o

território da Amazônia foi dividido entre as diversas

instituições religiosas que atuavam na região.

Page 39: História e Geografia de Rondônia

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39

Coube aos jesuítas a catequese no

distrito sul do rio Amazonas até os

limites com as colônias espanholas,

incluindo-se o Vale do Guaporé; ainda

atuariam no vale do rio Negro e em todo

o trecho entre o Urubu e o Negro. Essas

determinações foram alteradas pela

Carta Régia de 29 de novembro de

1694, que reformava a anterior e

estabelecia como área de catequese dos

carmelitas o rio Negro, entregando o

Urubu aos mercedários e a margem

esquerda do Amazonas até o Urubu aos

religiosos da Piedade e de Santo

Antônio.

EXERCÍCIOS 2 :

1) Mesmo antes dos portugueses outros

povos se estabeleceram no rio

Amazonas, entre eles:

a) Os ingleses que se estabeleceram no

encontro das águas do Xingu com o

Amazonas, em 1559.

b) Os franceses que, na Amazônia,

tentaram criar a França Antártida, em

1517.

c) Os holandeses que se estabeleceram

no encontro das águas do Xingu com o

Amazonas, em 1559.

d) Os espanhóis que criaram

fortificação no baixo Amazonas, a partir

de 1564.

e) N.R.A.

2) O primeiro estabelecimento

português no Amazonas foi:

a) O forte Príncipe da Beira, em 1763.

b) O forte de Coimbra, em 1654.

c) O forte de Natal, em 1563.

d) O forte do Presépio, em 1616.

e) N.R.A.

3) O Estado do Maranhão e o Grão-

Pará foi criado em:

a) 1623.

b) 1624.

c) 1625.

d) 1627.

e) 1626.

4) As ordens religiosas que atuavam

na Amazônia colonial eram:

a) Eram livres para agirem.

b) Tinham sua atuação regulada pelo estado

português.

c) Vinculavam-se e subordinavam-se diretamente

ao papa.

d) Submetiam-se aos conselhos coloniais.

e) N.R.A.

5) Quanto à atuação das ordens religiosas, a Carta

Régia de 1693 determinava:

a) A determinação de áreas específicas de

catequese para cada ordem.

b) A expulsão dos jesuítas da Amazônia.

c) O restabelecimento do direito de padroado.

d) A criação do conselho jesuítico.

e) A predominância dos mercenários.

6) Não são fatos do processo de colonização dos

vales dos rios da Amazônia nos séculos XVI e

XVII:

a) A conquista e o povoamento da região

amazônica foi motivada por fatores de ordens

diversas prevalecendo a busca de riquezas naturais e

a consolidação de uma base de ocupação

mercantilista.

b) Francisco Caldeira Castelo Branco atuou

decisivamente no processo de expulsão de

estrangeiros do vale amazônico, fundando em 1616

a cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará.

c) Pedro Teixeira consolidou a presença

portuguesa na Amazônia ao realizar a primeira

viagem de navegação pelo Amazonas partindo de

Quito até Marajó.

d) A ocupação colonial da Amazônia foi marcada

pela atuação das ordens religiosas franciscana,

capuchinha, mercedária, carmelita e principalmente

jesuíta que fundaram aldeamentos e missões para a

catequese e aculturamento do indígena.

e) No rastro das missões e aldeamentos,

bandeirantes e militares estabeleceram-se na

Amazônia buscando riquezas naturais, indígenas

para o cativeiro e manutenção das fronteiras.

7) Não considerado fator que inviabilizou a

construção da EFMM pela empreiteira P&T

Collins:

a) O bloqueio do dinheiro destinado às obras pelos

tribunais londrinos.

b) A ruptura de relações entre Brasil e Bolívia

devido à questão do Acre.

c) A insalubridade regional.

d) Os ataques de indígenas, a fome e o

desabastecimento.

e) O desconhecimento das condições naturais e da

tipografia regional pelos empreiteiros.

Page 40: História e Geografia de Rondônia

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40

8) Foi o fator alegado pela empreiteira

inglesa Public Works para retirar-se das

obras da EFMM em Santo Antônio do

Madeira:

a) O ataque dos indígenas Karipunas

ao acampamento em Santo Antônio.

b) A insalubridade ambiental.

c) A crise no comércio internacional

da borracha.

d) A ausência de mão-de-obra

disponível.

e) Os conflitos regionais entre Brasil e

Bolívia devido à questão do Acre.

9) Marque V ou F:

( ) Farquhar comprou a concessão para

a construção da EFMM do engenheiro

carioca Joaquim Catramby.

( ) A fim de resolver os problemas da

insalubridade a empresa Madeira-

Mamoré construiu o hospital São José.

( ) Os trabalhos de abertura da selva e

assentamento dos trilhos foram

realizados por milhares de trabalhadores

nacionais e estrangeiros, destacando-se

os barbadianos.

( ) A EFMM foi concluída em 1930 e

teve como seu primeiro diretor geral o

Tenente Aluízio Ferreira.

10) Quando foi iniciada a última

tentativa de construção da EFMM, e

quando foi concluída?

11) Que privilégios detinha a direção

norte-americana da EFMM sobre Porto

Velho?

12) Quem foi e quais as obras do 1º

superintendente de Porto Velho?

13) Quem eram os soldados da

borracha?

SIMULADO 1

1) Representa a prepotência

portuguesa, obra faraônica construída

com a intenção de defender interesses

portugueses no auge do ciclo do ouro:

a) Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

b) Forte Príncipe da Beira.

c) Forte de Nossa Senhora da

Conceição.

d) N.d.a.

2) Tratado firmado entre Portugal e Espanha.

Legitimava o domínio da margem direta do

Guaporé a Portugal:

a) Tratado de Ildefonso.

b) Tratado de Tordesilhas.

c) Tratado de Madri.

d) Tratado de Lisboa.

3) Criou em 1746, a capitania de Mato Grosso,

garantindo a posse dessas terras, nomeando como

seu primeiro governador, D. Antonio Rolim de

Moura. Inicia-se o ciclo de dominação e destruição

portuguesa na região:

a) Dom João VI.

b) Dom Pedro I.

c) Dom José I.

d) Dom José II.

4) Empresa que veio da Inglaterra iniciar a

construção da estrada de ferro Madeira Mamoré, em

seis de Julho de 1872:

a) Public Works.

b) P & Collins.

c) Collins e Works.

d) N.d.a.

5) Através dele, o governador brasileiro assume o

compromisso de construir a estrada de ferro

Madeira – Mamoré, com liberdade de trânsito por

essa ferrovia e pelos rios brasileiros até o oceano

Atlântico, de produtos bolivianos.

a) Tratado de Tordesilhas.

b) Tratado de Petrópolis.

c) Tratado de Madri.

d) Tratado de Lisboa.

6) No tocante ao desbravamento realizado por

Rondon, assinale a alternativa incorreta:

a) Do Mato ao Amazonas, Rondon instalou mais

de dois mil quilômetros de linhas telegráficas.

b) O trabalho de Rondon para implantação das

linhas telegráficas foi dividido em três

“expedições”, sendo a terceira aquela que Rondon

avançou todo o sertão do atual Estado de Rondônia.

c) O maior desafio encontrado por Rondon em sua

primeira expedição, datada de Setembro de 1907 e

que partiu de Diamantino, no Mato Grosso, foi a

presença dos índios.

d) A missão de implantar linhas telegráficas de

Rondon foi um grande fracasso, haja vista Rondon

ter sido impossibilitado de instalar as linhas

Page 41: História e Geografia de Rondônia

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41

telegráficas devido a problemas graves

tais como: doenças indígenas e falta de

alimentos.

7) A respeito do Marechal Rondon, é

correto afirmar;

a) Por seus relevantes serviços

prestados, foi escolhido patrono das

Comunicações.

b) Em 1953 teve seu nome lançado

como candidato ao Prêmio Nobel da

Paz.

c) Além de outras condecorações,

recebeu o título de Civilizador dos

Sertões.

d) Todas as alternativas são

verdadeiras.

8) No tocante ao ciclo da borracha,

assinale a alternativa correta:

a) Encerrado o ciclo do ouro na metade

do século XIX, a Amazônia é

descoberta como fonte de riqueza,

iniciando-se o ciclo da borracha.

b) Expulsos pela seca de 1877,

milhares de nordestinos materializam

um grande processo de migração para a

região amazônica.

c) O primeiro ciclo da borracha,

resultaria mais tarde, na guerra do Acre,

em 1903 e possibilitaria, no segundo

ciclo, a criação do território de Guaporé,

em 1943.

d) Todas as alternativas estão corretas.

9) Assinale a alternativa falsa:

a) O Brasil, entre 1911 e 1914 se torna

o maior produtor de borracha silvestres

do mundo, tendo a Bolívia como sua

concorrente.

b) Embora possuindo grande

capacidade de produção de borracha, a

Bolívia carecia de meios para seu

escoamento até o Oceano Atlântico.

c) Em 20 de Abril de 1870, Brasil e

Bolívia assinam o Tratado de Amizade,

Limites, Navegação, Comércio e

Extradição, começando um processo

que desencadearia a construção de uma

estrada de ferro ligando o Madeira ao

Mamoré.

d) Brasil e Bolívia entram em conflito

graças ao látex. Na região onde hoje é o

Estado do Acre, ocorre a guerra do

Acre, vindo o referido es paço físico

ficar sobre o domínio total da Bolívia, situação

que perduraria até 1903.

10) Indique a alternativa correta:

a) Durante a segunda grande guerra mundial, o

Brasil assume definitivamente a posição de maior

produtor de borracha do mundo, superando

inclusive, colônias inglesas na Ásia, grandes

produtoras de látex.

b) Durante a segunda guerra mundial inicia-se o

primeiro ciclo da borracha, os Estados Unidos

redescobrem a Amazônia e buscam nessa região

borracha para produzir pneus para veículos de

combate.

c) O Brasil retoma a posição de maior produtor de

borracha do mundo em 1941, com assinatura do

Tratado de Washington, firmado e Estados Unidos,

durante o governo de Getúlio Vargas.

d) Durante o primeiro ciclo da borracha,

registramos um grande enfraquecimento

populacional na região amazônica.

11) A respeito do primeiro ciclo da borracha,

assinale a alternativa incorreta:

a) O governo boliviano, em 1846, visando escoar

sua produção de borracha, abraça o projeto de criar

uma rota fluvial entre os rios Madeira e Mamoré.

b) Os bancos ingleses, não tinham interesse em

financiar o projeto de rota fluvial da Bolívia, o

maior interesse dos banqueiros era a construção de

uma grande ferrovia, pois a Inglaterra naquele

momento era a maior produtora de vagões e

locomotivas do planeta.

c) As notícias de riquezas da borracha atraem para

a região, milhares de nordestinos, além de

prisioneiros e exilados políticos do Brasil, que

desbravaram a região explorando às seringueiras.

d) A construção da estrada de ferro Madeira –

Mamoré foi um grande sucesso, sendo fundamental

a criação da ferrovia para o desenvolvimento do

Brasil e da Bolívia.

12) Com relação à criação do Território Federal do

Guaporé, assinale a alternativa incorreta:

a) Ocorreu em 1943, no governo de Getúlio

Vargas, através do Decreto – Lei 5.812 de 13 de

Setembro.

b) Outros territórios foram criados juntamente com

o Território Federal do Guaporé, Iguaçu, Ponta-

Porã, Rio Branco e Amapá.

c) Com a criação do Território Federal do

Guaporé, Vargas visava incentivar as terras da

Amazônia, desenvolver o comércio e firmar a

política nacionalista, base de seu governo.

Page 42: História e Geografia de Rondônia

42

42

d) Em 1940, o presidente J K

inaugurou a usina termoelétrica da

Estrada de Ferro Madeira – Mamoré.

13) Assinale V ou F nas afirmativas:

a) ( ) A região hoje denominada

Rondônia, pelo tratado de Tordesilhas,

pertencia à Espanha.

b) ( ) a ocupação portuguesa da bacia

amazônica ocorreu em 1615, com a

expulsão dos franceses e a construção

do Forte do Presépio, em 1916, que deu

origem à cidade de Belém, hoje, capital

do Pará.

c) ( ) No século XVII, na região da

foz do rio Amazonas, havia intensa

atuação de contrabandistas, holandeses,

ingleses e franceses, que tentavam

fundar núcleos de colonização.

d) ( ) No século XVII e XVIII a

presença de Portugal na região

amazônica visava exclusivamente a

exploração do látex, matéria prima da

borracha.

e) ( ) Cravo, canela, castanha do pará,

cacau, urucum e inúmeras plantas

medicinais eram denominadas pelos

portugueses, como as drogas do sertão.

14) A primeira expedição a explorar a

região dos Rios Guaporé, Mamoré e

Madeira, no ano de 1647, partindo de

São Paulo, foi comandada por:

a) Antonio Raposo Tavares.

b) Álvaro Régis.

c) Francisco de Melo Palhares.

d) Luis Pinto de Souza.

15) Em 1669, teve início o povoamento

das margens do rio Madeira, através da

fundação de uma importante Missão

denominada:

a) Jesuíta.

b) Pedro Teixeira.

c) Tupinambarana.

d) Castelhanos.

16) No início do século XVIII, jesuítas

espanhóis fundaram duas missões, na

margem esquerda do Rio Guaporé, o

que representava uma ameaça às

pretensões dominiais portuguesas sobre

o Vale Amazônico. Estamos nos

referindo às missões

a) São Miguel e São Simão.

b) Nossa Senhora da Conceição e São Miguel.

c) São Simão e Nossa Senhora da Conceição.

d) Santa Rosa e São José.

17) Construiu em 1759, no Vale do Guaporé, o forte

Nossa Senhora da Conceição:

a) Dom Luis Pinto de Souza Coutinho.

b) Manuel Feliz de Lima.

c) Antonio Rolim de Moura.

d) Francisco de Melo Palhares.

18) Assinale a alternativa falsa:

a) O espaço territorial do atual Estado de

Rondônia, unidade federativa criada pela Lei nº. 41,

de 22 de dezembro de 1981, teve como origem o

antigo Território Federal do Guaporé, criado pelo

Decreto-Lei nº. 5.812, de 13 de setembro de 1943,

assinado pelo Presidente Getúlio Vargas.

b) O Estado de Rondônia é o 13º do Brasil em

extensão territorial, com uma superfície superior à

de muitos países europeus de importância, sendo

banhado pelo rio Madeira, que é o 17º em extensão

entre os maiores rios da Terra.

c) O Estado de Rondônia limita-se com o Estado

do Amazonas ao norte, com o Mato Grosso e a

Bolívia ao leste e ao sul e com a Bolívia e o Acre ao

oeste.

d) A instalação do Estado de Rondônia deu-se na

data de 4 de janeiro de 1982, sendo mantido como

seu primeiro Governador o último governante do

extinto Território Federal de Rondônia, o coronel

Antonio Rolim de Moura.

19) O relevo básico do Estado de Rondônia é

constituído por:

a) Planalto e planície.

b) Cerrado e caatinga.

c) Montanha e planície.

d) Planalto e caatinga.

20) Foi o primeiro governador de Rondônia, então

território federal, no período de 1943 a 1946.

a) Aluízio Pinheiro Ferreira.

b) João Carlos dos Santos Mader.

c) Abelardo Alvarenga Mafra.

d) Paulo Eugenio Pinto Guedes.

21) Podemos citar como fatores que possibilitaram a

emancipação política de Rondônia, exceto:

a) O interesse do governo militar em ampliar a

bancada governista na Câmara e no Senado.

b) A abertura efetiva da BR-364.

c) A migração ao longo da BR-364, consolidando

o aumento populacional.

Page 43: História e Geografia de Rondônia

43

43

d) O fechamento dos garimpos de ouro

e cassiterita na região.

22) Seu nome é de origem indígena que

significa Cachoeira Pequena, assim já

era conhecido o local desde o século

XVIII, como um dos pontos de

referência geográfica na rota Santa

Maria Belém-do-Pará / Vila Bela da

Santíssima Trindade em Mato Grosso.

No início do século XX tornou-se mais

conhecido ao ser o local escolhido para

o ponto terminal da Estrada de Ferro

Madeira-Mamoré. Trata-se do

município de:

a) Porto Velho.

b) Costa Marques.

c) Guajará-Mirim.

d) Rolim de Moura.

23) Foi elaborado a partir do Mapa das

Cortes e beneficiou as colônias

portuguesas, em detrimento dos direitos

espanhóis. Através dele estabeleceu-se

que a linha fronteiriça entre as

possessões espanholas e portuguesas,

deveria partir do ponto mediano entre a

foz do Rio Madeira e a foz do Rio

Mamoré, seguindo por uma linha reta

até encontrar a margem do rio Jamari.

a) Tratado de Tordesilhas.

b) Tratado de Madrid.

c) Tratado de Ayacucho.

d) Tratado do Mamoré.

24) Foi edificado em 1776. trata-se de

uma fortaleza levantada em estilo

Vauban, a margem oriental do rio

Guaporé como uma arquitetura

maravilhosa simétrica. A construção foi

erigida sobre salões subterrâneos

ligados ao rio e a encosta da Serra de

Ouro Fino através de túneis.

a) A Estrada de Ferro Madeira –

Mamoré.

b) O Forte Príncipe da Beira.

c) O Arraial do Bom Jesus.

d) O Forte de Santo Idelfonso.

25) Assinale a alternativa falsa:

a) O Estado de Rondônia foi

originalmente criado como Território do

Guaporé.

b) A denominação atual de Rondônia foi dada

em 17 de fevereiro de 1956, em homenagem ao

Marechal Rondon, desbravador dos sertões de Mato

Grosso e da Amazônia.

c) O povoamento de Rondônia teve início no

século XIX, na fase do ciclo da borracha, com a

construção da ferrovia Madeira-Mamoré e a

exploração dos seringais existentes.

d) Vilhena, por ser entrada do Estado de Rondônia

tornou-se o primeiro município do então Território

Federal de Rondônia.

26) Com relação ao Ciclo da Borracha, é correto

afirmar:

a) Os indígenas, Amazonas ou Cambebas, não

conheciam a borracha, vieram ter contato com os

seringais após a chegada dos europeus.

b) O rigoroso controle da navegação na Amazônia

dificulta o contrabando da Hévea brasiliense, para

estufas inglesas, e daí transplantadas, para seringais

racionais na Malásia e Singapura.

c) Por volta de 1877, a seca assola o nordeste,

favorecendo uma intensa migração para a

Amazônia de flagelados nordestinos, que iniciam a

conquista de seringais do Acre boliviano.

d) No período de 1855-1865, o rio Amazonas foi

fechado para a navegação internacional dificultando

o transporte da produção de borracha para

companhias estrangeiras.

27) A construção da Estrada de Ferro Madeira

Mamoré é uma página de dor e sofrimento na

História do Brasil. Foram vários obstáculos para sua

conclusão, exceto:

a) A insalubridade e as doenças, imprevistas e

muitas vezes desconhecidas.

b) Os ataques de indígenas, que defendiam suas

terras, de invasores que os ignoravam.

c) A conclusão de que os custos da obra seriam

bem maiores que o originalmente previsto.

d) A constatação de que a ferrovia teria extensão

significativamente menor que a esperada, uma das

principais causas de futuros prejuízos.

28) Historicamente, a ocupação do Estado de

Rondônia iniciou-se com:

a) A penetração das Bandeiras no século XVII,

que tinham como objetivo a caça ao índio e a

procura de ouro, madeiras nobres e especiarias.

b) Com a construção da Estrada de Ferro Madeira

Mamoré.

c) Com a atividade nos seringais da Amazônia

trazendo um grande contingente de migrantes

nordestinos denominados “Soldados da Borracha”.

Page 44: História e Geografia de Rondônia

44

44

d) Com a descoberta dos primeiros

aluviões de cassiterita em Rondônia,

dando início a exploração mineral sob

regime de garimpo, propiciando fluxo

migratório oriundo de diversos Estados

brasileiros.

29) Apesar de várias tentativas de

construir a ferrovia que contornasse o

trecho encachoeirado do rio Madeira,

anteriores ao Tratado de Petrópolis, a

última e bem sucedida empresa de

construção iniciou-se em 1907, sob o

comando do empreendedor:

a) Percival Farquhar.

b) Theodore Roosevelt.

c) Hermes da Fonseca.

d) Raimundo Pereira da Silva.

30) Sobre os pontos extremos do Estado

de Rondônia é falso afirmar que temos:

a) Ao norte, a confluência do Igarapé

Maicy com o Rio Madeira.

b) Ao Sul, a foz do rio Cabixi no rio

Guaporé.

c) A leste, o salto Joaquim Rios no rio

Iquê.

d) A oeste, as margens do rio Madeira,

área de cachoeiras.

31) A área compreendida pelo Estado de

Rondônia apresenta certos contrastes de

configuração que podem ser agrupados

em partes distintas, exceto:

a) Planície Paranaense.

b) Encosta setentrional do Planalto

Brasileiro.

c) Chapada do Parecís.

d) Vale do Guaporé-Mamoré.

32) Ocupa áreas entre os Municípios de

Vilhena e Pimenta Bueno, na região

central do estado, na divisa do

Município de Machadinho d’Oeste com

os Estados do Amazonas e Mato Groso,

e na divisa do Município de Porto

Velho com o Município de Humaitá, no

Estado do Amazonas; e segundo o

IBGE “... caracteriza-se por apresentar

árvores baixas e tortuosas, casca grossa

e rugosa, com folas grandes e duras,

revestindo um tapete graminoso

continuo.”

a) Floresta Ombrófila Aberta (Floresta de

Transição).

b) Floresta Ombrófila densa (Floresta Amazônica /

Floresta Atlântica).

c) Floresta Estacional Semidecidual ( Mata

Semicaducifólia).

d) Savana (Cerrado / Campos).

33) A hidrografia de Rondônia é formada por três

bacias principais. Assinale aquela que não faz parte

desse grupo:

a) Bacia hidrográfica do Rio Madeira.

b) Bacia hidrográfica do Rio Guaporé / Mamoré.

c) Bacia hidrográfica do Rio Ji-Paraná ou

Machado.

d) Bacia hidrográfica do Rio Pimenta.

34) Quanto a divisão político-administrativa, o

Decreto-Lei nº. 5.832, de 21 de setembro de 1943,

compôs o Território Federal do Guaporé

(Rondônia), com quatro municípios, a seguir:

a) Porto Velho, Lábrea, Alto Madeira, Guajará-

Mirim.

b) Porto Velho, Costa Marques, Alto Madeira,

Rolim de Moura.

c) Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Guajará-

Mirim.

d) Porto Velho, Ariquemes, Alto Madeira,

Guajará-Mirim.

35) Assinale a alternativa incorreta quanto à

Estrutura Etária da população rondoniense:

a) O índice de crescimento demográfico é

decorrente do incremento vegetativo e do grande

fluxo de imigração, cabendo a este, destaque no

aumento populacional de Rondônia.

b) A construção da ferrovia BR 364 e a

implantação dos projetos de colonização do INCRA

constituíram-se em fatores favoráveis, de atração de

correntes imigratórias do Centro Sul e Sudeste do

país.

c) A cidade de Guajará-Mirim tem a população

principal oriunda do centro Sul do país, que aqui

chegou para trabalhar na construção da estrada de

ferro Madeira – Mamoré.

d) A população de Rondônia é bastante

diversificada, aqui sendo encontradas, pessoas de

vários Estados da Federação.

36) Em 1958 deu-se o início de seu ciclo em

Rondônia nas áreas de seringais, caracterizado pelo

extrativismo mineral sob o regime de garimpo. Tal

ciclo é o:

a) Ciclo do Ouro.

Page 45: História e Geografia de Rondônia

45

45

b) Ciclo do Diamante.

c) Ciclo da Cassiterita.

d) Ciclo da Prata.

37) Assinale a alternativa que indica a

principal causa da migração dos índios

para as cidades em toda a região

amazônica:

a) Os índios não conseguem mais

extrair seu sustento da floresta.

b) A expansão da fronteira econômica

e a proliferação de garimpos e

madeireiras invadindo as terras

indígenas.

c) A descaracterização das sociedades

indígenas, hoje fascinadas pelo

consumo.

d) Os conflitos que envolvem os índios

e os pequenos produtores agrícolas.

38) Rondônia mostrou-se ao longo dos

anos uma região rica em minerais, ainda

hoje ocorrendo exploração desordenada

de tais riquezas. Dentre muitos minerais

aqui encontrados, o primeiro a ser

explorado com relevante produção foi:

a) Ouro.

b) Cassiterita.

c) Diamante.

d) Prata.

39) A produção de energia elétrica em

Rondônia, hoje, tem como principal

fonte, a Usina hidrelétrica de Samuel. A

barragem da hidrelétrica está localizada

no município de Candeias e seu

principal rio é o:

a) Jamari.

b) Vermelho.

c) Guaporé.

d) Cabixi.

40) Assinale de 1 a 4, o grau de

importância, para a economia

rondoniana, dos recursos minerais

relacionados a seguir:

a) ( ) ouro.

b) ( ) Ferro.

c) ( ) Manganês.

d) ( ) Cassiterita/estanho

41) Fazendo uma comparação entre as

regiões brasileiras, podemos afirmar

que existe:

a) Total domínio da área setentrional sobre a

meridional.

b) Grande disparidade econômica entre as

diferentes regiões brasileiras.

c) Igualdade e equilíbrio do desenvolvimento

econômico no território nacional.

d) Ausência de trocas comerciais entre as regiões

brasileiras.

42) No início do século XX, cidades se

desenvolvem, teatros e impnentes mansões surgem

na região, em função desse produto de grande

procura no mercado europeu. Bastaram, no entanto,

apenas vinte anos para o sudeste asiático

ultrapassasse o Brasil na produção mundial. O texto

se aplica à produção de:

a) Da borracha natural, na região Norte.

b) Da juta, na região Norte.

c) Da erva, na região Sul.

d) Do cacau, na região Nordeste.

e) Do babaçu, na região Nordeste.

43) Na região Norte, considerando-se as

implicações existentes entre o quadro natural e as

atividades econômicas, podemos afirmar:

a) O solo de igapó sustenta a maior parte da

agricultura com finalidades comerciais.

b) O extrativismo vegetal ocupa a menor parte da

população ativa, devido à grande homogeneidade da

floresta.

c) A rede hidrográfica orientou a distribuição

inicial da população e as atividades econômicas.

d) A topografia plana justifica a importância

pecuarista da região.

44) Em 1978 a produção deste minério não chegava

a um milhão e meio de toneladas e as áreas de Ouro

Preto, Mariana e Poços de Caldas, em Minas

Gerais, respondiam por 93% da produção nacional.

Entre 1983 e 1999, a produção brasileira atingiu os

sete milhões de toneladas e Minas Gerais cedeu sua

liderança para este estado, que produziu 70% do

total nacional. O minério e o Estado assinalados no

texto são:

a) Cassiterita – Rondônia.

b) Manganês – Mato Grosso do Sul.

c) Cobre – Bahia.

d) Carvão – Santa Catarina.

e) Bauxita – Pará.

SIMULADO 2

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46

1.(Funrio/Ag. Penitenciário/2008)

Quem foi o primeiro governador de

Rondônia, empossado em 1982?

A) Alberto da Costa e Silva.

B) Mário David Anreazza.

C) General João Baptista Figueiredo.

D) Jânio Quadros.

E) Coronel Jorge Teixeira de Oliveira.

2. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) A

partir de que década do século XX, a

extração de ouro ganhou grande

destaque na região de Rondônia?

A) 1850.

B) 1900.

C) 1950.

D) 1970.

E) 2000.

3. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Qual

a importância de Aluízio Ferreira para a

ocupação e desenvolvimento da região

em que se encontra o Estado de

Rondônia?

A) Foi um importante governador do

Estado de Rondônia.

B) Teve papel importante na criação do

Estado de Rondônia em 1982.

C) Foi o presidente do Brasil que criou

o Estado de Rondônia.

D) Teve participação decisiva no

processo de criação do Território

Federal do Guaporé.

E) Foi prefeito de Porto Velho durante a

ditadura militar

4. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) O

Território Federal de Guaporé foi criado

no governo do presidente:

A) Fernando Henrique Cardoso.

B) João Goulart.

C) Getúlio Vargas.

D) Jânio Quadros.

E) João Baptista Figueiredo.

5. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Qual

foi a importância de Marechal Rondon

para a região em que se encontra o

Estado de Rondônia?

A) Foi o grande responsável pela

anexação do Acre ao território

brasileiro.

B) Foi designado numa missão cujo

objetivo principal era integrar a capital

da República com a região do mato-grosso que

faz fronteira com outros países.

C) Foi dono de uma importante empresa de

extração de látex.

D) Foi o responsável direto pela abertura da BR-

364.

E) Foi o idealizador da rodovia transamazônica,

atual BR-230, planejada para integrar melhor o

norte do Brasil com o restante do país.

6. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Qual a segunda

cidade mais populosa do estado de Rondônia?

A) Porto Velho

B) Cacoal

C) Vilhena

D) Ji-Paraná

E) Jaru

7. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) “O Estado de

Rondônia encontra-se em uma posição

importantíssima em relação aos aspectos

fitogeográficos, situando-se no centro-sul da bacia

Amazônica, em uma região de transição entre o

domínio geomorfológico do Brasil Central, e o

domínio geomorfológico Amazônico.” A partir do

texto acima, considere os biomas descritos a seguir:

I. Semi-árido

II. Floresta Amazônica

III. Pantanal

IV. Cerrado

Pode-se afirmar que o(s) biomas(s) que não

existe(m) na região do estado de Rondônia está(ão)

representado(s) apenas na(s) afirmativa(s):

A) I

B) I e II

C) III

D) II e III

E) III e IV

8. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Qual das bacias

hidrográficas a seguir não faz parte da região do

Estado de Rondônia?

A) Bacia do Madeira.

B) Bacia do Abunã.

C) Bacia do São Francisco.

D) Bacia do Roosevelt.

E) Bacia do Guaporé.

9. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008) Atualmente, a

economia do estado de Rondônia está baseada,

principalmente, na:

A) Fruticultura irrigada, cafeicultura e indústria

têxtil.

B) Agropecuária, extração vegetal e comércio.

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47

47

C) Indústria metalúrgica e mineração.

D) Indústria bélica e citricultura.

E) Rizicultura e indústria

automobilística.

10. (Funrio/Ag. Penitenciário/2008)

Observe os locais a seguir pertencentes

ao estado de Rondônia:

I. Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

II. Lago de Cuniã.

III. Vale do Guaporé.

IV. Real Forte do Príncipe da Beira.

Pode-se destacar como potenciais locais

para o desenvolvimento do turismo em

Rondônia os contemplados nas

afirmativas:

A) I e II, apenas.

B) III e IV, apenas.

C) I, II e III, apenas.

D) II, III e IV, apenas.

E) I, II, III e IV.

11. (Funrio/S Educador 2008) O

primeiro núcleo colonial português na

região da Amazônia se estabeleceu no

século:

A) XIV.

B) XV.

C) XVII.

D) XX.

E) XXI.

12. (Funrio/S Educador 2008) Um dos

eventos que contribuiu fortemente para

o crescimento populacional e

desenvolvimento da região de Rondônia

foi a:

A) pavimentação da BR-101.

B) pavimentação da BR-364.

C) construção de Brasília.

D) eleição de Fernando Henrique

Cardoso.

E) eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.

13. (Funrio/S Educador 2008) Em que

ano ocorreu a primeira eleição estadual

após a criação do estado de Rondônia?

A) 1982

B) 1970

C) 1843

D) 1902

E) 2005

14. (Funrio/S Educador 2008) Quem foi o

presidente da república que sancionou a lei que

criou legalmente o Estado de Rondônia?

A) Getúlio Vargas.

B) Fernando Henrique Cardoso.

C) João Goulart.

D) João Baptista Figueiredo.

E) Jânio Quadros.

15. (Funrio/S Educador 2008) Com relação à

ocupação da região amazônica, é correto afirmar

que a década e o principal motivo das preocupações

do governo brasileiro terem se agravado foram,

respectivamente:

A) 1930, pois houve uma queda na exportação da

borracha, importante produto da região.

B) 1960, pela renúncia de Jânio Quadros e as

repercussões na política nacional.

C) 1970, em função de uma possível invasão

americana e receio de uma guerra civil.

D) 1980, pela criação do Estado de Rondônia e a

manutenção das áreas fronteiriças.

E) 1990, em função da elevação da taxa de juros

que afetou as exportações.

16. (Funrio/S Educador 2008) A população do

estado de Rondônia é, aproximadamente, de:

A) 300 mil habitantes.

B) 527 mil habitantes.

C) 1,3 milhão de habitantes.

D) 5,4 milhões de habitantes.

E) 7,2 milhões de habitantes.

17. (Funrio/S Educador 2008) Com qual país o

Estado de Rondônia faz fronteira?

A) Venezuela.

B) Chile.

C) Uruguai.

D) Paraguai.

E) Bolívia.

18. (Funrio/S Educador 2008) É sabido que a região

onde se encontra o Estado de Rondônia recebeu um

grande fluxo migratório ao longo da história. Com

relação a década de 90 do século XX, pode se

afirmar sobre os fluxos migratórios que houve

um(a):

A) manutenção do fluxo migratório para a região, e

com isso um aumento da urbanização.

B) redução da entrada de migrantes e um aumento

do fluxo migratório interno das zonas rurais para

zonas urbanas.

C) redução da entrada de migrantes e uma redução

de moradores nas áreas urbanas.

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48

48

D) aumento da entrada de migrantes e

um conseqüente aumento da

urbanização.

E) aumento da saída de migrantes para

outras regiões do país, além da

emigração para outros países,

principalmente europeus.

19. (Funrio/S Educador 2008) De forma

geral, pode-se afirmar que o relevo do

estado de Rondônia é:

A) pouco acidentado, sem grandes

elevações ou depressões.

B) muito acidentado, possuindo grandes

elevações que beiram os 2.000 metros.

C) relativamente acidentado, possuindo

grande número de elevações com média

de 1.000 metros.

D) não possui quaisquer acidentes

geográficos.

E) relativamente acidentado, com

preponderância de picos e montanhas.

20. (Funrio/S Educador 2008) Segundo

a classificação Köppen, Rondônia

possui que tipo de clima?

A) Tropical Seco

B) Temperado

C) Ártico

D) Tropical Chuvoso

E) Subtropical

21. (Funcab/ PM 2009) A influência da

mineração em Rondônia está presente

desde o século XVIII, quando

descobriu-se ouro no rio Corumbiara.

Depois veio a garimpagem de

diamantes no leito do rio Ji-paraná, a

garimpagem de cassiterita, etc. Acerca

do assunto, pode-se afirmar que os

garimpos de ouro em Rondônia

entraram em decadência no século:

A) XVIII;

B XIX;

C) XX, durante a década de 60;

D) XX, durante a década de 70;

E) XX, durante a década de 90.

Leia o texto abaixo e responda às

questões de números 22 e 23.

“A hidrografia do estado de Rondônia é

formada por uma bacia principal, a do

rio Madeira, que é composta por cinco

bacias tributárias: Guaporé, Mamoré,

Abunã, Jamari e Machado ou Ji-paraná, e pela

bacia do rio Roosevelt(...)”. (Oliveira, O. Amélio.

Geo. Rondônia).

22. (Funcab/ PM 2009) A Usina Hidrelétrica de

Samuel, que tem potencial de geração de 216Mw de

energia elétrica, está instalada no rio:

A) Jamari e situada no Município de Candeias do

Jamari;

B) Abunã e situada no Município de Itapuã do

Oeste;

C) Jamari e situada no Município de Itapuã do

Leste;

D) Abunã e situada no Município de Jaru;

E) Machado e situada no Município de Ji-Paraná.

23. (Funcab/ PM 2009) O rio Madeira tem uma

extensão navegável de, aproximadamente, 1056 km.

Entretanto, apesar de não impedir a navegação,

durante o período da seca há um trecho em que

surgem obstáculos ocasionados por assoreamento

no leito do rio. Trata-se do trecho entre:

A) o Município de Porto Velho e a foz;

B) a Cachoeira de Santo Antônio e a foz;

C) a Cordilheira dos Andes e o encontro com o rio

Guaporé;

D) os rios Ouro Preto e Pacaás Novos;

E) os rios Jamari e Guaporé.

Leia o texto abaixo e responda às questões de

números 24 e 25.

“O relevo do estado de Rondônia é pouco

acidentado, não apresentando grandes elevações ou

depressões(...). As áreas mais acidentadas

encontram-se localizadas no divisor das águas das

bacias hidrográficas dos rios Guaporé-Mamoré com

as bacias do Madeira e Machado(...). As maiores

altitudes ocorrem no Município de Vilhena e as

menores no Município de Porto Velho(...)”.

(Oliveira, O. Amélio. Geo Rondônia)

24. (Funcab/ PM 2009) A unidade morfoestrutural

que corresponde ao trecho onde o rio Madeira

elaborou uma faixa de aluviões sobre terrenos

sedimentares de idade pleistocênica, localizada na

porção norte do estado de Rondônia, ao longo do

rio Madeira, denomina-se:

A) Planalto Sedimentar dos Parecis;

B) Planaltos Residuais do Guaporé;

C) Planícies do Médio Guaporé;

D) Planície Amazônica;

E) Chapadas do Cachimbo.

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49

25. (Funcab/ PM 2009) De acordo com

o IBGE(anuário estatístico 2000) os

pontos mais altos do estado de

Rondônia:

A) têm pouca importância pois o relevo

caracteriza-se pela presença de grandes

depressões;

B) estão situados na região central do

Município de Porto Velho;

C) estão situados na região central do

estado de Rondônia, na serra dos Pacaás

Novos;

D) localizam-se no sul da planície

Amazônica;

E) localizam-se entre o norte do estado

de Rondônia e a

Cordilheira dos Andes.

26. (Funcab/ PM 2009) Vários ciclos

econômicos marcaram o

desenvolvimento da região que abrange

Rondônia, mas atualmente predomina a

produção agropecuária tendo como

destaque:

A) a criação de bovinos;

B) o plantio da lavoura de cacau;

C) a criação de muares;

D) o cultivo da soja;

E) a criação de caprinos.

27. (Funcab/ PM 2009) A área do atual

estado do Acre foi anexada ao território

brasileiro mediante acordo de

pagamento de dois milhões de libras

esterlinas ao governo boliviano e, ainda,

da construção de uma ferrovia

margeando os rios Madeira e Mamoré,

no trecho encachoeirado. Esse acordo

foi realizado através da assinatura, em

17 de novembro de 1903, do tratado:

A) da Amizade, Limites, Navegação,

Comércio e Extradição;

B) de Petrópolis;

C) de Ayacucho;

D) do Livre Comécio entre Brasil e

Bolívia;

E) de Tordesilhas.

28. (Funcab/ PM 2009) No dia 22 de

dezembro de 1981 o então Presidente da

República, João Batista de Figueiredo,

cria o Estado de Rondônia e, no dia 4 de

janeiro de 1982 instalou-se o mais novo

estado da União, e empossado como primeiro

governador o:

A) Sr. Francisco Paiva;

B) Sr. Francisco Chiquilito Coimbra Erse;

C) Sr. Ângelo Angelim;

D) Coronel Jorge Teixeira de Oliveira;

E) Deputado Áureo Melo.

29. (Funcab/ PM 2009) O primeiro ciclo de

extração do látex acontece a partir de 1877 e entra

em decadência em 1910. Entretanto, podem ser

destacados os seguintes méritos deste período,

EXCETO:

A) a instalação das Linhas Telegráficas Estratégicas

do Mato Grosso ao Amazonas;

B) a construção da estrada de ferro Madeira-

Mamoré, margeando o rio Madeira, iniciando assim

o surgimento de várias cidades;

C) a fundação da aldeia de Santo Antonio, na

primeira cachoeira do Madeira, pelo padre jesuíta

João Sampayo;

D) o início da formação de diversos povoados como

Papagaios (atual Ariquemes) em conseqüência da

penetração dos seringueiros nos afluentes do rio

Madeira;

E) o início da conquista do território do atual estado

do Acre em consequência da penetração dos

seringueiros pelos rios Purus e Acre, onde foram

surgindo povoados.

30. (Funcab/ PM 2009) Acerca dos primeiros

passos da construção da ferrovia Madeira-Mamoré,

pode-se estabelecer a ordem cronológica correta dos

fatos, atribuindo o número 1 ao fato que aconteceu

primeiro:

( ) o Tratado da Amizade, Limites, Navegação,

Comércio e Extradição é assinado entre Brasil e

Bolívia;

( ) chega à região de Santo Antonio a primeira leva

de trabalhadores para iniciar a construção da

ferrovia Madeira-Mamoré;

( ) devido à Guerra do Paraguai, o Brasil fica

impedido de trafegar pela bacia do Prata. Surge a

idéia de buscar novas rotas;

( ) Church obtém a concessão do governo brasileiro

para a construção da ferrovia Madeira-Mamoré;

( ) Public Works pede rescisão do contrato para a

construção da ferrovia.

A sequência numérica correta, de cima para baixo,

é:

A) 1, 3, 2, 5, 4;

B) 2, 4, 1, 3, 5;

C) 3, 4, 2, 1, 5;

D) 4, 3, 5, 1, 2;

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50

50

E) 5, 2, 1, 4, 3.

31. (Funcab/ PM 2009) A ocupação de

terras do atual estado de Rondônia teve

início no século XVIII. Acerca do

expressivo movimento migratório,

pode-se dizer que foi marcado pelos

seguintes períodos:

I. no primeiro ciclo da borracha, em que

a maioria dos migrantes era nordestina,

fugindo da seca, à procura de trabalho

na extração do látex;

II. durante a 2ª Guerra Mundial, devido

ao acordo realizado entre os governos

brasileiro e norte-americano, dando n o

v o incentivo à produção do látex;

III. durante a década de 60, no século

XX, devido à Guerra do Vietnã e os

Estados Unidos, dando incentivo à

produção d a cassiterita;

IV. nas décadas de 70 e 80 do século

XX, com a influência da abertura da BR

364 e implantação de projetos oficiais

de colonização.

Dos itens acima mencionados, estão

corretos apenas:

A) I e II;

B) I e III;

C) II e III;

D) I, II e III;

E) I, II e IV.

32. (Funcab/ PM 2009) Durante o

primeiro ciclo da borracha, a grande

comercialização do látex desperta no

governo brasileiro a necessidade de

integrar a região da bacia do rio

Madeira com as demais regiões do país.

O então Presidente Afonso Pena nomeia

uma comissão, comandada por Cândido

Mariano da Silva Rondon, em 1907, que

integrou essa região ao restante da

nação através:

A) da construção das linhas telegráficas;

B) da construção da estrada de ferro

Madeira-Mamoré;

C) da criação do Território Federal do

Guaporé;

D) da organização da exploração da

cassiterita em Rondônia;

E) da criação do PAR-Projeto de

Assentamento Rápido.

33. (Funcab/ CBM 2009) De acordo com Ovídio

A. de Oliveira, o rio que nasce na região Sul do

estado do Acre, na fronteira com a Bolívia, faz o

limite entre Brasil e Bolívia, tem a foz no Madeira e

o rio Marmelo como principal afluente a margem

esquerda, do lado brasileiro, em terras de Rondônia,

chama-se:

A) Abunã;

B) Guaporé;

C) Jamari;

D) Ji-paraná;

E) Roosevelt.

34. (Funcab/ CBM 2009) As florestas de Rondônia

são ricas em espécies vegetais. Pode-se dizer que o

primeiro produto explorado, responsável pelo

povoamento dos vales do Madeira, Mamoré,

Guaporé, Machado e seus afluentes foi:

A) a madeira da espécie castanheira;

B) o mogno, madeira considerada nobre;

C) a seiva da arvore seringueira;

D) a madeira, de cor avermelhada, chamada pau-

brasil;

E) o jatobá, madeira considerada nobre.

35. (Funcab/ CBM 2009) A exploração agrícola do

espaço territorial de Rondônia iniciou-se a partir do

desmatamento, e a substituição da floresta pelo

cultivo das lavouras de arroz, feijão, milho e café,

nas regiões de Ouro Preto do Oeste, Cacoal,

Ariquemes, Sidney Girão e Colorado do Oeste teve

inicio basicamente:

A) no século XIX;

B) no inicio do século XX;

C) no século XX, durante a década de 70;

D) apos a da 2a Guerra Mundial;

E) apos a 1a Guerra Mundial.

36. (Funcab/ CBM 2009) Rondônia exporta carne

bovina principalmente para o sudeste do pais. Para

o abate do gado de corte, os frigoríficos do estado

estão localizados nos seguintes municípios:

A) Ariquemes, Urupá, Guajará-mirim, Jaru, Buritis,

Corumbiara e Porto Velho;

B) Alvorada D'Oeste, Buritis, Castanheiras,

Corumbiara,

Guajará-mirim, Vilhena e Porto Velho;

C) Ariquemes, Parecis, Jaru, Monte Negro, Porto

Velho, Vale do Anari e Vilhena;

D) Buritis, Cacoal, Castanheiras, Corumbiara,

Guajará-Mirim, Jaru e Rolim de Moura;

E) Ariquemes, Jaru, Ji-paraná, Cacoal, Rolim de

Moura,

Vilhena e Porto Velho.

Page 51: História e Geografia de Rondônia

51

51

37. (Funcab/ CBM 2009) A produção

de leite no estado de Rondônia e

responsável pelo aquecimento da

economia de muitos municípios, sendo

a microrregião considerada a maior

produtora do estado, dentre as abaixo

apresentadas:

A) Costa Marques;

B) Guajará-mirim;

C) Itapuã do Norte;

D) Ji-paraná;

E) Presidente Médici

38. (Funcab/ CBM 2009) “No final do

século XIX e durante a primeira metade

do século XX (1877- 1960), todos os

principais rios de Rondônia eram

utilizados para navegação. Nesse

período os rios davam acesso aos

diversos seringais existentes na região.”

(Oliveira, O. Amélio. Geo Rondônia).

Atualmente, uma importante via de

transporte fluvial e o rio:

A) Machado, entre a cachoeira Dois de

Novembro e a localidade de Tabajara;

B) Mamoré, entre Guajará-mirim e o

encontro com o rio Beni;

C) Madeira, entre Porto Velho e a foz,

no rio Amazonas;

D) Guaporé, entre Guajará-mirim e o

encontro com o rio Beni;

E) Madeira, entre Campo Novo de

Rondônia e a localidade de Tabajara.

39. (Funcab/ CBM 2009) A alta

rentabilidade do látex desde o final do

século XIX atraiu a atenção de

contrabandistas e,em1876, a Inglaterra

já dispunha de grande quantidade de

mudas (Hevea brasiliensis) para remeter

as suas colônias do sudeste asiático.

Pode-se dizer que uma das fortes razões

para a redução da produção da borracha

(1912) e o conseqüente encerramento

do ciclo foi a:

A) introdução da navegação a vapor

(1850) e a internacionalização da

navegação pelos rios da bacia

Amazônica;

B) instalação das primeiras fábricas que

produziam produtos de borracha na

América do Norte e na Europa;

C) utilização da borracha brasileira na fabricação

de pneus;

D) utilização da borracha brasileira na fabricação de

diversos equipamentos bélicos;

E) desvalorização da borracha no mercado

internacional.

40. (Funcab/ CBM 2009) A retomada da demanda

da extração do látex na região do vale Madeira-

Guaporé ocorreu em decorrência da 2ª Guerra

Mundial pois:

A) os seringais brasileiros se tornaram competitivos

graças ao investimento do governo brasileiro em

tecnologia para extração do látex;

B) a ação de contrabandistas ingleses, noruegueses

e alemães intensificou-se;

C) a produção do látex no Oriente (Malásia)

aumentou;

D) o Tratado de Petrópolis restabeleceu a paz entre

Brasil e Alemanha;

E) os seringais da Malásia foram ocupados por

tropas japonesas, não sendo possível continuar a

produção.

41. (Funcab/ CBM 2009) A obra de construção da

estrada de ferro Madeira-Mamoré foi iniciada em

1872, quando chegaram a Santo Antonio os

trabalhadores e o material suficiente para a

construção dos primeiros 36 km de ferrovia.

Entretanto a obra teve um ritmo lento considerando

que:

I. os trabalhadores que chegavam eram dizimados

pela fome e por doenças endêmicas da região;

II. os ataques dos índio Karipunas aos

acampamentos eram constantes;

III. era de interesse tanto do Brasil quanto da

Bolívia construir uma estrada que vencesse o trecho

encachoeirado dos rios Madeira e Mamoré;

IV. o maior de todos os obstáculos era a própria

selva amazônica, com suas adversidades.

Dos itens acima mencionados, estão corretos

apenas:

A) I e II;

B) II e III;

C) III e IV;

D) I,II e III ;

E) I,II e IV.

42. (Funcab/ CBM 2009) A construção da estrada

de ferro Madeira-Mamoré foi muito importante para

o desenvolvimento do vale do rio Madeira.

______________ e _____________ foram os

primeiros núcleos de povoamento a se

Page 52: História e Geografia de Rondônia

52

52

desenvolverem na região,

fundamentalmente por serem ponto

inicial e final da referida estrada.

A sequência de palavras que preenche

corretamente as lacunas e:

A) Porto Velho / Guajará-mirim;

B) Ji-paraná / Porto Velho;

C) Jaru /Ariquemes;

D) Parecis / Porto Velho;

E) Porto Velho / Parecis.

43. (Funcab/ CBM 2009) No inicio do

período de colonização (1970) foi

deflagrada pelo governo uma campanha

publicitária nas regiões Sul e Sudeste do

pais, com o slogan “Rondônia, o Novo

Eldorado”, cujo objetivo principal era:

A) inaugurar o Hospital da candelária

entre Porto Velho e Santo Antonio;

B) gerar fluxo migratório de colonos

com destino ao então território de

Rondônia;

C) reativar a produção do látex;

D) impedir o avanço das tropas

bolivianas no território de Rondônia;

E) formar a cidade de Cacoal.

44. (Funcab/ CBM 2009) A evolução e

a emancipação política de Rondônia (de

Território Federal a condição de Estado)

foi lentas e, segundo Edilson L. de

Medeiros, alguns estudiosos da historia

de Rondonia atribuem a emancipação

política aos seguintes fatores:

I. amadurecimento de um grupo político

que passou a lutar junto ao Congresso

Nacional, buscando a emancipação

política de Rondonia;

II. atuação do Presidente Getulio Vargas

na luta pela emancipação política de

Rondonia;

III. construção da BR-364, que liga

Porto Velho a Cuiabá, aumentando o

fluxo migratório e o surgimento de

novos povoados;

IV. extração de cassiterita,

possibilitando o nascimento das

primeiras industrias e desenvolvimento

econômico.

Dos itens acima mencionados, estão

corretos apenas:

A) I e II;

B) II e III;

C) III e IV;

D) I, III e IV;

E) II, III e IV.

SIMULADO 3

1. (Funrio/ Seduc 2008) Com relação ao fuso

horário, quantas horas a “Hora de Rondônia” está

atrasada em relação a “Hora de Greenwich”?

A) 1 hora.

B) 2 horas.

C) 3 horas.

D) 4 horas.

E) 5 horas.

2. (Funrio/ Seduc 2008) Com quais destes estados

Rondônia não faz limite?

A) Amazonas.

B) Pará.

C) Mato Grosso.

D) Acre.

E) Nenhum dos citados.

3. (Funrio/ Seduc 2008) Em que década, do século

XX, foi aberta a rodovia federal 364?

A) Década de 50.

B) Década de 40.

C) Década de 60.

D) Década de 20.

E) Década de 80.

4. (Funrio/ Seduc 2008) Em que ano foi criado o

Estado de Rondônia?

A) 1875.

B) 1981.

C) 1962.

D) 1902.

E) 1943.

5. (Funrio/ Seduc 2008) Até a implantação da

Rodovia Federal BR-364, qual era a principal

modalidade de transporte de Rondônia?

A) Hidroferroviário.

B) Rodoviário.

C) Metroviário.

D) Aéreo.

E) Nenhuma das opções.

6. (Funcab/ Idaron 2009) O Brasil concentra mais

de 10% da água doce disponível na superfície do

planeta. Ovasto emaranhado de rios formam oito

grandes bacias hidrográficas sendo a Amazônica a

maior do mundo, com aproximadamente 3,8

milhões de quilômetros quadrados (em terras

brasileiras). Toda essa caudalosa riqueza representa:

Page 53: História e Geografia de Rondônia

53

53

A) possibilidade de navegação fluvial

com todas as capitais dos países que

fazem a fronteira Norte do Brasil;

B) um bem extremamente valioso para

irrigar terras secas existentes no semi-

árido nordestino;

C) facilidade que os rios representam na

ocupação e povoamento da Amazônia,

inclusive contribuindo para a

configuração geográfica do país;

D) dificuldade de penetração no interior

da floresta, pois os rios são de longa

extensão;

E) existência de um enorme potencial

de energia hidrelétrica, porque a maioria

dos rios corre nos planaltos.

7. (Funcab/ Idaron 2009) . “Moro num

país tropical abençoado por Deus e

bonito por natureza” (...)

Jorge Ben Jor acerta na canção, pois a

maior parte do nosso território está

situada na faixa intertropical. No

entanto, a classificação climática do

Brasil abrange cerca de seis tipos

climáticos. De acordo com o IBGE, o

clima predominante no estado de

Rondônia é:

A) tropical;

B) tropical de Altitude;

C) tropical Chuvoso;

D) subequatorial;

E) equatorial.

8. (Funcab/ Idaron 2009) A idéia de

“desenvolvimento sustentável” está

cada vez em maior evidência entre as

questões da atualidade. De acordo com

este conceito, considera-se que:

A) o meio ambiente, fundamental como

fonte de recursos naturais para as

gerações futuras, deve ser intocável;

B) é o modelo de desenvolvimento que

tem sido aplicado em toda a Região

Sudeste do Brasil, mas não em

Rondônia;

C) deve buscar se explorar os recursos

naturais de uma região, mas sem

comprometer o meio ambiente e

prejudicar a qualidade de vida das

populações;

D) deve se estimular tanto a preservação

das terras indígenas como o

desmatamento para sustentar melhor as

populações rurais;

E) precisamos deixar de utilizar os recursos naturais

e minerais para melhorar a qualidade de vida dos

habitantes do País.

9. (Funcab/ Idaron 2009) “Entre 1960 e 1980, os

incentivos fiscais à agricultura e a descoberta de

minérios provocaram um surto de desenvolvimento

em Rondônia, e uma onda de imigrações elevou a

população de 70 mil para 500 mil pessoas.” (In:

Atlas National Geographic, São Paulo: Abril

Coleções, 2008, p.45.

De acordo com o IBGE, no Censo Demográfico de

2000, este total atingiu 1.379.787 habitantes. Essa

aceleração no crescimento da população de

Rondônia pode ser atribuída:

A) aos dois ciclos de extração de látex que

permitiram a fixação dos seringueiros vindos do

Ceará em vários povoados ao longo do rio Madeira

e do Mamoré;

B) à distribuição da população rondoniense ao

longo dos rios que cortam o estado e seus afluentes

que, com atividades extrativas vegetais, fixam a

população no campo;

C) à Comissão Rondon, que instalou estações

telegráficas em Vilhena, Pimenta Bueno, Ji-Paraná,

Jaru, Ariquemes e Porto Velho, o que permitiu a

comunicação entre essas cidades e acelerou o

processo de urbanização;

D) a um conjunto de fatores de ordem política,

socioeconômica de infra-estrutura (abertura da BR-

364) que, ao atrair fluxos de migrantes de vários

estados, aumentou a população e a rede de cidades;

E) ao aumento das atividades extrativas minerais e

vegetais que atraiu migrantes tanto do Nordeste

como do Sul do país e representavam mão-de-obra

qualificada.

10. (Funcab/ Idaron 2009) “Dois terços de

Rondônia são cobertos pela floresta Amazônica.

Embora dados do Instituto Nacional de Pesquisas

Espaciais (Inpe) indiquem uma redução do

desmatamento no estado de 13%, entre 2004 e

2005, parte importante da natureza está destruída.

Segundo o Inpe, já foram queimadas ou derrubadas

57% da vegetação em áreas não protegidas e 31%

nas áreas protegidas.” (In: Atlas National

Geographic, São Paulo:Abril Coleções, 2008, p.45).

Tentando reduzir esses danos ambientais, foram

criadas as seguintes zonas (e subzonas)

socioeconômico-ecológicas abaixo relacionadas:

Page 54: História e Geografia de Rondônia

54

54

A) áreas protegidas pelos indígenas

(zona 1); áreas de uso restrito por lei

(zona 2) e áreas institucionais (zona 3);

B) na zona 1, estão as de uso

agropecuária, agroflorestais e florestais;

zona 2, áreas de usos especiais para a

conservação de recursos naturais

passíveis de uso sob manejo sustentável

e na zona 3, áreas institucionais

constituídas pelas áreas protegidas de

uso restrito e controlado, prevista em

Lei e instituídas pela União, Estado e

Municípios;

C) áreas de uso agropecuária,

agroflorestais e florestais (zona 1); áreas

de usos especiais não possíveis de

manejo sustentável (zona 2) e áreas

institucionais, isto é, áreas protegidas de

uso restrito e controlado, prevista em

Lei e instituídas pela Federação dos

Estados (zona 3);

D) áreas de usos especiais (zona 1);

áreas institucionais previstas por leis

federais, estaduais e municipais (zona

2); áreas de usos agroflorestais (zona 3);

E) áreas de uso no agronegócio (zona

1); usos restritos aos povos indígenas

(zona 2); áreas de usos especiais para a

conservação dos recursos naturais (zona

3).

11. (Funcab/ Idaron 2009) Com a

ocupação dos seringais da Malásia por

tropas japonesas durante a Segunda

Guerra Mundial (1939-1945), os

Estados Unidos e a Inglaterra buscaram

matéria-prima para equipamentos

bélicos na importação de borracha

brasileira. Para tanto, foi necessária a

assinatura de acordos entre os Estados

Unidos e o Brasil. Estes acordos,

assinados em março de 1942, foram

chamados de “Acordos...:

A) da Amazônia”;

B) Brasileiros” ;

C) de Washington”;

D) da Borracha” ;

E) Ingleses”.

12. (Funcab/ Idaron 2009) A estrada de

ferro Madeira-Mamoré foi um fator de

relevante importância para o vale do

Madeira, pois até 1907 existia apenas

um povoado, o de Santo Antônio do Rio

Madeira.A construção da ferrovia trouxe para a

região os mais variados grupos sociais, como

operários, mascates, comerciantes e as diversões.

Assim, a partir daquele ano, formou-se a cidade de:

A) Esperidião Marques;

B) Porto Velho;

C) Abunã;

D) Vila Murtinho;

E) Jaci-Paraná.

13. (Funcab/ Idaron 2009) Devido à grande

demanda da exploração da borracha, durante a

Segunda Guerra Mundial, muitos nordestinos foram

atraídos com promessas de trabalho nos seringais da

Amazônia. Eram conhecidos como:

A) “mercenários da borracha”;

B) “trabalhadores da borracha”;

C) “empregados da borracha”;

D) “soldados da borracha”;

E) “nordestinos da borracha”.

14. (Funcab/ Idaron 2009) Sobre a história da

emancipação política de Rondônia, considere as

afirmações.

I. A extração de cassiterita promoveu o

desenvolvimento econômico e propiciou a

instalação das primeiras indústrias.

II. A construção da BR-364, ligando Porto Velho à

cidade de Cuiabá, possibilitou o grande fluxo

migratório e a formação de novos núcleos de

povoação.

III. Um grupo político amadurecido junto ao

Congresso Nacional lutou obstinadamente em favor

da emancipação política de Rondônia. Assinale a

opção correta.

A) apenas I;

B) apenas II;

C) apenas III;

D) apenas I e II;

E) I, II e III.

15. (Funcab/ Idaron 2009) 30. A ocupação inicial de

Rondônia insere-se no todo das atividades

extrativistas desenvolvidas no período colonial na

Amazônia. Ela foi importante por que:

A) aproveitou a mão-de-obra dos seringueiros que

vinham do Nordeste, em especial de cearenses;

B) aproveitou a mão-de-obra indígena na coleta das

chamadas “drogas do sertão”;

C) reproduziu em Rondônia o sistema de

monocultura da seringueira que existia na

Amazônia;

D) desenvolveu a região, o que permitiu a fixação

do homem ao longo dos rios;

Page 55: História e Geografia de Rondônia

55

55

E) viabilizou a integração da Região

Norte do Brasil com os países andinos.

16. (Funcab/ Idaron 2009) Apesar da

extensa rede hidrográfica de Rondônia,

tornou-se necessária a construção da

estrada de ferro Madeira-Mamoré, no

sentido de escoar a produção regional e

mesmo a da Bolívia. O rio Madeira,

embora navegável desde a sua foz, no

oceano Atlântico, até Porto Velho,

apresenta um problema decorrente da

sua navegabilidade: dificuldade à

montante, ou seja, “subindo o rio”, pois:

A) o leito do rio, no trecho, não dá

calado, isto é, tem pouca profundidade;

B) as águas, por apresentarem

sedimentos, são bastante escuras;

C) as águas apresentam um trecho

encachoeirado;

D) deve-se às cores barrentas da água

do rio o empecilho para a navegação;

E) a pouca profundidade do Porto

Velho, rumo à nascente, é muito brusca.

17. (Funcab/ Idaron 2009) O tipo de

clima predominante no estado de

Rondônia é:

A) tropical chuvoso;

B) subtropical;

C) tropical de altitude;

D) equatorial;

E) subequatorial.

18. (Funcab/ Idaron 2009) Quanto à

ocupação humana inicial da Amazônia,

a Coroa Portuguesa visava povoar a

região e garantir a posse da terra. O vale

do Madeira demorou a ser atingido,

passando por período de estagnação e

de abandono. No século passado,

surgiram povoados e construiu-se a

estrada de ferro Madeira-Mamoré.

Recentemente, houve um grande

crescimento populacional. De acordo

com o IBGE, no Censo de 2000, a

população absoluta do Estado era de:

A) 835.000 habitantes;

B) 1.379.787 habitantes;

C) cerca de 1 milhão e meio de pessoas;

D) 986.379 habitantes;

E) 884.523 habitantes.

19. (Funcab/ Idaron 2009) As cinco

maiores cidades, pelo número de

habitantes (segundo o IBGE) do estado de

Rondônia são:

A) Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal e

Vilhena;

B) Porto Velho, Guajará Mirim, Ariquemes, Ji-

Paraná e Jaru;

C) Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Ouro Preto

d´Oeste e Jaru;

D) Porto Velho, Vilhena, Pimenta Bueno,

Ariquemes e Ji-Paraná;

E) Porto Velho, Guajará Mirim, Rolim Moura,

Cacoal e Ji-Paraná.

20. (Funcab/ Idaron 2009) “Dois terços de

Rondônia são cobertos pela floresta Amazônica.

Embora dados do Instituto Nacional de Pesquisas

Espaciais (Inpe) indiquem uma redução do

desmatamento no estado de 13%, entre 2004 e

2005, parte importante da natureza está destruída.

Segundo o Inpe, já foram queimadas ou derrubadas

57% da vegetação em áreas não protegidas e 31%

nas áreas protegidas”. (In: Atlas National

Geographic, São Paulo: Abril Coleções, 2008,

p.45).

A partir do problema colocado, uma política

afirmativa no sentido de reverter a situação é:

A) o desmatamento em Rondônia não para de

crescer, comprometendo as futuras gerações que

não Terão acesso a produtos vegetais e haverá a

extinção das seringueiras encontradas ao longo dos

afluentes dos rios Madeira e Mamoré;

B) a mobilização de máquinas, especialmente serras

elétricas, além da força humana contribuíram para

que este aumento do desmatamento atingisse três

terços do território de Rondônia, segundo o Inpe;

C) com o desmatamento, aumenta a produtividade

das terras agrícolas e as pastagens podem contribuir

para o incremento da exportação do leite para a

Bolívia;

D) devido à exploração ilegal de madeira,

principalmente nas zonas socioeconômicas e

ecológicas das terras indígenas, os dados indicam

que houve um aumento de 31% para 57% nas áreas

protegidas;

E) o zoneamento socioeconômico-ecológico

implantado no Estado pode contribuir para a

redução do desmatamento

e aumentar a produtividade do agronegócio no qual

se destacam o gado leiteiro e de corte, a extração de

madeiras, cultivo do café e também a atividade

industrial.

SIMULADO 4

Page 56: História e Geografia de Rondônia

56

56

1. (Funcab/ Idaron 2009) A construção

da estrada de ferro Madeira-Mamoré

não serviria apenas às necessidades

brasileiras em facilitar as atividades

comerciais da região, mas também

serviria aos interesses econômicos:

A) colombianos;

B) bolivianos;

C) peruanos;

D) paraguaios;

E) venezuelanos.

2. (Funcab/ Idaron 2009) A partir da

década de 1970, com a implantação da

BR-364, criaram-se vários municípios

em Rondônia e, simultaneamente,

houve grandes fluxos migratórios que

desenvolviam atividades econômicas

ligadas ao agronegócio. Por sua vez

novos fatores administrativos e políticos

contribuíram para a evolução do status

político de Rondônia. Este fato foi:

A) a mudança de denominação do

Território para Território de Rondônia;

B) a emancipação política do município

de Porto Velho;

C) correntes políticas se insurgiram

quanto à emancipação política dos

municípios;

D) a criação do Estado de Rondônia,

por Lei Federal de 1981;

E) a implantação de governos militares

que mantiveram Rondônia com o status

de território.

3. (Funcab/ Idaron 2009) Com a

argumentação de que era melhor

“integrar para não entregar”, o Governo

Federal promoveu a colonização das

terras da região do atual estado de

Rondônia. Para esta empreitada, houve

a criação, pelo Decreto-Lei nº

1.110/1970, do(a):

A) INCRA;

B) FUNAI;

C) SUCAM;

D) PAD;

E) PIC.

4. (Funcab/ Idaron 2009) “Vivemos

tempos dramáticos com grandes crises:

a ecológica, a climática, a alimentar, a

energética e a socioeconômica. [...]

Precisamos de uma mudança, de um novo

horizonte utópico, de coragem para inventar novos

caminhos. Faz-se necessário uma figura carismática

[Barack Obama] que inspire confiança, segurança e

serenidade para enfrentar estes cataclismos e

galvanizar as pessoas para um novo ensaio de

convivência, um modo diferente de arquitetar a

economia e a montagem de um tipo de globalização

pluripolar que respeite as diferenças e possa incluir

a todos num mesmo destino juntamente com a Casa

Comum, a Terra.” Obama: a realização do sonho de

Luther King. (In: Leonardo Boff. JBEcológico,

Jornal do Brasil, ano 7, n 82, nov. 2008, p.35)

Disponível, também, em:

http://www.leonardoboff.com/

A partir da situação-problema colocada, no ponto

de vista do autor e, também, baseado em seus

conhecimentos sobre o atual momento

socioeconômico mundial, pode-se concluir que:

A) o processo de globalização é recente, originou-se

na revolução técnico-informacional ocorrida desde

os anos 70 e é controlado tanto pelos EUA como

pela ONU;

B) das grandes questões do mundo atual, emerge a

do novo papel do Estado, que vem sofrendo redução

em suas funções e, apesar da crise sistêmica, não

intervém no mercado, o que facilita a ação dos

grandes grupos econômicos, em especial, os

financeiros;

C) a atual conjuntura internacional será alterada

com o triunfo de Obama, pois, em seu governo

haverá grandes investimentos no desmatamento da

floresta Amazônica, no sentido de exportar árvores

de valor comercial para os EUA;

D) no atual momento de crise econômico-financeira

mundial, propõe-se um novo modelo de

globalização – mais ecológico - que torne menos

vulnerável as economias de nações emergentes,

como o Brasil;

E) no texto acima, Leonardo Boff preconiza uma

globalização que indica uma relação de causa e

consequência da situação-problema: eleição de

Barack Obama e solução das crises mencionadas,

tanto no nível nacional como global.

5. (Funcab/ Idaron 2009) Reflita sobre o seguinte

trecho da matéria “Amazônia: a verdade sobre a

saúde da floresta” (In: , Veja 26/3/2008, p.96

Edição Especial).

“Na Amazônia encontram-se duas vezes mais

espécies de aves que nos EUA e no Canadá. Apesar

dos números superlativos, calcula-se que apenas um

décimo da biodiversidade da região tenha sido

Page 57: História e Geografia de Rondônia

57

57

estudado. [...] Não se sabe ao certo em

que medida o desaparecimento desse

extraordinário bioma afetaria o

aquecimento global. Mas estudos

recentes mostram que o sumiço da

floresta alteraria a precipitação das

chuvas em várias regiões do globo,

entre elas a Bacia do Prata, a Califórnia,

o sul dos EUA, o México e o Oriente

Médio, causando perturbações à

agricultura dessas regiões. No Brasil

não seria diferente.”

Do ponto de vista geográfico, os

impactos ambientais decorrentes da

ocupação humana e das atividades

econômicas em Rondônia fazem-se

presentes no desmatamento, nas

mudanças climáticas, no

desaparecimento de espécies da fauna e

da flora e de outros recursos naturais.

Daí a importância do “desenvolvimento

sustentável”. Assinale a alternativa que

explica este conceito chave:

A) tipo de desenvolvimento que não

exige dos governos ou das pessoas um

posicionamento ideológico ou uma

consciência ecológica, pois a sociedade

se apropria da natureza, usa seus

recursos e preocupa-se somente com o

que dá lucro financeiro;

B) modalidade de desenvolvimento que

se preocupa em ampliar as áreas

desmatadas da Amazônia como forma

de aumentar a produtividade do

agronegócio, visando a exportação para

países do Hemisfério Norte;

C) tipo de desenvolvimento, em que as

florestas tornam se intocáveis e servirão

de reservas para as populações futuras,

pois as intervenções humanas estão

contribuindo para a degradação

ambiental em Rondônia;

D) desenvolvimento que implica em

mudanças no nosso comportamento, na

formação de uma cultura englobando

princípios como sustentabilidade -

econômica, social, ecológica e político-

institucional; integrando esses

elementos, muitos deles conflitantes ou

concorrentes, num processo de gestão

de conflitos sociais;

E) tipo de desenvolvimento que causa

danos ambientais, mas que é paradigma

para o sistema capitalista industrial, pois visa a

exaustão dos produtos naturais de um estado como

Rondônia, não se importando com as consequências

para os habitantes locais e prejuízos para o país.

6. (Funcab/ Idaron 2009) Interpretando-se o mapa

de Rondônia, a seguir, observamos que ele localiza

o estado com suas coordenadas geográficas e

limites, apresenta alguns dos seus aspectos físicos -

relevo e hidrografia - e a distribuição de suas

principais cidades. Percebe-se, também, uma parte

da planície Amazônica destacando-se pequenos

planaltos, cujo ponto culminante está na serra

Pacaás Novos. Além disso, alguns dos rios fazem

parte da bacia Amazônica.

No que diz respeito às questões demográficas, ao

processo de urbanização e às atividades

econômicas, o mapa permite concluir que a atual

distribuição populacional foi muito marcada...

Disponível em:

http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://

waveland __1.tripod.com/mapas/rondônia Acesso

em: 05/01/2009.

A) por incentivos públicos à agricultura e pela

descoberta de minérios, que atraíram uma grande

migração com consequências na urbanização que,

por sua vez, teve na BR-364, o eixo que passou a

interligar diversas cidades, fazendo a conexão

rodoviária entre o Mato Grosso e o Acre;

B) pela hidrografia do estado, pois cerca de 80%

dos rondonienses habitam ao longo dos rios, com

destaque para Porto Velho (rio Madeira), Guajará

Mirim (rio Mamoré) e Costa Marques (rio

Guaporé);

C) pela estrada de ferro Madeira-Mamoré, a via de

fixação de cidades e do escoamento da produção de

látex e da castanha, que até hoje permite que a

maioria da população do estado esteja localizada ao

longo do seu itinerário;

D) pelo crescimento recente da população do

estado, com os fluxos de migrantes principalmente

do Nordeste, como aconteceu no Primeiro Ciclo de

Page 58: História e Geografia de Rondônia

58

58

Extração de Látex e no período

posterior à Segunda Guerra Mundial,

quando os preços do produto o tornaram

novamente valorizado no mercado

internacional;

E) pela fronteira com a Bolívia, fator de

segurança nacional e de projetos de

colonização financiados pelo INCRA,

no sentido de atrair fluxos de migrantes

vindos do Sul do Brasil.

7. (Funcab/ Idaron 2009) “Ministério

Público processa presidente e diretor do

Ibama”

Este foi o título da Folha de S.Paulo

(13/12/2008, p. B14) em matéria sobre a

Ação do Ministério Público sobre a

decisão do Ibama de dar licença prévia

para a instalação da usina de Jirau sem

exigir um novo estudo ambiental.

[...]“Para os promotores, a usina de

Jirau deveria passar por um novo

processo de licenciamento ambiental,

com a elaboração de mais estudos de

impacto ambiental e realização de

audiências públicas para discussão do

empreendimento, até que o Ibama

pudesse reunir elementos para emitir

uma nova licença prévia”.

No Brasil, a relação entre a produção de

eletricidade e o uso de rios como o

Madeira gera polêmicas pelos impactos

ambientais que provoca com os recursos

hídricos (conforme manchete acima).

Isso se justifica porque:

A) o desvio das águas do rio irá inundar

toda uma área agricultável e afetará

principalmente as nações indígenas

localizadas em ambas as margens do

Madeira;

B) a futura usina hidrelétrica irá

desativar a usina termoelétrica rio

Madeira, na cidade de Porto Velho, bem

como a usina termoelétrica Termonorte, instalada

à leste desta cidade;

C) com a instalação das futuras hidrelétricas (Jirau e

Santo Antonio), a pesca se tornará inviável, assim

como as próprias usinas, pois o Madeira é um rio de

planície, logo não oferece as vantagens dos rios que

correm nos planaltos;

D) devido à predominância dos rios do Estado que

correm na planície, a energia produzida e

distribuída no Estado é feita exclusivamente por

termoelétricas;

E) a geração de eletricidade na usina projetada

aproveitará o potencial hidráulico do rio Madeira o

que tornará o Estado tanto gerador como exportador

de energia elétrica.

8. (Funcab/ Idaron 2009) 25. Analise as

informações do quadro “A composição econômica e

a participação nacional” no processo produtivo que

se referem ao estado de Rondônia (dados

econômicos mais recentes):

Disponível em: http://www.brasilescola.com/brasil/economia-

rondonia.htm Acesso em: 06/01/2009 (Fonte adicional:

http://www.seplan.ro.gov.br/noticias.asp?id=928&

tipo=Noticia)

Com base no quadro anterior e nos seus

conhecimentos, pode-se afirmar que:

A) a participação do PIB do estado no PIB nacional,

ou seja, a soma, em valores monetários, de todos os

bens e serviços finais produzidos pelo Brasil num

determinado ano, é elevada;

B) a participação da atividade industrial (30,6%) na

composição do PIB estadual revela a agregação de

valor às cadeias produtivas regionais, como carne e

leite, que atendem tanto ao mercado interno como

externo;

C) a atividade agropecuária no estado vem se

expandindo pelas áreas de floresta onde são

plantados os cafezais;

* Participação na formação do PIB (Produto

Interno Bruto) nacional: 0,6%.

* Composição do PIB estadual:

-Atividade agropecuária: 15,3%.

-Atividade industrial: 30,6%.

- Prestação de serviços: 54,1%.

- PIB per capta : 6.468 reais.

-Volume de exportação: 202,7 milhões de

dólares.

* Principais produtos de exportação com

seus respectivos percentuais:

- Madeira: 83,6%.

- Café em grão: 8,7%.

- Granito: 3,2%.

- Carne congelada: 3,1%.

Page 59: História e Geografia de Rondônia

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59

D) no setor de serviços, no qual se

concentra cerca de 30% da população

economicamente ativa, os salários são

elevados, o que resulta numa renda

anual bastante expressiva;

E) pelo avanço do desmatamento no

estado, Rondônia destaca-se como o

maior exportador de madeira certificada

do mundo, daí o alto percentual dessa

atividade na pauta de exportação do

país.

9. (Funcab/ Idaron 2009) “Nas palavras

e atos do passado jaz oculto um tesouro

que o homem pode utilizar para

fortalecer e elevar o seu próprio caráter.

O estudo do passado não deve se limitar

a um mero conhecimento da história,

mas deve, através da aplicação desse

conhecimento, procurar dar atualidade

ao passado.”(I Ching livro-base milenar

chinesa).

Procurando “dar atualidade ao mapa”

(abaixo), Portugal e Espanha ao

“partilharem” o Novo Mundo entre

ambas as Coroas, celebraram o Tratado

de Tordesilhas (1494). Conforme o

acordo, coube a Portugal as terras

situadas a leste daquela linha imaginária

e à Espanha, as situadas além dela. Até

que, com a União Ibérica (1580 - 1640),

os bandeirantes chegaram às terras que

hoje formam Rondônia.

Fonte: Oliveira, Ovídio Amélio,

História Desenvolvimento e

Colonização do Estado de Rondônia, 6ª

ed., 2007, p.15.

A importância da região Amazônica

tornava-se cada vez maior, pois a

facilidade de penetração no território, por meio

de seus rios, permitia a ligação com as colônias

espanholas. Era necessário, no entanto, evitar que a

região ficasse aberta aos estrangeiros. Assinale a

alternativa correta:

A) o governo da União Ibérica (1621) criou o

estado do Maranhão e Grão-Pará para inibir a ação

de estrangeiros; B) o novo governo unificado criou,

em 1621, o estado do Grão-Pará para garantir a

posse dessas terras;

C) para evitar a presença estrangeira na região, a

União Ibérica,em1621, criou o estado do Maranhão;

D) como forma de repelir a presença estrangeira na

região, o novo governo criou, em 1621, o estado de

Grão-Pará e Amazonas;

E) com o objetivo de evitar a ação de piratas

estrangeiros na Amazônia, em 1621, o governo da

União Ibérica criou os estados do Amazonas e

Maranhão.

10. (Funcab/ Idaron 2009) Em meados do século

XVIII, a seringueira, também denominada de látex,

entrou para o mundo da ciência como produto

vegetal mais cobiçado do planeta. Essa borracha era

infiltrada em tecidos, lãs e couros e os tornava

impermeáveis. Com a demanda crescente pelas

fábricas nos EUA e Europa, houve, no norte

brasileiro, uma atração de mão-de-obra e a

penetração para o interior da floresta. Esse “boom”

da riqueza transformou Manaus de um povoamento

indígena em uma cidade de cerca de 50 mil

habitantes (1880).

No entanto, com o contrabando, pelos ingleses, de

sementes de seringueira para a Malásia, Manaus

tornara-se quase uma cidade fantasma e a economia

regional ficou arruinada. Neste contexto, os

primeiros exploradores que chegaram aos vales dos

rios Madeira e Mamoré, iniciando o 1º Ciclo da

Borracha em busca das seringueiras, pertenciam a

três grupos básicos:

A) nativos e sulistas; os africanos e os portugueses;

B) bolivianos e escravos; os mulatos e os

portugueses;

C) mamelucos e os nativos; os bolivianos e os

nordestinos;

D) negros e nordestinos; os nativos e os bolivianos;

E) escravos e índios; os nordestinos e os bolivianos.

11. (Funcab/ Idaron 2009) A história política do

atual estado de Rondônia vem sendo desenhada

desde o período em que ele fazia parte dos atuais

Estados do Amazonas e do Mato Grosso. Essa

região, ao se tornar Território Federal do Guaporé

em 1943, deu um grande salto para sua futura

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60

autonomia política. A emancipação

política do estado de Rondônia e a sua

instalação em 1982, ocorreu pela

conjugação dos fatores:

A) extração da cassiterita promovendo o

desenvolvimento econômico e

favorecendo o surgimento de indústrias;

desenvolvimento do turismo

direcionado ao forte Príncipe da Beira,

além da abertura da RO-399, facilitando

a migração e a fixação do homem;

B) a construção da BR-364,

possibilitando o grande fluxo

migratório; extração de cassiterita

promovendo o desenvolvimento

econômico, além da luta obstinada de

um grupo político esclarecido junto ao

Congresso Nacional;

C) desenvolvimento do turismo na

região, principalmente direcionado ao

forte Príncipe da Beira e à estrada de

ferro Madeira-Mamoré; os incansáveis

pedidos e argumentações de um grupo

político esclarecido junto ao Congresso

Nacional;

D) construção da estrada de ferro

Madeira-Mamoré, promovendo uma

maior dinamização da economia da

região; exploração do ouro, dando

condições para a implantação das

primeiras indústrias;

E) construção da BR-364, ligando Porto

Velho a Cuiabá; a extração do ouro,

dando possibilidades à instalação das

primeiras indústrias, além do turismo

em toda a região.

12. (Funcab/ Idaron 2009) A construção

da estrada de ferro Madeira-Mamoré

não é um fato que se restringe aos

séculos XIX ou ao XX. Já no século

XVIII, Dom Francisco de Souza

Coutinho se defrontou com a

necessidade de construir uma estrada

para vencer a parte não navegável do rio

Madeira. Posteriormente, outros

pensaram também na necessidade de

vencer o trecho encachoeirado do

mesmo rio. Essa situação só veio a ter

solução no século XX, com a

construção da estrada de ferro Madeira-

Mamoréem1907. Assinale a opção

correta:

A) a construção da estrada de ferro Madeira-

Mamoré tornou-se possível pela eficácia da P.&T.

Collins;

B) devido à eficiência da empresa Dorsay e

Caldwel, a construção da estrada de ferro foi

efetivada;

C) a construção da estrada de ferro Madeira-

Mamoré foi, realmente possível, devido a ação da

empresa Public Works;

D) a responsabilidade pela construção da estrada de

ferro Madeira-Mamoré coube à May, Jekyll

&Randolph;

E) só foi possível tornar o sonho da estrada de ferro

uma realidade após a Dorsay e a Public Works

assumirem a sua construção.

13. (Funcab/ Idaron 2009) 30. Há mais de dois

séculos a borracha nativa do Brasil (Hevea

brasiliense ) tem sido importante fator econômico

da região amazônica. As variações entre a maior ou

a menor demanda está relacionada, infelizmente, a

guerras. No primeiro Ciclo, houve uma rentável

exploração durante a guerra franco alemã, em 1872.

A partir de 1912, ocorreu uma grande

desvalorização da borracha brasileira e,

consequentemente, gradativo abandono das áreas de

sua produção. O Segundo Ciclo da Borracha só teve

início anos mais tarde, em função de uma grande

contenda bélica, já nos meados do século XX.

Nesse contexto, devemos considerar:

A) a eclosão da Guerra do Paraguai, que interferiu

no aspecto político mundial;

B) a Revolução Espanhola que alterou o panorama

econômico mundial;

C) a eclosão da Segunda Guerra Mundial, que

transformou os aspectos sócio-econômico-político

mundial;

D) a Guerra do Golfo, que mudou drasticamente os

aspectos sócio-políticos do mundo atual;

E) a eclosão da Guerra de Secessão (EUA), quando

foi afetada a economia norte-americana, atingindo

também a economia mundial.

14. (Funcab/ Sesau 2009) O processo de

colonização da região Norte e consequentemente do

atual Estado de Rondônia foi feito através de:

A) lutas entre portugueses e espanhóis;

B) ocupação da floresta amazônica;

C) missões religiosas comandadas por jesuítas;

D) invasões dos países vizinhos;

E) expedições holandesas.

15. (Funcab/ Sesau 2009) As primeiras expedições

que chegaram ao Norte, onde fica situado

Rondônia, queriam explorar pimenta, castanha-do-

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61

pará, essências etc... Estes artigos eram

conhecidos como:

A) drogas do sertão;

B) especiarias;

C) artigos de luxo;

D) drogas indígenas;

E) drogas da floresta.

16. (Funcab/ Sesau 2009) A população

que ocupa a região Norte seja ela rural

ou urbana como a de Porto Velho, no

Estado de Rondônia, se fixa sempre ao

longo dos rios, e por isso é chamada de

população:

A) das águas;

B) dos igarapés;

C) amazônica;

D) de lagunas;

E) ribeirinha.

17. (Funcab/ Sesau 2009) A região

Norte ou Amazônia da qual Rondônia

faz parte, faz uso de muitos meios de

transporte. O que é utilizado com

intensidade nessa região é o transporte:

A) rodoviário;

B) hidroviário;

C) ferroviário;

D) aéreo;

E) marítimo.

18. (Funcab/ Sesau 2009) Entre 1877 e

1910 no atual território conhecido hoje

como Amazônia, e principalmente no

atual Estado de Rondônia, ocorreu o

Primeiro Ciclo da Borracha. Dos

primeiros exploradores, além dos

nativos, dos mamelucos e estrangeiros,

constava um significativo grupo de

imigrantes brasileiros. Eram eles:

A) gaúchos;

B) cariocas;

C) paranaenses;

D) nordestinos;

E) mineiros.

19. (Funcab/ Sesau 2009) O Primeiro

Ciclo da Borracha trouxe um extenso

desenvolvimento para a Região e

também para o território ocupado hoje

por Rondônia. Uma das consequências

disso foi:

A) o surgimento do Estado de Mato

Grosso;

B) a instalação das linhas telegráficas

estratégicas;

C) a elevação de Manaus à categoria de Estado;

D) a descoberta de ouro na região;

E) a construção da estrada de ferro central do

Brasil.

20. (Funcab/ Sesau 2009) A ferrovia Madeira-

Mamoré, no território de Rondônia, foi um dos

fatores responsáveis pelo crescimento da região. Ela

fazia a ligação entre as cidades de:

A) Porto Velho e Guajará-Mirim;

B) Guajará-Mirim e Cuiabá;

C) Porto Velho e Vilhena;

D) Ji-Paraná e Guajará-Mirim;

E) Guajará-Mirim e Manaus.

21. (Funcab/ Sesau 2009) A ferrovia Madeira-

Mamoré foi construída margeando um dos grandes

rios do Estado de Rondônia. Trata-se do rio:

A) Xingú;

B) Beni;

C) Madeira;

D) Amazonas;

E) Guaporé.

22. (Funcab/ Sesau 2009) As florestas rondonienses

são ricas em espécies vegetais e a sua exploração

foi responsável pelo povoamento da região. Hoje,

estas florestas ainda constituem um grande fator

econômico para o Estado em função da extração de:

A) cacau;

B) feijão;

C) uva;

D) mandioca;

E) madeira.

23. (Funcab/ Sesau 2009) O relevo da região Norte,

bem como do Estado de Rondônia, é caracterizado

pelo domínio de terras baixas, como planícies,

depressões e planaltos pouco elevados. Também é

um território rico em rios que formam importantes

bacias. Entre outras, podemos citar a:

A) Bacia do São Francisco;

B) Bacia do Paraná;

C) Bacia Amazônica;

D) Bacia do Uruguai;

E) Bacia do Parnaíba.

24. (Funcab/ Sesau 2009) Embora pareçam uma só,

a região Norte e a Amazônia são duas formas de

regionalização diferentes. O Estado de Rondônia

faz parte delas, mas o que as diferencia é que a

Amazônia:

Page 62: História e Geografia de Rondônia

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62

A) tem cerca de 3,8 milhões de km²;

B) é uma região muito povoada;

C) possui um grande complexo

hidroviário;

D) estende-se por outros países latino-

americanos;

E) é suprida por excelente rede

hoteleira.

25. (Funcab/ Sesau 2009) A ocupação

portuguesa na Amazônia teve início em

1616 com a fundação do Forte do

Presépio. No entanto, os primeiros

núcleos de povoamento em terras que

seriam o futuro Estado de Rondônia se

deram:

A) pela colaboração dos indígenas da

região;

B) devido ao fácil acesso pelos rios da

região;

C) através das missões religiosas dos

séculos XVII e XVIII;

D) com o empenho dos espanhóis em

colonizar a região;

E) pelo declínio da resistência indígena.

26. (Funcab/ Sesau 2009) A região

Norte, onde fica localizada o Estado de

Rondônia, abriga a bacia Amazônica,

maior sistema fluvial do planeta e que

se estende através de seus afluentes por

outros países. É correto dizer que entre

estes países estão:

A) Venezuela e Equador;

B) Chile e Bolívia;

C) Suriname e Chile;

D) Colômbia e Uruguai;

E) Colômbia e Paraguai.

27. (Funcab/ Sesau 2009) A Amazônia

é coberta pela maior e mais exuberante

floresta tropical da superfície terrestre,

que vem sendo destruída pelas

atividades econômicas da região.

Dessas atividades, no Estado de

Rondônia encontramos:

A) a criação de búfalos;

B) a plantação de capim para alimentar

o gado;

C) a extração de mogno, madeira nobre;

D) o plantio de milho e soja;

E) a instalação de indústrias de grande

porte.

28. (Funcab/ Sesau 2009) A construção da

ferrovia Madeira-Mamoré, onde hoje é o Estado de

Rondônia, resultou de um acordo feito entre Brasil e

Bolívia em 1903. Esse acordo ficou conhecido

como o Tratado:

A) de Guaporé;

B) da Amizade;

C) de Navegação;

D) Amazônico;

E) de Petrópolis.

29. (Funcab/ Sesau 2009) O período compreendido

entre 1877 e 1910 ficou conhecido no Brasil como

“Primeiro Ciclo da Borracha”. Extraía-se a borracha

na Amazônia, principalmente entre o Brasil e a

Bolívia, onde está situado o Estado de Rondônia.

Um pouco depois, a produção brasileira entrou em

decadência. Podemos apontar como causa principal

do declínio desta produção:

A) o isolamento da Região Norte;

B) a falta de mão-de-obra para a exploração;

C) a produção de látex feita pelo Reino Unido;

D) a preocupação com a preservação ambiental;

E) a proposta de internacionalização da Amazônia.

30. (Funcab/ Sesau 2009) A ferrovia Madeira-

Mamoré, importante ponto de escoamento da

produção da borracha no início do século XX,

encontra-se atualmente quase toda abandonada. A

construção dessa ferrovia no território de Rondônia

deveu-se, entre outros motivos à:

A) necessidade de povoar a Amazônia;

B) desordenada demanda populacional;

C) produção de látex no Sudeste Asiático;

D) ocupação de asiáticos e europeus;

E) ocupação pelos seringueiros do território

boliviano.

31. (Funcab/ Sesau 2009) Em sua vasta extensão

territorial, o Brasil situa sua economia entre as

metrópoles do Sudeste e áreas quase despovoadas,

que começam agora, a integrarem-se à economia

nacional. Entre estas áreas, podemos citar estados

como Tocantins, Acre e Rondônia entre outros. Esta

integração é feita atualmente por:

A) vasta área de lazer e cultura;

B) extensa rede de transportes;

C) expansão das fronteiras agrícolas;

D) investimento em conservação ambiental;

E) aumento considerável do transporte hidroviário.

32. (Funcab/ Sesau 2009) Embora na Amazônia as

temperaturas sejam elevadas o ano todo, em alguns

pontos de seu território como no sul do Amazonas,

Page 63: História e Geografia de Rondônia

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no Acre e em Rondônia, ocorrem

quedas bruscas de temperatura

conhecidas como fenômeno da friagem.

Isto ocorre devido:

A) à evaporação das águas dos rios e

dos lagos;

B) ao deslocamento de massa de ar

polar vinda do Sul;

C) a intensas chuvas chamadas de

inverno;

D) à grande quantidade de rios na

região;

E) à temperatura quente e úmida vinda

da floresta.

33. (Funcab/ Sesau 2009) Em 1966, no

governo do marechal Castelo Branco,

foi definida uma nova região de

planejamento para os estados do Norte

entre eles Rondônia, além dos estados

do Maranhão e Mato Grosso. Este

projeto denominou a região como

“Amazônia Legal” e foi criado pelo

órgão chamado:

A) Suframa;

B) Sudene;

C) Cadevasf;

D) Sudam;

E) Sudeco.

34. Os atritos entre colonos e os

missionários resultavam:

A) do mal tratamento que os

missionários davam aos indígenas.

B) da possibilidade de falta de mão-de-

obra com os descimentos.

C) dos privilégios que várias leis deram

aos missionários.

D) da impossibilidade de os

missionários dirigirem as aldeias de

repartição.

35. São causas dos recentes processos

migratórios dirigidos para Rondônia nas

décadas de 1970 e 1980:

A) a colonização da BR-364 e os

garimpos de ouro do rio Madeira.

B) o segundo ciclo da borracha.

C) a colonização do eixo ferroviário da

Madeira-Mamoré.

D) a formação das grandes lavouras de

soja e cacau entre Porto Velho e

Humaitá.

E) a abertura dos garimpos de cassiterita nos rios

Ji-Paraná e Machado.

36. Os atos do poder executivo no território eram

aprovados:

A) pelos prefeitos.

B) pela Assembléia Legislativa.

C) pelo poder público ao nível federal.

D) pelo conselho territorial.

E) pelo ministro do planejamento.

37. Os prefeitos dos municípios dos territórios

eram:

A) eleitos pelos cidadãos.

B) nomeados pelo Presidente da República.

C) eleitos por um colégio eleitoral pessoas que

portassem curso superior.

D) nomeados livremente pelo Governador do

Território.

38. O contrato de arrendamento da região do Acre

provocou:

A) uma nova insurreição de brasileiros na região

liderados por Plácido de Castro.

B) uma reação de tranquilidade do governo

brasileiro através de seu chanceler o Barão do Rio

Branco.

C) a insurreição acreana liderada por Galvez.

D) um telegrama do governo brasileiro

parabenizando o governo boliviano.

39. Foi o principal quilombo do Vale do Guaporé:

A) Mutuca.

B) Cidade Maravilhosa.

C) Serra da Barriga.

D) Piolho.

E) Palmares.

F) N.D.A.

40. Não pode ser considerado fato ligado à

resistência escrava no Vale do Guaporé:

A) a fuga de escravos para colônia espanhola.

B) o suicídio e os crimes contra os senhores.

C) a formação de quilombos.

D) as revoltas armadas de escravos.

E) a negociação com os senhores e os feitos.

41. Qual o fator que provocou o aumento da

demanda de mão-de-obra na Amazônia após a

segunda metade do século?

A) a letargia econômica em que se encontrava a

Amazônia.

B) o abastecimento de indústrias de pneumáticos na

região.

Page 64: História e Geografia de Rondônia

64

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C) a conquista de novas áreas indígenas.

D) o crescimento da demanda de

borracha pelo mercado internacional.

E) a abertura do noroeste boliviano à

navegação.

42. Para resolver a questão da demanda

de mão-de-obra no Vale Amazônico

Tavares Bastos sugeriu:

A) a intensificação do apresamento do

indígena.

B) a adoção do trabalho escravo.

C) o estabelecimento de relações de

trabalho servis.

D) a absorção de trabalhadores de

outros países.

E) a libertação dos escravos negros do

sul do país e sua transmigração para a

Amazônia.