história e características da flauta

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História e características da flauta Os mais antigos instrumentos existentes são apitos de uma só nota, feitos de ossos de rena (10.000 a.C.), e flautas de osso também muito antigas, com três ou mais orifícios. Ambas foram tentativas bem sucedidas na imitação da natureza - o vento a assobiar num tronco oco de uma árvore. A flauta é um instrumento formado por um tubo, geralmente cilíndrico. Distinguem-se duas grandes famílias de flautas: as “flautas de bisel” e as “flautas de sopro lateral” (flauta travessa ou transversal). Todos os instrumentos são perfurados com orifícios que os dedos tapam e destapam para modificar o comprimento da coluna de ar (a altura do som). Encontraram-se belos instrumentos, bem conservados, provenientes do ano 200 antes da nossa era. Pensa- se que a flauta transversal tenha sido trazida do Oriente. Desde a Idade Média até ao séc. XVIII, a flauta de bisel ou «flauta doce» era a mais conhecida. Construída de madeira ou de marfim, perfurada com 6 orifícios, depois com 8, constituía, na época clássica, uma família numerosa com 9 flautas. A flauta de bisel é hoje em dia produzida com madeira ou plástico, e a flauta transversal, em madeira ou metal; existindo, também, aquelas que são produzidas em prata, ouro ou mesmo cristal. A flauta de bisel tem as suas notas afinadas através dos furos, ao longo do seu corpo que são tapados com os dedos. A flauta transversal era semelhante, até que no século XIX, o flautista Böehm inventou um mecanismo de chaves, usando tampas que permitem fechar facilmente os orifícios. O instrumento sobrevivente mais antigo e completo é a chamada flauta doce de Dordrecht, do século XIII. Essa "flauta doce medieval" é caracterizada pelo seu corpo estreito e cilíndrico. Durante o século XVII foi mais usada como instrumento de solo. Depois do surgimento da orquestra clássica, os compositores procuravam instrumentos com maiores recursos dinâmicos. Assim começa o declínio da flauta doce perante a flauta transversal, que já por volta de 1750 ficou praticamente desaparecida Assim a flauta doce ficou presente apenas na história dos instrumentos musicais. Só no final do século XIX é que alguns músicos começaram a ter contato com este instrumento novamente, através de pesquisa de músicas antigas e através de literaturas musicais existentes em museus.

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História e Características Da Flauta.

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Page 1: História e Características Da Flauta

História e características da flauta

Os mais antigos instrumentos existentes são apitos de uma só nota, feitos de ossos de rena (10.000 a.C.), e flautas de osso também muito antigas, com três ou mais orifícios. Ambas foram tentativas bem sucedidas na imitação da natureza - o vento a assobiar num tronco oco de uma árvore.

A flauta é um instrumento formado por um tubo, geralmente cilíndrico. Distinguem-se duas grandes famílias de flautas: as “flautas de bisel” e as “flautas de sopro lateral” (flauta travessa ou transversal).

Todos os instrumentos são perfurados com orifícios que os dedos tapam e destapam para modificar o comprimento da coluna de ar (a altura do som).

Encontraram-se belos instrumentos, bem conservados, provenientes do ano 200 antes da nossa era. Pensa-se que a flauta transversal tenha sido trazida do Oriente.

Desde a Idade Média até ao séc. XVIII, a flauta de bisel ou «flauta doce» era a mais conhecida. Construída de madeira ou de marfim, perfurada com 6 orifícios, depois com 8, constituía, na época clássica, uma família numerosa com 9 flautas.

A flauta de bisel é hoje em dia produzida com madeira ou plástico, e a flauta transversal, em madeira ou metal; existindo, também, aquelas que são produzidas em prata, ouro ou mesmo cristal. A flauta de bisel tem as suas notas afinadas através dos furos, ao longo do seu corpo que são tapados com os dedos. A flauta transversal era semelhante, até que no século XIX, o flautista Böehm inventou um mecanismo de chaves, usando tampas que permitem fechar facilmente os orifícios.

O instrumento sobrevivente mais antigo e completo é a chamada flauta doce de Dordrecht, do século XIII. Essa "flauta doce medieval" é caracterizada pelo seu corpo estreito e cilíndrico. Durante o século XVII foi mais usada como instrumento de solo. Depois do surgimento da orquestra clássica, os compositores procuravam instrumentos com maiores recursos dinâmicos. Assim começa o declínio da flauta doce perante a flauta transversal, que já por volta de 1750 ficou praticamente desaparecida Assim a flauta doce ficou presente apenas na história dos instrumentos musicais. Só no final do século XIX é que alguns músicos começaram a ter contato com este instrumento novamente, através de pesquisa de músicas antigas e através de literaturas musicais existentes em museus.

Em 1935, Edgar Hunt introduziu o ensino de flauta doce nas escolas primárias inglesas, e em 1937 foi fundada e aos poucos a flauta doce voltou a surgir e os compositores começaram a escrever músicas para serem tocadas com o instrumento.

Hoje em dia as flautas doces fabricadas possuem um som mais suave do que as flautas do século XVIII.