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TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO E ARTICULAÇÃO UTILIZADA NO ENSINO DA FLAUTA DOCE Prova Didática Concurso Público Edital COPERCON/Embap nº. 15/2010 PAULA ALEXANDRA REIS BUENO

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TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO E ARTICULAÇÃO UTILIZADA NO ENSINO DA FLAUTA DOCE

 

Prova Didática

Concurso Público Edital COPERCON/Embap nº. 15/2010

PAULA ALEXANDRA REIS BUENO

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A Respiração

A respiração influencia diretamente na sonoridade obtida pela flauta doce, Walter Van Hauwe afirma que ela é a base da produção sonora desse instrumento e, por isso, para  se  obter  uma  sonoridade  rica,  colorida  e  com “personalidade” um sistema de respiração adequado e eficaz faz-se indispensável. 

Portanto,  um  treinamento  sistemático  dos  músculos respiratórios  pode  trazer  conforto  e  facilidade  para produzir  um  som  melhor  e  uma  articulação  mais refinada.

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A Articulação

Para a prática musical, o objetivo da articulação é definir os inícios e finais de cada um dos sons, bem como possibilitar agrupamentos através de suas combinações. Nesse caso a articulação passa a ser um recurso expressivo, podendo determinar o caráter da interpretação.

Em termos simples, pode–se dizer que para cada nota usa-se um golpe de língua com exceção dos sons ligados. (WEILAND, SASSE E WEICHSELBAUM, 2010 p. 13).

Respeitado o comprimento da nota realiza-se o corte.

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Cada pessoa é única...

Cada  intérprete  tem  sua  própria  maneira  de  articular  na medida em que realiza pequenas variações em cada um dos  pontos  de  articulação.  As  características  físicas  de cada  intérprete,  aliadas  à  suas  intenções  musicais, geram uma infinidade de variantes no resultado sonoro. Assim,  o  treino  das  diversas  consoantes  com  todas  as vogais  em  suas  variações  fonéticas  desenvolve  tanto  a flexibilidade e potência da musculatura utilizada para a articulação,  como  esclarece  para  o  estudante  quais  as melhores  escolhas  fonéticas  para  se  obter  o  resultado esperado na execução de uma obra musical.   

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Preparação corporal

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Respiração Costo-diafragmático-abdominal

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Exercícios respiratórios

1. Levantando o livro... 2. Respiração Cachorrinho...3. Na cadeira...4. Movimentos Circulares...5. Soprando na mão...6. Com tempos...7. Sílabas/tempos/estalos...

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Articulação

• Vogais:  juntamente  com  o  consoante  irá  garantir  a sustentação do som, e dependendo da sua maior ou menor abertura, ajudará na emissão de notas agudas ou graves. 

• As articulações mais adequadas para a prática da flauta doce:   Línguo-alveolares  dentais:  [t]  e  [d]   →  explosão   → nitidez 

nos inícios, precisão nos ataques. Línguo-alveolares:  [r]  e  [l]  →  rrrua  →  frulato; aro →

combinada com  [t] ou  [d] fluida → forte-fraco barroco;  [l] e [r] como [luru] funciona bem em passagens rápidas em grau conjunto, articulação muito ligada.

Línguo-velares:  [k]  e  [g] →  combinadas  com  [t]  e  [d]  como [tuku]  e  [dugu]  precisão  em  passagens  extremamente velozes.

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Consoantes surdas...Greenberg (1983): 

Prefere as consoantes surdas para a prática da flauta doce porque:• A vibração das pregas vocais requer um certo aumento da pressão de ar 

dos pulmões para se iniciar. O ar reservado nos pulmões do intérprete é assim mais facilmente esgotado.

• A ação das pregas vocais tende a interferir na continuidade da corrente de ar dos pulmões para o instrumento, assim reduzindo a habilidade do intérprete em controlar a corrente de ar com seus músculos respiratórios;

• A pronúncia das consoantes sonoras na flauta doce pode ser ruidosa o suficiente para interferir na boa entonação;

• Certas consoantes sonoras (como [g]) produzem tensão nos músculos da garganta.

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Consoantes surdas...

Greenberg (1983, p.100) nos diz ainda que a articulação “assim chamada de ‘[d] suave’, apreciada por vários virtuoses da flauta doce, é na verdade um [t] surdo e levemente pronunciado”, assim, para ele “[t] é uma articulação melhor que sua contrapartida sonora [d]”. O autor faz a mesma comparação entre [k] e [g].

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Articulação

Resumindo,  [t]  e  [d]  são  articulações  precisas  para  ataques  e finalizações,  sendo  que  o  [d]  soa  como  um  [t]  suavemente pronunciado; [k] e [g], combinadas com [t] e [d], proporcionam agilidade  e  precisão,  sendo  que  [g]  soa  como  um  [k] suavemente  pronunciado;  o  [r]  combinado  a  [t]  ou  [d] proporciona  uma  sonoridade  fluida  e  átona  em  passagens legato,  gerando  a  combinação  de  sons  ‘forte-fraco’ característica  da  música  barroca;  [l]  é  uma  articulação imprecisa no ataque, mas muito fluidas em passagens ágeis em grau conjunto, proporcionando uma sonoridade  intermediária entre  articulada  e  ligada  (sem  consoante);  [r]  (como  em “rrrua”) é utilizada para o frulato ou vibrato de língua.

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Na Música Contemporânea...

Na música contemporânea alia-se, ainda, outros recursos para a interpretação, como o vibrato de  sopro, o uso de  frulato,  efeitos  com voz e percussão  de  língua,  como  ataques estourados, canto em “hum”, e outros. 

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Improvisos...

1. Motivo

2. Articulação 

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Estudo...

• Testar articulações

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Apreciação...

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Na Musicalização...

Ensinando Música Musicalmente (Swanwick, 2003)

1. Abro os braços sou avião...2. Assoprar a vela...3. Falar as sílabas sem a flauta... sem a vogal...4. Improvisar!!! Brincar!!!

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Referências• AGUILAR, Patrícia Michelini. Quando a flauta fala: uma exploração das amplas possibilidades 

de articulação na flauta doce. In: XVI CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA (ANPPOM), 16, 2006, Brasília. Anais… Goiânia: UFG, 2006. p. 638-642. Disponível em: http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_2006/CDROM/COM/06_Com_Perf/sessao02/06COM_Perf_0201-122.pdf. Acesso em: 05/01/2011.

 • GREENBERG, Abraham. Articulation in recorder playing: A phonetic study. The American

Recorder, v. 24, nº3, p. 99-101, aug. 1983.

• HAUWE, Walter van. The Modern Recorder Player, vol.1, 2 e 3. London: Schott & Co.Ltda, 1987. 

• HELCIO Müller: flauta doce. Disponível em: http://www.helciomuller.mus.br. Acesso em: 05/01/2011. 

• WEILAND, Renate Lizana. SASSE, Ângela; WEICHSELBAUM, Anete. Sonoridades brasileiras: método para flauta doce soprano. Curitiba: DeArtes – UFPR, 2008. Cadernos de educação musical . 2 

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Obrigada!