história do medo e declínio da magia

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  • JEAN DELUMUMEAU

  • Introduo

    Porque esse silncio prolongado sobre o papel do medo na histria?

  • O medo a prova de um nascimento baixo(Virglio, Eneida, iv)

  • O medo natural

    Quer haja ou no em nosso tempo mais sensibilidade ao medo, este um componente maior da experincia humana, a despeito dos esforos para super-los.

    O medo ambguo. Inerente nossa natureza, uma defesa essencial, uma garantia contra os perigos.

  • Onipresena do medo

    Depois que aparelhados desta sorte de quanto tal viagem pede e manda, aparelhamos a alma para a morte que sempre aos nautas ante os olhos anda (Vasco da Gama de Cames, 1497)

  • O mar, outrora, frequentemente representado como o domnio privilegiado de Sat e das potencias infernais.

    Quem duvidava do carter demonaco do mar era logo convencido pela multido e pela enormidade dos monstros gigantescos que o habitavam e que so descritos incessantemente pelas cosmografias e relatos de viagens da renascena.

  • Tambm so encontrados o medo e a recusa do novo nas agitaes e revoltas religiosas dos sculos XVI XVII.

    Para a massa das pessoas o recuo diante do estranho sob todas as suas formas permaneceu por muito tempo ainda a atitude mais comum.

    Em todo o processo protestante, pretendia-se o retorno ao passado. Pela retirada das imagens, para muitos, os protestantes eram considerados perigosos.

  • 3. Tipologia dos comportamentos coletivos em tempo de peste:

    Com o advento da Peste negra ou peste bubnica (epidemia) surgiram:

    Pnicos individuais e coletivos;

    Imagens de Pesadelos;

    Auto-Flagelo;

    Temor pela fome e a guerra;

    Um estado de nervosismo e de medo por toda Europa;

    O Autor apresenta dados quantitativos por Regio afetada com a doena;

    O nmero de bitos atingidos era oscilante;

    A epidemia teria eliminado 1.250.000 vidas.

  • Conforme os historiadores britnicos, a Inglaterra teria sido amputada de 40% de seus habitantes entre 1348- e 1377.

    Havia um perigo de contgio inter-humano.

    Nos bairros populares a epidemia era mais densa.

    Quais os sintomas da doena?

    O autor apresenta testemunhos ao longo do captulo;

  • O mdico de Marselha observou;

    [...] A doena comeava com dores de cabea e vmitos e seguia-se uma forte febre [...] os sintomas eram, comumente, calafrios regulares, um pulso fraco, frouxo, lento, frequente, desigual, concentrado, um peso na cabea to considervel que o doente tinha muita dificuldade para sustent-la, parecendo tomando de um atordoamento e de uma perturbao semelhantes aos de uma pessoa embriagada, o olhar fixo, marcando o pavor e o desespero. [...]. ( CARRIRE, apud, DELUMEAU, 2009, p. 160)

    Um religioso portugus descreve como fogo violento e impetuoso.

  • Essa epidemia conforme Delumeau (2009), o bom senso popular tinha portanto razo a respeito contra os eruditos que se recusavam a crer no

    contgio.

    Evoca o arqueiro: com o corao irritado, dos cimos do

    Olimpo, tendo ao ombro seu arco e sua aljava bem fechada. As

    flechas ressoam ao ombro do deus encolerizado. ( DELUMEAU,

    2009, p. 163)

    Foi a cultura eclesistica que retomou e popularizou essa comparao.

    Jacques de Voragine mencionara na Legenda urea uma viso de So Dominique percebendo no cu o Cristo irado.

    Clero e fiis, vendo a peste negra como punio divinas, assimilaram naturalmente os ataques do mal aos golpes mortais de flechas lanadas do alto.

  • De quem a culpa?

    Jean Delumeau (2009) apresenta epidemia como uma corrupo no ar, ela prpria provocada por fenmenos naturais;

    Semeadores de contgio;

    Keith Tomas (1991) apresenta uma explicao realizada por intelectuais:

    um estado mutvel dos cus oferecia uma explicao

    plausvel para a putrefao do ar: quando as estrelas

    traziam calor e umidade, era natural que o podrido se

    instalasse. ( TOMAS, 1991, p. 272)

  • MEDOS E SEDIES (I) 1. O sentimento de insegurana

    Profecias: mil anos de bonanas; A busca pelo Millenium; Instalar o reino de Deus; Movimentos melenarista; 1.2 Medo de morrer de fome

    A bello, peste, et fame libera nos Domine 1.3 O fisco: um espatalho

    Rebelies antificais

  • 5. Medos e Sedies (II)

    O Rumor aparece ento como a confisso e a explicitao de uma

    angstia generalizada. ( DELUMEAU, 2009, p. 272).

    Captulo-chave;

    Com sua ao espoliadora, comeava a destruio da santa

    Religio (DELUMEAU, 1923, p. 264);

  • Apresentao do captulo 5:

    Os Rumores;

    As mulheres e os Padres nas sedies; o iconoclasmo;

    O medo da subverso.

  • H muitos rumores? Quais so, e o por qu?

    Havia uma imaginao coletiva que trabalhava com toda espcie de

    rumores;

    Reao individual (rumores com pequenos grupos) e coletiva (com

    sedies mais generalizadas);

    O temor aconteceu com o rapto de crianas de cinco a dez anos em Paris;

    Impostos sobre a vida na Frana;

    Destruio da imagem -, o iconoclasmo;

    As mulheres nas rebelies.

  • H Rumores, depois sedies na Historiografia

    apresentada por Delumeau (2009):

    Havia uma propagao muito intensa dos rumores;

    Um rumor nasce, portanto, sobre um fundo prvio de inquietaes acumuladas e resulta de uma preparao mental criada pela convergncias de vrias ameaas ou de diversos infortnios que somam seus efeitos. (DELUMEAU, 2009, 269)

    [...] Disse que o objetivo desses raptos de crianas era que havia um prncipe leproso, para cuja cura era preciso um banho ou banhos de sangue humano, e que, no o havendo mais puro do que o das crianas, tomavam-nas para sangr-las dos quatro membros e para sacrific-las , o que revolta ainda mais o povo. [...]. (BARBIER, E.-J.-F, 1963 apud DELUMEAU, 2009, p. 265).

    H uma intencionalidade pelo Temor da morte por uma populao angustiada, sobretudo, mulheres que eram mes.

  • A intensidade dos rumores: Iniciativa

    feminina A partir de um edito mal compreendido ou de um edital mal

    lido: A cada filho que as mulheres vierem a ter doravante,

    tero de dar uma certa soma em dinheiro. esse imposto

    mtico sobre os nascimentos provocou sedies.

    (DELUMEAU, 2009, 267).

    Muitas mulheres fazem manifestaes contra o fisco. ( donas de casa);

    Gabeleiros (cobradores de impostos) eram provocadores da fome.

  • Os massacres de So Bartolomeu

    (1572)

    Compl protestante e

    atentados de execuo contra

    (huguenotes)

    Rebelies com atrocidades, vtimas

    ( mulheres grvidas) so lanadas

    ao Sena com cestos cheios de

    crianas)

    Provocou?

    Execuo semelhantes aos

    auto de F ou s fogueiras

    Coligny foi morto, decapitado e

    lanado ao Sena.

    A municipalidade protestante da Basilia em 1.559, mandou arrebentar o

    caixo do anabatista ( movimento protestante mais radical que se revoltaram

    contra a nobreza), e este defunto foi erguido contra um poste e os seus livros e

    uma efgie ( representao de uma pessoa em moeda, pintura, ou escultura) do

    hertico e foi queimado tudo.

  • O iconoclasmo um dio cego?

    H alguns testemunhos que enfatizam a destruio da imagem por

    [Huguenotes da cidade]; ( protestantes Franceses).

    Conforme o relato do Governador de Neuenbourg: Eles destruram todas as esttuas; furaram as telas dos quadros no lugar dos olhos ou no nariz dos santos personagens representados; at as imagens da Me de Deus foram tratadas dessa maneira. ( DELUMEAU, 2009, p. 290-291).

    No medo da Subverso ocorre uma inquietude por parte do povo

    annimo e previses de prognsticos de sediciosos e possveis

    recadas no medo. As disputas entre o povo comum e a nobreza.

  • O medo atinge toda a classe social; ( At o captulo 5)

    Na segunda parte Delumeau (2009), constata o medo na cultura

    dirigente

  • Segunda Parte: A CULTURA DIRIGENTE E

    O MEDO:

    Medos escatolgicos e o nascimento do mundo moderno;

    Duas leituras diferentes das profecias apocalpticas;

    Primeiro Tempo Forte dos medos escatolgicos: O fim do Sculo

    XIV e o comeo do XV;

    Segundo Tempo Forte: A poca da reforma;

    Um Deus vingador e um mundo envelhecido;

    A aritmtica das profecias;

    Geografia dos medos escatolgicos.

  • Michelangelo pintou o dramtico juzo

    Final na Capela Sistina.

  • Profecias

    Apocaliptcas

    Duas vises

    Igreja

    Catlica

    Protestante

    (Reforma:

    Lutero )

    Os papas eram

    encarnaes do

    anticristo

    Juzo Final

    espera por

    Deus

    Anticristo

    reina em

    Roma.

  • Como se

    expandiu a

    escatologia do

    juzo final ?

    O teatro religioso, Dramas

    escatolgicos a

    imprensa e a

    gravura

    Temor e medo

    do Anticristo e o

    juzo final . E, a

    sensibilidade do

    Pblico

    Pases: Frana;

    Alemanha,

    Munique, Lucerna,

    Rssia (...)

    Iconografias na

    Catedral velha de

    Salamanca , Catedral

    de Angers, margens de

    livros, gravuras em

    madeiras.

    Provoca e

    atingi?

  • SAT

    ASCENSO DO SATANISMO

  • A emergncia da modernidade na Europa Ocidental foi acompanhada de um

    inacreditvel medo do diabo.

    Sat pouco aparecia na arte crist primitiva, e os afrescos das catacumbas tinham-no

    ignorado.

    O Sat dos sculos XI e XII certamente assusta.

  • A China enviou assim ao Ocidente hordas de diabos com asas de morcegos

    e seios de mulheres.

    As tentaes de santo Anto.

    Sat adota uma ave.

    O carnaval obra de Sat.

  • SATANISMO, FIM DO

    MUNDO E MASS MEDIA

    NA RENASCENA

  • Por toda parte presente, o medo desmedido do demnio, autor da loucura e orientador dos parasos artificiais.

    Dr. Martinho descobre que o comrcio do dinheiro foi invento de Sat.

    Agora Sat rei.

    Jesus intercede e o Papa jogado no inferno.

    E ela j estava por l disseminando o seu medo: A imprensa.

    Um erro e a Idade Mdia a grande culpada: um bode expiatrio histrico.

  • O PRNCIPE DESTE MUNDO

  • Agora Sat uma divindade.

    Sat ganha um corpo.

    Um vidente com trs quartos do futuro.

    Sat agora atormenta a Natureza.

  • AS DECEPES

    DIABLICAS

  • Deus consente e o Diabo exerce o seu papel.

    Lcifer possui a sua legio.

    O imprio de Lcifer.

    Cada homem um duplo.

    Finalmente a Renascena uma liberdade para o homem, mas s para alguns.

  • Os agentes de sat Idlatras e muulmanos

  • Os cultos americanos

  • O imprio de Sat impressiona.

    Tesouros ofertados ao demnio, nada mais justo pertencerem santa Espanha.

    Aristteles decide escravizar os ndios.

    Santo Toms chega ao Peru e esqueceram de o avisar.

    Sat possessa mais um corpo.

    Os espanhis nem desconfiam, Lcifer descansa em seus pores.

    Uma evangelizao apenas de faixada.

  • A ameaa muulmana

  • Constantinopla desmorona e o Ocidente quem fica demente.

    Cristo chicoteia mais do que Maom.

    Sat possui uma duplicidade.

    Maria nem suspeita que suas mos estejam ensanguentadas com outro sangue.

    Deus flagela, mas no reconhece os cristos.

  • AS AGENTES DE SAT O JUDEU, MAL ABSOLUTO

    As duas fontes do Antijudasmo

    1. Hostilidade experimentada por uma coletividade

    2. o medo sentido por doutrinrios

    Legitimar

    Racismo religioso rejeio

    generalizar

    Crtica a historiografia: Antijudasmo popular Discurso religioso como pretexto

    Relao entre Judeus e cristo antes dos Pogroms: Espanha no sculo XI, XII E XIII

    Idade mdia: Espanha das trs religies;

    Conscincia religiosa: fechado, intransigente e xenfobo.

    Polnia: Tardiamente atingido pelo cristianismo;

  • O PAPEL DO TEATRO RELIGIOSO, DOS PREGADORES E DOS NEFITOS

    TEATRO: Catequese antijudaica

    O debate entre o Jesus criana e os doutores

    A expulso dos mercadores do templo

    A tentao de Jesus pelos fariseus

    O conselho dos Judeus que decide a morte de Cristo

    A traio de Judas

    A deteno de Jesus

    Jesus diante do grande sacerdote

    Os sofrimentos de Jesus na priso

    A crucificao

    PREGADORES: Sermo antjudeu; (franciscano, Cervira)

    Punhal da f; Fortaleza da f.

    TALMUD: Contm heresias

    Converso e batismo

  • So mais cruis que lobos, mais dilacerante que o escorpio, mais orgulhosos que um leo, mais raivosos que cachorros louco. So maus e mpios, libertinos, ignbil e perversa prognie e para dizer tudo diabos dos infernos (Mystere de la passion).

    Discurso teolgico: Aumentou o Antijudasmo;

    Generalizou o dio aos Judeus;

    Sermes antjudeus;

    Converso ou a morte;

    Proibio da compra de produtos de primeira necessidade;

    Crimes rituais a crianas

  • Cristo no tem inimigos mais venenosos, mais encarniados, mais amargos que os Judeus. (432).

    Nenhum povo to duro de converter quanto os Judeu Eis mil e quinhentos anos que esto exilados e perseguidos; entretanto, recusam-se a fazer a penitencia. (p. 433)

    J que os Judeus detestam o verdadeiro Deus, so filhos do Diabo, e autores de toda espcie de feitiarias.

    Seria preciso, para fazer desaparecer essa doutrina de blasfmia, atear fogo em todas as sinagogas e, se delas restasse alguma coisa aps o incndio, recobri-la de areia e de lama afim de que no se pudesse mais ver a menor telha e a menor pedra de se seus templos...

  • ACUSAOES DE PROFANAOES E DE ASSASSINATOS RITUAIS

    Acusao de usura:

    Deicida:

    Magia negra: Criana sem nome.

    CONVERTER; ISOLAR; EXPULSAR

    A gua batismal expulsava o demnio da alma dos judeus;

    Massacre;

    Crianas;

    Bispo do Algarve: Vi pessoas arrastadas pelos cabelos as fontes batismais. Vi de perto pais de famlia, a cabea coberta em sinal de luto, conduzir seus filhos aos batismo, protestando e tomando Deus como testemunha de que queriam morrer juntos a lei de Moiss.

    Janeiro de 1413/ Novembro de 1414: 3 mil nefitos

  • ISOLAMENTO DOS JUDEUS

    No contaminar os cristos e os novos convertidos;

    Usar trajes diferentes;

    Empregar Judeus;

    Proibio em ser admitidos nas universidades;

    Relaes regulares com cristos

    Proibio de possurem livros religiosos que no fosse a Bblia.

  • UMA NOVA AMEAA: OS CONVERTIDOS

    Suspeitos de heresia;

    Herdaram os espritos mal de seus antepassados;

    Proibio de praticar a medicina, a cirurgia e a farmcia.

    Excludos de toda funo publica;

  • OS AGENTES DE SATA III. A MULHER

    A atrao a repulsa, da admirao a hostilidade;

    Psicanalise: Freud castrao;

    Amizade entre homem e mulher;

    O medo da mulher no uma invenao dos cristos;

    Mulher como subalterna ao homem;

  • DIABOLIZAAO DA MULHER

    Um ser predestinado ao mal;

    Um diabo domstico

    A mulher um verdadeiro diabo, uma inimiga da paz, uma fonte de impacincia, uma ocasio de disputas das quais o homem deve manter-se afastado se quer gozar a tranquilidade...

  • A MULHER ...

    A arma do diabo;

    Fonte de toda perdio;

    A corrupo de toda lei;

    Ministro da idolatria

    Toda malicia e perversidade vem dela;

    O marido deve desconfiar de sua esposa ou ento lhe traz um herdeiro concebido de um estranho;

    Perturbam a vida da igreja;

    Assim, para a igreja catlica de ento, o padre um ser constantemente em perigo, e seu grande inimigo a mulher.

  • A CIENCIA MDICA

    Inferioridade estrutural da mulher;

    rgo genial feminino como inferioridade do sexo;

    A gravidez de filho do sexo masculino;

    Toda mulher para os mais ilustres mdicos da Renascena: Um macho mutilado e imperfeito, uma imperfeio, quando no se pode fazer melhor

  • UM ENIGMA HISTRICO: A

    REPRESO DA FEITIARIA

    I. O DOSSI

  • 1. A ESLADA DE UM MEDO

    A caa s feiticeiras ganhou uma violncia atordoante;

    A relao com uma religio e uma cultura que se sentiram ameaadas;

    A legitimao para a caa as feitireiras;

    O aporte terico para fundamentar a caa as feiticeiras;

    O DEMNIO est em toda parte: EXTINGUI-LO!

  • 2. UMA LEGISLAO DE INQUIETE

    A incitao das autoriades religiosas e civis nos processos e condenaes;

    O poder civil mais do que apoiou a Igreja na luta a seita satnica: Nemisis carolina;

    Conflito entre sociedade e indivduo: Prticas detestveis e diablicas;

    A preocupao do governo com o aumento das prticas satnicas.

  • 3. CRONOLOGIA, GEOGRAFIA E

    SOCIOLOGIA DA REPRESSO

    A cronologia das fogueiras: Uma correlao cronolgica global entre o perodo das guerras religiosas na Europa e a

    perseguio de mgicos e mgicas;

    A geografia das fogueiras: Frana, Pases Baixos, Alemanha e Esccia;

    A Sociologia das fogueiras: A classe abastarda e a classe elevada (vtima), homens e mulheres.

  • UM ENIGMA HISTRICO: A

    REPRESO DA FEITIARIA

    II. ENSAIO DE INTERPRETAO

  • 1. FEITICARIA E CULTOS DE

    FERTILIDADE

    A feitiaria com uma vasta conspirao contra a Igreja;

    Seu Deus, meio homem, meio animal, tornou-se progressivamente Sat;

    Manuteno dos ristos, condutas religiosas e crenas herdadas do paganismo: SINCRETISMO;

    As duas Reformas: viram paganismo em toda parte.

  • 2. NO NVEL POPULAR: O

    MAGISMO

    Duas categorias de acusaes: Polulao local e juzes;

    Feitiaria: um pecado mortal;

    As acusaes de feiticaria: descarrega uma gressividade reprimida;

    Benefcios mgicos: a irritao e os anatmas do clero que viu neles temveis concorrentes;

    Civilizao mgica: mal conhecia o cristianismo e misturavam com prticas pags.

  • 3. NO NVEL DOS JUZES: A

    DEMONOLOGIA

    A necessidade de juzes: iniciativa dos homens da Igrja e da Lei;

    Causa e efeito: obsesses de iquisidores e execures de feitceiros e feiticeiras;

    Em suma, para a autoridades, o hertico no podia ser seno um dissidente da mais negra espcie;

    Nennhuma dvida: arrastou-o para fora do bom caminho, esse mestre de cerimnias que presidia o baquete e danas

    no corao da charneca era Sat.

  • 4. UM PERIGO IMINENTE

    Difuso de escritos antigos pela imprensa: uma leitura a partir de uma tica crist;

    Os responsvies pela caa s feiticeiras: os juzes da lei e os homens da Igreja;

    A Igreja e o Estado enfrentaram um inimigo: Sat que se serve dos homens como dos carvalos de carga;

    Se o feiticeiros populam por punio de Deus contra os homens que nunca blasfemaram tanto.

  • CONCLUSO

    HERESIA E ORDEM MORAL

  • 1. O UNIVERSO DA HERESIA

    As pestes, penrias, revoltas, avano turco, o Grande Cisma: Sat, o inimigo que se utiliza de todas as formas;

    ento o medo que explica a ao persecutria em todas as direes, conduzidas pelo poder poltico-religioso;

    Ao semlhante da Igreja e do Estado para com os idolatras da Amrica;

    Todo sagrado no oficial considerado demonaco.

  • 2. O PAROXISMO DE UM MEDO

    A instituio da censura preventiva: indces de livros proibidos releva um medo obsessional da heresia;

    No interior: uma paz traquilizante de uma igreja maternal no exterior: sabia por onde passava a fronteira;

    Em suma, cosideramos herticos todos aqueles que no esto de acordo conosco em nossa opinio;

    Nos sculos XVI e XVII, o poder reformador reage diante do desvio doutrinal exatamente como o poder catlico.

  • 3. UMA CIVILIZAO DA

    BLASFMIA

    Muitos documentos provam que os europeus do comeo da Idade Moderna praguejavam e blasfemavam

    enormemente;

    Punir pessoas que negavam: a imortalidade da alma, duvidavam das Escrituras, rejeitavam Cristo e o Esprito

    Santo e resusavam a existncia de Deus;

    Um grave indcio de feitiaria: elas significavam um devio contra o qual a Igreja e o Estado deviam juntos

    proteger a sociedade, ainda que no fosse seno em razo

    da possvel vingana da ira de Deus.

  • 4. UM PROJETO DE SOCIEDADE

    Um estrito controle da vida cotidiana pelo Estado mais bem armado e por uma religio mais exigente diminuram em

    certa media o temor dos malefcios;

    Mais geralmente, cansou-se de procurar os inimigos de Deus: molas demasiadamente tensas acabam por desgastar-

    se;

    Ela no precisava temer o assalto de foras incontroladas. Sat no era enganado, mas progessivamente dominado;

    Uma cristande, que se acreditava sitiada, desmobilizava-se.

  • RELIGIO E O DECLNI DA MAGIA KEITH THOMAS

    Nascido em 1933 na Inglaterra, historiador. Estudou na Barry Country Grammar School e

    em Balliol College, Oxford. professor da

    Universidade de Oxford e membro da Academia

    Britnica.

    PRINCIPAIS OBRAS: Religio e o Declnio da Mgia; O Homem e o Mundo Natural.

  • A Inglaterra dos sculos XVI e XVII

    A Inglaterra era uma sociedade marca-damente pr-industrial e algumas de suas caractersticas essenciais eram similares s das atuais "reas subdesenvolvidas". Sua populao era relativamente pequena e majoritariamente instalada no campo: em torno de 2,5 milhes de habitantes na Inglaterra e Pais de Gales em 1500, enquanto que em 1700 no mais de 5,5 milhes;

    No era um mundo primitivo simples e unificado, mas uma sociedade dinmica e intensamente variada.

  • A Magia da Igreja Medieval: Um

    meio de obter poderes sobrenaturais

    Se um homem apenas olhar todo o papismo, na certa ver facilmente que grande parte dele mera magia

    (William Perkins).

    Nossos pintores tinham Lucas, nossos teceles tinha Estvo, nossos moleiros tinham Arnoldo, nossos

    alfaiates tinham Goodman, nossos remendes tinham

    Crispino, nossos oleiros tinham so Gore com um diabo

    no ombro e um pote na mo.

  • O impacto da reforma: Contra as prticas

    ou conotaes mgicas intrnsecas do

    ritual da Igreja

    Que exorcismos e as consagraes, feitas na Igreja, do vinho, po e cera, da gua, sal, leo e incenso, da

    pedra do altar, sobre as vestes, a mitra, a cruz e os

    bordes dos peregrinos, so a prpria prtica da

    necromancia, e no da teologia sagrada (CRONIN,

    1907, p. 28).

  • A Providncia: Ou ter o Protestantismo

    violado suas premissas, para elaborar uma

    prpria magia?

    Labuta para faz-los ver a mo de Deus em todas as coisas e a acreditar que as coisas no so estabelecidas

    numa ordem to inevitvel, mas que Deus as altera

    com freqncia, confrome considera adequando, seja

    para recompensa ou castigo (George Hebert).

  • Prece e Profecia

    Em verdade, em verdade eu vos digo que o que pedires ao Pai em meu nome, Ele vs dar (Joo, 16,

    23).

    A crena de terem Deus ao seu lado dava aos radicais de classe baixa um sentimento de autoconfiana e um

    dinamismo revolucionrio (THOMAS, 1991, p. 133).

  • A Religio e o Povo: A razo buscas auxlio na

    magia, astrologia e entre outros

    Nunca houve a alegre Inglaterra desde que fomos obrigados ir igreja ( Browne).

    No havia apenas um Paraso, e sim trs: um para o pobre, o segundo para as pessoas de posio e condio

    mdia, e o terceiro para os grandes.

  • Enfeitiadores e curandeiros

    Se os homens perderem alguma coisa, se esto com alguma dor ou distrbio, imediatamente correm para os que chamam de curandeiros. (p, 156).

    Quem eram? Sc. XVI e XVII

    Servios?

    Insuficincia dos servios mdicos;

    Ideia de que a doena era uma presena estranha no corpo;

    Tratamentos;

  • A CURA PELO TOQUE Monarca com o poder de cura: ritual; consagrao com o leo; qualidade intrnseca pertencente a pessoa sagrada do Monarca; Declnio desse poder: Marc Bloch f na cura real como um engano. O carter no exclusivista da cura ao rei; monoplio real da cura; O status especial do Monarca ajuda a explicitar o prestigio de seu poder de cura. Mas no se compara a fora de atrao do mago. Curandeiros e magia popular: Descoberta d furtos

  • A magia popular e adivinhao;

    Aprofisso de mgico;

    MAGIA E RELIGIO

    Oposio eclesistica magia;

    Semenhanas e diferenas;

  • Astrologia:

    Prtica e extenso;

    O seu papel social e intelectual;

    Astrologia e religio.

    A astrologia explicava qualquer comportamento humano e natural.

    No entanto, entra em declnio no final do sculo XVII, por causa da

    forte crise cientfica no campo astrolgico.

  • Difuso da astrologia

    A astrologia se inicia com babilnicos;

    Desenvolvida por Gregos e Romanos;

    E sua ampliao ocorre no incio da Idade Mdia por rabes;

    O termo astrologia muitas vezes foi usado como sinnimo de astrologia

    Astronomia o estudo dos movimentos dos corpos celestiais;

    Astrologia o estudo do efeito desse movimento;

    A astrologia se adaptou ao contexto social, sobretudo, ao difundir sua prtica

    e extenso a toda a classe intelectual Inglesa. ( o homem culto).

  • Deus sol onde tudo comeou a Histria da Religio; vejam o vdeo!

    Os dozes signos do zodaco;

    Mapa astral;

    Posio correta dos astros.

  • Interpretao astrolgica:

    Medicina

    astrolgica

    Instrumentos que

    divulgam a astrologia Religio

    Ligavam as etapas de

    tratamento disposio dos

    cus. (o momento em que o

    paciente estava doente

    (tempo)

    Os ensinamentos da astrologia eram

    incompatveis aos dogmas do

    cristianismo. ( f e a moralidade)

    Almanaques e

    prognsticos

    Os cristos eram ensinados a considerar

    fomes, terremotos como manifestao

    dos propsitos secretos de Deus

    Previses

    astrolgicas com

    sucesso popular.

    Diagnosticava o paciente e

    o tratamento a ser feito era

    por meio do prognstico

  • Astrologia Judicativa ( que

    julga, que sentencia)

    Conforme Lilly, estava confinada por

    causas naturais, ou seja, essa anlise

    no explicava os milagres de Deus.

    (Dilvio de Ne)

    Coloca em questo de se a

    curiosidade humana deveria

    ter permisso para lidar

    livremente com as obras da

    criao.

    A Censura e a desconfiana no surgiram apenas do clero, mas, sobretudo, de

    puritanos (protestantes na ps-reforma) que desejavam expurgar a Igreja Anglicana dos

    elementos papistas. Eles consideravam uma arte diablica os escritos e a prtica e

    a extenso da astrologia.

  • Almanaque:

  • Prognsticos: Previses astrolgicas

    So entremeadas com o tipo de informao variada que as agendas de hoje ainda trazem. Outrossim, os almanaques de bolso so diferentes das modernas agendas, porque h uma forte nfase das previses astrolgicas no primeiro.

  • Conforme a ao eclesistica, a astrologia

    no poderia Alienar a opinio pblica.

    Achavam Intolervel o

    judicativo da arte

    Havia um interveno no

    livre-arbtrio e na autonomia

    moral.

    Os astrlogos acertam suas

    previses s vezes?

    Zombava Jonh Geree os

    bruxos tambm

    Astrologia (magia)

    Tribunais eclesisticos julgaram poucas prticas astrolgicas, isto , importantes astrlogos receberam licena para por a astrologia

    em prtica.

    E os astrlogos

    charlates ?

    No havia um

    estatuto para punir

    astrologia

    Havia um estatuto

    para prticas de

    bruxaria

  • Antigas profecias

  • Tipos de profecias

    Galfridianas

    Pintada

    Combinaes de letras e nmeros

  • A maior parte das vezes as profecias eram atribudas a indivduos que no estavam em condies de negar sua autenticidade.

    Efeitos

    O estudo da histria inglesa, segundo Edward Coke, revela que lamentveis e fatais acontecimentos ocorreram em virtude de vs profecias extradas de homens perversos.

  • As profecias tinham um importante papel nas revoltas. As profecias tradicionais, passavam a ter uma nova interpretao, e assim eram usadas por muitos com propaganda contra o governo.

  • As profecias polticas tendiam a ser invocadas em momentos de crise.

    Na idade mdia falsos profetas eram detidos regularmente.

    Assim, considerava-se que as profecias sancionavam tanto a resistncia autoridade estabelecida quanto a consolidao de um novo regime.

  • A BRUXARIA NA INGLATERRA: OCRIME E SUA HISTRIA

    Quem era a bruxa?

    Danos que ela podia causar: Na Inglaterra e Europa Continental;

    Como faziam?

    Bruxaria como heresia ou pacto com o diabo

    Bruxaria como um crime antissocial

    Estatuto da bruxaria

    Sua marca, animal de estimao;

    Perseguio as bruxas

  • Quando uma alegao de maleficium chegavam aos tribunais, podia com facilidade transformar-se em uma acusao de adorao do diabo, se casse nas mos de advogados ou clrigos interessados.

    Na Inglaterra o dio das pessoas as bruxas, no eram uma forma de intolerncia popular, tinham origem em um temor de seus atos hostis para com os vizinhos, e no em um ultraje por sua suposta associao com o diabo. (p.365 Ministro George Gifford).

  • A BRUXARIA INGLESA

    A bruxaria inglesa, portanto, no era nem uma religio, nem uma organizao. Claro que existia muita sobrevivncia paga, fontes mgicas, costumes ligados ao calendrio, ritos de fertilidade, alm de variados tipos de atividades mgicas. Mas, tais atividades, em geral, no implicava qualquer ruptura formal com o cristianismo e, com frequncia, eram exercidas por homens e mulheres que teriam repudiado, indignados, qualquer dvida acerca de sua f religiosa.

  • Sc. XVI Inveno da imprensa: uma campanha para extirp-las.

    ... O conceito teolgico de bruxaria nunca foi do povo, mas imposto de cima pelo papado do final da idade mdia. Os clrigos e os advogados da Inquisio, argumentou ele, fizeram da caa as bruxas um negcio e, mediante o uso da tortura e de perguntas direcionadas, extraram de suas vtimas confisses de demonolatria que eles mesmos haviam inventado. O povo em geral s veio a aceitar que a bruxaria era uma heresia aps dcadas de repetio da nova doutrina Na essncia a perseguio as bruxas era o produto de uma campanha a sangue frio, lanada por clrigos e inquisidores movidos pelo interesse social. No tinha nenhuma raiz social genuna, mas foi imposta de cima. (p. 370, professor Rossel Hope).

  • Caa as bruxas motivos fiscais;

    bruxaria como qualidade inata

    Feitiaria emprego da magia malfica

    Diabo erguido pelo Judasmo e cristianismo

    A suspeita de bruxaria tambm podia levar a atos informais de violncia. Em 1604, Agnes Fenn de 94 anos, alegou que, aps ter sido acusada de bruxaria, sir Thomas Grosse e outros deram-lhe socos, alfinetadas e golpes, ameaaram-na com ties e plvoras e finalmente esfaquearam no rosto.

  • A BRUXARIA E SEU MEIO SOCIAL

    A UTILIDADE DA CRENA NA BRUXA

    Infortnios da vida cotidiana que seriam inexplicveis;

    No entanto, de todas as explicaes alternativas para o infortnio, a mais obvia era a opinio teolgica de que o desastre fora causado por Deus, fosse para punir o pecado, fosse para testar o crente, fosse por qualquer outro motivo desconhecido, mas indiscutivelmente justo.

  • BRUXARIA: DECLINIO

    Final do sculo XVI: declnio dos processos contra as bruxas.

    Como explicar? Fundamentalismo protestantes.

    Aquilo que as Escrituras no revelam sobre o poder do reino de Sat deve ser rejeitado e no deve ser acreditado. (p.460)

    No levar em conta a bruxaria no levar em conta a Bblia (461).

    Crescimento do ceticismo: Zombavam da crena as bruxas;

    O declnio da crena nas bruxas entre camponeses e agricultores.

  • Depois de 1736, quando a possibilidade do processo formal no existia mais, os aldees passaram a recorrer a violncia informal, a contramagia, e a ocasionais linchamentos. Esses procedimentos no s eram ilegais, como substitutos pouco adequado dos julgamentos, pois o que produzia p efeito catrtico no era a mera alegao da bruxaria, mas a aceitao e comprovao desta, e aps 1736, a comprovao tornou-se difcil e os meios de compensao foram proibidos. Em tais circunstancias, a crena na bruxa declinou inevitavelmente (p. 470)

  • CRENAS ASSEMELHADAS

    FANTASMAS E DUENDES

  • A TEOLOGIA DOS FANTASMAS

    A FUNO DOS FANTASMAS

    A SOCIEDADE E OS MORTOS

    DUENDES

  • MOMENTOS E AUGRIOS

  • A OBSERVNCIA DOS MOMENTOS

    AUGRIOS E PROIBIES

  • A GUISA DE CONCLUSO

    ALGUMAS INTERCONEXES

    A UNIDADE DAS CRENAS MGICAS

    MGIA E RELIGIO

    O DECLNIO DA MGIA

    MUDANAS INTECTUAIS

    TECNOLOGIA NOVA

    NOVAS ASPIRAES

    SOBREVIVNCIA