história do cinema

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04/05/2011 1 Prof. Mario Mancuso 1 RVS - Prof. Mario Mancuso Jorge A data de 28 de Dezembro de 1895, é especial no que refere ao cinema, e sua história. Neste dia, no Salão Grand Café, em Paris, os Irmãos Lumière fizeram uma apresentação pública dos produtos de seu invento ao qual chamaram Cinematógrafo. 2 RVS - Prof. Mario Mancuso Jorge O evento causou comoção nos 30 e poucos presentes, a notícia se alastrou e, em pouco tempo, este fazer artístico conquistaria o mundo e faria nascer uma indústria multibilionária. O filme exibido foi L'Arrivée d'unTrain à La Ciotat. 3 RVS - Prof. Mario Mancuso Jorge Contudo, a questão de saber quem inventou o cinema é problemática. O cinema nasceu de várias inovações que vão desde o domínio fotográfico até a síntese do movimento utilizando a persistência da visão com a invenção de jogos ópticos. 4 RVS - Prof. Mario Mancuso Jorge Desde a pré-história o homem busca registrar seu cotidiano, em cores, texturas e ... MOVIMENTO!! 5 RVS - Prof. Mario Mancuso Jorge Aliada a necessidade de se registrar o cotidiano, o homem também quis fazer este registro da forma mais real possível. Selecionava instantes dentro do movimento e os retratava de forma seqüencial, visando simular o efeito de movimento real. 6 RVS - Prof. Mario Mancuso Jorge

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História do cinema

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Prof. Mario Mancuso

1RVS - Prof. Mario Mancuso Jorge

A data de 28 de Dezembro de 1895, é especial no que refere ao cinema, e sua história.

Neste dia, no Salão Grand Café, em Paris, os Irmãos Lumière fizeram uma apresentação pública dos produtos de seu invento ao qual chamaram Cinematógrafo.

2RVS - Prof. Mario Mancuso Jorge

O evento causou comoção nos 30 e poucos presentes, a notícia se alastrou e, em pouco tempo, este fazer artístico conquistaria o mundo e faria nascer uma indústria multibilionária.

O filme exibido foi L'Arrivée d'un Train à La Ciotat.

3RVS - Prof. Mario Mancuso Jorge

Contudo, a questão de saber quem inventou o cinema é problemática.

O cinema nasceu de várias inovações que vão desde o domínio fotográfico até a síntese do movimento utilizando a persistência da visão com a invenção de jogos ópticos.

4RVS - Prof. Mario Mancuso Jorge

Desde a pré-história o homem busca registrar seu cotidiano, em cores, texturas e ... MOVIMENTO!!

5RVS - Prof. Mario Mancuso Jorge

Aliada a necessidade de se registrar o cotidiano, o homem também quis fazer este registro da forma mais real possível.

Selecionava instantes dentro do movimento e os retratava de forma seqüencial, visando simular o efeito de movimento real.

6RVS - Prof. Mario Mancuso Jorge

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Originárias na China por volta de 5.000 a.C. , foramdisseminadas na Indonésia e depois da Europa doséculo XVII.Os teatros de sombras utilizam marionetes articulados, projetando suas sombras em anteparos (telas) de linho, graças às características físicas da luz, como a trajetória em linha reta e a relação entre distância, tamanho e nitidez da sombra (princípio da distância focal).

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Lanterna Mágica -1640 – Obra do alemão AnthonasiusKircher

Sistema rudimentar, constituído de placas de cristal desenhadas e por partes móveis, que manipuladas mecanicamente, conferiam movimento aos personagens.

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FANTASMAGORIA -Mistura de teatro de sombras, lanterna mágica, projeções de imagens de fundo e em espelhos e truques. Febre na Europa durante o século XVIII, é o tataravô do cinema de terror.

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Durante todo os século XVIII e XIX, até a criação do cinematógrafo, as projeções em lanterna mágica chegavam às cidades e vilarejos por contadores de histórias que reuniam os moradores em torno das imagens fantásticas e das histórias que elas ilustravam.

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1824 – Peter Mark Roget descobre o principio da “Persistência Retiniana”, no qual “todo movimento pode ser decomposto numa série de imagens fixas.”

A fotografia, desenvolvida simultaneamente por Louis-Jacques Daguerre e Joseph NicéphoreNiepce, e as pesquisas de captação e análise do movimento representam um avanço decisivo na direção do cinematógrafo.

Nos anos posteriores surgem vários aparelhos ópticos.

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Thaumatrópio , inventado entre 1820 e 1825 por William Fitton.

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1832 – Baseado nos postulados de Roget, Joseph Antoine Plateau cria o Fenacisticopio

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Em 1876, Eadweard James Muybridge fez uma experiência, primeiro colocou doze e depois 24 câmaras fotográficas ao longo de um hipódromo e tirou várias fotos da passagem de um cavalo. Ele obteve assim a decomposição do movimento em várias fotografias e através de um zoopraxinoscópiopode recompor o movimento.

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Experiência de Eadweard James Muybridge, 1876.

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Experiência de Eadweard James Muybridge, 1876.

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Em 1882, Étienne-Jules Marey melhorou o aparelho de Muybridge.

1ª. Câmera de filmagemCRONOFOTOGRAFIAJules Marey em 1882

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Em 1891, Thomas Edison inventou o cinetógrafo e posteriormente o cinetoscópio.

O último era uma caixa movida a eletricidade que continha a película inventada por Dicksonmas com funções limitadas. O cinetoscópio não projetava o filme.

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Baseado na invenção de Edison, Auguste e Louis Lumièreinventaram o cinematógrafo, um aparelho portátil que consistia num aparelho três em um (máquina de filmar, de revelar e projetar).

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Em 1895, o pai dos irmãos Lumière, Antoine, organizou uma exibição pública paga de filmes no dia 28 de dezembro no Salão do Grand Café de Paris.

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“O cinema é uma invenção sem futuro“ - Louis Lumière

“Nossa invenção pode ser explorada por um certo tempo como uma

curiosidade científica, mas tirando isso, ela não tem nenhum valor

comercial.“ - Auguste Lumière

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A exposição foi um sucesso. Esta data, da primeira projeção pública paga, é comumente conhecida como o nascimento do cinema mesmo que os irmãos Lumièrenão tenham reivindicado para si a invenção de tal feito.

Porém as histórias americanas atribuem um maior peso ao americano Thomas Edison pela invenção do cinema.

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Os irmãos Lumière enviaram ao mundo, a fim de apresentar pequenos filmes, os primeiros documentários como um início do cinema amador.

"Sortie de l'usine Lumière à Lyon" (ou "Empregados deixando a Fábrica Lumière") é tido como o primeiro documentário da história sendo dirigido e produzido por Louis Lumière.

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Do mesmo ano, ainda dos irmãos Lumiére o filme "The Sprinkler Sprinkled", uma pequena comédia.

Menos de 6 meses depois, Edison projetaria seu primeiro filme, "Vitascope".

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Nesta mesma época, um mágico ilusionista chamado Georges Méliès (1861-1938), que comandava um teatro nas vizinhanças do local da primeira exibição mencionada, quis comprar um cinematógrafo, para utilizá-lo em seus números de mágica.

No entanto, os Lumière não quiseram vender-lhe, e o pai dos irmãos inventores chegou a dizer a Meliès que o aparelho tinha finalidade científica e que o mágico teria prejuízo, se gastasse dinheiro com a máquina, para fazer entretenimento.

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Meliès conseguiu um aparelho semelhante, depois, na Inglaterra, e foi o primeiro grande produtor de filmes de ficção, com narrativas, voltados para o entretenimento.

Em suas experimentações, o mágico descobriu vários truques que resultaram nos primeiros efeitos especiais da história do cinema. Foi o responsável, portanto, pela inserção da fantasia na realização de filmes.

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Georges Méliès (1861-1938), diretor, ator, produtor, fotógrafo e figurinista, é considerado o pai da arte do cinema.

Pioneiro na utilização de figurinos, atores, cenários e maquiagens, opõe-se ao estilo documentarista.

Realiza os primeiros filmes de ficção – Viagem À Lua (Voyage dans la lune, Le / Voyage to the Moon - 1902) e A Conquista do Pólo (Conquête du pôle, La / Conquest of the Pole - 1912) – e desenvolve diversas técnicas: fusão, exposição múltipla, uso de maquetes e truques ópticos, precursores dos efeitos especiais.

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Pequenos documentários e ficções são os primeiros gêneros do cinema. A linguagem cinematográfica se desenvolve, criando estruturas narrativas.

Na França, na primeira década do século XX, são filmadas peças de teatro, com grandes nomes do palco, como Sarah Bernhardt.

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David W. Griffith (1875-1948), nascido nos Estados Unidos, é considerado o criador da linguagem cinematográfica.

No cinema, é o primeiro a utilizar dramaticamente o close, a montagem paralela, o suspense e os movimentos de câmera.

Em 1915, com Nascimento de Uma Nação (The Birthof a Nation), realiza o primeiro longa-metragem americano, tido como a base da criação da indústria cinematográfica de Hollywood.

Com Intolerância (Intolerance), de 1916, faz uma ousada experiência, com montagens e histórias paralelas.

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Em 1913 surgem, com Max Linder – que mais tarde inspiraria Chaplin –, o primeiro tipo cômico e, com o Fantômas, de Louis Feuillade, o primeiro seriado policial.

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A produção de comédias se intensifica nos Estados Unidos e chega à Inglaterra e Rússia. Na Itália, Giovanni Pastrone realiza superproduções épicas e históricas, como Cabíria, de 1914.

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Com o recesso do cinema europeu durante a 1ª Guerra Mundial, a produção de filmes concentra-se em Hollywood, na Califórnia, onde surgem os primeiros grandes estúdios.

Em 1912, Mack Sennett, o maior produtor de comédias do cinema mudo, que descobriu Charles Chaplin e Buster Keaton, instala a sua Keystone Company.

No mesmo ano, surge a Famous Players (futura Paramount) e, em 1915, a Fox Films Corporation.

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Para enfrentar os altos salários e custos de produção, exibidores e distribuidores reúnem-se em conglomerados autônomos, como a United Artists, fundada em 1919.

A década de 20 consolida a indústria cinematográfica americana e os grandes gêneros – western, policial, musical e, principalmente, a comédia –, todos ligados diretamente ao estrelismo.

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O desenvolvimento dos grandes estúdios proporciona o surgimento do star system, o sistema de "fabricação" de estrelas que encantam as platéias.

Mary Pickford, a "noivinha da América", Theda Bara, Tom Mix, Douglas Fairbanks e Rodolfo Valentino são alguns dos nomes mais expressivos.

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Theda Bara (a esquerda) e Rodolfo Valentino (acima).

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Na Alemanha surgiu o expressionismo alemão: Sombras, loucura e grotesco. O movimento tenta representar o clima pós-guerra e dura até a ascensão de Hitler, que proibiu as “artes degenaradas” e afugentou grandes artistas.

Se destacam os filmes "Das Cabinet des Dr. Caligari" ("O gabinete do doutor Caligari"), de 1920, do diretor Robert Wiene, "Nosferatu", "Phantom" ambos de 1922 e do diretor Friedrich WilhelmMurnau e Metrópolis de Fritz Lang de 1929.

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Na França, os cineastas entre 1919 e 1929 começaram um estilo chamado de Cinema Impressionista Francês ou cinema de vanguarda (avant garde em francês).

Se destacaram nesta época o excêntrico cineasta Abel Gance, que filma com três câmeras postas lado a lado, e depois realiza a projeção com três projetores, criando o formato widescreen com seu filme épico "J’Accuse" e Jean Epstein com seu filme "A queda da casa de Usher" de 1929.

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Na Espanha surgiu o cinema surrealista donde se destacou o diretor Luis Buñel.

"Un Perro andaluz" (ou "Um Cão Andaluz" em português) de 1928 foi o filme que mais representou o cinema surrealista de Buñel.

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Na Rússia, a falta de película leva estudantes de cinema a descobrirem a montagem, usando vários pedaços de filmes famosos e a justaposição de imagens.

Faz-se um cinema ideológico, influenciado pela revolução russa, sem perder o impacto visual.

Destaque para o cineasta Serguei Eisenstein que criou uma nova técnica de montagem, chamada montagem intelectual ou dialéctica. Seu filme de maior destaque foi "The Battleship Potemkin" ("O Encouraçado Potemkin“), de 1925.

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Durante a segunda guerra, infelizmente, cerca de 90% dos filmes mudos se perderam. De fato, a maioria dos filmes mudos foi derretida a fim de recuperarem o nitrato de prata, um componente caro.

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Já haviam sido feitos experimentos com som, mas com problemas de sincronização e amplificação.

As primeiras experiências de sonorização, feitas por Thomas Edison, em 1889, são seguidas pelo grafonoscópio de Auguste Baron (1896) e pelo cronógrafo de Henri Joly (1900), sistemas ainda falhos de sincronização imagem-som.

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Em 1926, a Warner Brothers introduziu o sistema de som Vitaphone (gravação de som sobre um disco) e, em 1927, a lançou o filme "TheJazz Singer", um musical que pela primeira vez na história do cinema possuía alguns diálogos e cantorias sincronizados aliados a partes totalmente sem som.

Em 1928 o filme "The Lights of NewYork“,(também da Warner), se tornaria o primeiro filme com som totalmente sincronizado.

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1927 –The Jazz SingerPrimeiro filme falado

Sistema VitaphoneUm projetor com uma

vitrola acoplada50RVS - Prof. Mario Mancuso Jorge

1928 – Walt Disney realiza o primeiro filme de animação sonoro com o rato Mickey como protagonista: SteamboatWillie (O Barco a Vapor Willie)

O som gravado no disco do sistema Vitaphone foi logo sendo substituído por outro sistema como o Movietone da Fox, DeForest Phonofilm e Photophone da RCA com sistema de som no próprio filme.

O Beijo, lançado em 1929 e protagonizado pela atriz sueca Greta Garbo, foi o último filme mudo da MGM e o último da história de Hollywood, com exceção de duas jóias raras de Chaplin: Luzes da Cidade e Tempos Modernos.

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Steamboat Willie - 1928

Tempos Modernos - 1936

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As experiências com filme colorido haviam começado já em 1906, mas só como curiosidade. Os sistemas experimentados, como o Technicolor de duas cores, foram decepcionantes e fracassaram na tentativa de entusiasmar o público. Mas por volta de 1933, o Technicolor foi aperfeiçoado com um sistema de três cores comercializável, empregado pela primeira vez no filme Vaidade e beleza (1935), de RoubenMamoulian.

Na década de 1950, o uso da cor generalizou-se tanto que o preto e branco ficou praticamente relegado a "pequenos" filmes.

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Como registro de imagens e som em comunicação, o Cinema também é uma mídia.

A indústria cinematográfica se transformou em um negócio importante em países como a Índia e os Estados Unidos.

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A Alemanha nazista compreendeu bem a importância comunicacional do cinema como instrumento de propaganda do regime,

com "O Triunfo da Vontade" (Triumph desWillens / Dokument vomReichsparteitag - 1934), de Leni Riefenstahl, e "O Judeu Suss" (Jud Süß / Jew Süss - 1940), de VeidtHarlan.

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Na Itália, pós segunda-guerra, surgiu o Neo-realismo como reação ao cinema fascista do regime de Mussolini, que propunha a máxima naturalidade, com atores não profissionais, iluminação natural e com uma forte crítica social.

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Nos anos 1960, surgem nos EUA, Stanley Kubrick (O Dr. Fantástico), John Frankenheimer (Sob o domínio do mal) e Sidney Pollack (A noite dos desesperados), voltados para a crítica social e os problemas humanos.

Na década de 1970, Francis Ford Coppola (O poderoso chefão, Apocalypse now), Martin Scorsese (Taxi driver) e Robert Altman (Mash) dissecam aspectos traumáticos da sociedade americana.

Emigrados do Leste europeu, o tcheco Milos Forman (Um estranho no ninho) e o polonês Roman Polanski (Chinatown) aclimatam-se aos EUA.

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No final da década, a era das superproduções renasce, com Steven Spielberg (Encurralado) e George Lucas (Guerra nas estrelas). As bilheterias registram fenômenos de público, como Rocky, o lutador, que lança o ator e diretor Sylvester Stallone.

Surge o cinema Blockbuster.

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ORIGEM - Em 8/7/1896, apenas sete meses depois da histórica exibição dos filmes dos irmãos Lumière em Paris, realiza-se, no Rio de Janeiro, a primeira sessão de cinema no país.

Um ano depois, Paschoal Segreto e José Roberto Cunha Salles inauguram, na rua do Ouvidor, uma sala permanente. Em 1898, Afonso Segreto roda o primeiro filme brasileiro: algumas cenas da baía de Guanabara.

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Durante dez anos o cinema brasileiro praticamente inexiste devido à precariedade no fornecimento de energia elétrica.

A partir de 1907, com a inauguração da usina de Ribeirão das Lages, mais de uma dezena de salas de exibição são abertas no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A comercialização de filmes estrangeiros é seguida por uma promissora produção nacional. Documentários em curta-metragem abrem caminho para filmes de ficção cada vez mais longos.

Os estranguladores (1908), de Antônio Leal, baseado em fato policial verídico, com cerca de 40 minutos de projeção, é considerado o primeiro filme de ficção brasileiro, tendo sido exibido mais de 800 vezes.

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Forma-se, entre 1908 e 1911, um centro carioca de produção de curtas que, além da ficção policial, desenvolve vários gêneros: melodramas tradicionais (A cabana do Pai Tomás), dramas históricos (A república portuguesa), patrióticos (A vida do barão do Rio Branco), religiosos (Os milagres de Nossa Senhora da Penha), carnavalescos (Pela vitória dos clubes) e comédias (Pega na chaleira, As aventuras de Zé Caipora).

A maior parte é realizada por Antônio Leal e José Labanca, na Photo Cinematographia Brasileira.

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A partir de 1930, a infra-estrutura para a produção de filmes se sofistica com a instalação do primeiro estúdio cinematográfico no país, o da companhia Cinédia, no Rio de Janeiro. Em 1941 é criada a Atlântida, que centraliza a produção de chanchadas cariocas.

A reação paulista acontece mais tarde com o ambicioso estúdio da Vera Cruz, em São Bernardo do Campo.

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ATLÂNTIDA - Fundada em 1941 por Moacir Fenelon, Alinor Azevedo e José Carlos Burle, estréia com Moleque Tião, filme que já dá o tom das primeiras produções: a procura de temas brasileiros. Logo, porém, predomina a chanchada, com baixo custo e com grande apelo popular, como Nem Sansão nem Dalila, de Carlos Manga, e Aviso aos navegantes, de Watson Macedo, com Anselmo Duarte no elenco.

Esse gênero domina o mercado até meados de 1950, promovendo comediantes como Oscarito, Zé Trindade, Grande Otelo e Dercy Gonçalves.

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VERA CRUZ - Empreendimento grandioso, a Companhia Vera Cruz surge em São Paulo, em 1949. Renegando a chanchada, contrata técnicos estrangeiros e ambiciona produções mais aprimoradas, como: Floradas na serra, do italiano Luciano Salce, Tico-tico no fubá, de Adolfo Celli, e O canto do mar, de Alberto Cavalcanti, que volta da Europa para dirigir a Vera Cruz. O cangaceiro (1953), de Lima Barreto, faz sucesso internacional, iniciando o ciclo de filmes sobre cangaço.

Amácio Mazzaropi é um dos grandes salários da companhia, vivendo o personagem caipira mais bem-sucedido do cinema nacional. A ausência de um esquema viável de distribuição é apontada como a principal causa do fracasso da Vera Cruz.

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IDENTIDADE NACIONAL - Em meados da década de 50, começa a surgir uma estética nacional.

Nesta época são produzidos Agulha no palheiro (1953), de Alex Viany, Rio 40 graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos, e O grande momento (1958), de Roberto Santos, inspirados no neo-realismo italiano.

A temática e os personagens começam a expressar uma identidade nacional e lançam a semente do Cinema Novo.

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CINEMA NOVO - "Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça" é o lema de cineastas que, nos anos 60, se propõem a realizar filmes de autor, baratos, com preocupações sociais e enraizados na cultura brasileira.

Vidas secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos, é o precursor. Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha, e Os fuzis, de Rui Guerra, também pertencem à primeira fase, concentrada na temática rural, que aborda problemas básicos da sociedade brasileira, como a miséria dos camponeses nordestinos.

Após o golpe de 64, a abordagem centraliza-se na classe média urbana, como em A falecida, de Leon Hirszman, O desafio, de Paulo César Sarraceni, e A grande cidade, de Carlos Diegues, que imprimem nova dimensão ao cinema nacional.

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CINEMA MARGINAL - No final da década de 60, jovens diretores ligados de início ao Cinema Novo vão, aos poucos, rompendo com a antiga tendência, em busca de novos padrões estéticos. O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla, e Matou a família e foi ao cinema, de Júlio Bressane, são os filmes-chave dessa corrente underground alinhada com o movimento mundial de contracultura e com a explosão do tropicalismo na MPB.

Dois autores têm, em São Paulo, suas obras consideradas como inspiradoras do cinema marginal: Ozualdo Candeias (A margem) e o diretor, ator e roteirista José MojicaMarins (No auge do desespero, À meia-noite levarei sua alma), mais conhecido como Zé do Caixão.

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DÉCADA DE 70 - Remanescentes do Cinema Novo ou cineastas estreantes, em busca de um estilo de maior comunicação popular, produzem obras significativas: São Bernardo, de Leon Hirszman; Lição de amor, de Eduardo Escorel; Dona Flor e seus dois maridos, de Bruno Barreto; Pixote, de Hector Babenco; Tudo bem e Toda a nudez será castigada, de Arnaldo Jabor; Como era gostoso o meu francês, de Nelson Pereira dos Santos; A dama do lotação, de Neville d'Almeida; Os inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade, e Bye, bye, Brasil, de Cacá Diegues, que reflete as transformações e contradições da realidade nacional.

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Pornochanchada – No esforço para reconquistar o público perdido, a "Boca do Lixo" paulista produz "pornochanchadas". Influência de filmes italianos em episódios, retomada de títulos chamativos e eróticos, e reinserção da tradição carioca na comédia popular urbana, marcam uma produção que, com poucos recursos, consegue uma boa aproximação com o público, como Memórias de um gigolô, Lua-de-mel e amendoim e A viúva virgem.

No início dos anos 1980, evoluem para filmes de sexo explícito, de vida efêmera.

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DÉCADA DE 1990 - A extinção da Lei Sarney e da Embrafilme e o fim da reserva de mercado para o filme brasileiro fazem a produção cair quase a zero.

A tentativa de privatização da produção esbarra na inexistência de público num quadro onde é forte a concorrência do filme estrangeiro, da tevê e do vídeo.

Uma das saídas é a internacionalização, como em A grande arte, de Walter Salles Jr., co-produzida com os EUA.

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A partir de 1993 há uma retomada da produção.

Em 1994, numa parceria inédita entre televisão e cinema, Cacá Diegues roda “Veja Esta Canção”, com produção da TV Cultura, de São Paulo.

Em 1995, Carla Camurati lança "Carlota Joaquina - Princesa do Brasil". A imprensa liga o filme à retomada do cinema brasileiro.

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1996 - "O Quatrilho", de Fábio Barreto, é indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

1997 - "O Que é Isso Comanheiro?", de Bruno Barreto, é indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Hector Babenco concorre à Palma de Ouro de Cannes com "Coração Iluminado". No ano seguinte, “Central do Brasil” concorre em diversos festivais e ao Oscar.

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Em 2000, O cinema brasileiro retorna depois de 11 anos à mostra competitiva do Festival de Cannes com o longa Estorvo, de Ruy Guerra, baseado no romance de Chico Buarque, e o curta Três Minutos, de Ana Luíza Azevedo.

2002 - “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, baseado em romance de Paulo Lins, participa fora de concurso da seleção oficial do Festival de Cannes, impressiona a crítica internacional e dá início a uma bem-sucedida carreira, com público superior a 3 milhões de espectadores no Brasil e direitos de distribuição vendidos para 62 países.

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Hoje o cinema brasileiro goza de bastante importância no cenário internacional, exportando diversos talentos para o cinema mundial como o atores Rodrigo Santoro e Alice Braga, e o diretor Fernando Meirelles.

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http://www.webcine.com.br/historia1.htm Wikipedia Revista Superinteressante Ed. 219, nov/2005 http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/

historia-do-cinema/historia-do-cinema-4.php Apresentação de aula do Prof. Luis Salles.

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