histÓria de valor do abacaxi e cana para o eucalipto · grola calvi decidiu investir em uma nova...

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Os irmãos Calvi, de Presidente Kennedy (ES), investem na silvicultura como alternativa de negócio e diversificação da produção rural. Pág 5 Em busca de uma atividade que demandasse menos mão de obra e bom retorno financeiro, o produtor Isaías Grola Calvi decidiu investir em uma nova cultura. Ele se tornou um dos parceiros do programa Poupança Florestal em Presidente Kennedy, no litoral sul do Espírito Santo, inserindo o cultivo de eucalipto na propriedade. Isaías integra uma família de quatro irmãos, que são sócios desde 1980 nas propriedades agrícolas da família. Ele, Noé, Israel e Silvestre atuam principalmente com a criação de bois e o plantio de cana-de-açúcar e de abacaxi. No ano passado, eles assinaram dois contratos com a Fibria para o plantio de eucalipto em áreas de 10 e de 8,28 hectares, diversificando a produção. “Tenho 64 anos, já sou aposentado, e trabalho há muito tempo com abacaxi e cana. A cana a gente tem que cortar, levar para a usina e dá muita mão de obra. Já o abacaxi, tem que transportar de caminhão até a Ceasa da região ou para Vitória. É muito trabalho e pouco lucro”, conta Isaías. Foi quando o produtor foi procurado por um técnico da Fibria, que o convidou a ser parceiro do fomento. Ele conta que ficou com receio no início por não conhecer a cultura do eucalipto. Após se aconselhar com a filha e o genro, que trabalham na Veracel, Do abacaxi e cana para o eucalipto HISTÓRIA DE VALOR empresa de celulose da qual a Fibria é acionista, e com uma prestadora de serviço de sua propriedade, que também planta eucalipto e falou muito bem do negócio, Isaías se sentiu mais confiante. “Acho que tem tudo para dar certo. A Fibria que realiza a colheita, sem nenhum trabalho para nós produtores. É como se fosse uma poupança mesmo. Tenho uma grande expectativa para a primeira colheita. Depois, correndo tudo bem, tenho planos de aumentar a área de plantio”, afirma. Eucalipto é opção de diversificação no sul do ES Irmãos Calvi com a equipe técnica da Fibria no sul do ES: Helton Kalke, Sergio Tiago e Thiago Eucalipto renova fertilidade da terra. Pág 4 Novos contratos do Poupança são assinados em Guarapari. Pág 2 HISTÓRIA DE VALOR Acesse o site: www.poupancaflorestal.com.br LIGUE GRATUITAMENTE 0800 039 3949 Com uma pequena área inclinada de 6 hectares no município de Itapemirim (ES), o produtor e engenheiro agrônomo Selbe Porto Meireles investia no plantio de coco, atividade que depois se tornou inviável pela baixa produtividade e intenso uso de mão de obra. Foi quando ele decidiu procurar o escritório da Fibria, em Cachoeiro de Itapemirim, e se tornou um dos parceiros do programa Poupança Florestal. Antes de iniciar o fomento, o terreno passou por um processo de limpeza e adubação e o produtor recebeu toda a orientação necessária de técnicos do programa para o correto manejo da floresta. Para Selbe, a decisão Parceria produtiva em Itapemirim de substituir o plantio de coco foi acertada. Sua primeira colheita foi realizada em 2015, e ele obteve boa produtividade. Graças aos bons resultados, o produtor decidiu renovar o contrato da rebrota e fazer um novo contrato para implantação em outra área. Para Selbe, uma das vantagens de produzir eucalipto está relacionada à preservação do meio ambiente, já que o plantio é renovável, conserva o solo e reduz a pressão sobre as matas nativas, contribuindo para preservá-las. Outra vantagem é o aproveitamento de um solo pouco indicado para outras culturas. “Essa área tem uma pequena inclinação e, por isso, não tem indicação para culturas da região. Com o eucalipto, me dei muito bem e tive bom retorno”, afirma o produtor. Selbe contratou mão de obra para a primeira colheita e, para o próximo ciclo, a Fibria será a responsável pela colheita de forma mecanizada, reduzindo os custos para o produtor e o tempo de execução da atividade. Fotos: Marcelo Duarte Israel e Isaias: expectativa para 1 a colheita Selbe com a equipe da Fibria Fotos: Marcelo Duarte Foto: Marcelo Duarte 6 5

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Os irmãos Calvi, de Presidente Kennedy (ES), investem na silvicultura como alternativa de negócio e diversifi cação da produção rural. Pág 5

Em busca de uma atividade que demandasse menos mão de obra e bom retorno fi nanceiro, o produtor Isaías Grola Calvi decidiu investir em uma nova cultura. Ele se tornou um dos parceiros do programa Poupança Florestal em Presidente Kennedy, no litoral sul do Espírito Santo, inserindo o cultivo de eucalipto na propriedade.

Isaías integra uma família de quatro irmãos, que são sócios desde 1980 nas propriedades agrícolas da família. Ele, Noé, Israel e Silvestre atuam principalmente com a criação de bois e o plantio de cana-de-açúcar e de abacaxi. No ano passado, eles assinaram dois contratos com a Fibria para o plantio de eucalipto em áreas de 10 e de 8,28 hectares, diversifi cando a produção.

“Tenho 64 anos, já sou aposentado, e trabalho há muito tempo com abacaxi e cana. A cana a gente tem que cortar, levar para a usina e dá muita mão de obra. Já o abacaxi, tem que transportar de caminhão até a Ceasa da região ou para Vitória. É muito trabalho e pouco lucro”, conta Isaías.

Foi quando o produtor foi procurado por um técnico da Fibria, que o convidou a ser parceiro do fomento. Ele conta que fi cou com receio no início por não conhecer a cultura do eucalipto. Após se aconselhar com a fi lha e o genro, que trabalham na Veracel,

Do abacaxi e cana para o eucalipto

HISTÓRIA DE VALOR

empresa de celulose da qual a Fibria é acionista, e com uma prestadora de serviço de sua propriedade, que também planta eucalipto e falou muito bem do negócio, Isaías se sentiu mais confi ante.

“Acho que tem tudo para dar certo. A Fibria que realiza a colheita, sem nenhum trabalho para nós produtores. É como se fosse uma poupança mesmo. Tenho uma grande expectativa para a primeira colheita. Depois, correndo tudo bem, tenho planos de aumentar a área de plantio”, afi rma.

Eucalipto é opção de diversi� cação no sul do ES

O jornal de quem planta eucalipto e colhe oportunidades

Ano 2 - Nº 09 - Novembro-Dezembro 2017 / Janeiro 2018Ano 2 - Nº 09 - Novembro-Dezembro 2017 / Janeiro 2018

Irmãos Calvi com a equipe técnica da Fibria no sul do ES: Helton Kalke, Sergio Tiago e Thiago

Eucalipto renova fertilidade da terra. Pág 4

Novos contratos do Poupança são assinados em Guarapari. Pág 2

HISTÓRIA DE VALOR

Acesse o site:www.poupanca� orestal.com.br

LIGUE GRATUITAMENTE0800 039 3949

Com uma pequena área inclinada de 6 hectares no município de Itapemirim (ES), o produtor e engenheiro agrônomo Selbe Porto Meireles investia no plantio de coco, atividade que depois se tornou inviável pela baixa produtividade e intenso uso de mão de obra. Foi quando ele decidiu procurar o escritório da Fibria, em Cachoeiro de Itapemirim, e se tornou um dos parceiros do programa Poupança Florestal.

Antes de iniciar o fomento, o terreno passou por um processo de limpeza e adubação e o produtor recebeu toda a orientação necessária de técnicos do programa para o correto manejo da � oresta. Para Selbe, a decisão

Parceria produtiva em Itapemirimde substituir o plantio de coco foi acertada.

Sua primeira colheita foi realizada em 2015, e ele obteve boa produtividade. Graças aos bons resultados, o produtor decidiu renovar o contrato da rebrota e fazer um novo contrato para implantação em outra área.

Para Selbe, uma das vantagens de produzir eucalipto está relacionada à preservação do meio ambiente, já que o plantio é renovável, conserva o solo e reduz a pressão sobre as matas nativas, contribuindo para preservá-las. Outra vantagem é o aproveitamento de um solo pouco indicado para outras culturas.

“Essa área tem uma pequena inclinação e, por isso, não tem indicação para culturas da região. Com o eucalipto, me dei muito bem e tive bom retorno”, a� rma o produtor. Selbe contratou mão de obra para a primeira colheita e, para o próximo ciclo, a Fibria será a responsável pela colheita de forma mecanizada, reduzindo os custos para o produtor e o tempo de execução da atividade.

Fotos: Marcelo D

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Israel e Isaias: expectativa para 1a colheita

Selbe com a equipe da Fibria

Fotos: Marcelo D

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Foto: Marcelo D

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ExpedienteCULTIVAR é uma publicação trimestral da Gerência de Poupança Florestal e Novos Negócios da Fibria, editada pela Coordenação de Comunicação ES/BA/MG. Gerente de Colheita e Poupança Florestal, Jairo Dal’Col | Coordenação Editorial: Rafael Simas | Conteúdo e edição: P6 Comu'nicação

NOTÍCIAS DA GENTE FLORESTA DE VALOR

O plantio de eucalipto contribui para recuperar solos que antes eram secos e não serviam para o cultivo de outras culturas. Isso porque a cobertura de galhos e folhas deixada por esses plantios forma uma proteção que ajuda a reter a umidade, preservando a fertilidade da terra.

Um exemplo disso vem da terra do produtor Sérgio Stein, em Marechal Floriano. Sérgio e seu irmão Jenésio Antônio possuem um terreno antigo no município, que contava com um pasto fraco, sem perspectivas de boa produtividade para a agricultura.

Ele, que tem como principal atividade a cafeicultura,

aderiu ao plantio de eucalipto na década de 90, no início da implantação do programa Poupança Florestal. Após a colheita nesta área, anteriormente marcada pela seca, Sérgio resolveu voltar a plantar uma lavoura de café no local e o resultado não poderia ser melhor.

“Após o corte, com o acúmulo de material orgânico, o eucalipto trouxe grande benefício, que foi a renovação e o melhoramento do fundo do solo. Com isso, voltei a plantar café, com uma boa produtividade, o que foi muito positivo”, destaca Sérgio. Atualmente, os irmãos Sérgio e Jenésio ainda plantam eucalipto em uma área de 20 hectares, sendo 13 deles em parceria com a Fibria.

Fertilidade da terra renovada

FLORESTA DE VALOR

Contratos de fomento são assinados em Guarapari

Eucalipto, o que você sabe sobre essa árvore?

Após sinalizar a expansão do Programa Poupança Florestal para região Litoral Sul do Espírito Santo, a Fibria assinou em novembro seus primeiros contratos de parceria com produtores de Guarapari (ES). Os produtores que aderiram ao programa já tinham experiência com o plantio de eucalipto.

Um dos novos parceiros é Roberto Colombo de Castro Spínola. Ele, cujas atividades principais são piscicultura e gado, já tinha plantado eucalipto por conta própria, com mudas doadas pela Secretaria de Estado de Agricultura. Após vender essa produção para a Fibria, foi procurado pela empresa e firmou um contrato para o plantio de 24,84 hectares em sua propriedade.

Para Roberto, a grande vantagem de plantar eucalipto é o aproveitamento de uma terra até então improdutiva. “Essa terra só servia para pastagem. A parceria com a Fibria vale a pena, pois tenho garantia de colheita daqui a um período de 6 ou 7 anos”,

afi rma o produtor.

O outro parceiro é Carlos Galileu Porto, que fechou dois contratos totalizando 27,82 hectares, sendo que, destes, 22,67 hectares são de rebrota de um antigo contrato e 5,15 hectares serão de novos plantios.

O produtor conta que, antes do eucalipto, plantava cana-de-açúcar para produção de cachaça e criava gado, mas resolveu mudar de cultura já que as atividades anteriores não estavam sendo rentáveis. Ele optou pelo fomento principalmente pela garantia de compra proporcionada pela Fibria. Além disso, Carlos comentou que a plantação exige um pouco mais de trabalho no primeiro ano mas, nos anos seguintes, se mantém com baixo custo.

“No cultivo anterior, a produtividade foi muito boa e o eucalipto se adaptou bem à terra. Graças aos cuidados que tenho, que inclui a preservação da mata nativa próxima, meu solo foi enriquecido”, afi rma Carlos.

Uma das principais fontes de matéria-prima para produção de papel, o eucalipto é originário da Austrália e Indonésia, mas encontrou em território brasileiro clima e solo apropriados para se desenvolver, com elevado índice de produtividade. O Brasil tem 7,8 milhões de hectares de fl orestas plantadas e o eucalipto responde por 73% desse total (fonte: IBA Relatório Anual 2017).

O eucalipto presta importantes serviços ambientais: recupera áreas degradadas, aumenta o controle da erosão e contribui para preservar a biodiversidade por meio de técnicas como o plantio em mosaicos, que

intercala árvores para fi ns industriais com espécies nativas, criando corredores ecológicos. Vale lembrar que um hectare de eucalipto sequestra 10 toneladas de carbono da atmosfera por ano, contribuindo para amenizar os efeitos do aquecimento global.

Mais do que ser um negócio rentável e produtivo, as plantações de eucalipto são renováveis e têm cumprido papel fundamental na redução da pressão sobre as matas nativas. Mas ainda há quem tenha receiro de cultivar a espécie. Então, vamos esclarecer alguns aspectos relacionados a ele.

Plano de Manejo FlorestalA Fibria divulgou recentemente a 9ª edição do Resumo Público Público do Plano de Manejo Florestal da empresa, documento que apresenta uma síntese das suas operações, além de estratégias, ações, e política social e de sustentabilidade.

A publicação é atualizada anualmente e está disponível no site www.poupançaflorestal.com.br. Comentários, dúvidas e sugestões podem ser encaminhados pelo email comunicacao.aracruz@� bria.com.br.

Não. Parte das áreas destinadas ao cultivo de eucalipto são

mantidas como reserva legal e área de proteção permanente. Assim, os sub-bosques do eucalipto formam um corredor para áreas de preservação e criam um habitat para a fauna, oferecendo condições de abrigo,

O EUCALIPTO GERA UM DESERTO VERDE?

Não. Por ter uma copa menos densa, o eucalipto retém menos água da chuva

e permite que ela chegue ao solo e se infiltre mais rapidamente. A água disponível para o crescimento do eucalipto é proveniente, sobretudo, da camada superficial do solo. As raízes do eucalipto normalmente não ultrapassam dois metros e meio, não

EUCALIPTO SECA O SOLO?

chegando aos lençóis freáticos, que são mais profundos em sua maioria. Resultados de pesquisas mostram que o consumo de água entre o eucalipto e florestas nativas é semelhante. A espécie também é muito eficiente no aproveitamento da água: com a mesma quantidade de água consegue produzir mais biomassa que outras culturas.

controlar a erosão, preservar a fertilidade da terra e conservar os solos. Basta dizer que os plantios realizados com a adoção de técnicas de manejo adequadas mantêm seu potencial produtivo ao longo dos anos para o cultivo de eucalipto e outras culturas.

de alimentação e de reprodução. Os monitoramentos que a Fibria realiza em suas áreas confirmam a existência de diversas espécies de aves e de outros animais.

Não. Quase tudo que o eucalipto retira do solo

é devolvido. Após a colheita, cascas, folhas e galhos, (que possuem 70% de nutrientes da árvore) permanecem no local, favorecendo a cobertura do solo e incorporam-se como matéria orgânica, contribuindo para

EUCALIPTO EMPOBRECE O SOLO?

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