a cultura do abacaxi

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PLANTAR Abacaxi coleç o ã FRUTEIRAS SÉRIE VERMELHA edição rev. e amp.

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  • PLANTARAbacaxi

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    ediorev. e amp.

    2

  • 1Embrapa Informao Tecnolgica

    Braslia, DF2006

    A CULTURA DO ABACAXI

    Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaEmbrapa Mandioca e Fruticultura TropicalMinistrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    2a edio revisada e ampliada

  • 2Coleo Plantar, 49Produo editorial: Embrapa Informao Tecnolgica

    Coordenao editorial: Fernando do Amaral PereiraMayara Rosa CarneiroLucilene Maria de Andrade

    Reviso de texto e tratamento editorial: Francimary deMiranda e SilvaEditorao eletrnica: Wamir Soares Ribeiro JniorIlustrao da capa: lvaro Evandro X. Nunes1a edio

    1a impresso (1994): 5.000 exemplares2a impresso (1999): 500 exemplares3a impresso (2001): 500 exemplares4a impresso (2002): 500 exemplares5a impresso (2003): 1.000 exemplares6a impresso (2006): 1.000 exemplares

    2 edio

    1 impresso (2006): 1.000 exemplares

    Embrapa 2006

    CDD 634.774

    A cultura do abacaxi / Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. 2. ed. rev. amp. Braslia, DF : Embrapa Informao Tecno-lgica, 2006. 91 p. : il. (Coleo Plantar ; 49).

    ISBN 85-7383-369-6

    1. Colheita. 2. Doena. 3. Embalagem. 4. Plantio. 5. Variedade.I. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. II. Coleo.

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)Embrapa Informao Tecnolgica

    Todos os direitos reservadosA reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte,

    constitui violao dos direitos autorais (Lei no 9.610).

  • 3Autores

    Aristoteles Pires de MatosEngenheiro agrnomo, Ph.D. em Fitopatologia,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,[email protected]

    Domingo Haroldo R. C. ReinhardtEngenheiro agrnomo, Ph.D. em Fisiologia,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,[email protected]

    Getlio Augusto Pinto da CunhaEngenheiro agrnomo, D.Sc. em Fitotecnia,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,[email protected]

    Jos Renato Santos CabralEngenheiro agrnomo, M.Sc. em Fitomelhoramento,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,

    Luiz Francisco da Silva SouzaEngenheiro agrnomo, M.Sc. em Fertilidade do Solo,

  • 4pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,[email protected]

    Nilton Fritzons SanchesEngenheiro agrnomo, M.Sc. em Entomologia,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,[email protected]

    Otvio lvares de AlmeidaEngenheiro civil, D.Sc. em Irrigao,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,[email protected]

  • 5O agronegcio brasileiro carente de informaesdirecionadas ao pequeno produtor. O objetivo daColeo Plantar preencher essa lacuna com informa-es oportunas e precisas sobre como produzir hortali-as, frutas e gros numa rea do stio ou da fazenda, ouat mesmo num quintal.

    Elaborado em linguagem conceitual simples edireta, o texto de cada ttulo dirigido ao produtor familiar,na certeza de que essas informaes vo contribuir paraa gerao de mais alimentos, renda e emprego para osbrasileiros, permitindo, assim, que a agricultura familiarincorpore-se ao agronegcio.

    No momento em que o agronegcio conquista omercado internacional, a Embrapa Informao Tecnol-gica reafirma a importncia desta coleo didtica comoreferncia para o produtor familiar produzir com segu-rana, qualidade e eficincia.

    Fernando do Amaral PereiraGerente-Geral

    Embrapa Informao Tecnolgica

    Apresentao

  • 6

  • 7Sumrio

    Introduo................................................ 9

    Clima ....................................................... 11

    Solo......................................................... 17

    Cultivares ................................................ 19

    Propagao ............................................. 26

    Calagem e adubao ............................... 33

    Instalao do abacaxizal ......................... 38

    Tratos culturais ....................................... 46

    Colheita e comercializao ..................... 81

    Rendimentos ........................................... 84

    Embalagem e transporte.......................... 86

    Coeficientes de produo ....................... 87

  • 8

  • 9Introduo

    O abacaxizeiro uma planta tropical,originria de regies de clima quente e secoou com chuvas irregulares. H poucos anos,era cultivado em reas virgens, recm-desmatadas, e por isso considerado rstico,pouco exigente de tratos culturais. Contudo,a experincia mostrou que quando se querproduzir para o mercado, o abacaxizeirorequer tratos culturais freqentes e cuida-dosos.

    O fruto do abacaxizeiro, cuja compo-sio encontra-se na Tabela 1, muitoapreciado por sua qualidade. A produoracional de frutos pode oferecer boa rendaao agricultor. Em vrias partes do mundo, acultura tem grande expresso econmica. NoBrasil, sua explorao ainda no conquistouo lugar merecido, apesar de o Pas ser oterceiro maior produtor mundial, de possuir

  • 10

    amplas possibilidades de aumentar a expor-tao, e apesar, tambm, de sua significaosocial nas zonas de cultivo. O consumo inter-no brasileiro ainda pode ser consideradobaixo, da ordem de 51 kg/ha/ano, se compa-rado com outros pases (Espanha 120, Itlia114, Alemanha 112 e Holanda 90 kg/ha/ano).

    O Norte, o Nordeste e o Sudeste soos maiores produtores do Pas, sendo oltimo o maior consumidor. A quase tota-lidade da produo brasileira consumidaao natural, destinando apenas 2% ou 3%

    Tabela 1. A composio do fruto do abacaxi.

    CaloriasClcioFsforoFerroVitamina B1Vitamina B2Vitamina C

    Quantidade (/100 g)Componentes

    52,0 mg18,0 mg8,0 mg0,5 mg0,08 mg0,04 mg

    61,0 mg

  • 11

    industrializao, em especial extrao desuco. No resto do mundo, ao contrrio doque ocorre no Brasil, dois teros da produ-o vo para as indstrias, principalmentede conservas (rodelas em calda). Atualmenteh aumento de demanda por suco concen-trado e produtos congelados de abacaxi davariedade Prola.

    Consideradas as potencialidades de suaproduo e venda, uma exigncia o uso demelhores tcnicas no cultivo do abacaxi,levando-se em conta preocupaes comalimentos seguros e preservao do ambiente.

    Clima

    As regies situadas entre os paralelos25N e 25S (o paralelo 25N passa entre aFlrida e Cuba e o 25S, na altura de PontaGrossa, no Paran), so as mais favorveisao cultivo comercial do abacaxizeiro, onde

  • 12

    a planta apresenta grande capacidade deadaptao.

    O desenvolvimento e a produo doabacaxizeiro so bastante influenciados pelatemperatura, situando-se entre 22C e 32C,a faixa tima para o crescimento das razese folhas.

    De origem tropical, a planta podesuportar temperaturas prximas de 40C,porm acima desse limite pode ocorrer aqueima das folhas e do fruto, principalmentese ao calor excessivo estiver associada umaelevada insolao.

    A planta no suporta por muito tempotemperaturas prximas de 0C. As tempe-raturas baixas atrasam o crescimento,reduzem a absoro de nutrientes, e,conseqentemente, a produo. A tempe-ratura mdia anual to importante quanto a

  • 13

    faixa de temperatura; considera-se que a ideal de 24C.

    O florescimento tem relao direta coma temperatura. Quanto produo, umavariao em torno de 12C a 14C entre atemperatura mxima e a mnima, em um perodode 24 horas, contribui para melhorar a qualidadedo fruto, principalmente no que diz respeitoao equilbrio entre teor de acar e acidez.Frutos produzidos nos meses quentes apre-sentam teor de acar mais alto, acidezmoderada, aroma, sabor e cor excelentes, oque j no ocorre com os produzidos empocas frias. Estes so menos doces, maiscidos, de cor e aroma inferiores. A produode mudas tambm afetada pela temperatura,com reduo da emisso de filhotes nosperodos quentes.

    O regime de chuvas outro fator degrande importncia na cultura. A escassez

  • 14

    delas no s atrasa o desenvolvimento daplanta e do fruto (se ocorrer durante suaformao), mas tambm diminui a produode mudas e causa problemas no flores-cimento e no rendimento da cultura. Almdisso, a chuva influi na qualidade do fruto ena ocorrncia de pragas e doenas. Quandochove no perodo de abertura das flores,aumenta a incidncia, por exemplo, defusariose, uma doena grave causada porfungo.

    Mesmo em regies onde h escassezde chuva, o abacaxi pode render bem, seusar a gua de forma racional, pois a plantaapresenta baixa taxa de transpirao. Emreas onde a chuva bem distribuda, umtotal de 1.000 mm anuais j suficiente paraatender s exigncias do abacaxizeiro.

    A umidade relativa do ar outro fatorimportante no rendimento e na qualidade da

  • 15

    produo. Nas diferentes regies produtorasdo mundo de aproximadamente 75%.Mudanas bruscas na umidade do ar podemcausar fendilhamentos na inflorescncia e nofruto, depreciando-o comercialmente. Almdisso, a umidade alta faz aumentar a inci-dncia de doenas fngicas e bacterianas.No entanto, em reas onde chove pouco, aumidade elevada pode melhorar o cresci-mento da planta, graas sua captao pelasfolhas (condensao).

    A luminosidade (radiao solar) influino crescimento vegetativo e na qualidade dofruto. A influncia desse fator est intima-mente relacionada com a temperatura e ocomprimento do dia (fotoperodo), e difcilseparar seus respectivos efeitos, principal-mente em regies de altitude elevada. Sabe-se, porm, que a luminosidade intensa podecausar a queimadura do fruto, interna e exter-

  • 16

    namente (queima solar), o que o desvalorizacomercialmente. A insolao mnima neces-sria ao desenvolvimento e produo de1.200 a 1.500 horas anuais, enquanto a faixatima est entre 2.500 a 3.000 horas por ano.

    O abacaxizeiro considerado umaplanta de dias curtos. De fato, ele cresce,atinge rapidamente porte adequado e inicia aflorao. Quanto menor a durao dosperodos de luz (de oito horas ou menos)mais rpido ocorre a florao.

    O vento, principalmente se for forte ouseco, pode causar problemas ao abacaxi,como o ressecamento da ponta e ferimentosdos bordos das folhas (pelo atrito entre elas).Tais ferimentos so porta de entrada defungos, como o Chalara paradoxa. Con-forme a sua intensidade, o vento pode aindatombar a planta, reduzindo, assim, a efici-

  • 17

    ncia dos tratamentos fitossanitrios e inten-sificando a queima-solar do fruto. Recomen-da-se usar quebra-ventos em reas muitoprximas do mar, onde a salinidade conduzi-da pelo vento pode causar a morte das extre-midades das folhas.

    Solo

    O abacaxizeiro muito sensvel aoencharcamento, o qual pode comprometerseu crescimento e produo. A aerao e adrenagem adequadas do solo so requisitosfundamentais para a planta desenvolver-sebem, a comear pelo seu sistema radicular,limitado e frgil, concentrado nos primeiros15 a 20 cm do solo.

    Os solos mais indicados para a culturaso os de textura mdia (com 15% a 35%de argila e mais de 15% de areia), semimpedimentos para a rpida drenagem doexcesso de gua, e com profundidade efetiva

  • 18

    acima de 70 cm. Os solos de textura arenosa(at 15% de argila e mais de 70% de areia),geralmente sem problemas de enchar-camento, so tambm apropriados para aabacaxicultura; pois requerem, quase sempre,prticas de manejo, que melhorem suacapacidade de reter gua e nutrientes. Acultura pode ainda desenvolver-se bem emsolos argilosos (mais de 35% de argila),desde que sejam bem arejados e drenados.A m drenagem tende a favorecer o apo-drecimento das razes e a morte da planta,causados pelo fungo Phytophthora.

    A topografia outro fator a serconsiderado na escolha da rea. Deve-se darpreferncia, sempre que possvel, a terrenosplanos ou de pouca declividade (at 5%), oque facilitar os tratos culturais. Essesterrenos se mostram tambm menos susce-tveis eroso. O uso de terrenos mais de-

  • 19

    clivosos requer a adoo de prticas con-servacionistas do solo.

    Quanto s caractersticas qumicas, oabacaxizeiro adapta-se a solos cidos. O pHideal para seu cultivo est na faixa de 4,5 a5,5. uma planta exigente em adubao. Istofaz com que, nos plantios comerciais, sejafreqente o suprimento de nutrientes, pelaaplicao de adubos. Excetuam-se apenasos casos de alguns solos virgens, recm-desmatados, ou que estiveram em pousioprolongado.

    Cultivares

    A produo comercial de abacaxi nosprincipais pases produtores baseada empoucas cultivares, e as principais so: SmoothCayenne, Prola, Singapore Spanish, Queen,Red Spanish e Perolera. No Brasil, as maisplantadas so: Prola e Smooth Cayenne. As

  • 20

    caractersticas mais marcantes dessas culti-vares so descritas a seguir:

    Smooth Cayenne

    A mais plantada no mundo, tanto emtermos de rea, quanto em faixa de latitude.A planta tem porte semi-ereto, cujas folhasno apresentam espinhos, a no ser algunsencontrados na extremidade apical do bordoda folha. O fruto atraente, pesa de 1,5 kg a2,5 kg, tem forma ovide, casca de coramarelo-alaranjada na base, quando maduro,polpa amarela, rico em acares (de 13 Brixa 19 Brix) e acidez maior do que as outrasvariedades. Essas caractersticas a tornaadequada para a industrializao e exportaocomo fruta fresca. A coroa relativamentepequena e a planta produz poucas mudasdo tipo filhote. bastante suscetvel murchaassociada cochonilha Dysmicoccusbrevipes e fusariose, causada pelo fungo

  • 21

    Fusarium subglutinans. Foi introduzida noBrasil nos anos 1930, inicialmente no Estadode So Paulo e posteriormente difundida paraoutros estados, como Paraba, Minas Gerais,Esprito Santo, Gois e Bahia.

    Prola

    Cultivada amplamente no Brasil, tambm conhecida como Pernambuco. Aplanta apresenta porte mdio e crescimentoereto; vigorosa, com folhas medindo cercade 65 cm de comprimento, com espinhosnos bordos e pednculo longo (em torno de30 cm). Produz muitos filhotes (8 a 15)presos ao pednculo, prximos da base dofruto. O fruto pesa de 1,0 kg a 1,8 kg, possuicoroa grande, casca verde e formato cnico.Quando maduro apresenta casca amarelada,polpa branca, slidos solveis totais de14 Brix a 16 Brix, pouca acidez, agradvel aopaladar. Apesar de suas excelentes caracte-

  • 22

    rsticas organolpticas, onde se destaca seusabor adocicado, tem sido pouco utilizadopara exportao in natura. Apresenta to-lerncia murcha associada cochonilhaDysmicoccus brevipes e suscetvel fusa-riose.

    Outras cultivares

    Alm das cultivares mencionadasanteriormente, outras como Champaka, NatalQueen, Victoria, Manzana, Cabezona, MonteLrio e Samba tambm so plantadas emdiversos pases, para explorao comercialnos mercados locais.

    No Brasil, especialmente na RegioAmaznica, cultivares conhecidas comoRoxo-de-Tef, Rondon, Cabea-de-Ona,Quinari e Gigante-de-Tarauac so culti-vadas para comercializao nos mercados

  • 23

    locais. No Nordeste brasileiro, uma cultivardenominada Jupi, que se assemelha muito coma Prola, da qual difere apenas pelo formatocilndrico do fruto, pode ser encontrada emplantios nos estados da Paraba e Pernambuco.Atualmente, est sendo difundida nos estadosdo Tocantins, Gois, Minas Gerais e Bahia.

    Novas cultivares

    Apesar dos esforos que vm sendorealizados, com o intuito de promover adiversificao de cultivares de abacaxi,apenas recentemente tm sido lanadasnovas cultivares com potencial de seremaceitas no mercado. Algumas delas somencionadas a seguir.

    MD 2

    Tambm conhecida como Gold,Golden Ripe ou Extra Sweet. Suasprincipais caractersticas so: folhas com

  • 24

    poucos espinhos e fruto de casca com coramarelo intenso e baixa acidez. O fruto pesade 1,3 kg a 2,5 kg, tem formato cilndrico,teor de acar variando entre 15 Brix e17 Brix. Suas caractersticas a qualificampara competir vantajosamente com aSmooth Cayenne, no consumo in natura. suscetvel fusariose.

    Josapine

    um hbrido de Johor com Sarawak(Smooth Cayenne), lanado e difundido peloInstituto de Pesquisa e DesenvolvimentoAgropecurio da Malsia (Mardi). A planta vigorosa, muito precoce e produz de 2 a 3rebentes. As folhas tm apenas alguns es-pinhos na ponta. O fruto tem formato ciln-drico, pesa entre 1,1 kg e 1,3 kg, apresentacasca roxa a alaranjada quando maduro. A polpa amarela, com aroma forte e teor de acarmuito alto (17 Brix a 22 Brix).

  • 25

    Gomo-de-Mel

    Variedade introduzida da China, em1991, pelo Instituto Agronmico de Campi-nas. Foi recomendada por essa instituio,aps vrios ciclos de avaliao. Seus frutosso pequenos, com peso em torno de1,0 kg e casca amarela. Os frutilhos ouolhos so grandes e salientes, podendoser facilmente destacveis quando o frutoest maduro. A polpa tem colorao amarelo-ouro, suculenta, de timo sabor e apresentaelevado teor de acar (19 Brix) e baixaacidez.

    Imperial

    A cultivar Imperial, por ser resistente fusariose foi recomendada, em 2003, pelaEmbrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,para plantio em regies adequadas abacaxicultura, principalmente onde a

  • 26

    fusariose fator limitante para a produo.Dentre as caractersticas dessa variedade,destacam-se a ausncia de espinhos nasfolhas, o formato cilndrico, a cor da cascaamarela (na maturao) e o peso de 1,0 kg a1,6 kg. A polpa amarela, com elevado teorde acar (de 14 Brix a 18 Brix) e acidezmoderada, com excelente sabor.

    Propagao

    Mais do que em outras culturas, noabacaxi a boa qualidade do material de plantio condio bsica para o sucesso daexplorao. Essa exigncia se deve ao fatode sua propagao se fazer vegetativamente.Portanto, deve-se escolher mudas de boaprocedncia, sadias, vigorosas e de tamanhouniforme (nunca menos de 30 cm, comexceo da coroa), e colhidas em plantiosonde o nmero de plantas e frutos doentestenha sido inferior a 5%. No caso de se usar

  • 27

    mudas de plantio prprio, deve-se eliminartodos os frutos doentes, junto com oscachos de mudas, antes, durante e logo apsa colheita.

    Deve-se descartar, com rigor, as mudasou todos os cachos que apresentem o menorsintoma de doena, principalmente goma,pois um material infectado contaminar alavoura e comprometer a produo. Nocultivo do abacaxi, a sanidade das mudastem ainda maior importncia, porque, sedoentes, constituem o principal veculo dedisseminao da fusariose e da cochonilha,os principais problemas de sade da cultura.Dar preferncia a mudas fiscalizadas e/oucom registro de origem.

    Os tipos de mudas do abacaxizeiro soa coroa, o filhote, o filhote-rebento e orebento (Fig. 1). Tratando-se da cultivarProla, os tipos mais utilizados so os

  • 28

    filhotes ou mudas de cacho, devido suaproduo abundante. Os rebentes so maisempregados em plantios da cultivar SmoothCayenne, na qual a produo de filhotes insignificante. As coroas constituem bommaterial de plantio, mas s se achamdisponveis, em abundncia, nas regiesonde o abacaxi industrializado.

    coroa

    filhote

    filhote rebento

    rebento

    Fig. 1. Esquema de um abacaxizeiro mostrando os diversostipos de mudas convencionais.

  • 29

    Para melhorar a qualidade da muda eprepar-la para o plantio, so necessrias aceva e a cura. A ceva consiste em deixar asmudas no cacho aderido planta-me poralguns meses, a fim de que atinja tamanhoadequado para o plantio. A cura consiste emexpor as mudas separadas ou no docacho , com a base virada para cima, ao dos raios solares, durante alguns dias.Tem por finalidade apressar a cicatrizaodos tecidos lesionados por ocasio dacolheita da muda, bem como eliminar oexcesso de umidade e melhorar a eficinciada seleo. O desbaste das folhas ressecadasda base e o tratamento das mudas porimerso em soluo de defensivos, antes doplantio, so consideradas, hoje, prticasdiscutveis para as condies brasileiras.Mostram pouca eficcia em relao aosproblemas fitossanitrios existentes.

  • 30

    Existe ainda a muda sadia ou de viveiro,produzida pelo corte do caule da planta-me(aps a colheita do fruto), do rebento oumesmo da coroa (Fig. 2). Os pedaos soplantados (horizontal ou verticalmente) emsementeiras ou viveiros, at a brotao dasgemas e formao da muda com tamanhoadequado para o transplante no campo.Arrancada a planta, desbastadas as folhas eeliminadas as razes e a parte apical, o caule

    A - Plano de corte da parte basal; B - Diviso transversal do talo empedaos com 10 cm de comprimento; C - Corte da parte apical; D - Corteslongitudinais das seces intermedirias; E - Corte da parte apical; D1 , E1- Seces prontas.

    Fig. 2. Fases do seccionamento do talo.

  • 31

    cortado em pedaos longitudinais ou emdiscos com guilhotina, faco ou serra circularmotorizada. Descartam-se, com rigor, todosos pedaos com sintomas internos ou externosde fusariose (Fig.3). Depois de cortados,ainda no mesmo dia, os pedaos de cauleso submetidos a um tratamento fungicida-inseticida, imergidos em soluo de triadi-mefom, 40 g, e etiona, 75 mL, em 100 L de

    Fig. 3. Seces do caule com sintoma de fusariose (direita- D) e sadias (esquerda - E).

  • 32

    gua (Fig. 4). Esse tratamento essencial paraa produo de mudas sadias, livres defusariose, destinadas a plantios em regiesnovas, sendo especialmente importante para acultivar Smooth Cayenne, outras variedadesque produzem poucas mudas e, tambm, nocaso de novas variedades geradas em progra-mas de melhoramento gentico.

    Fig. 4. Tratamento das seces do talo por imerso numasoluo inseticida-fungicida.

  • 33

    Calagem e adubao

    O abacaxizeiro tolera bem a acidez, mash situaes em que a calagem necessria,principalmente quando so baixos os teoresde clcio e magnsio no solo. A necessidadede calcrio normalmente definida a partir dosresultados da anlise de amostras de solo,coletadas antes do estabelecimento da cultura.

    Quando necessria a calagem, d-sepreferncia ao calcrio dolomtico, sempre queo teor de magnsio no solo for baixo (inferiora 0,5 cmol

    c/dm3, conforme indicado pela

    anlise do solo).

    importante que o pH do solo sejamantido na faixa de 4,5 a 5,5, ideal para acultura do abacaxi. Valores mais altos depH podem limitar a disponibilidade, para aplanta, de micronutrientes (zinco, cobre, ferroe mangans) e contribuir para o desenvol-

  • 34

    vimento de microrganismos prejudiciais aoabacaxizeiro, como os fungos do gneroPhytophthora.

    A deciso sobre a quantidade defertilizantes a ser aplicada deve levar em contaoutros fatores, alm das exignciasnutricionais da planta. Entre eles incluem-sea capacidade de suprimento de nutrientespelo solo (revelada pela anlise do solo), onvel tecnolgico adotado pelo agricultor, adestinao da produo e a rentabilidade dacultura.

    Na maioria das situaes, a adubaonitrogenada, por planta, varia de 6 g a 10 gde N, a fosfatada, de l g a 4 g de P

    2O

    5, e a

    potssica, de 4 g a 15 g de K20.

    A Tabela 2 contm recomendaes deadubao para o abacaxizeiro, baseadas emresultados analticos de solo. Deve-se

  • 35

    Tab

    ela

    2. R

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    160

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    100

    Nitr

    ogn

    io

  • 36

    considerar que essas recomendaes tmcarter bastante generalizado, demandando,por conseguinte, ajustes e adaptaes paraatender adequadamente s diferentespeculiaridades dos sistemas produtivos decada regio produtora. O parcelamento daadubao e as respectivas pocas deaplicao, por exemplo, devem consideraro perodo previsto para a induo artificialda florao, assim como o regime de chuvasda regio.

    As pocas previstas nessa Tabela 2pressupem a induo da florao (verinduo floral) do 9 ao 10 ms, aps oplantio. Para plantios cuja induo estejaprevista para o 11 ao 13 ms, a segundaadubao pode ser feita at o 7 ao 8 msaps o plantio. E a terceira adubao deveanteceder em um ms o tratamento para ainduo floral. Procura-se sempre fazer

  • 37

    coincidir as adubaes com os perodos deboa umidade no solo, de modo a favorecero aproveitamento dos nutrientes pela planta.

    Os adubos minerais slidos (uria,superfosfatos, cloreto de potssio etc.)devem ser aplicados no solo, junto splantas, ou nas axilas das folhas basais. Logoaps as aplicaes junto as plantas, recomendvel cobrir os adubos com terra(amontoa), para evitar a perda de nutrientes.

    Os adubos orgnicos (estercos, tortasvegetais e outros) so especialmenteapropriados para uso em solos arenosos epobres em matria orgnica. Devem seraplicados por ocasio do plantio do abacaxiou na primeira adubao em cobertura. importante no deixar cair terra ou adubono olho da planta.

    A adubao foliar, por via lquida, alternativa vlida para suprir a cultura em

  • 38

    nutrientes minerais. mais usada nas se-guintes situaes:

    a) Aplicao de fertilizantes durante aestao seca.

    b) Suplementao de adubaes ni-trogenadas e potssicas feitas por via slida.

    c) Aplicao de micronutrientes.

    Nas pulverizaes foliares de adubos,evitam-se as horas mais quentes do dia, assimcomo o escorrimento excessivo e o acmulodas solues nas axilas das folhas, (para queno ocorram queimas). recomendveltambm que a concentrao total de adubosna soluo no v alm de 10%.

    Instalao do Abacaxizal

    Alm dos aspectos tcnicos, na explo-rao econmica do abacaxi, preciso levarem conta outros pontos igualmente impor-

  • 39

    tantes e estratgicos, relacionados com aaptido edafoclimtica e localizao da rea,disponibilidade e custo da mo-de-obra, viasde acesso e escoamento da produo, exis-tncia de fontes de gua e distncia deagroindstrias e de centros de consumo.

    O preparo do solo comea com a reti-rada da vegetao existente (roagem),seguindo-se a arao e gradagem (efetuadanos dois sentidos do terreno), a uma profun-didade mnima de 30 cm. Com isso facilita-se o crescimento do frgil sistema radicardo abacaxizeiro.

    Quando se planeja formar o abacaxizalem rea j antes ocupada com a planta, precisoprimeiro destruir os restos culturais deixando-os na superfcie do solo ou incorporando-osao solo. Essa operao difcil, por causada elevada quantidade de massa vegetal(cerca de 100 t/ha). Mas sua execuo permitemelhorar as caractersticas fsicas do solo,

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    colocar disposio das plantas certosnutrientes, contidos na vegetao precedente,e auxiliar no controle de pragas, como acochonilha. Mesmo que o emprego do fogopara a eliminao dos restos culturais sejacontra-indicado, em algumas situaes recorre-se a ele, principalmente entre os pequenosprodutores, e no caso de altas infestaes depragas.

    A poca de plantio tem papel relevantena explorao econmica do abacaxi, pois este,quando submetido a tratos adequados, podeproduzir comercialmente durante o ano inteiroou, ento, produzir fora da poca da safratradicional.

    Geralmente, planta-se entre o final daestao seca e durante a chuvosa. Contudo, oplantio pode estender-se por todo o ano,dependendo da regularidade das chuvas, dapossibilidade de irrigao, das condies de

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    umidade do solo e da disponibilidade de mudasde qualidade e de mo-de-obra.

    A umidade do solo favorece o estabe-lecimento do sistema radicular nos primeirosmeses aps o plantio e o crescimento doabacaxizeiro. Evita-se, porm, plantar nosperodos de chuvas muito intensas, porque mais difcil trabalhar o solo, aumentando,assim, os problemas com doenas. Evitam-se tambm os perodos de estiagem prolon-gada, pelos prejuzos que causam ao desen-volvimento inicial da planta. Sob condiesclimticas mais uniformes, a poca de plantiotorna-se menos crtica.

    O plantio pode ser feito em filas sim-ples, duplas e triplas (estas mais raramente),cada qual apresentando vantagens e desvan-tagens. Os sistemas mais comuns so os defilas simples e duplas, e sua escolha depen-de de fatores como: disponibilidade de rea

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    e mo-de-obra, cultivar, solo, topografia,acervo tecnolgico, etc. O plantio em filassimples pode facilitar os tratos culturais,principalmente no caso de cultivares com folhasespinhosas, enquanto o de filas duplas permitecolocar maior nmero de ps por unidade derea e melhor sustentao deles, evitando seutombamento, na poca da frutificao. Nessecaso, recomenda-se fazer o plantio nas fileirasem qincncio, ou seja, com as plantasdispostas alternadamente.

    Variam bastante as medidas de espa-amento para o plantio do abacaxi nasdiversas regies produtoras do mundo, porsua relao com a cultivar utilizada, o tipo desolo e outros fatores. Assim, as densidadesvariam de 20 mil a 75 mil plantas por hectare.No Brasil, as mais usadas so de 25 a 40 milplantas por hectare. Quanto aos espaamentos,os mais comuns so os seguintes:

  • 43

    a) Fileiras simples: 80 cm a 120 cm entrefilas e 30 cm a 40 cm entre plantas, o quecorresponde a populaes de, aproxima-damente, 20 mil a 48 mil plantas por hectare.

    b) Fileiras duplas: 90 cm a 120 cm entrefilas duplas, 30 cm a 50 cm entre as filassimples e 25 cm a 40 cm entre as plantas nasfilas, o que resulta em populaes de 29 mila 67 mil plantas por hectare.

    As cultivares Smooth Cayenne e Goldpodem ter espaamentos menores (densida-des maiores), enquanto para a Prola, Jupi,Imperial e Gomo de Mel so recomendadosespaamentos mais largos (densidadesmenores).

    Quando a produo se destina aoconsumo dos frutos in natura, o espaa-mento deve proporcionar a obteno domaior nmero deles, com peso entre 1,2 kg

  • 44

    e 1,8 kg. Se a produo vai para a indstria(para compota), podem ser usados espaa-mentos maiores, o que proporciona frutostambm maiores e mais pesados (entre 1,3 kge 2,0 kg). Se o produto vai para a indstriade sucos, o tamanho e o peso unitrio dosfrutos no tm maior importncia, tornando-se mais relevante a produo total por rea.

    As mudas podem ser plantadas emsulcos, covas ou fendas. Preferem-se ossulcos quando se dispe de sulcador e reasmaiores, pela rapidez do trabalho e economiade mo-de-obra. As covas so abertasmanualmente, com enxada ou com p deplantio tipo havaiano, ou mecanicamente,com coveador. Tanto os sulcos quanto ascovas devem ser fundos o suficiente, aproxi-madamente um tero do comprimento damuda, para evitar o tombamento desta. Nocaso da fenda, enquanto uma pessoa a abre

  • 45

    com uma enxadeta, outra coloca a muda naabertura, no exato momento em que a pri-meira retira a ferramenta. Inicialmente a mudafica inclinada, tomando a posio vertical nodecorrer de seu crescimento.

    Aps a seleo (por tipo e tamanho oupeso e pela sanidade), as mudas so distri-budas ao longo das linhas, e devem serplantadas no menor espao de tempopossvel. Colocadas verticalmente dentro dacova ou do sulco, chega-se terra, mascuidando para que esta no caia no centroda roseta foliar.

    Plantam-se as mudas em quadras,separadas de acordo com o tipo e peso outamanho delas, de modo a facilitar os tratosculturais e a colheita. Em terreno plano, ossulcos ou covas devem ser abertos nosentido do maior comprimento da rea, afim de aumentar o rendimento das mquinas.

  • 46

    J nos terrenos com declive, o plantio sefaz em nvel ou com o uso de outros mto-dos de conservao do solo.

    Conforme as condies do solo, oplantio pode ser feito em camalhes, o quefavorece o desenvolvimento do sistemaradicular do abacaxizeiro, a drenagem doexcesso de gua e o tratamento do solo porfumigao contra nematides e outraspragas. Os camalhes tm as dimenses de100 cm a 110 cm de largura na base, 70 cma 80 cm de largura no topo e 15 cm a 20 cmde altura.

    Tratos Culturais

    Controle do mato

    Por serem suas razes superficiais, oabacaxizeiro ressente-se bastante da con-corrncia das plantas infestantes (mato), que

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    contribuem para atrasar o desenvolvimentoda cultura e reduzir sua produo. Por isso,recomenda-se manter o mato semprecontrolado, principalmente nos primeiros 5ou 6 meses aps o plantio.

    Em pequenas reas, o mato pode sercontrolado com o uso de cobertura mortasobre o solo (palhas diversas). Em reasmaiores, elimina-se o mato com enxada, omtodo mais comum, ou com apenas roageme herbicidas registrados para a cultura. Durantea capina, cuida-se para no danificar as razese nem outras partes da planta, evitando tambmdeixar cair terra na roseta foliar, quando sefizer a amontoa. Essa amontoa, efetuadajunto com a capina, ajuda a sustentar melhor aplanta e aumentar a rea de absoro dosnutrientes. Dependendo da intensidade deinfestao e do tipo de mato, so necessriasde duas a dez capinas manuais, durante o cicloda cultura, o que exige bastante mo-de-obra.

  • 48

    O controle de mato com herbicidas boa alternativa, especialmente em plantiosgrandes e nos perodos chuvosos, quandoo mato cresce mais rapidamente. O controlequmico tem como vantagens: exigir menosmo-de-obra, reduzir o risco de danos splantas e ser menos oneroso. Entretanto, preciso que haja uma fonte de gua nasproximidades e que a aplicao seja bem feita,para evitar que o abacaxizeiro sofra oseventuais efeitos txicos dos produtosqumicos.

    Os herbicidas registrados e suasdosagens por hectare so os seguintes:diuron (1,6 kg a 3,2 kg de ingrediente ativoi. a.), simazina (2,4 L a 3,2 L), ametrina(2,4 L a 3,2 L), ou ametrina + simazina(2,4 kg a 3,2 kg), misturados em 400 L degua, aplicados entre 30 e 60 dias aps oplantio, e repetidos, se necessrio, entre 90e 120 dias do plantio, em pr-emergncia do

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    mato, com solo mido e jato dirigido sentrelinhas. As menores doses indicadaspodem ser usadas na primeira aplicao, emrea total e em solos arenosos. J os solosmais pesados exigem as doses maiores.Entretanto, recomenda-se dar preferncia aherbicidas ps-emergentes para diminuir osdanos causados ao meio ambiente, em especialo solo.

    Usam-se bicos em leque, fazendo aaplicao a uma altura de 30 cm a 50 cm donvel do solo. Em plantios irrigados o consumo de, aproximadamente, 800 L/ha. Comfreqncia so necessrias capinas manuais paracomplementar o controle qumico do mato,sobretudo para se efetuar a amontoa e cobriros adubos aplicados.

    Irrigao

    Tido como planta com necessidadeshdricas pequenas, quando comparado com

  • 50

    outras espcies cultivadas, o abacaxizeiropode sofrer com a falta de gua, sobretudona regio semi-rida e no cerrado. Issoporque, nessas regies, a pluviosidade insuficiente, em volume e distribuio,podendo inviabilizar a explorao econmicada cultura sem irrigao, principalmentequando se pretende a elevao da produtivi-dade e da qualidade da produo, associada necessidade de deslocamento da colheitapara perodos de entressafra, com preosdo fruto mais favorveis ao produtor. Almdisso, o uso da irrigao pode tornar a ofertade abacaxi mais uniforme ao longo do ano,o que fundamental para a conquista e amanuteno de novos mercados.

    Um plantio comercial de abacaxi requer,em geral, quantidade de gua equivalentea uma precipitao mensal de 60 mm a100 mm. Em reas com pluviosidade anual

  • 51

    inferior a 500 mm, o abacaxi s deve sercultivado com irrigao. Todavia, mesmo emreas com pluviosidade total anual acimadesse limite, a irrigao necessria seocorrer um perodo de trs meses consecu-tivos com chuvas inferiores a 15 mm/msou se ocorrerem quatro meses com menos de25 mm/ms, ou ainda cinco meses com chuvasinferiores a 40 mm/ms.

    A demanda de gua do abacaxizeirovaria ao longo do ciclo da planta, depen-dendo do seu estdio de desenvolvimento edas condies de umidade do solo ademanda diria de gua pode ser de 1,3 mma 5,0 mm. O suprimento de gua crticodurante os dois primeiros meses aps oplantio, fase de emisso de razes, quandoum dficit hdrico pode causar uma desuni-formidade no crescimento das plantas,prejudicando o manejo e o rendimento dacultura. A partir do segundo ms, as neces-

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    sidades hdricas crescem linearmente, emrazo da continuidade do desenvolvimentodas razes e incio da emisso foliar da planta,at atingir o sexto ms aps o plantio. A partirda o consumo de gua mximo e constan-te, permanecendo nesse patamar at aformao total do fruto, mais ou menos 120dias aps a induo floral, quando o consu-mo volta a decrescer at a colheita.

    Um perodo de deficincia de gua nafase de desenvolvimento do fruto pode afetarseriamente o seu peso. Por sua vez, na fasede maturao do fruto, a qualidade orga-nolptica deste bastantes sensvel a umexcesso de gua, com um pico de sensibili-dade a cerca de um ms da colheita,aconselhando-se a suspenso da irrigaomais ou menos 10 dias antes.

  • 53

    No existem restries a nenhum mto-do de irrigao para a cultura do abacaxi,todavia, a irrigao por asperso a quemelhor se adapta ao abacaxizeiro, em funodo formato e da distribuio de suas folhas,que permitem melhor captao da guaaspergida, aumentando sua absoro atravsdas razes adventcias superiores.

    Os sistemas de irrigao por aspersomais representativos so: asperso conven-cional, linhas laterais autopropelidas comdeslocamento linear (lateral rolante) ou radial(piv central), aspersores autopropelidos(com ou sem cabos de trao) e montagemdireta.

    De maneira geral, os sistemas de irriga-o localizada se justificam mais para regiesonde a disponibilidade de gua limitada,os custos de mo-de-obra so altos e astcnicas culturais so avanadas. Desses

  • 54

    sistemas, o gotejamento o mais utilizadona cultura do abacaxi, principalmente noHava, associado ao uso de filme de polieti-leno para cobertura do solo nas linhas deplantio.

    O sistema de irrigao por microasper-so tem como inconvenientes a necessidadede elevao freqente e continuada dashastes-suporte dos microaspersores medidaque as plantas crescem, a fim de atingir umarea maior de asperso de gua, e a filtragemde gua (tambm exigida no gotejamento).Esse sistema de irrigao vem sendoutilizado quando o abacaxizeiro plantadocomo cultura secundria, nas entrelinhas depomares de manga, acerola, coco, etc., numprocesso de introduo da cultura no Semi-rido nordestino.

    Um manejo adequado da irrigao deveser exercido, haja vista que tanto o excesso

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    quanto a falta de gua prejudicial cultura.O excesso de gua prejudica bastante oabacaxizeiro, principalmente por asfixiar asrazes das plantas e por favorecer o ataquede pragas e doenas, considerando-se quedificilmente haver expectativa de colheita seo abacaxizeiro for plantado em solos comproblemas de drenagem, onde a precipitaomdia anual exceder 3.000 mm. J o dficithdrico afeta o desenvolvimento do sistemaradicular, o crescimento da planta, aqualidade do fruto e o rendimento da cultura,como descrito anteriormente.

    A irrigao, alm de acelerar o cresci-mento da planta, de garantir a produo e aprodutividade dos plantios nas zonas comdficit hdrico e/ou m distribuio de chuva,permite, ainda, a aplicao concomitante defertilizantes dissolvidos na gua (fertirri-gao), alm de inseticidas e fungicidas(quimigao).

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    Consorciao

    Em vrias regies do mundo, produtorasde abacaxi, os agricultores procuram reduziros riscos da monocultura, mediante a consor-ciao, particularmente com espcies ali-mentares, de ciclo curto. O sistema, alm deno causar problemas a nenhuma das culturas, benfico do ponto de vista social e econ-mico, por melhorar a renda e o regime alimentardo agricultor.

    No Brasil, a consorciao do abacaxi praticada por pequenos agricultores dasdiferentes regies produtoras, associando-o especialmente a culturas de subsistncia(os feijes Phaseolus e Vigna, a mandioca,o milho, o amendoim e o arroz). Geralmente,as culturas consortes so introduzidas nafase inicial da cultura do abacaxi e colhidasapenas uma vez (excetuado o caso da mandi-oca, de ciclo mais longo). Em outros pases,

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    exploram-se, ainda, o quiabo, pimento,tomate, repolho, couve, etc.

    Todas essas culturas so instaladas nasentrelinhas do abacaxi, em espaamentosadequados e na mesma poca, de modo queno haja prejuzo mtuo. Na Martinica,explora-se a soca (segunda safra) do abacaxi,fazendo o consrcio com couve e feijo.Estes so plantados entre as filas duplas,sobre os camalhes e no nas entrelinhas.

    Plantas arbreas e arbustivas, de ciclolongo ou perene, tambm podem serconsorciadas com o abacaxi. Nesse caso, oabacaxi passa a ser a cultura secundria,servindo para custear a instalao da outra.So exemplos desse arranjo os consrcioscom abacate, citros, manga, coco, mamo,guaran e caf, entre outras espcies.

    Alguns aspectos devem ser conside-rados no estabelecimento de consorciaes,

  • 58

    pois podem ocorrer combinaes adversas.Tambm convm ter em mente que o sistemaconsorciado dificulta a execuo de algumasprticas culturais. isso que torna suaadoo mais difcil em plantios grandes,particularmente nos dotados de alto grau demecanizao.

    De modo geral, o consrcio restringe-se aos primeiros seis meses do ciclo doabacaxizeiro, no se devendo usar plantas quelhe faam sombra em demasia, e nem herbi-cidas para o controle do mato.

    Rotao de culturas

    A rotao de culturas outra prticaimportante, merecedora de mais ateno pelosagricultores e pesquisadores. Ela permitemelhorar e recuperar os solos cultivados comabacaxi, principalmente aqueles em que se fazexplorao intensiva e se empregam herbicidas.

  • 59

    Na Martinica costume introduzir na rotao asoja, a crotalria, o sorgo, o feijo Vigna, ocalopognio e o siratro.

    No Brasil no tem sido dada muitaimportncia a essa prtica, e sua ausnciacausa problemas ao solo em regies produto-ras, aps vrios anos de cultivo intensivo deabacaxi. A incorporao de restos de culturapode melhorar as caractersticas fsicas dosolo, e tcnica recomendvel.

    Induo da florao

    A poca de florao, e, portanto, a pocada colheita do abacaxi podem ser antecipadas,mediante a aplicao de certas substnciasqumicas (fitorreguladores) na roseta foliar oupela pulverizao da planta. A prtica visaimpedir a florao natural, bastante heterognea,e uniformizar a frutificao. Deve ser bemplanejada, de modo a evitar a concentrao

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    das operaes na propriedade e fazer com quea colheita ocorra em poca favorvel vendados frutos. No caso do Brasil, faz-se a floraocoincidir com as pocas em que as condiesclimticas sejam desfavorveis ao ataque dafusariose (ver controle de doenas).

    O peso do fruto depende no s dascondies climticas no perodo de desen-volvimento do fruto, mas, tambm, diretamentedo porte da planta na fase de diferenciaofloral. Assim, planta vigorosa e sadia produzfruto de maior volume e peso.

    Vrias substncias podem ser usadas coma finalidade de induzir a florao do abaca-xizeiro: etileno, carbureto de clcio (acetileno)e cido 2-cloroetilfosfonico (ethephon). Essassubstncias diferem entre si, quanto ao modode aplicao e a sua eficincia.

    O carbureto de clcio aplicado nointerior da roseta foliar, enquanto o etileno e o

  • 61

    ethephon podem ser pulverizados sobre asplantas. Alguns produtos exigem a repetiodo tratamento (etileno), o que deve ser feitodois a trs dias aps a primeira aplicao.A repetio dispensvel no caso de usodo ethephon ou do carbureto.

    Os indutores florais devem ser apli-cados noite (entre 20h s 5h), ou nashoras mais frescas do dia, ou ainda emdias nublados. As plantas devem estar bemdesenvolvidas, com idade variando de 7 a14 meses, o que depende do manejo, emespecial se com ou sem irrigao. Ou apli-ca-se 6 meses antes da poca escolhidapara a colheita. Em regies frias, como oSul do Pas, esse ltimo perodo podetornar-se mais longo.

    Aplicvel sob a forma slida e lqui-da, o carbureto de clcio uma das subst-ncias mais usadas para a induo floral em

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    abacaxizeiro. No primeiro caso, coloca-se de 0,5 g a 1,0 g por planta, no centro daroseta foliar, em perodos chuvosos. Parauso na forma lquida, tomam-se asseguintes providncias, passo a passo: emum recipiente com capacidade para 200 Le fechamento hermtico, colocam-se 150 Lde gua limpa e fria e de 400 g a 500 g decarbureto. Fecha-se o recipiente e agita-se at no se ouvir mais o rudo da reao.Logo aps, com auxlio de um pulve-rizador costal (sem presso) ou outrorecipiente, aplicam-se 50 mL de soluono centro da roseta foliar de cada planta. o mtodo mais usado, principalmenteem perodos secos.

    O ethephon pode ser aplicado empulverizao total, na proporo de 50 mLda soluo por planta. Prepara-se a soluoa partir de 0,5 mL a 1,0 mL do produtocomercial por litro de gua, mais uria a

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    2% do produto comercial. A essa misturadeve-se acrescentar 7 g de hidrxido declcio (cal hidratada) para cada 20 L degua. Esse tratamento s deve ser repetidose chover algumas horas aps a primeirapulverizao. O ethephon, pela facilidadede aplicar, tem cada vez maior aceitao,conquanto apresente alguns inconvenientesquando usado em doses mais altas (reduodo peso do fruto, da percentagem de suco edo nmero de mudas tipo filhote/planta).

    Quanto ao gs etileno, sua aplicao sefaz com equipamento apropriado, a comearpela injeo, sob presso, de 800 g desse gsem 6 mil a 8 mil litros de gua/hectare. Adiciona-se soluo carvo ativado (0,5%) paraaumentar a reteno e difuso do gs na gua.Em seguida, pulveriza-se a planta. O tratamento mais eficiente quando efetuado noite e comrepetio a intervalos de 2 a 3 dias. Umdos inconvenientes dessa substncia a

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    grande quantidade de gua necessria parasua aplicao.

    Controle de doenas

    Dentre as doenas que atacam o abaca-xizeiro, destacam-se a fusariose, a podrido-da-base-da-muda, a podrido-das-razes, apodrido-do-olho e a podrido-negra.

    Fusariose _ Causada pelo fungo Fusariumsubglutinans, a principal doena doabacaxi no Brasil. Provoca perdas naproduo de frutos, que variam conforme avariedade, poca de colheita e regioprodutora, e podem ser superiores a 80%.Sua incidncia mais alta quando a fruti-ficao ocorre em perodos chuvosos. Suaocorrncia nos frutos produzidos em pocassecas bastante reduzida.

    A doena pode infectar todas as partesdo abacaxizeiro. Nas mudas e plantas adul-

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    tas, o fungo provoca leses localizadas,geralmente no tero inferior do caule e nabase das folhas aderidas regio atacadado caule. A leso, ao aumentar, reduz o fluxoda seiva, a planta pra de crescer, murcha emorre. O ataque da fusariose apresenta comocaracterstica a exsudao (escorrimento) deuma substncia gomosa, a partir da regioafetada. Nos frutos, a doena provoca apo-drecimento da polpa. H tambm exsudaode goma das partes do fruto atacado.

    Combate-se a fusariose mediante umconjunto de prticas integradas, a seguir:

    y Utilizar mudas sadias para a instalaode plantios novos, recomendando-se aproduo de mudas pelo mtodo deseccionamento do caule.

    y Usar mudas convencionais tipo filhote,rebento ou coroa, desde que sejam

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    provenientes de reas onde a incidnciade fusariose tenha sido baixa ou nula.

    y Selecionar rigorosamente as mudas edescartar as que esto com exsudaode goma ou com qualquer leso ouferimento.

    y Inspecionar periodicamente e eliminarplantas doentes, removendo-as docampo.

    y Executar a induo floral, de maneiraque a frutificao ocorra em pocasdesfavorveis ao desenvolvimentoda doena.

    y Aplicar fungicidas durante a florao,sempre que a frutificao ocorrer empocas chuvosas. Usar produtos registrados para a cultura somente mediantereceiturio agronmico.

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    A pesquisa j identificou variedadesresistentes fusariose. Entre elas destacam-se a Perolera e a Primavera, recomendadaspela Embrapa Mandioca e FruticulturaTropical, para plantio em regies onde afusariose ocorre em incidncia elevada.Hbridos resistentes, a exemplo do abacaxiImperial, tambm esto disponveis paraplantio.

    Podrido-da-base-da-muda _ Provocadapelo fungo Chalara paradoxa que penetrapelos ferimentos que ocorrem quando asmudas so arrancadas da planta-me. Emconseqncia, registra-se a podrido-do-caule. Pouco tempo depois do plantio asmudas atacadas mostram sintomas demurcha.

    O primeiro passo para controlar essadoena consiste em evitar que as mudassejam amontoadas antes do plantio. Em

  • 68

    seguida, deve-se promover uma cicatrizaorpida dos ferimentos, atravs da exposioda base da muda ao direta dos raiossolares e do vento. Caso sejam usadascoroas como material de plantio, deve-se re-mover todos os fragmentos da polpaaderidas a sua base. Em pocas quentes echuvosas, favorveis doena, deve-seefetuar o tratamento pr-plantio das mudas,mediante imerso em calda fungicidacontendo produto registrado no Ministrioda Agricultura, Pecuria e Abastecimento(Mapa) para este fim.

    Podrido-de-razes-do-abacaxizeiro _

    Causada pelo fungo Phytophthora cinnamomi,esta doena ocorre em perodos chuvosos,de temperatura baixa e em solos que tendem aser alcalinos e com m drenagem. Surge emqualquer idade da planta e provoca o amare-lecimento e murcha das plantas atacadas. Estaspodem ser facilmente arrancadas do solo por

  • 69

    apresentarem sistema radicular inteiramenteapodrecido. Para controlar a doena, omelhor mtodo formar a cultura em solosbem drenados, com boa aerao, ou, ento,plantar em leiras ou camalhes. Porpromover uma drenagem rpida do solo, ouso de leiras ou camalhes pode requerer aprtica da irrigao. Na falta de opo, oplantio em solos contaminados tem de serfeito em pocas desfavorveis doena oudeve-se usar mudas tratadas no pr-plantio,mediante imerso delas em calda fungicida(preparada conforme recomendao daExtenso Rural).

    Podrido-do-olho _ Causada pelo fungoPhytophthora nicotianae var. parastica,ocorre nas principais regies produtoras domundo. As folhas mais novas de uma plantaatacada apresentam colorao amarelaembaada a cinza e podem ser facilmenteremovidas. Trata-se, portanto, de podrido-

  • 70

    mole, e o odor desagradvel. Dois pero-dos do desenvolvimento do abacaxizeiro socrticos em relao ocorrncia dessapodrido: o plantio e o tratamento de in-duo floral, principalmente quando se usao carbureto de clcio como indutor. Apodrido-do-olho deve ser controladapreventivamente, tanto em tratamento pr-plantio (seguido de uma pulverizao trs aquatro semanas aps), quanto pela aplicaode fungicidas (uma semana depois dotratamento de induo floral). Os produtosutilizados devem estar devidamente registradosno Mapa para esta finalidade. Outras medidasde controle consistem em no usar mudas dotipo coroa para formar novas reas, e evitar acolocao de plantas invasoras sobre oabacaxizeiro, porquanto essa prtica faz comque o solo contaminado prejudique a cultura.Todas as variedades cultivadas atualmente sosuscetveis essa doena.

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    Podrido-negra _ Atinge o abacaxi na fasede ps-colheita, causando perdas principal-mente na produo destinada exportaode fruta fresca. causada pelo fungoChalara paradoxa, que penetra no frutotanto pelo ferimento da base, resultante dacolheita, quanto pelos ferimentos na casca,decorrentes do manuseio, armazenamentoe transporte menos cuidadoso. Atingida, apolpa se liqefaz, perde suco, restandoapenas fibras no interior do fruto.

    Tomam-se as seguintes providnciascontra a podrido-negra:

    y Evitar ferimentos na superfcie do frutodurante as operaes de colheita, ar-mazenamento, embalagem e transporte.

    y Eliminar os restos culturais nas proxi-midades da rea onde os frutos so ar-

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    mazenados e processados para expor-tao.

    y Tratar os frutos por imerso em uma caldafungicida, at no mximo 12 horasaps a colheita; armazenar e transportaros frutos a 8C.

    Controle de pragas

    A broca-do-fruto, Strymon megarus, ea cochonilha, Dysmicoccus brevipes(causadora da murcha-do-abacaxi) so aspragas mais comuns do abacaxizeiro.

    Broca-do-fruto _ a larva de uma pequenaborboleta, que ataca a inflorescncia doabacaxi cavando galerias e provocando oaparecimento de uma substncia comaspecto de goma. Esse sintoma no deveser confundido com o da fusariose. Osprejuzos causados pela broca podem atingir80%, quando no controlada devidamente.

  • 73

    Sempre que possvel, o produtor deverealizar o monitoramento peridico dasinflorescncias. Essa prtica permitir que aaplicao de inseticidas seja iniciada apenasquando forem observados adultos dessapraga na rea e/ou seus ovos nas inflores-cncias. Em plantios de at 5 ha, deve-seobservar 20 inflorescncias seguidas em 10filas escolhidas ao acaso, caminhando-se emziguezague, num total de 200 plantas porhectare. Em plantaes com mais de5 ha, deve-se observar 400 plantas, isto ,20 inflorescncias em 20 filas, no mesmoesquema anterior (Fig. 5). Essas observaesdevem ser semanais, desde o aparecimentoda inflorescncia na roseta foliar cerca de6 semanas aps a aplicao do indutor floral, at a 12a semana ou seja, aps ofechamento das ltimas flores. Para que omonitoramento seja eficiente, deve-se evitaro uso de carbureto em pedra ou granulado,

  • 74

    pois seu resduo dificulta a visualizao dosovos da broca. Ao se observar pelo menosum adulto da broca (borboleta) na rea ouduas inflorescncias com pelo menos umovo, o controle deve ser iniciado. Pulverizar1.000 L de calda inseticida por hectare(35 mL calda/inflorescncia/aplicao).Havendo a necessidade de reaplicar oproduto, deve-se manter o intervalo de 15dias entre as pulverizaes. Caso seja usado

    Fig. 5. Esquema de caminhamento para amostragem da broca-do-fruto do abacaxizeiro durante a fase de florescimento da culturaem plantio de at 5 ha ( ) e com mais de 5 ha (O). Avaliar 20inflorescncias por local de amostragem.

  • 75

    um inseticida biolgico, o intervalo deve serde 7 a 10 dias. Se necessrio, o inseticidapode ser aplicado junto com o fungicidausado no controle da fusariose.

    O tratamento contra a broca-do-frutopode ser feito com os seguintes produtos equantidades para 100 litros de gua: bactriaBacillus thuringiensis (inseticida biolgicoWP 60 g); carbaril 850 WP (150 g), fenitro-tiona 400 PM (200 g), deltametrina 25 CE(20 mL), triclorphon 500 (300 mL); aplicar35 mL da calda por inflorescncia. Noesquecer de adicionar um espalhante adesivo calda. Na ausncia de chuvas, pode-se usarinseticida em p (carbaril DP 75 15 kg/ha).

    Cochonilha _ um inseto pequeno, semasas, coberto por um tipo de p branco,encontrado na axila das folhas, sugando aseiva da planta. Ela responsvel pelatransmisso de uma doena, a murcha-do-

  • 76

    abacaxi, que pode causar perdas deproduo de cerca de 80%. Os sintomas deataque dessa praga aparecem, inicialmente,nas razes (que secam e morrem). Poste-riormente ocorre um murchamento edescolorao graduais das folhas, queadquirem uma cor vermelha-amarelada). Osbordos das folhas, nessa fase, dobram-separa baixo, as folhas curvam-se em direoao solo e depois secam. A cultivar SmoothCayenne mais sensvel murcha do que aProla.

    Para manter a cochonilha sob controle,antes do plantio o produtor deve destruir osrestos do cultivo anterior, a fim de evitarnovos focos de infestao; usar mudas dereas que tenham sido submetidas a um bomtratamento fitossanitrio; colocar as mudascolhidas sobre as plantas-me, com a basevoltada para cima, a fim de que sejam

  • 77

    expostas ao sol durante alguns dias, parareduzir a populao de cochonilhas.

    O tratamento qumico de mudas s recomendado nos casos de alta infestao,quando existe grande nmero de colnias decochonilhas. Nesse caso, as mudas somergulhadas em uma soluo inseticida-acaricida, preparada com etiona 500(150 mL/100 L de gua), durante 3 a 5 minutos.Adicionar um espalhante adesivo calda paraque haja uma boa distribuio e fixao dacalda na superfcie da muda. Aps esseintervalo, retirar as mudas, deixar escorrer olquido excedente e, em seguida, coloc-las emposio vertical, a fim de que a soluo alcancemelhor a parte basal das folhas. O tratamentodas mudas pode ser feito tambm por meio depulverizaes, quando elas estiverem em fasede crescimento ou ceva, na planta-me, aps acolheita do fruto. Esse processo exige menosmo-de-obra.

  • 78

    Para ajudar a diminuir a disseminaoda cochonilha, necessrio combater asformigas doceiras, como por exemplo, aslava-ps. Um bom preparo do solo pode sersuficiente para diminuir esse problema. Mas,em caso de reinfestao, deve-se aplicar umacalda de parationa-metlica (135 mL/100 Lde gua), com um pulverizador costal sembico, no olho do formigueiro, at o enchar-camento.

    Para evitar gastos e aplicaes desne-cessrias, o produtor, na medida do possvel,deve realizar periodicamente uma vistoriarigorosa para detectar a presena de plantascom sintomas de murcha ou com colniasde cochonilhas. Essa prtica, chamada demonitoramento, que vai indicar a neces-sidade ou no de efetuar o controle qumico.Em plantios de at 5 ha, deve-se observar50 plantas seguidas em 10 filas escolhidasao acaso, num total de 500 plantas por

  • 79

    hectare, caminhando-se em ziguezague. Emplantaes com mais de 5 ha, deve-seobservar 1.000 plantas, isto , 50 plantas em20 filas, no mesmo esquema anterior. Essasobservaes devem ser quinzenais, desde oterceiro ms aps o plantio at o tratamentode induo da florao.

    Ao se detectar pelo menos uma plantacom sintoma de murcha ou com uma colniade cochonilha na rea de at 5 ha, ou pelomenos duas plantas com sintomas de murchaou com colnias de cochonilhas em reasacima de 5 ha, deve-se iniciar o controlequmico. O controle pode ser repetido a cadatrs meses, encerrando no dcimo primeiroms aps o plantio, aplicando-se um dosinseticidas: imidacloprido 700 GR (30 g/100 L de gua), imidacloprido 200 SC (100mL/100 L de gua), tiametoxan 10 GR (10 a15 kg/ha), etiona (gel) (75 mL/100 L de gua),Deve-se adicionar um espalhante adesivo

  • 80

    calda para que haja uma boa distribuio efixao da calda na superfcie da planta.Aplicar de 30 mL a 50 mL de calda porplanta, no caso de usar produtos de aode contato (por exemplo, etiona), se a caldaaplicada escorrer pelas folhas e atingir a baseda planta, molhando o solo, j o suficiente.

    Broca-do-talo, broca-do-olho ou broca-gigante _ Como vulgarmente conhecida,a Castnia icarus ocorre apenas na RegioNordeste, mas constitui um perigo potencialpara a cultura do abacaxi em determinadasregies produtoras do Pas. A lagarta abregalerias no talo, fazendo a planta definhargradativamente. Antes de morrer, ela emiteuma brotao lateral. Por ser o adulto umamariposa, de hbito diurno, que ocorredurante todo o ciclo cultural, fica caro o seucontrole qumico. Com isso, o controlemecnico ainda o meio mais econmico.Durante a inspeo da plantao, o agricultor

  • 81

    arranca os ps atacados, e com o auxlio deum faco corta o seu caule at localizar alagarta que, ento, deve ser destruda.

    caro-alaranjado ou caro-plano-da-base-das-folhas _ Aracndeo bem pequenoque, como a cochonilha, encontrado naaxila das folhas basais, parasitando-as eprovocando leses. O tratamento com etiona,para controlar a cochonilha, combatetambm o caro. Na produo de mudas porseccionamento do talo, esse caro podecausar grande prejuzo, em funo dafragilidade inicial das mudas.

    Colheita e Comercializao

    Os frutos para consumo in natura somais valorizados que os destinados indstria.Aqueles precisam vender mais pela aparncia(forma, cor, sanidade) e odor, podendo, assim,compensar maior investimento em sua pro-

  • 82

    duo. Esse aspecto importante, espe-cialmente se o fruto se destina ao mercadoexterno, muito exigente em qualidade eapresentao. Sabe-se que um dos problemasda cultura o manuseio inadequado do frutona colheita e ps-colheita, e a questo daqualidade est direitamente relacionada como destino do produto, que, por sua vez,influencia as prticas culturais.

    A colheita do abacaxi tem a ver com apoca do plantio, tipo de muda, e tratamentode induo floral. Quando a florao ocorrenaturalmente, a colheita estende-se por umperodo bastante longo. Isso causa uma sriede inconvenientes, que chegam a tornarantieconmica a explorao do abacaxi.

    Planeja-se a colheita em funo dacomercializao, dependendo, em grande parte,desse ajuste o sucesso econmico e a renta-bilidade da plantao.

  • 83

    Nas cultivares que produzem muitasmudas do tipo filhote, deve-se evitar cortartodo o cacho de mudas. Deixam-se algumasno pednculo, que serviro para novo plan-tio. Isso pode ser feito com uma sangria:corte parcial do cacho, com apenas poucasmudas servindo para embalar o fruto. A partecortada do pednculo deve ser tratada comfungicida (triadimefon). No caso de destinar-se a mercados prximos ou indstria, ofruto pode ser colhido sem as mudas.

    Em geral, a comercializao do abacaxise faz com a produo ainda no campo,antecipadamente e a granel. Levam-se emconta o tamanho e a aparncia do fruto, deacordo com os padres das variedades.Para os grandes mercados consumidores aonatural, seguem os frutos de primeiraqualidade, sadios e com peso em torno de1,5 kg. Aqueles que no atingem esse padro

  • 84

    so vendidos nos mercados locais, pertodas regies produtoras, ou so destinadosa industrializao.

    Se o plantio foi bem conduzido e apre-sentou bom estado sanitrio e produosuperior, pode-se colher uma segunda safra(ou soca). Para isso, deve-se dispensar splantas os tratos culturais necessrios ao seubom desempenho, especialmente a aduba-o e o controle de doenas e pragas. Nessecaso, aproveitam-se as mudas originadas daparte basal do caule (rebentes subter-rneos), a fim de evitar o tombamento eposterior dano ao fruto (por queima solar).

    Rendimentos

    Na cultura do abacaxi, muitos fatorescontribuem para a produo de frutos sem valorcomercial: florescimento precoce, pragas,doenas e intempries. No Brasil, o rendimentomdio de aproximadamente 80%. Significa

  • 85

    que em 1 ha, no espaamento de 80 cm x30 cm, com 41.600 plantas, e se 80% doproduo de qualidade, delas se obtm 33.200frutos comerciais. Contudo, como nem todoseles tm o mesmo padro, pode-se considerarque, desses, cerca de 75% so frutos paraconsumo ao natural (mercados de maior poderaquisitivo), e os restantes 25% so dequalidade inferior, mas aproveitveis pelasagroindstrias (de sucos, pedaos e crush) emercados locais (de menor poder aquisitivo).Com isso sero 24.900 frutos de primeiraqualidade, e 8.300, de segunda. Atualmente,segundo as Normas de Classificao doAbacaxi (CQH. Documentos, n. 24, 2003), osfrutos so classificados numa faixa que variade 0,9 a 2,4 kg. Para efeito de clculo, naconverso do rendimento de frutos porhectare para tonelada por hectare deve serconsiderado o seguinte peso mdio do frutodo abacaxi Prola: 1,35 kg.

  • 86

    Embalagem e Transporte

    Quando se destinam os frutos aomercado interno, geralmente so transpor-tados a granel, em caminhes sem refrige-rao. Os frutos da cultivar Prola sotransportados deitados sem arrancar asmudas do cacho (filhotes), que funcionamcomo embalagem. No caso da cultivarSmooth Cayenne, que em geral no produzmudas de cacho, costuma-se colocar umacamada de capim entre as camadas de frutos,ou ento, eles so transportados na posiovertical, com a coroa virada para cima. Aembalagem com capim pode ser usadatambm para a cultivar Prola.

    Quando o plantio feito para exportao,os frutos so embalados em caixas de papeloe transportados de caminho at o porto deembarque. O transporte em navios deveobedecer s seguintes condies nos pores

  • 87

    de armazenamento: 85% a 90% de umidaderelativa e 8oC a 12C de temperatura, com umaa duas renovaes de ar por semana. Essasmesmas condies so vlidas para a conser-vao dos frutos que, assim, podem durarat quatro semanas. Se essas exigncias noforem atendidas, o abacaxi pode ser consu-mido, no mximo, at duas semanas aps acolheita.

    No caso de venda indstria, os frutospodem, tambm, ser transportados a granel ouem caixas de plstico usadas na colheita.

    Coeficientes de Produo

    Na Tabela 3 encontram-se as informaessobre quantidades de mo-de-obra, horas detrabalho de mquina e de insumos exigidos paraa cultura de 1 ha de abacaxi, no espaamentode 80 cm x 30 cm e densidade de 41.600plantas. Na Tabela 4 encontram-se os coefi-

  • 88

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  • 90

    Especificao(1)

    InsumosPlantas-matrizesUriaSuperfosfato simplesCloreto de potssioAdubo foliar (NPK + micro)HerbicidaInseticida-acaricidaFungicidaFormicidaPreparo dos canteirosAraoGradagemPreparo das leirasIncorporao de adubo fosfatadoAplicao de herbicidaPlantioObteno e transporte dos talosSeccionamento dos talosTratamento das seces de taloPlantio das seces do taloPrticas culturaisPulverizaes (adubaes e tratossanitrios)Mondas e capinasIrrigaoOutras despesasColheita das mudasTransporte (l% dos custos levantados)

    Unidade(2)

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    D/HD/HD/H

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    (1)Dados baseados em trabalhos experimentais na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,considerando os canteiros de 25 m x 1,20 m e caminhos de 0,50 m de largura entre canteiros.(2) h/tr = hora de trator; D/H = homem dia.

    Tabela 4. Coeficientes tcnicos para produo de mudas deabacaxi (l hectare).

  • 91

    cientes tcnicos para 1 ha de mudas de abacaxi.Com base nesses dados, cada produtor podefazer seu prprio clculo de custo, tomandocomo referncia os preos unitrios de cadafator em sua regio, por ocasio do estabele-cimento da cultura.

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    Produo de mudas de mangaA cultura da bananaA cultura do mamo

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    A cultura do urucumA cultura da pimenta-do-reino

    A cultura da acerolaA cultura da castanha-do-brasil

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    A cultura da goiabaA cultura do mangosto

    A cultura do guaranA cultura da batata-doce

    A cultura da graviolaA cultura do dend

    A cultura da amora-pretaA cultura do caju

    A cultura da amora-preta (2 edio)A cultura da melancia

    A cultura do mamo (2 edio)A cultura da banana (2 edio)

    A cultura do limo-taiti (2 edio)A cultura da acerola (2 edio)

    A cultura do maracuj (2 edio)A cultura da batata

    A cultura da cenouraA cultura do meloA cultura da cebolaA cultura do sapoti

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