histÓria da famÍlia valente

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Esta família e seu Brasão de armas têm registro no Palácio Nacional de Sintra, na mais importante sala heráldica européia (Salão dos Brasões), logo abaixo da cúpula oitavada deste recinto consta as 72 (setenta e duas) primeiras Famílias Ilustres de Portugal, portanto Valente é da nobreza Portuguesa de linhagem antiga, uma vez que procede do nobre Cavaleiro Francês Dom Gonçalo Ouveques (1067 - 1113), Bispo de Vendome, Cavaleiro Templário da Ordem de Cristo, que com espírito das cruzadas conquistou dos Mouros Mulçumanos uma fortificação de arquitetura romano/gótica, que foi destruída nesta batalha, reconstruiu esta fortaleza na qual fundou o Mosteiro de Cête (séc. XI). É neste mosteiro, na capela funerária que se localiza sua arca tumular. O Mosteiro situa-se em Vila Douro, no Concelho de Paredes – Distrito do Porto – Portugal. Dom Gonçalo Ouveques foi Senhor da Quinta de Almourol e da Quinta dos Valentes na região de Lisboa. Procurador da Câmara de Lisboa, Juiz dos Feitos da Fazenda, Conselheiro da Casa Real, teve seu Brasão de armas concedido por decreto real, tendo acrescido o sobrenome Valente ao seu, dando início desta forma à linhagem dos Valentes. Pai de Diogo Gonçalves de Urrô (1095 - 1139), que lutou e morreu na Batalha do Campo de Ourique (25 de Julho de 1139) ao lado das forças portuguesas de D. Afonso Henriques (1112 - 1185) “O Conquistador” – 1º Rei de Portugal e travada na guerra da Reconquista Cristã, contra uma coligação de Reis Mouros Muçulmanos. Portanto os Valentes tiveram o sangue derramado no combate que deu origem à formação do primeiro reinado de Portugal, deste modo fazem parte das raízes da própria fundação da Nacionalidade Portuguesa. Este Diogo Gonçalves de Urrô teve de sua mulher, Dona Urraca Mendes de Bragança, irmã de D. Fernão Mendes de Bragança, cunhado daquele Rei, portanto da linhagem dos Braganções, vários filhos, de um dos quais provieram os Freitas, e D. Soeiro Dias, marido de D. Sancha Peres, filha de Pedro Soares e de D. Continha Pais, de cujo matrimônio nasceram alguns filhos, havendo ele, de outra mulher, a Pedro Soares. Este Pedro Soares casou-se na Estremadura e teve um filho chamado Abril Pires, pai de Afonso Pires, pai de Afonso Pires Valente, de quem descendem os que usam este apelido, originário de alcunha. O ilustre João Rodrigues de Sá escreveu duas quintilhas dedicadas aos Valentes, dizendo:

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Page 1: HISTÓRIA DA FAMÍLIA VALENTE

Esta família e seu Brasão de armas têm registro no Palácio Nacional de Sintra, na mais importante sala heráldica européia (Salão dos Brasões), logo abaixo da cúpula oitavada deste recinto consta as 72 (setenta e duas) primeiras Famílias Ilustres de Portugal, portanto Valente é da nobreza Portuguesa de linhagem antiga, uma vez que procede do nobre Cavaleiro Francês Dom Gonçalo Ouveques (1067 - 1113), Bispo de Vendome, Cavaleiro Templário da Ordem de Cristo, que com espírito das cruzadas conquistou dos Mouros Mulçumanos uma fortificação de arquitetura romano/gótica, que foi destruída nesta batalha, reconstruiu esta fortaleza na qual fundou o Mosteiro de Cête (séc. XI). É neste mosteiro, na capela funerária que se localiza sua arca tumular. O Mosteiro situa-se em Vila Douro, no Concelho de Paredes – Distrito do Porto – Portugal. Dom Gonçalo Ouveques foi Senhor da Quinta de Almourol e da Quinta dos Valentes na região de Lisboa. Procurador da Câmara de Lisboa, Juiz dos Feitos da Fazenda, Conselheiro da Casa Real, teve seu Brasão de armas concedido por decreto real, tendo acrescido o sobrenome Valente ao seu, dando início desta forma à linhagem dos Valentes. Pai de Diogo Gonçalves de Urrô (1095 - 1139), que lutou e morreu na Batalha do Campo de Ourique (25 de Julho de 1139) ao lado das forças portuguesas de D. Afonso Henriques (1112 - 1185) “O Conquistador” – 1º Rei de Portugal e travada na guerra da Reconquista Cristã, contra uma coligação de Reis Mouros Muçulmanos. Portanto os Valentes tiveram o sangue derramado no combate que deu origem à formação do primeiro reinado de Portugal, deste modo fazem parte das raízes da própria fundação da Nacionalidade Portuguesa. Este Diogo Gonçalves de Urrô teve de sua mulher, Dona Urraca Mendes de Bragança, irmã de D. Fernão Mendes de Bragança, cunhado daquele Rei, portanto da linhagem dos Braganções, vários filhos, de um dos quais provieram os Freitas, e D. Soeiro Dias, marido de D. Sancha Peres, filha de Pedro Soares e de D. Continha Pais, de cujo matrimônio nasceram alguns filhos, havendo ele, de outra mulher, a Pedro Soares. Este Pedro Soares casou-se na Estremadura e teve um filho chamado Abril Pires, pai de Afonso Pires, pai de Afonso Pires Valente, de quem descendem os que usam este apelido, originário de alcunha. O ilustre João Rodrigues de Sá escreveu duas quintilhas dedicadas aos Valentes, dizendo:

Page 2: HISTÓRIA DA FAMÍLIA VALENTE

Valente (antigo) Valente (moderno)

Também Manoel de Sousa da Silva, o distinto genealogista do século XVII, se lhes referiu nestes versos:

Diogo Gonçalves fortedeixou a sua semente

E com nome de Valentepor sua honrada morteNa de Ourique a gente.

Trouxeram antigamente por armas: De vermelho, com um leão de ouro, armado e transpassado de azul, carregado de três faixas do mesmo, cada faixa furada de seis peças do segundo. Timbre: o leão do escudo.

No bravo lyão rompenteper tres luguares fayxadose mostra bem amostradosangue Oequez, & valenteco nome muy conçertado.

Ambos sayrão da vydedo bom que morreo na lyde

DOuryque diante el reyde louvor segundo ley

nom menos dygno que o Cyde.

Page 3: HISTÓRIA DA FAMÍLIA VALENTE

As armas modernas desta família são: De vermelho, com um leão de ouro, carregado de três faixas de azul. Timbre: o leão do escudo.

BIBLIOGRAFIA:– ARMORIAL LUSITANO – GENEALOGIA E HERÁLDICA – Lisboa – Portugal (1961) – Editorial Enciclopédia, Ltda. António Machado de Faria da Academia Portuguesa da História.– A complementação histórica foi realizada pelo Dr. Alex Júlio Valente – Maringá – Paraná – Brasil com informações extraídas de vários sites da internet. Fotografias e pesquisa de campo foram realizadas em Portugal. O Brasão de armas foi redesenhado. E-mail: [email protected] – Site: http://origemdafamiliavalente.wordpress.com/

“NON NOBIS, DOMINE, NON NOBIS, SED NOMINI TUO AD GLORIAM’’ “Não para nós, Senhor, não para nós, mas para Glória de teu Nome” (Salmo de David e Lema dos Cavaleiros Templários da Ordem de Cristo)

CRUZ TEMPLÁRIA