historia atraves das mudancas da arte e o contexto sociocultural

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XVIII ENCONTRO NACIONAL DOS GRUPOS PET ENAPET RECIFE PE 1º A 6º DE OUTUBRO 2013 UFPE/UFRPE 1 Tutor do Pet-História da Universidade estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Franca/SP 2 Graduando do curso de Licenciatura e Bacharelado em História da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” , campus de Franca/SP, membro do grupo PET-História Unesp/UNESP. ESCREVER E ENSINAR A HISTÓRIA ATRAVÉS DAS MUDANÇAS DA ARTE E SUA RELAÇÃO COM O CONTEXTO SOCIOCULTURAL TOSI, Pedro Geraldo Saadi 1 , ARAÚJO, Bruna 2 , DIVINO, Débora 2 , SILVA, Diego Correia da 2 , DIANA, Elvis de Almeida 2 , PORTES, Filipe 2 , GARCIA, Henrique Costa 2 , SARANHOLI, Hugo 2 , CARDOSO, Janaína 2 , ANDRADE, Jaqueline Stefani 2 , OLIVEIRA, Júlia Souza de 2 , CERRI, Maria- Mariane 2 , MORAES, Mayara 2 , SILVA, Patrícia Monique 2 , SOUSA, Welton Jonny Dilio de 2 , CELESTINO, Willena Bispo de Jesus 2 . Introdução A partir da temática desenvolvida no ano de 2013: “Escrever e ensinar História na pós- modernidade”elaboramos oficina temática que levasse ao ambiente escolar as principais discussões a- cerca das mudanças sofridas pela arte no decorrer da história. A oficina foi pautada sobre como introduzir e problematizar o que poderia ser considerado conteúdo relacionado a arte no sétimo ano do Ensino Fundamental. Nessa oportunidade, o grupo PET-História entende ser este o momento para apresentar os desdobramentos extensionistas de suas pesquisas para além da comunidade acadêmica. Partindo do tema supracitado, mote da pesquisa 2013, o grupo realizou atividades que despertassem o interesse dos alunos, sem que, com isso, o centro da temática fosse abandonado. Assim, optamos por abordar a questão da arte na pós-modernidade e como esta se relaciona a um contexto sociocultural amplo e diversificado que vivemos. O objetivo dessa oficina, portanto, é mostrar como a arte pós-moderna e contemporânea está ligada, de maneira tão significativa, a um contexto histórico específico e como é possível capturar aspectos significativos desse momento por meio da arte. Assim, possibilitamos a esses alunos, além de um a- prendizado interdisciplinar, um contato maior com temas importantes que muitas vezes não são abor- dados em sala de aula, ou estão ausentes dos livros didáticos. Material e métodos A realização da oficina foi possível por meio de uma aula expositiva sobre o tema, dada pelos próprios membros do grupo. Essa aula foi embasada na temática sobre a História da Arte, mais especi- ficamente, na questão da mudança do conceito de arte, desde a arte renascentista até a chamada Art Pop, uma vertente da arte pós-moderna. Foram utilizadas imagens de obras do artista brasileiro Rome- ro Britto, que foram reproduzidas no data show da sala de aula. Esse artista alega ter criado seus quadros para evocar o espírito de esperança e transmitir uma sensação de aconchego. Suas obras são chamadas, por colecionadores e admiradores, de “arte da cura”. Romero é conhecido como artista pop brasileiro, sendo radicado em Miami. A oficina também se embasou, no que diz respeito à teoria, em trabalhos mais específicos sobre arte como, por exemplo, Arte pra quê? A preocupação social na Arte Brasileira (1930-1970), de Aracy Amaral. Ela utiliza documentos e depoimentos de época e aborda um amplo período a partir das tendências e circunstâncias, que condicionam os movimentos artísticos, ou expressões individuais de preocupação com o social nas artes plásticas no Brasil. A oficina também foi embasada em ideias de autores cuja obra tem um caráter mais geral como, por exemplo, As origens da pós-modernidade, de Perry Anderson e A condição pós-moderna, de François Lyotard, que, entre ou- tros autores, são referências norteadoras da pesquisa do grupo nesse ano de 2013. Além disso, com o intuito de que os alunos se sentissem aptos ao entendimento das questões apresentadas, articulamos a exposição com uma apostila montada pelo próprio grupo a fim de ilustrar com pinturas, fotografias e textos os assuntos que iremos levantar ao longo da oficina. Dessa forma, foi realizada a apresentação com um material preparado pelos próprios membros do grupo para os alunos da escola.

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XVIII ENCONTRO NACIONAL DOS GRUPOS PET – ENAPET – RECIFE – PE

1º A 6º DE OUTUBRO 2013 – UFPE/UFRPE

1 Tutor do Pet-História da Universidade estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Franca/SP 2 Graduando do curso de Licenciatura e Bacharelado em História da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” , campus de Franca/SP,

membro do grupo PET-História Unesp/UNESP.

ESCREVER E ENSINAR A HISTÓRIA ATRAVÉS DAS MUDANÇAS DA

ARTE E SUA RELAÇÃO COM O CONTEXTO SOCIOCULTURAL TOSI, Pedro Geraldo Saadi1, ARAÚJO, Bruna2, DIVINO, Débora2, SILVA, Diego Correia da2, DIANA, Elvis de Almeida2, PORTES, Filipe2,

GARCIA, Henrique Costa2, SARANHOLI, Hugo2, CARDOSO, Janaína2, ANDRADE, Jaqueline Stefani2, OLIVEIRA, Júlia Souza de2, CERRI, Maria-

Mariane2, MORAES, Mayara2, SILVA, Patrícia Monique2, SOUSA, Welton Jonny Dilio de2, CELESTINO, Willena Bispo de Jesus2.

Introdução

A partir da temática desenvolvida no ano de 2013: “Escrever e ensinar História na pós-

modernidade”elaboramos oficina temática que levasse ao ambiente escolar as principais discussões a-

cerca das mudanças sofridas pela arte no decorrer da história.

A oficina foi pautada sobre como introduzir e problematizar o que poderia ser considerado conteúdo

relacionado a arte no sétimo ano do Ensino Fundamental. Nessa oportunidade, o grupo PET-História

entende ser este o momento para apresentar os desdobramentos extensionistas de suas pesquisas para

além da comunidade acadêmica.

Partindo do tema supracitado, mote da pesquisa 2013, o grupo realizou atividades que despertassem

o interesse dos alunos, sem que, com isso, o centro da temática fosse abandonado. Assim, optamos por

abordar a questão da arte na pós-modernidade e como esta se relaciona a um contexto sociocultural

amplo e diversificado que vivemos.

O objetivo dessa oficina, portanto, é mostrar como a arte pós-moderna e contemporânea está ligada,

de maneira tão significativa, a um contexto histórico específico e como é possível capturar aspectos

significativos desse momento por meio da arte. Assim, possibilitamos a esses alunos, além de um a-

prendizado interdisciplinar, um contato maior com temas importantes que muitas vezes não são abor-

dados em sala de aula, ou estão ausentes dos livros didáticos.

Material e métodos

A realização da oficina foi possível por meio de uma aula expositiva sobre o tema, dada pelos

próprios membros do grupo. Essa aula foi embasada na temática sobre a História da Arte, mais especi-

ficamente, na questão da mudança do conceito de arte, desde a arte renascentista até a chamada Art

Pop, uma vertente da arte pós-moderna. Foram utilizadas imagens de obras do artista brasileiro Rome-

ro Britto, que foram reproduzidas no data show da sala de aula. Esse artista alega ter criado seus

quadros para evocar o espírito de esperança e transmitir uma sensação de aconchego. Suas obras são

chamadas, por colecionadores e admiradores, de “arte da cura”. Romero é conhecido como artista pop

brasileiro, sendo radicado em Miami. A oficina também se embasou, no que diz respeito à teoria, em

trabalhos mais específicos sobre arte como, por exemplo, Arte pra quê? A preocupação social na Arte

Brasileira (1930-1970), de Aracy Amaral. Ela utiliza documentos e depoimentos de época e aborda um

amplo período a partir das tendências e circunstâncias, que condicionam os movimentos artísticos, ou

expressões individuais de preocupação com o social nas artes plásticas no Brasil. A oficina também foi

embasada em ideias de autores cuja obra tem um caráter mais geral como, por exemplo, As origens da

pós-modernidade, de Perry Anderson e A condição pós-moderna, de François Lyotard, que, entre ou-

tros autores, são referências norteadoras da pesquisa do grupo nesse ano de 2013.

Além disso, com o intuito de que os alunos se sentissem aptos ao entendimento das questões

apresentadas, articulamos a exposição com uma apostila montada pelo próprio grupo a fim de ilustrar

com pinturas, fotografias e textos os assuntos que iremos levantar ao longo da oficina. Dessa forma, foi

realizada a apresentação com um material preparado pelos próprios membros do grupo para os alunos

da escola.

XVIII ENCONTRO NACIONAL DOS GRUPOS PET – ENAPET 2013 – UFPE/UFRPE: RECIFE - PE, 1º A 6º DE OUTUBRO.

Resultados e Discussão

Durante a oficina, pôde-se perceber que os alunos da escola se sentiram empolgados com a te-

mática levantada pelo grupo PET-História e isso ficou evidente no comportamento dos alunos na dis-

cussão sobre o assunto e a motivação gerada pelas imagens do data show. As obras do artista Romero

Britto suscitaram a curiosidade das crianças que participaram muito da aula. No fim da oficina, foi

proposto para os alunos a realização, com base no que tinha sido explicado e exposto, de um trabalho

sobre arte moderna e pós-moderna. O trabalho consistia em identificar os principais pontos de cada

conceito e produzir um desenho sobre a temática, onde foi permitido a utilização de diversos materiais

escolares, como lápis de cor, caneta colorida, cola, tinta guache, entre outros, além da apostila montada

pelo próprio grupo PET-História.

Conclusão

Desse modo, foi possível notar que a oficina, ao mesmo tempo que teve boa recepção por parte

dos alunos que se envolveram com a compreensão do conteúdo apresentado, mas alguns alunos, em

princípio se recusaram a participar da atividade. Ao avaliarmos os elementos constitutivos da oficina

percebemos que se tratava de uma atividade não corriqueira e que fugia um pouco do cotidiano dos a-

lunos e ao que se apresenta como comum. Todavia, essa primeira forma de resistência pôde ser contor-

nada na medida em que outros aspectos do cotidiano vivido passaram a ser incorporados tornando-se

instrumentais para a compreensão dessas modalidades de variação artística.

Referências

ANKERSMITH, Frank. Giro linguístico, teoría literaria y teoría histórica. Buenos Aires: Prometeo Li-

bros, 2011.

AMARAL, Aracy. Arte pra quê? A preocupação social na Arte Brasileira (1930-1970): subsídio para

uma história social da arte no Brasil. São Paulo: Nobel, 1987.

ANDERSON, Perry. As origens da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1999.

CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história incertezas e inquietude. Porto Alegre: Ed. Universi-

dade/UFRGS, 2002.

GINZBURG, Carlo. O fio e os rastros: Verdadeiro, falso, fictício. São Paulo: Companhia das Letras,

2007.

KOSELECK, Reinhart. Futuro Passado: Contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de janei-

ro: Ed. PUC-Rio, 2006.

LYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. São Paulo: José Olympio, 2002.