histori de mocambique resumo
DESCRIPTION
estudo pessoalTRANSCRIPT
ÍndiceIntrodução....................................................................................................................................2
Resenha Histórica da Ocupação da Terra Moçambicana..............................................................3
1. Período Pré-Colonial........................................................................................................3
1.2. Incursões Coloniais..................................................................................................3
2. Primeiros Habitantes de Moçambique..............................................................................5
2.1. Organização social........................................................................................................5
2.2. Divisão do trabalho...................................................................................................6
2.3. Organização económica............................................................................................6
2.4. Organização Politico - Administrativa......................................................................6
3. O Primeiro Estado do Zimbabwe.....................................................................................7
4. O Império dos Mwenemutapas.........................................................................................8
5. Chegada dos portugueses.................................................................................................9
6. Prazo da Coroa.................................................................................................................9
7. Conferência de Berlim....................................................................................................11
7.1. As causas da conferência de Berlim............................................................................11
Conclusão...................................................................................................................................13
Bibliografia................................................................................................................................14
1
Introdução
Sendo o direito agrário, uma disciplina que tem como base a agricultura. Para tal é
necessário compreender como é que antigamente os nossos antepassados exerciam tal
actividade, e também como foi o processo de ocupação das terras em Moçambique.
Assim sendo como continuidade do estudo da cadeira, o presente trabalho tem como o
tema a resenha histórica do processo de ocupação das terras em Moçambique. Porem
como ponto de parida, o trabalho debruça aquilo que é o período pré colonial de
Moçambique, onde verifica-se que, Moçambique era uma província, Portuguesa no
exterior e, em seguida, um Estado-Membro de Portugal; de seguida, debruça de forma
breve sobre os primeiros habitantes de Moçambique, fazendo em foque de como era a
sua organização social, económica e política; posteriormente fala sobre, O Primeiro
Estado do Zimbabwe, O Império dos Mwenemutapas Chegada dos portugueses, onde
costata- se Os portugueses chegaram a Moçambique em 1498e que a vida deles foi que
motivada através do ouro existente em Moçambique; também fala sobre Prazo da
Coroa e in fine Sobre a conferência de Berlim.
Este trabalho foi realizado com o auxílio dos manuais de ciências sócias e de história de
Moçambique.
2
Resenha Histórica da Ocupação da Terra Moçambicana.
1. Período Pré-Colonial.
Moçambique era uma província, Portuguesa no exterior e, em seguida, um Estado-
Membro de Portugal. Que tornou-se independente de Portugal em 1975.1
A população primitiva de Moçambique era bosquímanos caçadores -colectores.
As grandes migrações dos povos bantu, guerreiros oriundos dos Grandes Lagos,
forçaram estes povos primitivos há fugirem para regiões menos dotadas.
Antes do século VII, nas zonas costeiras foram estabelecidos postos de Entre postos
comerciais pelos árabes suaíli para trocar produtos do interior, fundamentalmente ouro e
marfim, por uma variedade de bens.
1.2. Incursões Coloniais
O final do século XV vê a criação de colónias comerciais portuguesas com vista à
aquisição de ouro destinado a ser trocados por especiarias asiáticas.
Inicialmente, os portugueses estabeleceram-se nas zonas costeiras, onde construíram as
fortalezas de Sofala (1505) e ocuparam a Ilha de Moçambique (1507). Somente mais
tarde por meio de conquistas militares, e com o apoio dos missionários e de
comerciantes, eles começaram um processo de expansão para o interior onde
estabeleceram algumas feitorias como a de Sena (1530), Quelimane (1544). O objectivo
já não era o controlo puro e simples do comércio de ouro, mas, pelo contrário para
controlar o acesso às áreas de produção de ouro. Esta fase de expansão comercial para o
interior e conhecida como a fase de ouro. 2
Os dois seguintes, o marfim e as fases do comércio de escravos, ficaram conhecidos,
devido a alta demanda dessas mercadorias pelo mundo mercantil. O escoamento destes
1 UEM, Departamento de História, 1983. História de Moçambique Volume 2: Agressão Imperialista (1886-1930). Cadernos TEMPO. Maputo
2 Sorensen, M. 1998. Dona Theodora e os seus Mozungos. Ndjira, Maputo.
3
produtos acabou sendo efectivado através do sistema de Prazos do vale do Zambeze que
teriam constituído a primeira tentativa de colonização Portuguesa.
Os “Prazos” eram uma espécie de sistema feudal, onde os comerciantes portugueses
ocuparam a terra que havia sido doada, ou conquistada. A abolição de Prazos "por
decreto real de 1832 e 1854 criou condições para o surgimento dos Estados militares do
vale do Zambeze que se dedicaram ao comércio de escravos, mesmo após a abolição
oficial em 1836 e mais tarde em 1842.
No contexto moçambicano as populações Macua-Lómué foram as vítimas mais
afectadas do comércio de escravos. Muitos deles foram exportados para as ilhas
Mascarenhas, Madagáscar, Zanzibar, Golfo Pérsico, Brasil e Cuba até cerca de 1850.
Cuba foi o principal mercado de escravos de origem zambiana. Com o advento da
Conferência de Berlim (1884/1885), Portugal foi forçado a realizar a ocupação efectiva
do território moçambicano.
Dada a incapacidade militar e financeira para fazê-lo, a alternativa encontrada foi o
arrendamento da soberania e autoridade de vastos territórios a companhias majestáticas
e arrendatárias. Companhia de Moçambique e Companhia do Niassa é exemplos típicos
de empresas reais. Companhia da Zambézia, Boror, Luabo, Sociedade do Madal,
Empresa Agrícola do Lugela e o Sena Sugar Estates são exemplos de empresas de
leasing.
O sistema de companhias foi usado no Norte do rio Save. Eles foram orientados
principalmente para a economia de plantações e com algum tráfego de trabalho com os
países vizinhos. No sul das províncias do Rio Save (províncias de Inhambane, Gaza e
Maputo) ficaram sob administração directa do poder colonial nesta região do país.
A prestação de serviços com base no recrutamento de mão-de-obra para as minas sul-
africano e as ferrovias e portos foram a corrente principal do desenvolvimento
económico. Esta divisão económica regional explica as razões para a economia real
assimetria entre Norte e o Sul.3
3 UEM, Departamento de História, 1983. História de Moçambique Volume 2: Agressão Imperialista (1886-1930). Cadernos TEMPO. Maputo
4
2. Primeiros Habitantes de Moçambique
Os primeiros habitantes de Moçambique foram provavelmente os Khoisan, que eram
caçadores-recolectores. Há cerca de 10.000 anos a costa de Moçambique já tinha o
perfil aproximado do que apresenta hoje em dia: uma costa baixa, cortada por planícies
de aluvião e parcialmente separada do Oceano Índico por um cordão de dunas. Esta
configuração confere à região uma grande fertilidade, ostentando ainda hoje
grandesextensões de savana onde pululam muitos animais indígenas. Havia portanto
condições para a fixação de povos caçadores-recolectores e até de agricultores.4
O povo de Moçambique ocupava um espaço geográfico localizado no Actual território
moçambicano. Trata-se de um espaço geográfico que se estende do rovuma ao Maputo e
do zumbo a Olungune.5
Este é um espaço com clima favorável para a vida das pessoas, rico em recursos
naturais, o que permitiu que as pessoas organizassem a sua vida em (sociedade) e
desenvolvessem as suas actividades (economia) e organizassem as suas feitoias
(politica).
2.1. Organização social
É a forma como as pessoas se organizavam e se relacionavam entre si nos seus grupos
ou comunidades.
Até ao ano mil, a aldeia de agricultores era composta por várias famílias. Cada uma era
formada por pai, mãe e filho e, por vezes, netos. A maioria das famílias era restritas e
relacionadas entre laços de parentesco ou ainda por alianças. Onde os laços de
parentesco é a relação entre os membros da família. Parentes consanguíneos são a
pessoas unidas por laços de sangue, oriundas de um antepassado comum e os laços por
aliança referem-se as relações provenientes de alianças matrimoniais
Assim, a vida estava organizada e o trabalho estava dividido segundo o sexo e a idade.
Por isso, não havia quem não tivesse algum trabalho para beneficiar todos os membros
4 HEDGES, David (coord.). História de Moçambique: Moçambique no auge do colonialismo 1930-1961. Vol.2, 2.ª edição, Maputo, Livraria Universitária, Universidade Eduardo Mondlane, 1999.
5 Telesfero de Jesus e Helena das Dores. Ciência Sociais.5ª classe pagina 2.5
da família. Os chefes velhos mediavam a comunicação com os antepassados, pediam
chuva, saúde, protecção de caca e viagens, tanto para si como para as populações da sua
aldeia ou comunidade. Este pedidos eram feitos a um ritual que se comunicavam com os
mortos, manifestando os seus desejos.
2.2. Divisão do trabalho
Na aldeia doas agricultores, as mulheres tinham a responsabilidade de trabalhar na
machamba, apanhar lenha, carregar agua cozinhar os alimentos. As crianças ajudavam
as mães na recolha de vegetais. Tomavam conta dos irmãos mas novos e afugentavam
os animais na machamba. Ao passo que os homens iam a caça e a pesca acompanhados
pelos rapazes mais velhos.
2.3. Organização económica
A principal actividade económica era a agricultura. Em algumas regiões do sul do
Zambeze, a cultura de creiais era acompanhada pela criação de gado bovino. Alem da
agricultura e criação Havia também outras actividades como olaria, a tecelagem e a
metalurgia do gado, continuava-se a fazer a recolecção de vegetais e a prática da caça e
da pesca.
Como as aldeias se localizavam, preferencialmente perto dos rios ou dos lagos, onde
houvesse lago e terras férteis haviam excedentes agrícolas. Por isso faziam-se trocas
comerciais desses excedentes agrícolas e de produtos de outras actividades, pelos
produtos de que necessitavam das outras aldeias.
2.4. Organização Politico - Administrativa
A organização política. - Administrativa dominante era de linhagem da comunidade
aldeã. Os chefes das famílias alargadas estabeleciam relações entre as linhagens e em
particular detinha o controlo das alianças matrimoniais por exemplo, no sul de
Moçambique, esse controlo era feito através do lobolo.6
6 Telesfero de Jesus e Helena das Dores. Ciência Sociais.5ª classe pagina 56
A classe dominante constituída põe chefes e anciãos eram a aristocrática da sociedade.
Depois da aristocracia encantavam - se a camada dos homens livres. Havia também
escravos domésticos que prestava serviços para os chefes.
3. O Primeiro Estado do Zimbabwe
Embora os povos que falavam a língua chiShona - ainda hoje a principal língua do
Zimbabwe, com cerca de sete milhões de falantes, em vários dialectos - se tenham
instalado na região cerca do ano 500, o primeiro estado do Zimbabwe existiu
aproximadamente entre 1250 e 1450 aproximadamente na região da actual República do
Zimbabwe. O seu nome deriva dos amuralhados de pedra que a aristocracia fazia
construir à volta das suas habitações e que se chamavam madzimbabwe. O que parece
ter sido a capital deste estado - o actual monumento do Grande Zimbabwe - cobria uma
superfície considerável (incluindo não só a área dentro dos amuralhados, mas também
uma grande "cidade" de caniço, à volta daqueles), levando a pensar que tinha uma
população de várias centenas, talvez milhares de habitantes, e uma grande actividade
comercial.7
Em Moçambique conhecem-se também ruínas de madzimbabwe, a mais importante das
quais chamada Manyikeni, a cerca de 50 km de Vilankulo, na província de Inhambane,
e a cerca de 450 km do Grande Zimbabwe.
Para além da grande fertilidade da região onde este estado se estabeleceu, o apogeu do
primeiro estado do Zimbabwe deve estar ligado à mineração e metalurgia do ouro,
muito procurado pelos mercadores originários da zona do Golfo Pérsico que já
demandavam as "terras de Sofala", pelo menos desde o século XII.
Cerca de 1450, o Grande Zimbabwe foi abandonado, não se conhecendo as razões desse
abandono mas, pela mesma altura, verificou-se uma grande invasão de povos também
de língua chiShona que deu origem ao Império dos Mwenemutapas. Estes invasores
submeteram os povos duma região que se estendeu até ao Oceano Índico, desde o rio
7 SERRA, Carlos (coord.). História de Moçambique: Parte I - Primeiras Sociedades sedentárias e impacto dos mercadores, 200/300- 1885; Parte II - Agressão imperialista, 1886-1930. Vol. 1, 2.ª edição, Maputo, Livraria Universitária, Universidade Eduardo Mondlane, 2000
7
Zambeze até a actual cidade de Inhambane, pelo que não é claro o abandono do Grande
Zimbabwe.
4. O Império dos Mwenemutapas
A invasão e conquista do norte do planalto zimbabweano pelas tropas de Nhatshimba
Mutota, em 1440-1450, deram origem a um novo estado dominado pela dinastia dos
Mwenemutapas. Estes invasores, que também falavam a língua chiShona estabeleceram
a sua capital num local próximo do rio Zambeze, no norte da actual província
moçambicana de Manica.8
No século XVI, o Império dos Mwenemutapas tinha estendido o seu domínio a uma
região limitada pelo rio Zambeze, a norte, o Oceano Índico, a leste, o rio Limpopo a sul
e chegando a sua influência quase ao deserto do Kalahari a sudoeste. Porém, esta última
região poderia estar sobre a alçada de outros estados, como os reinos de Butua e Venda,
que terão estabelecido com os Mwenemutapas relações de boa vizinhança.
Para além de esta ser uma região fértil e não estar afectada pela mosca tsé-tsé,
permitindo a criação de gado, o que contribuiu para a estabilidade e crescimento das
populações, as minas de ouro estavam principalmente localizadas no interior. Por essa
razão, o domínio das rotas comerciais que constituíam o Zambeze, por um lado, e de
Sofala, mais a sul, conferiu aos Mwenemutapas - era a aristocracia que controlava o
comércio - uma grande riqueza.
Foi o ouro que determinou a fixação na costa do Oceano Índico, primeiro dos
mercadores e colonos árabes oriundos da região do Golfo Pérsico, ainda no século XII,
e depois dos portugueses, no dealbar do século
5. Chegada dos portugueses
Os portugueses chegaram a Moçambique em 1498, chefiados por Vasco da Gama, no
seu trajecto a Índia.9
8 HEDGES, David (coord.). História de Moçambique: Moçambique no auge do colonialismo 1930-1961. Vol.2, 2.ª edição, Maputo, Livraria Universitária, Universidade Eduardo Mondlane, 1999.
8
Assim sendo a chegada deles a Moçambique foi motivada através do ouro existente em
Moçambique. Na verdade, eles precisavam do ouro porque lhes permitia comprar
produtos exóticos no mercado europeu e especiarias asiáticas no mercado asiático.
O primeiro grupo de portugueses a pisar o solo moçambicano fê-lo na foz do rio
Inharime, província de Inhambane.
5.1. A fixação das Feitoras
Os portugueses fixaram as feitorias de Sofala em 1505 e da ilha de Moçambique em
1507, ao longo do litoral, com o objectivo de controlar as vias de escoamento de ouro
do interior e, em menor escala, de marfim, os quais tinham em Sofala o local de saída
para Ásia através dos árabes.
Neste processo de controlar as vias de escoamento, os portugueses atacavam os árabes
que ate então eram principais comerciantes. Em 1516, Inhambuda, Manbo de Quiteve e
Sedada, com o apoio dos árabes atacou os portugueses que comercializavam com os
Mwenwmutapas.10
A partir de 1530, os portugueses decidiram penetrar no vale do Zanbeze, onde fundaram
as feitorias de Sena, em 1530, em Tete, em 1535 e em Quelimane, em 1544.
6. Prazo da Coroa
Por volta de 1600, Portugal começou a enviar para Moçambique colonos, muitos de
origem indiana, que queriam fixar-se naquele território. Esses colonos, muitas vezes
casavam com as filhas de chefes locais e estabeleciam linhagens que, entre o comércio e
a agricultura, podiam tornar-se poderosas.
Em meados do século XVII, o governo português decide que as terras ocupadas por
portugueses em Moçambique pertenciam à coroa e estes passavam a ter o dever de
arrendá-las a prazos que eram definidos por 3 gerações e transmitidos por via feminina.
Esta tentativa de assegurar a soberania na colónia recente, não foi muito exitosa porque,
de facto, os "muzungos" e as "donas" já tinham bastante poder, mesmo militar, com os
9 Telesfero de Jesus e Helena das Dores. Ciência Sociais.5ª classe pagina 19
10 Telesfero de Jesus e Helena das Dores. Ciência Sociais.5ª classe pagina 209
seus exércitos de "xicundas", e muitas vezes se opunham à administração colonial, que
era obrigada a responder igualmente pela força das armas.
Não só estes senhores feudais não pagavam renda ao Estado português, como
organizaram um sistema de cobrar o "mussoco" (um imposto individual em espécie,
devido por todos os homens válidos, maiores de 16 anos) aos camponeses que
cultivavam nas suas terras. Além disso, mineravam ouro, marfim e escravos, que
comerciavam em troca de panos e missangas que recebiam da Índia e de Lisboa. Até
1850, Cuba foi o principal destino dos escravos provenientes da Zambézia.
Em 1870, era apenas em Quelimane (sem conseguir penetrar no "Estado da Maganja da
Costa") onde Portugal exercia alguma autoridade, cobrando o "mussoco", instituído e
cobrado pelos prazeiros. Isto, apesar de, em 1854, o governo português ter "extinguido"
os Prazos (pela segunda vez, a primeira tinha sido em 1832). Outros decretos do mesmo
ano extinguiam a escravatura (oficialmente, uma vez que os "libertos" eram levados à
força para as ilhas francesas do Oceano Índico (Maurícia ou "ilha de França" e Reunião
ou "ilha Bourbon", com o estatuto de "contratados") e o imposto individual,
substituindo-o pelo imposto de palhota, uma espécie de contribuição predial.
Por volta de 1870, começaram a estabelecer-se em Quelimane várias companhias
europeias, já não interessadas em escravos, nem em marfim, mas sim em oleaginosas -
amendoim, gergelim e copra - muito procuradas nas indústrias recém-criadas de óleo
alimentar, sabões e outras. No princípio, comercializando com os prazeiros, induziram-
nos a forçarem os seus camponeses a cultivar estes produtos. Exemplos dessas
companhias são a "Fabre & Filhos" e a "Régie Ainé", ambas com sede em Marselha, a
"Oost Afrikaansch Handelshuis", holandesa, e a "Companhia Africana de Lisboa". A
"Oost" chegou a abrir em Sena uma sucursal para incentivar nessa região a produção de
amendoim.
Em 1890, o futuro "Comissário Régio" António Enes decreta, numa revisão do Código
de Trabalho Rural de 1875 (que estabelecia apenas a obrigação "moral" dos colonos
[leia-se camponeses indígenas] de produzirem bens para comercialização), que o
camponês já não tem a opção de pagar o "mussoco" em géneros:
10
Esse decreto impunha ainda aos prazeiros a ocupação efectiva das terras arrendadas e o
pagamento à autoridade colonial da respectiva renda. Mas os prazeiros não tinham
conseguido converter a sua actividade de simples fornecedores de escravos ou de
pequenas quantidades de produtos na de organização das plantações, não só por falta de
preparação (ou de vocação), mas também por falta de capital. O resultado foi terem sido
obrigados a subarrendar ou vender os seus prazos, terminando assim a fase feudal desta
porção de Moçambique.
7. Conferência de Berlim
Entre 15 de Novembro de 1884 e 26 de Janeiro de 1885 as potências imperialistas
reuniram-se em Berlim, a convite de Alemanha, para dividir entre si o continente
africano. 11Assim sendo, essa conferência ficou a ser conhecida na história como a
conferência de Berlim.
Nesta conferência estiveram presentes 15 países, nomeadamente: Alemanha, império
Austro-húngaro, Bélgica, Dinamarca, Franca, Espanha, Inglaterra, Itália; Reino dos
Países Baixo, Portugal, Rússia Suécia, Noruega, Turquia e estados unidos da América.
Neste caso, dentre estas potências a Inglaterra, a franca Portugal e Alemanha aram as
que tinham maiores interesses no continente africano.
7.1. As causas da conferência de Berlim
A conferência de Berlim tinha como os seguintes objectivos12:
Resolver os conflitos territoriais que opunham as potências imperialistas na
Bacia do Congo e noutras regiões;
Discutir a necessidade da livre navegação do rio Congo e noutros rios que
permitissem chegar ao interior de África;
Discutir a necessidade d liberdade do comercio nos territórios africanos.
Assim sendo a conferencia de Berlim determinou entre outros pontos os seguintes.
11 João Baptista Fehane. Ciências sociais 7ª classe, pagima40.
12 João Baptista Fehane. Ciências sociais 7ª classe, pagima40. e 4111
A liberdade de navegação no rio Congo e em todas os outros rios importantes,
incluindo o rio Zambeze;
A liberdade de navegação na região dos grandes lagos africanos;
A liberdade do comércio nesses territórios;
Qualquer potencia europeia que tomasse posse de um território em África e as
restantes potências para que passassem a reconhecer _ lhe tal posse,
A potencia que ocupasse qualquer território costeiro devia igualmente exercer o
seu domínio ate ao interior.
Conclusão
Após feito o breve estudo sobre Resenha Histórica da Ocupação da Terra
Moçambicana, constatamos que, os primeiros habitantes de Moçambique foram
provavelmente os Khoisan, que eram caçadores-recolectores; e que, as pessoas
12
organizavam a sua vida em (sociedade) e desenvolvessem as suas actividades
(economia) e organizassem as suas feitoias (politica). Também, constatamos que a
invasão e conquista do norte do planalto zimbabweano pelas tropas de Nhatshimba
Mutota, em 1440-1450, deram origem a um novo estado dominado pela dinastia dos
Mwenemutapas. Assim sendo, verificou - se que, no que diz respeito a conferencia de
Berlim, esta teve como uma das causas principais a resolução dos conflitos territoriais
que opunham as potências imperialistas na Bacia do Congo e noutras regiões.
Neste caso é de salientar que a ocupação da terra em Moçambique tem uma longa
historia, isto é, numa época em que regras tradicionais de organização ainda se
encontravam baseadas na "linhagem”. E assim foi se desenvolvendo ate aos nossos
dias.
Bibliografia
SERRA, Carlos (coord.). História de Moçambique: Parte I - Primeiras Sociedades
sedentárias e impacto dos mercadores, 200/300- 1885; Parte II - Agressão
13
imperialista, 1886-1930 . Vol. 1, 2.ª edição, Maputo, Livraria Universitária,
Universidade Eduardo Mondlane, 2000
HEDGES, David (coord.). História de Moçambique: Moçambique no auge do
colonialismo 1930-1961. Vol.2, 2.ª edição, Maputo, Livraria Universitária,
Universidade Eduardo Mondlane, 1999.
UEM, Departamento de História, 1983. História de Moçambique Volume 2: Agressão
Imperialista (1886-1930). Cadernos TEMPO. Maputo.
NHAPULO. Telesfero de Jesus António e BILA. Helena das Dores Ulaia. Ciências
Sociais 5ª classe. Editora longman Moçambique.
FENHANE. João Baptista Henriques. Ciências Sociais 7ª classe texto editoras de
Moçambique.
14