higiene e seguranca

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Higiene e Segurança do Trabalho 1. CONCEITOS IMPORTANTES Engenharia de Segurança: estudas as causas e a prevenção de mortes acidentais ou lesões. Engloba um conjunto de abordagens para identificar, analisar, avaliar e controlar os riscos (acidentes) nos locais de trabalho, projetando sistemas, desenvolvendo atividades educativas, sugerindo e colaborando na modificação da organização do trabalho promovendo a melhoria dos locais de trabalho e se possível agregar a ele qualidade de vida. A engenharia de segurança e a higiene ocupacional incorporam conhecimentos de diferentes disciplinas com o objetivo de promover a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos riscos profissionais do trabalho capazes de ocasionar alterações na saúde do trabalhador. Higiene do trabalho: conjunto de normas e procedimentos que visam a proteção da integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas. FOCO: bem-estar do trabalhador. Segurança do trabalho: conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes, que eliminando as “condições inseguras” do ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas sobre a implantação de práticas preventivas. FOCO: redução de acidentes. Prevenção de acidentes do trabalho: toda e qualquer ação executada dentro da perspectiva da engenharia de segurança, om o objetivo de propôr medidas de controle dos riscos visando evitar ocorrências que possam fazer com que o trabalho venha a ser a causa de sofrimento, doenças, morte e incapacidade para quem o realiza. 2. HISTÓRICO No mundo: Antiguidade: praticamente todos os trabalhos eram desenvolvidos manualmente; Hipócrates (séc. IV a.C.): fez menção à existência de moléstias entre mineiros e metalúrgicos; Plínio, o Velho (antes da era Cristã): descreveu diversas moléstias do pulmão entre mineiros e o envenenamento advindo do manuseio de compostos de enxofre e zinco; Galano (séc. II): fez referências a moléstias profissionais entre trabalhadores das ilhas do Mediterrâneo;

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Page 1: Higiene e seguranca

Higiene e Segurança do Trabalho

1. CONCEITOS IMPORTANTES

Engenharia de Segurança: estudas as causas e a prevenção de mortes acidentais ou lesões.

Engloba um conjunto de abordagens para identificar, analisar, avaliar e controlar os riscos

(acidentes) nos locais de trabalho, projetando sistemas, desenvolvendo atividades

educativas, sugerindo e colaborando na modificação da organização do trabalho

promovendo a melhoria dos locais de trabalho e se possível agregar a ele qualidade de vida.

A engenharia de segurança e a higiene ocupacional incorporam conhecimentos de

diferentes disciplinas com o objetivo de promover a antecipação, o reconhecimento, a

avaliação e o controle dos riscos profissionais do trabalho capazes de ocasionar alterações

na saúde do trabalhador.

Higiene do trabalho: conjunto de normas e procedimentos que visam a proteção da

integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes às

tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas. FOCO: bem-estar do

trabalhador.

Segurança do trabalho: conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e

psicológicas utilizadas para prevenir acidentes, que eliminando as “condições inseguras” do

ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas sobre a implantação de práticas

preventivas. FOCO: redução de acidentes.

Prevenção de acidentes do trabalho: toda e qualquer ação executada dentro da perspectiva

da engenharia de segurança, om o objetivo de propôr medidas de controle dos riscos visando

evitar ocorrências que possam fazer com que o trabalho venha a ser a causa de sofrimento,

doenças, morte e incapacidade para quem o realiza.

2. HISTÓRICO

No mundo:

Antiguidade: praticamente todos os trabalhos eram desenvolvidos manualmente;

Hipócrates (séc. IV a.C.): fez menção à existência de moléstias entre mineiros e

metalúrgicos;

Plínio, o Velho (antes da era Cristã): descreveu diversas moléstias do pulmão entre

mineiros e o envenenamento advindo do manuseio de compostos de enxofre e zinco;

Galano (séc. II): fez referências a moléstias profissionais entre trabalhadores das ilhas do

Mediterrâneo;

Page 2: Higiene e seguranca

Georius Agricola (1556) publica o livro “De Re Metallica” e Paracelso (1697)

investigaram doenças ocupacionais;

Bernardino Ramazzini (1700): publicou sua obra “As doenças dos trabalhadores”. O

trabalho dele foi a base de estudo que iluminou o trabalho de grandes mentes da medicina

ao longo dos séculos;

Revolução Industrial (séc. XVIII): introdução da máquina a vapor – marco inicial da

industrialização moderna). Condições de trabalho inadequadas.

1844 – 1848 – A Grã Bretanha aprova as primeiras leis específicas de Segurança do

Trabalho e saúde pública;

1919 – Criação da OIT (Organização Internacional do Trabalho). O Brasil é membro

fundador.

No Brasil:

1941: Criação da Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes (ABPA);

1943: Institucionalização da CLT. Foi o instrumento jurídico que viria a ser prática

efetiva da prevenção no Brasil;

1945: Regulamentação da CIPA através da Nova Lei de Prevenção de Acidentes;

1950: Emissão das Normas Regulamentadoras de Higiene e Segurança do Trabalho nas

Minas;

1955: 1º Congresso Nacional das CIPAs;

1960: Portaria 319 do MTIC que tratava do fornecimento e uso dos originalmente

denominados Equipamentos Individuais de Proteção;

1966: Instituição da Fundacentro;

1972: Oficialização das atividades e profissionais prevencionistas;

1974: Cursos de preparação de profissionais prevencionistas;

1978: Emissão de Normas Regulamentadoras;

1979: Em virtude da carência de profissionais para compor o SESMT, a resolução n° 262

regulamenta a criação de cursos em caráter prioritário para esses profissionais;

1983: A Portaria n° 33 alterou a Norma Regulamentadora 5 introduzindo nela os riscos

ambientais;

1985: A lei n° 7410 de 27/11/85 Oficializou a especialização em Engenharia de

Segurança do Trabalho e criou a categoria profissional de Técnico em Segurança do

Trabalho, até então os únicos profissionais prevencionistas não reconhecidos legalmente;

1986: A lei n° 7498/86 regulamenta as profissões Enfermeiro, Técnico em Enfermagem,

Auxiliar de Enfermagem;

Page 3: Higiene e seguranca

1986: A Lei n° 9235 de 09/04/86 regulamentou a categoria de Técnico de Segurança do

Trabalho. Que na década de 50 eram chamados de “Inspetores de Segurança”;

1990: O quadro do SESMT NR 4 é atualizado. O SESMT a partir de então é formado

por: Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do

Trabalho, Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, Técnico em Segurança do Trabalho;

1991: Lei 8.213/91 estabelece o conceito legal de Acidente de Trabalho e de Trajeto e

nos artigos 19 a 21 e no artigo 22 também estabelece a obrigação da empresa em

comunicar os Acidentes do Trabalho as autoridades competentes;

2001: Entra em vigor a Portaria n° 458 de 4 de Outubro de 2001 e fica proibido a partir

de então, o trabalho infantil no Brasil;

2009 – O termo Ato Inseguro é retirado do item 1.7 da Norma Regulamentadora 1. E isso

é motivo de comemoração para muitos prevencionistas que reclamam que o termo

retirava em muitas vezes o responsabilidade do empregador. Pois era fácil rotular os

acidentes somente como Ato Inseguro, e isso dificultava encontrar a verdadeira causa.

2012 – A presidente do Brasil institui através da Lei nº 12.645, de 16 de maio de 2012 o

dia 10 de outubro como o Dia Nacional de Segurança e de Saúde nas Escolas.

3. ACIDENTE DE TRABALHO SOB OS ASPECTOS TÉCNICO E LEGAL

Acidente de trabalho (Conceito Legal): acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício

do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no

inciso VII do artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que

cause a morte ou a perda, ou ainda a redução, permanente ou temporária da capacidade para

o trabalho”.

Acidente de trabalho (Conceito Prevencionista): é toda ocorrência indesejável,

inesperada ou não programada, que interfere no desenvolvimento normal de uma tarefa e

que pode causar: perda de tempo e/ou danos materiais ou ambientais e/ou lesões físicas até

a morte ou doenças nos trabalhadores, ou as três coisas simultaneamente.

A diferença entre os conceitos acima reside no fato de que no primeiro é necessário haver

lesão física, enquanto no segundo conceito são levados em consideração, além da lesão

física, a perda de tempo e os danos materiais ou as três coisas simultaneamente.

Classificação dos acidentes de trabalho:

Quanto à natureza:

Page 4: Higiene e seguranca

Acidente típico, podendo ser o acidente pessoal ou o acidente impessoal, ou seja, o

imprevisível por exemplo, por inundação, terremoto, maremoto etc;

Acidente de trajeto (é aquele que ocorre no percurso da residência para o local de

trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive

veículo de propriedade do segurado. É equiparado ao acidente do trabalho);

Doença ocupacional (doença adquirida, produzida ou desencadeada pelo exercício do

trabalho. Pode ser uma doença profissional ou uma doença do trabalho. Possui como

característica uma ação lenta e paulatina, diferentemente do acidente do trabalho, que

é um infortúnio com conseqüências imediatas. Por força da legislação, são

equiparados.).

a) Doenca profissional: equipara-se ao acidente de trabalho. É produzida ou

desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e

constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da

Previdência Social. Exemplo: LER (Lesão por Esforços Repetitivos).

b) Doença do trabalho: adquirida ou desencadeada em função de condições especiais

em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Exemplo:

servente exposto a amianto.

Quanto aos danos e lesões:

Acidente material com danos;

Acidente material sem danos;

Acidente pessoal sem lesão;

Acidente pessoal com lesão;

Acidente material e pessoal.

Quanto ao afastamento:

Acidente sem afasatamento (retorno ao trabalho até o horário normal do início da

jornada no dia seguinte);

Acidente com afastamento.

Quanto à incapacidade para o trabalho:

Acidente com incapacidade temporária (nunca superior a 1 ano);

Acidente com incapacidade permanente:

TOTAL = mais de 75% da capacidade laborativa;

PARCIAL = até 74% da capacidade laborativa;

Morte.

Prejuízos do Acidente de Trabalho

Page 5: Higiene e seguranca

Para o empregado:

Afastamento, mesmo temporário, do emprego;

Risco de perda do emprego;

Imobilização de um familiar em casa para acompanhar visitas ao médico e auxiliar no

tratamento;

Queda no rendimento e na produção;

Problemas emocionais causados pelo acidente.

Para a empresa:

Transporte e suporte ao acidentado;

Perda de horas de trabalho;

Diminuição da produtividade pelo trabalhador substituto;

Custo de demissão do substituo, no retorno ao trabalho;

Diminuição de produtividade, temporária ou não, do empregado recuperado do

acidente;

Para a sociedade:

Com o número de inválidos e dependentes da Previdência Social;

Desestruturação das famílias.

Para a nação:

Devido ao conjunto de efeitos negativos do acidente.

Causas do Acidente de Trabalho

Ato Inseguro: é a maneira como o trabalhador se expõe, seja de maneira conscienteo u

inconsciente, a riscos de acidentes. É o ato que, contrariando preceito de segurança, pode

causar ou favorecer o acidente.

Pode ser algo que se fez quando não deveria se fazer;

Pode ser algo que deixou de ser feito quando se deveria fazer;

Pode ser praticado pelo acidentado ou por terceiros;

Os atos de supervisão não devem ser classificados como inseguros.

Exemplos: uso impróprio de equipamentos; não utilização de vestimenta segura; assumir

posição ou postura insegura; não utilização de EPI disponível; tornar

inoperante/ineficiente dispositivo de segurança; sobrecarregar equipamentos de

transporte; manuseio inadequado de produtos químicos; fazer brincadeira ou exibição.

Condição Insegura: deficiências técnicas que colocam em risco a integridade física e/ou

mental do trabalhador. Condições que oferecem risco direto de acidente. Exemplos:

Page 6: Higiene e seguranca

Riscos relativos às construções e instalações da empresa: áreas insuficientes; pisos

fracos e irregulares; piso escorregadio; passagens de saídes inadequadas; controle

inadequado de trânsito; ventilação inadequada. existência de ruídos e vibrações;

iluminação inadequada; instalações elétricas não normalizadas, defeituosas ou

sobrecarregadas; falta de ordem e limpeza.

Máquinas e equipamentos: localização imprópria; falta de proteção de partes móveis

e locais de operação; ausência de manutenção preventiva.

Fator Pessoal de Insegurança (Fator Humano): é a causa relativa ao comportamento,

que leva a prática do ato inseguro. É a característica mental ou física do ser humano que

pode ocasionar um acidente de trabalho.

Os acidentes de trabalho interferem diretamente na qualidade, na quantidade, nos prazos e

nos custo das atividades de uma empresa.

Os custos anuais dos acidentes de trabalho no Brasil, no ano de 2009, foram estimados em

42 bilhões de reais para os cofres públicos.

Áreas com maior número de mortes: transporte, armazenagem e comunicações, com 7

mortes entre 3855 habitantes.

Importância da prevenção de acidentes: a melhor maneira de minimizar os custos de uma

empresa é investir na prevenção de acidentes. Muitos empresários tem a ideia errônea que

devem diminuir seus investimentos em equipamentos de proteção individual, contratação

de pessoal de segurança do trabalho e medidas de segurança.

Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT): é um documento obrigatório, que deve

ser preenchido quando da ocorrência de um acidente do trabalho ou de uma doença

ocupacional, mesmo no caso em que não haja afastamento do trabalho, devendo ser

encaminhado à Previdência Social e se destina ao registro do tratamento médico do

acidentado, bem como para fins estatísticos oficiais.

Uma empresa pode ser avaliada com base nos índices abaixo:

𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 =𝑛º 𝑑𝑒 𝐴𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠

𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑚𝑒𝑚 − ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠

𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝐺𝑟𝑎𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =(𝑛º 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 + 𝑛º 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒𝑏𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠)

𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑚𝑒𝑚 − ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠

4. CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO

Page 7: Higiene e seguranca

As condições ambientais de trabalho são as situações de trabalho existentes no ambiente,

que envolve desde a estrutura física, lay-out, materiais, utensílios, máquinas e

equipamentos, até os recursos humanos disponíveis.

Perigo: potencial de qualquer estado da matéria, evento ou circunstância que possa causar

danos as pessoas e/ou propriedades e/ou meio ambiente.

Risco: medida de perdas econômicas, danos ambientais ou lesões humanas em termo de

probabilidade de ocorrência de um acidente (frequência) e magnitude das perdas, dano ao

ambiente e/ou de lesões (consequências).

𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜 =𝑃𝑒𝑟𝑖𝑔𝑜

𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑜𝑙𝑒 → 𝐸𝑃𝐼, 𝐸𝑃𝐶, 𝑇𝑟𝑒𝑖𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠, 𝑀𝑎𝑞𝑢𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜, 𝑒𝑡𝑐.

Segurança: é a isenção de riscos considerados inadmissíveis.

Percepção de riscos: é o ato de tomar contato com um perigo por meio de sentidos,

interpretar essa informação e então decidir o que fazer. É a capacidade de analisar o perigo

e avaliar seus riscos.

Fatores que influenciam nessa percepção:

Emoções, vida pessoal, clima de trabalho;

Saúde do corpo, bem-estar, alimentação, remédios;

Conhecer os perigos e riscos da unidade e das tarefas.

Perda de percepção de riscos:

Baixa percepção de perigos;

Tempo de exposição ao mesmo perigo;

Cultura da pressa;

Cultura da continuidade operacional;

Boas intenções.

Agentes ambientais ou riscos ambientais: são os elementos ou substâncias presentes nos

diversos ambientes humanos, que quando encontrados acima dos limites de tolerância,

podem causar danos à saúde das pessoas. Esses riscos podem afetar o trabalhador a curto,

médio e longo prazo.

Page 8: Higiene e seguranca

Os agentes ambientais podem causar riscos à saude. São eles:

Agentes químicos: efeitos irritantes (vias aéreas superiores); efeitos asfixiantes

(gases, dores de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e eventual morte).

Agentes físicos: vibrações (cansaço, irritação, dores nos membros, dores na coluna,

artrite, problemas disgetivos – motoristas de ônibus); radiações ionizantes (alterações

celulares, câncer, fadiga, problemas visuais – aparelhos de radioterapia); radiações

não ionizantes (queimaduras, lesões na pele – operação com solda).

Agentes biológicos: tuberculose, intoxicação alimentar, fungos, malária, febre

amarela.

5. ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

Insalubridade: são consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua

natureza, condições e métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes noviços à

GRUPO 1:

VERDE

GRUPO 2:

VERMELHO

GRUPO 3:

MARROM

GRUPO 4:

AMARELOGRUPO 5: AZUL

Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos BiológicosRiscos

Ergonômicos

Riscos de Acidentes

ou Mecânicos

Ruídos Poeiras VírusEsforço Físico

Intenso

Arranjo Físico

Inadequado

Vibrações Fumos Bactérias

Levantamento e

Transporte Manual

de Peso

Máquinas e

Equipamentos sem

Proteção

Radiações

IonizantesNévoas Protozoários

Exigência de

Postura

Inadequada

Ferramentas

Inadequadas e

Defeituosas

Radiações Não

IonizantesNeblinas Fungos

Controle Rígido de

Produtividade

Iluminação

Inadequada

Frio Gases ParasitasImposição de

Rítmos ExcessivosEletricidade

Calor Vapores BacilosTrabalho em Turno

e Noturno

Probabilidade de

Incêndio ou

Explosão

Pressões

Anormais

Substâncias ou

Compostos/Produtos

Químicos em geral

Jornadas de

Trabalho

Prolongadas

Armazenamento

Inadequado

UmidadeMonotonia e

Repetitividae

Animais

Peçonhentos

Outras situações

causadoras de

stress físico e/ou

psíquico

Outras situações de

riscos que poderão

contribuir para a

ocorrência de

acidentes

RISCOS AMBIENTAIS

Page 9: Higiene e seguranca

saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do

agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Adicional de insalubridade = 40% (insalubridade grau máximo), 20% (insalubridade grau

médio), 10% (insalubridade grau mínomo), todos incididos sobre o salário mínimo.

Periculosidade: são consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da

regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou

métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em

condições de risco acentuado.

Adicional de periculosidade = 30% incidente sobre o salário base.

6. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA)

A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de

modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e

prevenção da saúde do trabalhador.

A CIPA elabora mapas de riscos para os riscos ergonômicos e mecânicos.

Temas como tabajismo e alcoolismo devem ser abordados pela CIPA anualmente, bem

como a questão de DSTs.

A CIPA contribui para a mudança da cultura no trabalho para fornecer informações aos

funcionários, necessárias para implementação das políticas de higiene e segurança.

Os “Cipeiros” podem ser:

Eleitos: não podem ser demitidos. Eles têm mandatos de 1 ano, com direito a reeleição.

Indicados: podem ser demitidos.

As reuniões da CIPA são, no mínomo, mensais e com ata.

Obrigações da CIPA: inspeções, perícia de acidentes, mapa de risco, análise de PPRA,

identificação de riscos do processo de trabalho.

É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para direção da CIPA

desde a candidatura até um ano após o final do mandato. Nem todos os indicados possuem

essa garantia.

Presidente da

CIPA

Escolhido pelos empregados

por maioria e indicado pela

empresa

Escolhe seus assessores e

monta a diretoria

Page 10: Higiene e seguranca

7. METODOLOGIA DE ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR)

Determinar os riscos durante a fase preliminar de implantação, numa indústria ou no

desenvolvimento de um novo sistema, de forma a identificar e reduzir o risco com um custo

efetivo menor.

A análise preliminar é realizada na fase inicial de projeto ou inicio de serviço de uma

atividade qualquer. Não é utilizada na obtenção de resultados quantitativos e em fases

operacionais de projeto.

Princípio do método: levanta-se informação sobre os riscos e classificação de ocorrência

dos mesmos.

Diretrizes: rever problemas conhecidos, revisar missão, determinar os riscos principais,

iniciais e contribuintes, revisar os meios de eliminação ou controle de riscos, analisar os

métodos da restrição de danos, indicar quem levará a cabo as ações.

Classe de frequência: remota, improvável, provável e frequente.

Grau de severidade: pequena, relevante, severa e catastrófica.

Classe de risco; crítico, moderado, não-crítico.

8. METODOLOGIA DE ANÁLISE DE FALHAS: esse método permite a análise

quantitativa com o uso da probabilidade de ocorrência de algum evento.

9. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

O uso de EPIs é inevitável quando não for possível eliminar os riscos por meio de EPCs,

em trabalhos eventuais (rápidos, de certa exposição).

CIPA Levanta os 5 riscos

presentes na empresa

Analisa-se pelos receios

dos funcionários o grau e

o tipo de risco

Estuda-se parâmetros

considerando a média

dos resultados das

pesquisas com os

trabalhadores

Mapa de Risco

Convenção de cores

e sinais para alerta

de riscos

Page 11: Higiene e seguranca

Os EPIs devem estar regularizados pelo MTE, devendo conter um controle de empréstimo,

devolução e fichamento do material. Alguns EPIs necessitam de manual de uso e

higienização (ex.: protetor auricular tipo plug) bem com treinamento de utilização.

Os EPIs só podem ser vendidos com Certificado de Aprovação (CA). Só podem ser vendidos

o trabalhador em perfeito estado de conservação e funcionamento.

Obrigações do empregador: adquirir o EPI adequado ao risco da atividade, exigir o uso,

fornecer EPI aprovado, orientar e treinar o empregado.

Obrigações do empregado: usar adequadamento, responsabilizar-se pela conservação,

comunicar dano ou perda do EPI.

Tipos de EPIs:

Proteção para cabeça: capacete de segurança (proteção contra incêndio, impacto,

choque elétrico), capuz (risco de derramamento de produto químico, riscos térmicos,

proteção para orelhas e nucas quando expostos ao sol), óculos (proteção frontal e lateral),

protetor facial (máscaras de solda).

Respirador: com ou sem filtros (máscaras). Os filtros podem ser químicos, mecânicos

ou combinados. Respiradores de adução de ar, acoplado a uma carga reserva de O2.

Protetores para o tronco: revestimentos de segurança tipo avental, jaquetas, macacões,

jalecos, capas de chuva.

Membros superiores: luvas de PVC, alumínio raspa, luvas de malhas de aço, látex,

creme protetor para agentes químicos.

Membros inferiores: calçados, biqueira de aço, meias, biqueiras de plástico.

Proteção para o corpo inteiro: macacões, jardineira.

Cinto de segurança: tipo paraquedista de ligação frontal ou dorsal tipo cadeira suspensa.

10. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)

O equipamento de proteção coletiva serve para neutralizar a ação dos agentes ambientais,

evitando acidentes, protegendo contra danos à saúde e a integridade física dos trabalhadores.

Os equipamentos de proteção coletivas (EPC) são aparelhos usados no saneamento do meio-

ambiente. O exaustor é um exemplo de EPC.

As medidas de proteção coletivas contra quedas de altura (como bandejas, guarda-corpo e

outras) são obrigatórias e prioritárias. Em locais onde isso não for possível, o trabalhador

deve usar cinto de segurança do tipo pára-quedista. Também faz parte da NR-18 as medidas

de proteção coletivas contra quedas de materiais e ferramentas sobre o trabalhador.

Page 12: Higiene e seguranca

Exemplos de EPC: ar condicionado, extintores de incêndio, corrimãos, guarda-corpos,

exaustores, ventiladores, portas revestidas de chumbo, cadeiras ergonômicas, sinalização

de segurança, coifa, fita de demarcação, telas de proteção, pisos antiderrapantes, para-

raios, pia para lavagem de mãos, etc.

11. NORMAS REGULAMENTADORAS (NR)

NRs são são normas emitidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego através de portaria.

Normas Regulamentadoras

NR 1 – Disposições Gerais

NR 2 – Inspeção

NR 3 – Embargo ou Interdição

NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)

NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)

NR 8 – Edificações

NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)

NR 10 – Instalações e Serviços em Eletricidade

NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

NR 12 – Máquinas e Equipamentos

NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão

NR 15 – Atividades e Operações Insalubres

NR 16 – Atividades e Operações Perigosas

NR 17 – Ergonomia

NR 18 – Condições do Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

NR 19 – Explosivos

NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

NR 21 – Trabalho a Céu Aberto

NR 22 – Trabalhos Subterrâneos

NR 23 – Proteção Contra Incêndios

NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

NR 25 – Resíduos Industriais

NR 26 – Sinalização e Segurança

Page 13: Higiene e seguranca

NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do

Trabalho

NR 28 – Fiscalização e Penalidades

NR 29 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

NR 30 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquário

NR 31 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura,

Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura

NR 32 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de

Saúde

NR 33 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em em Espaços

Confinados

12. NR 10 - Instalações e Serviços em Eletricidade

A NR 10 busca oferecer condições mínimas e informações para garantir a segurança

adequada a todos os trabalhadores da área de eletricidade e aqueles que trabalham nas

proximidades.

Aplicabilidade da NR 10: geração, transmissão, distribuição e consumo nas etapas de

projeto, construção, montagem, operação e manutenção das instalações elétricas e suas

proximidades.

Existência jurídica por meio dos artigos 179 a 181 da CLT.

Art. 179: o MTE disporá sobre as condições de segurança e as medidas especiais a serem

observadas relativamente a instalações elétricas em qualquer das fases de produção,

transmissçao, distribuição ou consumo de energia.

Art. 180: somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar

instalações elétricas.

Art. 181: os que trabalharem em instalações elétricam devem estar familiarizados com o

trabalho.

Medidas de controle:

Prontuário: sistema de informações sobre as instalações elétricas, equipamentos de

proteção, procedimentos, documentação de pessoal, testes, certificação e relatório

técnico que deverá estar em local acessível para consultas.

Medidas de proteção coletiva:

Providências abrangendo a proteção coletiva de trabalhadores na mesma condição.

Page 14: Higiene e seguranca

Desenergização: medida prontuária.

Outras medidas: isolação das partes vivas, barreiras, invólucro, obstáculos, sinalização,

seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento automático.

Aterramento: objetiva manter o potencial dos pontos condutores de energia elétrica em

zero. Aplicado em instalações desenergizadas.

Medidas de proteção individual:

São aplicadas quando medidas de proteção coletiva são insuficientes ou não aplicáveis.

Deverá haver adequação da NR 6 om EPIs preconizados na NR 10.

Vestimenta especial: uso e especificação em função da análise de risco identificada.

Habilitação, Qualificação, Capacitação e Autorização (Trabalhadores): capacitação

profissional é válida nas condições estabelecidas pelo profissional habilitado.

Procedimentos de trabalho:

Rotinas específicas e padronizadas com descrição de cada tarefa, assinadas por

profissional autorizado.

Acompanhamento do SESMT.

Conclusões:

A eletricidade é um produto extremamente perigoso, devendo ser manuseada por

profissionais autorizados.

Irregularidade/Potenciais situações de risco → solicitar presença de profissional

autorizado.

Acidente → manter a área em volta livre; procurar socorro médico.

Em muitas situações, a eletricidade é tratada de maneira negligente por desconhecimento

dos riscos envolvidos.

AUTORIZADO

QUALIFICADO

QUALIFICADO

NÃO

QUALIFICADO

HABILITADO

CAPACITADO

TREINAMENTO

DE

SEGURANÇA

Page 15: Higiene e seguranca

13. PROGRAMAS DE PREVENÇÃO

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA): estabelece uma metodologia de

ação que garanta a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores, frente aos riscos

dos ambientes de trabalho.

Para efeito do PPRA, os riscos ambientais são os agentes físicos, químicos e biológicos

existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração,

intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde dos trabalhadores.

A elaboração e implementação do PPRA é obrigatória para todos os empregadores e

instituições que admitam trabalhadores como empregados.

Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

(PCMAT): O PCMAT deverá ser elaborado pelas empresas enquadradas no grupo das

Indústrias da Construção, conforme classificação da NR 4.

O PCMAT tem como objetivo básico garantir a saúde e a integridade dos trabalhadores,

através da prevenção dos diversos riscos que derivam do processo de execução de obras

na indústria da construção.

Deverá ser realizada quando um canteiro de obras tiver 20 ou mais trabalhadores.

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO): monitora por

anamnese e exames laboratoriais a saúde dos trabalhadores. Tem por objetivo identificar

precocemente qualquer desvio que possa comprometer a saúde dos trabalhadores.

14. SIGLAS IMPORTANTES

ASO: Atestado de Saúde Ocupacional;

CA: Certificado de Aprovação;

CAT: Comunicação de Acidente do Trabalho;

CIPA: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes;

CLT: Consolidação das Leis do Trabalho;

CNAE: Classificação Nacional de Atividades Econômicas;

DRT: Delegacia Regional do Trabalho;

INSS: Instituto Nacional do Seguro Social;

MTE: Ministério do Trabalho e Emprego;

OIT: Organização Internacional do Trabalho;

SSO: Segurança e Saúde Ocupacional;