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Exercício revisão (balanço hídrico)
1. A região da bacia hidrográfica do rio Taquari recebeprecipitações médias anuais de 1600 mm. Em Muçum (RS) háum local em que são medidas as vazões deste rio e umaanálise de uma série de dados diários ao longo de 30 anosrevela que a vazão média do rio é de 340 𝒎³. s−1 .Considerando que a área da bacia neste local é de 15.000km², qual é a evapotranspiração média anual nesta bacia?Qual é o coeficiente de escoamento da região?
R: E = 885 mm. ano−1
C = 0,447
PRECIPITAÇÃO
Água da atmosfera que atinge a superfície na forma de:
Chuva, granizo, neve, orvalho, geada, neblina
FORMAÇÃO DE CHUVAS
Água atmosférica se apresenta na forma de vapor
Quantidade de vapor no ar é limitada: concentração de saturação
Ex: Ar a 20° contém aproximadamente 20 gramas vapor/m³ ar
→ Maior quantidade acaba condensando (transformação devapor em líquido)
Concentração de saturação aumenta com aumento datemperatura → Ar quente pode conter mais vapor do que ar frio
PRECIPITAÇÃO
FORMAÇÃO DE CHUVAS
Formação de nuvens: movimento ascendente de uma massa dear úmido → temperatura do ar diminui → vapor se condensa
→ Formação de pequenas gotas que crescem atingindotamanho e peso suficiente para vencer as forças de sustentação(corrente de ar) e precipitarem (caírem)
O fator responsável pela ascensão de massa de ar diferencia osprincipais tipos de chuva:
FRONTAIS, CONVECTIVAS, OROGRÁFICAS
Atmosfera: temperaturas mais altas na superfície
temperaturas mais baixas em grandes altitudes
PRECIPITAÇÃO
CHUVAS FRONTAIS OU CICLÔNICAS
O ar mais quente, normalmente o mais leve e mais úmido, éempurrado para cima (temperaturas mais baixas)→condensação do vapor
Encontro de duas grandes massas de ar de diferentetemperatura e umidade.
PRECIPITAÇÃO
CHUVAS FRONTAIS OU CICLÔNICAS
Massas de ar com centenas de quilômetros de extensão quemovimentam-se de forma lenta
→ Longa duração de chuvas e grandes extensões
→ Intensidade baixa
No Brasil são frequentes na região Sul (inverno)
PRECIPITAÇÃO
CHUVAS CONVECTIVAS
Aquecimento de massas de ar que estão em contato direto coma superfície quente dos continentes e oceanos
Aquecimento do ar → elevação para níveis mais altos (baixastemperaturas condensam o vapor) → formação de nuvensdenominadas CUMULUSNIMBUS
PRECIPITAÇÃO
CHUVAS CONVECTIVAS
→ Chuvas de alta intensidade e curta duração (chuvas de verão)
→ Ocorrem predominantemente durante a tarde
→ Em áreas pequenas (concentradas)
→ Impacto em pequenas bacias urbanas →originam inundações
No Brasil: na região Sul ocorre com maior frequência no verão
PRECIPITAÇÃO
CHUVAS OROGRÁFICAS
Ocorrem em regiões onde um grande obstáculo do relevo, comouma cordilheira ou serra muito alta, impede a passagem deventos quentes e úmidos que sopram do mar
O ar sobe para níveis mais altos da atmosfera → umidade do arse condensa formando nuvens junto aos picos da serra ondechove com muita frequência
No Brasil: Serra do Mar ao longo do litoral
MEDIDAS DE PRECIPITAÇÃO
Altura de água caída e acumulada sobre uma superfície plana eimpermeável
Recipientes com dimensões padronizadas (área superior decaptação de 400 ou 500 cm²) instalados a 1,50m do solo
• Pluviômetros
• Pluviógrafos
→ Medição manual realizada 1 vez por dia as 7h (BR)
→ Medições automáticas registradas em intervalosde tempo menores do que 1 dia
→ Essencial para estudo de chuvas de curta duração
Medições no Brasil: ANA (Agência Nacional da Água)
INMET (Instituto Nacional de Meteorologia)
→ Cadastradas mais de dez mil estações pluviométricas (BR)
→ Pouco mais de 6000 em atividade (2013)
MEDIDAS DE PRECIPITAÇÃO
A chuva também pode ser estimada por radares meteorológicos
Emissão de pulsos de radiação eletromagnética que sãorefletidos pelas partículas de chuva na atmosfera (medição daintensidade do sinal refletido).
Vantagem: possibilidade de fazer estimativas de taxas de precipitação em uma grande região no entorno da antena.
No Brasil são poucos os radares para uso meteorológico.Em alguns países, como os EUA, a Inglaterra e a Alemanha, já existe uma cobertura completa com sensores de radar paraestimativa de chuva.
ANÁLISE DE DADOS DE CHUVA
1. Altura de água (lâmina precipitada)
Espessura média da lâmina de água que cobriria a região sefosse plana e impermeável
Unidade: mm de chuva
2. Duração
Período de tempo durante o qual ocorre o evento de chuva
Unidade: minutos ou horas
Variáveis que caracterizam a chuva:
ANÁLISE DE DADOS DE CHUVA
Variáveis que caracterizam a chuva:
3. Intensidade
Altura precipitada dividida pela duração da chuva
Unidade: mm. hora−1
4. Frequência
Quantidade de ocorrências de eventos iguais ou superiores aoevento de chuva considerado.
• Chuvas muito intensas: baixa frequência
• Chuvas pouco intensas: alta frequência (mais comuns)
ANÁLISE DE DADOS DE CHUVA
Bloco(P = precipitação)
N° de ocorrências (dias) Frequência
P = zero 5.597 68,25%
P < 10mm 1.464 17,85%
10 < P < 20mm 459 5,60%
20 < P < 30mm 289 3,52%
30 < P < 40mm 177 2,16%
40 < P < 50mm 111 1,35%
50 < P < 60mm 66 0,80%
60 < P < 70mm 38 0,46%
Total 8.201 100%
4. Frequência
ANÁLISE DE DADOS DE CHUVA
4. Frequência
Tempo de retorno ou Período de recorrência (Unidade: anos)
Estimativa do tempo em que um evento é igualado ou superado,em média.
Ex: Uma chuva com intensidade equivalente ao tempo de retorno de10 anos é igualada ou superada uma vez a cada 10 anos, em média.
Tempo de retorno = inverso da probabilidade de excedência
Ex: Uma chuva de 130mm é igualada ou superada uma vez a cada 20anos: TR = 20 anos
Probabilidade de acontecer um evento de chuva com altura igual ousuperior a 130 mm em um ano qualquer:
P = 1
𝑇𝑅=
1
20= 0,05 = 5% ou 𝑇𝑅 =
1
𝑃
VARIABILIDADE ESPACIAL DA CHUVA
Dados de pluviômetros e pluviógrafos referem-se a áreas decaptação muito restritas (400 ou 500 cm²)
Medidores afastados entre si podem registrar leituras diferentespara a mesma chuva: chuvas tem grande variabilidade espacial
Para representar essa variabilidade são utilizadas Linhas demesma precipitação (ISOIETAS) desenhadas sobre um mapa porinterpolação dos dados pluviométricos
VARIABILIDADE SAZONAL DA CHUVA
Regiões com grande variabilidade sazonal de chuva: Estações doano secas e outras úmidas
• Na maior parte do Brasil o verão é o período das maioreschuvas
• No Sul (BR) a chuva é relativamente bem distribuída aolongo do ano
• No extremo Norte (BR) a época mais chuvosa é nos meses demaio a agosto, que é a época mais seca no centro do país
Esta variabilidade é representada por gráficos da chuva médiamensal, com valores típicos de chuva em cada mês do ano.
CHUVAS MÉDIAS EM UMA ÁREA
Alguns métodos para o cálculo de chuvas médias:
• Média aritmética
• Isoietas
• Polígonos de Thiessen
Média aritmética
• Cálculo da média das chuvas ocorridas em todos ospluviômetros no interior da bacia
• Mais simples
• Mais sujeito a erros
CHUVAS MÉDIAS EM UMA ÁREA
Média aritmética
66 mm
50 mm
44 mm
40 mm
42 mm
𝑃𝑚 =(66 + 50 + 44 + 40)
4
𝑃𝑚 = 50 𝑚𝑚
Precipitação média:
Pluviômetros
CHUVAS MÉDIAS EM UMA ÁREA
Método dos polígonos de Thiessen
Baseado na hipótese que a chuva que atinge um ponto qualquerdentro de uma bacia é exatamente igual à chuva que atinge opluviômetro mais próximo
• Definir as áreas de influência de cada posto pelo critério demenor distância
• Precipitação calculada por média ponderada dasprecipitações nas áreas de influência
1. Traçar linhas que unem os postos mais próximos entre si
2. Traçar linhas médias perpendiculares às linhas que unem ospostos
3. Definir a região de influência de cada posto e medir sua área
CHUVAS MÉDIAS EM UMA ÁREA
Método dos polígonos de Thiessen
1. Traçar linhas que unem os postos mais próximos entre si
CHUVAS MÉDIAS EM UMA ÁREA
Método dos polígonos de Thiessen
2. Traçar linhas médias perpendiculares àslinhas que unem os postos
CHUVAS MÉDIAS EM UMA ÁREA
Método dos polígonos de Thiessen
15 km²
10 km²40 km²
30 km²
5 km²
3. Definir a região de influência de cada posto emedir sua área
CHUVAS MÉDIAS EM UMA ÁREA
Método dos polígonos de Thiessen
Área total = 100 km²
Área sob influência posto 120 mm = 15 km²
Área sob influência posto 70 mm = 40 km²
Área sob influência posto 50 mm = 30 km²
Área sob influência posto 75 mm = 5 km²
Área sob influência posto 82 mm = 10 km²
Precipitação média na bacia:
𝑃𝑚 =120 ∙ 15 + 70 ∙ 40 + 50 ∙ 30 + 75 ∙ 5 + 82 ∙ 10
100
𝑃𝑚 = 72,95𝑚𝑚 = 73 𝑚𝑚
CHUVAS MÉDIAS EM UMA ÁREA
Método das Isoietas
• Calculo da área da bacia que corresponde ao intervalo entreas isoietas
Ex: A área entre as isoietas 1200 e 1300 mm recebe 1250 mmde chuva.
• Multiplicar cada área pela sua precipitação
CHUVAS MÉDIAS EM UMA ÁREA
Método das Isoietas
IsoietasÁrea entre
isoietas (km²)Precipitação
(mm)A x P
(mm.km²)
30-35 1,9 32,5 62
35-40 10,6 37,5 398
40-45 10,2 42,5 434
CHUVAS MÉDIAS EM UMA ÁREA
Método das Isoietas
IsoietasÁrea entre
isoietas (km²)Precipitação
(mm)A x P
(mm.km²)
30-35 1,9 32,5 62
35-40 10,6 37,5 398
40-45 10,2 42,5 434
45-50 6
50-55 15
55-60 8,4
60-65 4,7
56,8
CHUVAS MÉDIAS EM UMA ÁREA
Método das Isoietas
IsoietasÁrea entre
isoietas (km²)Precipitação
(mm)A x P
(mm.km²)
30-35 1,9 32,5 62
35-40 10,6 37,5 398
40-45 10,2 42,5 434
45-50 6 47,5 285
50-55 15 52,5 788
55-60 8,4 57,5 483
60-65 4,7 62,5 294
56,8 2742
𝑃𝑚 =2742
56,8
𝑃𝑚 = 48 mm
Precipitação média
CHUVAS INTENSAS
São geralmente a causa de grandes prejuízos quando os riostransbordam e inundam casas, destroem plantações etc.
Deve-se conhecer a intensidade da chuva para o projeto deestruturas hidráulicas como bueiros, pontes, canais, vertedores.
Relação entre a intensidade da precipitação I que atinge umaárea em uma duração D com uma dada probabilidade deocorrência F:
Curva IDF: Intensidade – Duração - Frequência
Curvas IDF são diferentes para diferentes locais
CHUVAS INTENSAS
Curva IDF
Porto Alegre/RS
Informar o TR e a duraçãoda chuva
Ex 1: Projetos de drenagempluvial urbano, bocas-de-loboem geral TR = 2 a 10 anos
Ex 2: Vertedor de umagrande barragem TR =centenas ou milhares deanos
Para duração da chuva,geralmente adota-se igualao tempo de concentraçãoda bacia hidrográfica.
CHUVAS INTENSAS
Tipo de Obra Tipo de Ocupação da Área TR (anos)
Microdrenagem
Residencial 2Comercial 5
Áreas com edifícios de serviços ao público
5
Aeroportos 2-5Áreas comerciais e vias de
tráfego5-10
Macrodrenagem
Áreas residenciais e comerciais
50-100
Áreas de importância específica
500
Barragens 10.000
Fonte: DAEE/CETESB, 1980
CHUVAS INTENSAS
Além da forma gráfica, também pode ser expressa na forma deuma equação:
𝐼 =𝑎 ∙ 𝑇𝑅𝑏
𝑡𝑑 + 𝑐 𝑑
I: intensidade da chuva (𝑚𝑚. ℎ𝑜𝑟𝑎−1)
a,b,c,d: parâmetros característicos daIDF de cada local
TR: tempo de retorno (anos)
𝑡𝑑: duração da precipitação (minutos)
LocalidadeParâmetros da equação
a b c d
Curitiba/PR 5726,64 0,159 41 1,041
Florianópolis/SC 222 0,1648 0 0,3835
São Paulo/SP 3462,6 0,172 22 1,025
EXERCÍCIOS
1. Considerando a curva IDF para a cidade de Porto Alegre, qual aintensidade da chuva com duração de 40 minutos que tem 1%de probabilidade de ser igualada ou superada em um anoqualquer?
2. Considerando a curva IDF do exercício 1, qual é a intensidadeda chuva com duração de 60 minutos que tem 2% deprobabilidade de ser igualada ou superada em um anoqualquer em Porto Alegre? Determine a intensidade tambémpara 10% e 50% de probabilidade de ser igualada ou superada.A intensidade da chuva e a probabilidade de ocorrência sãoinversamente ou diretamente proporcionais?
R: I = 96 𝑚𝑚. ℎ−1
R: P = 2% : I = 72 𝑚𝑚. ℎ−1
P = 10% : I = 52 𝑚𝑚. ℎ−1
P = 50% : I = 29 𝑚𝑚. ℎ−1
EXERCÍCIOS
3. No dia 04 de novembro de 2005 uma chuva muito intensaatingiu a cidade de Porto Alegre. Medições mostraram que alâmina precipitada foi de 35 mm, e que a duração da chuva foide uma hora. Considerando a curva IDF obtida com dados doantigo posto pluviográfico do Parque da Redenção, qual é otempo de retorno desta chuva?
4. Qual o tempo de retorno de uma chuva de 111 mm em 2horas considerando a equação de chuvas intensas de Curitiba?
Localidade a b c d
Curitiba/PR 5726,64 0,159 41 1,041
𝐼 =𝑎 ∙ 𝑇𝑅𝑏
𝑡𝑑 + 𝑐 𝑑I: intensidade da chuva (𝑚𝑚. ℎ𝑜𝑟𝑎−1)
TR: tempo de retorno (anos)
𝑡𝑑: duração da precipitação (minutos)
R: TR = 3 anos
R: TR = 61 anos