hemato mieloma múltiplo
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resumo fisiopatologia, sinais clinicos e diagnóstico de Mieloma MultiploTRANSCRIPT
MIELOMA MÚLTIPLO Conceito: proliferação neoplásica de um único clone de plasmocitos, na maioria das vezes
produzindo uma imunoglobulina monoclonal. Esse clone de prolifera na medula óssea, e com
grande freqüência resulta em destruição extensa do esqueleto, com lesões osteoliticas,
osteoporose e fraturas. Anemia, inusficiencia renal e hipercalcemia também são comuns.
Afeta caracteristicamente a população acima de 50 anos, sendo rara em indivíduos abaixo de
40 anos.
Suas principais características são: gamopatia monoclonal (geralmente é a IgG), anemia, dor
óssea, hipercalcemia e insuficiência renal.
PATOGENESE
As evidencias apontam para a origem do clone neoplásico ser de um linfócito B de memória ou
de um plasmablasto. O mieloma múltiplo pode surgir inicialmente no tecido linfóide, porem
somente no ambiente da medula óssea ele se prolifera. A medula então se torna repleta de
plasmocitos neoplásicos – as células do mieloma. Algumas dessas células tem características
importantes atípicas: assincronia nucleocitoplasmatica (núcleo imaturo, com nucléolos, e com
citoplasma maduro, com RE bem formado), plasmocitos grandes, binucleados – células de
Mott.
As células do mieloma se proliferam na medula óssea ocupando o espaço das células
hematopoiéticas, liberando substancias que inibem a proliferação dos eritroblastos e que
ativam os osteoclastos.
MANIFESTAÇÕES CLINICAS
Geralmente aparecem de forma lenta e progressiva, acometendo principalmente o sistema
hematológico, os ossos e a função renal.
Considerações:
1. A anemia é decorrente não só da ocupação medular pelos plasmocitos, mas
principalmente dos fatores inibitórios da eritropoiese secretados pelas “células do
mieloma”
2. Em cerca de 80% dos casos de mieloma múltiplo, a cadeia leve do componente M
aparece na urina, recebendo o nome de Proteina de bence Jones. Por ser tóxica aos
túbulos renais, essa proteína pode causar uma nefropatia crônica – o “Rim do
mieloma”.
3. A destruição óssea continua promove a liberação de cálcio. A hipercalcemia e
hipercalciuria resultantes podem contribuir para a insuficiência renal ou mesmo causá-
la.
4. Apesar de o numero total de imunoglobulinas estar alto, devido ao componente M, os
níveis plasmáticos das imunoglobulinas normais estão baixos (hipogamaglobulinemia
funcional), sendo este um dos principais mecanismos da susceptibilidade a infecções
dos pacientes com MM.
Lesões esqueléticas
São comuns em sítios com a medula óssea funcionante, como as costelas, corpos vertebrais,
calota craniana, esterno, etc. A dor é inicialmente apontada na região lombar, e
caracteristicamente refratária aos AINEs.
As fraturas patológicas são freqüentes. As fraturas por compressão dos corpos vertebrais
podem determinar a dimunição da estatura do paciente.
As lesões radiológicas consistem sempre em lesões líticas, arredondadas, do tipo insuflantes. O
principal diagnostico diferencial é com metástases ósseas líticas, encontradas no carcinoma de
mama, pulmão, tireóide, etc. Mas existem diferenças:
a. A dor óssea no MM geralmente é movimento-dependente, enquanto na metástase a
dor costuma ser continua e com piora noturna;
b. As lesões no MM poupam os pedículos vertebrais, enquanto as lesões metastáticas
preferem essas estruturas.
Os exames de imagem que captam essas lesões são: o raio-x convencional, a TC e a RNM.
Geralmente a fosfatase alcalina encontra-se normal.
Susceptibilidade a Infecções
A infecção bacteriana é a principal causa de morte na MM.
Principais fatores são:
Queda na produção e aumento da degradação das imunoglobulinas normais, levando
à hipogamaglobulinemia funcional (a imunoglobulina do componente M não tem
função fisiológica).
Diminuição dos níveis de linfócitos T CD4.
Opsonização defeituosa.
Função granulocitica alterada.
Efeito imunossupressor do tratamento com corticóides.
Os principais agentes patogênicos são o Streptococcus pneumoniae e o Haemophylus
influenzae.
Envolvimento Renal
Principais fatores da patologia renal são a hipercalcemia e o “Rim do Mieloma”. Cerca de
metado dos pacientes com MM apresentam redução do clearance de creatinina, enquanto
que 25% já tem aumento de uréia e creatinina no momento do diagnostico.
Rim do Mieloma: lesões das células tubulares proximais devido à toxicidade das Proteinas de
Bence Jones – cadeias leves da imunoglobulina que são pequenas o suficiente para serem
filtradas no glomérulo e atingirem o túbulo. Numa fase mais avançada da neoplasia, o efeito
da proteína BJ provoca insuficiência renal crônica por obstrução generalizada do lúmen tubular
e lesando o interstício renal.
Hipercalcemia: deposição de cálcio no parênquima renal levando à insuficiência renal crônica
(nefrocalcinose) + formação de cristais de cálcio no sistema tubular causando diretamente a
IRA.
DIAGNÓSTICO
Anemia – Hb 7 – 10 g/dl (hemograma completo)
VHS aumentado – hemácias “empilhadas”
LDH, fosfatase alcalina
Hipercalcemia – Ca > 10,5 mg/dl
Hiperuricemia
Função renal – creatinina elevada
Eletroforese de proteínas – exame de “triagem” (mostra pico monoclonal na curva das
gamaglobulinas); pode ser feita no plasma (80% sensibilidade) e na urina (imunoeletroforese -
75% de sensibilidade) ou em ambos (99%).
RX esqueleto – coluna, pelve, crânio, úmero, fêmur;
ESTADIAMENTO
TRATAMENTO
Doença crônica incurável
Radioterapia para doença óssea localizada – melhora da dor e prevenção de fraturas;
Inibidores da osteólise - ácido zoledônico – para controlar hipercalcemia e desacelerar
reabsorção óssea; bifosfonados;
Transfusão de sangue quando anemia muito intensa;
Quimioterapia
Transplante de células tronco periféricas – aumento de sobrevida.