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História da Cultura e das Artes Módulo 7 – A Cultura do salão Ano Letivo 2016/2017 Prof. Ana Sofia Victor

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História da Cultura e das Artes

Módulo 7 – A Cultura do salão

Ano Letivo 2016/2017Prof. Ana Sofia Victor

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O Tempo (1715-1815)

• Revolução Americana (1776)

(independência dos EUA face à Inglaterra)

• Aparecimento de regimes democráticos (EUA)

• Aparecimento e difusão do liberalismo

Declaração da Independência da América, John Trumbull, 1819.

Pela primeira vez, uma colónia tornou-se independente através de uma revolução. Sob o comando de George Washington, o exército de colonos americanos derrotou as tropas inglesas e proclamou a independência a 4 de julho de 1776.

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A revolução Americana (1776)

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O Tempo (1715-1815)• Período de mudanças

políticas, económicas e sociais.

Mudanças políticas:

• Época da Revolução Francesa (1789) considerada o marco que estabelece o fim do Antigo Regime –inicio da Idade Contemporânea.

Representação da morte do rei Luís XVI

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O Tempo (1715-1815)

Mudanças políticas:

A Revolução Francesa influenciada pelos valores iluministas, proclamou os princípios universais de um Estado democrático, laico e livre.

Representação da morte do rei Luís XVI

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A Revolução Francesa (1789)

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A Revolução Francesa (1789)

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O Tempo (1715-1815)Mudanças culturais e científicas:

• Período do Iluminismo ou século das Luzes –movimento cultural que se desenvolveu na Inglaterra, Holanda e França nos séculos XVII e XVIII e que trouxe novas ideias criadas por vários pensadores. Estas ideias acabaram por se difundir pela Europa.

Cientistas reunidos nas Academias

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Excertos de obras de iluministas

Há em cada estado três espécies de poderes: opoder legislativo, o poder executivo e o poderjudicial. Quanto ao primeiro, o príncipe oumagistrado faz as suas leis e corrige ou revoga asque estão feitas. Quanto ao segundo, faz a paz ea guerra, envia as embaixadas. Quanto ao último,pune os crimes. Ora, quando na mesma pessoa opoder legislativo está unido ao poder executivonão existe liberdade

Montesquieu, O Espirito das Leis, 1748

Montesquieu(1689-1755)

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Excertos de obras de iluministas

O Culto à razão e ao progresso

O instinto, a ambição, a glória vã mudamperpetuamente a cena do mundo e inundam aterra de sangue mas, no meio dos seus destroços,o espirito humano ilumina-se, os costumessuavizam-se, as nações isoladas aproximam-se(…) e a massa total do género humano caminhasempre, ainda que a passos lentos, para umaperfeição maior.

Turgot(1727-1781)

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Excertos de obras de iluministas

As nossas esperanças quanto aofuturo podem reduzir-se a esta ideia:há-de chegar um momento em que osol só iluminará sobre a Terrahomens livres, que só reconhecemcomo senhor a razão.

Condorcet, Quadro dos progressos do EspiritoHumano, 1794 Condorcet

(1743-1794)

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Excertos de obras de iluministas

Nenhum homem recebeu da natureza o direito demandar nos outros. A liberdade é um presente do céu.(…)É preciso deitar aos pés todas as velhas crenças;ultrapassar as barreiras que a razão jamais levantou;permitir às artes a às ciências uma liberdade que lhes étão preciosa (…) precisaremos de uma época deracionalistas que não procurem mais as normas e as leisnos autores passados, mas na natureza…”

D’Alambert e Diderot, no prefácio à Enciclopédia, 1751.Diderot

(1713-1784)

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Pensadores iluministas:

• John Locke (1632-1704) –defendeu a existência de direito naturais como a vida, a liberdade e a propriedade.

• Montesquieu (1689-1755) –veio defender a ideia da separação de poderes.

O Tempo (1715-1815)

John Locke

Montesquieu

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Pensadores iluministas:

• Voltaire (1694-1778) –defendeu a liberdade de expressão.

• Jean Jacques Rousseau (1712-1778) – veio defender a ideia do contrato social.

• Adam Smith – defendeu o liberalismo económico.

O Tempo (1715-1815)

Jean Jacques Rousseau

Voltaire

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Entendia-se que a razão e não a religião devia ditar o conhecimento. Se o conhecimento devia passar a ser a nova máxima, então era necessário compilar e tornar acessível todo o saber gerado pela ciência. A partir de 1751, os filósofos franceses Denis Diderot (1713-1784) e Jean-Baptiste Le Rondd'Alembert (1717-1783) impuseram-se essa tarefa.Até 1780, ao longo de 30 anos, eles elaboraram a Encyclopédie ou Dictionnaire raisonné dessciences, des arts et des métiers, cujos 35 volumes continham praticamente todos os dados sobre as ciências naturais e humanas da época.

O Tempo (1715-1815)A publicação da primeira enciclopédia na Europa

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Ideias defendidas pelos iluministas:

• - valorização da razão como meio para chegar ao conhecimento;

• - valorização da experiência como instrumento para chegar ao conhecimento

• - crença nas leis naturais e na religião natural, isto é, que a natureza tinha regras que regiam as transformações;

• - crença na existência de direitos naturais como a liberdade, igualdade e a posse de bens;

• - crítica ao absolutismo, ao mercantilismo e aos privilégios da nobreza e do clero;

• - defesa da liberdade política e económica.

O Tempo (1715-1815)

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Mudanças culturais e científicas :

• Melhorias na medicina

• Crença na ciência como factor de progresso da humanidade

• Valorização da razão

• Utilização do método experimental.

• Valorização do progresso.

Mudanças sociais:• Aparecimento das classes sociais• Valorização do individualismo

O Tempo (1715-1815)

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Mudanças Económicas:

• novas técnicas de cultivo (Revolução agrícola)

• Advento da Revolução industrial (Inglaterra)

• maior produção• diminuição das crises

de subsistência

Período de maior dinamismo económico

O Tempo (1715-1815)

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Mudanças demográficas:

• Melhoria das condições de vida com diminuição da mortalidade, crescimento demográfico.

• Melhoria das condições de higiene.

O Tempo (1715-1815)

Crescimento demográfico na Europa entre 1700 e 1800.

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• No reinado do sucessor de Luís XIV, Luís XV, Versalhes continuou com o luxo e refinamento. Os salões promovidos pelas damas da corte desenvolviam uma intensa atividade cultural, onde se discutia literatura, filosofia, ciência, arte e outros temas.

• Mas, o fausto e os gastos exagerados da Corte alimentaram o descontentamento do Terceiro Estado e encorajaram as novas ideias revolucionárias defendidas pelos Iluministas.

O Espaço

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• Luís XVI sobe ao trono de França numa situação politica e económica deterioradas e num clima de insatisfação popular.

• A afirmação do Iluminismo, a divulgação das novas ideias e a contestação do Terceiro Estado levaram ao levantamento popular que tomou a bastilha (prisão estatal e símbolo do absolutismo) em 14 de julho de 1789.

• Como consequência, são abolidos em França os privilégios feudais e é aprovada a Declaração dos Direitos do homem e do cidadão, onde se estabelecem os direitos da “igualdade, liberdade e Fraternidade”.

O Espaço

Tomada da Bastilha, obra anónima, escola francesa do século XVIII.

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• Após um período de grande agitação política e social, o rei e a rainha foram guilhotinados e emergiu a figura do general Napoleão Bonaparte que chegou ao poder em 1799.

O Espaço

Execução de Luís XVI na Guilhotina, anónimo, século XVIII.

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• Em 1804, fez-se coroar imperador e desencadeou campanhas militares expansionistas pela Europa.

• Após uma trágica campanha na Rússia (1812), sofreu uma pesada derrota infringida pelos exércitos aliados que ocuparam Paris.

• Exilou-se e retomou o poder em 1815 até à Batalha de Waterloo onde foi derrotado pela Coligação de Aliados.

O Espaço

Napoleão Bonaparte (1769-1821)

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O Espaço

Batalha de Waterloo, William Sadler, c. 1820Travada em 1815, foi a derradeira batalha travada por Napoleão Bonaparte. Neste local na atual Bélgica, Napoleão comandou um exército de 72 mil homens contra cerca de 118 mil que integravam forças da Inglaterra, Prússia, Rússia, Áustria e Países Baixos. Foi uma pesada derrota.

Livro p. 78

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O meu sonho era fazer dela (Paris) a verdadeira capital da Europa”.

Napoleão Bonaparte

O Espaço

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• Os salões literários surgem no séc. XVII e eram reuniões em residências palacianas organizadas por mulheres aristocratas. Neles, as elites intelectuais conviviam e discutiam ideias.

• Uma figura que impulsionou estes eventos foi Madame de Rambouillet.

• No seu palácio acolheu regularmente personalidades ilustres que, se espalhavam pelas várias salas e salões, e discutiam os grandes temas da época (literatura, arte ou outros assuntos).

O Local (o Salão)

Catherine de

Rambouille (1588-

1665)

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• Nestas reuniões, com conforto e intimidade, os convidados espalhavam-se pelas divisões do Palácio e conviviam.

• Até meados do séc. XVII, o salão de Rambouillet atingiu grande notoriedade na sociedade da época.

O Local (o Salão)

Castelo de Rambouillet

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O Local (o Salão)• Na segunda metade do século, estes salões

multiplicaram-se e tornaram-se locais onde as novas ideias eram trocadas entre filósofos, escritores e artistas, numa fusão intelectual que muito concorreu para o aparecimento das ideias iluministas.

• As mulheres cultas, aristocratas e “modernas” da época desempenharam neste fenómeno um papel fundamental dominando também vários assuntos contrariando o que seria o seu papel da época.

Jean-Marc Nattier (1685-

1766), Retrato de Madame

Geoffrin,1738, Óleo sobre

Tela, Tóquio, Fuji Art

Museum

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O Local (o Salão)

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O Local (o Salão)

Madame de Pompadour, Nattier, c. 1748

Madame de Pompadour (1721-1764)

Foi uma das figuras que mais se celebrizou. Um exemplo deelegância e erudição (dominava duas línguas e tocava uminstrumento), foi amante do rei Luís XVI e a sua maior conselheirapara os assuntos do Estado. Assim, constituiu uma das figuras maispoderosas da sua época.

Era filha de um mercador abastado e influente que a educou paracasar com um homem rico e ascender na escala social. Frequentoudesde cedo os salões de Paris. O seu, enquanto madame d’Etiolles,foi frequentado por figuras como Voltaire que não ficou indiferenteaos seus encantos.Em 1745, atraiu as atenções do rei Luís XV de quem se tornouamante, confidente e conselheira. Este atribuiu-lhe o título deMarquesa de Pompadour bem como aposentos próprios emVersalhes.Foi protetora das artes e letras francesas e fez com o que o reifizesse de Voltaire, historiador do reino.

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Retrato Oficial

Desempenhou um importante papel na vida artística e intelectual do seu tempo.

Foi responsável pela decoração dos salões reais, pela proteção a artistas franceses, pela pensão concedida a Voltaire, pela fundação da fábrica de porcelanas de Sévres e pela expulsão dos Jesuítas, em 1762.

Madame de Pompadour, Maurice de La Tour, 1755

O Local (o Salão)

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• Também os salões de Madame de Geoffrin, Madame duDeffand ou Madame Necher, entre outras, contribuíram para a cortesia dos costumes, a distinção de maneiras e a linguagem agradável que caraterizava estes espaços.

O Local (o Salão)

Madame du Deffand (1697-1780)

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• Período da história da cultura europeia marcado pelo racionalismo filosófico, pela exaltação das ciências, pela crítica à ordem social e pela intolerância religiosa.

• Constituiu a base ideológica da Revolução Francesa.

• Propunha uma Era iluminada pela razão, pela ciência e pelo respeito pela humanidade.

O Iluminismo ou Século das Luzes (séc. XVIII)

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Percursores ou responsáveis pelo inicio do pensamento iluminista:

René Descartes (1596-1650) - Defendia o método lógico e racional para construir o conhecimento científico.

Isaac Newton (1642-1727) - Considerava que as funções da ciência eram descobrir as leis universais que regiam a natureza e enuncia-as de forma precisa e racional. A descoberta da sua lei da gravitação universal, que partiu de princípios racionais e matemáticos, influenciou os cientistas do Iluminismo.

O Iluminismo ou Século das Luzes (séc. XVIII)

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Pensamento dos pensadores iluministas:

• O conhecimento devia resultar da observação científica, da explicação empírica e da demonstração através da experimentação.

• Acreditavam no potencial da razão humana.

O Iluminismo ou Século das Luzes (séc. XVIII)

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Pensadores iluministas:

• John Locke (1632-1704) – filósofo inglês defendeu que a experiência era a principal fonte do conhecimento.

• Montesquieu (1689-1755) – filósofo francês defendeu a separação de poderes do Estado em executivo, legislativo e judicial como forma de garantir as liberdades individuais.

• Voltaire (1694-1778) – poeta, dramaturgo, filósofo e historiador. Era contra o Antigo Regime. Defendeu que a vida em sociedade exigia um contrato social e que o Homem devia ser dono do seu destino melhorando a sua condição através da ciência, da técnica e da arte.

O Iluminismo ou Século das Luzes (séc. XVIII)

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Pensadores iluministas:

• Voltaire (1694-1778) – poeta, dramaturgo, filósofo e historiador. Era contra o Antigo Regime. Defendeu que a vida em sociedade exigia um contrato social e que o Homem devia ser dono do seu destino melhorando a sua condição através da ciência, da técnica e da arte.

• Rousseau (1712-1778) – foi contra a propriedade privada e defendeu a teoria do “bom selvagem”: o Homem é naturalmente bom, a sociedade é que o corrompe.

• Diderot (1713-1784) – filósofo e crítico de arte, publicou a enciclopédia cujo objetivo era divulgar o conhecimento.

O Iluminismo ou Século das Luzes (séc. XVIII)

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• A primeira metade do século XVIII foi caraterizada pelos usos e costumes do mundo aristocrático e absolutista que começa a competir com a elite burguesa que está em ascensão.

• Após a magnificência das cortes de Versalhes imitada pelas cortes europeias, surge a festa galante que reproduz espaços mais íntimos, confortáveis e requintados como os salões ou jardins.

A Festa galante

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• Nasceu na Suíça e com 16 anos, deixa a sua cidade natal e passa a levar uma vida errante e boémia, até que é protegido por Madame de Warens doze anos mais velha que se torna sua amante.

• Converteu-se ao catolicismo e após várias viagens e aprendizagens, chega a Paris em 1742, onde aceita o cargo de secretário do embaixador francês em Veneza.

Biografia: Jean Jacques Rousseau (1712-1778)

Françoise-Louise de

Warens (1699-1762)

Jean Jacques Rousseau

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• Em 1749, volta a Paris, conhece Diderot e redige o texto que o deixará famoso: Discurso sobre as Ciências e as Artes (1750).

• Neste, manifesta-se contra o progresso e apresenta a teoria do “bom selvagem”: o Homem é naturalmente bom mas, integrado na sociedade acaba por se perverter; No seu estado natural, o homem vive harmoniosamente com a natureza.

Biografia: Jean Jacques Rousseau (1712-1778)

Jean Jacques Rousseau,

Maurice Quentin de La

Tour, c. 1753.

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• Publica também o texto“Discurso acerca da origem efundamentos da desigualdadeentre os Homens em 1755, ondediz que a desigualdade social éconsequência da propriedadeprivada e que é função doEstado proteger os cidadãos.

• As suas ideias não são bemaceites.

Biografia: Jean Jacques Rousseau (1712-1778)

Jean Jacques Rousseau,

Maurice Quentin de La

Tour, c. 1753.

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• Vem a contribuir para a Enciclopédia de Diderot, no artigo: “O Cidadão: ou Discurso Sobre a Economia Política (1755)”, onde apresenta formas de combater as injustiças sociais:

• - igualdade de direitos e deveres políticos para todos

• - educação pública para todas as crianças

• - um sistema económico que articule a propriedade privada com impostos sobre heranças e luxos.

Biografia: Jean Jacques Rousseau (1712-1778)

Jean Jacques Rousseau,

Maurice Quentin de La

Tour, c. 1753.

Page 44: Hca   a cultura do salão enquadramento

• Publicou outras obras que fizeram dele um vulto iluminista, ainda que algumas tenham sido banidas em França e Genebra. Foi o caso da obra “O contrato Social”(1762) onde expôs que a liberdade individual era um direito e um dever.

• Foi também o caso de “Emílio ou da Educação”(1762) onde apresenta as seguintes ideias: desenvolver as potencialidades naturais da criança longe dos males da sociedade e educar a criança com base na moral e na bondade natural. Para ele, isso traria virtude.

Biografia: Jean Jacques Rousseau (1712-1778)

Jean Jacques Rousseau,

Maurice Quentin de La

Tour, c. 1753.

Page 45: Hca   a cultura do salão enquadramento

• As ideias da valorização dos sentimentos em detrimento da razão e a defesa da autenticidade humana não correspondia aos ideais iluministas mas, vieram a influenciar o pensamento romântico do séc. XIX.

• Opondo-se ao iluminismo também considerou a ciência e as artes como corruptas para o Homem porque usadas pelos mais ricos como forma de propaganda.

Biografia: Jean Jacques Rousseau (1712-1778)

Jean Jacques Rousseau,

Maurice Quentin de La

Tour, c. 1753.

Page 46: Hca   a cultura do salão enquadramento

Declaração universal dos direitos do homem e do cidadão (1789)

Page 47: Hca   a cultura do salão enquadramento

• Foi aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte da França revolucionária em 1789.

• Inspirada pelo pensamento iluminista e pela revolução Americana.

• Foi um documento revolucionário que apresenta um novo conceito de Homem e de Cidadão.

• Sintetiza em 17 artigos e um preâmbulo, os ideais liberais da primeira fase da Revolução Francesa (1789-1799).

Declaração universal dos direitos do homem e do cidadão (1789)

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Preâmbulo

Os representantes do povo francês, constituídos emAssembleia Nacional, considerando que a ignorância, oesquecimento ou o desprezo pelos direitos do Homemsão as únicas causas das infelicidades públicas e dacorrupção dos governos, resolveram expor, numadeclaração solene, os direito naturais, inalienáveis esagrados do Homem (…). Portanto, a Assembleia Nacionalreconhece e declara, na presença e sob os auspícios doSer Supremo, os seguintes direitos do Homem e doCidadão:

Declaração universal dos direitos do homem e do cidadão (1789)

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Art.1.º Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. (…)

Art. 2.º A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.

Art. 3.º O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhum corpo, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.

Art. 4.º A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.

Declaração universal dos direitos do homem e do cidadão (1789)

Page 50: Hca   a cultura do salão enquadramento

Art. 7.º Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência.

Art. 10.º Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.

Art. 11.º A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei.

Declaração universal dos direitos do homem e do cidadão (1789)

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Art. 12.º A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública; esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade particular daqueles a quem é confiada.

Art. 15.º A sociedade tem o direito de pedir contas a todo o agente público pela sua administração.

Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.

Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob condição de justa e prévia indemnização.

Declaração universal dos direitos do homem e do cidadão (1789)

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• Serviu de inspiração a outras declarações como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, publicada pela ONU – Organização das Nações Unidas, já no séc. XX.

• Proclama, pela primeira vez, os seguintes valores para a Humanidade:

A liberdade A igualdade O direito à segurança e à propriedade A soberania popular A lei como expressão da vontade de todos A liberdade de expressão

Declaração universal dos direitos do homem e do cidadão (1789)