habitic- desenvolvendo hábitos científicos

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HabiTIC – Desenvolvendo hábitos científicos Durante a revolução industrial na Inglaterra havia uma sociedade de cientistas que se reuniam todas as luas cheias. Devido a esse hábito eram conhecidos como “The Lunar Society”. Naquela época quem gozava de privilégios na sociedade Inglesa e era a classe dominante eram o clero e a nobreza que se dedicavam aos estudos das artes, filosofias etc. Quem se enveredava pelo ramo científico e técnico eram outsiders. Graças ao hábito dessas reuniões da “Sociedade Lunar” que grandes descobertas como a electricidade, a telefonia e mesmo a origem das espécies entraram nas nossas vidas. Personagens como Charles Darwin, James Watt (inventor do motor a vapor) se reuniam para trocar ideias sobre as mais recentes descobertas científicas e sua aplicabilidade na vida das pessoas e processos produtivos. Essas reuniões serviam também para os membros da “Sociedade Lunar” trocar experiências e problemas com que se deparavam. Foi a partir desses hábitos que a Inglaterra tornou-se numa super potência mundial. Hoje, a história se repete e as nações como a Coreia do Sul, o Japão, a Finlândia que apostaram muito em desenvolver hábitos científicos estão na linha da frente. Ter hábitos científicos estimula o desenvolvimento dos países, por isso, Cabo Verde também deve cultivar esses hábitos.

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Falamos muito na importância da matemática e ciências exactas para desenvolver Cabo Verde sem contudo mostrar no concreto como é que essa ciência pode contribuir ao nosso desenvolvimento. Nesse artigo tentaremos responder a perguntas tipo: - o que faz um matemático numa cadeia de supermercados? - a que serve a descoberta de biologos de como se gere a nossa energia?

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Page 1: HabiTIC- Desenvolvendo hábitos científicos

HabiTIC – Desenvolvendo hábitos científicos

Durante a revolução industrial na Inglaterra havia uma sociedade de cientistas que se reuniam

todas as luas cheias. Devido a esse hábito eram conhecidos como “The Lunar Society”.

Naquela época quem gozava de privilégios na sociedade Inglesa e era a classe dominante eram

o clero e a nobreza que se dedicavam aos estudos das artes, filosofias etc.

Quem se enveredava pelo ramo científico e técnico eram outsiders.

Graças ao hábito dessas reuniões da “Sociedade Lunar” que grandes descobertas como a

electricidade, a telefonia e mesmo a origem das espécies entraram nas nossas vidas.

Personagens como Charles Darwin, James Watt (inventor do motor a vapor) se reuniam para

trocar ideias sobre as mais recentes descobertas científicas e sua aplicabilidade na vida das

pessoas e processos produtivos.

Essas reuniões serviam também para os membros da “Sociedade Lunar” trocar experiências e

problemas com que se deparavam.

Foi a partir desses hábitos que a Inglaterra tornou-se numa super potência mundial.

Hoje, a história se repete e as nações como a Coreia do Sul, o Japão, a Finlândia que apostaram

muito em desenvolver hábitos científicos estão na linha da frente.

Ter hábitos científicos estimula o desenvolvimento dos países, por isso, Cabo Verde também

deve cultivar esses hábitos.

Page 2: HabiTIC- Desenvolvendo hábitos científicos

Para cultivarmos hábitos científicos temos de ser capazes de entender como se formam os

hábitos e mais importante como mudar para novos hábitos, assumindo que ainda não

possuímos hábitos científicos bem implantados na nossa cultura e viver quotidiano.

Antes de vermos o como vejamos em concreto o porquê ter hábitos científicos interessa.

O que faz um matemático numa cadeia de Supermercados?

Estudos e experiências empíricas demonstram que as grávidas são apetecíveis para qualquer

empresa ou marca pois são grandes consumidoras. As grávidas não só consomem para si como

também sobretudo para o recém-nascido.

Quando a mulher está grávida usa loções para massagear a barriga, compra roupas adequadas

para o seu estado de gravidez, tem “desejos” alimentares para fatiotas e outras primícias.

Quando chega o bebé, é preciso comprar fraldas, toalhitas, cremes, sabonetes especiais, papas

e outros alimentos específicos para a criança …

Então, não é por acaso que que as cadeias de supermercados gostam de grávidas pois elas

consomem muito. A gravidez representa também de acordo com vários estudos um momento

importante na mudança de hábitos das pessoas que podem mudar os seus hábitos de

consumo o que é apetecível para as novas marcas de produtos que pretendem angariar novos

clientes.

Daí que seja importante ter profissionais nas cadeias de supermercados capazes de estudarem

os hábitos de compra e consumo das pessoas e possam prever as fases da sua vida para poder

propor mais compras.

Page 3: HabiTIC- Desenvolvendo hábitos científicos

Na prática é isso que faz um matemático numa cadeia de supermercados estuda e modela

hábitos de consumo para que o gabinete de marketing possa propor produtos para estimular

mais vendas.

Mas como isso é feito?

De certeza que já ouviram falar de cartões de clientes tipo o “Cartão Continente” em que os

clientes a cada compra passam o seu cartão acumulando bónus e promoções para próximas

compras.

A partir da leitura dos consumos desses cartões criam-se modelos matemáticos de consumo

podendo-se determinar até se uma mulher está grávida mesmo se ela ainda não o saiba.

Esses modelos são cruzados com outras informações como por exemplo compras online e base

de dados que são vendidos (empréstimos bancários para compras de casas ou automóveis …)

para determinar qual a idade do consumidor se comprou casa de recente se divorciou ou

casou, se enviuvou-se ou perdeu um filho etc etc.

Neste exemplo real de cadeia de supermercados faz-se uso de competências matemáticas

para modelar hábitos de consumo que estimulem as vendas. Isso demonstra quanto seja

importante ter conhecimentos matemáticos e sua aplicabilidade “até” num supermercado.

Como é que a Biologia ajuda a aumentar a produtividade?

Em qualquer escritório de uma empresa ou Instituição é normal as pessoas terem um

computador com acesso Internet. Estes novos hábitos de ter ferramentas tecnológicas comuns

como computadores, laptops, e, acesso a serviços de Internet de telefonia móvel já entranhou

na nossa sociedade.

Page 4: HabiTIC- Desenvolvendo hábitos científicos

Mas, ter acesso a ferramentas e serviços tecnológicos não é sinónimo de produtividade e

eficácia no trabalho.

Em verdade hoje vivemos no “mundus interruptus” consequência do estarmos sempre ligados.

“Plin” é o email que entrou no Outlook, “Plin” é alguém a fazer chat connosco no Facebook,

“Plin” é a mensagem SMS que entrou no nosso móvel, “trim trim” é o telemóvel que tocou.

A vida profissional sobre certos aspectos ficou mais cansativa com as “novas tecnologias”, e,

acontece com frequência que saímos do trabalho exaustos e com pouco trabalho feito.

O ser humano não é “multitasking”, isto é, não somos capazes de fazer várias coisas ao mesmo

tempo. Perder o foco no meio de tantas interrupções conduzem-nos a desejar que o dia

pudesse ter mais de 24 horas.

Mas como o dia só tem 24 horas temos que apreender a “gerir a nossa energia”. E foi isso que

alguns biólogos cientistas têm estado a desenvolver para ajudar as empresas/Instituições a

serem mais produtivas – gerir a nossa energia.

Estudos demonstram que não somos capazes de focalizar mais de que 1 hora e meia a nossa

atenção numa tarefa sem que haja um calo na nossa energia. Então, uma das recomendações

para recuperar a energia é de fazer pausas cada 1h e meia para recuperá-la.

Pesquisadores recomendam também o cultivo da espiritualidade para ajudar a recuperar

energia (meditação, orações etc …) por isso algumas empresas prevêem espaços de meditação

e promoção da espiritualidade para recuperação de energia tudo em prol de uma maior

eficácia e produtividade no trabalho.

Page 5: HabiTIC- Desenvolvendo hábitos científicos

Após ver esses dois exemplos reais do porquê seja importante desenvolver hábitos científicos

passamos a ver como desenvolver esses hábitos.

Como desenvolver HábiTIC?

Pesquisas e estudos demonstram que o hábito desenvolve-se em 3 fases:

1. Existe um estímulo ou dica que

2. Conduz ao consumo do hábito, que à sua vez

3. Traz uma recompensa.

O moto da marca de cerveja STRELA é: “aonde há música STRELA tem que estar”.

É notório que nos festivais de música e eventos musicais constituem um estímulo para o

consumo da cerveja, daí que a STRELA quer estar em tudo aonde haja música. A STRELA marca

da multinacional Coca-Cola sabe como se desenvolve o hábito de beber a cerveja e por isso

direcciona a sua estratégia em ambientes e contextos que estimulem esse hábito.

Um hábito uma vez criado não pode ser eliminado mas pode ser substituído por outro hábito

desde que se conheça a forma como o hábito se processa – estímulo, consumo e recompensa.

Assim, para criar HábiTIC deveremos criar estímulos como conferências e encontros aonde

pessoas possam reunir e discutir ideias e experiências de base científica e sua aplicabilidade no

quotidiano. Para criar HábiTIC precisamos criar várias “Sociedades Lunares”, espaços aonde se

partilhe descobertas científicas e aplicabilidade das mesmas com o fim de melhor servir a

nossa sociedade.

Engº. Nuno Levy

16-07-2013

[email protected]