habitacao popular o direito a ar
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Habitação Popular:O Direito à Arquitetura
Alana ContiniIsabela Wille RamosPriscilla Sayuri NawateSuelen Cristine Hamm
Habitação Social: objetivo máximo para o pensamento arquitetônico e urbanístico moderno.
° Relativa demanda habitacional após 1970 – caso da moradiasocial é pensado apenas numericamente, na maioria dos casos.
° Na questão da formação profissional: tema atrelado a modelosanacrônicos ou práticas acríticas.
° “Cultura de projeto” antiquada e imatura.
° Políticas públicas + Ações continuadas + Verbas
° Entendimento entre interesses das esferas públicas e privadas.
° Quem deve dar o exemplo?
° Há profissionais preparados?
° Arquitetura mais para servir do que para brilhar.
° Quando o assunto é habitação social, deve-se valorizar oscaminhos mais adequados, mesmo aqueles que não chegaram a frutificar plenamente.
Um concurso para resgatar o projeto de habitação popular
1º CONCURSO NACIONAL DE PROJETOS DE HABITAÇÃO POPULAR
O CONCURSO
• 1990
• Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano da
prefeitura de São Paulo e Cohab/SP .
• Crítica - a arquitetura feita até então era de baixa
qualidade devido a fatores como a política habitacional.
• Objetivo - resgatar a qualidade do projeto e a qualidade
da execução.
PORQUE UM CONCURSO?
• Encontrar novas possibilidades de solução para os
problemas da arquitetura de habitação
popular.
• O programa não é fechado permitindo total liberdade
de criação.
ÊNFASE
• Melhoria da qualidade da unidade habitacional e da sua
integração com a cidade existente, tornando-se uma
continuidade e não um fato isolado.
ENFOQUE DO CONCURSO
• Uma intervenção em um vazio urbano central junto a nova
estação Brás metrô.
• Área de expansão periférica no Jardim S. Francisco, zona
leste da cidade.
BRÁS
Arquiteto: Sylvio E. de PodestáColaboração inicial: Berenice Nogueira Santiago e Gaby AragãoLocal: Bairro do Brás, São Paulo, SPTexto: Carlos AlenquerMaquete: Paulo RobertoProjeto: 1990Área do terreno: 6.712,00 m2Área: 8.700,00 m2
HABITAÇÃO POPULAR : A VILA DO BRÁS
Lojas, roupas no varal, estacionamentos, feiras, quartos de pensão. É a Vila do Brás.
Área Jardim São Francisco
Projeto vencedor realizado pela equipe do arquiteto Demetre Anastassakis.
REFLEXOS DO CONCURSO
• Atualização sobre habitação popular entre arquitetos.
Surgiram concepções contemporâneas de
arquitetura como soluções pós-modernas e outras
reinterpretadas.
DA UTOPIA À CONSTRUÇÃO:
A PARTICIPAÇÃO POPULAR
Órgãos importantes:
• SEHAB (Secretaria Municipal de habitação);• COHAB (Companhia metropolitana de habitação);• Habi (Superintendência de habitação popular).
•Propostas da SEHAB e COHAB:
• Intervenção em cortiços;• Apoio técnico à autoconstrução e ao mutirão;• Facilitar a aquisição de materiais para construção civil
(pré-fabricados) e para o saneamento básico.
Nabil Bonduki
• superintendente da Habi no período de 1989 a 1992;• Percebeu necessidade de gerar resultados concretos para
minimizar os problemas habitacionais de São Paulo.• A forma de ação da Habi não foi através de concurso, mas
de ações pontuais, concretas, efetivas, modestas e duradouras.
• Bonduki desejava inovar em termos conceituais e arquitetônicos, priorizando a participação dos usuários.
Direito à terra
Terra para quem nela mora;
Terra para quem não tem;
Programas de apoio legal aos moradores de cortiços.
Direito à Arquitetura
São propostas de conjuntos de pequeno porte distribuídos por terrenos de caráter mais periféricos. Essas propostas seriam
coordenadas pela Habi e desenvolvidas por diversos escritórios de arquitetura.
Parque Europa (S/G Arquitetura, Restauro e Planejamento); Vila Mara e Rio das Pedras (Padovano e Vigliecca Arquitetos); São Francisco (Cooperativa de Arquitetos do Rio de Janeiro, vencedores do concurso); Sonda (Grupo Itapeti de Arquitetura); Paranapanema (Décio Tozzi).
DIREITO AO CENTROSão propostas em áreas mais densamente urbanizadas.
Minas Gás (Ubyrajara Gilioli); Água Branca (Habi);
Rincão (Padovano e Viliecca Arquitetos); Casarão Celso Garcia (Cláudio Manetti e equipe);
Heliópolis (Luis Espallargas, Ângelo Cecco Jr., Edna José Nagle, Rose Borges).
Não foi um programa único, havendo um total de 252 intervenções, com 90 mil famílias atendidas em iniciativas como:
Implantação de infraestrutura em glebas urbanizadas; Urbanização e melhoria de favelas;
Recuperação de cortiços.
Construção de moradias por mutirão e autogestão ou com empreiteiras
Através da liberdade que Bonduki deu enquanto superintendente da Habi, foi possibilitada a abertura de várias propostas, permitindo que se desenvolvessem projetos diversos e criativos, ao invés da reprodução do já existente.
Em sua estratégia, Bonduki utilizou as seguintes diretrizes básicas:
Aproveitamento de terrenos públicos; Projetos de pequenas dimensões; Inovação tipológica; Diversidade de soluções; Espaço público livre resolvido como elemento articulador dos edifícios; Utilização de processos construtivos racionalizados; Permanente processo de participação popular em todos os aspectos; Equacionamento do projeto urbanístico e da alta densidade.
PARANAPANEMA
SONDAPARQUE EUROPA
MINAS GÁS
fonte: texto base
VILA MARA E RIO DAS PEDRAS
• Os autores do projeto: Bruno Roberto Padovano e Hector Vigliecca;• Primeiros conjuntos verticais construídos por mutirão e autogestão;• Boa inserção na malha urbana, ocupando dois quarteirões de
100m², naZona Leste de São Paulo;• Quatro vilas internas aos quarteirões;• As praças centrais possuem acesso através de aberturas nas
esquinas, e são frequentadas por moradores e visitantes.• Destaque: Qualidade dos espaços coletivos e públicos, associada à
forma de ocupação da área e à proposta tipológica, permitindo a alta densidade de ocupação; 1000hab/ha.
fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.095/153
VILA MARA E RIO DAS PEDRAS
PROJETO RINCÃO
CONJUNTO CASARÃO CELSO GARCIA
• Localizado no bairro Belém, SP, próximo do bairro do Brás.• Experiência piloto resultante de negociações entre a prefeitura e
moradores;• Os moradores do cortiço apresentaram proposta de reforma do casarão
e construção de novas moradias em mutirão.• Os técnicos da Habi desenvolveram o projeto;• Foram feitas assembléias com a população para tomar as decisões
principais.• O anteprojeto do conjunto foi elaborado pelos técnicos da equipe de
Cortiços, coordenados por Cláudio Manetti. O projeto executivo foi elaborado pela Engeconsult.
• Os maiores desafios do conjunto eram o custo, que deveria ser reduzido, e a integração da obra com a cidade.
PROJETO RINCÃO
• O desenho é constituído por quatro blocos retangulares de apartamentos, baixos e sem elevador.
• O casarão foi reformado.• À direita, comércio e serviços.• A praça deveria ser aberta, e daria acesso a uma creche e lojas.• As faces laterais não possuem aberturas (norte e sul), tendo janelas
apenas nas faces leste e oeste.• Os blocos comportam um total de 182 apartamentos, chegando à
densidade de 1800 famílias por hectare.• Os moradores do cortiço apresentaram proposta de reforma do
PROJETO RINCÃO
Implantação esquemática do projeto original do conjunto. Fonte: ipt.br
PROJETO RINCÃO
• O projeto Rincão foi iniciado como estudo preliminar por arquitetos da Habi, em 1990.
• Ele foi influenciado por um projeto de Álvaro Siza, O Porto. Após o estudo preliminar, os arquitetos Hector Vigliecca e Bruno Padovano assumiram o projeto.
• A semelhança entre os projetos do Rincão e do Porto são visíveis na implantação, no contexto de movimentação política, aumento das diferenças sociais e intensa participação popular.
fonte: artigo de DE OLIVEIRA, Maria Cláudia
• O terreno situa-se próximo ao centro e já pertencia ao município, pois era sobra resultante da canalização do córrego do Rincão.
fonte: artigo de DE OLIVEIRA, Maria Cláudia
fonte: artigo de DE OLIVEIRA, Maria Cláudia
De acordo com Vigliecca, em um projeto de habitação popular, deve-se levar em conta não apenas o sistema construtivo, a ótica social e a infra-estrutura local, mas também o desenho urbano e a relação entre a obra e a cidade.
Ele também acredita que as áreas comuns, de uso público, devem ser as primeiras a ser qualificadas.
PROJETO RINCÃO
fonte: artigo de DE OLIVEIRA, Maria Cláudia
• 5º prêmio brasilit de arquitetura (1990)
• Tema do concurso: “ crise habitacional- utopia e realidade”.
• Proposta: novas tipologias para habitações populares
Novas tipologias: Conjugando a Casa Popular
• Ganhadores do concurso: Humberto Magalhães Carneiro, Heloisa Gama de Oliveira, Marília Dalva Magalhães Carneiro e Willian Sidney;
• Desenvolveram 5 tipos de alternativas para morar baseado na forma que a população vive:
1. “varanda paulista”2. “vila”3. “bom será”4. “caixotinho”5. “sobradinho”
• Joan Villà cria o Laboratório de habitação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp);
• 1986- desenvolve um trabalho inicialmente experimental;
• Na visão urbanística, ele não vê a questão da periferia como território negativo;
• Visão positiva: impregnar conteúdos de arquitetura para o futuro;
• Arquitetura, questões técnicas e construtivas: motor de mudança.
A Periferia Impregnada de Arquitetura
Solução tecnológica proposta por Villà:
• Rearranjo de tijolos cerâmicos formando painéis pré-moldados levemente armados;
• O mesmo painel pode ser: parede, divisória, laje, forro, muro.
Moradia estudantil (1989-1991)
Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/habitacao-anos-90-12-02-2001.html
Restaurante (1995)
Fonte: http://demetriovilagra.wordpress.com/
Lei 11.888 - Lei da Assistência Técnica Pública e Gratuita às famílias de baixa renda
° 1963 - Criação do BNH (Banco Nacional da Habitação), extinto em meados de 1980.
° 1976 - Em publicação do Sindicato dos Arquitetos do Rio Grande do Sul, cria-se a proposta de Assistência Técnica à Moradia Econômica (ATME).
° 1980 - Experiências de assistência técnica coletiva, com execução de projetos e obras de conjuntos habitacionais em regime de autogestão.
° No final dos anos 90, a Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA) cria o Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (EMAU), iniciativa de atuação acadêmica junto às comunidades de baxa renda.
° Em 2000, a moradia torna-se direito social do cidadão, “garantido” pela Constituição.
° Em de 2001, o Estatuto da Cidade (Lei 10257/01) foi aprovado após 11 anos de tramitação no Congresso, criando o instrumento de assistência técnica e jurídica gratuita para comunidades e grupos sociais menos favorecidos.
°Em 2005 foi criado o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), com o objetivo de implementar investimentos e subsídios advinhos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social para viabilizar o acesso à moradia digna e sustentável às populações de menor renda.
° Em 2002 tem início a tramitação de um Projeto de Lei, da autoria do Deputado Clóvis Ilgenfritz da Silva, sobre a Assitência Técnica. Em dezembro de 2008 é sancionada a Lei 11888, que cria a Assitência Técnica Pública e Gratuita às famílias de baixa renda.
Bibliografia:
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.095/153http://www.ces.uc.pt/lab2004/pdfs/MariaSerpa_MarisaAriente_RosaBarone_SandraNunes.pdfwww.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16132/tde.../Dissertacao.pdfhttp://cassiopea.ipt.br/tde_arquivos/2/TDE-2006-12-07T160243Z-53/Publico/7_Estudo.pdfhttp://podesta.arq.br/index.php?option=com_content&view=article&id=146:projeto-habitacao-popular-a-qvila-do-brasq&catid=35:institucionais&Itemid=122 http://www.usp.br/nutau/CD/96%2097.pdf
texto: Habitação Popular: O Direito à arquitetura