h) despertador

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n à y O ** Pulilica-sc as Terças e Sextas-feiras, na typographia de J.J. Lopes, onde se rece ham assignaturas por 1 anno. 6»o mezes, pagas adiantado. Os annuncios e correspondências dos Srs. assignantes p.igüo AO rs. pnr linha, aquelles que nüo foram, pelo qne se ujitslar. f flmuTO/.tfS-MVKKSOS. _ ¦ta PllEÇOS PA ASSIGNATURA. Por «m anno7$000.rs ii semestreA ^000» » trimestre«2 $500» COM PORTE PELO COtUlElO. Por uni anno . . , . , 8$000r n semestre . . . . . , Aífr5Mn » trimestre3 $000» Folha avulsa 100 reis _3_J»..'/.: dc AnnoIV Desterro Sexta-feira ile .fane.ro ile ínüti. ». did ii aatuBH-- Àfésta typograiiliift ' se admitte um uu dous jovens que saibam ler cor- rcclamente, assegurando-sc-lho uma gratifica- çüo rasoavel ao segundo mes dc aprendizagem, a qual será augmcnlada a proporção do trabalho . aproveitável dc composição. H) DESPERTADOR. nRSTKiino, 12 orjamiro. PAUTE NOTICIOSA. A Ho* administrativo* —Somos informados que o E.un.Sr. Presidente da pro- vincia adoplára como medida preventiva, caso seja esta capital invadida pelo cholera, nomear uma commissão de médicos e encarregal-a de indicar, depois de maduro estudo, as provi- dencias mais adequadas para evitar, se nâo a invasão da moléstia, ao menos os seus maiores estragos na população,aceudindo-se com promp tidão á classe indigent. d) povo, cujos indivi- duos forem alaeadus do mal; em conseqüência resolveo S. Ex. dividir a capital em districtos, e cada um destes sob a direcçâo e cuidados do facultativo para elle designado, prescrevendo- lho por uma circular certos e determinados deveres. Eis a divisão dos districtos e designa- ção dos médicos: f.° districto.—Prainha, ruasdeS. Pedro, c S. Martinho até a do Areâo: medico Dr. Hcrmogenes de M. Ferreira Souto. . *.• ill to— llua do Menino Deos, desde o Areão alé a rua da Constituição, Campo do FOLHETIM DO DESPERTADOR. is wm m futt POR J. de Al. 11. COMO RESAVAM DUAS BEATINHAS BAH1ANAS DO SECU- LO XVII. (") O mesmo fogo da paixão, a mesma voluptuo- sidade do prazer, que deixara uma sombra das suas erupções no rosto envelhecido da mãe, bri- lhava nos olhos prelos e fulgidos, no sorriso lan- guido e no requebro gracioso da filha; mas a in- Docência e a puresa d'alma vendavam ainda es- sas irradiações com a expressão modesta e inge- nua, que as tornava mais perigosas. I). Luiza dc Paiva e sua lilha desceram do pa- lanquim, e recebendo as saudações dos cayalhéi- ros que estavam parados no adro, dirigiram-se á capella-mór onde se achavam as almofadas de velludo roxo, que enlão as damas faziam coudu- lira igreja por pagens escravos. (*) Vide O DESPERTADOR D, 312. Manejo, beccos do Quartel e de D. Clara; medico Dr. Januário .Manoel da Silva. 3.' «lito.— Rua da Imperatriz, c suas trans,. versaesaté as Olarias: medico Dr. João José de Cerqueirá Lima. 4.' dito.— liüas do Vigário, Conceição, Des- teiro e FonteCrandc: medico o cirurgião- mór José Ferreira Lisb a. 5.° dito.— Ruas Aureii, da Trindade, Ma- triz, e Santa Izabel: medico Dr. Evaristo Nunes Pires. 6.' dito»— Rua da Princeza aló S. Luiz c Praça Municipal; medico Dr. José do Rego Raposo. 1\° dito.— Ruas Formosa e dc Si Sebastião desdo o Estreito alé a Pedra Grande'•, me- dico o cirurgião-mór iíoao Francisco da Costa Freire. §.° dito.— Ruas Augusta; du Constituição, dos Arligos-Bellicos e suas transversaes: medico Dr. Juslino José Alves Jacolinga. O.* dito.— Praça e ruasxlo Príncipe, do Li- vramento, Senado, Ouvidor até a da Paz: medico Dr. Francisco J. Luiz Vianna. IO.'dito— Ruas do Príncipe, desde ada Paz, e .Sele de Setembro, Largo de Bra- gança e rua da Figueira alé a Rita Maria inclusive: medico Dr. Henrique Schutel. 11*' dito.— Rtias de S. Francisco, da Paz, e da Palma aló a rua Fom.sa: medico Dr. Duarte Paranhos Schutel. Maladou o c Mercado: medico Dr. Antônio Jòsò<S; c Mello. Chegando na porta que abria da sacristia para a capella, Elvira lançou um olhar eni volta dopa- vimento quasi inteiramente oecupado pelas da- mas, c vio a sua àlmofada collocada no centro no de uma menina qne tinha o vco descido, a mesma que a poucos instantes tanto havia exci- tado a altenção dc Eslacio Corrêa. lmmedialaincnle a moça, rocegando a vasqui- na preta, deu um passo para tomar o seu lugar: ²Fiquemos alli: disse D. Luiza mostrando o estrado. —-Tenho a minha almofada perto dc Inczila; respondeu Elvira vollando-se. ²Bem; não le esqueças!.... ²Oh ! nâo; tenho-a de cór; disse a moça com um sorriso malicioso. E atravessando por entre as outras damas, foi ajoelhar-se ao lado dc Inezita, que embebida na sua oração tinha os olhos baixos e as palpobras descidas. ²Por quem roga a minha santinha com tanta devoção ? perguntou Elvira baixinho. A menina sobresallando-se corou atravez do véo; depois sorrio á sua amiga. —Viostc tão larde! disse ella em tom do queixa. ²E' (jue não linha alguém (pie me esperasse com seu olhar todo melancólico. —Cala-le;cstáo nos olhando; balbuciou amoça. Praças, regatos c praias: medico o Cirurgião mói Th< maz Silveira do Souza. Tanlbem nos consta qüe S. Ex, determinou á camara municipal que confeccionasse postu- ras sobre o aceio e limpeza das casas, ruas o praças desta cidade, bem como as visitas sani- tarjas nas casas, estabelecimentos públicos o armazéns dc negocio, submettondo-as á sua , approvação provisória.\ Com quanto a noticia nos viesse de pessoa (pie nos merece confiança, não nos ó dado crôr que Si Et. exigisse da camara semelhantes pro- videncias, quando ellas estão consignadas nos artigos 9.' á 33.° do capitulo 2/do código do posturas, sob a rubrica =»Sau-do Publica =»; do queS.Ex. estará seiente, existindo cilas con- feccionadsa pela camara, em cumprimento da lei do 1.'de Outubro de 1828, e approvadas polo poder competente, oceioso seria formular novas posturas para determinar aquillo que ha muitos annos eslá em pratica. Nem tão pouco pod-inos crôr que S. E\. qufira fazer cxt.nsi- vas aos médicos omos seus respectivos districtos as attribuições conferidas pela lei citada, do ex- ame e liscalisaeào dos gêneros èxpostos con- sumo do publico nas casas de neg cio, allribui- ções estas <pie as câmaras exercem porinterme- dio dos seus fiscaes: se tal pretendesse S. Ex. séria estabelecer condidos entre a camara mu- nicipal eo medico que tal procedesse, sem ha- ver lei (jue para tanto o aulorise. Lima postura cunlirnuula provisoriamente, nào pódc revogar disposições permanentes de lei alguma cm \ igor. Por conseguinte, sendoS. Ex. illustrado como é e nutrindo sentimentos liberaes, jamais ex- tiorbitárá de suas àltribüieões constitucionaes. ²Si nos olhão, menina, eque nos querem; respondeu a amiga sorrindo. Eslacio eChristovão tinham entrado a pouco; collocados junto a grado que divide a capella do corpo da igreja, nào perdiam nem um dus movi-. mentos das duas meninas. ²Tua mãe?perguntou Inezita. ²Não a vòs ua frente, bem próxima ao altar? Delia não ha susto, continuou a moça gracojan- do; em quanlo não desliar a ultima conta do ro- sario, e não recitar todas as orações do livro do- minical, não por cousa alguma. ²Pois desce o véo, não lo voltes e podemos conversar em quanlo não principia a missa; pen- saráõ vendo-nos fallar, quo dizemos nossas rosas. ²Sonsinha que és!.... exclamou Elvira com um sorriso. Não queres que me volte para não ver onde vão presos esses olhos. ²Vão á Deus. ²A Deus no céo, c a elle na lerra. ²Minha tentação, queres socegar? ²Não me deixeis cahir em tentação, conlinu- ou Elvira com ar de malícia e Ungindo que orava. .— Com as palavras sagradas não se brinca !... E' peccado ! disse Inezita tornando-se seria. ²A (piem o dizes? A mim qüe sei Iodas as rezas ! Minha nião tem tido cuidado de ura.s ensinar; ainda hoje sabes a péinton.ia que me ms

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Page 1: H) DESPERTADOR

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O**

Pulilica-sc as Terças e Sextas-feiras, na

typographia de J.J. Lopes, onde se rece ham

assignaturas por 1 anno. 6»o mezes, pagas

adiantado. Os annuncios e correspondências

dos Srs. assignantes p.igüo AO rs. pnr linha,

aquelles que nüo foram, pelo qne se ujitslar.

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flmuTO/.tfS-MVKKSOS.

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PllEÇOS PA ASSIGNATURA.Por «m anno 7$000.rs

ii semestre A ^000»» trimestre «2 $500»

COM PORTE PELO COtUlElO.Por uni anno . . • , . , 8$000r

n semestre . . . . . , Aífr5Mn» trimestre 3 $000»

Folha avulsa 100 reis

_3_J»..'/.: dc

AnnoIV Desterro — Sexta-feira f£ ile .fane.ro ile ínüti. ». didii aatuBH--

Àfésta typograiiliift' se admitte um uu dous jovens que saibam ler cor-

rcclamente, assegurando-sc-lho uma gratifica-çüo rasoavel ao segundo mes dc aprendizagem,a qual será augmcnlada a proporção do trabalho

. aproveitável dc composição.

H) DESPERTADOR.

nRSTKiino, 12 orjamiro.

PAUTE NOTICIOSA.

A Ho* administrativo* —Somosinformados que o E.un.Sr. Presidente da pro-vincia adoplára como medida preventiva, casoseja esta capital invadida pelo cholera, nomearuma commissão de médicos e encarregal-a deindicar, depois de maduro estudo, as provi-dencias mais adequadas para evitar, se nâo ainvasão da moléstia, ao menos os seus maioresestragos na população,aceudindo-se com promptidão á classe indigent. d) povo, cujos indivi-duos forem alaeadus do mal; em conseqüênciaresolveo S. Ex. dividir a capital em districtos,e cada um destes sob a direcçâo e cuidados dofacultativo para elle designado, prescrevendo-lho por uma circular certos e determinadosdeveres. Eis a divisão dos districtos e designa-

ção dos médicos:f.° districto.—Prainha, ruasdeS. Pedro,

c S. Martinho até a do Areâo: medico Dr.Hcrmogenes de M. Ferreira Souto. .

*.• ill to— llua do Menino Deos, desde o• • Areão alé a rua da Constituição, Campo do

FOLHETIM DO DESPERTADOR.

is wm m futtPOR

J. de Al.11.

COMO RESAVAM DUAS BEATINHAS BAH1ANAS DO SECU-LO XVII. (")

O mesmo fogo da paixão, a mesma voluptuo-sidade do prazer, que deixara uma sombra dassuas erupções no rosto envelhecido da mãe, bri-lhava nos olhos prelos e fulgidos, no sorriso lan-guido e no requebro gracioso da filha; mas a in-Docência e a puresa d'alma vendavam ainda es-sas irradiações com a expressão modesta e inge-nua, que as tornava mais perigosas.

I). Luiza dc Paiva e sua lilha desceram do pa-lanquim, e recebendo as saudações dos cayalhéi-ros que estavam parados no adro, dirigiram-se ácapella-mór onde se achavam as almofadas develludo roxo, que enlão as damas faziam coudu-lira igreja por pagens escravos.

(*) Vide O DESPERTADOR D, 312.

Manejo, beccos do Quartel e de D. Clara;medico Dr. Januário .Manoel da Silva.

3.' «lito.— Rua da Imperatriz, c suas trans,.versaesaté as Olarias: medico Dr. JoãoJosé de Cerqueirá Lima.

4.' dito.— liüas do Vigário, Conceição, Des-teiro e FonteCrandc: medico o cirurgião-mór José Ferreira Lisb a.

5.° dito.— Ruas Aureii, da Trindade, Ma-triz, e Santa Izabel: medico Dr. EvaristoNunes Pires.

6.' dito»— Rua da Princeza aló S. Luiz cPraça Municipal; medico Dr. José do RegoRaposo.

1\° dito.— Ruas Formosa e dc Si Sebastiãodesdo o Estreito alé a Pedra Grande'•, me-dico o cirurgião-mór iíoao Francisco daCosta Freire.

§.° dito.— Ruas Augusta; du Constituição,dos Arligos-Bellicos e suas transversaes:medico Dr. Juslino José Alves Jacolinga.

O.* dito.— Praça e ruasxlo Príncipe, do Li-vramento, Senado, Ouvidor até a da Paz:medico Dr. Francisco J. Luiz Vianna.

IO.'dito— Ruas do Príncipe, desde adaPaz, e .Sele de Setembro, Largo de Bra-gança e rua da Figueira alé a Rita Maria

• inclusive: medico Dr. Henrique Schutel.

11*' dito.— Rtias de S. Francisco, da Paz,e da Palma aló a rua Fom.sa: medico Dr.Duarte Paranhos Schutel.

— Maladou o c Mercado: medico Dr. AntônioJòsò<S; c Mello.

Chegando na porta que abria da sacristia paraa capella, Elvira lançou um olhar eni volta dopa-vimento já quasi inteiramente oecupado pelas da-mas, c vio a sua àlmofada collocada no centro nopó de uma menina qne tinha o vco descido, amesma que a poucos instantes tanto havia exci-tado a altenção dc Eslacio Corrêa.

lmmedialaincnle a moça, rocegando a vasqui-na preta, deu um passo para tomar o seu lugar:

Fiquemos alli: disse D. Luiza mostrando oestrado.

—-Tenho a minha almofada perto dc Inczila;respondeu Elvira vollando-se.

Bem; não le esqueças!....Oh ! nâo; tenho-a de cór; disse a moça com

um sorriso malicioso.E atravessando por entre as outras damas, foi

ajoelhar-se ao lado dc Inezita, que embebida nasua oração tinha os olhos baixos e as palpobrasdescidas.

Por quem roga a minha santinha com tantadevoção ? perguntou Elvira baixinho.

A menina sobresallando-se corou atravez dovéo; depois sorrio á sua amiga.

—Viostc tão larde! disse ella em tom do queixa.E' (jue não linha alguém (pie me esperassecom seu olhar todo melancólico.

—Cala-le;cstáo nos olhando; balbuciou amoça.

— Praças, regatos c praias: medico o Cirurgiãomói Th< maz Silveira do Souza.

Tanlbem nos consta qüe S. Ex, determinouá camara municipal que confeccionasse postu-ras sobre o aceio e limpeza das casas, ruas o

praças desta cidade, bem como as visitas sani-tarjas nas casas, estabelecimentos públicos oarmazéns dc negocio, submettondo-as á sua ,approvação provisória. \

Com quanto a noticia nos viesse de pessoa(pie nos merece confiança, não nos ó dado crôr

que Si Et. exigisse da camara semelhantes pro-videncias, quando ellas estão consignadas nosartigos 9.' á 33.° do capitulo 2/do código do

posturas, sob a rubrica =»Sau-do Publica =»;do queS.Ex. estará seiente, existindo cilas con-feccionadsa pela camara, em cumprimento dalei do 1.'de Outubro de 1828, e approvadas

polo poder competente, oceioso seria formularnovas posturas para determinar aquillo que hamuitos annos eslá em pratica. Nem tão poucopod-inos crôr que S. E\. qufira fazer cxt.nsi-vas aos médicos omos seus respectivos districtosas attribuições conferidas pela lei citada, do ex-ame e liscalisaeào dos gêneros èxpostos aò con-sumo do publico nas casas de neg cio, allribui-

ções estas <pie as câmaras exercem porinterme-dio dos seus fiscaes: se tal pretendesse S. Ex.séria estabelecer condidos entre a camara mu-nicipal eo medico que tal procedesse, sem ha-ver lei (jue para tanto o aulorise. Lima posturacunlirnuula provisoriamente, nào pódc revogardisposições permanentes de lei alguma cm \ igor.Por conseguinte, sendoS. Ex. illustrado comoé e nutrindo sentimentos liberaes, jamais ex-tiorbitárá de suas àltribüieões constitucionaes.

Si nos olhão, menina, eque nos querem;respondeu a amiga sorrindo.

Eslacio eChristovão tinham entrado a pouco;collocados junto a grado que divide a capella docorpo da igreja, nào perdiam nem um dus movi-.mentos das duas meninas.

Tua mãe? perguntou Inezita.Não a vòs ua frente, bem próxima ao altar?

Delia não ha susto, continuou a moça gracojan-do; em quanlo não desliar a ultima conta do ro-sario, e não recitar todas as orações do livro do-minical, não dá por cousa alguma.

Pois desce o véo, não lo voltes e podemosconversar em quanlo não principia a missa; pen-saráõ vendo-nos fallar, quo dizemos nossas rosas.

Sonsinha que és!.... exclamou Elvira comum sorriso. Não queres que me volte para não veronde vão presos esses olhos.

Vão á Deus.A Deus no céo, c a elle na lerra.Minha tentação, queres socegar?Não me deixeis cahir em tentação, conlinu-

ou Elvira com ar de malícia e Ungindo que orava..— Com as palavras sagradas não se brinca !...

E' peccado ! disse Inezita tornando-se seria.A (piem o dizes? A mim qüe sei Iodas as

rezas ! Minha nião tem tido i» cuidado de ura.sensinar; ainda hoje sabes a péinton.ia que me

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Page 2: H) DESPERTADOR

O DESPKRTADUR. H(.^BS^-S^FSBSWHWSHW

¦¦.._¦ i.i^wawwH*

O sen zelo c interesse pela conservação da sau-

de publica não o obrigará á taiáo. Sendo nós

o primeiro a applaudir essas acertadas provi-deliciasseS,Ex., para previnir que o mal, no«aso de. apparece^ tome intensidade e causeestragos deploráveis, ua população desprevi-jiida c balda dc meios com que possa escapardelles; e reconhecermos os sentimentos de hu-manidacle que S Ex, nobremente nutre cm seucoração, co excitão assim proceder, não sere-mos, porcerlo, o ultimo a protestar solemne-mente contra qualquer acto menos legitimo pra-ticado por S. Ex. no exercicio dos seus altosdeveres.

Exprimiiido-nos por esta fórma, não temosintenção alguma de censurar este procedimentodeS. E\. por duvidarmos da sua existência;

queremos apenas manifestar ao publico queestamos dispostos a cumprir pontualmente osdeveres dc jornalista imparcial e independente.

Uo Sul..-*- O Gerente chegou ante-hontemá noite do volta dos portos do Sul. Não nostrouxe noticia alguma de interesse.

O Commercial do Rio-Grande dá noticia damorte desastrada do desembargador Luiz AlvesLeite de Oliveira Rcllo; lendo ido ao campo ca-car, ao tirar a espingarda de dentro de umtronco, onde a tinha poslo, ella disparou, em-

pregando toda a carga nos olhos. Somente meiahora agonisou!

Vagi or ila corte. — O vapor Lamcgoentrou á barra no d ia 8 do corrente c fundiouem frente a fortaleza de Santa Cruz por não

poder subir por seu grande calado. O governoimperial mandou-o para receber a tropa queaqui sc achava, c conduzil-a ao Rio da Prata.No dia seguinte (9) o Marcilio Dias recebeo atropa e foi lcval-a á Sauta Cruz. Ante-hontemde manhã regressou dessa com missão, e seguiohontem ao romper do dia para o Rio-Grande.

cialidade dos exércitos alliados em operações,

sobre a fronteira paraguaya; cm cumprimento

da promessa aqui transcrevemos.

Correspondência do Jornal do Commercio.

Montevidéo, 30 de Dezembro de 1865.

Dcpois.de minha ultima correspondenncia o que oceor-

reu dc mais notável aqui, foi o rompimento das relações

do governo oriental com o Sr. Lastarria, ministro do Chi-

le.

Transcrita©.— Promettemos no nu-

mero antecedente transcrever neste as noticias

detalhadas do correspondente do Jornal do

Commcrcio em Montevidéo, sobre vários acon-tecimentos havidos no Rio da Prata, com espe-

A correspondência publicada revela que esle diplomata

excedeu-se dc uma maneira deplorável, e escreveu suas

nulas eni um estylo impróprio c oflensivo a qualquer go-verno que se respeita. OSr. Castro, minisiro de relações

exteriores, respondcu-lli. com uma calma e dignidade quecaplivou todas as symp.lhia».

0 conflito nasceu de uma questão prematura. O minis-

tro chileno perguntou ao governo oriental se consentia

que nos seus portos sc vendessem prezas hespanholas feitas

pelos corsários de sua nnção, devidamente autorisados p .-

ra isso. Teve em resposta que, pretendendo o governo ori-

ental guardar a mais eslricta neutralidade, não fazia a ne.

nlium dos belligerantes esla concessão.

Replicou o Sr. Lastarria que assim era favorecido o

commercio da Hespanha, que linha grande numero de na-

vios no Rio da Prata, emquanto que o Chile poucos linha,

e que, portanto, guardaria o governo melhor a neulrali-

dade permitindo a ambos os bellic eranu»* a venda de pre-ras nos seus portos. Já esla nota foi concebida em termos

Inconvenientes. A resposia íoi que o governo não queriaexpôr-sc ás perturbações internas e complicações diploma-

ticas que poderião surgir, permlnindo que navios hespa-

nhóes aprezados fossem vendidos onde residia uma gran-de população hespanhola, que mantinha com o paiz as

mais importantes relações commcriae».

0 minisiro chileno conlcstou ainda com mais acrimonia,

e o resultado foi publicar o governo um decreto prohibin-do o armamento d» corsários e a venda de prezas em seus

portos; éxpedio outro cassando o excquaiur ao minisiro

Lastarria. e encarregando ao ministro de estrangeiros de

dar conta,deste desagradável incidente ao governo do Chi'

le, eom o qual deseja manter as mais amigáveis relações.

Aqui « em Buenos-Ayres quasi toda a imprensa tem ap-

plaudido o procedimento digno e judicio .o do governo ori-

enta.l, que soube esquivar-se de um perigo novo. Alguns

jornaes, porem, eseriptos por moços exaltados que expio-

I rão o espirito de ameri canismo, e que, se fossem ouvidos^

farião arder este continente em freqüentes lulas, condem-

uão a altitude do governo, c a atliibuçin a. fraqueza.

Não admira isto em uma mocidade inexp.rla, quandoum jornal que sc diz orgào dos interesses do velho mun.

do eque se chama K.unoPA, encarregou-se aqui da missão

Inexplicável de levantar uma barreira entre americano» e

europeos, cousa que nem convém a uns nem a oulros; pois

que, sc delles recebemos muitos benefícios, tambem lh'os

retribuímos com generosidade, com a franqueza com que

tratamos a todos que nos procurão c que facilmente enrl-

quecem.A situação violenta que descrevi anteriormente vai pro-

duxiodo seu» effeitos.Na noite de Natal, dous officiaes de um batalhão da Ba-

hia ultimamente desembarcado do vapor kvel.m vinha»

conversando por uma das ruas desta cidade, quando tre*

sugeltos que tinhão visto parado» na esquina lhes atirarão

uns ovos.Voltarão para reconhecer os que assim os provoca vão

quando um dos sugeiios disparou uma pistola, que ferio

em uma das mãos o lencnle Uequião, c depois todos cor-

rcrão, sem se ler podido alé hoje descobrir os aulor«sd_-

semelhante brincadeira.Dois dias depois, pnra os lados do hospital brazileiro ap-

pareceu uma desordem na qual dlzem-me que quasi toda

a corporação de sereno* foi o.p ;incadif, o o eonfiicio toma-

ria grandes proporções, porque o bilalhào corria em mas- ^sa, se o coronel Caslro não tivesse apparecido, e apwl-

guado-os.Felizmente chegou o ,-. P.\ do Paraná, paia receber csia

gente,e livra-la não sodas provocações e acinte?, como de

estar exposta aos ardores do sol, em um paiz onde o ther-

mometro tem marcado nestes ultimo» dias 98 a 100", .

sombra lNão faço a população de Montevideo responsável per

estes desacatos, que a parte mais sensata delia reprova.

Censuro aoenas a paciência do governo que permitle quenossos Inimigos procurem todos os meios e modos de roui-

per a alliança que felizmente subsiste entre os dous paiie».eque deve Irazer a ambo» as maiores vantagens, garan-lindo ao listado Oriental paz e estabilidade, e ao Império

exonerando dos sacrifício» de sangue e de dinheiro quesempre faz por qualquer perturbação que «urge no Rio da

Prata, e que muito directamente affecta logo os seus mall

vitaes interesse».As noticias do Paraguay não carecem de interesse.

Coijsia com muito fundamento que Lopez vendeu, ou sl-

rnidou vender todas as sua» propriedades,, e que o mesmo

fez sua amante predilecta a celebre Mme. Lynch.

Que ambos se achão no Passo da Pátria, hoje quartel-

general, e qut os acompanha para cilha e para baixo, éih

•oorcxcursõe», nm pequeno vapor do mnlla força, quetalvez sirva de recurso precioso no caso de uuo fuga peloBermêjo ou Pilcomayo.

Esta medida da venda das propriedades fez compreheu-

der por fim ao povo embrutecido que o dominio dc seu

senhor estava mui abalado, e assim a deserção oas fileira^

paraguayas era um facto lauto mais notável, porque nunca

se deu.O sarampo, a bexiga, e o typho reduzem todos os dias.

o numero de soldados com que conta o tyranno Ha quemassegure que elle não tem mais de 17,000 homens; fallei,

porem, com um ollicial da canhoneira DECinÍEque aflian-

ça contar elle ainda com 25,000 homens.

O mesmo Lope/. eslá convencido de sua inevitável perdasegundo referem alguns officiaes da canhoneira italiana

veloce, que se diz ler subido até Corumbá, e observado

bem o espirito da população.O bloqueio tem sido tão rigoroso que não ha no ,Para-

deu ? De recitar uma ladainha maior do que arua dos Mercadores.

E foi islo que to demorou ?Não Inezita; respondeu a moça perdondo

de repente o seu ar faceiro e entristecendo, foicousa seria.

Oque?Chorei toda a noito.Elle loEllo nâo: mas por causa delle. Minha mãe

nâo quer ir lioje a fesla.Se eu pedir-lhe?....F esonzado; quanto lhe mettem alguma

cousa dc religião na cabeça, não ha volta; disse-ram-lhe que nâo está bem á uraa dama devotaver folguedos do mundo.

E lu pordes lão lindas cousas ?—-Hão dc estar galantes as corridas, não é

verdade? Depois me contarás?—Sem fallar nada. Mas ninguém dirá,ao vèr-le

tão prasenlcira, que hajas chorado toda a noite.Que queres? Quando cheguei esqueci tudo,

para só me lembrar que estava perto de ti.. — De li! disse Inezita inclinando imper-

ceptivetmente a cabeça para o lado da grade, semerguer os olhos.

El vira reparou no movimento da amiga, e quiztirar a sua desforra.

Bem sei, respondeu ella Iravessaracnle, queestar porto de uma é eslar perto do outro; a som-bra acompanha o corpo.

Vamos rosar, menina; acudio Inezila meioenfadada.

Vamos. Tu sabes as obras de misericórdia ?Que pergunta!Não as sabes, não; porque ellas mandam

consolar os afllictos; e alli esla uma alma penan-do por tua causa, a espera de um só olhar.

Inezila, corou, inclinando ainda mais a fronte;porem os cilios de seda, quo roçavam as^ facesso ergueram c cerraram logo, deixando coar umolhar doce eavelludado, que foi tremulando em-beber-so nos olhos do Estacio.

Agora sim, cumpriste a tua devoção !Elvira Cuidas que eu tambem não re-

paro no que fazes ?As duas meninas continuaram o alegre collo-

quio, cujo matiz gracioso nào se pódc desenhar;porque a geslos feiticeiros e inflexões harmonio-sas, que só os lábios e a gentileza de uma mulhersabem dar ás palavras mais simples.

Naquelle tempo, como hoje, como sempre, du-as moças amigas que so encontravam, tinham tan-lo que dizer entre si; os corações estavam tãocheios de segredos e confidencias; que as boqui-nhas rosadas nâo descansavam, emquanlo nâo

dcstillavam todo o mel que havia nos favos deli-cados do coração, toda a fragranciaque respira-vam as rosas d'alma cm botão.

A mulher é sempro mulher; mudam os uzos,as modas, os costumes cas línguas; mudam oslempos ccom elles os homens; porem o anjo fra-gil e delicado que Deos prendeo á lerra é a phe-nix moral, quo renovando-se.eiu todos os século*o em todas as idades, remoça a humanidade, e a

Assim, quem ouvisse aquellas duas boalinbas^doscomeços do século deseselc, conversando tãoIravessa c profanamente sob a apparenciado ma-is profundo recolhimento, esquecendo o trajo e o.lugar, julgaria escutar as fallas de duas moça*dos nossos dias trocando no seu jardim as confi-dencias de uma véspera de bailo.

D. Luiza as vezes lançava sobre a filha umavista rápida e severa, que retirava satisfoita parafitai—a do novo no rcsplandor das imagens; defacto Elvira e Inezila com o véo baixo, as máoscrusadas, as frontes inclinadas c os lábios a mo-verem frouxamente, tinham um tal ar de com-punção, que ninguém suspeitaria o mais lev.j pe-cadilho.

Entretanto cilas ainda fallavam de mil cousas;nâo tinham dilo nem metade da mutua confissão.

(Continua.)

^

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O D ESP ERTADOR.^ÜW^WSBSW

guay nenhum objecto qne nâo .«• ja du prmluctfo do paiz-

Algumas pescas acostumada» nos iberos de fóra, solTre-

nm muilo com isto, o a miséria nn Reral é espantosa.

Ha cinco torpeda», ou machinas explosivas submarinas74 «m lodo o canal que a esquadra brar.ileira tem de peicor'

rer para chegar a Humailá.

Quem se recordar, porem, dos embaraços encontrados'

na passanem de Wilminglon pelo almirante Farragul. pfr_

dera dutidar um momento do triiimptio dn nossa esqua.

dra TEr.1o baterias cnsamatadas em uma e «mira margem*

guarnecidas com artillin-ia e aitillieiros do resp«ilo; erão

macliiuas infernaos, estacadas e cormiles, cem cima dc

udo uma esquadra cneoura<;ada.Karrngut venceu tudo; voou o primeiro navio, passou

no segundo, e os ouiros llic furão imitando, e assim con-

leguio um dos mais brilhantes iriumphos que a guerrada America regista,

c* Nosso exercito estava acampado na Laguna Brara, a tros

éguas do Passo da Palria, isto no dia '11. No dia Tò o pe-

neral Osório foi visilar o chefe Barroso, e a esquadra o re-

cebeu com as honras que lhe erão detidas.

Antes de passar o lliachuelo com o seu exercito, o ge-neral brasileiro teve a delicadeza dc mandar pedir licei.ça

-jf a0 seu collega do mar para fazei o, vislo recordarem aquel-

Ias aguai a grande jornada de que fôra hei óc. O exercito

«rgeniluo pas ou lambem esle rio, ç achava-se á relaguar.

th do exercito brázileiro apenas uma légua.

O general Flores, vencendo um lerreno esca-hroso, e cheio dc embaraços, chegou quasi si-multancamenlc com a sua divisão de vanguardaalé cm frente ao mesmo Passo da Palria. A génieestá quasi núa, mas de lal sorle aguerrida e ani-mada quo vai dar muito que fazer ao inimigo.Nessa divisão ha uns 3,000 brazileiros.

Todo o mundo faz elogios ao porte c organi-sação do oxercilo do general Ozorio, forte do22,000 homens com os 5JÒ00 expedidos dc Uru-

gaayana que so lhe reunirão. Além disso já che-gárão a Corrienlos o acamparão na Bateria maisd« 8,OOO infantes brazileiros dos corpo* oxpodi-cionarios vindos ultimamenledo Rio de Janeiro cdos transportes encalhados: só rcsla neste esladoo Princeza.

Em poucos dias, pois, o general Ozorio estará" á frente de 30,000 bravos e prompto a emprehcn-

der sua campanha Iriumphal sobre Assumpção.Acha-se elle satisfeito com os fornecedores

actuaes que tôm um vapor á sua disposição^ dProvedor, com o qualapruvisionão o exercito.

Em Corrientes ha um movimento extraordi-nario. Todos os dias chegão alli 10 e 12 escunascarregadas dc gêneros de commercio e de ob-

jectos para as forças alliadas. No porto existemmais de ÜO embarcações.'

Quando o general chegou já encontrou graudeporção de pinho para fazer barracões para do-

posito e para hospitaes, graças á previdência dovisconde de Tamandaré.

Apreciando os nossos recursos um novo reda-dor da revista da quinzena publicada na Tribunade Buenos-Ayres, depois de fazer as mais razo-atveis considerações sobre nosso digno monarchad sobre nossas sabias instituições, diz o seguinte,

que ó a verdado mais pura que aqui se tem pro-íerido a nosso respeito.

l/O Brazil conlribue com mais de dous lerços

para o exorcito activo cm campanha, eaugmcnlacada dia seu contingente com novos reforços.

2.* Fornece a esquadra, sem a qual a invasãoda Paraguay seria absolutamente impossível.

3.fl Auxilia emfim seus alliados com seus lhe-souros e suas provisões nos dias difliceis, e nuncalhes falta nos limites de suas necessidades e deseus próprios recursos.

! Tem apparecido ahi nessa corte e aqui, algu-mas censuras ao almirante, porque ainda nâo se

a'*ha á frente da esquadra.- Nada mais injusto. Se o almirante tivesse par-lido quando elles^quorião, estaria em Corrionles

do braço cruzado, e sua inaeçâo seria condem-nada dc um modo acerbo.

Ello lem o bom senso dc esperar que o rio

cresça o dè franca navegação ao encouraçadoBrazil o mais navios de calado. Sabe que oscu

governo mandou construir mais navios destesystema c prepara bombardeiras e outra* ma-chinas de guerra, que por ora ainda se achãodistantes do theatro onde devem operar. Espora

que todos os elementos su organisem e rcunâo;dá todas as providencias para que no momento |preciso nada falle nem ao oxercilo nem á es-

quadra.Não quer precipitar o triumpho, (pio ê infal-

livel, expondo-se a tim rovez, por não esperarmais quinze dias ou um mez, tudo quanto o pa-triolismo e a inorgia do governo imperial lem

preparado para assegurar a victoria. Se dousencouraçados bastão para forçar Humailá, nãoé o almirante, mas sim o governo que deve sercens.irado porque mandou fazer dez, com

grande sae. iíicio para o paiz. Mas o governonâo e. rou, cumpriu o seu dever, e o almirantelambem está cumprindo o seu.

Já se sabe a razão porque o commandanteda becidèe vollou lão aparaguayado Nào só

Lopez lhe fez uma recepção brilhante, como o

disiuguiocom i coininenda da ordem do Me-

r/f odo Paraguay.OSr. Vernouillct teve a mesma dislineção.

Banqtielcs, passeios no caminho de forno,bailes, ihealro, tudo se improvisou para obse-

quiar a tripolação da canhoneira.A Vemouillet foi dado um explendido j n-

lar; a Olivier oulro, o á marinhagem oulro.Depois de tantos obséquios corao não compararAssumpção coni Pariz, e Lopez com Luiz Na-

poleão . .Tem causado nesla cidade alguma censação

uma denun-ia publicada em quasi odos osdiários, de (pie o Sr. Leile, hoje barão de Aze-vedo, ia na canhoneira portugueza Zarco áAssumpção, e (jue essa canhoneira levava uma

grande porção de espoletas de que carecia odictador para ò seu exercito.

O Sr. ministro portuguez incommodou-semuilo com eslanolich, e parece q te desisliodointenlo de fazer agora esla visita.

sentimentos e vetos como nós'partilhamos essa

profunda dòr. A cidade está tranquilla.«Pariz, 12.—O imperador Napoleão asse-

gurou a Leopoldo 11, por um telegramma, quesempre folgará de lhe testemunhar a sua affei1-

cão. ,' «O funeral do rei Leopoldo verificar-se-na

no sabbado, Leopoldo II será acclamado no

domingo.»

A' PEDIDO.

EUROPA.

Fallecimento. — Falleceu em Rru-xellas,á 10 do mez lindo, pelas 10 horas damanhã, o rei dos llelgas, Leopoldo, com 75 an-nos de idade. A este respeito lô-se o seguinteno Jornal do Commercio :

« Apoz dolorosa enfermidade falleceu com 75annos de idade o rei dos Belgas, Leopoldo, tan-tas vezes arbitro dos reis não pela força dasarmas, mas pela da razão, da sabedoria e daveneração em (jue todos o tinhão. Transmit

Ao Corpo Eleitoral Cathari-nense.

Agradeço ao Corpo Eleitoral Calharinense ahonra do lugar que me deo, na representaçãoprovincial.

Eleito da província, que me julgou no casode desempenhar o seu mandato; procurarei,na desenvolução de seus recursos augmeutar-lhe a renda,'que vae em descaimeuto peloexcesso da despeza.

Náo faço programmas; nem é isso necessa-rio, quando as nossas necessidades são por demais visiveis; ellas eslão na consciência detodos.

Conhecel-ase procurar remedial-as, empe-nhando para isso o recurso de sua palavra;lal o modo de manifestar-se grato aos commi-tentes, aquelle que lhes aceita o mandalo.

Nobilitar a insirucçáo primaria, ali i.onloespiritual pão do vida das populações: instruira lavoura, habilitando-a a trabalhar menos

para colher mais; são nocessidades do cujasolução depende o nosso engrandecimento.

Iiíslar com o Governo e Câmaras para do-ciar-nos com o immenso melhoramento com-mereial o politico d.i canalisação das lagoasenlre a Laguna e o Rio-Grande, . dever de

quem lem fé no muilo que será esta província,quando o Governo a considerar pela sua posi-ção etn relação ao sul, c quizer ulilisar-sc dosseus variados elementos de grandoza.

Reduzir o funecionalismo , consummidorimproduetivo, fazendo reverter a conribuicáoao contribuinte; isto é, convortel-a em estra-das fecundadoras do commercio, produclorasde novas matérias imposaveis; tal a obra em

q ic devem cuidar os eleitos do povo, mesmoa custo de labores, embora lhes envolva o

prestigio o espirito de partido.Agradecendo aos collegios. de que se com-

põe o unico circulo da província, a honra davolacão com que me dislinguirão, serei con-lente se ua qualidade de seu represei.Lnle,

poder prestar-lhes algum serviço.A respeito das necessidades urgentes das lo-

calidades, receberei sollicito as informações

que me forem dirigidas.Queirão os Senhores Eleitores aceitar os

protestos dc es'ima e consideração

Do seu gralo patrício

P.* Francisco Pedro da Cunha.

l.° de Janeiro de 1866. .'»':

mas que encontramos nas folhas de Lisboa :

«Bruxellas, 10.—Orei Leopoldo morreuás 10 horas da manhã.

«À's 10 horas da noite publicou-se o mani-feslo do burgo-mestre o (piai termina assim:

«O paiz deposita asua confiança nas mãosdo digno filho do rei modelo, do principe quenascido na terra da Bélgica partilha nossos

tem-nos esta triste noticia os seguintes telegram-I parao Mm. e Rdm.Sr. Arcypreste da Proí..~~, ~„ n..n f.fllUn/t Ar. T Inknn .. J.. - r. Ma» /l /./»' •» »• /\ .1 1-í. fOll 111\1 íl II ifi ltl\vincia vèr e apreciar o procedimento do

Rev. Sr. PadrtJosè Gnecco, vigário col-lado m Igreja Matriz da villa de S.

Sebastião de Tijucos.

Ha vinte séculos a lerra estava entregue aostirannos, islo é. aos reis e aos pá res, que *er-vindo-se das differentes religiões que pralica-vão, avassalavão as reações e as desfrutavamJesus f.hristo náo linha

'trazido uo mundo U

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O D E S P E l\ T A I) U K.A

.'ÜJJl-JL-l. •rasa

•divinas doutrinas que o deviâo regenerar. El-le não tinha morrido sobre a Cruz, para darálioerdade á terra; o Evangelho não existia ain-da.

Desde esse lempo, oChris.iauismo foi ensi-nado a Iodos.

Não contestes com ter legado ás nações adoutrina de seu Divino Mestre, os Apóstoloseos Discípulos de Jesus Christo morrerão porilefleudel-a.

Nos primeiros séculos do Chrislianismo, osponliíices e os padres christãos caminharampeja mesma estrada que lhes tinhão traçado osApóstolos; como elles pioclamavãoa fé christãdebaixo do açoule e do cutelo dos algozes, eo sangue dos marlyres produzio fruclos.

A metade do mundo abraçou o Chrislianis-mo; Roma, a idolatra, tornou-se christã, masá esses tempos tào gloriosos para a espécie hu-mana, suceederam séculos de iniquidades.

Emquanlo durou a perseguição, os padreschi is aos foram humildes e fortes; acabad.t ei-Ia, os papas, oulr'ora tão pobres, sc tornaramricos e poderosos Os que á pouco erão obri-gados a viver sem asilo, pregar sobre as mon-tanhas e celebrar os oilicios divinos nas cavi-dades dos rochedos, liveram um reino lempo-ral; templos magníficos c uraa corte mais bri-lháriié que a corte dos reis. A Cruz não lhes foimais sulficiente para combater o erro e sub-meller us povos á fé de Jesus Christo. Tive-ram armas como os reis da terra, e combate-iam com a lança os que não podião vencercom ariifieio.

De mártires lomaram-se algozes IDesde então o espirito de Deos os abando-

nou e a ambição dominou a alma dos padres,dos levil.s do Senhor!

Eis o mo tvo poique oRcv.padre JosóGnec-co, vigário colhido da igreja Matriz da vil-Ia de S. Sebastião de Tijucas, na véspera á noi-te do dia 2a de Dezembro do anui) de 1865, nãoquiz celebrar o santo sacrifício da missa doNascimento do Supremo Creadordo Universo,c no dia 2'i se negou a dizer a missa conventu-ai (jue aliás era obrigado por dever do funeci-onario publico religioso I

S. Rvm. catholico eslava de saudee semomenor impedimento, tanto assim que, no dia24 á tarde foi a igreja eneomniendar os corposdos fallecidus filhos, um do major Anlonio Ra-mos Martins e outro do lavrador João de Sou-za Soares, percebeu !o por esses aptos, bem bo-as palaras. No dia 25 lambem fui a igreja fa-zer dous baptisados um do filho (je Tiislào.Io-só da Siha, e outro do qual foi padrinhoDomingos José de Oliveira Costa, ganhandoe recebendo ouro, e prata. Para ganhar o ei-dourado S. Rvm. pode ir a igreja, mas paracumprir os seus deveres de bom pastor do re-banho christão, S Rvm., se escuza allegandonão poder andar por causa do pezo enormede sua gordura. Andar assim, que os cobreseslào correndo como a água do chafariz, e láestá o thesouro Nacional prompto para no fimdo anno retribuir a S. Rvm. com o exhorbilan-te ordenado que tão mal ganha. Digo exhorbi-taute porq le S. Rvm., no meu fraco e humildemodo djenleiider as cousas deste mundo, nâomerecia nem oinco reis de ordenado, visto nãocumprir os devores (jue a Religião e a lei lheimpõe. Desejava fazer um exlenso relaloriodas faltas que continuamente commelle S.Rvm. no ministério de Parodio desta villa, mascomo o res,;eilave| publico, e mormente o Illm.Sr. Ar.ypresle de ludo deveráõ estar j-nleira-dos, seguudo as muitos queixas e denunciasque o povo desta villa tem dado, de um seme-Ihanle Lobo com vestes de pas or. deixo porisso (Pas reproduzir. E' basian e que iodos co*: nheção, que o vigário des a villa dá mór apre-ço a casa de sua numerosa familia, do que aigreja de Deos; e que m.sis se oceupa a fazercotnpoiirôes Je raiz de alíéia e gouima arábica

para por via desta a lede verdadeiro eharlaláolimpar as algibeiras das ovelhas do seu reba-nho, ao passo que de accordo com o seu fa-niOsosãchrislão vão fazendo victimas; aquelleapplicando as águas chocas, e esle a sua mor-tal lanceta, por isso que já passa em prove, bioqueo=Cemiterioépoucocspaçoso=e na ver*dade se as cousas nàoobliverein prompto re-médio, continuando calamitosamente como vãoindo, será necessário abranger o cemitério io-do o campo nacional, e mesmo assim deixarádo accommodar os corpos de todos quantos fo-rem curados com as referidas medicinas; noentanto que a igreja de Deos ficará como eslámuda e queda, não tendo mais o rebanho chris-tão o prazer de vòr alli serem celebrados osaugustos mvsleiios da Santa Religião Chris-lã.

Sou Srs. Redactoreso seu humildo venerador e criado

Christão Apostólico llomano.Tijucas 10 de Janeiro de 1860.

Foi nomeado Professor subsli ulo da villadeS. Miguel o Sr. Joaquim Libano, moço deum gênio dócil, e por essa razão lem ganhadoas nossas sympalhiasuesla cidade.

O amigo do mérito.

Hcmiiiio da reeelta e (lespeza dafttuita t-ami de misericórdia nomex de Mexe ml» ru de 1905*

RECEITA.

Saldo do mez p. findo. . 3:372®.527Taxa e lonelagem .... 199®260Esmolas recebidas .- . . - 77 ©430

-Cera-Tsndida .... 2IS®Ô00Curativos. ...... 1:65 2® 000

Somma . . . . 5:519®217

DESPEZA.

Alimento. . . ... 88l®660Ordenado dos empregados. 25-i®000Remédios 276® 18034 tochas |92©058Esmolas dadas 10®000Diversas despezas , . . 80®800

Somma .... 1:694®698Saldo total da irmandade ehospital 3:824® 513

Santa Casa de Misericórdia 9 de Janeirode 1866.

O ProvedorF. L. da Gama Roza.

VARIEDADE.Apreciações jornalísticas.

As damas tomam por tarifa do méritojornalístico os folhetins e as noticias diversas

« Os políticos d'agua doce querem uuliciusestrangeiras.

« Os pretendentes a jornalista, lugares dedeputados, ministros, etc, só goslum de po-lemicas.

« As velhas feias gostam das parles da po-licia, e noticias de mortes violeulas para po-derem chorar.

« Os maucebos vadios querem longas ga-zelilhas.

« As donas de casas lêem os aunuucios.« As raparigas decoram os romances e os

artigos sobre modas, e calculamos especta-culos.

a Os poetas e namorados não olham paraperiódicos que não tragam versos.

« Os agricultores olham para os preçoscorrentes, um qne não acreditam.

« Os militares querem por exlenso os bole-lios das balalhas, aiuda que sejão na China.

Uns comera os figos a outros....

Achamos em umas notas da adega eda c»6-pa do imperador de Allemanha Carlos VI,entre outras despezas nâo menos extravagari-t'-s, para lhe nâo darmos nome mais feio, assegujnles:

«A' imperatriz viuva, Amélia Guilhermi-na, para beber anlps de se recolher, seis ca-nadas (!) de vinho de Hungria cola noite.

• Duas pipas de Toki.y para molhar o páo Sdos papagaios de S. M

« Para um banho quinze pontes de vi-nho. »

E' provável que aos papagaios rebentasseo bico, fazendo uma variante o provérbio ei*lado.

(Extrs.)

ANNUNCIOS.

I^M

CUMPRIMENTO da Circular do Thesou-

j ro Nacional n. 48 de 10 de Novembro pro-jximo passado, se. f.iz publico que o prazo

para a substituição das notas de 5®000 reisda 4.a estampa deve terminar em 30 de Abrilpróximo futuro, principiando do 1.° de Maioem diante o desconto progressivo de 10;/.ua (.noa da lei.

Secretaria da Thezouraria de Fazenda daProvincia de Sanla Catharina. em 5 de Janei-ro de 1866.

No impedimento do OflicialO Amanuense— Júlio César da Silveira

VENDE-SEnm sitio no município da cidade da Laguna,no lugar denominado Ponla-Raza, com 150braças de terra de frente e 750 de fundos,mais ou menos, com maltos virgens, bonspaslos para criação de animaes, com umaolaria e casa de vivenda, muilo superior bar-ropara telha e louça, machina para amassaro mesmo, muita abundância de lenha, mui-ta casca para fazer cal. 2 juutas de bois, 2carros, 2 canoas para o Ira fico da mesma ola-ria e outros objectos; o lugar é beira-mar,com bom porto de embarque e desembarque:assim como um oulrosilio com 100 braças dofrenle e 750 de fundos, com casa de vivendae engenho de fazer farinha, cobertos de te-lha, muitos arvoredos e cafezeiros: mais umamorada de casas térreas no centro da cidade,eom 3 portas na frente, e bem construída.Quem pretender comprar qualquer das pro-priedades, pode dirigir-se ao abaixo assigna-do, para tratar.

Laguua 29 de Dezembro de 1865.

Manoel Luiz da Silva Leal.

Na loja de selleirode Guilherme Christiauo Lopes, á rua daConstituição n. 4admitle*sede3 a 4 apren-dizes, garantindo serem bem tratados.

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TYP. DE J. J, LOPES, RIJA DA TRINDADE N. tt