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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE EDIÇÃO ESPECIAL – DIA MUNDIAL DA SEPSE 2 0 2 0

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GUIA PRÁTICODE TERAPIAANTIMICROBIANANA SEPSE

EDIÇÃO ESPECIAL – DIA MUNDIAL DA SEPSE

2020

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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE

EDIÇÃO ESPECIAL – DIA MUNDIAL DA SEPSE

©2020 pelo Instituto Latino Americano da Sepse. Todos os direitos reservados. Entretanto, a reprodução e a difusão desta brochura de qualquer forma, impressa ou eletrônica, são livres. 1ª edição

Responsáveis pela 1ª edição Aline Siqueira Bossa Camila Canuto CampioniDaniela Carla de SouzaFlavia Ribeiro MachadoJosiane Francisca Ferreira Juliana Lubarino Souza Lívia Maria Gonçalves BarbosaMaria Raquel Vitorino de LimaReinaldo SalomãoThiago Lisboa

Elaboração: Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS) Rua Pedro Toledo, 980 - cj. 94 Vila Clementino - SPCEP: 04039-002Tel: +55 11 [email protected]

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O uso racional de antimicrobianos é uma das metas definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o século XXI. O conhecimento dos princípios gerais que norteiam o uso de antimicrobianos, assim como suas propriedades e características básicas, são essenciais para uma escolha terapêutica adequada.Na sepse, as alterações na função orgânica, decorrentes da desregulação da resposta inflamatória sistêmica derivada de um insulto infeccioso, levam a alterações da homeostase que requerem maior cuidado na adoção de uma terapia antimicrobiana adequada. A abordagem inicial da sepse baseia-se em reconhecimento precoce e tratamento adequado, incluindo ressuscitação hemodinâmica em pacientes com sinais de hipoperfusão e reavaliação contínua do paciente. O conhecimento desses passos é fundamental para melhorar desfechos. A terapia antimicrobiana deve ser considerada prioridade pela equipe assistencial, uma vez que diversos estudos demonstram a associação entre um tratamento antimicrobiano inapropriado e desfechos desfavoráveis.¹ Ademais, os antimicrobianos não afetam somente os pacientes que os utilizam, mas também interferem de forma significativa no ambiente hospitalar por alteração da ecologia microbiana, favorecendo o surgimento de microrganismos resistentes. Tais condições são frequentemente subvalorizadas quando instituímos tratamento em nossos pacientes.² O Instituto Latino Americano de Sepse, ILAS, preconiza a criação de um guia de terapia antimicrobiana empírica em todas as instituições que visem a implementação de protocolos para atendimento aos pacientes com sepse, baseado nos dados microbiológicos da instituição, fundamental para a escolha do melhor esquema antimicrobiano.³ Este guia, indicando qual medicamento administrar, de acordo com o foco infeccioso e tipo de infecção (comunitária ou associada a assistência a saúde), auxilia o médico assistente na tomada rápida de decisão. Muitas vezes, os guias não contemplam outros tópicos relevantes à terapia antimicrobiana que fazem a diferença no sucesso do tratamento, tais como diluição, posologia, via de administração, terapia conjunta, tempo de infusão,

CONTEXTO

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entre outros. Sabendo que a melhora nos resultados clínicos, bem como a minimização dos riscos e da emergência de resistência bacteriana, virá, fundamentalmente, de estratégias de uso mais adequado dos antimicrobianos atualmente disponíveis², elaboramos este guia de utilização dos antimicrobianos, incorporando os conceitos de farmacocinética e farmacodinâmica na otimização da terapia antimicrobiana no paciente séptico. Neste guia, temos uma primeira parte com orientações pontuais sobre terapia antimicrobiana com base nas recomendações das diretrizes da Campanha de Sobrevivência à Sepse (do inglês, Surviving Sepsis Campaign) e uma segunda parte composta por tabelas com indicação de doses, diluições e posologias para cada antimicrobiano.

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DIA MUNDIAL DA SEPSE

A sepse afeta cerca de 50 milhões de pessoas todos os anos no mundo, das quais pelo menos 11 milhões morrem. Estima-se que 20% de todas as mortes no mundo estão associadas à sepse, sendo estas, muitas vezes, mortes evitáveis. O Brasil tem uma das maiores taxas de letalidade por sepse no mundo, calculada em 55,7%, de acordo com dados do estudo SPREAD, realizado em 2014. Os principais problemas estão relacionados ao reconhecimento tardio e tratamento inadequado.

O Dia Mundial da Sepse, celebrado no dia 13 de setembro, foi proposto pela Aliança Global para Sepse (do inglês, Global Sepsis Alliance) em 2012. Em 2020, completam-se 9 anos em que eventos são realizados aumentando a conscientização sobre sepse em todas as partes do mundo. No Brasil, o ILAS coordena ações voltadas tanto para profissionais da saúde quanto para o público leigo neste dia, levando conhecimento para a população.

Com o intuito de difundir os conhecimentos científicos e com a missão de promover ações que reduzam o impacto da sepse, o ILAS lança este guia de utilização dos antimicrobianos, a fim de aprimorar o conhecimento dos profissionais de saúde e consequentemente, o tratamento da sepse. Para saber mais sobre a campanha, acesse o site diamundialdasepse.com.br.

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PASSOS PARA

O USO

RACIONAL DE

ANTIMICROBIANOS

NA SEPSE

PASSOS PARA

O USO

RACIONAL DE

ANTIMICROBIANOS

NA SEPSE

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1º Passo: início rápido e com espectro adequado

As diretrizes preconizam o tratamento da sepse com a administração de antimicrobianos de largo espectro, por via endovenosa, o mais rapidamente possível, dentro da 1ª hora após o diagnóstico e, preferencialmente, após obtenção das culturas pertinentes. Estas recomendações têm como objetivo aumentar a probabilidade de identificação do microrganismo envolvido e promover a redução da carga do agente etiológico, fundamental para o controle da resposta inflamatória. Dessa forma, não se deve aguardar a identificação do agente infeccioso para que tratamento seja iniciado.⁴,⁵ A escolha da terapia antimicrobiana inicial deve ser baseada na situação clínica do paciente, considerando foco primário da infecção, histórico de infecções prévias, uso recente de eventuais antimicrobianos e a presença de imunodeficiências, assim como nos fatores de risco para patógenos potencialmente resistentes (infecção nosocomial ou associada à assistência à saúde) e na microbiologia local. São considerados fatores de risco para multirresistência a exposição prévia a antibióticos, internação hospitalar recente, presença de dispositivos invasivos e a própria microbiota local. A adoção de soluções locais, baseadas nos dados da instituição, representa a melhor alternativa para aumentar a probabilidade de tratamento apropriado, enquanto os resultados das culturas não estão disponíveis. Para isso, a consulta ao guia de terapia empírica é imprescindível.³ O ILAS dispõe de um modelo (acessível no site www.ilas.org.br > programa de qualidade > sepse em adultos e/ou sepse em pediatria) que pode ser usado como base para elaboração de um guia institucional próprio, lembrando que os antimicrobianos indicados podem variar de uma instituição para outra. Nas diretrizes de tratamento da sepse há outras recomendações pertinentes à terapia antimicrobiana, tanto para adultos quanto em pediatria, conforme disposto nos quadros 1 e 2.

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Quadro 1 – Principais recomendações das diretrizes sobre tratamento com antimicrobianos no manejo da sepse - adulto

• Recomenda-se terapia empírica com um ou mais antimicrobianos de amplo espectro endovenosa a ser iniciada o mais precocemente possível, idealmente na primeira hora após o reconhecimento de sepse ou choque séptico para cobrir todos os agentes prováveis (incluindo bactérias, possíveis fungos ou vírus) – recomendação forte.

• Recomenda-se que o espectro da terapia antimicrobiana empírica seja reduzido assim que o patógeno for identificado e a sensibilidade estabelecida e/ou que seja percebida melhora clínica – boa prática clínica.

• Recomenda-se a otimização das doses de antimicrobianos baseadas em princípios de farmacocinética e farmacodinâmica e nas propriedades específicas dos medicamentos em pacientes com sepse ou choque séptico – boa prática clínica.

• Sugere-se duração de tratamento de 7-10 dias para a maioria das infecções graves associadas a sepse e choque séptico – recomendação fraca.

• Sugere-se terapias mais prolongadas em pacientes com resposta clínica lenta, focos não drenados, bacteremia por Staphylococcus aureus, infecções fúngicas ou virais ou deficiências imunológicas, incluindo neutropenia – recomendação fraca.

• Sugere-se terapias mais curtas em alguns pacientes, particularmente aqueles com resolução clínica rápida após controle adequado de foco intra-abdominal ou sepse de foco urinário e aqueles com pielonefrite não complicada –recomendação fraca.

Fonte: adaptação de Rhodes et al, 2017⁴

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Quadro 2 – Principais recomendações das diretrizes sobre tratamento com antimicrobianos no manejo da sepse – pediatria

• Em crianças com choque séptico, recomenda-se o início da terapia antimicrobiana o mais rápido possível, dentro da primeira hora de reconhecimento do quadro (recomendação forte, qualidade de evidência muito baixa)• Em crianças com disfunção orgânica associada à sepse, mas sem choque, sugere-se iniciar terapia antimicrobiana o mais rápido possível após avaliação apropriada, dentro das primeiras 3 horas após o reconhecimento (recomendação fraca qualidade de evidência muito baixa).

Fonte: adaptação de Weiss et al, 2020⁵

Nota: Na literatura, há evidências dos benefícios da administração rápida de antimicrobianos em pacientes mais graves, ou seja, pacientes com choque. Assim, as diretrizes de tratamento de sepse pediátrica preconizam a administração do antimicrobiano em até 1 hora na presença de choque séptico, destacando-a como “recomendação forte”. Embora diversos estudos observacionais mostrem benefício na administração em até 1 hora mesmo em pacientes sem choque, associando-se a melhores desfechos, não há dados que deem suporte para essa orientação em crianças com sepse associada à disfunção orgânica sem choque, de forma que as diretrizes de tratamento da sepse pediátrica consideram até 3 horas para administração de antimicrobianos nesses pacientes. A recomendação de 3h na ausência de choque também se baseou na necessidade de evitar a exposição a antimicrobianos em crianças sem infecção. No entanto, políticas adequadas de stewardship e descalonamento agressivo, assim como suspensão nos casos onde a infecção é afastada, podem de modo eficaz controlar o potencial uso excessivo de antimicrobianos. Há também evidência de benefício em adultos com infecção sem disfunção. Em vista disso, o ILAS preconiza a administração em até 1 hora para todos os pacientes, considerando esse um indicador de performance institucional, desde que medidas adequadas para suspensão e de-escalonamento sejam adotadas pelas instituições.

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Terapia combinada Embora o uso de monoterapia para tratamento da sepse seja frequente em nosso meio, idealmente devemos reservá-la para situações em que dados da microbiota local o permitam, ou seja, em que haja probabilidade alta de cobertura empírica adequada. Estudos observacionais mais recentes sugerem potencial benefício no uso empírico de terapia combinada, em pacientes graves. 14,15 Este benefício é significativo no subgrupo de pacientes com sepse e choque séptico, assim como em pacientes com neutropenia febril.16 As principais recomendações sobre terapia combinada na sepse estão disponíveis nos quadros 3 e 4.

Quadro 3 – Principais recomendações das diretrizes sobre terapia combinada com antimicrobianos no manejo da sepse – adulto

• Sugere-se o uso de terapia empírica combinada (com pelo menos dois antibióticos de classes diferentes) no manejo inicial de pacientes com choque séptico, tendo como alvo as bactérias mais prováveis – recomendação fraca.

• Sugere-se não usar terapia combinada de rotina para o tratamento da maioria das demais infecções graves, incluindo bacteremia e sepse sem choque – recomendação fraca.

• Recomenda-se contra o uso de terapia combinada de rotina para o tratamento de sepse e bacteremia em pacientes neutropênicos – recomendação forte.

• Se terapia combinada for inicialmente utilizada no choque séptico, recomenda-se de-escalonar com descontinuação da terapia combinada dentro dos primeiros dias se houver melhora clínica e/ou evidência de resolução da infecção. Isso se aplica tanto a terapia combinada dirigida (para infecção com culturas positivas) como empírica (para infecções com culturas negativas) – boa prática clínica.

Fonte: adaptação de Rhodes et al, 2017⁴

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Quadro 4 – Principais recomendações das diretrizes sobre tratamento com antimicrobianos no manejo da sepse – pediatria

• Em crianças sem comprometimento imunológico e sem alto risco de patógeno multirresistente, sugere-se contra o uso rotineiro de terapia antimicrobiana empírica múltipla direcionados contra o mesmo patógeno para fins de sinergia (recomendação fraca, qualidade de evidência muito baixa).

OBS: Em algumas situações, como a sepse suspeita e/ou confirmada por streptococus do tipo B, o uso de múltiplos antimicrobianos empírico direcionados contra o mesmo patógeno com o propósito de sinergia pode ser indicado.

• Em crianças com comprometimento imunológico e/ou com alto risco de patógeno multirresistente, sugere-se o uso de terapia empírica combinada quando houver presença de sepse associada à disfunção orgânica e/ou choque séptico (recomendação fraca, qualidade de evidência muito baixa).

• Recomenda-se o uso de antimicrobianos em doses estratégicas otimizadas baseadas em princípios de farmacocinética / farmacodinâmica e em consideração às propriedades específicas dos medicamentos (Boa prática clínica).

Fonte: Adaptação de Weiss et al, 2020⁵

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2º Passo: prescrição ideal

A sepse pode alterar a farmacocinética e farmacodinâmica de antimicrobianos. Algumas alterações relacionadas à sua fisiopatologia, tais como padrão de choque hiperdinâmico, aumento da permeabilidade capilar e do volume de distribuição, alterações de vascularização renal e aumento da taxa de filtração glomerular, podem resultar em concentrações séricas insuficientes quando administradas doses usuais de alguns antibióticos.² Estes aspectos, com frequência, são pouco valorizados, mas podem ter dois impactos importantes:

- As concentrações reduzidas levarão a penetração tecidual limitada6 e baixa concentração no sítio de infecção7 e, consequentemente, uma resposta clínica insatisfatória (falha na erradicação da infecção) ou subótima (prolongamento das disfunções orgânicas). - A exposição de um patógeno a concentrações subletais de um antimicrobiano leva a expressão e emergência de resistência.⁸

Neste cenário, são fundamentais ajustes individualizados no esquema de administração e uma prescrição otimizada. De fato, a maioria dos dados da literatura baseia-se em voluntários sadios ou pacientes não graves, consequentemente as doses sugeridas para uso de antimicrobianos não foram testadas adequadamente em pacientes críticos. Com isso, o risco de concentrações inadequadamente reduzidas, dadas as alterações de volume de distribuição e de eliminação renal, presentes principalmente na fase inicial da sepse (48 a 72 horas) é elevado. Devemos, portanto, utilizar doses e regimes que permitam a capacidade bactericida máxima, com redução rápida da carga bacteriana.

Assim, a prescrição ideal e uso adequado de antimicrobianos inclui, além da prescrição de antimicrobiano de espectro adequado, a indicação de dose, a via de administração, a diluição e a velocidade de administração corretas. Este guia conta com tabelas específicas contemplando os principais antimicrobianos, para uso adulto (Tabela 1) e para uso pediátrico (Tabela 2).

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O ajuste das doses para evitar toxicidade pode, algumas vezes, limitar a efetividade e, potencialmente, interferir no desfecho do caso. Neste contexto, algumas observações são relevantes:

• Estudos sugerem que em pacientes críticos e/ou sépticos com disfunção renal ou hepática aguda ou prévia, o ajuste de dose de antibióticos deve ser feito somente após as primeiras 24 horas, pois é necessário atingir rapidamente a concentração inibitória mínima. Além disso, dentro deste período pode haver melhora da função renal com possível falha terapêutica caso as doses sejam reduzidas. Devemos considerar alternativas para vancomicina e aminoglicosídeos, pois são nefrotóxicos, e é possível monitoramento por nível sérico.10,11

• O ajuste para função renal é baseado no clareamento de creatinina estimado, que reflete a taxa de filtração glomerular. Existem diferentes tipos de equação, sendo a equação Cockcroft-Gault a mais indicada para a população adulta, principalmente porque os estudos que consideraram os ajustes utilizam este cálculo como referência: 10,11

Neste guia, para o cálculo do clareamento de creatinina para a pediatria, utilizamos Schwartz, conforme especificado abaixo, junto com a tabela de valor de referência: 12,13

Referência Valor da constante (k)

Valor para todas as faixas etárias 0,41

[140 – idade (anos)] X Peso (Kg) x (0,85 mulheres e 1 para homens)Creatinina plasmática (mg/dL) X 72

CrCL = (K x Altura) Cr

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Nas tabelas 1 e 2 deste guia, há recomendações específicas para eventuais ajustes de dose para insuficiência renal. Ademais, incluímos neste guia duas tabelas com ajuste de terapia antimicrobiana para pacientes em uso de terapia substitutiva renal: a tabela 3 - voltada para adultos, e a tabela 4, para pacientes pediátricos. Lembramos que a dose não deve ser ajustada nas primeiras 24 horas. 10,11

Nota: Em alguns antimicrobianos, quando métodos intermitentes para terapia substitutiva renal são utilizados, deve-se atentar para o horário de administração da dose. Alguns requerem dose extra após a sessão, como forma de garantir níveis séricos adequados em pacientes graves, haja vista que grande parte dos antimicrobianos não é nefrotóxica. Atenção especial deve ser dada a medicamentos possivelmente nefrotóxicas. Outros antimicrobianos devem apenas ter sua dose usual administrada após a sessão. Do ponto de vista prático em muitas situações não é possível definir o momento em que se dará a terapia substitutiva renal, correndo-se o risco de perda de dose não administrada.

A diluição correta do medicamento é fundamental para preservação das propriedades físico-químicas dos medicamentos e para garantir compatibilidade com outros medicamentos administrados de forma concomitante. Há medicamentos que podem ser administrados em bolus com diluições mínimas, principalmente quando administradas em cateter venoso central. Também constitui aspecto importante a infusão correta, ou seja, a diluição permite reduzir as perdas com remanescentes nos equipos de infusão.

Nota: É possível para determinados medicamentos a diluição em volumes pequenos, desde que se use buretas para evitar perda de quantidade remanescente nos equipos de infusão. Caso não haja buretas disponíveis, sugere-se que a diluição mínima seja de 100 mL para evitar perdas significativas.

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A velocidade de infusão está intimamente relacionada às características farmacocinéticas e farmacodinâmicas (PK/PD) do antimicrobiano. Sabemos que estes classificam-se em dois tipos principais. Os tempo-dependente tem sua atividade influenciada pelo tempo em que as concentrações plasmáticas são mantidas acima da concentração inibitória mínima bacteriana (ƒT>CIM). Os principais exemplos dessa categoria são os betalactâmicos e carbapenêmicos. Já os antimicrobianos concentração-dependente tem sua atividade determinada pelo pico de concentração (concentração máxima, Cmáx/CIM). Os principais exemplos são aminoglicosídeos. Há antimicrobianos com características mistas onde o determinante é a razão entre a área total sob a curva concentração.

Há estudos demonstrando que a penetração tecidual de betalactâmicos e carbapenêmicos em infusão estendida é consistentemente mais elevada, em comparação com regimes de infusão em bolus.⁹ Todavia, de forma a atingir rapidamente a concentração inibitória mínima, deve-se priorizar a administração em bolus para a primeira dose para todos os antimicrobianos ao invés de infusão estendida. O ILAS recomenda que pacientes críticos com disfunção, independente da presença de choque, recebam dose estendida para todos os betalactâmicos, exceto na primeira dose. Caso a instituição não tenha condições para tal procedimento, pode-se administrar o antimicrobiano em tempo normal. Os tempos de infusão recomendados estão disponíveis nas tabelas 1 (para uso adulto) e 2 (para uso pediátrico), especificando os tempos de cada droga.

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3º Passo: Administração

A administração de terapia antimicrobiana endovenosa otimizada e precoce, dentro da 1ª hora do reconhecimento da sepse, é o recomendável. 4,5 No entanto, outros aspectos são também relevantes e, muitas vezes, não priorizados.

Acesso

Como mencionado anteriormente, a via endovenosa é a mais recomendada para administração em pacientes sépticos. Os antimicrobianos devem ser administrados como bolus ou em infusão rápida, de forma a atingir rapidamente os níveis terapêuticos para a dose inicial. Mesmo os beta-lactâmicos devem ser administrados, de forma segura, como bolus ou infusão rápida. 4,5 A administração por via intraóssea, passível de rápido estabelecimento, pode ser aplicável para a administração das doses iniciais de qualquer antimicrobiano, com as mesmas diluições e outras orientações aplicáveis ao acesso endovenoso. Embora seja uma via de acesso mais comumente aplicada na população pediátrica, está também pode ser estabelecida em adultos. 4,5 A administração por via intramuscular só deve ser considerada se o acesso venoso não for possível. ⁴

Administração concomitante

Após devida avaliação de eventuais incompatibilidade físico-química entre antimicrobianos e outros fármacos (conforme tabela 5), na prescrição de terapia conjunta é comum a dúvida sobre qual medicamento administrar primeiro. A literatura carece de estudos sobre ordem de administração em terapia concomitante. Assim, a recomendação deste guia se resume em priorizar doses em bolus, devendo estas serem administradas primeiro. Se ambos antimicrobianos necessitam administração em infusão rápida, e não em bolus, o de maior espectro deve ser inicialmente administrado. Para avaliação de terapia concomitante, indicamos a consulta às tabelas 6 e 7 deste guia, que incluem informações referentes a incompatibilidade

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físico-química entre antimicrobianos e outras medicações (Tabela 6) e incompatibilidade físico-química entre antimicrobianos (Tabela 7). Outro ponto relevante é a administração de medicamentos através de equipos. Devemos considerar que cerca de 20% do volume infundido no paciente permanece no equipo, quando tratamos de uma diluição de 100mL. Assim, considerando a necessidade de otimização da terapia antimicrobiana, é fundamental garantir a infusão do volume do medicamento presente no equipo, garantindo a administração de dose plena ao paciente.

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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE18

As diretrizes recomendam duração de 7-10 dias para a terapia antimicrobiana.⁴ Duração mais prolongada pode ser requerida em pacientes com resposta clínica protraída, com imunodeficiências, foco não controlado, bacteremia por Staphylococcus aureus e infecções virais e fúngicas. Uma vez que o patógeno seja identificado nas análises microbiológicas, é fundamental que haja a redução do espectro para cobrir de maneira específica o patógeno isolado e diminuir a exposição desnecessária a antimicrobianos de espectro mais amplo. Embora frequentemente considerada como uma medida voltada a minimizar os riscos de emergência de resistência, dados clínicos sugerem melhores desfechos em pacientes nos quais o de-escalonamento foi realizado quando possível19. Em relação à suspensão do tratamento, uma abordagem mais racional inclui o uso de parâmetros de resposta clínica, como resolução da febre, leucocitose ou uso de biomarcadores que permitam avaliar a evolução do paciente grave. A avaliação destes parâmetros permite a racionalização do tempo de tratamento em função da resposta. Além disso, possibilita reconhecer precocemente situações clínicas em que a resposta está comprometida. As principais recomendações das diretrizes de tratamento da sepse sobre de-escalonamento e suspensão de antimicrobianos estão disponíveis no quadro 5 e 6.

4º Passo: de-escalonamento e suspensão precoces

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Quadro 5 – Principais recomendações sobre de-escalonamento e suspensão de antimicrobianos no manejo da sepse – adulto

• Recomenda-se avaliação diária para de-escalonamento da terapia antimicrobiana em pacientes com sepse ou choque séptico – boa prática clínica.

• Recomenda-se que o espectro da terapia antimicrobiana empírica seja reduzido assim que o patógeno for identificado e a sensibilidade estabelecida e/ou que seja percebida melhora clínica – boa prática clínica.

• Sugere-se dosagem de procalcitonina para auxiliar na redução do tempo de terapia antimicrobiana em pacientes com sepse – recomendação fraca

• Sugere-se que os níveis de procalcitonina possam ser usados para auxiliar na descontinuação de antibióticos empíricos em pacientes que inicialmente pareciam estar sépticos, mas que, subsequentemente, tinham evidência limitada de infecção – recomendação fraca.

Fonte: Adaptação de Rhodes et al, 2017⁴

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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE20

Quadro 6 – Principais recomendações sobre de-escalonamento e suspensão de antimicrobianos no manejo da sepse – pediatria

• Uma vez que o(s) patógeno(s) e sua sensibilidade estejam disponíveis, recomenda-se a redução do espectro da cobertura da terapia antimicrobiana - Boa prática clínica.

• Se não houver identificação de patógeno, recomenda-se a redução do espectro ou a interrupção da terapia antimicrobiana empírica, de acordo com a apresentação clínica, sítio de infecção, fatores de risco do hospedeiro, e adequação da melhora clínica conforme discussão com profissional responsável por doenças infecciosas da Instituição.

• Em crianças com choque séptico ou sepse associada à disfunção orgânica que estejam em uso de terapia antimicrobiana, recomenda-se avaliação diária (ex: avaliação clínica, laboratorial) para de-escalonamento da terapia antimicrobiana - Boa prática clínica.

OBS: Esta avaliação deve incluir uma revisão da indicação em andamento para a terapia antimicrobiana após as primeiras 48h que é guiada pelos resultados microbiológicos e em resposta a melhora clínica e/ou evidência de resolução da infecção. Esta recomendação se aplica a pacientes sendo tratados com terapia empírica, alvo e combinada.

• Recomenda-se determinar a duração da terapia antimicrobiana de acordo com o sítio da infecção, etiologia microbiana, resposta ao tratamento e capacidade de obter controle do foco. - Boa prática clínica.

Fonte: Adaptação de Weiss et al, 2020⁵

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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE21

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Referências bibliográficas

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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE22

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ANEXOANEXO

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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE24

CONCEITOS

ATM – antimicrobianos

AUC0-24h - área total sob a curva concentração-tempo ao longo de 24 horas. AUC0-24/CIM - razão entre área total sob a curva concentração-tempo ao longo de 24 horas e a CIM da bactéria.

Clearance (Cl) - quantifica a eliminação irreversível do fármaco por metabolismo e/ou excreção.

Cmáx - pico de concentração após uma dose única.

Cmáx/CIM - razão entre a concentração de pico e a concentração inibitória mínima (CIM) da bactéria.

DC – débito cardíaco

Farmacocinética - estudo da dinâmica da absorção, distribuição, metabolismo e eliminação dos fármacos, ou seja, os fatores que influenciam sua concentração plasmática e tecidual.

Farmacodinâmica - o estudo da relação entre a concentração do fármaco e seu efeito farmacológico.

ƒ T>MIC - tempo entre um intervalo de doses em que a concentração plasmática excede a concentração inibitória mínima (CIM) da bactéria.

Infusão contínua – Administração de medicamento em intervalo de tempo superior a 60 minutos, sem interrupção.

Infusão em bolus - Administração de medicamento direto na veia em curto espaço de tempo, geralmente 1 – 3 minutos.

Infusão intermitente - Administração de medicamento em tempo superior a 60 minutos, porém não contínuo.

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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE25

Infusão lenta - Administração de medicamento em intervalo de tempo de 30 a 60 minutos.

Infusão rápida - Administração de medicamento em intervalo de tempo de 1 a 30 minutos.

IRAS - infecção associada à assistência à saúde. Infecção associada a um procedimento ou dispositivo invasivo realizado durante a internação hospitalar ou relacionada a outros tipos de assistência à saúde como atendimento domiciliar ou ambulatorial (hemodiálise, quimioterapia).

Ligação protéica - medida da ligação do fármaco às proteínas plasmáticas (principalmente albumina e α1 glicoproteína). Dependem do equilíbrio entre a afinidade à proteína, concentração da droga e a concentração protéica.

Meia-vida de eliminação (t1/2) - tempo necessário para que a concentração plasmática caia pela metade. A meia-vida é um parâmetro derivado do clearance e do volume de distribuição.

Sepse de origem comunitária - sepse identificada no momento da internação hospitalar ou até as primeiras 72 horas da hospitalização, com exceção daquelas atribuídas a procedimentos invasivos executados nesse período (ex.: cirurgia, intubação orotraqueal).

Terapia empírica - uso inicial de antimicrobianos baseado nos agentes mais prováveis da infecção.

tmáx - tempo após a administração até atingir a Cmáx.

Volume de distribuição (Vd) - volume aparente de fluído que contém a dose total administrada na mesma concentração que a plasmática.

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TABELASTABELAS

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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE27

Tabela 1 Terapia antimicrobiana otimizada – adultosMe

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L/min:

7,5 m

g a ca

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hora

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SF 0,

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SG

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24 ho

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ºC)

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8 ho

ras

CrCl

31 -

50 m

L/min:

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CrCl

16 -

30 m

L/min:

1 g c

ada 2

4 hor

as

CrCl

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4 hor

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CrCl

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L/min:

500 m

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a 48 h

oras

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h)*

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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE28

Tabela 1 Terapia antimicrobiana otimizada – adultos

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dose

a ca

da 12

hora

s Cr

Cl <

10 m

L/min:

meta

de da

dose

a ca

da 24

hora

s

infus

ão es

tendid

a SF

0,9%

e SG

5% 10

0*18

0 (3h

)*Se

m dil

uir -

Puro

5D3 h

oras

em te

mper

atura

am

biente

(25

ºC)

ou 24

hora

s sob

refrig

eraç

ão

(2 a

8 ºC)

metro

nidaz

ol50

0mg a

cada

6-8 h

oras

CrCl

< 10

mL/m

in (n

ão em

diáli

se),

cons

idera

r re

duçã

o de 5

0% da

dose

a ca

da 12

hora

sbo

lsa pr

onta

30Nã

o rec

omen

dado

mica

fungin

a10

0mg a

cada

24 ho

ras*

*S

e a re

spos

ta do

pacie

n-te

for in

adeq

uada

, a do

se

pode

ser a

umen

tada p

ara

200m

g/dia

em pa

ciente

s co

m pe

so >

40kg

ou 4m

g/kg

/dia e

m pa

ciente

s com

pe

so ≤

40

Não é

nece

ssár

io aju

ste de

dose

SF 0,

9% e

SG 5%

100

60Nã

o rec

omen

dado

24 ho

ras e

m tem

pera

tura

ambie

nte (

25 ºC

)

Page 29: GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA 2 NA SEPSE 0 2 0 · 2020. 9. 23. · terapia antimicrobiana o mais rápido possível, dentro da primeira hora de reconhecimento do quadro (recomendação

29GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE

moxifl

oxac

ino40

0mg a

cada

24 ho

ras

Não é

nece

ssár

io aju

ste de

dose

bolsa

pron

ta60

Não r

ecom

enda

doox

acilin

a 1-

2g a

cada

4-6 h

oras

Não é

nece

ssár

io aju

ste de

dose

SF 0,

9% 10

024

0 (4h

)*SF

0,9%

50 (e

m bu

reta)

106 h

oras

em te

mper

atura

am

biente

(25

ºC)

piper

acilin

a /ta

zoba

ctam

4,5g

a cad

a 6 a

8 hor

as

CrCl

> 20

- <4

0 mL/m

in: 4,

5 a ca

da 8

hora

s ou 3

,375g

a c

ada 6

hora

s Cr

Cl <

20 m

L/min:

4,5 a

cada

12 ho

ras o

u 2,25

g a

cada

6 ho

ras

Infus

ão es

tendid

a SF

0,9%

e SG

5% 10

0 *24

0 (4h

)*SF

0,9%

ou S

G 5%

50 (e

m bu

reta)

3024

hora

s em

tempe

ratur

a am

biente

(25

ºC) 4

8 ho

ras r

efrige

rado

(2

a 8 ºC

) po

limixi

na B

25

.000U

I/kg

(2

,5mg/

kg)

15.00

0-25

.000U

I/kg/d

ia a

cada

12 ho

ras

Não é

nece

ssár

io aju

ste de

dose

"SG

5% 30

0 pa

ra ca

da 50

0.000

UI"

120

Não r

ecom

enda

do72

h sob

refrig

eraç

ão (2

a 8 º

C). P

orém

o me

dica-

mento

deve

ser u

tiliza

do

em at

é 48h

, dev

ido à

esta-

bilida

de m

icrob

iológ

ica

(RDC

67/20

07).

polim

ixina

E(

colis

tina)

300

mg de

co

listin

a ba

se

após

8 a 1

2 hor

as da

do

se de

ataq

ue: 2

,5-5m

g/kg

/dia d

e coli

stina

base

a ca

da 6

a 12h

oras

ClCr

> 80

mL/m

inuto:

não é

nece

ssár

io aju

ste.

ClCr

50-7

9mL/m

inuto:

2,5 -

3,8 m

g/kg/d

ia a c

ada

12 ho

ras;

ClCr

30-4

9mL/m

inuto:

2,5 m

g/kg/d

ia a c

ada 2

4 hor

as

ou a

cada

12 ho

ras;

ClCr

10-2

9mL/m

inuto:

1,5 m

g/kg a

cada

36 ho

ras;

SF 0,

9% e

SG 5%

250

120

SF 0,

9% 50

(em

bure

ta)5D

24 ho

ras e

m tem

pera

tura

ambie

nte (

25 ºC

)

teico

planin

a3 d

oses

de 40

0mg

IV a

cada

12 ho

ras,

segu

ida de

uma d

ose d

e ma

nuten

ção d

e 400

mg

EV ou

IM 1

vez/d

ia -

dose

padr

ão de

400m

g co

rresp

onde

a ap

roxim

a-da

mente

6mg/k

g.

Em pa

ciente

s com

mais

de

85kg

, dev

e-se

utiliz

ar

a dos

e de 6

mg/kg

Após

o qu

arto

dia de

trata

mento

: Cl

Cr 40

-60 m

L/minu

to: A

dmini

strar

50%

da do

se

inicia

l a ca

da 24

h ou 1

00%

a ca

da do

is dia

s; Cl

Cr <

40 m

L/minu

to: 1/

3 da d

ose i

nicial

ou 10

0% a

cada

três

dias

.

SF 0,

9% e

SG 5%

100

30SF

0,9%

20 à

50

(em

bure

ta)5D

24 ho

ras r

efrige

rada

(2

a 8 ºC

)

vanc

omici

na B

25-3

0mg/

kg,

15 a

20mg

/kg/do

se a

cada

8 ou

12 ho

ras;

Do

se aj

ustad

a de a

cord

o co

m co

leta d

e níve

l sé

rico

Dose

de at

aque

de 25

-30m

g/kg,

após

12 ho

ras:

Clcr

20-4

9mL/m

inuto:

Inici

a com

15 a

20mg

/kg/do

se

(usu

al: 75

0-15

00mg

) a ca

da 24

hora

s; Cl

cr <

20mL

/minu

to: In

terva

los m

ais lo

ngos

, con

forme

co

ncen

traçã

o sér

ica.

SF 0,

9% 25

060

Não r

ecom

enda

do24

hora

s em

tempe

ratur

a am

biente

(25

ºC)

a: c

lea

ran

ce d

e cr

eati

nin

a c

alc

ula

do

pel

a f

órm

ula

de

Co

ckcr

oft

-Ga

ult

b: a

just

e d

e d

ose

de

aco

rdo

co

m n

ível

sér

ico

c: c

on

sid

era

do

infu

são

pid

a t

emp

os

≤ 3

0m

ind

: Tem

po

s d

e 5

min

po

dem

ser

ad

min

istr

ad

os

com

ser

ing

a d

iret

am

ente

no

ace

sso

ven

oso

* ca

so n

ão

fo

r p

oss

ível

fa

zer

infu

são

est

end

ida

, ad

min

istr

ar

pel

o t

emp

o h

ab

itu

alm

ente

uti

liza

do

Tabela 1 Terapia antimicrobiana otimizada – adultos

Page 30: GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA 2 NA SEPSE 0 2 0 · 2020. 9. 23. · terapia antimicrobiana o mais rápido possível, dentro da primeira hora de reconhecimento do quadro (recomendação

GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE30

Tabela 2 Terapia antimicrobiana otimizada – pediatria

Medi

cam

ento

Dose

de

ataq

ueDo

seAj

uste

de d

ose p

ara i

nsufi

ciênc

ia re

nal

Pedi

atria

Esta

bilid

ade a

pós d

iluiçã

oDi

luiçã

o (m

L)Te

mpo

de

in

fusã

o (m

in)

Dilu

ição

(mL)

Tem

po

de

infu

são

(min

)AV

PCV

Cam

bisom

e3m

g/kg/d

ose

Não n

eces

sário

ajus

te re

nal

SG 5%

(C

onc.

2mg/

mL)

120

SG 5%

(C

onc.

2mg/

mL)

120

6 hor

as re

friger

ada (

2 a 8

ºC)

amica

cina

10mg

/Kg -

ne

onato

. Nã

o rea

lizar

do

se de

ata

que

em

lacten

te e

crian

ças

7,5mg

/kg/do

se 12

/12h

15 -

20mg

/mg/k

g/dia

8; 12

h ou

24hC

Ajus

tes ba

sead

os na

s dos

es de

5 -

7,5mg

/kg/do

se 8/

8h

CrCl

30 -

50mL

/min

12 -

18h

CrCl

10 -

29mL

/min

18 -

24h

CrCl

< 10

mL/m

in 48

/72h

SF 0,

9%

ou S

G 5%

(C

onc.

5mg/

mL)

30 -

60

60-1

20

(lacte

n-te)

SF 0,

9%

ou S

G 5%

(C

onc.

5mg/

mL)

6024

h em

tempe

ratur

a amb

iente

ampic

ilina

200m

g/Kg/d

ia, ca

da 4

a 6 h

oras

CrCl

30- 5

0mL/m

in: 35

-50m

g/kg/d

ose

8/8h;

CrCl

10 -

29mL

/min:

35-5

0mg/k

g/do

se 12

/12h;

CrCl

< 10

mL/m

in: 35

-50m

g/kg

/dose

1x

SF 0,

9%

(Con

c. 30

mg/m

L)

15SF

0,9%

(C

onc.

30mg

/mL

)

158 h

oras

em te

mper

atura

ambie

nte

(25 º

C) em

SF

0,9%

4 ho

ras e

m tem

pera

tura a

mbien

te (2

5 ºC)

em

SG5

%an

idulaf

ungin

aa3m

g/kg/d

ose a

taque

, seg

uida

1,5mg

/kg/do

se. N

ão ex

cede

r ata

que 2

00mg

e do

se

sequ

encia

l 100

mg

Não n

eces

sário

ajus

te re

nal

SF 0,

9%

ou S

G 5%

(C

onc.

0,8mg

/mL)

Taxa

de

infus

ão:

1,4mL

/mi

n

SF 0,

9%

ou S

G 5%

(C

onc.

0,8mg

/mL)

Taxa

de

infus

ão:

1,4mL

/mi

n

24 ho

ras r

efrige

rada

(2 a

8 ºC)

casp

ofung

ina<

3mes

es -

25mg

/m2 /do

se

(dos

e máx

. 50m

g); >

3mes

es

70mg

/m2 /do

se at

aque

(dos

e má

x. 70

mg) e

50mg

/m2 /do

se

(dos

e máx

. 50m

g)

Não n

eces

sário

ajus

te re

nal

SF 0,

9%

(Con

c. 0,4

7mg/m

L)

60SF

0,9%

(C

onc.

0,47m

g/mL)

6024

hora

s em

tempe

ratur

a amb

ien-

te (

25 ºC

) 48 h

oras

refrig

erad

o (2

a 8 º

C)

cefep

ime

150 m

g/kg/d

ia, 8/

8h. M

áx.

2g/do

seCr

Cl 30

- 60m

L/min:

50mg

/kg/do

se

12/12

h; Cr

Cl 11

- 29

mL/m

in: 50

mg/kg

/do

se 1x

dia; C

rCl <

11mL

/min:

50mg

/kg/

dose

1xdia

Máx

. 1g/d

ose

SF 0,

9%

(Con

c.40m

g/mL

)

30SF

0,9%

(C

onc.4

0mg/

mL)

3024

hora

s em

tempe

ratur

a am-

biente

(25

ºC) 7

dias

refrig

erad

o (2

a 8 º

C)

cefot

axim

a15

0 - 18

0mg/k

g/dia,

8/8h

. Má

x. 8g

/dia

CrCl

30- 5

0mL/m

in: 35

-70m

g/kg/d

ose

8-12

h; Cr

Cl 10

-29m

L/min:

35-7

0mg/k

g 12

h; Cr

Cl <

10mL

/min:

35-7

0mg/k

g 1xd

ia

SF 0,

9%

(Con

c.50m

g/mL

)

15SF

0,9%

(C

onc.5

0mg/

mL)

1524

hora

s em

tempe

ratur

a am

biente

(25 º

C)

cefta

zidim

a20

0mg/k

g/dos

e, 8/8

h. Má

x. 6g

/dia.

CrCl

30- 5

0mL/m

in: 30

mg/kg

/dose

12h;

CrCl

10 -2

9mL/m

in: 50

mg/kg

24h;

CrCl

<

10mL

/min:

50mg

/kg 48

h

SF 0,

9%

(Con

c. 40

mg/m

L)

15SF

0,9%

(C

onc.

40mg

/mL

)

1512

hora

s tem

pera

tura a

mbien

te (2

5 ºC)

ou 7

dias s

ob re

friger

ação

(2

a 8 º

C)ce

ftazid

ima/a

vibac

tam - A

tençã

o: 0,9

4g (0

,75g c

eftaz

idima

e 0,1

9g

aviba

ctam

= 4,5

mL do

fras

co

reco

nstitu

ido);

1,25g

(1g c

eftaz

i-dim

a e 0,

25g a

vibac

tam =

6mL d

o fra

sco r

econ

stitui

do) e

2,5g

(2g

cefta

zidim

a e 0,

5g av

ibacta

m =

12mL

do fr

asco

reco

nstitu

ido);

≥ 3

mese

s a <

6mes

es:

50mg

/kg/do

se 8/

8h; ≥

6 me

ses a

< 18

anos

: 62,5

mg/

kg/do

se 8/

8h. M

áx 2,

5g*

Não d

ados

em lit

aratu

ra pa

ra aj

uste

em

≥3me

ses e

< 2a

nos.

2ano

s e <

18an

os =

> Cr

Cl 31

- 50

mL/m

in:

31,25

mg/K

g/dos

e 8h,

máx 1

,250g

; Cr

Cl 16

- 30

mL/m

in: 23

,75mg

/Kg/d

ose

12h,

máx.

937,5

mg; C

rCl 6

- 15

mL/m

in:

23,75

mg/K

g/dos

e 24h

, máx

. 937

,5mg;

CrCl

≤ 5m

L/min:

23,75

mg/K

g/dos

e 48h

, má

x. 93

7,5mg

SF 0,

9%

ou S

G 5%

(Con

c. de

ce

ftazid

ima

8mg/m

L e

aviba

ctam

2mg/m

L)

120

SF 0,

9%

ou S

G 5%

(Con

c. de

ce

ftazid

ima

40mg

/mL e

av

ibacta

m 8m

g/mL)

120

12 ho

ras t

empe

ratur

a amb

iente

(2

5 ºC)

o

u 24h

sob r

efrige

raçã

o (2

a 8 ºC

)

Page 31: GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA 2 NA SEPSE 0 2 0 · 2020. 9. 23. · terapia antimicrobiana o mais rápido possível, dentro da primeira hora de reconhecimento do quadro (recomendação

GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE31

cefta

lozan

e/taz

obac

tamNã

o há i

ndica

ção p

ara p

úblic

o ped

iátri-

co na

liter

atura

até o

mom

ento

24h t

empe

ratur

a amb

iente

(25

ºC)

ou 48

h sob

refrig

eraç

ão (2

a 8 º

C)ce

ftriax

ona

100 m

g/Kg/d

ia - 1

2/12h

ou 24

h. Má

x 4g

/dia

Não n

eces

sário

ajus

te re

nal

SF 0,

9%

(Con

c.20m

g/mL

)

30SF

0,9%

(C

onc.4

0mg/

mL)

156 h

oras

em te

mper

atura

ambie

nte

24 ho

ras r

efrige

rado

(2 a

8 ºC)

claritr

omici

nab

15 m

g/kg/d

ia, 12

/12h

CrCl

≥ 3

0mL/m

in: nã

o ajus

ta; C

rCl <

30

mL/m

in: di

minu

e p/ 5

0% do

seSF

0,9%

(C

onc.2

mg/

mL)

60SF

0,9%

(C

onc.2

mg/

mL)

606 h

oras

em te

mper

atura

ambie

nte

48 ho

ras r

efrige

rado

(2 a

8 ºC

)

clind

amici

na 40

mg/k

g/dia,

6/6h

. Máx

. 270

0mg/d

iaNã

o nec

essá

rio aj

uste

rena

l - nã

o dia

lisáv

elSF

0,9%

(C

onc.1

8mg/

mL)

15SF

0,9%

(C

onc.1

8mg/

mL)

15 48

hora

s em

tempe

ratur

a amb

iente

fluco

nazo

l12

mg/kg

/dose

1x. M

áx 60

0mg/d

ose

CrCl

10 -

50mL

/min:

50%

dose

; CrC

l <

10 m

L/min:

50%

dose

48h;

Neon

atos

pela

creati

nina ≥

1,3m

g/dL e

stend

er o

inter

valo

48 -

72h

Bolsa

pron

ta60

bolsa

pron

ta60

genta

micin

a5 -

7,5m

g/kg/d

ia 1x

ou 8/

8h (h

á uma

gr

ande

varia

bilida

de co

m fai

xa et

ária

e re

cém

nasc

ido).

Colet

a de N

ível s

érico

.

CrCl

30 -

50mL

/min:

12-1

8h; C

rCl

10 -

29mL

/min:

18 -

24h;

CrCl

< 10

mL/

min:

48-7

2h

SF 0,

9%

(Con

c. 2m

g/mL

)

30SF

0,9%

(C

onc.

2mg/

mL)

302 h

oras

em te

mper

atura

ambie

nte (

25

ºC)

imipe

nem

100m

g/kg/d

ia 6/6

h. Má

x. 4g

/dia

CrCl

30 -

50mL

/min:

7-13

mg/kg

/dose

8/8

h; Cr

Cl 10

- 29

mL/m

in: 7,

5 - 12

,5mg/

kg/do

se 12

/12h;

CrCl

< 10

mL/m

in: 7,

5 -

12,5m

g/kg/d

ose 1

xdia

SF 0,

9%

(Con

c. 5m

g/mL

)

30SF

0,9%

(C

onc.

5mg/

mL)

304 h

oras

em te

mper

atura

ambie

nte (2

5 ºC)

ou

24 ho

ras s

ob re

friger

ação

(2 a

8 ºC)

levofl

oxac

ino20

mg/K

g/dia

2x (6

mes

es -

< 5 a

nos);

10

mg/kg

/dose

1xdia

(≥ 5

anos

) dos

e má

xima 7

50mg

/dia

CrCl

10 -

29mL

/min:

5-10

mg/kg

/dose

24

h; C

rCl <

10mL

/min:

5-10

mg/kg

/do

se 48

h

bolsa

pron

ta60

bolsa

pron

ta60

linez

olida

1-11

anos

: 10m

g/kg/d

ose 8

/8h. M

áx

600m

g/dos

e; ≥

12an

os: 6

00mg

12/12

hNe

nhum

ajus

te é r

ecom

edad

o. Há

ac

úmulo

de m

etabó

litos n

o rim

, an

alisa

r o ris

co de

sse a

cúmu

lo qu

e é

desc

onhe

cido.

bolsa

pron

ta30

- 12

0bo

lsa pr

onta

30

mero

pene

m40

mg/K

g/dos

e 8/8h

CrCl

30 -

50mL

/min:

40mg

/kg/do

se

12/12

h; Cr

Cl 10

- 29

mL/m

in: 20

mg/kg

/do

se 12

/12h;

CrCl

< 10

mL/m

in: 20

mg/

kg/do

se 1x

dia

SF 0,

9%

(Con

c. 40

mg/m

L)

15Se

m dil

uir -

Puro

52 h

oras

em te

mper

atura

ambie

nte (2

5 ºC)

ou

24 ho

ras s

ob re

friger

ação

(2 a

8 ºC)

metro

nidaz

ol40

mg/k

g/dia,

8/8h

ou 6/

6h. M

áx 4g

/dia

Não é

nece

ssár

io aju

ste. A

tentar

se

funçã

o ren

al mu

ito di

minu

ída, ta

lvez

nece

ssár

io diá

lise p

ara r

emoç

ão de

me

tabóli

tos.

bolsa

pron

ta30

bolsa

pron

ta30

mica

fungin

aNe

onato

- 3m

eses

: 4mg

/kg/do

se 1x

; A

partir

de 4m

eses

e <

30kg

: 3 m

g/kg,

1x/di

a; >3

0kg:

2,5mg

/kg/do

se (m

áx.

150m

g);

Não é

nece

ssár

io aju

ste. N

ão di

alisá

vel

SF 0,

9%

(Con

c. 1,5

mg/m

L)

60SF

0,9%

(C

onc.

1,5mg

/mL)

6024

hora

s em

tempe

ratur

a amb

iente

(2

5 ºC)

moxifl

oxac

ino3m

eses

- 2a

nos:

6mg/k

g/dos

e 12/1

2h;

2-5a

nos:

5mg/k

g/dos

e 12/1

2h; <

45kg

: 4m

g/kg/d

ose.

Máx.

200m

g/dos

e

Não é

nece

ssár

io aju

ste. N

ão di

alisá

vel

bolsa

pron

ta60

bolsa

pron

ta60

Tabela 2 Terapia antimicrobiana otimizada – pediatria

Page 32: GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA 2 NA SEPSE 0 2 0 · 2020. 9. 23. · terapia antimicrobiana o mais rápido possível, dentro da primeira hora de reconhecimento do quadro (recomendação

GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE32

oxac

ilina

200 m

g/kg/d

ia, 6/

6h;

> 40

kg: 1

g, 6/

6hNã

o é ne

cess

ário

ajuste

. Não

diali

sáve

lSF

0,9%

(C

onc.

20mg

/mL)

60SF

0,9%

(C

onc.

40mg

/mL

)

306 h

oras

em te

mper

atura

ambie

nte (

25

ºC)

piper

acilin

a /ta

zoba

ctam

(112,5

mg/K

g/dos

e pipe

racil

ina/

tazob

actam

)Cr

Cl 30

-50m

L/min:

50mg

/kg/do

se

piper

acilin

a 6h;

CrCl

<30

mL/m

in: 50

mg/

kg/do

se 8h

;

SF 0,

9%

(Con

c. 60

mg/m

L)

30SF

0,9%

(C

onc.

60mg

/mL

)

3024

hora

s em

tempe

ratur

a amb

iente

(25 º

C)

48 ho

ras r

efrige

rado

(2 a

8 ºC

)po

limixi

na B

Neon

ato: 4

5.000

UI/K

g/dia

IM;

>3

0dias

- 1a

nos:

40.00

0 UI/k

g/dia

12h;

>

1ano

s: 25

.000U

I/kg/d

ia 12

h;

"CrC

l 30-

80mL

/min:

15.00

0UI/k

g/do

se 24

h;

<30m

L/min:

15.00

0UI/k

g/dos

e 48-

72h;

Anúr

ico: 1

0.000

UI/kg

5-7

dias "

SG 5%

(C

onc.

1667

mg/

mL)

60SG

5%

(Con

c. 16

67mg

/mL)

6072

h sob

refrig

eraç

ão (2

a 8 º

C) .

Poré

m o m

edica

mento

deve

ser u

tiliza

do

em at

é 48h

, dev

ido à

estab

ilidad

e mi

crobio

lógica

(RDC

67/20

07).

polim

ixina

E(co

listin

a)Do

se de

Coli

stina

base

2,5

-5mg

/Kg/d

ia ÷

a cad

a 6 a

12 h

Do

se de

Coli

stime

tato S

ódico

75

.000-

150.0

00 U

I/Kg/d

ia ÷

a cad

a 6 a

12 h

Não h

á dad

os pa

ra pe

diatria

, seg

uimos

ba

sead

o no a

juste

em ad

ultos

: Cr

Cl 50

- 79

mL/m

in: 2,

5 - 3,

8mg/k

g/dia

12/12

h 30

-49m

L/min:

2,5m

g/kg

1xdia

ou

12/12

h 10

-29m

L/min:

1,5m

g/kg 3

6h

SF 0,

9% 50

(e

m bu

reta)

30SF

0,9%

50

(em

bure

ta)5

24 ho

ras e

m tem

pera

tura a

mbien

te

(25 º

C)

teico

planin

aNe

onato

s - <

2mes

es (d

ose d

e ataq

ue):

16mg

/kg, s

eguid

o de 8

mg/kg

1x; ≥

2m

eses

- ≤1

2ano

s: 10

mg/kg

12h p

or 3

dose

s, su

bseq

uente

1 x d

ia.

Base

ado n

o adu

lto: C

rCl 4

0-60

mL/

min:

dose

48/48

h ou 5

0% 1

dia; C

rCl

<40m

L/min:

72/72

h ou 3

3% do

se

SF 0,

9%

ou S

G 5%

(C

onc.

10mg

/mL)

30SF

0,9%

ou

SG

5%

(Con

c. 10

mg/

mL)

3024

hora

s refr

igera

da (2

a 8 º

C)

vanc

omici

na60

mg/K

g/dia

- 6/6h

- mo

nitor

ar ní

vel

séric

oCr

Cl 30

-50m

L/min:

10mg

/kg/do

se 12

h; Cr

Cl 10

-29m

L/min:

10mg

/kg/do

se

18-2

4h; C

rCl<

10mL

/min

base

ado n

o nív

el sé

rico.

Todo

s dev

em an

alisa

r o

nível

séric

o.

SF 0,

9%

ou S

G 5%

(C

onc.

5mg/

mL)

60SF

0,9%

ou

SG

5%

(Con

c. 5m

g/mL

)

6024

hora

s em

tempe

ratur

a amb

iente

(2

5 ºC)

a: Of

f-labe

l. Men

ores

de 2

anos

não i

ndica

dob:

Uso o

ff-lab

el an

tes do

s 12 a

nos

c: Po

de at

ingir d

oses

maio

res (

30mg

/kg/di

a) de

acor

do co

m a i

nfecç

ão e

o age

nte in

feccio

so

Tabela 2 Terapia antimicrobiana otimizada – pediatria

Page 33: GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA 2 NA SEPSE 0 2 0 · 2020. 9. 23. · terapia antimicrobiana o mais rápido possível, dentro da primeira hora de reconhecimento do quadro (recomendação

GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE33

Tabela 3 - Ajustes de doses em terapia renal substitutiva - adultos

Antim

icrob

iano

Dose

de m

anut

ençã

o na

diál

ise co

ntín

uaDi

álise

inte

rmite

nte

CVVH

CVVH

DCV

VHDF

Anfot

erici

na B

Lipo

ssom

alNã

o é ne

cess

ário

ajuste

de do

se

Amica

cina a,e

7.5 m

g/kg

24-4

8 h7.5

mg/k

g 24

-48 h

7.5 m

g/kg

24-4

8 h5 -

7.5 m

g/kg q

48-7

2h(d

ose e

xtra a

pós H

D 3,2

5 mg/K

g)Am

picilin

a1-

2g q8

-12h

1-2g

q8h

1-2g

q6-8

h1-

2g q1

2-24

h(a

dmini

strar

umas

das d

oses

após

HD

nos d

ias de

diáli

se)

Anidu

lafun

gina

Não é

nece

ssár

io aju

ste de

dose

Ca

spofu

ngina

Não é

nece

ssár

io aju

ste de

dose

Ce

fepim

e1-

2g q1

2h1g

q8 ou

2g q1

21g

q8 ou

2g q1

250

0-10

00mg

q24h

(a

dmini

strar

dose

extra

1 g a

pós H

D)Ce

fotax

ima

1-2g

q8-1

2h1-

2g q8

h1-

2g q6

-8h

1-2g

q24h

(a

dmini

strar

dose

extra

1 g a

pós H

D)Ce

ftazid

ima

1-2g

q12h

1g q8

ou 2g

q12

1g q8

ou 2g

q12

2g q2

4h

(adm

inistr

ar do

se ex

tra 1

g apó

s HD)

Cefta

zidim

a + A

vibac

tamDa

dos i

nsufi

ciente

s na l

itera

tura

0,94 g

q 48

h (no

s dias

de H

D, ad

minis

trar a

pós)

Cefto

lozan

e + ta

zoba

ctam

Dado

s ins

uficie

ntes n

a lite

ratur

a“A

: 750

mg

M: 15

0mg q

8h

(nos

dias

de H

D, ad

minis

trar a

pós)”

Ceftr

iaxon

aNã

o é ne

cess

ário

ajuste

de do

se

Clar

itromi

cina

500m

g q12

-24h

500m

g q12

-24h

500m

g q12

-24h

500m

g q24

h (no

s dias

de H

D, ad

minis

trar a

pós)

Clind

amici

naNã

o é ne

cess

ário

ajuste

de do

seFlu

cona

zolb

200-

400m

g q24

h40

0-80

0mg q

24h

800m

g q24

h20

0-40

0mg q

48-7

2h ou

100-

200m

g q24

h (n

os di

as de

HD,

admi

nistra

r apó

s)Ge

ntami

cina

1,5-2

,5mg/k

g q24

-48h

1,5-2

,5mg/k

g q24

-48h

1,5-2

,5mg/k

g q24

-48h

1-2m

g/kg q

48-7

2h

(dos

e extr

a apó

s HD

0,85 a

1 mg

/kg)

Imipe

nemc

250m

g q6h

ou 50

0mg q

8h25

0mg q

6h ou

500m

g q6

-8h

250m

g q6h

ou 50

0mg q

6h25

0-50

0mg q

12h

(adm

inistr

ar um

as da

s dos

es ap

ós H

D no

s dias

de di

álise

)Le

voflo

xacin

o25

0mg q

24h

250-

500m

g q24

h25

0-75

0mg q

24h

500m

g q48

h (ad

minis

trar d

epois

da di

álise

)Lin

ezoli

daNã

o é ne

cess

ário

ajuste

de do

se

Mero

pene

m50

0mg q

8h ou

1g q8

-12h

500m

g q6-

8h ou

1g q8

-12h

500m

g q6-

8h ou

1g q8

-12h

500m

g q 24

h (n

os di

as de

HD,

admi

nistra

r apó

s)Me

tronid

azol

Não é

nece

ssár

io aju

ste de

dose

Mi

cafun

gina

Não é

nece

ssár

io aju

ste de

dose

Mo

xiflox

acino

Não é

nece

ssár

io aju

ste de

dose

Ox

acilin

aNã

o é ne

cess

ário

ajuste

de do

se

Pipe

racil

ina +

Tazo

bacta

m2,2

5-3,3

75g q

6-8h

2,25-

3,375

g q6h

3,375

g q6h

2,25h

q8-1

2h

(adm

inistr

ar do

se ex

tra 0,

75 g

após

HD)

Polim

ixina

BNã

o é ne

cess

ário

ajuste

de do

se

Poli

mixin

a E (C

olisti

na) d

2,5mg

/kg q2

4-48

h2,5

mg/kg

q24-

48h

2,5mg

/kg q2

4-48

h1,5

mg/kg

q24-

48h (

nos d

ias de

HD,

admi

nistra

r apó

s)Te

icopla

nina

12mg

/kg q4

8h12

mg/kg

q48h

12mg

/kg q4

8h12

mg/kg

q72h

(nos

dias

de H

D, ad

minis

trar a

pós)

Vanc

omici

nae

1g q4

8h ou

10-1

5mg/k

g q2

4-48

h1g

q24g

ou 10

-15m

g/Kg

q24h

1g q2

4h ou

7,5-

10mg

/Kg q

12h

500m

g-1g

ou 5-

10mg

/kg (a

dmini

strar

depo

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diáli

se)

I: ind

ução

; A: a

taque

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: trata

mento

. a:

utiliz

ar o

peso

idea

l par

a não

-obe

sos e

peso

ajus

tada p

ara o

beso

s. b:

1g q

8 res

ulta e

m ste

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tate s

imila

r a 2g

q 12

com

melho

r cus

to efe

tivida

de

c: do

ses m

aiore

s que

500m

g q6h

são r

ecom

enda

das p

ara m

icror

ganis

mos r

esist

entes

com

MIC

≥ 4m

g/L ou

infec

ções

em sí

tios p

rofun

dos

d: uti

lizar

o pe

so id

eal p

ara o

beso

s e:

dose

ajus

tada d

e aco

rdo c

om ní

vel s

érico

Page 34: GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA 2 NA SEPSE 0 2 0 · 2020. 9. 23. · terapia antimicrobiana o mais rápido possível, dentro da primeira hora de reconhecimento do quadro (recomendação

GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE34

Tabela 4 - Ajustes de doses em terapia renal substitutiva – pediatria

Antimicrobiano Dose de manutenção na diálise contínua Diálise intermitentePIRRT CVVHDF

Anfotericina B Lipossomal Não é necessário ajuste de dose. Pouco dialisado. Na intermitente administrar após diálise.Amicacina 5mg/kg/dose

- acompanhar nível sérico

7,5mg/kg/dose 12/12h - acompanhar nível sérico

5mg/kg/dose 1xdia - Dose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após diálise. Acompanhar nível sérico

Ampicilina - 35 - 50mg/kg/dose 8/8h 35-50mg/kg/dose q12h Dose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise.

Anidulafungina Não é necessário ajuste de doseCaspofungina Não é necessário ajuste de doseCefepime não é neces-

sário ajuste< 1,500mL/m2/hora (<25 mL/m2/min): 25- 50 mg/kg/dose q 12 - 18 . ≥1,500 mL/m2/hora (≥25 mL/m2/min): 25 - 50 mg/kg/dose q 12 h

25-50mg/kg/dose q24h. Máx. 1g/dose. Dose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise.Peritoneal: 50mg/kg/dose 48h máx. 2g/dose

Cefotaxima 35-70mg/kg/dose 12/12h 35-70mg/kg/dose -24hDose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise.

Ceftazidima - 50mg/kg/dose 12h 50mg/kg/dose 48hDose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise.Peritoneal: 50mg/kg/dose 48h

Ceftazidima + Avibactam Dados insuficientes na literatura. São dialisáveis. 23,75 mg/Kg/dose 48h- Administrar após dialiseCeftolozane + tazobactam Dados insuficientes na literaturaCeftriaxona Não é necessário ajuste de doseClaritromicina Não há dados para ajuste renal durante métodos dialíticos no uso da formulação injetávelClindamicina Não é necessário ajuste de dose - Não dialisávelFluconazol Não há

estudos.<1,500 mL/m2/hora (< 25mL/m2/min): 3 -12mg/kg/dose 1x ≥1,500 mL/m2/hora (> 25mL/m2/min): 6 - 12 mg/kg/dose 1x

Na hemodiálise sem indicação de ajuste, mas dose preferencialmente após hemodiálise Peritoneal: redução para 50% dose 48h

Gentamicina - 2-2,5mg/kg/dose 12-24h 2mg/kg/dose Dose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise. Conforme nível sérico.

Imipenem - 7-13 mg/kg/dose 8h 7,5 - 12,5mg/kg/dose 1xdia (dialisável 20 - 50%)Dose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise. Peritoneal: 7,5 - 12,5mg/kg/dose 24h

Levofloxacino - 10 mg/kg/dose cada 24 horas 5-10mg/kg/dose 48hLinezolida - Não é necessário ajuste 10mg/kg/dose 12hMeropenem - 40mg/kg/dose 12/12h 20mg/kg/dose q24h, Administrar após diáliseMetronidazol - Não é necessário ajuste 4mg/kg/dose q6hMicafungina - Não é necessário ajuste de dose - Não dialisávelMoxifloxacino - Não é necessário ajuste de dose - Não dialisávelOxacilina - Não é necessário ajuste de dose - Não dialisávelPiperacilina + Tazobactam - 35-50mg/kg/dose piperacilina q8h 50 -75mg/kg/dose piperacilina q12h

Dose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise.Peritoneal: 50 -75mg/kg/dose piperacilina q12h

Polimixina B - Não ajustar Polimixina E (Colistina) - Não há dados suficientes em pediatria. Atentar que se trata de um medicamento nefrotóxico.Teicoplanina - Neonatos a < 2meses: 8mg/kg q72h;

≥ 2meses a ≤12anos: 10mg/kg q72h12mg/kg q72h, Administrar após diálise

Vancomicina - 10mg/kg/dose 12h - 24h, baseado no nível sérico

10mg/kg/dose, baseado no nível sérico

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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE35

Tabela 5 – Principais interações medicamentosas com antimicrobianos

Medicamento 1 Medicamento 2 Gravidade implicação clínica Risco

claritromicina varfarina moderado aumento do risco de sangramento C

fenitoína grave aumento do nível sérico de fenitoína D

fenobarbital grave aumento do nível sérico de fenobarbital Dsintavastina grave aumento do risco de toxicidade relacionada a sinvastatina

(musculoesquelética)X

atorvastatina grave aumento do risco de toxicidade relacionada a sinvastatina (musculoesquelética)

X

tacrolimos grave aumento do nível sérico de tacrolimos Dcarbamazepina grave aumento do nível sérico de carbamazepina D

fluconazol omeprazol moderado redução da absorção do antifúngico Ddiazepam moderado aumento do nível sérico de diazepam Cciclosporina moderado aumento do nível sérico de ciclosporina Cdexametasona moderado aumento do nível sérico de corticoesteróide Cfenitoína moderado aumento do nivel sérico de fenitoína Csertralina moderado aumento do nível sérico de sertralina Cciclofosfamida moderado aumento do nível sérico de ciclofosfamida Cfenobarbital moderado aumento do nível sérico de fenobarbital Dtacrolimos moderado aumento do nível sérico de tacrolimos Dcarbamazepina grave aumento do nível sérico de carbamazepina X

gentamicina piperacilina moderado aumento do risco de nefrotoxicidade D

imipenem ácido valpróico grave redução do nível sérico de ácido valpróico D

levofloxacino varfarina moderado aumento do risco de sangramento C

meropenem ácido valpróico grave redução do nível sérico de ácido valpróico D

metronidazole varfarina grave aumento do risco de sangramento D

moxifloxacino varfarina moderado aumentod o risco de sangramento C

vancomicina gentamicina moderado aumento do risco de nefrotoxicidade Cpiperacilina /tazobactam

moderado aumento do risco de nefrotoxicidade C

C: monitorar combinação; D considerar modificar terapia; evitar combinação

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Tabela 6 – Incompatibilidades entre antimicrobianos e outros medicamentos

adrenalina fentanil midazolam morfina noradrenalina propofol vasopressina

ambisome C C I I NT NT C

ampicilina C (SF 0,9%) C I I C (SF 0,9%) C (SF 0,9%) NT

anidulafungina C C C C C NT C

caspofungina C C C C C NT C

cefepime NT NT I I NT C (SG 5% 20mg/mL cefepime)

C

cefotaxima C C C C C C (SG 5% 20mg/mL cefotaxima)

C

ceftazidima C C I C C C (SG 5% 40mg/mL cefotazidima)

C

ceftazidima/ avibactam

NT NT NT NT C NT C

ceftolozane/ tazobactam

C C C C C I C

ceftriaxona C C C C C C (SG 5% 20mg/mL)

C

claritromicina NT NT NT NT NT NT NT

clindamicina C C I C C C C

colistina NT NT NT NT NT NT NT

estreptomicina C NT NT NT C NT NT

fluconazol C C C C C C C

gentamicina C C C C C I C

imipenem C C C C C C C

levofloxacino C C C I C I C

linezolida C C C C C NT C

meropenem NT NT NT C C I C

metronidazol C C C C C I C

micafungina I NT I I C NT C

moxifloxacino C NT NT NT C NT C

oxacilina C C C C C NT C

piperacilina /tazobactam

C C I C C NT C

polimixina C C C C C NT C

teicoplanina NT NT NT NT NT NT NT

vancomicina C C C C C I C

C: compatível - pode ser infundido em YI- incompatível- não podem se infudido em YNT- não testado - nestes casos, recomendamos não administrar na mesma via

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Tabela 7 – Tabela de terapia antimicrobiana otimizada – Incompatibilidades entre antimicrobianos.

ambis

ome

IC

INC

NCNC

NCI

CNC

CNC

NCI

II

CI

INT

NTNT

CNT

NTI

ampic

ilina

IC

INT

INT

NTNT

IC

INT

II

IC

CNT

CNT

NTNT

NTI

NTI

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lafun

gina

CC

CC

CC

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CNT

CNT

CC

CC

CC

CNT

CNT

CC

NTC

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II

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NTC

CC

CC

CC

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NTI

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CC

CC

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NTC

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fotax

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CNT

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CNT

CNT

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NTC

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CC

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CNT

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aviba

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NTNT

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NTNT

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CNT

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NT

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lozan

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NTC

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NTNT

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CC

CC

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NTNT

NTNT

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iaxon

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NTC

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CNT

CNT

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icina

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NTNT

NTNT

NTC

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NTNT

CNT

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NTNT

NTC

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CC

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aNC

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NTNT

NTNT

NTNT

NTNT

NTnt

NTNT

NTNT

NTNT

NTNT

NTNT

NTNT

NTNT

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CNT

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NTC

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CC

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CNT

CC

CC

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CC

CC

CC

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CNT

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CC

CC

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CNT

NTNT

NTC

CNT

NTC

NTNT

NTNT

NTNT

NTC

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CC

CC

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CNT

CC

CC

CC

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NTC

CNT

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NTNT

NTNT

NTC

NTNT

NTNT

NTNT

NTNT

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NTNT

NTNT

NTNT

NTNT

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acino

NTNT

CC

NTNT

NTNT

NTNT

NTNT

NTNT

NTNT

NTNT

NTNT

NTnt

NTNT

NTNT

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NTNT

NTNT

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NTNT

CNT

CNT

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NTNT

NTNT

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NTNT

NTNT

NTNT

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IC

CC

CC

NTC

CC

CNT

CC

CC

CC

CNT

II

CC

NT

ambisome

ampicilina

anidulafungina

caspofungina

cefepime

cefotaxima

ceftazidima

ceftazidima/avibactam

ceftolozane/ tazobactamceftriaxona

claritromicina

clindamicina

colistina

fluconazol

gentamicina

imipenem

levofloxacino

linezolida

meropenem

metronidazol

micafungina

moxifloxacino

oxacilina

piperacilina/tazobactam

polimixina

teicoplanina

vancomicina

C: co

mpatí

vel -

pode

ser in

fundid

o em

YI: i

ncom

patív

el- nã

o pod

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NT: n

ão te

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damo

s não

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nistra

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esma

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