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GUIA PRÁTICODE TERAPIAANTIMICROBIANANA SEPSE
EDIÇÃO ESPECIAL – DIA MUNDIAL DA SEPSE
2020
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE2
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE
EDIÇÃO ESPECIAL – DIA MUNDIAL DA SEPSE
©2020 pelo Instituto Latino Americano da Sepse. Todos os direitos reservados. Entretanto, a reprodução e a difusão desta brochura de qualquer forma, impressa ou eletrônica, são livres. 1ª edição
Responsáveis pela 1ª edição Aline Siqueira Bossa Camila Canuto CampioniDaniela Carla de SouzaFlavia Ribeiro MachadoJosiane Francisca Ferreira Juliana Lubarino Souza Lívia Maria Gonçalves BarbosaMaria Raquel Vitorino de LimaReinaldo SalomãoThiago Lisboa
Elaboração: Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS) Rua Pedro Toledo, 980 - cj. 94 Vila Clementino - SPCEP: 04039-002Tel: +55 11 [email protected]
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O uso racional de antimicrobianos é uma das metas definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o século XXI. O conhecimento dos princípios gerais que norteiam o uso de antimicrobianos, assim como suas propriedades e características básicas, são essenciais para uma escolha terapêutica adequada.Na sepse, as alterações na função orgânica, decorrentes da desregulação da resposta inflamatória sistêmica derivada de um insulto infeccioso, levam a alterações da homeostase que requerem maior cuidado na adoção de uma terapia antimicrobiana adequada. A abordagem inicial da sepse baseia-se em reconhecimento precoce e tratamento adequado, incluindo ressuscitação hemodinâmica em pacientes com sinais de hipoperfusão e reavaliação contínua do paciente. O conhecimento desses passos é fundamental para melhorar desfechos. A terapia antimicrobiana deve ser considerada prioridade pela equipe assistencial, uma vez que diversos estudos demonstram a associação entre um tratamento antimicrobiano inapropriado e desfechos desfavoráveis.¹ Ademais, os antimicrobianos não afetam somente os pacientes que os utilizam, mas também interferem de forma significativa no ambiente hospitalar por alteração da ecologia microbiana, favorecendo o surgimento de microrganismos resistentes. Tais condições são frequentemente subvalorizadas quando instituímos tratamento em nossos pacientes.² O Instituto Latino Americano de Sepse, ILAS, preconiza a criação de um guia de terapia antimicrobiana empírica em todas as instituições que visem a implementação de protocolos para atendimento aos pacientes com sepse, baseado nos dados microbiológicos da instituição, fundamental para a escolha do melhor esquema antimicrobiano.³ Este guia, indicando qual medicamento administrar, de acordo com o foco infeccioso e tipo de infecção (comunitária ou associada a assistência a saúde), auxilia o médico assistente na tomada rápida de decisão. Muitas vezes, os guias não contemplam outros tópicos relevantes à terapia antimicrobiana que fazem a diferença no sucesso do tratamento, tais como diluição, posologia, via de administração, terapia conjunta, tempo de infusão,
CONTEXTO
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entre outros. Sabendo que a melhora nos resultados clínicos, bem como a minimização dos riscos e da emergência de resistência bacteriana, virá, fundamentalmente, de estratégias de uso mais adequado dos antimicrobianos atualmente disponíveis², elaboramos este guia de utilização dos antimicrobianos, incorporando os conceitos de farmacocinética e farmacodinâmica na otimização da terapia antimicrobiana no paciente séptico. Neste guia, temos uma primeira parte com orientações pontuais sobre terapia antimicrobiana com base nas recomendações das diretrizes da Campanha de Sobrevivência à Sepse (do inglês, Surviving Sepsis Campaign) e uma segunda parte composta por tabelas com indicação de doses, diluições e posologias para cada antimicrobiano.
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DIA MUNDIAL DA SEPSE
A sepse afeta cerca de 50 milhões de pessoas todos os anos no mundo, das quais pelo menos 11 milhões morrem. Estima-se que 20% de todas as mortes no mundo estão associadas à sepse, sendo estas, muitas vezes, mortes evitáveis. O Brasil tem uma das maiores taxas de letalidade por sepse no mundo, calculada em 55,7%, de acordo com dados do estudo SPREAD, realizado em 2014. Os principais problemas estão relacionados ao reconhecimento tardio e tratamento inadequado.
O Dia Mundial da Sepse, celebrado no dia 13 de setembro, foi proposto pela Aliança Global para Sepse (do inglês, Global Sepsis Alliance) em 2012. Em 2020, completam-se 9 anos em que eventos são realizados aumentando a conscientização sobre sepse em todas as partes do mundo. No Brasil, o ILAS coordena ações voltadas tanto para profissionais da saúde quanto para o público leigo neste dia, levando conhecimento para a população.
Com o intuito de difundir os conhecimentos científicos e com a missão de promover ações que reduzam o impacto da sepse, o ILAS lança este guia de utilização dos antimicrobianos, a fim de aprimorar o conhecimento dos profissionais de saúde e consequentemente, o tratamento da sepse. Para saber mais sobre a campanha, acesse o site diamundialdasepse.com.br.
PASSOS PARA
O USO
RACIONAL DE
ANTIMICROBIANOS
NA SEPSE
PASSOS PARA
O USO
RACIONAL DE
ANTIMICROBIANOS
NA SEPSE
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1º Passo: início rápido e com espectro adequado
As diretrizes preconizam o tratamento da sepse com a administração de antimicrobianos de largo espectro, por via endovenosa, o mais rapidamente possível, dentro da 1ª hora após o diagnóstico e, preferencialmente, após obtenção das culturas pertinentes. Estas recomendações têm como objetivo aumentar a probabilidade de identificação do microrganismo envolvido e promover a redução da carga do agente etiológico, fundamental para o controle da resposta inflamatória. Dessa forma, não se deve aguardar a identificação do agente infeccioso para que tratamento seja iniciado.⁴,⁵ A escolha da terapia antimicrobiana inicial deve ser baseada na situação clínica do paciente, considerando foco primário da infecção, histórico de infecções prévias, uso recente de eventuais antimicrobianos e a presença de imunodeficiências, assim como nos fatores de risco para patógenos potencialmente resistentes (infecção nosocomial ou associada à assistência à saúde) e na microbiologia local. São considerados fatores de risco para multirresistência a exposição prévia a antibióticos, internação hospitalar recente, presença de dispositivos invasivos e a própria microbiota local. A adoção de soluções locais, baseadas nos dados da instituição, representa a melhor alternativa para aumentar a probabilidade de tratamento apropriado, enquanto os resultados das culturas não estão disponíveis. Para isso, a consulta ao guia de terapia empírica é imprescindível.³ O ILAS dispõe de um modelo (acessível no site www.ilas.org.br > programa de qualidade > sepse em adultos e/ou sepse em pediatria) que pode ser usado como base para elaboração de um guia institucional próprio, lembrando que os antimicrobianos indicados podem variar de uma instituição para outra. Nas diretrizes de tratamento da sepse há outras recomendações pertinentes à terapia antimicrobiana, tanto para adultos quanto em pediatria, conforme disposto nos quadros 1 e 2.
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Quadro 1 – Principais recomendações das diretrizes sobre tratamento com antimicrobianos no manejo da sepse - adulto
• Recomenda-se terapia empírica com um ou mais antimicrobianos de amplo espectro endovenosa a ser iniciada o mais precocemente possível, idealmente na primeira hora após o reconhecimento de sepse ou choque séptico para cobrir todos os agentes prováveis (incluindo bactérias, possíveis fungos ou vírus) – recomendação forte.
• Recomenda-se que o espectro da terapia antimicrobiana empírica seja reduzido assim que o patógeno for identificado e a sensibilidade estabelecida e/ou que seja percebida melhora clínica – boa prática clínica.
• Recomenda-se a otimização das doses de antimicrobianos baseadas em princípios de farmacocinética e farmacodinâmica e nas propriedades específicas dos medicamentos em pacientes com sepse ou choque séptico – boa prática clínica.
• Sugere-se duração de tratamento de 7-10 dias para a maioria das infecções graves associadas a sepse e choque séptico – recomendação fraca.
• Sugere-se terapias mais prolongadas em pacientes com resposta clínica lenta, focos não drenados, bacteremia por Staphylococcus aureus, infecções fúngicas ou virais ou deficiências imunológicas, incluindo neutropenia – recomendação fraca.
• Sugere-se terapias mais curtas em alguns pacientes, particularmente aqueles com resolução clínica rápida após controle adequado de foco intra-abdominal ou sepse de foco urinário e aqueles com pielonefrite não complicada –recomendação fraca.
Fonte: adaptação de Rhodes et al, 2017⁴
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Quadro 2 – Principais recomendações das diretrizes sobre tratamento com antimicrobianos no manejo da sepse – pediatria
• Em crianças com choque séptico, recomenda-se o início da terapia antimicrobiana o mais rápido possível, dentro da primeira hora de reconhecimento do quadro (recomendação forte, qualidade de evidência muito baixa)• Em crianças com disfunção orgânica associada à sepse, mas sem choque, sugere-se iniciar terapia antimicrobiana o mais rápido possível após avaliação apropriada, dentro das primeiras 3 horas após o reconhecimento (recomendação fraca qualidade de evidência muito baixa).
Fonte: adaptação de Weiss et al, 2020⁵
Nota: Na literatura, há evidências dos benefícios da administração rápida de antimicrobianos em pacientes mais graves, ou seja, pacientes com choque. Assim, as diretrizes de tratamento de sepse pediátrica preconizam a administração do antimicrobiano em até 1 hora na presença de choque séptico, destacando-a como “recomendação forte”. Embora diversos estudos observacionais mostrem benefício na administração em até 1 hora mesmo em pacientes sem choque, associando-se a melhores desfechos, não há dados que deem suporte para essa orientação em crianças com sepse associada à disfunção orgânica sem choque, de forma que as diretrizes de tratamento da sepse pediátrica consideram até 3 horas para administração de antimicrobianos nesses pacientes. A recomendação de 3h na ausência de choque também se baseou na necessidade de evitar a exposição a antimicrobianos em crianças sem infecção. No entanto, políticas adequadas de stewardship e descalonamento agressivo, assim como suspensão nos casos onde a infecção é afastada, podem de modo eficaz controlar o potencial uso excessivo de antimicrobianos. Há também evidência de benefício em adultos com infecção sem disfunção. Em vista disso, o ILAS preconiza a administração em até 1 hora para todos os pacientes, considerando esse um indicador de performance institucional, desde que medidas adequadas para suspensão e de-escalonamento sejam adotadas pelas instituições.
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Terapia combinada Embora o uso de monoterapia para tratamento da sepse seja frequente em nosso meio, idealmente devemos reservá-la para situações em que dados da microbiota local o permitam, ou seja, em que haja probabilidade alta de cobertura empírica adequada. Estudos observacionais mais recentes sugerem potencial benefício no uso empírico de terapia combinada, em pacientes graves. 14,15 Este benefício é significativo no subgrupo de pacientes com sepse e choque séptico, assim como em pacientes com neutropenia febril.16 As principais recomendações sobre terapia combinada na sepse estão disponíveis nos quadros 3 e 4.
Quadro 3 – Principais recomendações das diretrizes sobre terapia combinada com antimicrobianos no manejo da sepse – adulto
• Sugere-se o uso de terapia empírica combinada (com pelo menos dois antibióticos de classes diferentes) no manejo inicial de pacientes com choque séptico, tendo como alvo as bactérias mais prováveis – recomendação fraca.
• Sugere-se não usar terapia combinada de rotina para o tratamento da maioria das demais infecções graves, incluindo bacteremia e sepse sem choque – recomendação fraca.
• Recomenda-se contra o uso de terapia combinada de rotina para o tratamento de sepse e bacteremia em pacientes neutropênicos – recomendação forte.
• Se terapia combinada for inicialmente utilizada no choque séptico, recomenda-se de-escalonar com descontinuação da terapia combinada dentro dos primeiros dias se houver melhora clínica e/ou evidência de resolução da infecção. Isso se aplica tanto a terapia combinada dirigida (para infecção com culturas positivas) como empírica (para infecções com culturas negativas) – boa prática clínica.
Fonte: adaptação de Rhodes et al, 2017⁴
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Quadro 4 – Principais recomendações das diretrizes sobre tratamento com antimicrobianos no manejo da sepse – pediatria
• Em crianças sem comprometimento imunológico e sem alto risco de patógeno multirresistente, sugere-se contra o uso rotineiro de terapia antimicrobiana empírica múltipla direcionados contra o mesmo patógeno para fins de sinergia (recomendação fraca, qualidade de evidência muito baixa).
OBS: Em algumas situações, como a sepse suspeita e/ou confirmada por streptococus do tipo B, o uso de múltiplos antimicrobianos empírico direcionados contra o mesmo patógeno com o propósito de sinergia pode ser indicado.
• Em crianças com comprometimento imunológico e/ou com alto risco de patógeno multirresistente, sugere-se o uso de terapia empírica combinada quando houver presença de sepse associada à disfunção orgânica e/ou choque séptico (recomendação fraca, qualidade de evidência muito baixa).
• Recomenda-se o uso de antimicrobianos em doses estratégicas otimizadas baseadas em princípios de farmacocinética / farmacodinâmica e em consideração às propriedades específicas dos medicamentos (Boa prática clínica).
Fonte: Adaptação de Weiss et al, 2020⁵
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2º Passo: prescrição ideal
A sepse pode alterar a farmacocinética e farmacodinâmica de antimicrobianos. Algumas alterações relacionadas à sua fisiopatologia, tais como padrão de choque hiperdinâmico, aumento da permeabilidade capilar e do volume de distribuição, alterações de vascularização renal e aumento da taxa de filtração glomerular, podem resultar em concentrações séricas insuficientes quando administradas doses usuais de alguns antibióticos.² Estes aspectos, com frequência, são pouco valorizados, mas podem ter dois impactos importantes:
- As concentrações reduzidas levarão a penetração tecidual limitada6 e baixa concentração no sítio de infecção7 e, consequentemente, uma resposta clínica insatisfatória (falha na erradicação da infecção) ou subótima (prolongamento das disfunções orgânicas). - A exposição de um patógeno a concentrações subletais de um antimicrobiano leva a expressão e emergência de resistência.⁸
Neste cenário, são fundamentais ajustes individualizados no esquema de administração e uma prescrição otimizada. De fato, a maioria dos dados da literatura baseia-se em voluntários sadios ou pacientes não graves, consequentemente as doses sugeridas para uso de antimicrobianos não foram testadas adequadamente em pacientes críticos. Com isso, o risco de concentrações inadequadamente reduzidas, dadas as alterações de volume de distribuição e de eliminação renal, presentes principalmente na fase inicial da sepse (48 a 72 horas) é elevado. Devemos, portanto, utilizar doses e regimes que permitam a capacidade bactericida máxima, com redução rápida da carga bacteriana.
Assim, a prescrição ideal e uso adequado de antimicrobianos inclui, além da prescrição de antimicrobiano de espectro adequado, a indicação de dose, a via de administração, a diluição e a velocidade de administração corretas. Este guia conta com tabelas específicas contemplando os principais antimicrobianos, para uso adulto (Tabela 1) e para uso pediátrico (Tabela 2).
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O ajuste das doses para evitar toxicidade pode, algumas vezes, limitar a efetividade e, potencialmente, interferir no desfecho do caso. Neste contexto, algumas observações são relevantes:
• Estudos sugerem que em pacientes críticos e/ou sépticos com disfunção renal ou hepática aguda ou prévia, o ajuste de dose de antibióticos deve ser feito somente após as primeiras 24 horas, pois é necessário atingir rapidamente a concentração inibitória mínima. Além disso, dentro deste período pode haver melhora da função renal com possível falha terapêutica caso as doses sejam reduzidas. Devemos considerar alternativas para vancomicina e aminoglicosídeos, pois são nefrotóxicos, e é possível monitoramento por nível sérico.10,11
• O ajuste para função renal é baseado no clareamento de creatinina estimado, que reflete a taxa de filtração glomerular. Existem diferentes tipos de equação, sendo a equação Cockcroft-Gault a mais indicada para a população adulta, principalmente porque os estudos que consideraram os ajustes utilizam este cálculo como referência: 10,11
Neste guia, para o cálculo do clareamento de creatinina para a pediatria, utilizamos Schwartz, conforme especificado abaixo, junto com a tabela de valor de referência: 12,13
Referência Valor da constante (k)
Valor para todas as faixas etárias 0,41
[140 – idade (anos)] X Peso (Kg) x (0,85 mulheres e 1 para homens)Creatinina plasmática (mg/dL) X 72
CrCL = (K x Altura) Cr
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Nas tabelas 1 e 2 deste guia, há recomendações específicas para eventuais ajustes de dose para insuficiência renal. Ademais, incluímos neste guia duas tabelas com ajuste de terapia antimicrobiana para pacientes em uso de terapia substitutiva renal: a tabela 3 - voltada para adultos, e a tabela 4, para pacientes pediátricos. Lembramos que a dose não deve ser ajustada nas primeiras 24 horas. 10,11
Nota: Em alguns antimicrobianos, quando métodos intermitentes para terapia substitutiva renal são utilizados, deve-se atentar para o horário de administração da dose. Alguns requerem dose extra após a sessão, como forma de garantir níveis séricos adequados em pacientes graves, haja vista que grande parte dos antimicrobianos não é nefrotóxica. Atenção especial deve ser dada a medicamentos possivelmente nefrotóxicas. Outros antimicrobianos devem apenas ter sua dose usual administrada após a sessão. Do ponto de vista prático em muitas situações não é possível definir o momento em que se dará a terapia substitutiva renal, correndo-se o risco de perda de dose não administrada.
A diluição correta do medicamento é fundamental para preservação das propriedades físico-químicas dos medicamentos e para garantir compatibilidade com outros medicamentos administrados de forma concomitante. Há medicamentos que podem ser administrados em bolus com diluições mínimas, principalmente quando administradas em cateter venoso central. Também constitui aspecto importante a infusão correta, ou seja, a diluição permite reduzir as perdas com remanescentes nos equipos de infusão.
Nota: É possível para determinados medicamentos a diluição em volumes pequenos, desde que se use buretas para evitar perda de quantidade remanescente nos equipos de infusão. Caso não haja buretas disponíveis, sugere-se que a diluição mínima seja de 100 mL para evitar perdas significativas.
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A velocidade de infusão está intimamente relacionada às características farmacocinéticas e farmacodinâmicas (PK/PD) do antimicrobiano. Sabemos que estes classificam-se em dois tipos principais. Os tempo-dependente tem sua atividade influenciada pelo tempo em que as concentrações plasmáticas são mantidas acima da concentração inibitória mínima bacteriana (ƒT>CIM). Os principais exemplos dessa categoria são os betalactâmicos e carbapenêmicos. Já os antimicrobianos concentração-dependente tem sua atividade determinada pelo pico de concentração (concentração máxima, Cmáx/CIM). Os principais exemplos são aminoglicosídeos. Há antimicrobianos com características mistas onde o determinante é a razão entre a área total sob a curva concentração.
Há estudos demonstrando que a penetração tecidual de betalactâmicos e carbapenêmicos em infusão estendida é consistentemente mais elevada, em comparação com regimes de infusão em bolus.⁹ Todavia, de forma a atingir rapidamente a concentração inibitória mínima, deve-se priorizar a administração em bolus para a primeira dose para todos os antimicrobianos ao invés de infusão estendida. O ILAS recomenda que pacientes críticos com disfunção, independente da presença de choque, recebam dose estendida para todos os betalactâmicos, exceto na primeira dose. Caso a instituição não tenha condições para tal procedimento, pode-se administrar o antimicrobiano em tempo normal. Os tempos de infusão recomendados estão disponíveis nas tabelas 1 (para uso adulto) e 2 (para uso pediátrico), especificando os tempos de cada droga.
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3º Passo: Administração
A administração de terapia antimicrobiana endovenosa otimizada e precoce, dentro da 1ª hora do reconhecimento da sepse, é o recomendável. 4,5 No entanto, outros aspectos são também relevantes e, muitas vezes, não priorizados.
Acesso
Como mencionado anteriormente, a via endovenosa é a mais recomendada para administração em pacientes sépticos. Os antimicrobianos devem ser administrados como bolus ou em infusão rápida, de forma a atingir rapidamente os níveis terapêuticos para a dose inicial. Mesmo os beta-lactâmicos devem ser administrados, de forma segura, como bolus ou infusão rápida. 4,5 A administração por via intraóssea, passível de rápido estabelecimento, pode ser aplicável para a administração das doses iniciais de qualquer antimicrobiano, com as mesmas diluições e outras orientações aplicáveis ao acesso endovenoso. Embora seja uma via de acesso mais comumente aplicada na população pediátrica, está também pode ser estabelecida em adultos. 4,5 A administração por via intramuscular só deve ser considerada se o acesso venoso não for possível. ⁴
Administração concomitante
Após devida avaliação de eventuais incompatibilidade físico-química entre antimicrobianos e outros fármacos (conforme tabela 5), na prescrição de terapia conjunta é comum a dúvida sobre qual medicamento administrar primeiro. A literatura carece de estudos sobre ordem de administração em terapia concomitante. Assim, a recomendação deste guia se resume em priorizar doses em bolus, devendo estas serem administradas primeiro. Se ambos antimicrobianos necessitam administração em infusão rápida, e não em bolus, o de maior espectro deve ser inicialmente administrado. Para avaliação de terapia concomitante, indicamos a consulta às tabelas 6 e 7 deste guia, que incluem informações referentes a incompatibilidade
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físico-química entre antimicrobianos e outras medicações (Tabela 6) e incompatibilidade físico-química entre antimicrobianos (Tabela 7). Outro ponto relevante é a administração de medicamentos através de equipos. Devemos considerar que cerca de 20% do volume infundido no paciente permanece no equipo, quando tratamos de uma diluição de 100mL. Assim, considerando a necessidade de otimização da terapia antimicrobiana, é fundamental garantir a infusão do volume do medicamento presente no equipo, garantindo a administração de dose plena ao paciente.
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As diretrizes recomendam duração de 7-10 dias para a terapia antimicrobiana.⁴ Duração mais prolongada pode ser requerida em pacientes com resposta clínica protraída, com imunodeficiências, foco não controlado, bacteremia por Staphylococcus aureus e infecções virais e fúngicas. Uma vez que o patógeno seja identificado nas análises microbiológicas, é fundamental que haja a redução do espectro para cobrir de maneira específica o patógeno isolado e diminuir a exposição desnecessária a antimicrobianos de espectro mais amplo. Embora frequentemente considerada como uma medida voltada a minimizar os riscos de emergência de resistência, dados clínicos sugerem melhores desfechos em pacientes nos quais o de-escalonamento foi realizado quando possível19. Em relação à suspensão do tratamento, uma abordagem mais racional inclui o uso de parâmetros de resposta clínica, como resolução da febre, leucocitose ou uso de biomarcadores que permitam avaliar a evolução do paciente grave. A avaliação destes parâmetros permite a racionalização do tempo de tratamento em função da resposta. Além disso, possibilita reconhecer precocemente situações clínicas em que a resposta está comprometida. As principais recomendações das diretrizes de tratamento da sepse sobre de-escalonamento e suspensão de antimicrobianos estão disponíveis no quadro 5 e 6.
4º Passo: de-escalonamento e suspensão precoces
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Quadro 5 – Principais recomendações sobre de-escalonamento e suspensão de antimicrobianos no manejo da sepse – adulto
• Recomenda-se avaliação diária para de-escalonamento da terapia antimicrobiana em pacientes com sepse ou choque séptico – boa prática clínica.
• Recomenda-se que o espectro da terapia antimicrobiana empírica seja reduzido assim que o patógeno for identificado e a sensibilidade estabelecida e/ou que seja percebida melhora clínica – boa prática clínica.
• Sugere-se dosagem de procalcitonina para auxiliar na redução do tempo de terapia antimicrobiana em pacientes com sepse – recomendação fraca
• Sugere-se que os níveis de procalcitonina possam ser usados para auxiliar na descontinuação de antibióticos empíricos em pacientes que inicialmente pareciam estar sépticos, mas que, subsequentemente, tinham evidência limitada de infecção – recomendação fraca.
Fonte: Adaptação de Rhodes et al, 2017⁴
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Quadro 6 – Principais recomendações sobre de-escalonamento e suspensão de antimicrobianos no manejo da sepse – pediatria
• Uma vez que o(s) patógeno(s) e sua sensibilidade estejam disponíveis, recomenda-se a redução do espectro da cobertura da terapia antimicrobiana - Boa prática clínica.
• Se não houver identificação de patógeno, recomenda-se a redução do espectro ou a interrupção da terapia antimicrobiana empírica, de acordo com a apresentação clínica, sítio de infecção, fatores de risco do hospedeiro, e adequação da melhora clínica conforme discussão com profissional responsável por doenças infecciosas da Instituição.
• Em crianças com choque séptico ou sepse associada à disfunção orgânica que estejam em uso de terapia antimicrobiana, recomenda-se avaliação diária (ex: avaliação clínica, laboratorial) para de-escalonamento da terapia antimicrobiana - Boa prática clínica.
OBS: Esta avaliação deve incluir uma revisão da indicação em andamento para a terapia antimicrobiana após as primeiras 48h que é guiada pelos resultados microbiológicos e em resposta a melhora clínica e/ou evidência de resolução da infecção. Esta recomendação se aplica a pacientes sendo tratados com terapia empírica, alvo e combinada.
• Recomenda-se determinar a duração da terapia antimicrobiana de acordo com o sítio da infecção, etiologia microbiana, resposta ao tratamento e capacidade de obter controle do foco. - Boa prática clínica.
Fonte: Adaptação de Weiss et al, 2020⁵
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE21
1. Seymour, CW, Gesten F, Prescott, HC, et al. Time to Treatment and Mortality during Mandated Emergency Care for Sepsis. N Engl J Med 2017; 376:2235-2244.2. Lisboa T & Nagel, F. Terapia antimicrobiana na Sepse. In: Azevedo, LCP & Machado FR. Sepse. 2ª ed – Rio de Janeiro: Atheneu 2019. 3. Instituto Latino Americano de Sepse. Roteiro de Implementação de protocolo assistencial gerenciado de sepse. Programa de melhoria de qualidade. 5 ed – São Paulo: 2019.4. Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: International Guidelines for Management of Sepsis and Septic Shock: 2016. Intensive Care Med. 2017;43(3):304-77.5. Weiss SL, Peters MJ, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign International Guidelines for the Management of Septic Shock and Sepsis-Associated Organ Dysfunction in Children. Intensive Care Med. 2020; 21(2):52-106.6. Roberts JA, Kruger P, Paterson D, et al. Antibiotic resistance-what´s dosing got to do with it? Crit Care Med 2008;36: 2433-40.7. Taccone FS, Laterre PF, Dugernier T, et al.Insufficient b-lactam concentrations in the early phase of severe sepsis and septic shock. Crit Care. 2010;14:R126.8. Safdar N, Handelsman J, Maki DG. Does combination antimicrobial therapy reduce mortality in Gram-negative bacteremia? Lancet Infect Dis. 2004;4:519-527.9. Roberts JA, Kirkpatrick CM, Roberts MS, et al. Meropenem dosing in critically ill patients with sepsis and without renal dysfunction: intermittent bolus versus continuous administration? Monte Carlo dosing simulations and subcutaneous tissue distribution. J Antimicrob Chemother. 2009;64: 142-50.10. Crass RL, Rodvold KA, Mueller BA, et al. Renal dosing of antibiotics: are we jumping the gun? Clin Infect Dis. 2019;68:1596-1602.11. Hoff BM, Maker JH, Dager WE, et al. Antibiotic dosing for critically Ill adult patients receiving intermittent hemodialysis, prolonged intermittent renal replacement therapy, and continuous
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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE22
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ANEXOANEXO
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE24
CONCEITOS
ATM – antimicrobianos
AUC0-24h - área total sob a curva concentração-tempo ao longo de 24 horas. AUC0-24/CIM - razão entre área total sob a curva concentração-tempo ao longo de 24 horas e a CIM da bactéria.
Clearance (Cl) - quantifica a eliminação irreversível do fármaco por metabolismo e/ou excreção.
Cmáx - pico de concentração após uma dose única.
Cmáx/CIM - razão entre a concentração de pico e a concentração inibitória mínima (CIM) da bactéria.
DC – débito cardíaco
Farmacocinética - estudo da dinâmica da absorção, distribuição, metabolismo e eliminação dos fármacos, ou seja, os fatores que influenciam sua concentração plasmática e tecidual.
Farmacodinâmica - o estudo da relação entre a concentração do fármaco e seu efeito farmacológico.
ƒ T>MIC - tempo entre um intervalo de doses em que a concentração plasmática excede a concentração inibitória mínima (CIM) da bactéria.
Infusão contínua – Administração de medicamento em intervalo de tempo superior a 60 minutos, sem interrupção.
Infusão em bolus - Administração de medicamento direto na veia em curto espaço de tempo, geralmente 1 – 3 minutos.
Infusão intermitente - Administração de medicamento em tempo superior a 60 minutos, porém não contínuo.
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE25
Infusão lenta - Administração de medicamento em intervalo de tempo de 30 a 60 minutos.
Infusão rápida - Administração de medicamento em intervalo de tempo de 1 a 30 minutos.
IRAS - infecção associada à assistência à saúde. Infecção associada a um procedimento ou dispositivo invasivo realizado durante a internação hospitalar ou relacionada a outros tipos de assistência à saúde como atendimento domiciliar ou ambulatorial (hemodiálise, quimioterapia).
Ligação protéica - medida da ligação do fármaco às proteínas plasmáticas (principalmente albumina e α1 glicoproteína). Dependem do equilíbrio entre a afinidade à proteína, concentração da droga e a concentração protéica.
Meia-vida de eliminação (t1/2) - tempo necessário para que a concentração plasmática caia pela metade. A meia-vida é um parâmetro derivado do clearance e do volume de distribuição.
Sepse de origem comunitária - sepse identificada no momento da internação hospitalar ou até as primeiras 72 horas da hospitalização, com exceção daquelas atribuídas a procedimentos invasivos executados nesse período (ex.: cirurgia, intubação orotraqueal).
Terapia empírica - uso inicial de antimicrobianos baseado nos agentes mais prováveis da infecção.
tmáx - tempo após a administração até atingir a Cmáx.
Volume de distribuição (Vd) - volume aparente de fluído que contém a dose total administrada na mesma concentração que a plasmática.
TABELASTABELAS
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE27
Tabela 1 Terapia antimicrobiana otimizada – adultosMe
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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE28
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Tabela 1 Terapia antimicrobiana otimizada – adultos
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE30
Tabela 2 Terapia antimicrobiana otimizada – pediatria
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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE31
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mg/kg
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Tabela 2 Terapia antimicrobiana otimizada – pediatria
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE32
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hora
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(25 º
C)
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(2 a
8 ºC
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Tabela 2 Terapia antimicrobiana otimizada – pediatria
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE33
Tabela 3 - Ajustes de doses em terapia renal substitutiva - adultos
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GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE34
Tabela 4 - Ajustes de doses em terapia renal substitutiva – pediatria
Antimicrobiano Dose de manutenção na diálise contínua Diálise intermitentePIRRT CVVHDF
Anfotericina B Lipossomal Não é necessário ajuste de dose. Pouco dialisado. Na intermitente administrar após diálise.Amicacina 5mg/kg/dose
- acompanhar nível sérico
7,5mg/kg/dose 12/12h - acompanhar nível sérico
5mg/kg/dose 1xdia - Dose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após diálise. Acompanhar nível sérico
Ampicilina - 35 - 50mg/kg/dose 8/8h 35-50mg/kg/dose q12h Dose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise.
Anidulafungina Não é necessário ajuste de doseCaspofungina Não é necessário ajuste de doseCefepime não é neces-
sário ajuste< 1,500mL/m2/hora (<25 mL/m2/min): 25- 50 mg/kg/dose q 12 - 18 . ≥1,500 mL/m2/hora (≥25 mL/m2/min): 25 - 50 mg/kg/dose q 12 h
25-50mg/kg/dose q24h. Máx. 1g/dose. Dose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise.Peritoneal: 50mg/kg/dose 48h máx. 2g/dose
Cefotaxima 35-70mg/kg/dose 12/12h 35-70mg/kg/dose -24hDose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise.
Ceftazidima - 50mg/kg/dose 12h 50mg/kg/dose 48hDose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise.Peritoneal: 50mg/kg/dose 48h
Ceftazidima + Avibactam Dados insuficientes na literatura. São dialisáveis. 23,75 mg/Kg/dose 48h- Administrar após dialiseCeftolozane + tazobactam Dados insuficientes na literaturaCeftriaxona Não é necessário ajuste de doseClaritromicina Não há dados para ajuste renal durante métodos dialíticos no uso da formulação injetávelClindamicina Não é necessário ajuste de dose - Não dialisávelFluconazol Não há
estudos.<1,500 mL/m2/hora (< 25mL/m2/min): 3 -12mg/kg/dose 1x ≥1,500 mL/m2/hora (> 25mL/m2/min): 6 - 12 mg/kg/dose 1x
Na hemodiálise sem indicação de ajuste, mas dose preferencialmente após hemodiálise Peritoneal: redução para 50% dose 48h
Gentamicina - 2-2,5mg/kg/dose 12-24h 2mg/kg/dose Dose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise. Conforme nível sérico.
Imipenem - 7-13 mg/kg/dose 8h 7,5 - 12,5mg/kg/dose 1xdia (dialisável 20 - 50%)Dose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise. Peritoneal: 7,5 - 12,5mg/kg/dose 24h
Levofloxacino - 10 mg/kg/dose cada 24 horas 5-10mg/kg/dose 48hLinezolida - Não é necessário ajuste 10mg/kg/dose 12hMeropenem - 40mg/kg/dose 12/12h 20mg/kg/dose q24h, Administrar após diáliseMetronidazol - Não é necessário ajuste 4mg/kg/dose q6hMicafungina - Não é necessário ajuste de dose - Não dialisávelMoxifloxacino - Não é necessário ajuste de dose - Não dialisávelOxacilina - Não é necessário ajuste de dose - Não dialisávelPiperacilina + Tazobactam - 35-50mg/kg/dose piperacilina q8h 50 -75mg/kg/dose piperacilina q12h
Dose preferencialmente após hemodiálise, caso não dose extra após hemodiálise.Peritoneal: 50 -75mg/kg/dose piperacilina q12h
Polimixina B - Não ajustar Polimixina E (Colistina) - Não há dados suficientes em pediatria. Atentar que se trata de um medicamento nefrotóxico.Teicoplanina - Neonatos a < 2meses: 8mg/kg q72h;
≥ 2meses a ≤12anos: 10mg/kg q72h12mg/kg q72h, Administrar após diálise
Vancomicina - 10mg/kg/dose 12h - 24h, baseado no nível sérico
10mg/kg/dose, baseado no nível sérico
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE35
Tabela 5 – Principais interações medicamentosas com antimicrobianos
Medicamento 1 Medicamento 2 Gravidade implicação clínica Risco
claritromicina varfarina moderado aumento do risco de sangramento C
fenitoína grave aumento do nível sérico de fenitoína D
fenobarbital grave aumento do nível sérico de fenobarbital Dsintavastina grave aumento do risco de toxicidade relacionada a sinvastatina
(musculoesquelética)X
atorvastatina grave aumento do risco de toxicidade relacionada a sinvastatina (musculoesquelética)
X
tacrolimos grave aumento do nível sérico de tacrolimos Dcarbamazepina grave aumento do nível sérico de carbamazepina D
fluconazol omeprazol moderado redução da absorção do antifúngico Ddiazepam moderado aumento do nível sérico de diazepam Cciclosporina moderado aumento do nível sérico de ciclosporina Cdexametasona moderado aumento do nível sérico de corticoesteróide Cfenitoína moderado aumento do nivel sérico de fenitoína Csertralina moderado aumento do nível sérico de sertralina Cciclofosfamida moderado aumento do nível sérico de ciclofosfamida Cfenobarbital moderado aumento do nível sérico de fenobarbital Dtacrolimos moderado aumento do nível sérico de tacrolimos Dcarbamazepina grave aumento do nível sérico de carbamazepina X
gentamicina piperacilina moderado aumento do risco de nefrotoxicidade D
imipenem ácido valpróico grave redução do nível sérico de ácido valpróico D
levofloxacino varfarina moderado aumento do risco de sangramento C
meropenem ácido valpróico grave redução do nível sérico de ácido valpróico D
metronidazole varfarina grave aumento do risco de sangramento D
moxifloxacino varfarina moderado aumentod o risco de sangramento C
vancomicina gentamicina moderado aumento do risco de nefrotoxicidade Cpiperacilina /tazobactam
moderado aumento do risco de nefrotoxicidade C
C: monitorar combinação; D considerar modificar terapia; evitar combinação
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE36
Tabela 6 – Incompatibilidades entre antimicrobianos e outros medicamentos
adrenalina fentanil midazolam morfina noradrenalina propofol vasopressina
ambisome C C I I NT NT C
ampicilina C (SF 0,9%) C I I C (SF 0,9%) C (SF 0,9%) NT
anidulafungina C C C C C NT C
caspofungina C C C C C NT C
cefepime NT NT I I NT C (SG 5% 20mg/mL cefepime)
C
cefotaxima C C C C C C (SG 5% 20mg/mL cefotaxima)
C
ceftazidima C C I C C C (SG 5% 40mg/mL cefotazidima)
C
ceftazidima/ avibactam
NT NT NT NT C NT C
ceftolozane/ tazobactam
C C C C C I C
ceftriaxona C C C C C C (SG 5% 20mg/mL)
C
claritromicina NT NT NT NT NT NT NT
clindamicina C C I C C C C
colistina NT NT NT NT NT NT NT
estreptomicina C NT NT NT C NT NT
fluconazol C C C C C C C
gentamicina C C C C C I C
imipenem C C C C C C C
levofloxacino C C C I C I C
linezolida C C C C C NT C
meropenem NT NT NT C C I C
metronidazol C C C C C I C
micafungina I NT I I C NT C
moxifloxacino C NT NT NT C NT C
oxacilina C C C C C NT C
piperacilina /tazobactam
C C I C C NT C
polimixina C C C C C NT C
teicoplanina NT NT NT NT NT NT NT
vancomicina C C C C C I C
C: compatível - pode ser infundido em YI- incompatível- não podem se infudido em YNT- não testado - nestes casos, recomendamos não administrar na mesma via
GUIA PRÁTICO DE TERAPIA ANTIMICROBIANA NA SEPSE37
Tabela 7 – Tabela de terapia antimicrobiana otimizada – Incompatibilidades entre antimicrobianos.
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ambisome
ampicilina
anidulafungina
caspofungina
cefepime
cefotaxima
ceftazidima
ceftazidima/avibactam
ceftolozane/ tazobactamceftriaxona
claritromicina
clindamicina
colistina
fluconazol
gentamicina
imipenem
levofloxacino
linezolida
meropenem
metronidazol
micafungina
moxifloxacino
oxacilina
piperacilina/tazobactam
polimixina
teicoplanina
vancomicina
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EDIÇÃO ESPECIAL – DIA MUNDIAL DA SEPSE
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