guia pedagógico do lixo

Upload: luciano-araujo

Post on 10-Feb-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    1/100

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    2/100

    4 edio - 2003Guia Pedaggico do Lixo - Reimpresso revista e atualizada

    CoordenaoRosely Sztibe

    Reviso de TextoMaria Julieta Penteado

    Apoio Tcnico

    Ivan Souza Moraes - estagirio

    EditoraoPedro Orlando Victor Galletta

    Impresso

    Tiragem3.000 exemplares

    Ficha Catalogrfica(preparada pela Biblioteca da SMA/CPLEA)

    S24g So Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria dePlanejamento Ambiental Estratgico e Educao Ambiental. Guia Pedaggicodo Lixo. Coordenao geral: Jos Flvio de Oliveira - So Paulo: SMA.Reimpresso revista e atualizada - 2003100p.il (Atividades didticas)

    ISBN 85-86624-ll-X1. Educao Ambiental - guia 2. Lixo - Guia pedaggico 3. Qualidade de vida -sade 4 Limpeza pblica I. Titulo II. Srie

    CDU (2ed. Med. port.) 628.515(036)(075.2)

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    3/100

    Governo do Estado de So PauloGeraldo Alckmin

    Secretaria de Estado do Meio AmbienteJos Goldemberg

    Coordenadoria de Planejamento Ambiental Estratgico e Educao AmbientalLucia Bastos Ribeiro de Sena

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    4/100

    Sumrio

    Apresentao-------------------------------------------------------- 07

    Captulo 1 - A questo do lixo ---------------------------------- 10

    Captulo 2 - Atividades didticas

    1. Lixo: um problema do sculo XX----------------------------- 40

    2. Lixo, sade e qualidade de vida ------------------------------- 42

    3. Coleta e classificao de lixo domiciliar --------------------- 43

    4. Separao de misturas ------------------------------------------ 44

    5. Destino do lixo --------------------------------------------------- 47

    6. Decomposio de lixo orgnico------------------------------- 487. Decompositores em ao--------------------------------------- 50

    8. Conhecendo o material reciclvel ----------------------------- 52

    9. Caracterizando a limpeza pblica e os servio

    de gua e saneamento de uma regio ------------------------- 54

    10. Realizando campanhas ----------------------------------------- 57

    11. Procedimentos para pesquisa --------------------------------- 60

    12. Disseminando informaes ------------------------------------ 6213. Formao de hemeroteca -------------------------------------- 64

    Captulo 3 - Documentos e referncias

    Documentos oficiais ------------------------------------------------- 68Referncias ------------------------------------------------------------ 83

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    5/100

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    6/100

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    7/100

    A P R E S E N T A O

    A presente publicao aborda um dos principais problemas ambientaisdas sociedades contemporneas o lixo. Fundadas na intensa produo de benssuprfulos e no iderio do consumo e do descarte, produzem quantidadescrescentes de resduos originrios de atividades industriais, comerciais,domsticas, de lazer e outras, sem dar conta da sua destinao adequada conservao da qualidade do meio ambiente.

    As cidades, principalmente os grandes centros urbanos, como o caso deSo Paulo, constituem o cenrio privilegiado do espetculo da misria e docrescimento de montanhas de lixo. Esse lixo depositado, muitas vezes

    irregularmente, em reas de mananciais, cabeceiras de rios e outras reasconsideradas imprprias, resultando na contaminao dos reservatrios, do lenolfretico, bem como na propagao de bactrias e na proliferao de vetores dedoenas, representando um srio risco sade da populao.

    O Governo do Estado de So Paulo, por meio de sua Secretaria do MeioAmbiente, tem se empenhado de forma decisiva para reverter o quadro dadestinao inadequada dos resduos slidos, estabelecendo normas eprocedimentos, controlando, fiscalizando, punindo as atividades ilegais e, tambmapoiando tcnica e financeiramente s prefeituras municipais, para que possam

    dar tratamento ambiental correto a essa questo. Mas reconhece que as soluespassam, necessariamente, pela participao da sociedade civil e pelodesenvolvimento efetivo da educao ambiental.

    Assim, a Secretaria do Meio Ambiente, por meio de sua Coordenadoria dePlanejamento Ambiental Estratgico e Educao Ambiental, tem buscadodesenvolver metodologias, estratgias e materiais que possam contribuir paraa mudana dos padres de consumo e de descarte dos produtos, posto que suaminimizao constitui fator fundamental para o desenvolvimento sustentvel.Para tanto, realiza e apoia campanhas contra o desperdcio, orienta a disposio

    adequada dos resduos, desenvolve cursos, seminrios e oficinas de capacitaopara formao de agentes multiplicadores, elabora e difunde material didticoe educativo sobre o tema.

    A presente reedio do Guia Pedaggico do Lixo, revista e atualizada,constitui uma resposta prtica demanda que tem suscitado entre os professoresda rede escolar de ensino e outros educadores ambientais. Esperamos, assim,estar contribuindo para a formao de cidados comprometidos com a causaambiental e com o desenvolvimento sustentvel do pas.

    Jos GoldembergSecretrio do Meio Ambiente

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    8/100

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    9/100

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    10/100

    O que o lixo?

    Antes de sair para o trabalho damos uma arrumada na casa. Recolhemos o lixo do banheiro, jogamos o jornal dodia anterior, rasgamos alguns papis e correspondncias inteis, juntamos as sobras de uma reuniozinha danoite anterior e entramos na cozinha para fazer o caf. Terminada essa refeio, sobraram migalhas de po, a caixado leite, o coador de papel, as cascas de frutas, o potinho de iogurte. Juntamos tudo isso num saco plstico,amarramos e colocamos num lugar de onde possa ser levado mais tarde para longe dali. E assim tem incio diaria-mente uma enorme produo de lixo domstico, que continua aumentando e s termina quando as luzes se apagam.O preparo das refeies, o lanche das crianas, a faxina em algum armrio (que rende sacos e sacos de coisaspara jogar fora), enfim, tudo isso d, em mdia, meio quilo de lixo por pessoa, por dia. A mdia de lixo domsticooscila de acordo com o nvel de renda e cultura de cada famlia, fatores esses que determinam o poder de

    consumo. Na cidade de So Paulo, nos locais onde residem as pessoas de maior poder aquisitivo, atinge-se umaproduo diria de 1,5kg de lixo por habitante, enquanto que na regio extremo sul, a mais carente da cidade,essa produo cai para 670g por habitante. Assim, faz-se necessrio uma mudana nos hbitos de consumo,principalmente quanto a materiais descartveis, para que possamos diminuir o volume de produo de lixo e, deforma indireta, o ritmo acelerado de explorao dos recursos naturais.

    a natureza, a matria gerada em qualquer processo passaimediatamente a fazer parte de outros processos, numacadeia interminvel, onde nada se perde, tudo se transforma.

    Na cidade diferente. De todo lugar em que haja atividadehumana sai lixo; normal. O que no normal a sociedadeque gera todo esse lixo ignor-lo aps o descarte, sem dar conta detrat-lo, causando a poluio do ambiente. E a realidade nos grandescentros urbanos que o lixo cresceu em quantidade e diversidade, a

    ponto de exigir uma tomada de conscincia urgente por parte da popula-o, da indstria e dos poderes pblicos, no sentido de reduzi-lo,modific-lo e trat-lo.

    Na escola ou no trabalho, as pessoas produzem, alm de outras

    coisas mais interessantes, muito lixo. So papis, restos de lpis,canetas sem carga, sobras de lanche, folhas e mais folhas de papel,tocos de cigarro, potes de plstico, latas de bebidas, pedaos de pano,couro, madeira, ferro, material de escritrio, material hospitalar usado,restos de atividades industriais e mais um mundo de coisas.

    Qualquer conserto, reforma, reunio, feira livre, festa outratamento de sade deixam sobras e restos.

    Enfim, o lixo um elemento inerente humanidade, principal-

    mente ao modo de vida do homem urbano, sempre buscando materiaisnos mais diversos pontos do planeta e concentrando-os nas cidadespara atender s suas necessidades. Com vistas ao conforto, cria produ-tos de difcil assimilao pelos processos naturais.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    11/100

    Conceitos

    Neste trabalho, queremos discutir o modo como a educaoambiental pode atuar em relao qualidade, quantidade,descarte e destino desse material, que, pelo volume a quechegou, tornou-se um problema de difcil soluo.

    O Guia Pedaggico do Lixo foi escrito para os profes-sores, que so as pessoas responsveis pela educao decrianas, adolescentes e adultos, enquanto freqentam os

    bancos da escola. Seu objetivo oferecer uma informaogeral e abrangente da questo do lixo, colocar disposiodos educadores experincias e exerccios para ser desenvolvi-dos na sala de aula, alm de atividades que a escola pode

    promover junto famlia dos alunos e comunidade doentorno.

    o h apenas um conceito sobre o lixo, mas vrios.Lixo pode ser todo e qualquer material slido quesobra das atividades humanas, ou proveniente danatureza, como folhas, terra, areia e galhos dervores.

    Lixo pode ser tudo aquilo que, do nosso ponto de vista,perdeu a utilidade, o valor, ou que no queremos mais usar, nemguardar.

    Lixo pode ser qualquer coisa velha.Todas elas so definies relativas, pois dependem do valorque cada um d para as coisas. De qualquer modo, lixo,resduo slido ou rejeito, tem a ver com aquilo que sobra,com aquilo que se joga fora, que sujo, intil, velho, que notem mais valor.

    Perfazendo um total de l00t, o lixo produzido pela Usina de Angra I estacondicionado numa piscina de concreto construda especificamente paraesse fim. No entanto, tal local no possui rea suficiente para o totalarmazenamento do lixo gerado durante a vida til da usina (35 a 40 anos).Outras100t produzidas pelo IPEN - Instituto de Pesquisas Energticas e

    Nucleares esto armazenadas em tambores na Cidade Universitria-USP,em So Paulo. Para as 3 460t de lixo gerado pelo acidente de Goinia, oBrasil ainda no estabeleceu o depsito final, ficando por enquanto em cuaberto, acondicionado ou encapsulado.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    12/100

    Lembra morte, doena, aquilo que est prestes a se decompor. Tem a ver comrejeio, excluso; deve ficar escondido no fundo da casa, nos cantos escuros, emlocais subterrneos e perifricos.

    A lixeira transforma automaticamente um objeto qualquer em lixo: basta que ele seja

    jogado ali. E esse um primeiro conceito a ser discutido: a mudana de status que sofrequalquer material, pelo fato de ser considerado por algum como lixo.

    Outro conceito ligado diretamente superproduo de lixo o do desperdcio.

    Somos uma sociedade que tem como valores importantes o consumo, o estoque,a quantidade e a substituio por coisas mais novas, mais modernas. Esses valoresgeram o desperdcio, que poderamos definir como o descarte prematuro de algo queainda cumpre sua finalidade, ou que poderia ter algum outro uso.

    A cultura consumista, nesse aspecto, imobiliza e discrimina o indivduo que nopode comprar, desvalorizando a arte e a habilidade de adaptar, reformar, aproveitar,recuperar, ou mesmo, de usar algo para finalidades diferentes daquelas definidas nosrtulos e nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais.

    O aproveitamento da sucata, no somente com finalidades artsticas, mas naconfeco de utenslios teis, uma iniciativa de valor educativo, porque aponta para a

    O trabalho baseado na reciclagem, realizado por um grupo de homens na cidade de So Paulo, est servindocomo um modelo possvel de organizao, para quem se interessa em tentar vincular a necessidade de reduzir ovolume de detritos slidos nas cidades com a criao de empregos, como foi o caso da Coopamare. Trata-se deuma Cooperativa dos Catadores Autnomos de Papel, Aparas e Materiais Reaproveitveis, que, atravs darecuperao de materiais, procura recuperar tambm as pessoas envolvidas na catao de lixo.Surgida como Comunidade dos Sofredores de Rua, em 1982, sob orientao das Irms Beneditinas da Organi-zao de Auxlio Fraterno, em 1985, a entidade organizou-se como Associao dos Catadores de Papel para,quatro anos depois, transformar-se em cooperativa. Seu objetivo era levar os catadores a compreender quevalia mais a pena comercializar a sucata em grandes quantidades, do que vend-la, carrinho por carrinho, asucateiros que vo comercializar o material em escala industrial. Assim, entre outras vantagens, segundo umcooperado, os catadores, antes homens sem lar, sem trabalho regular e sem amparo social, passaram a existirat como pessoa fsica, pois precisaram tirar documentos pessoais e carteira de autnomo, alm de contribuirpara a Previdncia Social. Melhor ainda, cerca de cinqenta cooperados e sessenta associados administramseu regime de trabalho e seu negcio: num sistema de revezamento, em determinados dias do ms, em vez desarem s ruas para recolher papis, metais, plsticos e vidro, alguns desempenham trabalhos menos rduos,como o de operar o triturador de vidro doado cooperativa pela ABIVIDRO. Alm desse equipamento e dasprovidncias para a instalao eltrica num terreno sob um viaduto, onde funciona o empreendimento, o setorvidreiro negocia diretamente com a cooperativa, comprando todo o caco obtido. Dessa forma, como festejamos cooperados, a cotao de preo no tem intermedirios.A questo dos catadores nas grandes cidades, bem como as solues para a coleta do lixo so temas complexos quemerecem uma discusso mais aprofundada, porm um dos motivos do sucesso dessas cooperativas o fato de que elas

    oferecem ao mercado um produto em quantidade e qualidade tais que permitem a negociao com as empresas,eliminando a intermediao. Assim, o que o intermedirio lucraria repassado cooperativa.

    Nota: para orientao sobre a formao de cooperativas de catadores, ver endereos no Captulo 3.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    13/100

    Alguns dadossobre lixo...

    economia, tanto de alguns bens da natureza, quanto de dinheiro,evitando compras desnecessrias, principalmente nas comunida-des de baixo poder aquisitivo.

    Esse aproveitamento pode ser ampliado no sentido dacriao de materiais que melhorem a qualidade de vida na escola,no lar, no trabalho e nos ambientes de lazer. Mas, no se deveesquecer de articular essas aes com outras iniciativas educacio-nais que consolidem a criao de uma nova conscincia, visandovalorizar a preservao do ambiente natural como um patrimniodesta e das futuras geraes.

    ... no Brasil

    Em termos do uso racional de embalagens, o Brasil serve deexemplo at para pases mais desenvolvidos: uma boa parte dovinho produzido no pas acondicionada em garrafes de 5l; asvidrarias automticas oferecem ao mercado garrafes de 2,5l e de4l, inditos no mercado mundial. O Brasil conta com o maioracervo mundial de garrafas retornveis de vidro para cerveja erefrigerantes, e inventou o uso do copo de vidro para embalagem,

    passando a ser imitado por outros pases. Infelizmente, em certas

    regies do Brasil, est existindo uma tendncia de desativar nossupermercados os setores responsveis pelas trocas de vasilhamesde vidro. Os supermercados vendem exclusivamente refrigerantese cervejas em latas e em embalagens descartveis de vidro, ou

    plstico. Essa transformao conseqncia da fora das leis demercado - menos peso, menor custo; sem retorno, sem custo.

    ... em So Paulo

    A Regio Metropolitana de So Paulo composta por 39municpios, nos quais 17 milhes de habitantes produzem resdu-os da ordem de 16 mil toneladas por dia. No mapa, voc podeobservar as reas com restries legais disposio do lixo e, nastabelas seguintes, acompanhar em detalhes a produo e a com-

    posio do lixo da cidade.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    14/100

    Plano Diretor da Regio Metropolitanade So Paulo - 1993

    Percentual de Tratabilidade

    Grosso modo, pode-se dizer que o lixo domiciliar da cidade de

    So Paulo se apresenta da seguinte maneira:

    1 - 20 % - Rejeitos2 - 20 % - Materiais reciclveis3 - 60 % - Matria orgnica

    Fonte: Limpurb 2002

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    15/100

    Municpio de So Paulo

    rea do municpio: 1.509km2

    Populao: 10 milhes de hab.

    Geradores de resduos de sade(farmcias, hospitais e outros) 4.700 pontosIndstrias 32 milFeiras livres 980 por semanaVarrio de ruas 5.200 km/dia (mdia)Bueiros e bocas-de-lobo 350 mil unidades

    Fonte: Limpurb 2002 - Dados referentes ao ano de 1997

    Isso tudo gera l6 mil toneladas/dia de resduos coletados, assimdistribudas:

    domiciliar 10.000 t/dia - 62,5%entulho 5.120 t/dia - 32,0%industrial 720 t/dia - 4,5%de sade 160 t/dia - 1,0%

    Fonte: Limpurb 2002 - Dados referentes ao ano de 1997

    O quadro a seguir aponta a responsabilidade pelogerenciamento de cada tipo de lixo.

    TIPOS DE LIXO RESPONSABILIDADE

    Domiciliar Prefeitura

    Comercial Prefeitura*

    Pblico Prefeitura

    Servios de sade Gerador(hospital etc.)

    Industrial Gerador (indstrias)

    Portos, aeroportos e

    terminais ferrovirios e rodovirios Gerador (portos etc.)

    Agrcola Gerador (agricultor)

    Entulho Gerador *

    *A Prefeitura co-responsvel por pequenas quantidades ( geral-

    mente menos que 50 kg ou 100l ), e de acordo com a legislao muni-cipal especfica - Art. 3 da Lei 10.315/87.

    Fonte: Limpurb 2002

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    16/100

    O Inventrio Estadual de Resduos Slidos Domiciliares, concebido comoparte integrante do Plano Estadual de Resduos Slidos, um instrumento fun-damental para o enfrentamento do problema, por constituir-se num amplodiagnstico da situao da disposio final do lixo domiciliar no Estado.

    Os dados nele apresentados tm por base o levantamento censitriorealizado entre os meses de setembro de 1997 e janeiro de 1998, o que per-mitiu um diagnstico quali-quantitativo completo e atualizado da situaonos 645 municpios do Estado de So Paulo.

    Alm das informaes tradicionalmente contidas em levantamentosdessa natureza (volumes gerados, nmeros, localizao e conformidade legaldas reas de disposio final etc.), o Inventrio Estadual de Resduos S-lidos Domiciliares inova ao introduzir uma metodologia de classificao dereas de disposio final e de usinas de compostagem que possibilita uma

    avaliao objetiva e tecnicamente consistente ao usurio.

    Tal classificao baseia-se no ndice de Qualidade de Aterros deResduos (IQR) e no ndice de Qualidade de Compostagem (IQC), quepermitem o enquadramento dos sistemas analisados em trs condies: ina-dequadas, controladas e adequadas , conforme a pontuao alcanada dentrode um limite de 0 a 10 pontos.

    A situao no Estado de So Paulo, quanto a esses dois ndices a seguinte:

    IQR - ndice de Qualidade de Aterro de Resduos

    Com uma populao de 34.529.142 habitantes (IBGE - Dez/2OOO)distribudos em 645 municpios, o Estado de So Paulo gera atualmente 20.453toneladas dirias de lixo domiciliar, o que representa uma mdia aproximada de0,65 kg/hab/dia.

    Desse total, apenas 55,4% so dispostos em sistemas adequados, ou seja, emsistemas considerados seguros do ponto de vista ambiental e sanitrio, dadasas suas caractersticas locacionais, operacionais e tecnolgicas (Grfico 1).

    Do restante, 22% so dispostos em sistemas considerados controladose 22,6%, em sistemas inadequados.

    Essa situao agrava-se quando se analisa a condio de disposio emfuno do nmero de municpios. Dos 645 municpios do Estado, apenas 197(ou 30,6%) dispem seu lixo domiciliar em sistemas adequados e 146 (ou22,7%) fazem-no em sistemas controlados. Os municpios que dispem seusresduos slidos em sistemas considerados inadequados so, portanto, maio-ria, representando 46,7 % do total (Grfico 2).

    Com relao a esses dados, cabe lembrar que 483 municpios (74,8%)geram menos que 10t dirias de lixo e nesses casos, via de regra, a situaopoderia ser equacionada com a adoo do aterro em valas, alternativa relati-vamente simples, pouco onerosa e aceitvel em termos tcnicos e legais.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    17/100

    Resultados obtidos em quantidade de resduos

    Resultados obtidos em nmero de municpios

    Fonte: Inventrio Estadual de Resduos Slidos Domiciliares/2000

    Fonte: Inventrio Estadual de Resduos Slidos Domiciliares/2000

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    18/100

    IQC - ndice de Qualidade de Usinas de Compostagem

    1 - 37,50% - Condies adequadas - 9 Usinas

    2 - 29,20% - Condies controladas - 7 Usinas3 - 33,30% - Condies inadequadas - 8 Usinas

    Fonte: Inventrio Estadual de Resduos Slidos/2OOO

    Situao das usinas de compostagem em operao

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    19/100

    Em vez de provocar contaminao nos aterros e usinas de compostagem,os metais das pilhas usadas poderiam ser reciclados. Mas os fabricantesno se animam com a idia, apesar de boa parte desses metais ser importada.

    0 processo sofisticado e caro, declara Cesar Paixo, da Duracell. Para oengenheiro da Panasonic, Carlos Lauo, o reaproveitamento de resduos to

    pequeno que a reciclagem no compensa.Cyro do Valle, da Apliquim - empresa especializada em reciclagem de res-duos perigosos - desenvolveu uma tecnologia para reciclar os componentesda pilha usada, mas por falta de mercado, o sistema ainda no foi implanta-do. A coleta diferenciada de pilhas e lmpadas s ser feita quando alegislao exigir, aposta ele.A reciclagem de pilhas uma experincia recente tambm no chamado pri-meiro mundo. Estados Unidos, Japo, Sua e Holanda comearam a im-

    plantar projetos-piloto h cerca de dois anos. Nesses pases a retirada daspilhas do lixo foi a forma encontrada para reduzir a poluio atmosfricacausada pela incinerao do lixo.

    A parte do lixo domstico que no vai para a usina de compostagem depositada no aterro. Existem certos tipos de pilhas que, misturadas aoresto do lixo e ficando expostas ao sol e chuva, acabam se oxidando.Com a oxidao, rompem-se e deixam vazar os metais. Os metais mis-turam-se ao chorume, que o lquido que se forma a partir do lixo.Com novas chuvas os metais penetram no solo e acabam chegando s guassubterrneas. Parte deles atinge os crregos e riachos. Essa gua, mistura-da a metais como o zinco, chumbo, mangans e mercrio, entre outros,acaba atingindo a cadeia alimentar humana atravs da irrigao na agricultu-

    ra ou da ingesto direta.Agora, as baterias de celular no podem ser jogadas no lixo, porque ao sedecompor, os metais pesados que contm contaminam o ambiente.

    Na usina de compostagem a pilha e o resto do lixo giram no biodigestordurante dois dias. Nesse processo, algumas pilhas rompem-se e deixamvazar os metais que se misturam ao resto do lixo. Outras pilhas perma-necem inteiras. Na sada do biodigestor h uma rede, mas a trama damalha grande e a pilha no fica retida. Em seguida o lixo disposto em

    montes, a cu aberto. Os montes so remexidos semanalmente e perma-necem no processo de compostagem durante trs meses. Durante esse

    perodo outras pilhas acabam rompendo-se e nova quantidade de metais liberada e mistura-se ao lixo que ser transformado em adubo. Dessa forma,tambm os metais acabam entrando na cadeia alimentar.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    20/100

    De onde vemo lixo?

    o que se faz com ele?

    ... e para onde vai? H trs rotas principais para o lixo:

    .rota 1: coleta - transporte - disposio final;

    .rota 2: coleta seletiva - triagem - reciclagem e reuso - retorno aoconsumidor como um novo produto, enviando um mnimo de lixo paraos aterros, poupando os j escassos recursos da natureza;

    .rota 3: coleta - transporte - usinas - triagem e separao -reciclagem e reuso - retorno como composto.

    ... E um descaminho bastante comum: o lixo.

    uanto s semelhanas na composio e conforme o tratamentoque recebe nas grandes cidades, podemos destacar a seguinteclassificao:

    . lixo domiciliar- gerado nas residncias, no comrcio, nos escritri-

    os, e nos refeitrios e sanitrios das indstrias. So restos de alimen-tos, papis, plsticos, vidros, metais, folhas e poeira;

    . lixo industrial- resultante dos processos industriais e de reas deutilidades. So aparas e restos de materiais, lodos, subprodutos dos

    processos de fabricao etc.;

    .resduos de servios de sade - gerado por hospitais, farmcias,ambulatrios mdicos, clnicas veterinrias, institutos de pesquisade sade e biotrios, entre outros;

    .lixo de vias pblicas - resultado da varrio de ruas, limpeza debueiros, bocas-de-lobo, canais, terrenos baldios etc.. compostopor terra, folhas, entulhos, detritos diversos, galhos etc;

    .entulho da construo civil- gerado na construo e reforma emobras particulares, pblicas, industriais e comerciais. composto

    por restos de demolies e sobras de material de construo;

    .de servios de transporte (portos, aeroportos e terminais rodovi-rios) - embora similar ao lixo domiciliar, fundamental para o controlede endemias;

    .outros - trata-se do lixo de origens diversas, com ocorrncia tempo-ral, desde veculos abandonados na via pblica e animais mortos, at

    produtos resultantes de acidentes, entre outros.

    errado: levar o lixo rapidamente para longe dos olhos e jog-lona rua, no rio, nos terrenos baldios, nas encostas dos morros. correto: separar restos de comida e material contaminado;embalar separadamente vidros, latas, papel limpo e plsticos, e

    encaminh-los para que possam ser reciclados. mais comum: embalar todo o lixo em sacos plsticos e coloc-losnos locais por onde passam os caminhes coletores de lixo.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    21/100

    comeando pelo

    descaminho...

    m muitas cidades brasileiras, nem todo o lixo coletado.Boa parte dele jogado nos rios, mangues, rea de manan-ciais, crregos, terrenos baldios, nas caladas e nos lixes.

    Quem joga? Moradores, comerciantes e em alguns casos at oprprio poder pblico. E por que? No caso dos moradores, o queacontece que, alm do comodismo e da falta de informao eeducao, nas favelas e outros locais da periferia, h lugares onde oacesso difcil e os caminhes no conseguem entrar. Quanto aoscomerciantes, donos de bares, restaurantes, hotis e supermercados,o motivo outro. Buscando solues mais baratas, eles preferem,muitas vezes, contratar os servios de coletores clandestinos, que,sem registro na Prefeitura, longe da fiscalizao, com equipamentosinadequados, no se comprometem com o destino final do lixo, nem

    com seu tratamento. Quanto ao poder pblico, alguns prefeitos, porno disporem de recursos ou desconhecerem os danos que podemser causados sade pblica e ao meio ambiente pelo lixo maldestinado, ainda permitem que o lixo gerado em suas cidades sejalanado em lixes localizados longe das vistas da populao. As

    prefeituras, por fora da lei, so as primeiras responsveis pelacoleta e destinao final do lixo gerado pelos municpios.

    O lixo um espao aberto, localizado geralmente na periferiadas cidades, onde o lixo fica apodrecendo, ou, ento, queimado,

    causando grande poluio do ar, do solo e das guas. Os restos decomida costumam servir para a alimentao de animais, como por-cos, aves etc., que so vendidos depois para o consumo da popula-o, disseminando diversas doenas. Essas verdadeiras montanhas,visveis por qualquer um que passe por esses locais, atraem animaistransmissores de doenas (chamados vetores), como insetos e ratos,que vo se alimentar daqueles restos, e pessoas miserveis, inclusivecrianas, procura de materiais, objetos e peas que tenham algumvalor de revenda, ou que lhes sirvam de algum modo. comum oreaproveitamento de alimentos descartados e de produtos jogados

    por estarem com sua data de validade vencida. Muitas vezes, essagente passa a morar prximo ou mesmo em cima do lixo, vivendoem condies sub-humanas; em outros casos, ele se torna um localde trabalho, para onde vo diariamente aqueles que tentam sobrevi-ver dessa atividade insalubre.

    A decomposio da matria orgnica ali acumulada gera umlquido escuro, de cheiro forte e desagradvel, com alto potencial

    poluidor, chamado chorume. Com seu volume aumentado pela guadas chuvas e de nascentes, pode arrastar substncias perigosas

    presentes em resduos industriais e de servios de sade, escoandosuperficialmente e penetrando no solo, o que contamina os rios e asguas subterrneas.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    22/100

    Rota 1:

    coleta - transporte -

    disposio final

    coleta do lixo e a limpeza de ruas, parques e locais pblicos soresponsabilidades da Prefeitura, que muitas vezes terceiriza osservios, contratando empresas particulares.

    O tratamento desse material consiste em algumas operaes para

    transformar os resduos, visando o seu aproveitamento ou a sua redu-o, atravs da compactao, da triturao, da compostagem e daincinerao.

    A compactao reduz o volume dos resduos, facilitando otransporte e sua destinao final.

    A triturao diminui o tamanho dos materiais presentes no lixo,reduzindo o volume, o que facilita o transporte e a destinao final. Emalguns pases desenvolvidos, os restos de alimentos so triturados emequipamentos residenciais colocados no ralo da pia, lanados nas redescoletoras de esgoto e, em seguida, tratados em grandes instalaes detratamento de esgotos.

    A incinerao definida como um processo de combusto ouqueima controlada que transforma slidos, semi-slidos, lquidos egasosos em dixido de carbono, outros gases e gua, com reduo dovolume e do peso iniciais. O calor liberado durante a operao podeser utilizado, entre outras coisas, para a produo de vapor, utilizado nagerao de energia eltrica e aquecimento domiciliar. No entanto, um

    processo de custo elevado, exigindo um tratamento de filtragem sofisti-

    cado, que elimine a toxicidade dos gases emitidos. til e necessrio emdeterminados casos, esse processo no pode ser usado como oponica.

    A compostagem um processo controlado de decomposiobiolgica da matria orgnica presente no lixo, no qual utilizam-semicrorganismos existentes nos resduos, em condies adequadas deaerao, umidade e temperatura. Esse processo gera um produto

    biologicamente estvel chamado composto orgnico. Processo muitoantigo, aplicado em diversas partes do mundo, no Brasil utilizado comevoluo constante h mais de 50 anos. Pode ser desenvolvido emcomunidades rurais e em residncias que possuam algum espao livre,como tambm em grandes instalaes.

    Para que a compostagem possa ser realizada corretamente, amatria orgnica deve ser separada dos demais materiais, o que possi-

    bilita o reaproveitamento de materiais reciclveis, como vidro, plsticos,papis e metais.

    No caso do Brasil, em que o lixo produzido apresenta em mdia50% em peso de matria orgnica, a compostagem pode ser considera-

    da um processo muito interessante, porque possibilita oreaproveitamento dos materiais e uma diminuio significativa do lixo aser disposto nos aterros.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    23/100

    A implantao de usinas de compostagem depende de uma srie de condies favorveis, como aexistncia de reas de cultura agrcola nas imediaes, onde o composto produzido possa ser aplicado, einstalaes industriais no muito distantes, para o aproveitamento daquilo que pode ser reciclado.

    A disposio final o encaminhamento do que sobra, depois desses tratamentos, para o localonde ser depositado definitivamente: o aterro sanitrio.

    O aterro sanitrio uma obra de engenharia, cujo objetivo dispor o lixo no solo, no menorespao possvel, sem causar danos ao ambiente ou sade pblica.

    No aterro pode-se dispor o lixo em camadas, compactadas por tratores especiais e cobertasdiariamente com terra para evitar a penetrao de guas de chuva, a ao de vetores transmissores dedoenas e a ao dos ventos espalhando os materiais leves. Existem aterros pequenos (teis em pe-quenas cidades), feitos em valas escavadas no terreno, em local cuidadosamente estudado, onde osresduos so descarregados e imediatamente cobertos com terra.

    Os aterros sanitrios, pelo menos dentro das condies tecnolgicas atuais, sero sempre neces-srios, uma vez que praticamente impossvel aproveitar ou destruir todos os materiais presentes no

    A Pecter do Brasil Exploration Co. apresentou CETESB um estudo, propondo um mtodo para a destinao de resduosoleosos provenientes do processo de perfurao de poos de explorao de gs natural, em guas ocenicas do litoralpaulista. Esses resduos seriam incorporados na massa utilizada para a produo de tijolos cermicos de vedao (tijolos furados),

    resultando num tijolo mais resistente compresso, alm de reduzir o consumo de lenha no forno que cozinha esse tijolo.Para resolver a poluio das megacidades, causada pelos incineradores, foram criadas as fbricas simbiticas, ou seja,fbricas que aproveitam os resduos umas das outras, transformando em produtos teis o que hoje so montanhas de lixoe toneladas de poluentes.Chattanooga, uma cidade americana do Tennessee, que foi conhecida por ser a rea mais poluda do pas, chegou a sediaro II Congresso Mundial sobre Emisso Zero. Um dos cientistas presentes, David Crockett, tem o projeto de substituir umavelha siderrgica por um palcio de cristal, que seria uma mquina viva, movida energia solar, de reciclagem de guaspoludas provenientes de indstrias vizinhas. As guas recicladas seriam encaminhadas para uma fbrica de sabonetesvizinha. Os resduos da produo de sabonetes, por sua vez, seriam aproveitados por outra fbrica ao lado. E assim pordiante, com poluio zero.Na Blgica, o empresrio Gunter Pauli fundou a empresa Ecover que produz branqueadores sem cido clordrico, detergen-tes no poluentes e outros artigos verdes a partir de guas industriais recicladas. Em cerca de seis anos, conseguiu umareduo de 70% nas suas descargas de poluentes cancergenos e 25% nos dejetos de plstico.**O chorume, lquido poluente e de odor desagradvel, o maior inconveniente da operao de aterros sanitrios. Devido aosseus componentes qumicos, tem apresentado restries aos processos de tratamento. E em nossos aterros sanitriosformam-se grandes volumes de chorume, por exemplo, 2 000 m3 por dia. E a possibilidade de poluio do lenol fretico ofator de maior gravidade, embora o seu transporte tambm constitua um grande problema.Dentre os processos de tratamento do chorume destacamos aquele denominadoPACT- powdered activated carbon treatment,que foi desenvolvido a partir de um projeto piloto no Aterro Sanitrio de Mau, em 2001. Foi estudada a viabilidade tcnico-econmica de um sistema de pr-tratamento de remoo de nitrognio amoniacal do percolado do aterro e sua absoro naforma de fosfato. So vrias as vantagens que o processo proporciona, dentre as quais destaca-se a gerao de umsubproduto, o fosfato de amnia, com elevado valor comercial como fertilizante. O Brasil importa fertilizantes base de amnia

    e fsforo, porque a sua demanda quase trs vezes maior do que a produo nacional desses sais.***

    * Fonte: Ambiente, vol. 8, n 1, 1994, So Paulo, CETESB** Fonte: Jornal da Tarde, 16.6.96, p. 9D.*** Fonte: Estudo de viabilidade tcnico-econmica de autoria do engenheiro qumico Luigi Cardillo, diretor tcnico da

    Aquapro,SP.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    24/100

    Rota 2:

    coleta seletiva - triagem -

    reciclagem e reuso -

    retorno ao consumidor,

    como um novo produto

    enviando um mnimo

    de lixo para os aterros,

    poupando os j escassos

    recursos da natureza.

    lixo, seja pelas dificuldades tcnicas, seja pela inviabilidade econmica.Alm do que, todos os processos de tratamento geram rejeitos ousobras que necessitam ser dispostos.

    Porm, no devem ser eleitos como soluo nica para osgrandes centros urbanos, uma vez que, em curto espao de tempo,no haver mais lugar disponvel para receber a enorme quantidadede lixo coletada diariamente. A alternativa de buscar lugares distan-tes para a sua construo nem sempre vivel, devido aos altoscustos de transporte que acarretaria e escassez de reas livres.Com a expanso urbana, as reas livres precisam ser reservadas parausos mais nobres, como a construo de casas e parques, entreoutros.

    Na cidade de So Paulo, existem dois aterros sanitrios pbli-cos para resduos domiciliares - o Aterro Bandeirantes e o Stio So

    Joo - alm de um para resduos inertes - o Aterro ltatinga.

    coleta seletiva uma operao que facilita o reuso, oreaproveitamento e a reciclagem dos materiais presentes no lixo.

    Consiste em coletar separadamente os materiais reciclveis pre-sentes no lixo, aps o descarte seletivo realizado pela populao. A cole-ta seletiva pode ser:

    . porta-a-porta: os materiais reciclveis so previamente separados ecolocados, em dias determinados, para ser recolhidos das residncias;

    . sistema P.E.V. - Postos de Entrega Voluntria: conteineres espec-ficos para recolher os materiais reciclveis levados pela populao. EssesPEVs podem ser colocados pelo servio municipal de coleta em vias p-

    blicas de grande circulao ou onde for necessrio. Outros tipos de pro-gramas de coleta seletiva, por exemplo, em escolas ou em empresas pri-vadas, tambm podem utilizar esse sistema;

    . mista:quando os dois sistemas - porta-a-porta e PEVs - coexistem.

    Os professores, com certeza, conhecem muito bem essaatividade, bastante disseminada nas escolas e outras iniciativascomunitrias, e que deu corpo a vrios projetos escolares, muitosdos quais no deram certo e outros que colheram bons resultados.

    Desenvolvida como um fim em si mesma a coleta seletiva nopode funcionar bem, porque ela fase de um processo.

    Assim, um princpio bsico, fundamental, garantir previa-mente a colocao ou venda do material coletado. Muitos projetosforam interrompidos justamente porque no houve esse planejamento.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    25/100

    Na Favela do Iguau, na Vila Industrial, zona leste da cidade, existe um compartimento frioe mido, feito de concreto, construdo para se jogar lixo atravs de trs buracos. Pois esselugar est abrigando gente que entra ali durante a noite e dorme empilhada, agarrada acachorros para se aquecer. At 20 pessoas, entre crianas, jovens e adultos, freqentamesse buraco em condies sub-humanas: quase no falam e tm medo de quem tenta seaproximar. Violncia, brigas e mortes fazem o cotidiano desses miserveis que perambulamdurante o dia e se jogam em estado de torpor ali dentro, at a manh do dia seguinte.

    Fonte: Jornal da Tarde, 16.6.96 - SP

    Sobravam sacos enormes cheios de garrafas, vidros, plsticos epapis, cujo nico destino era os caminhes de lixo comuns e a descar-ga nos aterros. A escola envolvida, alm de no conseguir promover avenda, no alcanou o objetivo principal, que era a formao e conso-lidao de uma nova conscincia ambiental.

    As operaes tm de ser integradas e o aproveitamento precisalevar em conta o mercado para venda ou colocao do material. Seno houver articulao entre a separao do material reciclvel e adestinao para as indstrias recicladoras, de nada adiantar um bom

    projeto de coleta seletiva.

    de fundamental importncia, ainda, saber qual a qualidade equantidade mnima que o comprador se dispe a adquirir e se a escola o espao mais adequado para armazenar o material at a data da

    entrega ou recolhimento. Para evitar risco de interrupo do projeto,deve-se mobilizar a comunidade escolar apenas depois de resolvidasessas questes.

    Como instrumento de educao ambiental, a coleta seletiva signi-fica uma oportunidade de estabelecer um primeiro contato com tudoaquilo que virou lixo. Vai ser necessrio limpar o material, separ-lo dosrestos de comida e produtos txicos ou contaminados, e discutir sobre asua utilidade para reuso, reaproveitamento ou reciclagem.

    Quanto essa questo de limpar, ou melhor, lavar o material, hque discutir o trabalho no computado envolvido nessa tarefa e tambmo gasto de gua potvel envolvido na operao.

    O reuso uma operao simples. Todos ns j participamos delaao descobrir uma utilidade para materiais que poderiam virar lixo. Quan-do utilizamos um pote plstico de sorvete ou de margarina para acondi-cionar alimentos que vo para a geladeira, estamos praticando o reuso.H outros milhares de exemplos, como transformar latinhas em vasos de

    plantas, vidros de conservas para guardar outros alimentos etc..

    O reaproveitamento uma etapa muito rica para estimular acriatividade, para rever conceitos e encarar preconceitos. Fazer peas

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    26/100

    e objetos com material de segunda mo leva a questionar oexcessivo valor dado s coisas novas; A e objetos commaterial de segunda mo leva a questionar o excessivo valordar s coisa novas; questiona o comportamento de massa em

    que todos obedecem especificao de uso determinada pelofabricante; caminha na contramo do descartvel e privilegia aconservao. Por exemplo, a reforma de mveis e roupas etc.

    A reciclagem caracteriza-se por operaes de transfor-mao de certos materiais, como os plsticos, vidros, papis emetais, em matria-prima para a produo de coisas novas. Atransformao de matria orgnica em composto, j comenta-da anteriormente, uma forma de reciclagem. Outra iniciativa

    bastante simples a reciclagem de papel artesanal. Estas duasltimas atividades podem ser facilmente realizadas em escolas

    ou at em casa.Enfim, a coleta seletiva utilizada como instrumento deeducao ambiental surtir efeito apenas em situaes em quehaja um trabalho de conscientizao, mostrando como osmodos de produo e de consumo tm tornado os recursosnaturais cada vez mais escassos, colocando em risco a sobre-vivncia da nossa gerao e das futuras.

    A conversa de repente empacou. O seguinte: atonde o que voc joga fora ainda lhe pertence. Oque sai de sua casa, por deciso sua, claro que sedesprende de sua propriedade e de sua posse. Sim,o caso comeou a partir do episdio do lixo naCasa da Dinda. A lata de lixo sua. Voc com-prou e pagou. Mas e o que est dentro dela?Dejeto, voc botou fora.Pode parecer uma questozinha de nada. Revira-da de um lado e outro, a controvrsia jurdica acen-deu a polmica na roda. Est ainda sob a minhajurisdio, disse o que defendia a propriedade da

    lata e do respectivo contedo. No, senhor, disseo outro. A partir do momento em que a lata estfora da sua casa, perdeu o vnculo. J no temproprietrio.Um terceiro demonstra que a jurisdio no caso da empresa que recolhe o lixo. No Rio, ser aComlurb. Sim, mas s a partir do momento emque o recolhe. Se est na lata, do dono da lata.No, no, no. Nada disso. Veja o lixo milionriode Nova York. Voc pode montar um apartamentoa partir do que o cidado deixa fora. Tem sof,poltrona, o escambau. Tem at computador. Brin-

    quedo, nem se fala. Automvel tambm vai parao lixo. Sobejos no tm dono.De Nova York o bate-papo voou para Londres.

    De Londres entrou pela Bblia. Ningum se lem-brava direito da citao evanglica, a das miga-lhas que caem da mesa do rico. Mas a j o de-bate enveredava por um caminho imprevisto. Ede novo entrou em casa. Vamos voltar ao princ-pio: o que est fora da sua casa, na sua lata delixo, seu ou no ? Depende.Suum cuique.Vale o latim. Se uma carta, ser sempre sua.Digamos que voc deixa cair na rua uma carta deamor. Por que a perdeu, deixa de ser sua?At onde remexer o lixo alheio significa invasoda intimidade - aqui est o buslis. Um co ou um

    gato podem fuxicar o que quiserem. E um repr-ter no pode? O dono da carta, ou da bula doremdio que se cuide. Compre um triturador depapis. Nenhum lixo sigiloso. Foi a que sugerique se comeasse pela definio do que lixo.No plano conceitual que a conversa de novopegou fogo. E tomou rumo ignorado.

    Otto Lara ResendeEscritor e membro da Academia Brasileira de Letras

    Fonte: extrado do livro Transformando e Recriando os Res-tos: O Lixo Passado a Limpo. Secretaria da Cultura da Presi-dncia da Repblica, Instituto Brasileiro do Patrimnio Cultu-ral, Pao Imperial. Rio de Janeiro. 1992.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    27/100

    Lixo: ondeest oresponsvel?

    responsabilidade global

    odos somos responsveis: o cidado comum, o educador, o in-dustrial, o comerciante e os representantes do poder pblico.Cada um conforme a funo que ocupa na sociedade.

    Dizemos, ento, que h instncias, nveis de responsabilidade;porm, seja qual for o nvel, a questo do lixo exige conhecimen-to, comprometimento e mudana de atitudes, uma vez que tor-nou-se um problema ambiental, um fator de poluio a necessitarde novas estratgias para sua soluo.

    sse nvel de responsabilidade est nas mos de quem atuanuma esfera planetria de decises, numa esfera de quemestabelece metas mundiais para resoluo dos problemas,

    metas essas elaboradas por representantes dos diferentes pases,em encontros e congressos internacionais.

    O primeiro evento dessa ordem aconteceu em 1972, emEstocolmo, Sucia, seguido por outros dois, em Belgrado (l975)e em Tbilisi na Gergia (ex-URRS), em 1977.

    Vinte anos depois, no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, foidado mais um passo, com a conferncia conhecida como Rio 92,que gerou um documento chamado Agenda 21. Esse documentoreuniu e sistematizou todo o resultado da Conferncia das Na-es Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento e passoua nortear as polticas mundiais em defesa do ambiente, incluindonesse ambiente o Homem.

    O Captulo 4, Seo I aponta para a necessidade de mudar ospadres de consumo no Ocidente, tanto em pases desenvolvi-

    dos, quanto naqueles em desenvolvimento, porm, com sistemaseconmicos semelhantes. O Captulo 21, Seo II aborda aquesto do lixo em quatro vertentes: reduo; uso repetido e

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    28/100

    responsabilidade do

    poder pblico: federal,

    estadual e municipal

    reciclagem; tratamento e despejo ambientalmente saudvel; e amplia-o dos servios. Um resumo desses captulos pode ser encontradono Captulo 3 deste Guia.

    Mais recentemente, em junho de 1996, aconteceu em Istambul,

    Turquia, a Conferncia Mundial Habitat II, cujos princpios foram aigualdade, a erradicao da pobreza, o desenvolvimento sustentvel, afamlia, a qualidade de vida, a cidadania e a responsabilidade dosgovernos, as parcerias, a solidariedade, e a coordenao e coopera-o internacionais.

    A questo do lixo urbano fez parte das discusses, havendo arecomendao de colocar o Cap. 21, Seo II, da Agenda 21 em prtica.

    o h dvida de que h uma ligao irremovvel entre lixo e

    sade pblica. Nesse aspecto a Unio no legisla tendo o lixocomo objeto e sim tendo o ambiente e a sade como foco,traando somente normas gerais e linhas mestras. A partir delas

    que o poder estadual edita regras prprias, mais especficas e deacordo com a realidade de cada Estado. Assim, leis federais e esta-duais balizaro a competncia dos municpios, aos quais cabe a orga-nizao e execuo dos servios de limpeza pblica, coleta, tratamen-to e destinao do lixo.

    Cada esfera de poder tem liberdade para legislar de modo maisdetalhado e restritivo em relao esfera superior, porm, nunca de

    forma mais branda ou menos exigente. No Captulo 3, esto relacio-nadas vrias leis das trs esferas de poder, sobre a questo do lixo.

    Legislao federal

    O poder federal, quer dizer, a Unio, realizou muito pouco,desde que foi aprovado o Cdigo Nacional de Sade, em 1961.Alm do que j foi dito, Unio compete, ainda, definir a polticaindustrial do pas, de onde decorrem as questes de poluioambiental por resduos gerados pelos processos de produo.

    Desde 1980, temos a lei federal 6.938, que dispe sobre aPoltica Nacional de Meio Ambiente, que ainda no foi regulamentada.

    Legislao estadual

    Quanto legislao sobre o lixo, o Estado tambm preocupa-se mais com as questes ligadas sade e meio ambiente. Em ambi-entes conurbados e regies metropolitanas a destinao do lixoextrapola o carter local e portanto poderia ser legislada, controlada eoperada pelo Estado. Sendo a instncia fiscalizadora dos municpios

    nessa questo, todos os Estados probem disposio de lixo a cuaberto tratam do lixo industrial, de lixo txico e contaminado, eprobem alimentar animais com lixo in natura.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    29/100

    responsabilidade

    da indstria e

    do comrcio

    Cabe Secretaria de Estado do Meio Ambiente e aos rgos que com-pem o SEAQUA-Sistema de Administrao da Qualidade Ambiental, Prote-o, Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente a Uso Adequado dosRecursos Naturais, a tarefa de fiscalizar e controlar o manejo, o tratamento e asformas de destinao final dos resduos slidos urbanos: industrial, domiciliar ede servios de sade. No Estado de So Paulo, a Cetesb tem exercido essafuno. ela que tem a tarefa de conceder o licenciamento ambiental para funcio-namento das unidades de disposio final do lixo. Existem diversos projetos delei sobre o assunto tramitando na Assemblia Legislativa. Com o objetivo deconciliar esses projetos, foi instituido no mbito da Comisso de Meio Ambien-te da Assemblia um grupo suprapartidrio com a misso de elaborar um

    projeto nico que integre os demais, acolhendo contribuies de rgos doPoder Executivo e da sociedade civil.

    Legislao municipal

    O municpio, atravs da Prefeitura e de suas Secretarias, com base nasdecises federal e estadual, legisla sobre a operacionalizao dos servios,fixando normas sobre acondicionamento, coleta, transporte e destinao final dolixo domiciliar e resduos dos servios de sade, varrio de ruas e praas, pormeio de um instrumento chamado cdigo de limpeza urbana.

    No caso do municpio de So Paulo, a Lei Orgnica de 04 de abril de1990 estabeleceu a possibilidade do municpio gerenciar os servios de limpeza,de coleta e destino do lixo, por meio de parcerias, concesses e permisso a

    empresas ou terceiros. A condio para que isso acontea que os parceirosse enquadrem nos padres de eficincia e respeitem os princpios da qualidadede vida e da defesa do meio ambiente.

    Alm disso, mencione-se a edio da Lei 13.478/02, que dispe sobre areorganizao do Sistema de Limpeza Urbana no municpio de So Paulo, einstitui a Taxa de Resduos Slidos Domiciliares com o objetivo, entre outros,de incentivar a Coleta Seletiva.

    m vista do tipo de resduos que geram e da quantidade de lixo que des-cartam, a estes segmentos da sociedade cabe no somente a coleta edestinao final do lixo gerado, mas tambm a busca de solues tcnicas

    para reduzir o desperdcio, aproveitar ao mximo os materiais, praticar o reuso, oreaproveitamento e a reciclagem de sobras.

    No podemos esquecer-nos de que o lixo, apesar de problema antigo,atualmente tem uma cara nova. Cada vez fica mais claro que os setores industri-al e comercial, cujos negcios induzem gerao crescente de lixo devemassumir um papel mais ativo na resoluo do problema. Em 1990, a cidade deSo Paulo produzia em torno de 10 000t/dia. Hoje, produz 14.000t/dia.

    Para esses importantes setores da economia, a cidadania pode ser exercida

    pelo esforo de gerar produtos ambientalmente mais adequados, colaborandoassim com as metas ambientais do Pas. Valendo-se de sua fora poltica e finan-ceira pode tambm influenciar a municipalidade e contribuir para que ela se adapteas necessidades que o crescimento das cidades exige.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    30/100

    responsabilidade

    da escola

    esenvolver nos alunos uma nova atitude em relao aos bens danatureza e despertar o respeito para com toda e qualquer mani-festao de vida so as bases para o florescimento de aes de

    proteo a esses mesmos bens. Isso pode acontecer por meio daobservao dos processos biolgicos, e a delicadeza e o cuidado ao

    interferir nesses processos. Pelo contato direto, com experincias concre-tas e informaes tcnicas, a escola vai construindo um cidado consci-ente da sua posio na natureza e dos limites ticos da sua interveno.Esse trabalho fundamental. E no importam tanto os resultados, massim o fato de oferecerem um instrumental que permite ao aluno experi-mentar e vivenciar os problemas. Nesse sentido, as aes ambientais nodevem ser encaradas como meta final da educao, mas como meios.

    Por exemplo, a atividade da coleta seletiva, to comum nas iniciati-vas escolares, no um fim em si mesma. Ela serve para que os alunosentrem em contato com a quantidade e o tipo de lixo gerado no seu

    meio, e reflitam sobre seus hbitos e padres de consumo.

    Eventos para festejar datas comemorativas do calendrioambiental devem ter sentido de celebrao, vlida e necessria, de algoque faz parte da vida, que vivenciado o tempo todo.

    Juntar latas para ser vendidas pela Associao de Pais e Mestres,alm de significar s vezes uma soluo para as dificuldades econmico-financeiras da Escola, pode transformar-se num timo instrumento deatuao para a educao ambiental.

    No caso do lixo, o que importa desenvolver atitudes solidrias ecoletivas, fundamentadas em conceitos como a reduo do consumo e dodescarte, a escolha de embalagens menos poluidoras, a valorizaodaquilo que se adquire e o cuidado com a sua conservao. Acriatividade ao reaproveitar o que no serve mais para a sua funooriginal, se for estimulada, pode incentivar o gosto pela confeco demuitos objetos teis para a prpria escola, para a comunidade e para a

    populao carente do entorno.

    Papel - em lugar mido, leva trs meses para sumir. Se o papel for do tipo absorvente leva vrios meses.Jornal - pode permanecer por dcadas intacto.Fsforo de madeira - o processo lento, podendo demorar cerca de seis meses.Miolo de ma - em clima quente, demora seis meses; em clima mais ameno, pode demorar um ano.Cigarro com filtro - pode demorar de 1 a 2 anos para se decompor.Cigarro sem filtro - se jogado no campo, leva quatro meses para sumir; se a bituca for jogada no asfalto, leva mais tempo.Chiclete - como a goma contm resinas naturais e artificiais, alm do acar, o processo pode demorar at 5 anos.Lata de ao - desintegra-se em uns 10 anos, convertendo-se em xido de ferro.Lata de alumnio - no se corri nunca. Ateno: boa parte dos refrigerantes vendida em latas de alumnio!Plstico - decomposio estimada em 100 anos.

    Vidro - no se biodegrada. Pela eroso e ao de agentes qumicos, uma pea de vidro pode desintegrar-se em cerca de4.000 anos.

    Fonte: Folheclogo - Edio Especial 3, sries A e B - Colgio Braslia. Profa. Maria Anglica.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    31/100

    responsabilidade do

    cidado

    Lixo, sade

    pblica e

    qualidade de

    vida

    Dana T.N. Conversanie Vera Lcia F. deCamargo Neves

    ndividualmente, o primeiro passo reconhecer que voc tem aver com o lixo da sua casa, do lugar onde trabalha e da sua ruatambm. Jogar o lixo no lugar certo, reusar ou reaproveitar os

    produtos que ainda podem ter alguma utilidade, escolher produtos semembalagem ou com embalagens biodegradveis, dar destino corretoao entulho e reagir ao desperdcio so formas silenciosas de exercer acidadania plena e de educar atravs do exemplo.

    Um indivduo torna-se cidado ao perceber que existem proble-mas comuns a mais pessoas; ao descobrir que tem, enquanto membro dasociedade, direitos e deveres; ao criar mecanismos de expressar publi-camente suas opinies e, finalmente, quando entende que preciso

    juntar foras coletivamente para realizar mudanas significativas.

    O interesse e a participao de cada pessoa em relao aosproblemas ambientais da cidade, da regio e do bairro onde mora,bem como as solues nascidas do esforo comunitrio so neces-srias, para que a comunidade ganhe conscincia e forme opiniosuficiente para se fazer ouvir. Isso vai permitir pressionar o poder

    pblico para que responda aos problemas ambientais com iniciati-vas que garantam um ambiente mais adequado para todos.

    ocupao urbana desordenada que vem ocorrendo em nossos

    dias tem causado desmatamentos, acmulo de grande quanti-dade de lixo e assoreamento dos rios, representando fatoresde riscos crescentes sade e vida da populao.

    A vida urbana precisa ser entendida como um processo de co-responsabilidade entre autoridades governamentais e comunidade emgeral, no qual a melhoria do ambiente e da qualidade de vida depen-dem de prticas individuais e coletivas, prticas essas que iro contri-

    buir diretamente para a proteo da sade e preveno de doenas.

    Assim, sade e doena devem ser entendidas a partir de umaabordagem ampla, e encaradas como um processo contnuo, no qual ofator social fundamental. As causas dos fenmenos no se restrin-gem aos agentes biolgicos capazes de causar doenas, como osvrus, as bactrias, os protozorios, os vermes e outros. Muitasdoenas provenientes da degradao do ambiente esto relacionadascom o acmulo de lixo. Os governos municipais so responsveis pormanter reas pblicas limpas, e a comunidade, por manter o sanea-mento domiciliar. Mas o que se constata, muitas vezes, o descaso deambos em adotar medidas que melhorem o ambiente em que vivem.

    Tal situao contribui para o aumento do risco e da disseminao dasdoenas.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    32/100

    lixo orgnico

    Doenas veiculadas por ratos

    Leptospirose: causada por uma bactria denominada Leptospirainterrogans.Sintomas: os sintomas e a gravidade variam de pessoa para pessoa,no entanto, casos no tratados podem ser fatais.Os principais so:

    * dor de cabea, febre, dores musculares, conjuntivite, nuseas,vmitos e diarrias;

    *pequenos pontos avermelhados na pele, bem como a presenade sangue nas fezes;

    * e, em casos graves, comprometimento do fgado e dos rins.

    sse tipo de lixo d origem criao de insetos e outrosanimais incmodos e nocivos sade. Devido ao processonatural de decomposio e putrefao da matria orgnica

    vegetal e animal, torna-se um meio propcio para o desenvolvi-mento de bactrias e fungos.

    O contato do homem com esses seres vivos torna o lixoorgnico um fator que permite a multiplicao dos agentes causa-dores de doenas como as salmoneloses, as shigheloses e outras

    bacterioses veiculadas mecanicamente pelas patas e cerdas dosinsetos que vivem nesse ambiente, principalmente as baratas e asmoscas. Outro problema decorrente a criao de ratos - fontede vrios agentes causadores de doenas, que atualmente so osresponsveis por grandes males nos centros urbanos.

    Atualmente, calcula-se que em torno de 45% do montante de todo o lixo urbano consiste em material nodegradvel, principalmente embalagens, que no param de crescer, na proporo em que aumentam asofertas de produtos descartveis e de hbitos de consumo decorrentes.Com a variedade enorme de produtos similares, o modo encontrado para chamar a ateno do pblico foi odestaque atravs da embalagem. Sacolas que guardam caixinhas que vm envolvidas em papel celofane, aoserem abertas, ainda tm papel de seda embrulhando o objeto. Papel celofane envolve uma caixa que abertacontm trs caixinhas menores, tambm envolvidas em papel celofane; dentro de cada uma, um papel alum-nio embrulha o produto. E centenas de outros exemplos, contendo invlucros de madeira, plstico, metal etc..E d para entender que numa era da imagem, como esta em que vivemos, a fora do visual seja muito gran-de; no se pode negar o aspecto esttico, o componente artstico que envolve as embalagens, suas cores,formas e materiais agradveis ao tato e viso. Mas no se pode negar tambm que o desenvolvimento das emba-lagens, at o momento, desconsiderou o efeito que causariam sobre o ambiente ao se transformarem em lixo.Agora, preciso, tanto para quem fabrica, como para quem compra, tomar conscincia de que a embalagem,

    alm de ser atrativa, precisa ser biodegradvel, reutilizvel, reaproveitvel ou reciclvel. Caso contrrio, sernecessrio abrir mo da beleza e consumir produtos no embalados. Por enquanto, a reciclagem significa umaforma de reduzir esse tipo de lixo, desde que existam sistemas e incentivos econmicos para viabiliz-la.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    33/100

    O lixo descartvele a dengue

    Modo de transmisso: os ratos infectados contaminam o ambienteatravs da urina. O homem, ao entrar em contato com esse meio, podeser contaminado, pelo simples contato da pele com a gua contaminada,durante as enchentes, ou pela ingesto de alimentos ou gua que contma bactria.

    Medidas preventivas* Manter as margens de crregos e rios limpas.* Manter bueiros desentupidos para evitar as enchentes.* Proteger os grupos de risco, como os trabalhadores da limpeza

    pblica.* No juntar lixo em casa ou no quintal.* Evitar nadar ou lavar roupa em guas suspeitas de contaminao.

    Peste: causada pela bactria Yersinico pestis, transmitida indireta-mente atravs da pulga do rato, quando, aps sugar o sangue de umanimal doente, entra em contato com a pele do homem.

    Tifo murino: o agente aRichettisia typhi e a transmisso ocorreindiretamente, atravs das fezes de pulga contaminada por rato, que,ao picar o homem, defeca no local.

    Salmonelose: o agente a bactria do gnero Salmonella sp. e a trans-misso ocorre atravs de alimento contaminado pelas fezes do rato, direta

    ou indiretamente. Neste ltimo caso, vetores mecnicos, como baratas emoscas, transportam o agente causador da doena em suas patas ou cerdasat o alimento e ali o deixam ao pousar sobre ele.

    roveniente da sociedade de consumo, o que se pode chamar delixo limpo. So os recipientes inservveis, materiais de construo,equipamentos etc., que se tornam abrigo propcio para a criao

    de ratos, aranhas, escorpies e vrias espcies de mosquitos(pernilongos) que, alm de incmodos, podem ser vetores de vrias

    doenas. Dentre elas destaca-se a dengue, no momento, uma dasprincipais doenas que vm preocupando as autoridades e a populao,devido ocorrncia de epidemias em vrios estados, inclusive em SoPaulo.

    A dengue uma doena infecciosa, febril, aguda, causada por umarbovrus do gnero flavivirus. Sua transmisso s pessoas d-se atra-vs da picada de mosquitosAedes aegypti infectados.

    Sintomas e sinais

    A dengue clssica manifesta-se por febre, dor de cabea, dornos olhos, nas articulaes e nos msculos, nuseas, vmitos, man-chas avermelhadas na pele e pequenas hemorragias, em certos casos.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    34/100

    Na dengue hemorrgica, os sintomas iniciais so semelhantes, masrapidamente transformam-se em manifestaesde gravidade varivel, podendo levar morte.

    Tratamento e medidas de controleNo existem medicamentos especficos e no h vacina, portanto,

    as medidas de preveno baseiam-se na vigilncia epidemiolgica evitando a disseminao do vrus, uma vez que o ser humano fonte deinfeco e no controle mecnico.

    Medidas de controle do mosquitoExistem a forma qumica e a mecnica de controle. Esta

    ltima, que destacamos, visa impedir o acmulo de gua em recipi-entes, constituindo-se na sua remoo ou na alterao de suas

    condies, de maneira a no permitir a proliferao de mosquitos.

    Principais procedimentos. Todos os recipientes sem utilidade para o morador devem serremovidos, acondicionados em sacos de lixo e dispostos para coletarotineira realizada pelas prefeituras municipais.. Se o recipiente ainda for til, ou na impossibilidade de remov-lo,deve-se coloc-lo em posio que no acumule gua e transferi-lo

    para um local onde fique protegido de chuvas ou de qualquer outrafonte de gua. Pode-se optar por fur-lo em vrios pontos, de forma

    a impedir o acmulo de gua.. Deve-se colocar tampa nos reservatrios de gua. Vale lembrarque muitos desses recipientes prestam-se reciclagem.

    O que fazer com alguns utenslios que podem tornar-secriadouros do mosquito da dengue

    . Vaso de plantas ou de flores com gua: plantar na terra ou lavar ovaso com bucha. Recolocar as plantas ou flores e acrescentar areiagrossa e mida at a borda, ou gelatina apropriada para a sua con-

    servao.. Prato de xaxim: adicionar areia grossa at a borda.. Oco de rvores: preench-lo com areia grossa ou terra.. Aqurio: mant-lo telado, porque nem todos os peixes se alimen-tam das larvas.. Bebedouro de animais: lav-lo com bucha, a cada trs dias.. Poo de gua: quando em uso, mant-lo bem tampado, no permi-tindo frestas. Quando desativado, aterr-lo.. Filtro ou pote de gua: mant-lo bem fechado e, no caso de en-contrar larvas em seu interior, lav-lo com bucha imediatamente.

    . Garrafa vazia, balde, bacia e afins: guardar emborcada ou seca, emlocal ao abrigo da chuva.

    . Lata, plstico, pote de iogurte, garrafa descartvel, frasco em

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    35/100

    Lixo: o que

    fazer, afinal?

    geral, casca de coco, sapato velho, brinquedo quebrado: dispor no sacode lixo e nunca lanar em terrenos baldios.. Caco de vidro em muros: deve-se quebrar aqueles que possamacumular gua.

    .Pneu usado: guard-lo seco, em local coberto ou embaixo de lona ou

    plstico.. Pneus utilizados para balano: devem ser furados em sua parteinferior para no acumular gua.. Ralo: mant-lo limpo e telado, fechado, ou com desinfetantes.. Materiais de ferro velho, de desmanches, de oficinas mecnicas ede construo, que possam acumular gua: mant-los secos e emlocal coberto.. Poo de elevadores de edifcios em construo, que contenhamgua: o responsvel pela obra deve providenciar o esgotamento dagua atravs do sistema de bombeio local.. Calha de gua: limp-la sempre que a gua no esteja com bomescoamento.

    egundo Ariane Kuhnen, autora do livroReciclando o cotidiano:representaes sociais do lixo, duas alternativas pblicas podemminimizar o impacto ambiental causado pelo lixo: o

    redimensionamento e a adequao, tanto dos processos de produo,

    quanto do comportamento de consumo, e a reciclagem.

    A primeira alternativa diz respeito ao fato de que qualquer trans-formao dos bens naturais cria lixo vrias vezes: desde a retirada damatria-prima da natureza, passando pela produo e uso, at a horaem que o produto no serve mais e jogado fora.

    O excesso tambm significa lixo, da o cuidado em dimensionar aproduo em relao sua real necessidade de distribuio, e noapenas considerando fatores como economia de dinheiro, mo-de-obra

    e outros recursos.

    Na escola, o planejamento precisa levar em conta um clculopreciso e enxuto, para evitar a produo exagerada de material didti-co, cpias xerox, duplicao de documentos, cartazes e folhetos.

    J existem indstrias que aproveitam os resduos umas das outras.

    Quanto ao comportamento de consumo j tratamos dessaquesto neste Guia. Apenas reforando algumas idias, realmente o

    trabalho prioritrio da educao ambiental situa-se na substituiode hbitos consumistas por uma atitude mais consciente em relaoao ambiente e sua degradao. E essa transformao deve levar

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    36/100

    reduo do consumo excessivo ou desnecessrio de produtos de difcilabsoro pelos processos da natureza.

    Quanto minimizao da produo de lixo existe o conceito dos3 Rs - reduo, reutilizao e reciclagem - que vem sendo praticado

    por vrios pases, na abordagem da questo de embalagens e outrosartigos que compem a parte slida do lixo urbano.

    As solues para reduzir o lixo depois de produzido vm sendoexperimentadas intensamente em diversos pases e no Brasil tambm.Em So Paulo, contamos com vrias associaes que renem empresasde reciclagem especializadas em determinados tipos de material e quefornecem informao e suporte para escolas e cidados que queiram

    dedicar-se a essa tarefa. No Captulo 3, so fornecidos os endereospara contato, alm de referncias da vasta literatura tcnico-didticainfanto-juvenil e adulta sobre o assunto.

    E para terminar este captulo resumiremos a melhor de todas assolues: a preveno. No caso do lixo, traduz-se, como j foi citado,

    pela reduo das sobras em todas as atividades humanas. Em nveldomstico, significa adquirir e usar somente aquilo que vamos poderconsumir, aquilo de que precisamos. Significa escolher produtos com omnimo de embalagens, ou com embalagens biodegradveis. Em termos

    da produo, de modo geral, trata-se de minimizar a gerao de resdu-os em todas as etapas do ciclo de vida dos produtos, desde o primeiropasso que a extrao da matria-prima. Nesta e nas etapas seguintes- produo, uso e descarte - h decises a tomar no sentido de econo-mizar, alm dos bens naturais, os recursos financeiros e humanos.

    Na verdade, trata-se de adotar o conceito de consumo sustent-vel, que respeita a capacidade da natureza de suportar, de absorver osresduos decorrentes. Significa um limite na quantidade, e at a exclusode certos tipos de material. Restringe a liberdade total do indivduo em

    favor de um bem maior, que vai garantir as condies necessrias vidahumana neste planeta, para a atual e para as futuras geraes.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    37/100

    O que fazer para REDUZIR. Evitar empacotamentos desnecessrios, trazendo sua prpria bolsade compras.

    . No comprar embalagens descartveis de refrigerantes e outrasbebidas, por exemplo, quando houver alternativa de embalagensretornveis (refrigerantes, outras bebidas).

    . Preferir produtos com embalagens reciclveis.

    . Comprar sempre produtos durveis e resistentes, e alimentos frescos,no embalados.

    . Planejar bem suas compras para no haver desperdcio.

    . Assinar jornais e revistas em conjunto com outras pessoas.. Evitar produtos descartveis.. Diminuir o uso de plsticos.

    . Sempre que possvel, substituir o papel comum por papel reciclado.

    . Usar papel higinico no colorido, sem corantes, feito de papelreciclado.

    O que fazer para REUTILIZAR

    . Separar sacolas, sacos de papel, vidros, caixas de ovos e papel deembrulho que podem ser reutilizados.

    . Usar para rascunho o verso de folhas de papel j utilizadas.. Utilizar coador de caf no descartvel.

    . Pensar em restaurar e conservar, antes de jogar fora.

    .Doar roupas, mveis, aparelhos domsticos, brinquedos etc., que pos-sam ser reaproveitados por outros.

    . Levar seu lanche ou almoo em recipientes reutilizveis (marmita) eno em invlucros plsticos.

    . No jogar no lixo aparelhos quebrados: podem ser vendidos ao ferrovelho ou desmontados, reaproveitando-se as peas.

    . Caixas de papelo ou plstico sempre so necessrias em casa. bom guard-las, mesmo que no tenham uso imediato.

    O que fazer para RECICLAR

    . Fazer compostagem domstica com os restos de jardim e de cozinha.

    .Separar materiais reciclveis (papel, vidros, metais e plsticos) para:a) entreg-los aos programas de coleta seletiva que esto sendo im-

    plantados em vrias cidades;b) vend-los a comerciantes de sucata.

    Fonte: Livro Terra: O corao ainda bate

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    38/100

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    39/100

    s atividades aqui publicadas devem-se colaborao dos

    professores de escolas pblicas, particulares e autores de

    publicaes especializadas. A inteno, ao selecionar e

    adaptar esses exerccios, foi a de oferecer aos educadores um

    ponto de partida, um exemplo prtico, que os oriente e anime a

    criar dentro da sua disciplina, e em conjunto com outras reas,

    exerccios, experincias e atividades que ampliem o conheci-

    mento a respeito dos processos e etapas por que passa o lixo.

    Somente o conhecimento pode abrir caminho para a

    conscientizao geradora de novas atitudes frente ao consumo

    irresponsvel.

    Esperamos que a presente publicao possibilite esse conheci-

    mento. Ficam os professores, no entanto, com toda a liberdade

    de aproveitar o material da melhor maneira que lhes parecer.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    40/100

    Lixo: um problema do sculo XX

    Objetivos

    Material necessrio

    .Desenvolver umaatitude poltica sobre o

    problema que o lixo traz.

    .Relacionar as proprie-dades da matria com a

    utilizao do lixo.

    . Reconhecer a importn-cia da reciclagem do lixo.

    udinammetro por aluno

    ubalana

    u35 sacos de lixo de

    20 litros cada

    uEtiquetas

    Conceitos a serem trabalhados. Lixo domiciliar. Coleta seletiva. Propriedades da matria. Ao do lixo sobre o ecossistema. Reciclagem do lixo. Lixo biodegradvel e no biodegradvel. Ciclo biogeoqumico da matria. Educao e participao

    Sugesto de disciplinasFsica, qumica, biologia, portugus, histria, geografia

    GrauEnsino mdio

    Procedimentos. Separar previamente 5 sacos de lixo por dia, devidamente

    etiquetados, destinando um para cada tipo de material: matriaorgnica, vidro, metal, plstico, papel.

    . Orientar todas as pessoas da casa para que, durante todo o dia,joguem o lixo no respectivo saco.

    . noite, fech-los e pes-los com o dinammetro. Anotar a massade cada saco, em quilos, na primeira linha da tabela. Agora, voc

    j pode jog-los fora.. Indicar, a cada dia, a origem do resduo mais abundante. Por

    exemplo:plstico: garrafa de refrigerante ou embalagem de...metal: latas de...vidro: refrigerante, material de limpeza, vinho.

    . Repetir o mesmo procedimento todos os dias, at terminar asemana.

    . Trazer sua tabela inteiramente preenchida para a primeira aula delaboratrio de fsica, na semana seguinte.

    . Com a orientao da professora, sero somados os subtotais detodas as tabelas da classe.

    . Considerando o resultado dessa soma igual a 100%, calcular ospercentuais de cada tipo de lixo.. Elaborar, sob orientao da professora, algum tipo de grfico

    representativo da quantidade de cada tipo de lixo, por classe.

    . Reunir, em classe, equipes de alunos para discutir certos padres decomportamento quanto acomodao (pelas famlias) do lixodomstico, competncias do municpio, do estado e do cidado.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    41/100

    Os dados obtidos em classe podero ser trocados com os dos alunosde escolas de outras cidades, dos estados e/ou de outros pases, porcorrespondncia ou via Internet, se houver esse recurso disposio.Para isso, o professor dever orientar os alunos a fazer um relatrio

    objetivo desse intercmbio. O resultado desse contato ser divulgadona comunidade.

    Nessa etapa, o professor far anlise dos dados apontando assemelhanas e diferenas encontradas.

    (Adaptada de uma atividade desenvolvida pelo Colgio Bandeirantes)

    Tabela da Classe (em kg e %)

    Matria orgnica Vidro Metal Plstico Papel

    Subtotal dasemana

    Percentualda classe

    Tabela do Aluno (em kg)

    Matria

    orgnica Vidro Metal Plstico Papel Origem do material mais abundante__________________ ______ ______ _______ ______ ____________________________

    Segunda___________ ______ ______ _______ ______ ____________________________

    Tera_____________ ______ ______ _______ ______ ____________________________

    Quarta____________ ______ ______ _______ ______ ____________________________

    Quinta____________ ______ ______ _______ ______ ____________________________

    Sexta_____________ ______ ______ _______ ______ ____________________________Sbado____________ ______ ______ _______ ______ ____________________________

    Domingo__________ ______ ______ _______ ______ ____________________________

    Subtotal

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    42/100

    lixo, sade e qualidade de vida

    Objetivos

    Aproximar o aluno, intelec-

    tual e praticamente, da

    situao de sade da

    populao da sua regio ou

    bairro, capacitando-o para

    uma participao concreta,

    atravs de um levantamen-

    to de dados sobre as

    condies sanitrias da

    regio, municpio ou bairro.

    Conceitos a serem trabalhados

    . Sade pblica. Qualidade de vida

    . Saneamento bsico

    . Educao e participaoSugesto de disciplinasHistria, geografia, cincias, portugus

    Grau6 a 8 sries do ensino fundamental e todo o ensino mdio

    Procedimentos. Levantamento de dados sobre as condies sanitrias do municpio

    ou bairro, incluindo, entre outros:- abastecimento de gua;- coleta de lixo;- condies de habitao;- fontes de poluio;- servios disponveis de sade.Nota: Pode ser usado como apoio o Quest ionrio de Caracterizao da

    Atividade n 9

    . Inqurito para verificar como a populao encara os problemas desade e de saneamento do municpio ou bairro. Sugere-se que omodelo desse inqurito seja elaborado com a participao dosalunos.

    . Estudo comparativo entre as respostas dos profissionais da sade edos tcnicos ambientais com as informaes obtidas nos levanta-mentos e inquritos realizados.

    . Elaborao de um relatrio de trabalho, incluindo:- dados obtidos;- concluses do estudo que responde qual a situao de sade esaneamento bsico do municpio.. Como melhorar o nvel de sade e de saneamento local?. Aps analisar os dados levantados sobre as condies de sade e

    de saneamento do municpio ou bairro, cada grupo de alunosdever sugerir medidas preventivas e/ou corretivas para os proble-mas detectados. Por exemplo: de que modo sua escola, famlia e/oucomunidade podem participar efetivamente do processo decisrioquanto aos problemas de sade pblica e meio ambiente do municpio?

    . Apreciao final: como a situao de sade e de saneamento bsicolocal se articula com a situao de sade e de saneamento do Brasil?(Publicada originalmente no caderno Ambiente sem Dengue, So Paulo, 1997)

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    43/100

    Objetivos

    coleta e classificao de lixodomiciliar

    Material necessrio

    Atravs de um contato

    direto com o lixo, tomar

    conscincia dos materiais

    ainda teis e reformular o

    conceito de lixo.

    . Lixo coletado

    . Sacos de lixo grandes epequenos

    . Etiquetas

    . Canetas coloridas

    Conceitos a serem trabalhados. Lixo. Produo de lixo domstico. Destino do lixo. Relao entre a real necessidade e o consumo exagerado. Padres culturais de consumoSugesto de disciplinasPortugus, histria, geografia, cincias

    Grau2 a 8 sries do ensino fundamental

    Procedimentos. No final do dia, guardar em sacos todo o lixo produzido pela

    classe.. No dia da aula, abrir um espao na sala e espalhar esse lixo, para

    observao.. Pedir aos alunos que listem na lousa, em coluna, todos os materiaispresentes.. Colocar um R ao lado de cada material que pode ser reusado,reaproveitado ou reciclado.

    . parte, fazer uma lista dos materiais sem R. (Estes so o verda-deiro lixo).

    . Separar os materiais com R e etiquetar os seguintes grupos: papel,vidro, plstico, metal, pano, outros.

    . Discutir o destino do lixo e dos materiais utilizveis.

    . Se houver coleta seletiva na escola, levar o material separado paraos conteineres; se no, voltar com tudo para a lixeira.

    Desdobramentos. Pode-se fazer esta atividade a partir do lixo produzido na casa do

    aluno, na secretaria, na cantina, no pteo da escola, ou envolvermais de uma classe, comparando o resultado entre elas. O pro-fessor pode criar outras variaes.

    . Realizar, em sala de aula, discusses e debates sobre padres deconsumo: o que essencial, o que suprfluo e leva ao desperd-cio? Significado da palavra desperdcio: consumo excessivo,suprfluo. A questo dos valores culturais, por exemplo, no caso

    de uma populao carente, como introduzir hbitos de reaproveitarsobras de alimentos, ou mesmo caules, folhas, razes, sementes eoutros elementos que podem compor o cardpio alimentar.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    44/100

    Objetivos

    separao de misturas

    Conceitos a serem trabalhados. Diversificao dos componentes do lixo. Material orgnico e inorgnico. Decomposio de materiais. Biodegradao. Coleta seletiva. Educao e participao. Polticas pblicas de meio ambiente. Planejamento e meio ambiente

    Sugesto de disciplinasEstudos sociais, cincias, comunicao e expresso

    GrauQualquer srie do ensino fundamental, desde que adaptada aonvel de maturidade dos alunos.

    Fases do projetoa) Discusso do problema o que fazer com o lixo que se produz?Discutir com os alunos em pequenos grupos as questes:

    . o que lixo?. que tipo de material encontramos no lixo das casas?

    . que outros tipos de lixo so produzidos nas cidades?

    . como foram fabricados os materiais que agora so lixo?

    . quais so os destinos possveis para o lixo das cidades?

    . como a coleta seletiva pode melhorar o problema do lixo?

    . quais so as vantagens desse tipo de coleta? qual o destino domaterial selecionado?

    Concluda essa primeira discusso com todos os alunos, pode-se propor uma consulta bibliogrfica e a elaborao de murais,cartazes ou textos individuais, em grupos ou coletivos da classe.Se a prefeitura da cidade j estiver fazendo esse tipo de coleta, necessrio fazer contato com os locais de planejamento ou de cen-tralizao dos materiais coletados e planejar possveis visitas a esseslocais.

    b) Elaborao do projetoTrata-se de planejar o trabalho com os alunos, decidindo

    sobre medidas prticas, como:

    . providenciar recipientes grandes para serem colocados no ptio, oumenores, se o projeto for de uma classe. Os materiais bsicos

    podem ocupar quatro recipientes, sendo:

    A partir da separao dos

    materiais, conscientizar o

    aluno sobre os vrios graus

    de durabilidade dos dife-

    rentes produtos e sobre a

    economia que a coleta

    seletiva significa.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    45/100

    - um para vidro;- um para metais (latas e tampinhas) e para plsticos (embalagens

    rgidas e flexveis);- um para papis (exceto higinicos ou plastificados); e- um para material orgnico (alimentos e papel higinico). Veja oprximo desenho;

    . identificar os recipientes com nomes ou smbolos do material que serdepositado em cada um. Pode-se pint-los conforme as cores que a

    prefeitura da cidade estiver usando. O mais comum : verde para vidro,azul para papel, amarelo para metais e vermelho para plstico;

    . providenciar a comercializao dos materiais selecionados. Se essaprovidncia no for tomada e o destino dos materiais reciclveis noestiver garantido antes do incio da coleta, corre-se o risco de gerargrandes problemas de depsito do material na escola, podendo colocar

    tudo a perder.O ideal primeiro fazer o contato com os provveis compradores sucateiros, recicladoras etc. , para s depois de tudo acertadocomear o trabalho efetivo de coleta.

    vidros papis

    exceto higinico

    alimentos e

    papel higinico

    metais e

    plasticos

    Lates para depsito de lixo. Os vidros, metais e papis podem ser reciclados. Os restos de alimento e papelhiginico podem ser enterrados, fornecendo excelente adubo depois de algum tempo.

    Os materiais reciclveis podero ser vendidos para depsitos oupara indstrias locais. Os alunos podero vivenciar um dos tipos dereciclagem de papel na escola, confeccionando papel reciclado paradesenho e pintura, com belssimos resultados. Os trabalhos podero serfeitos com a cooperao do professor de educao artstica e expostos

    na escola.

    O lixo orgnico, ou parte dele, poder ser transformado emadubo na prpria escola, para ser usado em seu jardim ou horta, se

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    46/100

    houver. Para isso, enterram-se os restos de alimento e papel higinico doseguinte modo: cava-se um buraco de l,5m a 2,Om de profundidade, e larguracompatvel com a quantidade de lixo reunido. Colocam-se camadas alternadasde lixo e terra, deixando-se a ltima camada com terra. Esse depsito deve

    ficar o mais afastado possvel do prdio da escola e do poo de gua, sehouver. Deve-se marcar a data dos depsitos, e depois de um certo tempo essamistura de terra e material orgnico poder ser utilizada. Para saber quantotempo o material demora para ser totalmente incorporado terra, pode-se

    propor que os alunos coloquem diversos tipos de alimentos em vidros comterra, deixando o alimento encostado parede do vidro. Coloca-se uma tampae nela uma etiqueta para identificao do material e da data. Os alunos devemanotar as mudanas de aspecto no decorrer das semanas. Alm de alimentos,tambm podem ser colocados papis, plsticos, borrachas etc..Podem surgirquestes relativas ao processo de decomposio, ou seja, a atividade dos micror-

    ganismos, que podem ser esclarecidas, tambm, atravs de consulta bibliogrfica.

    c) Realizao da coletaDurante a coleta, grupos de alunos podero revezar-se na coordenao darotina de depsito do lixo, conforme o que foi providenciado anteriormente.

    Nessa etapa, os alunos podero fazer o papel reciclado na escola e progra-mar visitas aos locais onde os materiais so tratados e reutilizados, ou mesmoonde o lixo da cidade depositado. Podero, tambm, ser encaminhadas

    pesquisas, nas quais os alunos faro levantamentos sobre:. a quantidade de lixo produzido por eles, suas famlias e sua cidade;. a quantidade de lixo produzido nos locais que freqentam, como jogos defutebol, bailes, lanchonetes, cinemas, circos, clubes etc.;. tipos de lixo industrial da sua cidade e o seu destino;. tipos de lixo agrcola, de animal e de fertilizantes, bem como seu destino;. outros tipos de lixo produzidos na cidade ou em outros lugares, como esgotos

    e lixo hospitalar, e provenientes de laboratrios de anlises clnicas, farmciase consultrios mdicos e dentrios, lixo atmico, automotivo etc.;

    . poltica e legislao sobre controle e reciclagem do lixo.d) Relatrios

    No caso de as pesquisas revelarem a existncia, no entorno do municpio, delixo atmico, verificar qual o procedimento para a sua destinao final. Amesma atitude deve ser tomada no caso do lixo hospitalar, lixo proveniente delaboratrios de anlises clnicas, farmcias, consultrios mdicos e dentrios,devendo-se pesquisar como so coletados esses resduos e qual a suadisposio final.Elaborar, em equipes, relatrios sobre o que foi pesquisado.

    e) Avaliao do projetoAps todas essas atividades, necessrio avaliar o trabalho com os alunos eexaminar as possibilidades de sua continuidade.

    (Adaptada do livro Cincias, l grau, vol. I, CENP, Tema l - Os Materiais do Ambiente)

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    47/100

    Objetivos

    destino do lixo

    Conceitos a serem trabalhados. Coleta, tratamento e destino do lixo. Lixes, aterros sanitrios, incinerao. Sade pblica. Atribuio do estado, do municpio e do indivduo. Educao e participao. Polticas pblicasSugesto de disciplinasPortugus, geografia, histria, biologia

    GrauEnsino mdio

    Procedimentos. Informar tecnicamente os alunos sobre a destinao do lixo em

    grandes centros urbanos, por exposio oral e com apoio de

    material grfico e audiovisual.. Promover visita monitorada a lixo, aterro sanitrio, incinerador eusina de compostagem.

    . Em sala de aula, propor cinco estudos de caso sobre o destino dolixo, a saber:

    - uma cidade pequena, essencialmente agrcola;- uma cidade de porte mdio, algumas indstrias e intenso comrcio;- um grande centro industrial e comercial;- uma cidade cujo entorno abrigue indstrias que gerem lixo atmico,

    ou de alta toxicidade (por exemplo, p da china);- uma cidade de mdio porte e seus resduos slidos de sade, ou

    seja, a destinao final do lixo hospitalar, de farmcias, laboratri-os, consultrios etc.

    . Dividir os alunos em cinco grupos e dar-lhes suporte para quepossam planejar a melhor soluo para cada uma das situaes.

    (Adaptada de Subsdios Implementao do Guia Curricular deCincias para o ensino fundamental, 5a 8sries, So Paulo, SE/CENP/Cesip, 1979, in Guia do Professor de le 2graus, SMA/CETESB, So Paulo, 1987)

    Reconhecer as caracters-

    ticas do lixo, do aterro

    sanitrio e da incinerao,

    e as vantagens e desvanta-

    gens dos trs processos.

  • 7/22/2019 Guia Pedaggico do Lixo

    48/100

    Objetivos

    decomposio de lixo orgnico

    Material necessrio

    Conceitos a serem trabalhados. Processos naturais. Decomposio orgnicaSugesto de disciplinasHistria, geografia, cincias, educao artstica e outras.

    Grau5 a 8 sries do ensino fundamental

    Procedimentos. Separar 3 vidros transparentes com capacidade para 1 litro e

    numer-los como Pote 1, 2 e 3.. Fazer vrios furinhos nas tampas.. No Pote 1 colocar cascas de frutas e tampar bem.. No Pote 2 colocar um tero de terra no fundo e enterrar bem as

    cascas de frutas. Tampar bem.

    . No Pote 3 colocar um tero de gua no fundo e depois jogar ascascas de frutas. Tampar bem.. Levantar junto aos alunos hipteses sobre o que poder acontecernos Potes 1, 2 e 3.

    . Registrar durante trs meses, a cada 7 dias, as alteraes ocorridase compar-las entre si.

    . Aps 3 meses, avaliar o que aconteceu e abordar os processosque ocorreram.

    . Discutir o que ocorreu com os nutrientes presentes nas cascas,revendo conceitos como o da decompos