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Guia Fiscal 2021

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Guia Fiscal 2021

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Guia Fiscal 2021 Guia Fiscal 2021

0302

Principais aspectos do Código Geral Tributário

Imposto Industrial

Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA)

Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT)

Imposto sobre a Aplicação de Capitais (IAC)

Imposto Predial

Imposto do Selo

Imposto Especial de Consumo (IEC)

Imposto sobre as Sucessões e Doações de Bens Mobiliários

Lei e Regulamento da Lei do Mecenato

Regime Fiscal dos Organismos de Investimento Colectivo (OIC)

Contribuições para a Segurança Social

Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes (RJFDE)

Regime Jurídico de Submissão Electrónica dos Elementos Contabilísticos dos Contribuintes (RSE)

Regime fiscal aplicável ao sector petrolífero

Regime fiscal aplicável à indústria mineira

Acordo para evitar a Dupla Tributação

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Cláudia BernardoPartnerHead of Tax Financial Services

Renato CarreiraPartnerTax

EditorialÍndiceNo tempo desafiante em que vivemos, assume particular relevância mantermos o compromisso com os nossos valores e o rigor na gestão das Organizações.

É neste sentido que a Deloitte procura criar e actualizar conteúdos em matéria tributária, de forma a disponibilizar informação relevante às empresas e demais agentes económicos nacionais e apoiá-los também nos momentos particularmente exigentes.

A par do contexto social (nacional e internacional) muito marcado pela pandemia COVID-19, a conjuntura económica doméstica apresenta desafios associados a um abrandamento da economia e um quadro fiscal que tem vindo a sofrer profundas transformações.

De facto, depois de se ter verificado a introdução do IVA no quadro tributário nacional em finais de 2019 (o que representa um marco significativo na aproximação de Angola aos países com sistemas fiscais de referência), o início de 2020 foi marcado pela entrada em vigor da primeira convenção bilateral para eliminar a dupla tributação em matéria de impostos sobre o rendimento e prevenir a fraude e a evasão fiscal e por várias alterações com relevo ao nível dos principais impostos em vigor.

Neste contexto, é elevada a exigência em matéria de actualização de procedimentos tributários na gestão das Empresas que desenvolvem a sua actividade no território nacional, sendo igualmente relevante o esforço exigido à Administração Geral Tributária para conseguir administrar a liquidação e cobrança dos diferentes tributos.

Com o objectivo de apoiar os agentes económicos já presentes no país, bem como aqueles que perspectivam a sua entrada na economia nacional, a Deloitte procedeu à actualização do Guia Fiscal, que continua a estar disponível a todos os que o pretendam utilizar. Este contributo disponibilizado, não só a clientes, mas também aos demais agentes económicos, configura um instrumento agregador de informação em matéria tributária que se encontra dispersa em diferentes códigos tributários e legislação avulsa.

O nosso compromisso com o País é diariamente renovado e o esforço que os nossos colaboradores empreendem, conjuntamente com os nossos clientes e parceiros, é a evidência de que juntos podemos superar os desafios.

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Principais aspectos do Código Geral Tributário

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Guia Fiscal 2021

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O Código Geral Tributário (CGT) concretiza, à luz da Constituição da República de Angola (CRA), os princípios fundamentais e as bases do sistema fiscal angolano.

O presente Guia Fiscal não pretende fazer uma abordagem exaustiva do CGT, mas fornecer, no essencial, os aspectos mais práticos que se consideram relevantes, nomeadamente:

• Isenções subjectivas; • Domicílio fiscal; • Juros de mora, juros compensatórios e juros indemnizatórios; • Extinção da obrigação tributária; • Informação vinculativa; • Procedimento de aplicação da noma anti-abuso; • Prestação de informação em sede de procedimento inspectivo; • Meios de reacção e prazos de resposta; • Penas e mecanismos de redução.

Isenções subjectivas

Tributação sobre o rendimento e o património

Estado, Institutos Públicos e Autarquias;

Instituições públicas de previdência e segurança social1;

Partidos políticos, sindicatos, associações públicas e instituições religiosas legalmente constituídas1;

Podem, ainda, ser concedidas isenções e outros benefícios fiscais a organizações sociais, culturais, científicas, humanitárias e profissionais, públicas ou privadas de reconhecido interesse público e sem finalidade lucrativa, desde que cumpridos os requisitos legais previstos na atribuição desse reconhecimento.

1 As isenções abrangem apenas os rendimentos e o património relativos à realização dos fins estatutários dessas entidades, às instalações de apoio directo e exclusivo a esses bens, bem como as aquisições gratuitas ou onerosas de quaisquer bens ou valores, excluindo, portanto, a exploração de actividades económicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados.

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0706

Domicílio fiscalO CGT estabelece as regras para efeitos da determinação do domicílio fiscal das pessoas singulares e colectivas, bem como a definição de estabelecimento estável.

Todos os contribuintes têm, para efeitos tributários, um domicílio fiscal físico, que consta da sua ficha de cadastro, e um domicílio fiscal electrónico, definido em diploma próprio.

Pessoas singulares

Domicílio fiscal físico é o lugar da sua residência habitual e o seu domicílio electrónico é o definido em diploma próprio;

Considera-se residente em Angola quem aí dispuser, a 31 de Dezembro de cada ano, de uma habitação em condições que façam supor a intenção de a manter ou ocupar como residência habitual ou quem, em cada ano, permanecer em território nacional mais de 90 dias seguidos ou interpolados;

Consideram-se igualmente residentes em território nacional os tripulantes de navios ou aeronaves, desde que aqueles estejam ao serviço de entidades com residência, sede ou direcção efectiva no País;

Os contribuintes singulares não residentes que aufiram rendimentos pelo exercício regular ou ocasional de uma actividade tributável, assalariada ou não, que possuam bens no território nacional, são considerados domiciliados na residência ocasional que aqui tiveram, considerando--se residência ocasional o lugar de permanência em um ou mais períodos de 60 dias, excepto se tiverem nomeado representante fiscal, caso em que se consideram domiciliados no lugar de residência habitual do seu representante.

Pessoas colectivas ou entidades fiscalmente equiparadas

Domicílio fiscal físico é o fixado nos respectivos estatutos ou o lugar da direcção efectiva, considerando-se como tal o lugar em que funciona normalmente a sua administração principal e o seu domicílio electrónico é o definido em regulamento próprio;

Sempre que a direcção efectiva seja exercida no território nacional, mas a sede estatutária se situe no exterior, considera-se como domicílio o local da direcção efectiva;

A pessoa colectiva ou entidade fiscalmente equiparada que não tenha sede ou direcção efectiva em território nacional, mas que possua no País qualquer forma de representação permanente ou instalações comerciais ou industriais, considera-se domiciliada no local dessas instalações ou do seu representante;

As pessoas colectivas não residentes, que tiverem nomeado representante fiscal, consideram-se domiciliadas no lugar de residência habitual do seu representante;

Estabelecimento estável

Instalação fixa, através da qual a empresa exerça toda ou parte da sua actividade, designadamente:

Local de direcção;

Sucursal;

Escritório;

Fábrica;

Oficina;

Mina, poço de petróleo ou gás, pedreira ou qualquer local de extracção de recursos naturais desde que situados no território nacional;

Estabelecimento de construção ou de montagem e as actividades de coordenação, fiscalização e supervisão conexas com o seu funcionamento, se a sua duração ou a da obra ou actividade a que respeite, incluindo trabalhos preparatórios, tenham uma duração superior a 90 dias em qualquer período de 12 meses;

Fornecimento de serviços, compreendendo as funções de consulta, por uma empresa actuando por intermédio de assalariados ou outro pessoal contratado para esse fim, mas unicamente quando actividades dessa natureza são prosseguidas em Angola durante um ou vários períodos, representando no total mais de 90 dias, em qualquer período de 12 meses.

Pessoa singular ou colectiva que, não sendo um agente independente, actue no País para uma empresa e disponha de poderes para concluir habitualmente contratos em nome da empresa, ou, não dispondo de tais poderes, conserve habitualmente no País um “stock” de mercadorias para entrega por conta da empresa.

Pessoas colectivas ou entidades fiscalmente equiparadas (continuação)

Sempre que o domicílio fiscal não puder ser determinado por qualquer dos critérios referidos, consideram-se domiciliadas no lugar que previamente declararam por escrito ,e na falta desta designação, na 1.ª Repartição Fiscal de Luanda.

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0908

Juros compensatórios, de mora e indemnizatórios

Extinção da obrigação tributáriaPode haver extinção da obrigação tributária por via do cumprimento da obrigação, onde se insere a extinção por pagamento, pagamento por terceiro e dação em cumprimento, bem como por via da compensação de créditos tributários, confusão, caducidade do direito à liquidação e prescrição da dívida tributária.

Destacam-se em seguida algumas das principais regras relativas a formas de extinções da obrigação tributária.

Juros compensatórios

São devidos, à taxa de 1% ao mês, sempre que, por facto imputável ao contribuinte, for retardada a liquidação de parte ou da totalidade do tributo devido ou a entrega do tributo retido ou a reter no âmbito da substituição tributária, sem prejuízo da multa cominada ao infractor;

Contam-se dia a dia desde o termo do prazo da entrega da declaração ou prestação tributária a pagar ou a reter, até ao suprimento, correcção ou detecção da falta que motivou o retardamento da liquidação;

Quando os sujeitos passivos cumpram com a obrigação de entrega da declaração do tributo, são devidos apenas juros compensatórios pelo prazo máximo de 24 meses, pelos erros nela constantes;

São reduzidos 30% do montante que seria devido a título de juros compensatórios, se a dívida for espontaneamente paga dentro do prazo de 15 dias.

Juros de mora

São devidos, à taxa de 1% ao mês, sempre que não forem pagos no mês do seu vencimento qualquer das prestações ou a totalidade do tributo liquidado, considerando-se mês do vencimento o mês do calendário em que termine o prazo do pagamento voluntário estabelecido nas leis tributárias, noutras leis, na notificação, no contrato ou no acto administrativo de reconhecimento da dívida;

Vencem-se no primeiro dia de cada mês, contando-se por inteiro o mês em que se efectue a cobrança e incidem sobre a dívida líquida de quaisquer descontos, excluindo os juros compensatórios, em virtude de antecipação de pagamento ou de reduções resultantes da sua anulação parcial;

Sem prejuízo do prazo de prescrição dos tributos, são devidos juros de mora até ao limite de 5 anos contados da data de vencimento da dívida principal.

Juros indemnizatórios

São devidos, à taxa de 4% ao ano, sempre que se determine, em reclamação administrativa, recurso hierárquico ou impugnação judicial, que houve erro imputável aos serviços de que tenha resultado pagamento da dívida tributária em montante superior ao legalmente devido;

São contados dia a dia desde a data do pagamento da prestação tributária até à data em que seja restituída ou creditada ao contribuinte;

Compensação de créditos tributários

A obrigação tributária pode extinguir-se por compensação total ou parcial do crédito do contribuinte, relativamente a qualquer tributo, desde que reconhecido pela Administração Tributária;

A compensação do tributo antes da instauração do processo de execução fiscal depende de pedido formulado pelo contribuinte;

Pode ainda ser requerida pelo contribuinte até ao termo do prazo de oposição em processo de execução fiscal;

O crédito tributário apenas pode ser utilizado para a extinção da obrigação tributária em que o contribuinte se apresente como o titular do encargo, nos termos da lei;

A extinção da obrigação tributária mediante compensação é extensiva aos tributos aduaneiros.

Juros indemnizatórios (continuação)

São também devidos juros indemnizatórios quando o tributo não tiver sido reembolsado ou restituído ao contribuinte no prazo legal ou nos 90 dias posteriores ao acto administrativo definitivo que procedeu ao reconhecimento do direito à anulação do tributo;

Nas situações em que o pagamento dos juros indemnizatórios não tenha sido requerido na reclamação administrativa ou no recurso hierárquico, este pode ser ainda requerido nos 30 dias posteriores à notificação da decisão de anulação da liquidação do tributo.

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Informação vinculativa

O contribuinte ou o seu representante legal pode requerer à Administração Tributária informação vinculativa, por escrito, sobre a sua concreta situação tributária, incluindo os pressupostos de benefícios fiscais, a qual deve ser prestada pelo órgão máximo da Administração Tributária, ficando esta entidade vinculada à mesma;

O pedido de informação vinculativa não pode abranger factos já concretizados no momentoda sua apresentação junto da Administração Tributária;

A resposta ao pedido de informação vinculativa deve ser dada no prazo de 30 dias, o qual é prorrogável por igual período pelo órgão da Administração Tributária competente quando hajam motivos que o justifiquem;

O despacho que recair sobre o pedido de informação vinculativa não é susceptível de reclamaçãoadministrativa ou impugnação judicial e, no caso do pedido recair sobre os pressupostos aindanão concretizados dos benefícios fiscais, não exime os interessados de requerer o respectivoreconhecimento nos termos da Lei;

A informação vinculativa só pode ser revogada, na parte em que seja favorável ao contribuinte, um ano após a sua notificação ao contribuinte, não podendo esta revogação, em caso algum, ter efeitos retroactivos;

A informação vinculativa tem carácter pessoal e não pode qualquer outro contribuinte, se não o destinatário, aproveitar o conteúdo nela inserido;

A prestação de uma informação vinculativa encontra-se sujeita ao pagamento de uma taxa.

Compensação de créditos não tributários por dívidas tributárias

A compensação de créditos não tributários por dívidas tributárias pode efectuar-se no âmbito do procedimento ou do processo tributário, a título oficioso ou mediante solicitação do contribuinte;

A compensação de créditos tributários por dívidas não tributárias apenas tem lugar após o prévio reconhecimento do crédito a favor do contribuinte pela entidade competente e opera-se através da emissão de documentos comprovativos de pagamento do tributo.

Confusão

A confusão na mesma entidade das qualidades de sujeito activo e passivo da obrigação tributária extingue o respectivo crédito, nos termos previstos legalmente.

Caducidade

A caducidade determina a extinção do direito à liquidação por parte da Administração Tributária;

Só pode ser liquidado o tributo nos 5 anos2 seguintes àquele a que a matéria colectável respeite(ampliado para 10 anos quando o retardamento da liquidação tiver resultado de crime tributário);

O prazo acima referido conta-se, nos impostos periódicos, a partir do termo do ano em que se verificou o facto tributário e, nos impostos de obrigação única, a partir da data em que o factotributário ocorreu;

Tratando-se de benefícios fiscais contratuais, o prazo de caducidade conta-se, conforme os casos, a partir da declaração de nulidade, inexistência, resolução ou anulação do contrato;

O prazo para o contribuinte solicitar o crédito tributário é de 5 anos, salvo disposição especial.

Prescrição

Extinção do direito de cobrança da dívida tributária por parte da Administração Tributária pelo decurso do período de tempo estabelecido pela Lei;

O prazo de prescrição é de 10 anos e começa-se a contar a partir da data da notificação da liquidação, salvo disposição legal em contrário;

Prescrição (continuação)

A prescrição é sempre de conhecimento oficioso do Tribunal, da Repartição Fiscal competente ou serviço local equiparado, para promover o processo de execução fiscal;

A contagem do prazo de prescrição suspende-se com a citação, a reclamação, a impugnação e o recurso contencioso de qualquer acto administrativo de que a liquidação dependa, bem como a suspensão do processo de execução fiscal por motivo da sua apensação ao processo de falência ou insolvência.

2 Nos termos da Lei n.º 42/20, de 31 de Dezembro, Lei que aprova o Orçamento do Estado para o Exercício Económico de 2021, o prazo de vigência de obrigações tributárias referentes ao exercício económico de 2015 é alargado, excepcionalmente, até 31 de Dezembro de 2021.

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Direito de audição

Acto pelo qual o contribuinte ou o seu representante legal deve ser ouvido, após a conclusão da instrução do procedimento ou do projecto de relatório com a justificação das correcções, antes de ser proferida a decisão final cujo sentido lhe seja desfavorável, ainda que parcialmente, aplicável no âmbito dos seguintes procedimentos tributários:

- Inspecção tributária com vista à determinação da matéria colectável;- Aplicação da norma anti-abuso;- Revogação de benefícios fiscais;- Declaração dos pressupostos da responsabilidade solidária ou subsidiária.

O prazo para exercer o direito de audição é de 30 dias a contar da notificação efectuada ao contribuinte;

O direito de audição pode ser exercido por escrito ou verbalmente na Repatição Fiscal competente;

O direito de audição prévia só pode ser exercido nos procedimentos de reclamação administrativa e recurso hierárquico, quando os reclamantes ou recorrentes não tiverem exercido o referido direito nas fases anteriores, por factos imputáveis à Administração Tributária.

Meios de reacção e prazos de resposta O CGT elenca várias garantias gerais do contribuintes, nomeadamente os meios de reacção quanto à fixação da matéria colectável, liquidação de tributos, juros e multas e outras decisões da Administração Tributária que alterem a sua situação tributária.

O contribuinte tem ao seu dispor os seguintes meios de reacção:

Reclamação administrativa

Acto pelo qual o contribuinte pode solicitar a revisão do acto tributário praticado pela Autoridade Tributária, nomeadamente a emissão de liquidação adicional do imposto;

Não é admissível a apresentação de reclamação administrativa quando tiver sido apresentada anteriormente impugnação judicial com o mesmo fundamento;

Quando o acto reclamado for prestação tributária retida na fonte, a legitimidade do substituto depende da prestação tributária por este entregue nos cofres do Estado não ter sido retida ou ter sido superior à efectivamente retida;

Norma de anti-abuso e sua aplicação

Os actos realizados, em qualquer circunstância, com finalidade de obter uma vantagem fiscal com recurso a abuso das formas jurídicas, tendo em conta todos os factos e circunstâncias relevantes, são desconsiderados para efeitos tributários, efectuando-se a sua tributação de acordo com as normas aplicáveis aos negócios ou actos que correspondam à substância ou realidade económica e não se produzindo as vantagens fiscais pretendidas;

Nestes casos são calculados juros compensatórios à taxa de 2,5%;

O procedimento de aplicação da norma anti-abuso corre na Repartição Fiscal ou serviço local equiparado, devendo o contribuinte ser notificado do projecto de aplicação desta norma, com a descrição dos factos que fundamentam a instauração deste procedimento, mais concretamente com a demonstração de que a celebração do negócio jurídico ou a prática do acto jurídico em causa foi dirigida à redução, eliminação ou diferimento temporal de tributos que seriam devidos em caso de negócio ou acto com idêntico fim económico, ou obtenção de vantagens fiscais;

O contribuinte tem o direito de exercer a audição prévia relativamente ao projecto de aplicação da norma anti-abuso no prazo de 15 dias contados da data da notificação.

As pessoas singulares, colectivas ou equiparadas estão obrigadas, no início da actividade ou havendo alteração desta, a informar a Administração Tributária quanto às contas bancárias utilizadas para recebimentos e pagamentos respeitantes às suas actividades;

No âmbito do procedimento tributário, o órgão máximo da Administração Tributária pode aceder às informações e documentos bancários quando se verifiquem determinadas situações, nomeadamente indícios de crime tributário, falta de cumprimento das obrigações declarativas, necessidade de controlar os documentos dos contribuintes enquadrados no regime do IVA e necessidade de impedir abusos resultantes dos benefícios fiscais atribuídos;

A solicitação de acesso às contas deve ser devidamente fundamentada e notificada ao interessado, no prazo de até 3 dias, contados da sua apresentação, podendo o interessado impugnar judicialmente, no prazo de 10 dias, com efeitos suspensivos quanto às averiguações e obtenção de informação bancária;

Estas normas podem também ser aplicáveis às pessoas singulares, colectivas ou equiparadas, que se encontrem em situação de relação especial com o contribuinte inspeccionado, desde que tal seja justificado;

O incumprimento por parte da instituição financeira constitui infracção tributária punível, mediante procedimento aplicável.

Prestação de informação em sede de procedimento inspectivo

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Recurso hierárquico

Acto pelo qual o contribuinte pode solicitar a revisão da decisão da reclamação administrativa;

O prazo para a apresentação é de 30 dias a contar da notificação da decisão da reclamação administrativa;

É dirigido ao órgão máximo da Administração Tributária;

Deverá ser decidido no prazo de 60 dias;

Tem natureza facultativa e efeito meramente devolutivo, salvo disposição legal em contrário.

Nota: Os contribuintes dispõem ainda de outros meios de reacção previstos na legislação fiscal, designadamente: reclamação do apuramento da matéria colectável, revisão oficiosa do acto, impugnação judicial, oposição à penhora, oposição à execução.

Penas e mecanismos de reduçãoO CGT regula, igualmente, a matéria de infracções tributárias, as quais se podem dividir em crimes tributários e transgressões tributárias.

Constitui infracção tributária todo o acto típico, ilícito e culposo descrito e declarado punível por acto normativo anterior à sua prática.

O CGT prevê os seguintes mecanismos de redução de multas por infracções tributárias:

Pagamento espontâneo

São reduzidas para 50% do montante aplicável das multas pagas espontaneamente pelo infractor, desde que a infracção não constitua crime tributário, nem esteja o infractor em situação de reincidência;

O pagamento considera-se espontâneo quando ocorrer por iniciativa do infractor, antes de ter entrado nos serviços tributários qualquer auto de transgressão, participação ou denúcia.

Pagamento da multa em acção inspectiva

Quando o infractor for cumpridor das suas obrigações declarativas, são reduzidas 20% do montante aplicável das multas liquidadas em procedimento de inspecção tributária, desde que a infracção não constitua crime tributário, nem esteja o infractor em situação de reincidência;

A multa liquidada deve ser paga dentro do prazo de 15 dias a contar da notificação pelos serviços tributários, findo o qual o contribuinte perde o benefício da redução.

Pagamento em processo de transgressão tributária

No processo de transgressão tributária, as multas pagas na fase da defesa podem ser reduzidas em 5% do montante aplicável.

Reclamação administrativa (continuação)

Quando o acto reclamado for imposto legalmente repercutido a terceiros, a legitimidade do sujeito passivo depende de entrega por este nos cofres do Estado de prestação tributária não repercutida ou superior à repercutida;

O prazo de reclamação da liquidação de tributos e quaisquer actos administrativos de conteúdo tributário é de 30 dias contados a partir da notificação;

O prazo de decisão por parte da Administração Tributária é de 60 dias.

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Imposto Industrial

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Incidência objectivaO Imposto Industrial incide sobre os lucros, ainda que acidentais, imputáveis ao exercício de qualquer actividade de natureza comercial ou industrial.

Incidência subjectiva

Actividades de natureza comercial ou industrial

Consideram-se sempre actividades de natureza comercial ou industrial as seguintes:

Exploração agrícola, aquícola, avícola, pecuária, piscatória e silvícola;

Mediação, agência ou representação na realização de contratos de qualquer natureza;

Actividades reguladas pela entidade de supervisão de seguros, entidade de supervisão de jogos, pelo Banco Nacional de Angola (BNA) e pela Comissão do Mercado de Capitais (CMC);

Gestão de carteiras de imóveis, de participações sociais ou títulos;

Actividades desenvolvidas por fundações, fundos autónomos, cooperativas e associações de beneficiência;

Exercício de profissão liberal no formato societário ou associativo.

Sujeitos passivos Incidência de imposto industrial

As sociedades comerciais, civis com ou sem forma comercial, as cooperativas, as fundações, as associações, os fundos autónomos, as empresas públicas e as demais pessoas colectivas de direito público ou privado, com sede ou direcção efectiva em território angolano;

Lucros realizados em Angola e no estrangeiro.

As entidades desprovidas de personalidade jurídica, com sede ou direcção efectiva em território angolano, cujos rendimentos não sejam directamente tributáveis em sede de Imposto Industrial na titularidade de pessoas singulares ou colectivas3;

Sucursais de sociedades não residentes;

As fundações, os fundos autónomos, as cooperativas e as associações de beneficiência.

3 Designadamente, as heranças jacentes, as pessoas colectivas em relação às quais seja declarada a invalidade, as associações e sociedades civis sem personalidade jurídica e as sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial, até ao registo definitivo.

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Guia Fiscal 2021Guia Fiscal 2021

Incidência subjectiva (continuação)

Sujeitos passivos Incidência de imposto industrial

Pessoas colectivas não residentes emterritório angolano que detenham estabelecimento estável em Angola;

Lucros imputáveis ao estabelecimento estável situado em Angola;

Lucros imputáveis às vendas em Angola, de mercadorias da mesma natureza ou de natureza similar às vendidas pelo estabelecimento estável;

Lucros imputáveis a outras actividades comerciais em Angola, da mesma natureza ou de natureza similar às exercidas pelo estabelecimento estável;

Pessoas colectivas não residentes em território angolano, ainda que não possuam estabelecimento estável no País.

Serviços prestados em território angolano– as pessoas colectivas serão tributadas, à taxa liberatória, através do regime de tributação de serviços acidentais.

GruposO Código do Imposto Industrial contempla dois regimes de tributação: o Regime Geral e o Regime Simplificado.

Regimes Sujeitos Passivos Incidência de imposto

Geral

No entendimento da AGT, abrange todos os contribuintes que estejam no Regime Geral bem como no Regime Simplificado do IVA, desde que, neste último caso, tenham um volume de negócios (ou operações de importação) superior ao equivalente em Kwanzas a USD 250.000

A matéria colectável dos contribuintes do Regime Geral do Imposto Industrial é determinada com base na declaração fiscal e demonstrações financeiras, nos termos do presente Código, do Plano Geral de Contabilidade, dos Planos de Contas das Instituições Financeiras e Seguradoras, do Plano de Contas dos Organismos de Investimento Colectivo, das Sociedades Gestoras e outros estabelecidos por legislação própria.

Simplificado

No entendimento da AGT, abrange os contribuintes do Regime de Exclusão bem como do Regime Simplificado do IVA, desde que, neste último caso, tenham um volume de negócios (ou operações de importação) inferior ao equivalente em Kwanzas a USD 250.000

Encontram-se excluídas do presente regime: - As empresas e as entidades públicas; - As instituições financeiras; - As empresas sujeitas a regimes especiais de tributação; - As operadoras de telecomunicações; - As empresas que sejam filiais ou sucursais de empresa com sede no exterior.

A aplicação do regime cessa quando for ultrapassado em dois exercícios consecutivos ou interpolados, o volume de negócios (ou operações de importação) equivalente em Kwanzas a USD 250.000, em que se passa a aplicar o Regime Geral (a partir do exercício seguinte ao da verificação desse facto).

Matéria colectável corresponde a todos os proveitos ou ganhos obtidos pelo sujeito passivo e é determinada com base na contabilidade, no modelo de contabilidade simplificada ou no livro de registo de compra e venda e serviços prestados.

Caso não seja possível determinar a matéria colectável nos termos referidos no ponto anterior, a mesma deve corresponder ao volume total de vendas e serviços prestados.

Na impossibilidade de identificação do volume total de vendas e serviços prestados, a matéria colectável corresponderá ao volume total de compras e serviços adquiridos.

Caso não seja possível determinar o volume total de compras e serviços adquiridos, a matéria colectável será determinada com base em outras regras previstas para métodos indirectos, incluindo a tabela dos lucros mínimos.

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Determinação da matéria colectável do Regime GeralO lucro tributável reporta-se ao saldo revelado pela conta de resultados do exercício elaborada em obediência aos princípios contabilísticos estabelecidos na legislação em vigor e consiste na diferença entre todos os proveitos e ganhos realizados e os custos ou gastos realizados no exercício, uns e outros, eventualmente corrigidos nos termos do Código do Imposto Industrial.

Proveitos ou ganhosOs realizados no exercício, provenientes de quaisquer transacções ou operações efectuadas pelos contribuintes, designadamente, os derivados:

Custos ou perdas dedutíveisAqueles que se revelem comprovadamente indispensáveis à manutenção da fonte produtora ou à realização dos proveitos e ganhos sujeitos a imposto, nomeadamente, os seguintes:

Da exploração básica, tais como vendas de bens ou serviços, de bónus e abatimentos conseguidos ou de comissões e corretagens;

Encargos relativos à produção ou aquisição de quaisquer bens ou serviços, tais como materiais utilizados, mão-de-obra, energia e outros gastos gerais de fabricação, conservação e reparação;

Das explorações complementares ou acessórias, incluindo as de carácter social e assistencial;

Encargos de distribuição e venda, incluindo transporte, seguros, publicidade e colocação de mercadorias;

De operações de natureza financeira, tais como juros, dividendos, participações em lucros de sociedades, descontos, ágios, transferências, variações cambiais favoráveis realizadas e prémios de emissão de acções ou obrigações, não tributados noutro imposto;

Encargos de natureza financeira, entre os quais juros de capitais alheios, aplicados na empresa, descontos, ágios, transferências, variações cambiais desfavoráveis realizadas, cobranças de dívidas, emissões de acções e obrigações e prémios de reembolso;

De variações patrimoniais positivas, excluindo as decorrentes de entradas de capital ou coberturas de prejuízos efectuadas pelos titulares do capital ou créditos de imposto;

Encargos de natureza administrativa, designadamente com remunerações, ajudas de custo, pensões de reforma, contribuições para fundos de pensões, material de consumo corrente, transportes, comunicações, rendas, alugueres, segurança, serviços jurídicos e de contencioso, seguros e gastos com benefícios atribuídos pela cessação de relações laborais;

De valores de construções, equipamentos,ou outros bens de investimento produzidose utilizados na própria empresa;

Encargos com análises, racionalização, investigação, consulta e formação do pessoal;

Da prestação de serviços de carácter científico ou técnico;

Encargos fiscais e parafiscais, excepto os previstos na lei como custos ou perdas não dedutíveis;

De indemnizações que representem compensação por lucro cessante ou dano emergente;

Reintegrações e amortizações nos termos previstos em disposições específicas sobre esta matéria;

De mais-valias realizadas4; Provisões constituídas nos termos da legislação em vigor;

Proveitos ou ganhos (continuação) Custos ou perdas dedutíveis (continuação)

De propriedade industrial ou outros análogos; Indemnizações e prejuízos resultantes de eventos cujo risco não seja segurável;

De perdões de dívidas. Encargos com assistência social5;

Créditos incobráveis6.

5 Relativamente a custos ou perdas com assistência social (manutenção de infra-estruturas de assistência médica, creches, cantinas, bibliotecas e escolas), os mesmos apenas serão considerados fiscalmente dedutíveis, na medida em que sejam atribuídos em benefício da generalidade dos trabalhadores. A abertura destas instalações a utilizadores externos ao pessoal da empresa, gerando proveitos ou ganhos, obriga à inclusão desses proveitos, devidamente discriminados, na matéria colectável de Imposto Industrial.6 Na medida em que resultem de processos de execução, falência ou insolvência e os mesmos se encontrem devidamente documentados por certidão pública.7A atribuição de qualquer donativo ou liberalidade em incumprimento com as regras da Lei do Mecenato não só implica a não-aceitação desses custos, como determina que sejam tributados autonomamente à taxa de 15%.8Mais informações acerca deste regime em capítulo específico.

4 Consideram-se mais-valias, para efeitos desta categoria, os proveitos ou ganhos realizados, mediante transmissão onerosa, de quaisquer bens ou direitos, qualquer que seja o título por que se opere a sua transmissão.

Custos ou perdas não dedutíveis

O Imposto Industrial, o Imposto Predial, o Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT), o Imposto sobre a Aplicação de Capitais (IAC);

As contribuições para a Segurança Social na parcela que constitui encargo do trabalhador;

O imposto que incida sobre transmissões de fonte sucessória, ou sobre transacções gratuitas, que constituam obrigação tributária de terceiros a sociedades e o imposto que incida sobre as remunerações dos trabalhadores ou sobre pagamentos de prestadores de serviços que tenham sido suportados pela entidade sujeita a Imposto Industrial;

As multas e todos os encargos pela prática de infracções de qualquer natureza;

Os custos de conservação e reparação de imóveis relevados como custos no apuramento do Imposto Predial;

As correcções da matéria colectável relativas a exercícios anteriores;

As correcções extraordinárias do exercício;

Os seguros dos ramos vida e saúde, cujo benefício não seja atribuído à generalidade do pessoal da empresa;

Os juros de empréstimos, sob qualquer forma, dos detentores do capital ou de suprimentos, são aceites como dedutíveis, devendo apenas ser acrescida ao lucro tributável a parcela que exceder a taxa média anual de referência dos juros estabelecidos pelo Banco Central;

Os donativos e liberalidades concedidos em incumprimento das regras estabelecidas na Lei do Mecenato7;

Os custos não documentados nos termos do Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes (RJFDE)8.

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Documentação de custos Os custos indevidamente documentados, não documentados e as despesas confidenciais não são considerados como encargos dedutíveis em sede de Imposto Industrial (devendo, portanto, ser acrescidos para efeitosde determinação do lucro tributável). No caso concreto das despesas confidenciais, existe ainda uma tributação autónoma que opera por acréscimo à colecta de Imposto Industrial.

Custos Definição Taxa de tributação autónoma

Custosindevidamente documentados

Custos em que a documentação em posse do contribuinte não se encontra em conformidade com os elementos previstos no RJFDE.

-

Custos não documentados

Custos em relação aos quais não existe documentação válida de suporte nos termos da lei, mas cuja ocorrência e natureza sejam materialmente comprováveis.

-

Despesasconfidenciais

Custos em que não existe documentação válida de suporte e em que a ocorrência e a natureza da despesa não são materialmente comprováveis.

30% / 50%9

Valorização de existênciasOs valores das existências de materiais, produtos ou mercadorias a considerar nos proveitos e custos, ou a ter em conta na determinação dos proveitos ou gastos do exercício, são os que resultarem da aplicação de critérios valorimétricos que, podendo ser objecto de controlo inequívoco, estejam na tradição da indústria e sejam geralmente reconhecidos pela técnica contabilística como válidos para exprimirem o resultado do exercício e, além disso:

• Venham sendo uniformemente seguidos em sucessivos exercícios; • Utilizem preços de aquisição realmente praticados e documentados, ou preços de reposição ou de venda constantes de elementos oficiais ou de outros considerados idóneos.

É permitido o registo de custos com existências a título de depreciação, obsolescência ou possíveis perdas de valor dos seus elementos, nos termos e limites da legislação em vigor, estando este registo dependente de aprovação por parte da AGT.

9 A taxa de 50% é aplicada nas circunstâncias em que a despesa origine um proveito na esfera de um sujeito passivo isento ou não sujeito a tributação em sede de Imposto Industrial.

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Regime das reintegrações e amortizaçõesNa sequência da aprovação do Código do Imposto Industrial, foi publicado o Decreto Presidencial n.º 207/15, de 5 de Novembro, o qual veio estabelecer o regime das reintegrações e amortizações dos bens do activo imobilizado (corpóreo ou incorpóreo), sujeitos a deperecimento, de todas as sociedades e entidades sujeitas a Imposto Industrial, mesmo que dele isentas, e cuja entrada em funcionamento ou início de utilização se verifique no exercício de 2015 e seguintes.

Para os bens e elementos do activo imobilizado cuja entrada em funcionamento ou início de utilização se verifique em momento anterior ao exercício de 2015, continua a aplicar-se o regime anteriormente em vigor, ou seja, a Portaria n.º 755/72, de 26 de Outubro.

Neste âmbito, consideram-se custos ou perdas do exercício os encargos de reintegração e amortização de bens do activo imobilizado que estão sujeitos a deperecimento enquanto tal se mantiver.

TaxasAs taxas de amortização constantes da Tabela das Taxas de Reintegrações e Amortizações (abreviadamente designado por “Tabela”) correspondem às taxas anuais a aplicar pelo método das quotas constantes que se deduzem nos períodos de vida útil correspondentes.

Aplicação da TabelaA Tabela está ordenada por títulos que correspondem genericamente à nomenclatura da classificação das actividades económicas.

Os contribuintes devem aplicar as taxas de amortização que correspondem aos bens nos respectivos sectores de actividade económica.

Na falta de previsão de uma taxa específica para a natureza do bem ou no caso de uma actividade económica não constar da Tabela, devem ser aplicadas as taxas de amortização constantes da Secção G – “Comércio, Serviços Gerais e Elementos Comuns”.

Método de cálculoO cálculo das amortizações do exercício deve fazer-se pelo método das quotas constantes, podendo o contribuinte optar pelo cálculo numa base anual ou por referência a períodos mensais. Os contribuintes podem ainda optar por utilizar qualquer outro método de cálculo, mediante aprovação prévia da AGT.

Genericamente, são amortizáveis todos os bens e elementos do activo imobilizado corpóreo ou incorpóreo sujeitos a deperecimento. Contudo, existem regimes de amortização específicos, conforme sistematizado no quadro infra. Por outro lado, estão previstos custos com reintegrações e amortizações não aceites para efeitos de apuramento da matéria colectável.

10 Os terrenos não são amortizáveis, excepto se estiverem exclusivamente afectos à actividade de exploração e apenas na parte sujeita a deperecimento. Caso os imóveis tenham sido adquiridos sem indicação expressa do valor do custo do terreno, atribui-se aos terrenos um valor de 20% do valor global dos imóveis, a não ser que o contribuinte estime outro valor, com base em cálculos tecnicamente elaborados e fundamentados por entidade independente e previamente aceites pela AGT.

Regimes específicos de reintegrações e amortizações

Reintegrações e amortizações não aceites fiscalmente

Activos revertíveis – desde que calculadas em função do número de anos que restam do período de concessão (quando aquele for inferior ao período de vida útil do bem amortizado);

As não contabilizadas como custos ou perdas no exercício a que respeitam ou que não estejam inscritos e devidamente justificados nos mapas de amortizações que devem acompanhar a declaração anual de rendimentos (Modelo 1 do Imposto Industrial);

Bens e elementos amortizáveis adquiridos em estado de uso – desde que calculadas com base no período de utilidade esperado;

As que sejam calculadas sobre bens e elementos do activo imobilizado corpóreo ou incorpóreo não sujeitos a deperecimento;

Custos com obras efectuadas em propriedades alheias, grandes reparações e benfeitorias em bens de propriedade própria – desde que calculadas com base no período de utilidade esperado;

As que excedam as taxas limite e períodos de vida útil estabelecidos na legislação em vigor, salvo os casos excepcionais devidamente justificados e reconhecidos pela AGT;

Activos amortizáveis cujo custo individualizado não exceda AKZ 30.000 – podem ser totalmente amortizados no exercício em que entram em funcionamento;

As que sejam calculadas sobre o valor dos terrenos10;

Bens do imobilizado reavaliado – desde que calculadas nos termos da legislação aplicável;

As que sejam calculadas sobre viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, cujo custo inicial/revalorizado exceda AKZ 20.000.000, excepto as viaturas que se encontrem afectas à exploração de serviços públicos de transporte ou que se destinem a ser alugadas no exercício da actividade normal da empresa;

Bens que tenham sofrido desvalorizações excepcionais – desde que seja apresentado requerimento ao Chefe da Repartição Fiscal respectiva.

Calculadas sobre barcos de recreio, aviões ou helicópteros, excepto se estiverem afectos à exploração de serviços de transporte ou alugados no exercício da actividade normal da empresa.

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As amortizações e reintegrações dos contribuintes sujeitos aos Planos de Contas das Instituições Financeiras e Seguradoras devem ser realizadas de acordo com os respectivos normativos contabilísticos, mesmo quando contrários às disposições do Código do Imposto Industrial, podendo, no entanto, os procedimentos de contabilização serem corrigidos pela AGT quando se entenda que estes não têm aderência aos respectivos normativos contabilísticos.

Activo Taxas

Imobilizadocorpóreo

Taxas previstas na tabela das reintegrações e amortizações definidas no Decreto Presidencial n.º 207/15, de 5 de Novembro11.

Imobilizadoincorpóreo

Amortizações de acordo com o período de utilidade esperada;ouDurante um período de 5 anos, excepto se estiverem em causa programas informáticos, os quais devem ser amortizados a uma taxa anual de 33,33% (quando o período de utilidade esperada não seja determinável).

Nota: Quando os bens estiverem sujeitos a desgaste superior ao que resultaria da sua utilização normal, em consequência de laboração em mais do que um turno, poderá ser aceite como custo fiscal do exercício a amortização calculada de acordo com o método que estiver a ser utilizado acrescido de 25%, caso a laboração seja de dois turnos, ou 50%, caso se trate de uma laboração contínua.

Regime das provisões

Provisões aceites fiscalmente

São aceites fiscalmente as provisões constituídas no exercício que se destinem a cobrir

as seguintes situações:

As obrigações e encargos derivados de processos judiciais em curso por factos que determinariam a inclusão daqueles entre os custos ou perdas do exercício;

Para fazer face aos créditos de cobrança duvidosa12, calculadas em função da soma dos créditos resultantes da actividade normal da empresa existentes no fim do exercício, bem como da sua antiguidade;

As constituídas para fazer face à perda de valor das existências;

As constituídas de acordo com as obrigações impostas pelas entidades públicas reguladoras, designadamente do sector financeiro, segurador e de jogos;

As constituídas sobre créditos com garantia, salvo na parte não coberta.

As taxas e os limites das provisões aceites para efeitos fiscais acima referidos encontram-se fixados na tabela anexa ao Decreto Presidencial n.º 204/15, de 28 de Outubro, a qual se encontra resumida no quadro que apresentamos infra:

Provisões Taxaanual

Limite acumulado

Para cobertura de créditosde cobrança duvidosa

4% 10%

Para cobertura, por ramos de actividade, das perdas de valor sofridas pelas existências:

I – Indústria e outras actividades, com excepção do comércio

1 – Pesca 1% 4%

2 – Indústrias extractivas 1% 4%

3 – Indústrias transformadoras

· Matérias-primas 3% 10%

· Produtos acabados

a) indústrias alimentares, com excepção das indústrias de bebidas

3% 6%

b) Restantes indústrias transformadoras 1% 4%

4 – Construção e obras públicas 0,5% 2,5%

5 – Electricidade, gás, água e serviço de saneamento 1% 4%

II – Comércio

a) Acessórios e sobressalentes de máquinas, veículos a motor e bicicletas

3% 12%

b) Artigos têxteis, vestuário e calçado 1% 4%

c) Livros e artigos de escritório 1% 4%

d) Brinquedos e jogos infantis 1% 4%

e) Existências de artigos não especificados 0,5% 3%

11 Com excepção dos contribuintes sujeitos aos Planos de Contas das Instituições Financeiras e Seguradoras, que aplicamas regras dos respectivos normativos contabilísticos. 12 Não são dedutíveis as constituídas sobre créditos com garantia, salvo na parte não coberta.

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O Decreto Presidencial n.º 204/15, de 28 de Outubro, veio concretizar uma série de requisitos que devem ser assegurados pelos contribuintes, no sentido de se garantir a dedutibilidade fiscal das várias provisões acima referidas e que seguidamente se identificam:

Provisão para obrigações e encargos derivados de processos judiciais

Para que possa ser dedutível para efeitos fiscais, a constituição desta provisão terá que cumprir cumulativamente os seguintes requisitos:

· Ter como base elementos objectivos e informações idóneas, que justifiquem a natureza das obrigações e encargos, o ano e o valor contabilizado;

· O valor das obrigações e dos encargos cobertos pela provisão devem ser dedutíveis para efeitos fiscais, como custo do exercício.

Provisão para créditos de cobrança duvidosa

Podem ser constituídas e aceites para efeitos fiscais sempre que o risco de cobrança ou pagamento se considere devidamente justificado, o que se verifica nos seguintes casos:

· O devedor tenha pendente processos de execução, falência ou insolvência, ou situações análogas;

· Os créditos tenham sido reclamados judicialmente;· Os créditos estejam em mora há mais de 6 meses desde a data do respectivo vencimento

e existam provas concretas de terem sido iniciadas diligências para a cobrança dos montantes em causa.

Note-se que o regime identifica expressamente um conjunto de créditos que não poderão ser considerados de cobrança duvidosa para efeitos da constituição da presente provisão, designadamente os créditos sobre pessoas singulares ou colectivas que detenham uma participação igual ou superior a 10% do capital da empresa ou sobre membros dos seus órgãos sociais, os créditos cobertos por seguro, com excepção da importância correspondente à percentagem de descoberto, obrigatório ou por qualquer espécie de garantia real, os créditos sobre o Estado ou Empresas Públicas, bem como aqueles garantidos por estas entidades.

Os créditos de cobrança duvidosa devem estar enquadrados em conformidade com o Plano Geral de Contabilidade e devem ser apresentados num mapa, contendo os seguintes elementos:

· Nome do devedor;· NIF (quando aplicável);· Valor de cada dívida;· Data em que foi contraída a dívida;· Valor da provisão anual;· Data de constituição da provisão anual; · Valor da provisão acumulada.

Provisões fiscalmente relevantes

Custos ou perdas com existências

Esta provisão destina-se a cobrir a perda de valor das existências e será dedutível para efeitos fiscais caso corresponda à diferença entre o custo de aquisição ou de produção das existências e o respectivo preço de mercado, no final do exercício a que diga respeito.

Para sujeitos passivos que exerçam actividade editorial, o montante anual acumulado da provisão corresponderá à perda de valor dos fundos editoriais constituídos por obras e elementos complementares, desde que tenham decorrido dois anos desde a data do depósito legal de cada edição.

Regras de constituição e utilização das provisões

A constituição de provisões fica limitada ao exercício em que se verifiquem os factos que justificaram a sua constituição.

Caso não sejam utilizadas, as provisões devem ser revertidas no exercício em que se verifique a não subsistência das razões que justificaram a sua constituição.

As provisões que não devam subsistir por não se terem verificado os eventos a que se reportam e as que forem utilizadas para fins diversos dos expressamente previstos como fiscalmente aceites considerar-se-ão proveitos ou ganhos do respectivo exercício.

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Dedução Condições

Prejuízosfiscais

Os prejuízos fiscais são reportáveis nos cinco exercícios posteriores. Contudo, caso o contribuinte tenha apurado prejuízos fiscais no decorrer de um período de isenção ou de redução de taxa de Imposto Industrial, os mesmos não poderão ser deduzidos ao lucro tributável apurado nos exercícios posteriores ao fim do período de isenção ou redução de taxa.

Os prejuízos fiscais apurados no âmbito de uma actividade isenta ou que beneficie de redução de taxa também não são passíveis de serem deduzidos contra lucros de outras actividades sujeitas ao Regime Geral.

Os prejuízos fiscais não são reportáveis nas circunstâncias em que a AGT utilize métodos indirectos por ausência, insuficiência ou falta de idoneidade dos elementos necessários à determinação do imposto devido.

Benefício fiscaldos lucros levados a reservas de reinvestimento

Os lucros levados a reservas de investimento, que dentro dos três exercícios seguintes tenham sido reinvestidos em instalações ou equipamentos novos, afectos à actividade produtiva, podem ser deduzidos à matéria colectável nos cinco exercícios imediatamente seguintes ao da conclusão do investimento.

O benefício fiscal acima referido fica dependente da entrega de requerimento do contribuinte à AGT até ao último dia útil do mês de Fevereiro do ano seguinte ao da conclusão do reinvestimento, acompanhado de um conjunto de documentos.

Quando o reinvestimento for realizado na Província de Luanda, Município do Lobito ou nas capitais de outras províncias, pode-se deduzir à matéria colectável 40% do valor do investimento, sendo que a dedução é de 80%, quando o investimento for realizado fora das capitais de província.

Deduções ao lucro tributável/matéria colectável

Determinação da matéria colectável do Regime SimplificadoDeduções ao lucro tributávelPara a determinação da matéria colectável deduzir-se-ão do lucro líquidoapurado nos termos do Código do Imposto Industrial as importâncias seguintes:

· Os proveitos sujeitos a Imposto Predial;· Os proveitos sujeitos a IAC.

Apuramento da matéria colectávelNo âmbito do Regime Simplificado, a matéria colectável corresponde a todos os proveitos ou ganhos obtidos pelo sujeito passivo e é determinada com base na contabilidade, no modelo de contabilidade simplificada ou no livro de registo de compra e venda e serviços prestados.

Caso não seja possível determinar a matéria colectável nos termos referidos no parágrafo anterior, a mesma deve corresponder ao volume total de vendas e serviços prestados.

Na impossibilidade de identificação do volume total de vendas e serviços prestados, a matéria colectável corresponderá ao volume total de compras e serviços adquiridos.

Caso não seja possível determinar o volume total de compras e serviços adquiridos, a matéria colectável será determinada com base em outras regras previstas para métodos indirectos, incluindo a tabela dos lucros mínimos.

Deduções à matéria colectávelOs contribuintes do Regime Simplificado que possuam contabilidade sujeitam-se, com as devidas adaptações, às regras aplicáveis ao apuramento da matéria colectável dos contribuintes do Regime Geral.

Os contribuintes do Regime Simplificado que possuam modelo de contabilidade simplificada ou livro de registo de compra e venda e serviços prestados têm direito a deduzir até 30% dos custos incorridos.

Os contribuintes do Regime Simplificado que não possuam contabilidade, modelo de contabilidade simplificada ou livro de registo de compra e venda e serviços prestados não têm direito a dedução de custos incorridos.

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Taxas

Determinação da matéria colectável/rendimento Taxas

Taxa geral de Imposto Industrial 25%13

Rendimentos provenientes de actividades exclusivamente de explorações agrícolas, aquícolas, apícolas, avícolas, pecuárias, piscatórias e silvícolas, excepto a exploração de madeira

10%

Rendimentos provenientes de actividades do sector bancário e de seguros, operadoras de telecomunicações e de empresas petrolíferas angolanas, nos termos definidos no Decreto Legislativo Presidencial n.º 3/12, de 16 de Março

35%

Liquidação provisória sobre prestações de serviços 6,5%

Liquidação provisória sobre vendas 2%

Tributação liberatória sobre serviços acidentais prestados por não residentes sem estabelecimento estável em Angola

15%

13 A taxa de Imposto Industrial poderá ser reduzida no âmbito de projectos de investimento privado devidamente licenciados por autoridade pública definida nos termos da legislação em vigor ou em função de legislação especial aprovada para o efeito.14 A diferença correspondente ao pagamento em excesso ou indevido das liquidações provisórias sobre as vendas de exercícios anteriores, pode ser deduzida na liquidação definitiva ou provisória sem qualquer limitação temporal. Não obstante, a regra determina que este procedimento depende de reconhecimento por parte da AGT.

Liquidações e pagamentos provisóriosLiquidações provisórias de Imposto Industrial – entidades residentesO Imposto Industrial relativo a contribuintes do Regime Geral é objecto de autoliquidação provisória e pagamento devido até ao último dia útil do mês de Agosto, por referência ao próprio exercício em que a actividade tenha lugar.

Estas liquidações de imposto têm natureza provisória, deduzindo-se à colecta final de Imposto Industrial.

Liquidações Provisórias Taxa

Sobre vendas de bens 2% sobre o volume total de vendas do contribuinte, apurado no primeiro semestre do exercício14.

O regime de liquidação e pagamento provisório sobre vendas é igualmente aplicável aos serviços que não se encontrem sujeitos a retenção na fonte, nos termos da liquidação e pagamentos provisórios sobre a prestação de serviços (ver lista de serviços não sujeitos a retenção na fonte seguidamente).

Os contribuintes que tenham apresentado prejuízo no exercício anterior estão dispensados da liquidação provisória sobre vendas de bens.

15 No apuramento final do Imposto Industrial, que ocorre com a entrega da Declaração Modelo 1, ou Modelo de Declaração Simplificada, se for apurado e confirmado pela Administração Tributária montante de imposto inferior ao imposto pago provisoriamente no decurso do exercício, este crédito pode ser abatido à colecta dos exercícios seguintes.

Liquidações Provisórias Taxa

Sector bancário,segurador e dos jogos

2% sobre o total do resultado derivado de operações de intermediação financeira ou dos prémios de seguro e resseguro e dos jogos, apurados nos primeiros seis meses do exercício anterior, excluídos os proveitos sujeitos a IAC.

Sobre prestaçõesde serviços

As prestações de serviços de qualquer natureza estão sujeitas a tributação, por retenção na fonte, à taxa de 6,5%, a efectuar pelas entidades pagadoras dos rendimentos, devendo a entrega do imposto ser efectuada até ao final do mês seguinte15;

A matéria colectável nos termos deste regime é constituída pelo valor global do serviço prestado, excluídas as matérias-primas, peças ou materiais necessários à prestação do serviço, devidamente documentados;

No entanto, não constituem prestações de serviços sujeitas a retenção na fonte as seguintes:

· Actividade educativa, conforme definida na Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino, serviços prestados por jardins de infância, berçários e estabelecimentos similares;

· Serviços de assistência médico-sanitária e operações conexas efectuadas por clínicas, hospitais e similares;

· Quaisquer serviços cujo valor integral da prestação não ultrapasse AKZ 20.000;

· Serviços de transporte de passageiros;· Locação de máquinas ou equipamentos sujeita a IAC;· Os serviços de intermediação financeira e seguradora;· Os serviços de hotelaria e similares e serviços de telecomunicações;· Os redébitos de custos (sem margem), realizados entre entidades

relacionadas, definidas nos termos do Estatuto dos Grandes Contribuintes, devidamente comprovados e documentados.

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Guia Fiscal 2021Guia Fiscal 2021

Esta tributação opera por retenção na fonte, por via da aplicação de uma taxa liberatória de 15%16. A matéria colectável nos termos deste regime é constituída pelo valor global do serviço prestado. Contudo, não constituem prestações de serviços sujeitas a este regime especial de tributação as seguintes:

· Actividade educativa, conforme definida na Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino, serviços prestados por jardins de infância, berçários e estabelecimentos similares;

· Serviços de assistência médico-sanitária e operações conexas efectuadas por clínicas, hospitais e similares;

· Serviços de transporte de passageiros;· Locação de máquinas ou equipamentos sujeita a IAC.

Regime especial de tributação de serviços acidentais – entidades não residentesAs pessoas colectivas que tenham sede ou direcção efectiva no estrangeiro, ainda que não possuam estabelecimento estável no País, serão colectadas em sede de Imposto Industrial pelos serviços prestados, de qualquer espécie, em território angolano.

Liquidação e pagamento definitivo

Obrigaçãodeclarativa

Regime Informação que deve acompanhara obrigação declarativa

Prazo

Declaração Modelo 1,em duplicado17

Geral

· Demonstração de resultados por natureza;· Demonstração de fluxos de caixa;· Balanço;· Balancete do razão e balancete geral analítico,

antes e depois dos lançamentos de rectificação ou regularização e de apuramento dos resultados do exercício, e respectivos anexos, devidamente assinados pelo contabilista responsável pela sua elaboração;

· Relatório técnico onde, com base em mapas discriminativos, o contabilista que assinou as demonstrações financeiras e a declaração fiscal deve comentar sucintamente:

i. As reintegrações e amortizações contabilizadas, com indicação do método utilizado, das taxas aplicadas e dos valores iniciais e actuais dos diversos elementos sobre os quais aquelas recaíram;

ii. As alterações sofridas pelas existências de todas as categorias e os critérios que presidiram à sua valorimetria;

iii. As provisões constituídas ou as alterações nelas ocorridas;

iv. Os créditos incobráveis verificados;v. As mais-valias realizadas;vi. As variações patrimoniais ocorridas;vii. Os gastos gerais de administração, com

especial referência às remunerações, de qualquer espécie, atribuídas aos corpos gerentes, bem como todas as despesas de representação suportadas durante o exercício;

viii. As mudanças nos critérios de imputação de custos ou atribuições dos proveitos às diferentes actividades ou estabelecimento da empresa;

ix. Quaisquer outros elementos reputados de interesse à justa determinação do lucro tributável e ao esclarecimento do balanço e da conta de resultados do exercício ou de ganhos e gastos.

Até ao último dia útil do mês de Maio

17 Os contribuintes que exerçam actividades sujeitas a taxas diferentes de Imposto Industrial podem apresentar as respectivas declarações fiscais, mediante junção dos instrumentos contabilísticos por centros de custos e balancete geral analítico por actividades.

16 Nos termos da Lei n.º 42/20, de 31 de Dezembro, Lei que aprova o Orçamento do Estado para o Exercício Económico de 2021, foi estabelecido que durante o ano de 2021, a taxa de Imposto Industrial que incide sobre o valor global dos serviços acidentais, prestados por pessoas colectivas sem sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em Angola, a operadoras petrolíferas com sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em Angola é fixada em 6,5%.

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Obrigaçãodeclarativa

Regime Informação que deve acompanhara obrigação declarativa

Prazo

Declaração Modelo 1 em duplicado e documentação a manter nas instalações do contribuinte

Geral

· Relação dos titulares dos órgãos de gestão;· Cópia da acta da Assembleia Geral de

aprovação de contas do exercício ou documento de aprovação de contas;

· Balanço;· Balancete do razão e balancete geral analítico,

antes e depois dos lançamentos de rectificação ou regularização e do apuramento de resultados do exercício;

· Demonstração de resultados, por natureza e demonstração de fluxos de caixa;

· Mapa de amortizações e reintegrações de bens do activo imobilizado;

· Mapa geral de todos os impostos pagos no decurso do exercício.

Até ao último dia útil do mês de Maio

Modelo de Declaração Simplificada ou o livro de registo de compra e venda e serviços prestados

Simplificado

· Balanço;· Balancete geral analítico antes e depois dos

lançamentos de rectificação ou regularização e de apuramento de resultados;

· Demonstração de Resultados e anexos;· Relatório técnico.

Até ao último dia útil do mês de Abril

Grandes ContribuintesRegime de tributação de grupos de sociedadesOs grupos societários que sejam dominados por um Grande Contribuinte poderão optar pela sujeição a tributação pela soma total dos resultados fiscais positivos e/ou negativos das empresas que o constituem.

Requisitos cumulativos de aplicação do regime de tributação de grupos de sociedades

As sociedades que sejam detidas pela sociedade dominante, directa ou indirectamente, em mais de 90% (ou desde que tal participação lhe confira mais de metade dos direitos de voto);

As sociedades dominadas e dominante devem ter sede e direcção efectiva em Angola;

Requisitos cumulativos de aplicação do regime de tributação de grupos de sociedades (continuação)

A participação da sociedade dominante na sociedade dependente deve ter uma antiguidade superior a dois anos (com excepção das sociedades constituídas pela própria sociedade dominante);

A sociedade dominante não pode ser detida por nenhuma outra sociedade com sede ou direcção efectiva em Angola, com condições de integrar o grupo de sociedades;

As sociedades dominantes e dominadas não podem:i. estar inactivas há mais de um ano ou contra si terem pendente acções ou processos de

insolvência, liquidação, dissolução ou execução fiscal;ii. ter registado prejuízos fiscais nos últimos dois exercícios fiscais anteriores à data do pedido

de inclusão no regime;iii. ser beneficiárias de incentivos fiscais atribuídos ao abrigo da Lei de Bases do Investimento

Privado.

Nota: A aplicação anual do presente regime tem de ser precedida da entrega da Declaração Modelo 5, conforme modelo oficial aprovado pelo Decreto Executivo n.º 456/17, de 2 de Outubro, na Repartição Fiscal dos Grandes Contribuintes, com uma antecedência mínima de três meses em relação à data limite de entrega da Declaração de rendimentos Modelo 1 de Imposto Industrial.

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Guia Fiscal 2021Guia Fiscal 2021

Regime dos preços de transferênciaA AGT pode vir a efectuar as correcções que sejam necessárias para a determinação da matéria colectável, sempre que, em virtude de relações especiais entre o contribuinte e outra entidade, tenham sido estabelecidas, para as respectivas operações, condições diferentes das que seriam normalmente acordadas nas operações entre entidades independentes.

Os Grandes Contribuintes que tenham registado, no respectivo exercício, um valor de proveitos anual superior a 7 mil milhões de AKZ devem proceder à elaboração de um dossier que suporte e especifique as relações e preços praticados com as sociedades com as quais possuam relações especiais, o qual deverá ser entregue até seis meses após a data de encerramento do exercício fiscal (até 30 de Junho de cada exercício fiscal).

Relações especiaisConsidera-se que existem relações especiais entre duas entidades quando uma tem

poder de exercer, directa ou indirectamente, uma influência significativa nas decisões

de gestão da outra, designadamente nos seguintes casos:

Quando os administradores ou gerentes de uma sociedade, bem como os cônjuges, ascendentes e descendentes destes, detenham directa ou indirectamente uma participação não inferior a 10% do capital ou dos direitos de voto na outra entidade;

Quando a maioria dos membros dos órgãos de administração, direcção ou gerência sejam as mesmas pessoas ou, sendo pessoas diferentes, estejam ligadas entre si por casamento, união de facto ou parentesco na linha recta;

Quando as entidades se encontrem vinculadas por via de contrato de subordinação;

Quando se encontrem em relações de domínio ou de participações recíprocas, bem como vinculadas por via de contrato de subordinação, de grupo paritário ou outro efeito equivalente nos termos da Lei das Sociedades Comerciais;

Quando entre uma e outra existam relações comerciais que representem mais de 80% do seu volume total de operações;

Quando uma financie a outra em mais de 80% da sua carteira de crédito.

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Imposto sobre Valor Acrescentado(IVA)

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Guia Fiscal 2021

Aprovado pela Lei n.º 7/19, de 24 de Abril, entretanto já alterada pela Lei n.º 17/19, de 13 de Agosto, o IVA entrou em vigor no sistema tributário angolano a 1 de Outubro de 2019.

Em simultâneo foi revogado o Imposto de Consumo, bem como o Imposto de Selo nas operações aduaneiras [verba 15 da Tabela anexa ao Código do referido Imposto].

A entrada em vigor do IVA determinou ainda a isenção do Imposto de Selo de 1%, previsto na verba n.º 23.3 da Tabela anexa ao Código do referido Imposto (“Selo de recibo”), para os sujeitos passivos de IVA, bem como do Imposto de Selo das operações de financiamento, locação financeira, reporte, seguros e resseguros que sejam tributadas em sede de IVA (verbas nº 16, 17, 21 e 22 da Tabela anexa ao Código do Imposto de Selo).

Regimes especiais de IVAPara além do Regime Geral do IVA, estão previstos alguns regimes especiais em sede deste imposto, a saber:

• Regime Simplificado;• Regime de Exclusão;• Regime de Caixa.

Regime Simplificado

Este regime, em vigor desde 1 de Janeiro de 2021, é aplicável aos sujeitos passivos que, nos 12 meses anteriores, tenham tido um volume de negócios ou um montante de importações superior a 10.000.000 de Kwanzas e igual ou inferior a 350.000.000 de Kwanzas (os sujeitos passivos afectos à indústria transformadora não serão abrangidos e ficarão obrigatoriamente enquadrados no Regime Geral do IVA, independentemente do seu volume de negócios).

No Regime Simplificado, os sujeitos passivos apuram o IVA a entregar mensalmente ao Estado, na sequência da submissão da declaração periódica mensal, mediante a aplicação de uma taxa de 7% sobre o volume de negócios efectivamente recebido das suas transmissões de bens e/ou prestações de serviços não isentas de IVA, sendo-lhes assegurado o direito à dedução de 7% do total do imposto suportado a montante (incluindo nas importações).

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Na aquisição de serviços a prestadores não residentes, os referidos sujeitos passivos do Regime Simplificado estão obrigados a autoliquidar IVA à taxa de 7% sobre o valor do serviço efectivamente pago com relação às operações que nos termos das regras se considerem localizadas em Angola para efeitos de IVA.Adicionalmente, os sujeitos passivos enquadrados neste Regime Simplificado terão de entregar mensalmente ao Estado 7% de Imposto de Selo sobre o recebimento das suas operações isentas de IVA. Este Imposto de Selo poderá ser deduzido à colecta do seu imposto sobre o rendimento.

Em todo o caso, cumpridos que estejam determinados requisitos, os sujeitos passivos podem optar por integrar o Regime Geral do IVA.

Regime de Exclusão

As pessoas singulares ou colectivas cujo volume anual de negócios ou operações de importação seja igual ou inferior a 10.000.000 de Kwanzas ficam excluídas da aplicação do IVA.

Assim, as entidades neste regime não liquidam IVA nas suas operações (não mencionam IVA nas suas facturas), nem podem deduzir o IVA incorrido nas aquisições efectuadas.

Em todo o caso, os contribuintes abrangidos pelo Regime de Exclusão podem, mediante o cumprimento de determinados requisitos, optar por integrar o Regime Geral do IVA.

Regime de Caixa

Regime aplicável apenas aos sujeitos passivos cujo volume de negócios (ou operações de importação) do ano anterior não exceda o limite máximo definido para as Pequenas Empresas (USD 3.000.000) e não realizem operações isentas ou a entidades cujo objecto social seja exclusivamente a distribuição de água potável e energia eléctrica.

A adesão a este regime faz-se através da declaração de alterações de actividade, sendo exigida autorização prévia por parte da AGT, e permite que, mediante o cumprimento das regras e requisitos previstos, os sujeitos passivos liquidem e paguem o imposto em função dos recebimentos dos clientes e pagamentos a fornecedores.

Incidência objectiva e territorialidadeSendo um imposto que tributa a generalidade do consumo e despesa, o IVA incide sobre todas as transmissões de bens e prestação de serviços efectuadas em Angola a título oneroso, por um sujeito passivo, bem como sobre as importações de bens (estão previstas, a este nível, algumas isenções).

O Código do IVA elenca ainda um conjunto de operações que se consideram assimiladas a transmissões de bens ou prestações de serviços realizadas a título oneroso e, como tal, são também sujeitas a IVA (a título de exemplo, destacamos a indemnização paga a um sujeito passivo no âmbito de um contrato de seguros, a transmissão gratuita de bens acima de determinado valor e ainda a não devolução, no prazo de 180 dias, de mercadorias enviadas à consignação).

O repasse de despesas incorridas em nome próprio configura, igualmente, uma prestação de serviços para efeitos de IVA.

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Incidência subjectivaSão sujeitos passivos do IVA as pessoas singulares, colectivas ou outras entidades que:

Exerçam, de modo independente, actividades económicas, incluindo de produção, de comércio ou de prestação de serviços, profissões liberais, actividade extractiva, agrícola, aquícola, apícola, avícola, pecuária, piscatória e silvícola;

Realizem importações de bens nos termos da legislação aduaneira;

Mencionem indevidamente o IVA em factura ou documento equivalente;

Adquiram, enquanto sujeitos passivos, serviços a entidades não residentes sem domicílio, sede ou estabelecimento estável em território nacional.

O Estado, as entidades governamentais e outros organismos públicos, incluindo Institutos Públicos, Autarquias, Instituições públicas de previdência e segurança social, excepto quando actuem dentro dos poderes de autoridade e daí não resultem distorções de concorrência;

Os partidos e coligações políticas, os sindicatos e as instituições religiosas legalmente constituídas, na medida em que efectuem operações tributáveis.

Transmissões de bens efectuadas pelo importador e transmissões subsequentes de bens transportados ou expedidos do estrangeiro, quando tais transmissões hajam ocorrido antes da importação em Angola – tributação em território nacional;

Serviços relacionados com um imóvel – tributação no local do imóvel;

Serviços de alojamento e restauração – tributação no local em que se realizam;

Locação de veículos motorizados, aeronaves, barcos de recreio ou quaisquer outros veículos de transporte – tributação no local em que os mesmos são colocados à disposição do destinatário;

Serviços de carácter artístico, científico, desportivo, recreativo de ensino e similares (inclui serviços dos organizadores e serviços acessórios) – tributação no local em que se realizam.

Os assalariados;

Outras pessoas que se encontrem vinculados à entidade patronal por um contrato de trabalho, ou por contrato que, não sendo um contrato de trabalho, estabeleça vínculos de subordinação no que diz respeito às condições de trabalho e de remuneração e à responsabilidade da entidade patronal.

São ainda sujeitos passivos:

No entanto, não são sujeitos passivos:

Estão previstas, entre outras, as seguintes excepções18:

18 Não obstante, os serviços utilizados ou cuja exploração efectiva ocorra em território nacional, são sempre tributáveis em Angola.

Exigibilidade19

Regra geral, o imposto é devido e torna-se exigível:

• Na transmissão de bens, no momento em que os bens são colocados à disposição do adquirente;

• Na prestação de serviços, no momento da realização dos mesmos;

• Na importação, no momento do desalfandegamento20.

Não obstante o acima exposto, nas transmissões de bens e prestações de serviços em que há obrigação de emissão de factura ou documento equivalente, o imposto torna-se exigível:

• No momento da emissão da factura ou documento equivalente, se o prazo de emissão for cumprido;

• Se o prazo para a emissão da factura não for cumprido, no momento em que termina esse prazo;

• Se houver lugar a pagamento, ainda que parcial, antes da emissão da factura, o IVA é devido e exigível no momento do recebimento desse pagamento, pelo montante recebido.

Regras de localizaçãoRegra geral, são tributáveis em IVA em Angola:

• As transmissões de bens que estejam em Angola quando se inicia o respectivo transporte para o adquirente ou, no caso de não haver transporte, no momento da entrega dos mesmos ao adquirente;

• As prestações de serviços a adquirentes com domicílio, sede ou estabelecimento estável em território nacional, para o qual os serviços são adquiridos.

19 Foram previstas excepções a esta regra para as operações realizadas pelas Instituições Financeiras Bancárias, devido à especificidade do funcionamento das mesmas.20 Foi criada uma medida de alívio dos efeitos económicos e financeiros negativos provocados pela pandemia de COVID-19 que permite que os importadores de determinados bens podem realizar o desembaraço aduaneiros das mercadorias e proceder ao pagamento do IVA posteriormente.

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IsençõesSão isentas de IVA, entre outras, as seguintes operações:

Conferem direito à dedução Não conferem direito à dedução

Exportações de bens

Transmissões de medicamentos, livros21

Locação de bens imóveis (independentemente da finalidade, excepto locação financeira imobiliária)

Operações relacionadas com determinadas embarcações e aeronaves

Serviços que tenham por objecto o ensino

Transporte internacional de passageiros Serviços médico sanitários

Determinadas transmissões de bens efectuadas no âmbito de relações diplomáticas e consulares ou de tratados e acordos internacionais de que a Repúblicade Angola faça parte

Operações sujeitas a SISA ou Imposto Predial

Transporte colectivo de passageiros

Determinadas operações de intermediação financeira (quando não seja cobrada uma taxa ou contraprestação específica e predeterminada)

Serviços de seguro e resseguro, do ramo vida e de saúde (não inclui serviços de mediação)

Transmissões de produtos petrolíferos

Valor tributávelRegra geral, o valor tributável das operações sujeitas a imposto é o valor da contraprestação obtida ou a obter do adquirente, do destinatário ou de um terceiro. A AGT pode corrigir o valor tributável nas operações em que a contraprestação é inferior ou superior ao valor normal, assumindo o valor normal como valor tributável.

Inclui Não inclui

Impostos, direitos, taxas, juros22 e outras imposições

Indemnizações (declaradas judicialmente)

Despesas acessórias debitadas quando respeitem a comissões, embalagens, transporte e seguros por conta do cliente

Descontos ou abatimentos

Operações acessórias Quantias respeitantes a embalagens não transaccionadas

22 Incluindo os juros de mora21 É permitido renunciar à isenção nestas operações, liquidando o IVA devido sobre as mesmas, o que permite deduzir o IVA incorrido a montante.

Os sujeitos passivos enquadrados no Regime Geral que pratiquem exclusivamente operações isentas de IVA passam a estar obrigados ao pagamento do Imposto de Selo sobre o recibo de quitação, à taxa de 7%, referente à verba 23.3. da tabela anexa ao Código do Imposto de Selo.

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No entanto, e à excepção do Estado (que cativa sempre), aquelas entidades não podem cativar IVA nas seguintes operações:

Agentes cativadores

Sociedades Investidoras Petrolíferas e Entidades Executoras do Projecto Angola LNG

Estado24

Banco Nacional de Angola e Bancos comerciais

Seguradoras e resseguradoras

Operadoras de telecomunicações

% de cativação

100%

50%

Transmissão de bens efectuadas por supermercados;

Serviços prestados por bancos comerciais (incluindo transmissões de bens em que o pagamento seja efectuado por débito em conta);

Consumo de água e energia;

Serviços de hotelaria e outras actividades conexas ou similares;

Serviços adquiridos em caixas de pagamento automático;

Indemnizações de seguro que resultem em reembolso, efectuadas pelas seguradoras aos segurados.

Retenção de IVA sobre os recebimentos obtidos em terminais de pagamento automático (TPA)Sobre os recebimentos obtidos nos TPA, relativos às transmissões de bens e prestações de serviços efectuadas pelos sujeitos passivos, deve ser retido, pela Instituição Bancária, 2,5% a título de IVA. Esta retenção apenas deverá ser efectuada para as operações efectuadas pelos sujeitos passivos de IVA (Regime Geral e Regime Simplificado). Estes sujeitos passivos poderão deduzir, na sua declaração periódica, a totalidade do IVA que lhes foi retido.

DeduçãoAtravés do método subtractivo, os sujeitos passivos podem deduzir o IVA que incorrem nas suas aquisições de bens e serviços para a realização de operações tributáveis (ou isentas com direito à dedução). No entanto, e sem prejuízo das restrições ao direito à dedução do IVA incorrido em determinadas despesas, apenas é dedutível o imposto mencionado em faturas emitidas em nome e na posse do sujeito passivo, emitidas de forma legal e desde que respeitem a operações realizadas no âmbito da sua actividade.

Exercício do direito à deduçãoQuando o sujeito passivo realiza, simultaneamente, operações tributadas e operações isentas que não conferem direito à dedução, o apuramento do montante de IVA dedutível associado a bens e serviços não directamente afectos àquelas operações deverá calcular-se de acordo com o método do pro rata, baseado no volume de negócios, ou de acordo com o método da afectação real, caso seja imposta ou autorizada pela AGT (e.g., bens adquiridos destinados a 23 De acordo com a Lei n.º 22/19, de 20 de Setembro, que altera o regime especial aduaneiro, portuário e de transmissões de bens para

a Província de Cabinda 24 Inclui o Estado, os seus serviços, estabelecimentos e organismos, ainda que personalizados e as autarquias locais, exceptuando as Empresas Públicas

TaxasActualmente, o IVA tem duas taxas: a taxa normal de 14% e uma taxa reduzida de 5% (importações e transmissões locais dos bens constantes da tabela do Anexo I ao Código do IVA e determinados insumos agrícolas, conforme lista constante do Anexo I à Lei n.º 42/20).

No entanto, as importações e transmissões de bens que sejam efectuadas na Província de Cabinda estão sujeitas a uma tributação reduzida de IVA, à taxa de 2%23.

Liquidação Regra geral, a liquidação do IVA cabe aos fornecedores de bens e prestadores de serviços, aos serviços aduaneiros nas importações de bens e à AGT no caso de liquidação oficiosa. Nos casos em que um sujeito passivo adquire serviços a um prestador não residente que não disponha em Angola de um estabelecimento estável, o imposto é devido por esse mesmo adquirente (através do mecanismo de “autoliquidação”).

Cativação de impostoO Código do IVA atribuiu a determinadas entidades a obrigatoriedade de, nas suas aquisições de bens ou serviços com IVA, proceder à retenção do imposto que é liquidado nas facturas pelos seus fornecedores. Assim, tais entidades na sua qualidade de agentes cativadores devem cativar (total ou parcialmente, consoante a natureza da entidade) o IVA mencionado nas facturas ou documentos equivalentes recebidos dos fornecedores, no momento da recepção dos mesmos.

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Exclusões ao direito à deduçãoNos termos do Código do IVA, há determinadas despesas cujo IVA nelas incorrido não é dedutível, nomeadamente referentes a alimentação e bebidas ou a viaturas de turismo. Excepções a esta exclusão estão previstas para os casos em que a actividade do sujeito passivo consista na comercialização de tais realidades.

Assim, não se pode deduzir o IVA das despesas mencionadas no quadro abaixo (excepto se respeitarem a bens ou serviços cuja venda ou exploração constitua a actividade da empresa ou as despesas em causa sejam repassadas com liquidação de IVA).

Exclusões do direito à dedução do IVA

Viaturas de turismo25, barcos de recreio, helicópteros, aviões, motos e motociclos;

Alojamento, alimentação, bebidas e despesas de recepção;

Tabaco;

Locação de veículos motorizados, aeronaves, barcos de recreio ou quaisquer outros veículos de transporte – tributação no local em que os mesmos são colocados à disposição do destinatário;

Serviços de carácter artístico, científico, desportivo, recreativo de ensino e similares (inclui serviços dos organizadores e serviços acessórios) – tributação no local em que se realizam.

Sociedades Investidoras PetrolíferasAs sociedades investidoras petrolíferas estão sujeitas a um regime especial ao nível do direito à dedução do IVA, estando excluídas do direito à dedução do IVA incorrido nos custos de produção nas seguintes aquisições:

• Consumo de água e energia;• Comunicações;• Hotelaria;• Locação máquinas e equipamentos;• Consultoria (sem carácter de execução material);• Segurança, informática, auditoria, advocacia, revisão de contas;• Gestão de estabelecimentos comerciais, refeitórios, dormitórios, imóveis e condomínios;• Aluguer viaturas;• Tabaco.

A não dedução dos custos com consumo de água e energia, comunicações e hotelaria é extensível aos custos de pesquisa, desenvolvimento e abandono. O IVA incorrido nos custos acima indicados é dedutível se respeitar a custos próprios.

25 Qualquer veículo automóvel que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não seja destinado unicamente ao transporte de mercadoria ou a uma utilização com carácter agrícola, comercial ou industrial, ou que, sendo misto ou de transporte de passageiros, não tenha mais de dez lugares, com inclusão do condutor.

serem vendidos, determinadas operações financeiras e do sector financeiro e dos seguros e resseguros).

Sempre que o pro rata apurado for igual ou superior a 98%, deverá considerado um pro rata de 100%.

A dedução do IVA só pode ser efectuada na declaração do mês ou, no limite, do mês seguinte àquele em que se tiver verificado a emissão (pelo fornecedor) das facturas e documentos equivalentes, ou da emissão do documento de cobrança da declaração de importação.

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Obrigações dos sujeitos passivos

Declaração de início de actividade – 15 dias antes do início da actividade;

Declaração de alterações – 15 dias após o facto relevante considerado na declaração de início de actividades que sofreu alterações;

Declaração de cessação – 30 dias após o encerramento da actividade;

Declaração periódica e anexos – mensalmente, até ao último dia do mês seguinte àquele a que respeitam as operações (mesmo que não realizem operações tributáveis num período);

Emissão de facturas ou documentos equivalentes pelas operações efectuadas nos termos do Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes;

Dispor de contabilidade adequada ao apuramento e fiscalização do imposto;

Arquivar e conservar todas as facturas e documentos equivalentes conforme Regime Jurídico da Facturas e Documentos Equivalentes.

As Sociedades Investidoras Perolíferas podem deduzir o IVA suportado na declaração de IVA do mês da factura ou na declaração de IVA de um dos dois meses seguintes àquele em que se tiver verificado a emissão das facturas ou documentos equivalentes pelos fornecedores residentes.

ReembolsoOs sujeitos passivos que se encontrem em situação de crédito de imposto podem, mediante o cumprimento de determinados requisitos, solicitar o reembolso do IVA.

A preparação de processos de reembolso de IVA deve obedecer a um conjunto de requisitos previstos em diploma específico.

O prazo legalmente definido para a AGT efectuar o reembolso de IVA é o final do terceiro mês seguinte ao da apresentação do pedido, sendo o reembolso concedido em numerário ou através de certificado de crédito fiscal.

No que respeita aos sujeitos passivos enquadrados no Regime Simplificado, podem solicitar o reembolso do IVA que esteja a crédito na sua esfera (anualmente, em moldes a regulamentar, e desde que o respectivo valor ultrapasse 300.000 kwanzas).

Rectificações e créditos de cobrança duvidosa ou incobráveisEstá prevista a possibilidade de, mediante determinadas condições e prazos, os sujeitos passivos poderem corrigir o montante do imposto liquidado, deduzido ou cativo, nomeadamente em casos de rectificação do valor tributável das operações após a emissão da factura.

Regra geral, a rectificação do imposto é obrigatória quando houver imposto liquidado a menos e facultativa quando houver imposto liquidado a mais.

Adicionalmente, o Código do IVA prevê a possibilidade de recuperação do IVA liquidado e entregue ao Estado, associado a créditos considerados de cobrança duvidosa ou incobráveis, mediante a verificação de determinados requisitos.

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Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho(IRT)

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Incidência subjectiva e âmbito de sujeiçãoPessoas singulares residentes e não residentes em território angolano, cujos rendimentos derivem de serviços prestados, directa ou indirectamente, a pessoas singulares ou colectivas com domicílio, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em Angola.

Consideram-se sempre obtidos em território angolano os rendimentosderivados de:· Actividades de tripulantes de navios ou aeronaves pertencentes a empresas

que possuam no território nacional sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável;

· Actividades dos titulares de cargos de gerência, administração e órgãos sociais de sociedades que tenham a sua sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em Angola.

Incidência objectivaRendimentos por conta própria ou por conta de outrem, expressos em dinheiro, ainda que auferidos em espécie, de natureza contratual ou não contratual, periódicos ou ocasionais, fixos ou variáveis, independentemente da sua proveniência, local, moeda, forma estipulada para o seu cálculo e pagamento.

Rendimentos do trabalho sujeitos

Ordenados, vencimentos, salários, honorários, avenças, gratificações, subsídios, prémios, comissões, senhas de presença, emolumentos, participações em multas, custas, margens, rendimentos comerciais e industriais, bem como outras remunerações acessórias;

São também consideradas remunerações acessórias todos os direitos, as regalias, ou os benefícios patrimoniais ou financeiros não incluídos na remuneração principal, que sejam auferidos pelos trabalhadores ou prestadores de serviços, em função da sua prestação de trabalho ou em conexão e que representem uma vantagem económica para o respectivo beneficiário;

Abonos para falhas, subsídios diários de representação, de viagens ou deslocações e quaisquer outras importâncias da mesma natureza;

Remunerações dos detentores de participações sociais pelo desempenho de trabalho nas respectivas sociedades;

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Grupos de tributaçãoOs rendimentos sujeitos a IRT dividem-se em três grupos de tributação: A, B e C.

Determinação da matéria colectável

Grupo Rendimentos do trabalho sujeitos

A

· Todas as remunerações auferidas por trabalhadores por conta de outrem e pagas por entidade patronal por força de vínculo laboral como definido nos termos da Lei Geral do Trabalho;

· Rendimentos dos trabalhadores cujo vínculo de emprego se encontra regulado pelo regime jurídico da função pública;

· Os rendimentos auferidos pelos titulares dos órgãos sociais das pessoas colectivas.

B· Remunerações dos trabalhadores por conta própria que desempenhem, de forma

independente, actividades constantes da lista de profissões anexa ao Código do IRT.

C · Todas as remunerações percebidas pelo desempenho de actividades industriais e comerciais, que se presumem, todas as constantes na tabela de lucros mínimos.

Grupo Determinação da matéria colectável

Rendimento colectável Deduções ao rendimento colectável

A Remunerações pagas pelas entidades patronais

Soma de todasas remunerações.

· Contribuições obrigatórias para a Segurança Social.· Componentes remuneratórias não sujeitas ou isentas.

BRemunerações pagas por pessoas colectivas ou pessoas singulares com contabilidade organizada

Valor do serviço. -

B Rendimentos pagos por entidades sem contabilidade

Apurada pelo próprio sujeito passivo, com base na sua contabilidade, modelo de contabilidade simplificada, registos disponíveis sobre compras e vendas ou serviços prestados;

Caso não seja possível determinar a matéria colectável, nos termos referidos no parágrafo anterior, a mesma deve corresponder ao volume total de vendas e serviços prestados ou volume total de compras e serviços adquiridos;

Em caso de inobservância do disposto nos parágrafos anteriores, a AGT apura a matéria colectável com base nos dados que disponha.

Os contribuintes do Grupo B que possuam modelo de contabilidade simplicada ou livro de registo de compra e venda e serviços prestados têm direito a deduzir até 30% dos custos incorridos.

Os contribuintes do Grupo B que não possuam contabilidade, modelo de contabilidade simplificada ou livro de registo de compra e venda e serviços prestados não têm direito à dedução de custos, devendo a taxa do IRT incidir sobre todo o rendimento.

As remenerações pagas por pessoas colectivas ou pessoas singulares com contabilidade organizada não são consideradas para efeitos de apuramento da matéria colectável.

Quanto o contribuinte preste ou contrate serviços sujeitos a retenção na fonte, nos termos do Código do IRT ou do Código do Imposto Industrial, a matéria colectável corresponde ao valor do serviço.

CVolume de facturação do contribuinte é inferior a 4 vezes o valor máximo previsto na tabela dos lucros mínimos

Valor constante da tabelade lucros mínimos.

Os contribuintes do Grupo C que possuam contabilidade sujeitam-se, com as devidas adaptações, às regras aplicáveis ao apuramento da matéria colectável dos contribuintes do Regime Geral do Imposto Industrial.

Os contribuintes do Grupo C que possuam modelo de contabilidade simplificada ou livro de registo de compra e venda e serviços prestados têm direito a deduzir até 30% dos custos incorridos.

Os contribuintes do Grupo C que não possuam contabilidade, modelo de contabilidade simplificada ou livro de registo de compra e venda e serviços prestados não têm direito à dedução de custos, devendo a taxa do imposto incidir sobre todo o rendimento.

C

Volume de facturação do contribuinte é igual ou superior a 4 vezes o valor máximo previsto na tabela dos lucros mínimos

Volume de vendas de bens e serviços nos termos do Código do Imposto Industrial não sujeitos a retenção na fonte no decorrer do exercício.

CServiços prestados pelo trabalhador sujeitos a retenção na fonte, nos termos do Código do Imposto Industrial

Valor do serviço.

Rendimentos do trabalho sujeitos

Remunerações dos membros de órgãos estatutários das pessoas colectivas e entidades equiparadas;

Aumentos patrimoniais e despesas efectivamente realizadas sem a devida comprovação da origem do rendimento;

Remunerações pagas por partidos políticos e outras organizações de carácter político ou social.

(continuação)

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Rendimentos excluídos da matéria colectável Limite

Prestações sociais pagas pelo Instituto Nacional da Segurança Social, no âmbito da protecção social obrigatória;

Sem limite;

Abono de família, pago pela entidade empregadora privada; 5% do ordenado basedo trabalhador;

Contribuições para a Segurança Social; Sem limite;

Salários e outras remunerações devidas aos trabalhadores eventuais agrícolas nacionais e trabalhadores domésticos angolanos contratados directamente por pessoas singulares ou agregados familiares e inscritos na Segurança Social;

Até ao limite de AKZ 100.000

Subsídios atribuídos por lei aos cidadãos nacionais portadores de deficiências motoras, sensoriais e mentais;

Sem limite;

Subsídios diários, subsídios de representação, subsídios de viagem e deslocação atribuídos aos funcionários do Estado;

Limites estabelecidos em legislação própria;

Subsídios de alimentação e transporte atribuídos a trabalhadores dependentes, que não sejam funcionários do Estado;

Limite de AKZ 30.000 por cada um dos subsídios;

Reembolso de despesas incorridas pelos trabalhadores dependentes de entidades sujeitas a Imposto Industrialou a outros regimes especiais de tributação, quando deslocados ao serviço da entidade patronal, desde que estas despesas se encontrem devidamente documentadas nos termos do Código do Imposto Industrial e legislação complementar.

Sem limite.

IsençõesEstão isentos de IRT os seguintes rendimentos:

Rendimentos isentos

Rendimentos dos agentes das missões diplomáticas e consulares estrangeiras quando exista reciprocidade no tratamento;

Rendimentos auferidos pelo pessoal estrangeiro ao serviço de organizações internacionais, nos termos estabelecidos em acordos ratificados pelo órgão competente do Estado;

Rendimentos pelo pessoal estrangeiro ao serviço das organizações não governamentais, nos termos estabelecidos nos acordos com entidades nacionais, com o reconhecimento prévio por escrito da AGT;

Rendimentos auferidos pelos deficientes físicos e mutilados de guerra, cujo grau de invalidez ou incapacidade seja igual ou superior a 50%, comprovada com apresentação pelo contribuinte de documentação emitida por autoridade competente;

Os rendimentos decorrentes do exercício das actividades previstas nos Grupos A, B e C auferidos pelos antigos combatentes, veternados da pátria e deficientes de guerra, desde que devidamente registados no Departamento Ministerial de Tutela.

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Guia Fiscal 2021Guia Fiscal 2021

Tabela do IRT Liquidação e pagamento

Grupo Entidaderesponsável

Formade liquidação

Prazopara pagamento

A Entidade empregadora; Retenção na fonte; Até ao fim do mês seguinte ao do pagamento.

B

Entidade pagadora dos rendimentos quando se trate de pessoa colectiva ou pessoa singular com contabilidade organizada;

Retenção na fonte; Até ao fim do mês seguinte ao do pagamento.

Titular do rendimento,nos restantes casos;

Autoliquidação; Até ao fim do mês deFevereiro do ano seguinte àquele a que respeitamos rendimentos.

C

Entidade pagadora dos rendimentos quando se trate de pessoa colectiva ou pessoa singular com contabilidade organizada, no caso de rendimentos sujeitos a retenção na fonte nos termos do Código do Imposto Industrial;

Retenção na fonte; Até ao fim do mês seguinte ao do pagamento.

Titular do rendimento,nos restantes casos;

Autoliquidação; Até ao último dia útil do mês de Março do ano seguinte àquele a que respeitam os rendimentos.

Nº Grupos de Rendimento Taxa

1º Escalão Até - a 70.000 Parcela Fixa excesso de

2º Escalão De 70.001 a 100.000 Parcela Fixa 3.000 10.0% excesso de 70.000

3º Escalão De 100.001 a 150.000 Parcela Fixa 6.000 13.0% excesso de 100.000

4º Escalão De 150.001 a 200.000 Parcela Fixa 12.500 16.0% excesso de 150.000

5º Escalão De 200.001 a 300.000 Parcela Fixa 31.250 18.0% excesso de 200.000

6º Escalão De 300.001 a 500.000 Parcela Fixa 49.250 19.0% excesso de 300.000

7º Escalão De 500.001 a 1.000.000 Parcela Fixa 87.250 20.0% excesso de 500.000

8º Escalão De 1.000.001 a 1.500.000 Parcela Fixa 187.250 21.0% excesso de 1.000.000

9º Escalão De 1.500.001 a 2.000.000 Parcela Fixa 292.250 22.0% excesso de 1.500.000

10º Escalão De 2.000.001 a 2.500.000 Parcela Fixa 402.250 23.0% excesso de 2.000.000

11º Escalão De 2.500.001 a 5.000.000 Parcela Fixa 517.250 24.0% excesso de 2.500.000

12º Escalão De 5.000.001 a 10.000.000 Parcela Fixa 1.117.250 24.5% excesso de 5.000.000

13º EscalãoAcima

de10.000.001 Parcela Fixa 2.342.250 25.0% excesso de 10.000.000

Grupo Rendimento (AKZ) Taxas

B e C

Rendimento sujeito a retenção na fonte 6,5%

Matéria colectável apurada não sujeita a retenção na fonte

25%

Serviços acidentais contratados nos termos dos artigos 71.º e 73.º do Código do Imposto Industrial

15%

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Guia Fiscal 2021Guia Fiscal 2021

Obrigações declarativas Obrigações acessórias

Obrigaçãodeclarativa

Grupo Informaçãoa reportar

Prazo

Declaração de rendimentos Modelo 1 de IRT

B(titulares residentesem Angola)

Remunerações auferidas no decurso do ano anterior.

Final do mês de Março do ano seguinte àquele a que respeitam os rendimentos.

Declaração de rendimentos Modelo 2 de IRT

A, B e C · Nome completo e morada do beneficiário do(s) rendimento(s);

· Número de identificação fiscal do(s) beneficiário(s);

· Número de Segurança Social do(s) beneficiário(s);

· Valor global dos rendimentos pagos;

· Montante total de imposto pago no exercício anterior.

Final do mês de Fevereiro do ano seguinte àquele a que respeitam os rendimentos.

Declaração Modelo oficial aprovado por Decreto Executivo do Ministro das Finanças

C(contribuintes que aufiram rendimentos iguais ou superiores a 4 vezes o valor máximo previsto na tabela dos lucros mínimos)

Vendas e serviços prestados e compras efectuadas e os serviços contratados não sujeitos a retenção na fonte, realizados no decurso do ano fiscal anterior.

Final do mês de Março do ano seguinte àquele a que respeitam os rendimentos.

Mapa de remunerações

A(quando a entidade patronal tenha mais de 3 trabalhadores, incluindo isentos de IRT)

Remunerações pagas no respectivo mês e valores retidos na fonte.

Mensalmente.

Declaração de rendimentos Modelo 3 de IRT

B e C(em caso de cessação de actividade)

Informação de cessação de actividade e rendimentos auferidos desde o último período declarado, em conformidade com as regras expostas.

Quando aplicável, nos termos regulamentares.

Grupo Obrigação acessória

A, B e C

Arquivo de toda a documentação contabilística relevante para o correcto apuramento do imposto pelo prazo geral de caducidade do imposto, bem como dos documentos e registos que sirvam de suporte às declarações dos contribuintes;

B Inscrição no Registo Geral dos Contribuintes, antes do início de actividade na Repartição Fiscal competente para a arrecadação do imposto;

A Emissão de comprovativos relativos às remunerações pagas e às deduções efectuadas por conta do imposto, através de recibos mensais de remunerações.

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Imposto sobre a Aplicação de Capitais (IAC)

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Guia Fiscal 2021

Incidência subjectivaO IAC é devido pelos titulares dos rendimentos, sem prejuízo da sua exigência a outras entidades em casos especialmente previstos no respectivo Código.

Incidência objectivaO IAC incide sobre os rendimentos provenientes da simples aplicação de capitais e divide-se em duas secções: A e B.

Secção Rendimentos

A

· Juros dos capitais mutuados26,27;· Rendimentos provenientes dos contratos de abertura de crédito1;· Rendimentos originados pelo diferimento no tempo de uma prestação ou pela

mora no pagamento, ainda que auferidos a título de indemnização ou de cláusula penal, estipuladas nos contratos;

· Letras e livranças de natureza distinta de meros títulos de pagamento ou cujo pagamento excedeu o prazo previsto, caso em que assumem a natureza de títulos de colocação de capitais.

26 Presume-se que os mútuos e as aberturas de crédito (excepto se efectuados por organismos corporativos ou tratando-se de créditos litigiosos em que tenha existido julgamento final de causa) vencem juros à taxa anual de 6%, quando outra mais elevada não conste do título constitutivo ou não tenha sido declarada, entendendo-se que o juro começa a vencer-se, nos contratos de mútuo, desde a data do contrato, e, nas aberturas de crédito, desde a data da sua utilização.27 Presumem-se mutuados os capitais entregues em depósito, cuja restituição seja garantida por qualquer forma.

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Guia Fiscal 2021Guia Fiscal 2021

Secção Rendimentos

B

· Lucros atribuídos aos sócios ou accionistas das sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial, bem como o repatriamento dos lucros imputáveis a estabelecimentos estáveis de não residentes em Angola;

· Importâncias ou valores atribuídos aos sócios das sociedades cooperativas, desde que constituam remunerações do capital;

· Juros, prémios de amortização ou reembolso e outras formas de remuneração das obrigações, títulos de participação ou outros títulos análogos emitidos por qualquer sociedade;

· Juros de suprimentos ou de outros abonos efectuados pelos sócios ou accionistas às sociedades, bem como os rendimentos dos mesmos que, tendo sido atribuídos aos sócios das sociedades não anónimas nem em comandita por acções, por eles não sejam levantados até ao fim do ano da respectiva atribuição28;

· O saldo dos juros apurados escriturados em conta corrente;· Importâncias atribuídas a empresas singulares ou colectivas a título de

indemnização pela suspensão da sua actividade;· Lucros que as pessoas singulares ou colectivas aufiram em regime de conta em

participação;· Emissão de acções com reserva de preferência na subscrição29;· Royalties;· Juros dos depósitos à ordem e a prazo;· Juros, prémios de amortização ou reembolso e outras formas de remuneração

dos Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e Títulos do Banco Central;· O quantitativo dos juros contáveis desde a data do último vencimento, ou da

emissão, primeira colocação ou endosso, se ainda não tiver ocorrido qualquer vencimento, até à data da transmissão de obrigações de empresas privadas, Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e Títulos do Banco Central, bem como os prémios de amortização ou de reembolso e outras formas de remuneração daqueles títulos, na parte correspondente àqueles períodos;

· O saldo positivo, apurado em cada ano, entre as mais-valias e menos-valias realizadas decorrentes da alienação de participações sociais ou outros instrumentos que gerem rendimentos sujeitos a IAC30, desde que não obtidos no âmbito da actividade comercial do sujeito passivo e sujeitas a Imposto Industrial ou Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho31;

· Prémios de jogo de fortuna ou azar, rifas, lotarias ou apostas, qualquer que seja a sua natureza ou proveniência;

· Quaisquer outros rendimentos derivados da simples aplicação de capitais, não compreendidos na secção A.

28 Entende-se que os suprimentos, abonos e lucros referidos geram sempre rendimento, cujo quantitativo não pode ser inferior ao resultante da taxa máxima anual de juros activos estabelecido pelo BNA para as operações de crédito realizadas pelos bancos comerciais com as empresas.29 A matéria colectável é, neste caso, constituída pela diferença entre o preço de emissão e o valor das acções emitidas por virtude do aumento de capital, considerando-se como reserva de preferência a emissão de acções em que estas sejam oferecidas aos accionistas por valor mais baixo do que o estabelecido para o público.30 Quando as mais-valias ou menos-valias forem realizadas em mercado regulamentado, e tenham por objecto, nomeadamente, participações sociais, obrigações de empresas privadas, Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e Títulos do Banco Central com maturidade igual ou superior a 3 anos, apenas relevam 50% do respectivo saldo.31 Neste caso, a matéria colectável é dada pela diferença positiva ou negativa entre o preço de alienação e o preço de aquisição, deduzidas das despesas de transacção inerentes à aquisição e alienação dos títulos.

Territorialidade

Isenções objectivas

Secção Rendimentos

A

· Rendimentos que derivem de capitais aplicados em Angola32, tais como os que sejam pagos por entidades que aí possuam residência, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável ao qual o pagamento seja imputável;

· Rendimentos atribuídos a pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, que em Angola tenham residência, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável ao qual os rendimentos sejam imputáveis.

B

· Rendimentos pagos por uma pessoa singular ou colectiva com domicílio, sede ou direcção efectiva em território angolano;

· Rendimentos postos à disposição através de um estabelecimento estável em território angolano;

· Rendimentos recebidos por pessoas singulares ou colectivas com domicílio, sede ou direcção efectiva em território angolano;

· Rendimentos atribuídos a um estabelecimento estável em território angolano.

Secção Rendimentos

A

· Juros das vendas a crédito dos comerciantes relativos a produtos ou serviços do seu comércio ou indústria, bem como o juro ou qualquer compensação da mora no pagamento do respectivo preço;

· Juros dos empréstimos sobre apólices de seguros de vida, feitos por sociedades de seguros;

· Rendimentos das instituições financeiras e das cooperativas, quando sujeitas a Imposto Industrial, ainda que dele isentas.

B

· Lucros ou dividendos distribuídos por uma entidade com sede ou direcção efectiva em Angola a uma pessoa colectiva ou equiparada com sede ou direcção efectiva em Angola sujeita a Imposto Industrial, ainda que dele isenta, que detenha uma participação no capital social da entidade distribuidora não inferior a 25%, por um período superior a um ano antes da distribuição dos lucros;

· Juros de instrumentos que se destinem a fomentar a poupança, previamente aprovados pelo Ministro das Finanças, sob parecer da AGT e ouvido o BNA, até ao limite do capital de AKZ 500.000 por pessoa;

· Juros das contas-poupança habitação criadas pelas instituições financeiras.

32 Presumem-se totalmente aplicados em Angola os capitais colocados através de actos celebrados no seu território ou cuja restituição tenha sido caucionada com bens aí existentes.

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Guia Fiscal 2021Guia Fiscal 2021

Isenções subjectivas

Secção Rendimentos

A e B

· Estado, institutos públicos e autarquias33;· Instituições públicas de previdência e Segurança Social, excepto se os

rendimentos decorrerem da exploração de actividades económicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados;

• Partidos políticos, sindicatos, associações públicas e instituições religiosas legalmente constituídas, excepto se os rendimentos decorrerem da exploração de actividades económicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados;

· Mediante reconhecimento das entidades competentes, organizações sociais, culturais, científicas, humanitárias e profissionais, públicas ou privadas, de reconhecido interesse público e sem finalidade lucrativa que satisfaçam os requisitos previstos na lei.

33 Isenções atribuídas nos termos do Código Geral Tributário.

Secção Rendimentos Taxas

A Todos os rendimentos desta secção. 15%

B

· Saldo dos juros apurados ou escriturados em conta corrente;

· Prémios de jogo, fortuna ou azar, rifas, lotarias ou apostas, qualquer que seja a sua natureza ou proveniência;

· Quaisquer outros rendimentos derivados da simples aplicação de capitais, não compreendidos na Secção A.

15%

· As importâncias atribuídas a empresas singulares ou colectivas a título de indemnização pela suspensão da sua actividade;

· Lucros distribuídos aos sócios ou accionistas das sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial, bem como o repatriamento dos lucros imputáveis a estabelecimentos estáveis de não residentes em Angola, quando as participações sociais se encontram admitidas à negociação em mercado regulamentado, durante um período de cinco anos após a entrada em vigor do Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/14 de 20 de Outubro;

· Juros, prémios de amortização ou reembolso e outras formas de remuneração das obrigações de empresas privadas, Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e Títulos do Banco Central admitidos à negociação em mercado regulamentado e com maturidade igual ou superior a 3 anos;

· O quantitativo dos juros contáveis desde a data do último vencimento ou da emissão, primeira colocação ou endosso, se ainda não tiver ocorrido qualquer vencimento até a data da transmissão das obrigações das empresas privadas, Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e Títulos do Banco Central, prémios de amortizações ou reembolso e outras formas de remuneração daqueles títulos, ou de outros títulos análogos, quando admitidos à negociação em mercado regulamentado e com maturidade igual ou superior a 3 anos.

5%

· Restantes rendimentos previstos na Secção B. 10%

Taxas

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Liquidação e pagamento

Secção Rendimento Entidade Responsável Prazo para pagamento

A

· Todos os rendimentos

· Titular dos rendimentos, quando o mesmo possua residência, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em Angola;

· Devedor dos rendimentos, sempre que o rendimento seja devido por pessoas colectivas ou singulares com contabilidade organizada a favor de pessoas singulares ou quando o titular do rendimento não possua em Angola residência, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável.

Até ao último dia do mês seguinte àquelea que respeite o imposto.

B

Rendimentos não sujeitosa retenção na fonte:· Emissão de acções

com reserva de preferência na subscrição.

· Titulares / beneficiários dos rendimentos.

Até ao último dia do mês seguinte àquele a que respeite o imposto.

Rendimentos sujeitosa retenção na fonte:· Todos os restantes

rendimentos compreendidos na Secção B.

· Entidade pagadora dos rendimentos, se tiver residência, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em Angola;

· Titulares / beneficiários dos rendimentos, quando a entidade pagadora dos mesmos não tiver residência, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em Angola.

· No casos dos i) lucros atribuídos aos sócios ou accionistas das sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial, bem como o repatriamento dos lucros imputáveis a estabelecimentos estáveis de não residentes em Angola, ii) importâncias ou valores atribuídos aos sócios das sociedades cooperativas, desde que constituam remunerações do capital e iii) juros de suprimentos ou de outros abonos efectuados pelos sócios ou accionistas às sociedades, bem como os rendimentos dos mesmos que, tendo sido atribuídos aos sócios das sociedades não anónimas nem em comandita por acções, por eles não sejam levantados até ao fim do ano da respectiva atribuição, até ao fim do mês seguinte àquele em que se verifique:– A aprovação das contas de gerência, ou– A colocação dos rendimentos à disposição dos

seus titulares antes de encerradas as contas ou independentemente da sua aprovação formal;

· No casos dos i) rendimentos de obrigações e outras formas de remuneração de empresas privadas, Bilhetes do Tesouro e Obrigações do Tesouro e Títulos do Banco Central, ii) saldo dos juros apurados em conta corrente e iii) juros de depósitos à ordem e a prazo, até ao fim do mês seguimento do vencimento dos juros;

· Até ao fim do mês seguinte à liquidação ou colocação à disposição dos rendimentos, nos restantes casos.

O pagamento do imposto é realizado através do preenchimento e entrega, na dependência bancária legalmente indicada para o efeito, do Documento de Cobrança e dos meios de pagamento adequados. A entrega do imposto retido deverá ser efectuada na Repartição Fiscal da área do domicílio ou, na falta desta, na do principal estabelecimento da entidade que a ela deva proceder ou da situação do estabelecimento estável.

Obrigações declarativas

Obrigações acessórias

Secção Obrigação

A

· As pessoas obrigadas à liquidação do imposto apresentam uma declaração de todos os rendimentos recebidos, pagos ou postos à disposição dos seus titulares, até ao final do mês de Janeiro do ano seguinte àquele em que o recebimento, pagamento ou colocação à disposição ocorram33;

· Os titulares dos créditos ou seus representantes são obrigados a declarar, dentro do prazo de 30 dias, as alterações ocorridas em relação aos elementos constantes da declaração que possam originar agravamento do imposto, devendo igualmente declarar os rendimentos parciais e quaisquer outras modificações que importem diminuição de colecta.

B

· As pessoas obrigadas à liquidação do imposto apresentam uma declaração de todos os rendimentos recebidos, pagos ou postos à disposição dos seus titulares, até ao final do mês de Janeiro do ano seguinte àquele em que o recebimento, pagamento ou colocação à disposição ocorram34;

· As sociedades anónimas, em comandita por acções ou por quotas, que tenham procedido a aumentos de capital, mediante emissão de acções com reserva de preferência, devem declará-lo na Repartição Fiscal na área do seu domicílio, no prazo de 30 dias a contar da data da correspondente escritura, pagando-se o imposto que se mostre devido, sendo esta obrigação igualmente aplicável a sociedades por acções resultantes da transformação de sociedades por quotas, quando se tenha reservado aos quotistas o direito de subscrição das acções.

Secção Obrigação

A· Os organismos corporativos ficam obrigados a organizar um livro de registo

dos empréstimos concedidos, que deve ser patenteado aos funcionários a quem incumbe a fiscalização do imposto.

B

· As sociedades comerciais e as civis sob forma comercial que tenham em Angola a sua sede, direcção efectiva ou o principal estabelecimento estável ou núcleo de estabelecimentos enviam à Repartição Fiscal da sua residência, até ao fim do mês seguinte ao da aprovação das contas de cada exercício, um exemplar do respectivo balanço, acompanhado do desenvolvimento da conta de lucros e perdas, com menção da data da aprovação das contas e ainda o relatório da administração e o parecer do Conselho Fiscal.

34 Declaração Anual de Rendimentos Modelo 1 de IAC, conforme Decreto Executivo n.º 456/17, de 2 de Outubro.

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Imposto Predial

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Guia Fiscal 2021

Incidência

Situação do imóvel Base tributável Sujeito passivo

Detenção35

Valor patrimonial dos prédios rústicos e urbanos

Proprietário do prédio, usufrutuário, superficiário, titular do domínio útil civil, titular do comodato;

Promitente-comprador ou quem tenha uso e fruição do prédio, no caso de propriedade resolúvel;

Cabeça-de-casal, no caso de herança indivisa;

Beneficiários de cedência gratuita de prédios pertencentes a entidades isentas de Imposto Predial.

ArrendamentoMontante das rendas efectivamenterecebidas36

Titular dos rendimentos dos prédios arrendados.

35 No caso dos prédios rústicos sem aproveitamento útil, o imposto é devido a partir do terceiro ano da entrada em vigor do presente Código ou da concessão, aquisição ou ocupação do terreno, conforme o caso, e relativamente aos prédios urbanos o imposto é devido a partir:

• Do ano em que a fracção do território e demais elementos devam ser classificados como prédios urbanos, nos termos da Lei; • Do ano seguinte ao termo da situação de isenção; • Do segundo ano seguinte àquele em que um terreno para construção tenha sido concedido, transmitido ou ocupado; • Do ano da conclusão das obras de edificação, de melhoramento ou de outras alterações que hajam determinado a variação do valor patrimonial do prédio; • Do terceiro ano seguinte àquele em que um terreno para construção tenha passado a figurar no inventário de uma empresa que tenha por objecto a construção de edifícios para venda; • Do segundo ano seguinte àquele em que um prédio edificado tenha sido adquirido e passado a figurar no inventário de uma empresa que tenha por objecto a venda.

36 Quando o imposto resultante da tributação pela renda for inferior ao valor do imposto devido pela propriedade, considera-se o imposto apurado com base na propriedade.

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Guia Fiscal 2021Guia Fiscal 2021

Situação do imóvel Base tributável Sujeito passivo

Transmissões gratuitas ou onerosas (*)

Valor da transmissão

Adquirente do imóvel, sem prejuízo das seguintes regras específicas:

• No caso das trocas ou permutas de bens imóveis, o imposto é devido por ambos os permutantes na proporção do valor declarado ou do valor patrimonial mais elevado entre os imóveis objectos de permuta;

• Nos contratos-promessa de troca ou permuta com tradição de bens imóveis ou pagamento para um dos permutantes, o imposto é desde logo devido pelo adquirente do bem, como se de compra e venda se tratasse, sem prejuízo do direito de regresso contra o outro promitente-permutante na proporção da sua quota-parte;

Beneficiários dos imóveis, no caso das transmissões gratuitas e usucapião;

Beneficiário da transmissão do direito a águas, ainda que sob a forma de autorização para as explorar.

A cedência de usufruto, uso e habitação ou servidão, a favor do proprietário, e a aquisição do direito de superfície pelo proprietário do solo;

As promessas de aquisição e alienação no momento do pagamento ou logo que verificada a tradição do imóvel para o primitivo promitente-alienante, ou quando este esteja a usufruir do bem;

A cessão da posição contratual nos contratos-promessa referidos no ponto anterior, vindo o contrato definitivo a ser celebrado entre o primitivo-promitente alienante e o terceiro;

O arrendamento com cláusula de que os bens arrendados se tornem propriedade do arrendatário depois de satisfeitas todas as rendas acordadas;

Arrendamentos a longo prazo, considerando-se como tais os que forem efectuados por 20 ou mais anos, ou que devam findar a 20 ou mais anos depois da celebração do contrato;

Os arrendamentos que depois de convencionados e que durante a sua vigência ou dentro de 2 anos depois de findos, se fizer qualquer contrato que importe a manutenção dos efeitos do arrendamento anterior, e se a soma dos anos convencionados for igual ou superior a 10 anos;

As sublocações de longo prazo, considerando-se como tais as que são efectuadas por 10 ou mais anos, ou nos termos do ponto anterior;

Os contratos de consignação de rendimentos de bens imóveis a longo prazo, considerando-se como tais os que são celebrados por 10 ou mais anos;

Os contratos de servidão perpétua ou temporária e o compáscuo de longo prazo, considerando-se como tais os que são celebrados por 10 ou mais anos;

Os actos que importem a transmissão de benfeitorias em prédios urbanos ou rústicos;

As trocas ou permutas de bens imóveis presentes ou futuras, mesmo quando haja transferência apenas para um dos permutantes;

As promessas de trocas ou permutas de bens imóveis com tradição da coisa para ambos ou para, pelo menos, um dos permutantes;

A venda ou cessão do direito a águas, ainda que sob a forma de autorização para as explorar ou para minar em terreno alheio;

A entrada dos sócios com bens imóveis para a realização do capital social das sociedades comerciais ou civis, com ou sem forma comercial, a que tenha sido legalmente reconhecida personalidade jurídica;

As transmissões de bens imóveis por fusão ou cisão das sociedades referidas no ponto anterior;

Transmissões onerosas (*)Consideram-se transmissões onerosas de bens imóveis:

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Guia Fiscal 2021Guia Fiscal 2021

A aquisição de unidades de participação, quotas ou partes sociais em qualquer sociedade ou fundo constituído nos termos da Lei, que possua bens imóveis quando, por via dessa aquisição, amortização ou quaisquer outros factos, algum dos sócios passe a deter 50% ou mais do capital social;

A outorga de procuração irrevogável que confira poderes de alienação de bem imóvel ou de quotas ou partes sociais ou unidades de participação a que se refere o ponto anterior em que, por renúncia ao direito de revogação ou cláusula de natureza semelhante, o representado deixe de poder revogar a procuração;

A outorga de instrumento com substabelecimento de procuração com os poderes e efeitos previstos no ponto anterior;

As arrematações de bens imóveis por decisão judicial;

A resolução, invalidade ou extinção, por mútuo consenso do contrato de compra e venda ou respectivo contrato-promessa, passado mais de cinco anos sobre a tradição ou posse do bem;

A adjudicação de bens imóveis aos sócios por altura da liquidação da sociedade ou fundos;

A dação em cumprimento ou dação pro solvendo;

A doação com entradas ou pensões a favor do doador ou com encargos de pagamento da dívida do donatário ou terceiros;

A aquisição de imóvel objecto de locação financeira;

A aquisição de imóveis mediante contratos para pessoa a nomear;

A transmissão do quinhão hereditário;

Quaisquer outros actos que operem a efectiva transmissão onerosa de bens imóveis, independentemente da forma.

Regime de neutralidade fiscalEm caso de reconhecimento pela Administração Tributária, a transmissão do património imobiliário da esfera do comerciante em nome individual que esteja, directa e exclusivamente afecto ao exercício da sua actividade como comerciante, para a esfera jurídica da sociedade comercial que venha a constituir, pode beneficiar de isenção do pagamento de Imposto do Selo e do Imposto Predial sobre as transmissões, quando verificadas cumulativamente as seguintes condições:

• A sociedade por quotas receptora do respectivo património seja por ele (comerciante em nome individual) detida em pelo menos 60%; • As restantes quotas sejam detidas pelo seu cônjuge, pais ou filhos.

Isenções gerais Estão isentos de tributação em sede de Imposto Predial:

• O Estado e as Autarquias Locais; • Os Estados estrangeiros, quanto aos imóveis destinados às instalações das respectivas representações37 diplomáticas ou consulares, quando haja reciprocidade de tratamento; • Partidos políticos;• Institutos públicos e as instituições religiosas legalmente reconhecidas, quanto ao património directo e exclusivamente afecto à realização do seu objecto social ou local de culto37; • A primeira transmissão onerosa de imóveis com valor igual ou inferior a AKZ 3.000.000 (três milhões de Kwanzas), que sejam afectos a habitação própria e permanente do adquirente; • Prédios rústicos relativamente aos quais sejam observados os critérios de aproveitamento útil e efectivo, nos termos da Lei de Terras e do Regulamento Geral de Concessão de Terrenos, no que respeita à sua detenção38; • Prédios rústicos localizados em zonas rurais com dimensão igual ou inferior a 7 hectares; • Terras rurais comunitárias definidas em legislação própria.

Isenções específicas

• Estão isentas de IVA a transmissão e a locação de quaisquer bens imóveis;• Estão isentos de Imposto Predial os imóveis de construção precária e as habitações sociais, desde que sejam exclusivamente destinados à habitação própria39.

37 As isenções respeitantes aos Estados estrangeiros, Institutos públicos e instituições religiosas são reconhecidas pela Administração Tributária, a requerimento dos interessados, após parecer dos departamentos ministeriais competentes em razão da matéria, quando existam. 38 Nos casos em que uma pessoa possua mais de um prédio rústico, a isenção apenas aproveita a um dos imóveis.39 Consideram-se imóveis de construção precária as habitações construídas com materiais precários, designadamente chapas de zinco, pau a pique, capim, adobe, com ou sem qualquer tratamento e madeira, em condições de descarte e consideram-se habitações sociais as de baixa renda, apoiadas pelo Estado ou pessoas colectivas de direito público, destinadas a criar melhores condições de acesso à habitação com qualidade, por parte das pessoas com menor capacidade aquisitiva, incluindo as mais desfavorecidas, nos termos de regulamento próprio. Esta isenção deve ser reconhecida por parte da Administração Tributária, a pedido dos interessados, que devem fazer prova da situação jurídica do imóvel a seu favor.

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Determinação da matéria colectável

Situação do imóvel Tipo de prédio Base tributável Taxa

Detenção

Prédios urbanosValor patrimonial resultante da avaliação

Valor patrimonial até AKZ 5.000.000 - 0,1%40

Valor patrimonial compreendido entre AKZ 5.000.001 e AKZ 6.000.000 - valor fixo de AKZ 5.00040

Valor patrimonial superior a AKZ 6.000.000, sobre o excesso de AKZ 5.000.000 – 0,5%40

Terrenos para construção – 0,6%40

Prédios rústicosAKZ 10.397 por hectare41

Valor do hectare ou a sua soma

Arrendamento

Rendas efectivamente recebidas, liquidas de 40% correspondente a despesas de conservação e manutenção do imóvel42

25% - taxa efectiva de 15%

Situação do imóvel Tipo de prédio Base tributável Taxa

Transmissões gratuitas ou onerosas

Maior entre o valor patrimonial constante da matriz à data da transmissão, valor da avaliação no caso de prédios omissos ou o valor declarado;

Na transmissão de benfeitorias, o valor patrimonial corresponde ao valor destas;

Nos contratos de arrendamento que dêem lugar ao pagamento do imposto sobre a transmissão, o valor tributável corresponde ao maior entre as rendas globais convencionadas ou ao valor patrimonial;

Em quaisquer outros casos, o valor da transmissão ou o valor patrimonial, consoante o que for maior.

2%

40 Ficam sujeitos a uma tributação adicional de 50% do imposto calculado os prédios desocupados há mais de 1 ano, bem como os terrenos para construção relativamente aos quais não se observem os critérios de aproveitamento útil e efectivo durante três anos consecutivos ou seis anos interpolados, a contar da data de entrada em vigor do Código do Imposto Predial, da sua concessão, ocupação ou da última transmissão. Consideram-se desocupados os prédios em relação aos quais não existam contratos em vigor e facturação mensal com empresas de telecomunicação ou fornecimento de água ou de electricidade.41 Tratando-se de prédios rústicos que tenham parte improdutiva e parte produtiva, a matéria colectável é determinada de acordo com a parte que não tenha aproveitamento útil efectivo, salvo se o contribuinte provar que a produção esteja a obedecer a um processo gradual, no âmbito de um plano concreto de aproveitamento da terra.42 Consideram-se rendas (i) o montante pago pelo aluguer de maquinismos e mobiliários dos estabelecimentos fabris e comerciais instalados no mesmo imóvel, (ii) tudo o que o senhorio receba pelo arrendamento de casas mobiladas, (iii) o preço de cedência da exploração de estabelecimentos comerciais ou industriais, excepto se o contrato desagregar o valor da renda e o valor do estabelecimento e, por último, (iv) as importâncias recebidas por quem utilizar quaisquer imóveis para publicidade ou outros fins especiais.

Declaração de rendimento colectável dos prédios total ou parcialmente arrendados

O rendimento colectável dos imóveis total ou parcialmente arrendados é determinado através da declaração dos contribuintes, conforme modelo a submeter electronicamente ou a apresentar na Repartição Fiscal da área onde se encontram situados os prédios, até ao último dia útil do mês de Janeiro de cada ano, separadamente por cada prédio.

Os contribuintes devem indicar as rendas convencionais e as efectivamente recebidas no ano anterior e juntar, quando ainda não o tenham feito, os contratos de arrendamento devidamente selados.

Quando as rendas efectivamente recebidas não coincidam com as convencionadas, devem os declarantes justificar as divergências, tributando-se em conformidade.

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Constituição da obrigação tributária, liquidação e pagamento

Situação do imóvel

Tipo de arrendatário

Constituição da obrigação tributária

Forma de liquidação Prazo para pagamento43

Detenção31 de Dezembro de cada ano

Autoliquidação pelo proprietário até ao último dia útil do mês de Março do ano seguinte relativamente a imóveis detidos no ano anterior

Até ao último dia útil do mês de Março do ano seguinte

Arrendamento

Pessoa colectiva

Com contabilidade, modelo de contabilidade simplificado ou livro de registos

Momento do pagamento da renda

Retenção na fonte por parte do arrendatário no momento do pagamento da renda

Até ao último dia útil do mês seguinte ao da retenção na fonte44

Pessoa singular

Sem contabilidade, modelo de contabilidade simplificado ou livro de registos

Até ao último dia útil do mês de Março do ano seguinte relativamente a rendas recebidas no ano anterior

Sem lugar a retenção na fonte. Autoliquidação por parte do beneficiário dos rendimentos45

Até ao último dia útil do mês de Março do ano seguinte relativamente a imóveis detidos no ano anterior

Situação do imóvel

Tipo de arrendatário

Constituição da obrigação tributária

Forma de liquidação Prazo para pagamento43

Transmissões gratuitas ou onerosas

Na data de abertura da sucessão, na sucessão por morte;

Nas transmissões onerosas, a liquidação do imposto é feita pelo sujeito passivo até ao último dia útil do mês seguinte, a contar do acto que opera a transmissão ou pela Repartição Fiscal do local da situação do imóvel, com base na declaração do sujeito passivo ou a título oficioso;

Nas transmissões operadas por adjudicação, arrematação judicial ou administrativa, por transacção ou por partilha judicial, a liquidação é feita pela Repartição Fiscal da situação do imóvel, com base na certidão do respectivo auto passada pela entidade competente, no prazo de 10 dias a contar da data da extracção da certidão ou da notificação ao contribuinte;

Nas transmissões gratuitas operadas por morte, doação ou por qualquer título que implique a transmissão gratuita, incluindo a usucapião, a liquidação é efectuada pelo sujeito passivo até ao último dia útil do mês seguinte, salvo nos casos de inventário judicial.

Nas transmissões onerosas e gratuitas, o imposto é pago até ao último dia útil do mês seguinte à celebração do contrato ou prática do acto que as opere;

Nas transmissões operadas por acto, contrato ou facto ocorrido no estrangeiro, o imposto é pago até ao último dia útil do segundo mês seguinte ao da prática do acto, celebração do contrato ou participação da morte;

Nas transmissões que se operam por arrematação, venda judicial ou administrativa, adjudicação, transacção ou qualquer outra forma, o imposto deve ser pago dentro do prazo de 15 dias contados da data da notificação pela Administração Tributária.

Na data em que transitar em julgado a decisão proferida em acção de justificação judicial, for celebrada a escritura de justificação notarial ou quando se tornar definitiva a decisão proferida em processo de justificação nos termos do Código do Registo Predial, na aquisição por usucapião;

No momento da transmissão, do pagamento ou da assinatura do contrato, nas transmissões onerosas e nas outras formas de transmissão gratuitas.

43 Antes da transmissão onerosa ou gratuita do imóvel, deve proceder-se à liquidação do imposto sobre a detenção, quanto aos duodécimos correspondentes aos meses anteriores àquele em que se opere a transmissão.44 Sem prejuízo do exposto, compete ao senhorio, até ao ultimo dia útil do mês de Janeiro de cada ano, comprovar o cumprimento da obrigação de pagamento do Imposto Predial sobre o arrendamento por parte do substituto tributário, sob pena de ser considerado responsável pelo pagamento do imposto em falta. Considera-se cumprida a obrigação nos casos em que o senhorio receba do substituto tributário o Documento de Cobrança que comprove a entrega do imposto retido ou, assim não sendo, comunique tal facto à Repartição Fiscal competente no prazo de 5 dias a contar do termo para a entrega daquele imposto. 45 Nas situações em que o senhorio, por razões objectivas, não receba o valor da renda convencionada para um determinado exercício, deverá proceder à liquidação do imposto com base no valor patrimonial, tendo o senhorio o direito de deduzir o valor pago quando venha a receber a renda.

Declaração de rendimento colectável dos prédios total ou parcialmente arrendados (continuação)

Nos casos em que apenas parte do prédio se encontra arrendado, a tributação deve ser feita de forma rateada.

O senhorio fica obrigado a apresentar na Repartição Fiscal, dentro de um prazo de 10 dias a contar da celebração do contrato de arrendamento total ou parcial do prédio, um exemplar do referido contrato.

O pagamento antecipado das rendas não dispensa a obrigatoriedade da apresentação anual da declaração com a informação da renda relativa ao ano em causa.

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Impostodo Selo

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Guia Fiscal 2021

Incidência objectiva e territorialO Imposto do Selo incide sobre todos os actos, contratos, documentos, títulos, operações e outros factos previstos na tabela anexa ao Código do Imposto do Selo, ou em leis especiais, ocorridos em território nacional.

São, ainda, sujeitos a Imposto do Selo no País:

Sujeitos Passivos

Notários e Conservadores dos Registos Civil, Comercial, Predial e de outros bens sujeitos a registo, bem como outras entidades públicas;

Entidades concedentes de crédito e de garantias ou credoras de juros e prémios derivados de contratos de natureza financeira;

Instituições de crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas residentes em território nacional que tenham intermediado operações de crédito, de prestação de garantias ou juros devidos por residentes no mesmo território a instituições de crédito ou sociedades financeiras não residentes;

O locador e sublocador, nos arrendamentos e subarrendamentos;

Empresas seguradoras ou segurados, consoante os contratos de seguro de vida ou saúde sejam celebrados em Angola ou no estrangeiro;

Entidades emitentes de letras e outros títulos de crédito, entidades emissoras de cheques e livranças ou, no caso de títulos emitidos no estrangeiro, a primeira entidade que intervenha na negociação ou pagamento;

Trespassante, no trespasse de estabelecimento comercial, industrial ou agrícola.

Os documentos, actos ou contratos emitidos ou celebrados fora de Angola, nos mesmos termos em que o seriam se no País fossem emitidos ou celebrados, caso no mesmo sejam apresentados para quaisquer efeitos legais;

As operações de crédito e as garantias prestadas no estrangeiro a quaisquer entidades com sede, filial, sucursal ou estabelecimento estável em Angola;

Os juros cobrados por entidades sedeadas no estrangeiro a quaisquer entidades com sede, filial, sucursal ou estabelecimento estável em Angola;

Os seguros de vida e de saúde efectuados no estrangeiro cujo risco tenha lugar em Angola.

Incidência subjectivaEncontram-se obrigados a entregar o imposto ao Estado, entre outros, os seguintes sujeitos passivos:

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Encargo do ImpostoO imposto constitui encargo das entidades que, no âmbito das operações sujeitas a Imposto do Selo, sejam consideradas titulares do respectivo interesse económico.

Consideram-se titulares do interesse económico, entre outros, os seguintes:

Em caso de interesse económico comum a vários titulares, o encargo do imposto é repartido de forma solidária entre os mesmos.

Operação sujeita Titular do interesse económico

Aquisição de bens a título gratuito ou oneroso, do direito de propriedade ou de figuras parcelares desse direito sobre imóveis;

O adquirente;

Concessão do crédito; O utilizador do mesmo;

Arrendamento e subarrendamento; O locador e o sublocador;

Garantias; As entidades obrigadas à sua apresentação;

Juros e operações financeiras realizadas por ou com intermediação de instituições de crédito, sociedades ou outras instituições financeiras, que não se encontrem sujeitas a IVA;

O cliente destas entidades;

Cheques; O titular da conta;

Letras e livranças e demais títulos de crédito; O sacado, o devedor e o credor, respectivamente;

Constituição de uma sociedade de capitais, aumento de capital social e transferência de sede para fora de Angola;

A sociedade a constituir, a sociedade cujo capital é aumentado e a sociedade que é transferida, respectivamente;

Trespasse. O adquirente.

Isenções objectivas

Os créditos concedidos até ao prazo máximo de 5 dias, o micro crédito e os créditos concedidos no âmbito de “contas jovem” e “contas terceira idade” cujo montante mensal não ultrapasse, em cada mês, AKZ 17.600, bem como os juros cobrados no âmbito das respectivas operações;

Os créditos derivados da utilização de cartões de crédito, quando o reembolso à entidade emitente do cartão for efectuado sem pagamento de juros nos termos contratualmente definidos;

Os créditos relacionados com exportações, quando devidamente documentados com os respectivos despachos aduaneiros, bem como os juros cobrados no âmbito dos mesmos;

Os juros provenientes de Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e Títulos do Banco Central;

Os juros devidos no âmbito de contratos de financiamento destinados ao crédito à habitação;

As operações, incluindo os respectivos juros, por prazo não superior a um ano, desde que exclusivamente destinadas à cobertura de carências de tesouraria, quando realizadas por detentores de capital social a entidades nas quais detenham directamente uma participação no capital não inferior a 10% e desde que esta tenha permanecido na sua titularidade durante um ano consecutivo ou desde a constituição da entidade participada, contanto que, neste último caso, a participação seja mantida durante aquele período;

Os empréstimos com características de suprimentos, incluindo os respectivos juros efectuados por sócios à sociedade em que seja estipulado um prazo inicial não inferior a um ano e não sejam reembolsados antes de decorrido esse prazo;

Os prémios recebidos por resseguros dos ramos vida e saúde tomados a empresas que operem legalmente em Angola;

Os prémios relativos a seguros do ramo “Vida” e seguros de saúde;

Isenções objectivasEncontram-se isentas de Imposto do Selo, entre outras realidades, as seguintes operações:

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Isenções objectivas (continuação)

Depósito-caução constituído a favor do Estado e outros organismos públicos, excepto empresas públicas;

Os títulos negociáveis vendidos, quando transmitidos em mercado regulamentado;

A transmissão de imóveis, no âmbito de processos de fusão, cisão ou incorporação, nos termos da Lei das Sociedades Comerciais, desde que necessários e previamente autorizados pela AGT;

Os contratos de trabalho;

As operações de exportação, excepto as exportações dos bens previstos na tabela anexa ao Código do Imposto do Selo;

As operações de gestão de tesouraria entre sociedades em relação de grupo;

As operações de financiamento, locação financeira, reporte, seguros e resseguros que sejam sujeitas e não isentas isentas de IVA.

Isenções subjectivas

O Estado e quaisquer dos seus serviços, estabelecimentos e organismos, ainda que personalizados, excepto as empresas públicas;

As instituições públicas de previdência e Segurança Social, excepto quando actuem no desenvolvimento de actividades económicas de natureza empresarial;

As associações de utilidade pública reconhecida nos termos da Lei, excepto quando actuem no desenvolvimento de actividades económicas de natureza empresarial;

As instituições religiosas legalmente constituídas, excepto quando actuem no desenvolvimento de actividades económicas de natureza empresarial;

Outras entidades previstas em legislação avulsa (por exemplo, microempresas).

Os sujeitos passivos de IVA, abrangidos pelo regime geral desse imposto, bem como os abrangidos pelo regime simplificado, relativamente ao Imposto do Selo dos recibos de quitação pelo efectivo recebimento de créditos resultantes do exercício da actividade comercial ou industrial, em dinheiro ou em espécie, excepto se praticarem operações exclusivamente isentas de IVA, conforme resulta da Lei n.º 42/20, de 31 de Dezembro, Lei que aprova o Orçamento do Estado para o Exercício Económico de 2021.

Isenções subjectivasEncontram-se isentas de Imposto do Selo as seguintes entidades:

Operações Taxas / Imposto

Aquisição onerosa ou gratuita do direito de propriedade, ou de figuras parcelares desse direito sobre imóveis, bem como a resolução, invalidade ou extinção, por mútuo consenso, dos respectivos contratos – sobre o valor.

0,3%

Arrendamento e subarrendamento:· Sobre o valor, aumento da renda ou prorrogação do contrato de

arrendamento e subarrendamento para fins habitacionais;· Sobre o valor, aumento da renda ou prorrogação do contrato de

arrendamento e subarrendamento destinados a estabelecimento comercial, industrial, exercício de profissão em regime independente.

0,1%

0,4%

Cheques de qualquer natureza (por cada dez). AKZ 100,00

Depósito civil (qualquer que seja a sua forma), sobre o respectivo valor. 0,1%

Constituição de uma sociedade – sobre o valor real dos bens de qualquer natureza entregues ou a entregar pelos sócios após dedução das obrigações assumidas e dos encargos suportados pela sociedade em consequência de cada entrada.

0,1%

Aumento do capital de uma sociedade mediante a entrada de bens de qualquer espécie – sobre o valor real dos bens de qualquer natureza entregues ou a entregar pelos sócios após dedução das obrigações assumidas e dos encargos suportados pela sociedade em consequência de cada entrada.

0,1%

Outros contratos não especialmente previstos na tabela anexa do Impostodo Selo, incluindo os efectuados perante entidades públicas – por cada um.

AKZ 1.000,00

Taxas e base tributávelAs taxas de imposto aplicáveis são as constantes da tabela anexa ao Código do Imposto do Selo em vigor no momento em que o imposto é devido, não havendo acumulação de taxas num mesmo facto ou operação. Caso esteja prevista a aplicação de mais de uma taxa, aplica-se a maior.

Enunciam-se abaixo, de forma não exaustiva, algumas das operações sujeitas a Imposto do Selo, respectivas taxas e base tributável:

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Operações (continuação) Taxas / Imposto

Garantias das obrigações, qualquer que seja a sua natureza ou forma, designadamente o aval, a caução, a garantia bancária autónoma, a fiança, a hipoteca, o penhor e o seguro-caução, salvo quando materialmente acessórias de contratos especialmente tributados na tabela, considerando-se como tal as que sejam constituídas até 90 dias após a celebração do contrato constitutivo da obrigação garantida ainda que em instrumentos ou títulos diferentes, ou no caso de penhor de bens futuros desde que o mesmo seja inscrito no contrato principal – sobre o respectivo valor, em função do prazo, considerando-se sempre como nova operação a prorrogação do prazo do contrato:· Garantias de prazo inferior a um ano;· Garantias de prazo igual ou superior a um ano;· Garantias sem prazo ou de prazo igual ou superior a cinco anos.

0,3%0,2%0,1%

Operações de financiamento:Pela utilização de créditos, sob a forma de fundos, mercadorias e outros valores em virtude da concessão de crédito a qualquer título, incluindo o crédito documentário, a cessão de créditos, factoring e as operações de tesouraria quando envolvam qualquer tipo de financiamento, salvo, em qualquer circunstância, as emissões de títulos de dívida de organismos admitidos a negociação no mercado regulamentado, considerando-se em caso de prorrogação do prazo do contrato, que o imposto é recalculado em função da duração total do contrato e deduzido do montante anteriormente liquidado – sobre o respectivo valor, em função do prazo:· Crédito de prazo igual ou inferior a um ano;· Crédito de prazo superior a um ano;· Crédito de prazo igual ou superior a cinco anos;· Crédito utilizado sob a forma de conta corrente, descoberto bancário ou

qualquer outra forma em que o prazo de utilização não seja determinado ou determinável, sobre a média mensal obtida através da soma dos saldos em dívida apurados diariamente, durante o mês, dividido por 30;

· Crédito à habitação.

0,5%0,4%0,3%0,1%

0,1%

Operações realizadas por ou com intermediação de instituições de crédito, sociedades financeiras ou outras entidades a elas legalmente equiparadas e quaisquer outras instituições financeiras (sobre o valor cobrado):· Juros por, designadamente, desconto de letras e por empréstimos,

por contas de créditos e por créditos sem liquidação;· Prémios e juros por letras.

0,2%

0,5%

Câmbio de notas em moedas estrangeiras, conversão de moeda nacional emmoeda estrangeira, a favor de pessoas singulares – sobre o valor nocional.

0,1%

Operações (continuação) Taxas / Imposto

Letras, livranças, ordens e escritos de qualquer natureza, com exclusão dos cheques, nos quais se determine pagamento ou entrega de dinheiro com clausulas à ordem ou a disposição, ainda que sob a forma de correspondência – sobre o respectivo valor, com o mínimo de AKZ 100.

0,1%

Recibos de quitação pelo efectivo recebimento de créditos resultantes do exercício da actividade comercial ou industrial, em dinheiro ou em espécie, com excepção dos resultantes exclusivamente do arrendamento habitacional feito por pessoas singulares:· Para sujeitos passivos de IVA enquadrados no regime de exclusão;· Para sujeitos passivos de IVA enquadrados nos regimes geral e simplificado, nos termos da Lei n.º 42/20, de 31 de Dezembro, Lei que aprova o Orçamento do Estado para o Exercício Económico de 2021.

1%7%

Abertura de crédito, por escrito particular ou instrumento público – sobre o respectivo valor.

0,1%

Trespasse ou cessão para exploração de estabelecimento comercial, industrial ou agrícola e subcomissões e trespasses feitos pelo Estado e pelas províncias para exploração de empresas ou de serviços de qualquer natureza – sobre o seu valor.

0,2%

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Operações sujeitas

Autos e termos efectuados perante organismos públicos;

Depósito, em qualquer serviço público, dos estatutos de associações e outras instituições cuja constituição dele dependa;

Transformação em sociedade, associação ou pessoa colectiva que não seja sociedade de capitais;

Aumento do activo de uma sociedade mediante a entrada de bens de qualquer espécie;

Exploração, pesquisa e prospecção de recursos geológicos integrados no domínio público do Estado;

Apostas de jogos;

Licenças, nomeadamente para instalação de máquinas electrónicas de diversão e de máquinas automáticas de venda de bens e para funcionamento de estabelecimentos de restauração e hotelaria;

Marcas e Patentes;

Actos notariais;

Títulos de dívida pública emitidos por governos estrangeiros quando sejam postos à venda no País;

Precatórios;

Publicidade;

Registos e averbamentos de bens móveis.

Restantes actos sujeitos a Imposto do SeloEncontram-se ainda previstas como realidades sujeitas a Imposto do Selo as seguintes operações:

LiquidaçãoA liquidação do Imposto do Selo efectua-se por meio de guia, mediante a aplicação da respectiva verba.

Contratação com entidades não residentes fiscais em AngolaAs entidades residentes em Angola que contratem entidades não residentes passam a liquidar e entregar o imposto devido, nas situações em que competiria aos não-residentes o dever de liquidar o imposto.

Contratação efectuada pelo Estado e organismos públicosNos contratos em que o Estado ou os demais organismos públicos, com excepção das empresas públicas, sejam parte, a liquidação do imposto é efectuada no momento do pagamento da prestação.

PagamentoO pagamento do Imposto do Selo é efectuado mediante a apresentação do Documento de Cobrança, discriminando em anexo, o imposto cobrado nos termos de cada uma das verbas da tabela, devendo as entidades escriturar, em conformidade com a sua contabilidade e os respectivos livros de registo, as realidades existentes.

O pagamento deverá ocorrer até ao final do mês seguinte àquele em que a obrigação tributária se tenha constituído.

Obrigação declarativa

Entidade sujeita

Informação a reportar

Prazo

Declaração anual(Modelo oficial)46

Sujeitos passivos de Imposto do Selo;ouRespectivos representantes legais.

Imposto do Selo liquidado nos actos, contratos e operações previstas na tabela anexa ao Código do Imposto do Selo.

Final do mês de Março do ano seguinte ao da realização dos actos, contratos e operações;

Documento de Cobrança (anterior DLI) mensal

Final do mês seguinte ao da constituição da obrigação tributária.

46 Aprovado pelo Decreto Executivo n.º 456/17, de 2 de Outubro.

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Requisitos a cumprir

O valor das operações e dos actos realizados sujeitos a imposto deverá ser identificado segundo a verba aplicável constante da tabela anexa ao Código do Imposto do Selo;

O valor das operações e dos actos realizados isentos de imposto deverá ser identificado segundo a verba aplicável constante da tabela anexa ao Código do Imposto do Selo;

O valor do imposto liquidado deverá ser identificado segundo a verba aplicável constante da tabela anexa ao Código do Imposto do Selo;

O valor do imposto compensado deverá ser identificado.

Obrigações contabilísticas e de arquivo de documentaçãoOs contribuintes que se encontrem obrigados a dispor de contabilidade nos termos do Plano Geral de Contabilidade devem organizá-la de forma a possibilitar o conhecimento claro e inequívoco dos elementos necessários à verificação do Imposto do Selo liquidado, bem como a permitir o seu controlo.

Deste modo, deverão ser objecto de registo as operações e os actos realizados sujeitos a Imposto do Selo, sendo que o referido registo deverá ser efectuado da seguinte forma:

Os documentos de suporte aos registos contabilísticos e os documentos comprovativos do pagamento do imposto devem ainda ser conservados em boa ordem durante o prazo geral de caducidade do imposto.

Imposto Especial de Consumo (IEC)

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Imposto Especial de ConsumoA implementação do IVA em Angola foi acompanhada pela entrada em vigor, em simultâneo, do Imposto Especial de Consumo (IEC).

O IEC é um imposto que visa tributar, de forma autónoma e agravada, o consumo de determinados bens, na medida em que a sua utilização prejudica a saúde dos consumidores, polui o ambiente ou têm uma natureza supérflua.

Incidência objectivaO IEC incide sobre determinados bens produzidos no território nacional, importados e introduzidos no consumo, nomeadamente:

• Produtos derivados do petróleo• Veículos automóveis• Aeronaves e embarcações de recreio• Bebidas alcoólicas e bebidas adicionadas de açúcar• Tabaco e seus derivados• Fogo de artifício• Objectos de arte, de colecção e antiguidades• Artigos de joalharia e de ourivesaria• Sacos de plástico e palhinhas• Pneumáticos recauchutados e usados• Armas de fogo

Constituem factos geradores de IEC a produção, importação e a arrematação/venda em hasta pública realizada pelas Estâncias Aduaneiras ou quaisquer outros serviços públicos.

Isenções Encontram-se isentos de IEC, entre outras, as seguintes realidades:

• Bens exportados pelo próprio produtor ou entidade vocacionada para o efeito, legalmente reconhecida• Bens importados pelas representações diplomáticas e consulares (quando haja reciprocidade de tratamento) e pelas Organizações Internacionais• Matérias-primas para a indústria nacional e os bens destinados ao uso em estabelecimentos de saúde, certificados ministerialmente• Bens destinados a fins laboratoriais e de investigação científica• Bens de uso pessoal• Bens destinados ao consumo como provisões de bordo e os produtos vendidos a bordo, em aeronaves e embarcações de tráfego internacional

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• Produtos que beneficiem da aplicação de um regime suspensivo de direitos aduaneiros• Produtos vendidos em lojas francas

Incidência subjectiva, exigibilidade e liquidação do impostoA entrega do imposto pelo sujeito passivo efectua-se até ao último dia do mês seguinte ao da liquidação, uma única vez por mês.

Incidência subjectiva Exigibilidade / Liquidação

Produtores No momento em que os bens são postos à disposição dos adquirentes

Importadores No momento do desembaraço aduaneiro

Entidades que procedam à arrematação No momento em que foi efectuado o pagamento ou, se este for parcial, na primeira prestação

Taxas As taxas do IEC variam entre 2% e 25%, sendo que os automóveis, os produtos petrolíferos (exceto o gasóleo e a gasolina, tributados à taxa de 5%) e alguns sacos de plástico são tributados à taxa mais baixa, isto é, 2%.

Por outro lado, a taxa máxima é aplicável à generalidade das bebidas alcoólicas, assim como ao tabaco e seus derivados.

As taxas de IEC estão estabelecidas no Código deste imposto, nos seus Anexos I e II.

Obrigações declarativas Os sujeitos passivos devem entregar por via electrónica, até ao último dia de cada mês, a declaração na qual devem constar informações relativas ao volume de operações realizadas no mês anterior.

ContabilidadeA contabilidade dos sujeitos passivos deste imposto deve estar organizada de modo a possibilitar o conhecimento claro e inequívoco dos elementos necessários ao correcto cálculo do imposto, permitir o seu controlo imediato e evidenciar todos os dados referidos no Código do IEC.

Imposto sobre as Sucessões e Doações de Bens Mobiliários

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Guia Fiscal 2021

Incidência do impostoO Imposto sobre as Sucessões e Doações incide sobre todos os actos que importem transmissão perpétua ou temporária de propriedade mobiliária de qualquer valor, espécie ou natureza, qualquer que seja a denominação ou forma do título.

O Diploma Legislativo n.º 230, de 24 de Maio de 1931, foi derrogado pela Lei n.º 20/20, de 9 de Julho, na parte que respeita às transmissões gratuitas e onerosas de bens imobiliários, mantendo-se em vigor as normas aplicáveis ao regime de Imposto sobre Sucessões e Doações relativas a bens móveis, até que sejam reguladas em diploma próprio.

Neste contexto, o presente capítulo incide apenas sobre as regras aplicáveis à tributação das transmissões gratuitas de bens mobiliários, devendo ser consultado o capítulo do Imposto Predial para efeitos das obrigações fiscais em matéria de tributação das transmissões onerosas e gratuitas de bens imobiliários.

47 O Regulamento para a Liquidação e Cobrança de Imposto sobre as Sucessões e Doações e Sisa foi aprovado pelo Diploma Legislativo n.º 230, de 21 de Maio de 1931. Adicionalmente, o Regulamento em apreço sofreu diversas alterações legislativas, nomeadamente, as decorrentes da Lei n.º 15/92, de 3 de Julho, bem como da Lei n.º 16/11, de 21 de Abril.

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Guia Fiscal 2021Guia Fiscal 2021

Imposto sobre as Sucessões e Doações

O contrato de compra e venda, escambo ou troca;

O direito de habitação;

As transmissões por título gratuito de bens mobiliários, de qualquer espécie ou natureza, em determinadas condições, compreendendo dinheiro, títulos de dívida pública, acções e obrigações de bancos, companhias ou sociedades anónimas;

A transmissão mortis-causa de títulos de dívida estrangeira, de qualquer natureza, do Estado ou corporações administrativas, letras de câmbio e acções ou obrigações de companhias ou associações igualmente estrangeiras, quando essa transmissão se efectuar por virtude de sucessão, regida, liquidada ou inventariada segundo as leis vigentes;

A transmissão inter-vivos dos mesmos títulos, em favor de cidadãos nacionais ou estrangeiros, quando esta tenha lugar em Angola;

A transmissão mortis-causa dos mesmos títulos, quando se efectuar por um estrangeiro domiciliado em Angola;

Os legados deixados a testamenteiros;

O distrate, renúncia, desistência ou revogação de doações inter-vivos;

Os contratos gratuitos de constituição de servidão perpétua ou temporária;

As reduções gratuitas de foros, censos ou pensões;

A Fazenda Nacional por todas as aquisições que fizer, a qualquer título, desde que autorizadas por lei ou contrato ou aceites em forma legal;

Os corpos administrativos, pelas aquisições ou trocas realizadas para fins de beneficiência, higiene, alinhamentos, arruamentos e construções destinadas a serviços municipais;

As corporações administrativas, pelas aquisições realizadas para fins de beneficiência;

As heranças, legados, donativos e aquisições com destino a museus, bibliotecas, escolas, institutos e serviços de ensino, caridade e beneficiência que, pelos diplomas legais da sua fundação, venham a pertencer ao Estado;

As transmissões de bens mobiliários que as associações de socorros mútuos adquirirem, por qualquer título, com prévia autorização do Governo.

Entidades e operações isentas de Imposto sobre as Sucessões e Doações

As pensões pagas pelos montepios, cofres de previdência, associações de socorros mútuose quaisquer estabelecimentos de beneficiência;

Actos de transmissão de propriedade literária ou artística;

Transmissões a favor dos descendentes, ascendentes ou cônjuges, quando os valores dos bens transmitidos não exceda os AKZ 500.000.00048.

48 500.000 Novos Kwanzas, nos termos da Lei n.º 15/92, de 3 de Julho.

IncidênciaO Imposto sobre as Sucessões e Doações incide, designadamente, sobre:

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Liquidação e pagamento

Competência Responsabilidadepelo pagamento

Prazo parapagamento

O Secretário de Fazenda do concelho ou circunscrição civil onde o finado tivesse o seu domicílio ou onde se houver realizado o contrato de bens mobiliários ou de qualquer outra natureza.

O Imposto sobre asSucessões e Doações, depoisde devidamente liquidado,será pago por aqueles paraquem passaram os bens,sempre que haja transmissão.

Nas transmissões por título gratuito, o imposto só será pago quando a transmissão real se operar.

Base tributável e Taxas

Matéria colectável Taxa

Valor dos bens mobiliários transmitidos

Até AKZ 5.000.000

Mais de AKZ 5.000.000

Entre cônjuges ou a favor de descendentes e ascendentes

0,5% 1%

Entre quaisquer pessoas 1% 2%

Lei e Regulamento da Lei do Mecenato

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Lei do Mecenato

Objecto e âmbitoA Lei do Mecenato (Lei n.º 8/12, de 18 de Janeiro) visa fomentar, valorizar e promover o mecenato na área social, cultural, desportiva, educacional, juvenil, tecnológica, da saúde e da informação.

Definições relevantesMecenas: Pessoa colectiva que afecta, de forma altruísta e desinteressada economicamente, bens, serviços ou fundos à realização de acções, com vista a incentivar e contribuir para o desenvolvimento do sector cultural, desportivo, educacional, ambiental, científico, tecnológico, da saúde, da sociedade, da informação, nos termos definidos na presente lei;

Liberalidade: Concessão gratuita, sem quaisquer contrapartidas de carácter económico, de fundos monetários, bens ou prestações de serviços, concedidos nos termos e limites definidos na lei;

Beneficiários das liberalidades: Pessoas colectivas que, cumprindo os requisitos subjectivos e objectivos definidos na lei, são elegíveis para atribuição de liberalidades.

Benefícios dos mecenasOs benefícios fiscais previstos na Lei do Mecenato são atribuídos às pessoas colectivas que, de forma altruísta, prestarem serviços, financiarem, total ou parcialmente, obras ou projectos sociais, culturais, educacionais, desportivos, ambientais, juvenis, científicos, tecnológicos, de saúde e de informação.

Estão excluídos dos benefícios fiscais previstos na lei as pessoas colectivas que possuam dívidas de impostos ao Estado ou à Segurança Social.

Beneficiários das liberdadesPodem ser beneficiários das liberalidades previstas na Lei do Mecenato:

· Pessoas colectivas públicas ou privadas que desenvolvam acções de beneficiação de carácter humanitário e de cariz educacional;

· O Estado e quaisquer dos seus serviços, estabelecimentos ou organismos;· Fundações com utilidade pública reconhecida nos termos da lei;· As associações técnico-profissionais, sociais, culturais, comunitárias e as academias;· Agentes culturais nacionais;· Universidades, institutos superiores e centros de excelência.

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Formas de atribuição das liberalidadesAs liberalidades podem ser concedidas em dinheiro, espécie ou através de prestação de serviços.

As liberalidades que assumam a forma de valor pecuniário (dinheiro) são realizadas exclusivamente por transferência bancária, para o beneficiário, na sua totalidade ou parte do valor, de acordo com o projecto aprovado.

As liberalidades em espécie ou mediante prestação de serviços devem ser avaliadas de acordo com o valor de custo devidamente documentado e suportado pelo mecenas.

Benefícios fiscaisIsenções

Estão isentos de quaisquer impostos os resultados obtidos por entidades sem fins lucrativos com reconhecida utilidade pública, nos termos da lei, derivados de actividades culturais, desportivas, de solidariedade social, ambientais, juvenis, sanitárias, científicas ou tecnológicas.

A isenção referida só pode ser concedida aos beneficiários de liberalidades legalmente constituídas para o exercício dessas actividades e desde que se verifiquem, cumulativamente, os seguintes requisitos:

· Exercício gratuito dos cargos nos seus órgãos;· Existência de contabilidade organizada nos termos do plano geral de

contabilidade, devendo esta documentação ser disponibilizada sempre que solicitada pelo Ministério das Finanças ou pelo Ministério competente para o efeito;

· Existência de contas certificadas por contabilista, nos mesmos termos estabelecidos para as sociedades comerciais;

· Ausência de qualquer afectação de fundos resultantes das actividades prosseguidas pela entidade a qualquer membro ou terceiro;

· Inexistência de interesse, directo ou indirecto, no resultado das actividades prosseguidas.

Dedutibilidade fiscal das liberalidadesPara o apuramento do rendimento tributável, as liberalidades concedidas pelas actividades ou projectos das entidades públicas ou privadas são consideradas custos ou perdas do exercício, fiscalmente dedutíveis à matéria colectável do Imposto Industrial em 40% do respectivo valor total.

O limite definido no parágrafo anterior passa para 30% se a actividade for desenvolvida no âmbito da pessoa colectiva, para benefício dos seus trabalhadores e agregado familiar.

São dedutíveis os custos incorridos com a aquisição de obras de arte ou quaisquer outras formas de produção artística produzidas por artistas de nacionalidade angolana, mediante a documentação da transacção, através de recibo emitido pelo artista, em que conste o seu número de identificação fiscal, a sua morada, a identificação do artista e o valor de venda da obra.

A dedutibilidade dos custos referidos no parágrafo anterior é limitada a 1% do resultado líquido do exercício em que as liberalidades são concedidas.

Tipologias de mecenatoA Lei do Mecenato contempla a existência de projectos que possam ser elegíveis para fins de mecenato nas seguintes áreas de intervenção:

· Mecenato social; · Mecenato cultural; · Mecenato desportivo; · Mecenato juvenil; · Mecenato educacional;· Mecenato ambiental; · Mecenato científico e tecnológico; · Mecenato para a saúde; · Mecenato para a sociedade de informação.

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Regulamento da Lei do Mecenato

ObjectoO Decreto Presidencial n.º 195/15, de 7 de Outubro, que aprovou o Regulamento da Lei do Mecenato (“Regulamento”), veio estabelecer os procedimentos relativos ao regime de incentivos fiscais, bem como dos actos relativos ao registo, candidatura, avaliação e acompanhamento de projectos previstos na Lei do Mecenato.

ÂmbitoO diploma aplica-se a todas as pessoas colectivas públicas ou privadas, com sede ou domicílio em Angola, bem como a pessoas colectivas com domicílio ou sede no estrangeiro, que preencham os requisitos de mecenas ou beneficiário.

Registo do mecenasPara efeitos fiscais, o mecenas deve requerer o seu registo, junto da AGT, antes da realização da primeira liberalidade.

Obrigações do beneficiário· Acompanhar a tramitação do projecto, tendo em consideração as notificações e

editais divulgados no âmbito do Regulamento do Mecenato;· Comunicar ao órgão da Administração Pública responsável pelo respectivo

sector de actividade sobre qualquer liberalidade que tenha recebido, com identificação do mecenas e do projecto em causa, bem como a descrição da forma da liberalidade;

· Prestar contas da execução física e financeira dos projectos aos mecenas e à Comissão de Avaliação;

· O beneficiário sujeito à colecta fiscal deve fazer constar da sua declaração fiscal anual o valor das liberalidades recebidas.

Avaliação e aprovação de projectosOs órgãos da Administração Pública Central e Local, bem como pessoas colectivas privadas – que não se encontrem a usufruir de apoios públicos – podem submeter às autoridades competentes, em razão da matéria, a apreciação de projectos para posterior inscrição no Plano Anual.

O Plano Anual consiste no conjunto de projectos que não se encontram incluídos no Orçamento Geral do Estado e que foram aprovados pelo Presidente da República para posterior avaliação dos mecenas.

Obrigações acessóriasO mecenas e o beneficiário devem elaborar um relatório relativo aos recursos disponibilizados até ao final do mês de Fevereiro do ano seguinte em que se verificou a concessão do benefício.

Obrigações do mecenas

Comunicar por escrito à repartição fiscal onde estiver domiciliado a realização de qualquer liberalidade;

Apresentar comprovativos da existência de contabilidade organizada de um Conselho Fiscal ou auditor independente de nacionalidade angolana, ou com residência fiscal em Angola;

Seleccionar com autonomia os projectos que pretende apoiar.

Registo do beneficiárioPara efeitos estatísticos, o beneficiário deve requerer o registo junto do Departamento Ministerial responsável pelo sector de actividade.

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Regime Fiscal dos Organismos de Investimento Colectivo (OIC)

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Na sequência da introdução do regime jurídico dos OIC, foi estabelecido o regime fiscal, pelo Decreto Legislativo Presidencial n.º 1/14, de 13 de Outubro, que, por um lado, promove a simplicidade, e, por outro, previne a dupla tributação de rendimentos na esfera dos OIC e dos seus participantes, através da tributação exclusiva dos rendimentos “à entrada” destes veículos, sem existir qualquer tributação na esfera dos seus participantes.

Forma dos OIC· Fundos de Investimento Mobiliário;· Fundos de Investimento Imobiliário;· Sociedades de Investimento Imobiliário;· Sociedades de Investimento Mobiliário.

TributaçãoOs OIC são sujeitos a Imposto Industrial sobre os lucros obtidos (no País e no estrangeiro), os quais são corrigidos em conformidade com as regras específicas previstas no Decreto referido, nomeadamente quanto a ganhos e perdas potenciais, não incidindo qualquer outro imposto sobre os seus rendimentos.

Os prejuízos fiscais apurados pelos OIC são reportáveis pelo período de 3 anos.

A taxa de Imposto Industrial é de 7,5% para os OIC Mobiliários e de 15% para os OIC Imobiliários.

Liquidação e pagamentoOs OIC devem apresentar anualmente, até ao dia 31 de Maio, a Declaração Modelo 1 do Imposto Industrial, em duplicado, relativamente ao exercício anterior, conjuntamente com o balanço, balancete e a demonstração de resultados, devidamente assinados por contabilista.

O pagamento do Imposto Industrial deve efectuar-se com a entrega da Declaração Modelo 1.

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IsençõesOs OIC estão isentos de qualquer outro imposto sobre o rendimento, nomeadamente o IAC e o Imposto Predial sobre as rendas.

Adicionalmente, com vista à dinamização deste tipo de veículos de investimento, prevê-se que os OIC beneficiem das seguintes isenções de tributos indirectos:

Imposto do Selo· Nos aumentos de capital;· Sobre as comissões de gestão cobradas pelas entidades gestoras;· Sobre as comissões cobradas pelas instituições depositárias dos valores

mobiliários.

IVA (anterior, Imposto de Consumo)Sobre as comissões de gestão cobradas pelas entidades gestoras.

Adicionalmente, os OIC Imobiliários de subscrição pública estão ainda isentos de:· Imposto Predial (anterior, SISA), quanto aos imóveis adquiridos;· Imposto Predial, quanto aos imóveis detidos e não arrendados;· Imposto do Selo, quanto aos imóveis adquiridos.

Tributação dos participantes Os participantes dos OIC estão isentos de qualquer imposto sobre os rendimentos recebidos ou postos à sua disposição, resultantes, nomeadamente, de resgates, distribuições de rendimentos e mais ou menos-valias na alienação das unidades de participação.

Contribuiçõespara a SegurançaSocial

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Contribuições para a Segurança SocialO Regime Jurídico de Vinculação e de Contribuição da Protecção Social Obrigatória foi aprovado pelo Decreto Presidencial n.º 227/18, de 27 de Setembro, encontrando-se em vigor no ordenamento jurídico desde o dia 26 de Dezembro de 2018.

Este regime aplica-se apenas aos trabalhadores por conta de outrem, vigorando outros regimes para efeitos de aplicação a outros grupos de contribuintes (v.g., trabalhadores por conta própria).

Âmbito de aplicação e trabalhadores abrangidosO regime aplica-se às entidades empregadoras e equiparadas e aos trabalhadores abrangidos pela Protecção Social Obrigatória, sendo estes:

• Os trabalhadores que exercem actividade profissional remunerada ao abrigo de contrato de trabalho, nos termos da legislação laboral;• Os funcionários públicos, agentes administrativos e os trabalhadores contratados na função pública;• As pessoas singulares que em função das características específicas da actividade exercida sejam consideradas trabalhadores por conta de outrem;• As pessoas singulares titulares de empresas agrícolas, de comércio, indústria ou prestação de serviços;• Os sócios, gerentes ou administradores ou membros dos órgãos sociais e os directores contratados de pessoas colectivas, com ou sem finalidade lucrativa, que sejam remunerados;• O contratado por empresa de trabalho temporário, que presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço de empresas;• O trabalhador contratado no âmbito da legislação nacional que presta serviços no exterior em instituições que representam o Estado Angolano;• O estagiário que presta serviços à entidade empregadora;• Os trabalhadores que prestam actividade de carácter temporário ou sazonal legalmente estabelecido;• O reformado que retornar à actividade laboral.

Determinação da base contributivaConsidera-se base de incidência contributiva a remuneração ilíquida do colaborador, nomeadamente todas as prestações pecuniárias que, nos termos da relação jurídico-laboral, sejam devidas pelas entidades empregadoras aos trabalhadores. No caso de parte da remuneração ser auferida em espécie, a mesma deverá ser referenciada em dinheiro.

Rendimentos excluídos da base contributiva• As prestações sociais pagas pelas entidades empregadoras no âmbito da Protecção Social Obriatória;• Os valores correspondentes ao subsídio de férias;• Os valores correspondentes à subscrição ou participação efectuada pelos trabalhadores e pelas entidades empregadoras de modalidades de protecção social complementar previstas em legislação própria.

Liquidação e pagamentoAs entidades empregadoras devem declarar à Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória, através da folha de remunerações elaborada por via do sistema electrónico disponibilizado por aquela entidade, a seguinte informação:

• A relação dos trabalhadores ao seu serviço;• O valor da remuneração que constituir a base da matéria colectável;• A taxa contributiva aplicável.

O pagamento das contribuições é da responsabilidade da entidade empregadora, devendo esta fazer o desconto directo na remuneração do trabalhador.

As contribuições devem ser pagas mensalmente, através da liquidação da guia de pagamento, até ao dia 10 do mês seguinte àquele a que as contribuições dizem respeito.

Taxas aplicáveis a trabalhadores

Entidade empregadora 8%

Trabalhador 3%

Trabalhador reformado 8%

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Regime Jurídicodas Facturase Documentos Equivalentes(RJFDE)

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As alterações produzidas ao Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes (RJFDE), implementadas pelo Decreto Presidencial n.º 292/18, de 3 de Dezembro, decorrem essencialmente da necessidade de se conferir um maior formalismo documental às operações dos agentes económicos, associada à implementação do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) em Angola.

Em paralelo, tais alterações visaram também atingir objectivos genéricos tais como estabelecer um sistema de facturação consistente, coerente e transversal, valorizar a formalização da economia angolana desincentivando o recurso aos mercados informais, e reforçar os mecanismos de controlo e fiscalização por parte da AGT, tendo em conta os imperativos da existência de procedimentos tributários simplificados e eficazes inerentes às Linhas Gerais do Executivo para a Reforma Tributária.

O RJFDE estabelece as regras aplicáveis à emissão, conservação e arquivo de facturas e documentos equivalentes pelos contribuintes com residência fiscal em Angola, sendo a emissão obrigatória em todas as suas transmissões de bens, prestações de serviços, adiantamentos ou pagamentos antecipados.

Os agentes económicos com volume de negócios igual ou superior ao montante equivalente em Kwanzas a USD 250.000 deverão emitir facturas ou documentos equivalentes, até ao quinto dia útil seguinte ao da operação que lhe deu causa, através de programas informáticos certificados pela AGT (excepções estão previstas para situações de avaria técnica dos equipamentos). Os restantes operadores deverão emitir facturas pré-impressas por tipografias autorizadas pela AGT ou, por opção, através de programas informáticos de facturação também devidamente certificados – as pessoas singulares com residências fiscal em Angola, que não sejam sujeitos passivos de IVA, estão autorizadas a emitir até 100 facturas ou documentos equivalentes por ano, na aplicação criada para o efeito no Portal do Contribuinte.

As facturas processadas através de programas informáticos têm de ser emitidas em triplicado, caso haja bens em circulação, ou em duplicado nas restantes situações. Havendo necessidade de reimpressão de uma factura, a mesma deverá conter obrigatoriamente a expressão “2ª via”.

No âmbito do novo RJFDE foi revogada a dispensa de emissão de factura ou documento equivalente nas operações cujo valor unitário seja igual ou inferior a 1.000 Kwanzas, tendo, no entanto, sido concedidas novas dispensas, como por exemplo, para as transmissões de bens efectuadas por vendedores ambulantes e feirantes devidamente autorizados ou licenciados por entidade competente.

Todas as situações de dispensa de facturação apenas se aplicam se o adquirente for uma pessoa singular que não destine os bens ou serviços adquiridos a uma actividade comercial.

Não são considerados facturas nem documentos equivalentes os seguintes tipos de documento: factura pró-forma, notas de preço, encomenda e/ou remessa, orçamentos de venda e de serviços, borderaux bancários, guias de remessa ou transporte e qualquer outro documento não previsto no RJFDE. Quaisquer documentos que não sejam facturas ou documentos rectificativos de factura, devem conter de forma evidente a sua natureza e conter a expressão "Este documento não serve de factura".

Regra geral, as facturas e documentos equivalentes deverão conter os requisitos previstos no regime, nomeadamente (i) o motivo justificativo da não liquidação de imposto, com a indicação da norma legal que o fundamente, (ii) a data e o local em que os bens foram colocados à disposição dos adquirentes ou em que os serviços foram prestados, bem como a data em que foram efectuados pagamentos antecipados (mesmo que aquelas datas coincidam com a da emissão da factura) e, quando aplicável, (iii) a identificação do sistema informático utilizado para a emissão da factura ou documento equivalente, bem como o respectivo número da certificação.

As notas de crédito emitidas a consumidores finais que anulam ou rectificam facturas ou documentos equivalentes devem, no entendimento da AGT, indicar o número de identificação fiscal do adquirente dos bens.

As notas de débito são consideradas documentos equivalentes a facturas mas não devem ser utilizadas como documentos rectificativos, pelo que não devem mencionar IVA – devem ser utilizadas, por exemplo, para suportar o repasse de despesas incorridas em nome de terceiros (mas não para repasse de despesas incorridas em nome próprio).

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O RJFDE introduz no ordenamento jurídico-tributário angolano os seguintes novos conceitos:

Facturas electrónicasO novo RJFDE prevê a possibilidade de emissão de facturas em formato electrónico, as quais deverão ser disponibilizadas aos adquirentes dos bens e serviços ou outros interessados quando solicitadas e terão de ser conservadas em arquivo digital ou electrónico. Aguarda-se a publicação do diploma que regula a disciplina jurídica sobre facturação electrónica.

Factura globalNo caso de transmissão de bens e prestações de serviços que se prolonguem no tempo, será permitida a emissão de factura global com periodicidade máxima mensal, que englobe todas as transmissões de bens ou prestações de serviços efectuadas durante esse período (devendo estar suportadas por documentos que as individualizam, nomeadamente notas de remessa, que devem ser identificadas na factura global).

Facturas genéricasAs Instituições Financeiras podem emitir facturas genéricas, com periodicidade mensal, que compreendam todos os serviços prestados aos seus clientes naquele período – estas facturas devem ter data de emissão do último dia de cada mês, ainda que sejam geradas no início do mês seguinte àquele a que respeitam as operações.

AutofacturaçãoCom o objectivo de integrar sectores económicos cruciais (agricultura, apicultura, avicultura, pescas, entre outros) no segmento formal e de facilitar a comprovação dos custos que os operadores económicos suportam nas suas transacções comerciais, foi em Agosto de 2020 introduzido o mecanismo da autofacturação, prevendo-se que vigore até final de 2022.

O incumprimento do disposto no RJFDE acarreta penalizações que vão de 7% a 15% do valor de cada factura (no caso de incumprimento de emissão de facturas) e de 1% a 5% daquele valor (quando não observem os requisitos obrigatórios a conter nas facturas).

Regime Jurídicode Submissão Electrónica dos Elementos Contabilísticosdos Contribuintes(RSE)

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No contexto da implementação do IVA, foi aprovado o Regime Jurídico de Submissão Electrónica dos Elementos Contabilísticos dos Contribuintes (“RSE”). O RSE estabelece as regras de submissão electrónica dos elementos contabilísticos, incluindo facturação, contabilização e inventariação, bem como os requisitos de validade dos sistemas de processamento electrónico de dados de facturação. O RSE define, ainda, a estrutura e o formato do Ficheiro Normalizado de Inspecção Tributária – SAF-T (AO).

Este Regime aplica-se com carácter obrigatório, desde 1 de Janeiro de 2020, a todos os agentes económicos que atinjam, no ano anterior, um volume anual de negócios, ou operações de importação de mercadorias, superior a AKZ 50.000.000, independentemente do Regime de IVA no qual se encontrem enquadrados (com excepção das microempresas certificadas nos termos da Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas).

Submissão dos ficheiros de “Facturação” e de “Aquisição de bens e serviços”

Todos os agentes económicos abrangidos pelo RSE têm de submeter à AGT, mensalmente, o ficheiro do tipo “Facturação” e o ficheiro do tipo “Aquisição de bens e serviços” com a informação das operações realizadas. Esta submissão deverá ocorrer até ao último dia do mês seguinte àquele a que respeitam as operações.

Estão igualmente obrigadas ao envio do SAF-T (AO) do tipo “Facturação”, no entender da AGT, quaisquer entidades que, mesmo estando abaixo dos limiares atrás referidos, utilizem um software de facturação certificado.

Em relação ao ficheiro SAF-T(AO) do tipo “Aquisição de bens e serviços”, a AGT comunicou que a respectiva submissão é facultativa, desde que os contribuintes submetam o anexo de fornecedores com informações das facturas em que suportaram IVA, bem como das facturas em que não suportaram IVA.

Os mencionados ficheiros terão de observar a estrutura de dados constante do Regime, com o objectivo de permitir a exportação dos mesmos num formato legível e comum e serem submetidos electronicamente para a AGT.

Validação dos sistemas de processamento electrónico de dados de facturação Os sistemas de processamento electrónico de dados de facturação, utilizados pelos agentes económicos abrangidos pelo RSE, estão sujeitos a validação por parte da AGT, mediante o cumprimento dos requisitos previstos no Regime, nomeadamente ser produzido por uma entidade com residência ou representação em Angola e permitir exportar o ficheiro normalizado de inspecção tributária SAF-T (AO).

O requerimento para a validação / certificação dos sistemas é submetido pelo produtor do sistema. Para efeitos de validação dos sistemas, a AGT realizará testes de conformidade e poderá solicitar, ao produtor do sistema, a apresentação de informação ou elementos adicionais. No prazo de 45 dias após a recepção do requerimento para validação dos sistemas, a AGT emitirá o certificado de validação (este prazo poderá ser suspenso sempre que o processo de validação não possa prosseguir por motivos imputáveis ao requerente).

O certificado terá uma validade de 24 meses, pelo que findo este prazo terá de ser solicitada nova certificação.

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Regime fiscal aplicável ao sector petrolífero

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Guia Fiscal 2021

Todos os direitos mineiros de prospecção, pesquisa, desenvolvimento e produção de hidrocarbonetos líquidos e gasosos existentes em território angolano foram atribuídos pelo Estado à Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (“Sonangol E.P.” ou “Concessionária”).

Tendo por base áreas geográficas delimitadas (“Blocos”), a Concessionária atribui a concessão da execução das operações petrolíferas a um conjunto de empresas, que se associam em “Consórcio” para constituir o “Grupo Empreiteiro” e nomeiam uma entidade de reconhecida idoneidade, capacidade técnica e financeira para “Operador” daquelas operações, através das seguintes modalidades contratuais:

Contratos de Partilha de Produção (“CPP”)

Tipologia contratual mais comum;

Sonangol E.P. não assume a posição de investidor de capital;

A exploração dos hidrocarbonetos é efectuada pelo Grupo Empreiteiro, sendo efectuada a partilha da produção entre o Grupo Empreiteiro e a Concessionária, de acordo com as taxas de partilha contratualmente definidas;

A produção partilhada entre Grupo Empreiteiro e Concessionária corresponde ao “Petróleo-Lucro” apurado;

O remanescente da produção corresponde ao “Petróleo-Custo”, o qual é atribuído na sua totalidade ao Grupo Empreiteiro para recuperação de despesas incorridas com o investimento efectuado.

Contratos de Concessão

Forma originária dos contratos;

Sonangol E.P. assume a posição de investidor de capital;

A totalidade da produção é partilhada pelas Associadas na proporção da sua percentagem de interesse participativo no Contrato.

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Contratos de Serviço com Risco (“CSR”)

Forma mais recente de contrato (aplicável a alguns Blocos concessionados após 2009);

Toda a produção é propriedade da Concessionária;

O risco das operações é inteiramente suportado pelos membros do Consórcio, os quais caso as actividades desenvolvidas tenham sucesso, serão remunerados em espécie por parte da Concessionária.

O regime fiscal aplicável às companhias petrolíferas difere, não só consoante o estabelecido em cada um dos diplomas de concessão dos vários Blocos mas, sobretudo, de acordo com a modalidade contratual que regula a sua actividade49.

Em todo o caso, todas as concessões de Blocos de exploração petrolífera efectuadas a partir de 1 de Janeiro de 2005, bem como um conjunto alargado de normas aplicáveis a contratos já vigentes àquela data, são regulados pela Lei sobre a Tributação das Actividades Petrolíferas – Lei n.º 13/04, de 24 de Dezembro.

49 Consequentemente, a análise de qualquer questão fiscal terá de ser confirmada numa base casuística.

Lei n.º 13/04, de 24 de DezembroOs encargos tributários que integram o regime fiscal aplicável à indústria petrolífera são50:

· Imposto sobre o Rendimento do Petróleo ("IRP);· Imposto sobre a Produção do Petróleo ("IPP");· Imposto de Transacção do Petróleo (“ITP”);· Taxa de Superfície (“TS”);· Contribuição para a Formação de Quadros Angolanos (“CFQA”). 

O cálculo da matéria colectável e a liquidação dos encargos fiscais supra mencionados são efectuados de modo totalmente autónomo e independente entre si, por referência a cada (i) área de concessão ou (ii) área de desenvolvimento, onde as associadas da Concessionária tenham interesses, consoante as operações petrolíferas subjacentes sejam executadas, respectivamente (i) através de sociedades comerciais, associações em participação ou contratos de serviço com risco ou (ii) CPP.

Acresce que, relativamente às suas actividades na Área da Concessão, as associadas da Concessionária que pertençam ao Grupo Empreiteiro encontram--se habitualmente excluídas de quaisquer outros impostos, obrigações, taxas ou contribuições, seja qual for a sua natureza, ordinários ou extraordinários, nacionais, provinciais ou municipais, presentes ou futuros, excepto quanto à taxa estatística de um por mil “ad valorem” e ao Imposto do Selo em documentos de despacho aduaneiro.

50 A prática de actos complementares ou acessórios das actividades petrolíferas encontram-se sujeitos a outros impostos ou taxas,bem como direitos e demais imposições aduaneiras, devidos por lei, excepto quando deles estejam expressamente isentos.

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Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (“IRP”)

Incidência Sobre o lucro tributável apurado no final do exercício por cada companhia associada da Concessionária em resultado da prossecução das operações petrolíferas, de acordo com os princípios contabilísticos aceites e ao abrigo da legislação em vigor.

Excluem-se do âmbito de sujeição recebimentos da Concessionária, prémios, bónus e excesso sobre o preço-limite auferido por parte da Concessionária.

Determinação da matéria colectável

Nos contratos de sociedade, de associação em participação e CSR, a matéria tributável resulta da diferença entre todos os proveitos ou ganhos realizados e todos os custos ou perdas imputáveis ao exercício, calculada de forma autónoma por cada área de concessão onde as associadas da Concessionária tenham interesses.

Relativamente aos CPP, a matéria tributável reporta-se à quota-parte do “Petróleo-lucro” apurado por cada associada da Concessionária numa base individual, por área de desenvolvimento em resultado da dedução, à totalidade do petróleo bruto levantado (produzido e arrecadado) e não utilizado nas operações petrolíferas durante o exercício, do “Petróleo-Custo” apurado para efeitos de recuperação de custos e da parte do “Petróleo-lucro” recebida pela Concessionária.

Para estes efeitos, destaca-se ainda que:

· A quantidade de petróleo levantada é valorizada ao Preço de Referência Fiscal (“PRF”) aplicável à data, consoante a mesma se destine a exportação ou venda doméstica;

· O apuramento do petróleo bruto produzido e arrecadado e, bem assim, a recuperação das despesas incorridas, é efectivada individualmente por cada área de desenvolvimento, não podendo verificar-se transferências entre diferentes áreas de desenvolvimento ou empresas do Grupo Empreiteiro (princípio do “ring fence”);

· Em termos globais, a recuperação de custos encontra-se limitada a uma percentagem máxima (usualmente correspondente a 50%51) do total de petróleo bruto produzido e arrecadado no ano – denominada de “Petróleo-Custo”;

· A recuperação de custos fiscais é efectuada de acordo com diversas regras de elegibilidade e não dedutibilidade (permanente ou condicionada, por exemplo, à aprovação prévia da Concessionária), sobre a sequência e limites à recuperação, sua documentação, etc., que são aplicáveis de acordo com a classificação funcional (pesquisa, desenvolvimento, produção e administração e serviços), a natureza e/ou montante das despesas subjacentes;

Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (“IRP”) (continuação)

Determinação da matéria colectável(continuação)

· Consideram-se elegíveis, para efeitos de recuperação de custos, as despesas, directas e indirectas, classificadas e contabilizadas de acordo com o Sistema de Informação de Operações Petrolíferas (“SIOP”) que decorrem das operações petrolíferas realizadas no âmbito dos contratos e de acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites em Angola - Plano Geral de Contabilidade (“PGC”);

· Os custos com despesas de desenvolvimento incorridas e capitalizadas em cada área podem ser majorados por aplicação de factor que habitualmente varia entre 1,4 e 1,5 (“prémio de investimento” ou “up-lift”), sendo que, por norma, a sua amortização é efectuada à taxa anual de 25%, com início no ano em que começar a exportação de petróleo ou no ano em que foram efectuadas as despesas de desenvolvimento, consoante o que mais tarde ocorrer;

· O montante de custos recuperáveis disponíveis para recuperação que exceda o valor do Petróleo-Custo apurado por referência a uma área de desenvolvimento em determinado exercício, poderá ser transportado para recuperação nos anos seguintes de acordo com o CPP;

A matéria colectável é apurada em definitivo pela comissão de fixação, com base na declaração do contribuinte e demais documentos que a acompanham.

Taxa 65,75% nos contratos de sociedade comercial, associação em participação e contratos de serviço com risco.

50% nos contratos de partilha de produção.

Possibilidade de haver redução de taxa para equivalente à do Imposto Industrial (30%) a empresas nacionais (ver detalhe infra).

Liquidação Deve ser efectuada de forma provisória numa base mensal até ao último dia do mês seguinte àquele em que ocorrem os levantamentos de petróleo.

Em termos definitivos, até ao final do mês de seguinte ao da apresentação da Declaração fiscal em que se apura o imposto a liquidar, a qual deve ser entregue durante o mês de Março – Modelo 2.

51 A percentagem poderá ser incrementada, por exemplo até 65%, caso existam despesas de desenvolvimento não totalmente recuperadas 4 anos após o início da produção ou 5 anos desde o momento em que foram incorridas, consoante o mais recente, de modo a permitir a recuperação de tais despesas e desde que o Grupo Empreiteiro tenha cumprido, até à data, todas as obrigações contratualmente estabelecidas para o efeito.

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Imposto sobre a Produção do Petróleo (“IPP”) O encargo com o IPP é considerado dedutível para efeitos de apuramento de IRP:

Incidência Sobre a quantidade produzida de petróleo bruto, gás natural e outras substâncias, medida à boca do poço, deduzida das quantidades consumidas in natura, nas operações petrolíferas, após parecer favorável da Concessionária Nacional.

Este regime não se aplica ao petróleo e às outras substâncias produzidas ao abrigo dos Contratos de Partilha de Produção.

Taxa 20%

A taxa pode ser reduzida para 10% nos seguintes casos:· Exploração em jazigos marginais;· Exploração em áreas marítimas com colunas de água superior a 750 metros;· Exploração em áreas terrestres de difícil acesso previamente definidas pelo

Governo.

Liquidação A liquidação provisória, deve ocorrer até ao último dia útil do mês posterior ao da produção, sendo que a forma de liquidação depende de opção do Estado, podendo ser concretizada em dinheiro (tendo por base o Preço de Referência Fiscal) ou em espécie (caso em que cabe à Concessionária Nacional receber, dar quitação e administrar o petróleo entregue pelo contribuinte como dação em cumprimento do imposto devido) – Modelo 1.

A liquidação definitiva, deve ser efectuada no decurso do mês de Março de cada ano.

Taxa de Superfície

Incidência Sobre a área geográfica objecto de concessão ou sobre as áreas de desenvolvimento que se encontrem previstas no contrato celebrado.

Taxa Valor em moeda nacional equivalente a USD 300 (trezentos) por Km2.

Liquidação Sendo devida pelas associadas da Concessionária, é paga numa base anual junto da Repartição Fiscal competente, nos seguintes prazos:

· No caso das concessões onde não se prevê a existência de áreas de desenvolvimento, durante o mês seguinte ao da atribuição da respectiva concessão;

· No caso das concessões onde se prevê a existência de áreas de desenvolvimento, durante o mês seguinte ao da declaração de cada descoberta comercial.

Imposto de Transacção do Petróleo (“ITP”)O encargo com o ITP é considerado dedutível para efeitos de apuramento de IRP.

Incidência Sobre o rendimento tributável calculado de forma equivalente à estabelecida para efeitos de IRP, sendo-lhe adicionalmente aplicável a dedução dos seguintes benefícios fiscais:· Prémio de produção – sobre os volumes de petróleo bruto e gás líquido (por

exemplo um valor unitário por barril vendido sujeito a actualização anual com base em variação de índice de preços do consumidor ou taxa interna de rentabilidade);

· Prémio de investimento – corresponde a uma dada percentagem das importâncias investidas a partir do início da produção e que foram objecto de capitalização em cada ano fiscal.

Não sujeição O petróleo produzido ao abrigod dos contratos de partilha de produção não está sujeito ao ITP

Taxa 70%

Liquidação Deve ser efectuada de forma provisória numa base mensal até ao último dia do mês seguinte àquele em que ocorrem os levantamentos de petróleo;

Em termos definitivos, no decurso do mês de Março do ano seguinte àquele a que o imposto respeita – Modelo 3.

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Contribuição para a Formação de Quadros Angolanos

Incidência Sobre todas as empresas de direito estrangeiro e às empresas de direito angolano, cujo capital social seja maioritariamente detido por pessoas ou entidades estrangeiras e que exerçam em território nacional actividades de prospecção, pesquisa, avaliação, desenvolvimento e produção de petróleo, de armazenagem, transporte, distribuição e comercialização de produtos petrolíferos.

Aplica-se também a todas as empresas de Direito estrangeiro e às empresas de Direito angolano com a maioria do capital social detido por pessoas singulares ou estrangeiras que, de modo permanente52, prestem serviços às empresas supra mencionadas.

Taxa As contribuições são devidas numa base anual com base nos seguintes critérios:· Companhias detentoras de uma licença de prospecção: USD 100.000, por

bloco ou área de concessão;· Companhias em período de pesquisa: USD 300.000, por cada bloco;· Companhias em período de produção e que exerçam a actividade de

refinação: USD 0,15 por barril produzido ou processado durante o ano, respectivamente;

· Companhias que exerçam actividade de armazenagem, transporte e comercialização de produtos petrolíferos: 0,5% da receita relativa ao volume de negócios realizado anualmente;

· Companhias de prestação de serviços: 0,5% do valor dos contratos realizados durante o ano.

As contribuições supra identificadas podem ser reduzidas (habitualmente em 50%) com base na aprovação por parte do Ministério dos Petróleos dos planos de formação e respectivos orçamentos anuais para consagrar verbas à formação dos quadros angolanos pertencentes às próprias companhias petrolíferas e/ou às empresas que lhes prestam serviços.

Liquidação Pela entidade operadora (em nome das restantes associadas) numa base trimestral, até ao último dia do primeiro mês posterior ao trimestre a que respeitarem.

Regime Aduaneiro Especial – Lei n.º 11/04, de 12 de Novembro

Âmbito de aplicação

Este regime é aplicável à Concessionária Nacional, às suas associadas e às entidades que, por conta delas, procedam à execução de operações petrolíferas.

Isenções na importação

É isenta de direitos e da taxa de serviço relativa aos emolumentos gerais aduaneiros, da taxa estatística de 1/1000 e advalorem e das restantes taxas de prestação de serviços, associados à importação e exportação de mercadorias, destinadas exclusiva e directamente à execução das operações petrolíferas. Estas importações de mercadorias ou equipamentos destinados exclusiva e directamente à execução das operações petrolíferas são isentas de IVA53.

Isenções na exportação

A exportação de petróleo produzido em cada concessão petrolífera (seja no seu estado natural ou depois de ter sido processado) efectuada nos termos de contrato de compra e venda devidamente registados nos termos da legislação em vigor é isenta de direitos aduaneiros.

Importação e exportação temporárias

É permitida a importação temporária das mercadorias supra mencionadas, com dispensa de caução, ficando a importação temporária das mesmas e a sua consequente reexportação livre de encargos aduaneiros, incluindo a taxa de prestação de serviço relativa aos emolumentos gerais aduaneiros, sempre que esta última ocorra no prazo máximo de dois anos54 a contar da data da apresentação do pedido de despacho aduaneiro da importação.

É igualmente permitida a exportação temporária das referidas mercadorias para reparação, beneficiação ou conserto, ficando a exportação temporária das mesmas e a sua consequente reimportação livre de encargos aduaneiros, incluindo a taxa de prestação de serviço relativa aos emolumentos gerais aduaneiros, sempre que esta última ocorra no prazo máximo de um ano55 a contar da data da apresentação do pedido de despacho aduaneiro de exportação.

52 Por um período igual ou superior a um ano consecutivo ou intercalado, independentemente do bloco, área de concessão ou do segmento de actividade onde as mesmas sejam exercidas.

53 Conforme lista anexa à Lei n.º 11/04, de 12 de Novembro. 54 Este prazo pode ser prorrogado, em casos excepcionais e devidamente comprovados pelo Ministério dos Petróleos e autorizados por parte do Ministro das Finanças.55 Este prazo pode ser prorrogado, em casos excepcionais e devidamente comprovados pelo Ministério dos Petróleos e autorizados por parte do Ministro das Finanças.

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Incentivos fiscais aplicáveis às empresas nacionais na indústria petrolífera (Decreto Legislativo Presidencial n.º 3/12, de 16 de Março)

Incidência Aplicam-se às empresas petrolíferas angolanas, quer de capitais públicos (constituídas sob a forma de empresas públicas ou sociedades comerciais com capitais integralmente públicos), quer privadas (sociedades comerciais de direito angolano constituídas integralmente por pessoas singulares de nacionalidade angolana), que detenham interesses participativos em contratos petrolíferos para a concretização de operações petrolíferas.

Taxa 30% – em sede de IRP (taxa equivalente à de Imposto Industrial em vigor) para as associadas da Concessionária em Contratos de Partilha de Produção ou outras modalidades contratuais.

Isenções · Do pagamento de bónus de assinatura na celebração de novos contratos petrolíferos;

· De comparticipar no financiamento das empresas de pesquisa da Sonangol Pesquisa e Produção, S.A. nos termos estabelecidos em qualquer contrato ou acordo celebrado com a Concessionária e o Grupo Empreiteiro de que façam parte;

· Do pagamento das contribuições para projectos sociais previstos nos contratos petrolíferos.

Regime fiscalaplicávelà indústria mineira

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Regime fiscal aplicável à Indústria Mineira O regime tributário constante do Código Mineiro – Lei n.º 31/11, 23 de Setembro, aplica-se a todas as entidades nacionais ou estrangeiras que exerçam actividades de reconhecimento, pesquisa, prospecção e exploração de minerais em território nacional, bem como em outras áreas territoriais e internacionais sobre as quais o direito ou os acordos internacionais reconheçam poder de jurisdição tributária a Angola, e compreende os seguintes encargos tributários:

Incidência Encargos tributários56

· Estudos geológicos e de cartografia geológica;

· Reconhecimento, prospecção, pesquisa e avaliação dos recursos minerais;

· Exploração, lapidação e beneficiação dos recursos minerais;

· Comercialização dos recursos minerais ou outras formas de dispor do produto da mineração;

· Restauração ou recuperação das áreas afetadas pela actividade mineira;

· Reconhecimento, prospecção, pesquisa, avaliação, exploração, tratamento e comercialização de águas minero-medicinais;

· Reconhecimento, prospecção, pesquisa, avaliação, exploração e comercialização de recursos minerais existentes no mar territorial, na plataforma continental e na zona económica exclusiva.

Imposto Industrial

Imposto sobre o Valor dos Recursos Minerais

Taxa de Superfície

Taxa Artesanal

Notas:Ficam excluídas da aplicação do Código Mineiro, as actividades relativas ao reconhecimento, prospecção, pesquisa, avaliação e exploração dos hidrocarbonetos líquidos e gasosos.

O cálculo da matéria colectável e a liquidação dos encargos tributários opera-se de modo independente entre si e autonomamente em relação a cada concessão mineira (princípio do “ring fence”).

56 A prática de actos complementares ou acessórios das actividades da indústria mineira encontram-se sujeitos a outros impostos ou taxas, devidos por lei, excepto quando deles estejam expressamente isentos.

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Imposto Industrial

Incidência Sobre os lucros imputáveis ao exercício das entidades nacionais ou estrangeiras que tenham adquirido os direitos mineiros.

Excluem-se as entidades que estejam sujeitas ao pagamento da taxa sobre o exercício da actividade mineira (Royalty).

Taxa 25% (revertendo 5% a favor da autarquia da jurisdição onde se encontre a mina).

DeduçõesFiscais

Aplicando-se em regra as normas do Imposto Industrial, para efeitos de determinação do rendimento líquido tributável são ainda dedutíveis:· Reintegrações e amortizações de elementos do activo imobilizado com base

em taxas específicas (entre 20% e 33,3%);· Provisões para recuperação ambiental;· Prejuízos fiscais de exercícios económicos anteriores.

Incentivos Fiscais

Mediante requerimento ao Ministério das Finanças, podem ser concedidos prémios de investimento (majoração de custos dedutíveis) ou mesmo períodos de carência no pagamento do imposto.

Podem ser concedidos incentivos fiscais quando realizados os seguintes actos relevantes:· O recurso ao mercado local de bens e serviços complementares;· O desenvolvimento da actividade em zonas remotas;· A contribuição para a formação e treino de recursos humanos locais;· A realização de actividades de pesquisa e desenvolvimento em cooperação

com instituições académicas e científicas angolanas;· O tratamento e beneficiação local dos minerais;· A relevante contribuição para o aumento das exportações.

O Executivo Angolano pode autorizar a concessão de isenções fiscais e aduaneiras a empresas de direito angolano que se dediquem exclusivamente ao tratamento, beneficiação e lapidação de minerais extraídos no País.

Imposto sobre o Valor dos Recursos Minerais (Royalty)

Incidência Sobre o valor dos minerais extraídos à boca da mina ou, quando haja lugar a tratamento, sobre o valor dos concentrados.

Tratando-se de mineração artesanal, o imposto incide sobre os seguintes valores:· Diamantes: sobre o valor dos lotes adquiridos pelo órgão público de

comercialização;· Outros minerais: sobre o valor dos minerais adquiridos pelo órgão público de

comercialização e outros compradores autorizados.

Estão isentos os minerais extraídos pelas entidades que exerçam apenas actividades de prospecção e pesquisa, cujo valor comercial seja irrelevante, sendo que cabe ao Ministro da tutela definir a relevância e irrelevância do valor comercial.

Taxa As taxas do royalty a aplicar sobre o valor dos recursos minerais são as seguintes:· 5% minerais estratégicos;· 5% pedras e minerais metálicos preciosos;· 4% pedras semi-preciosas;· 3% minerais metálicos não preciosos;· 2% materiais de construção de origem mineira e outros minerais.

Liquidação As entidades sujeitas ao imposto devem, até ao dia 15 de cada mês, entregar, na repartição fiscal competente, a declaração Modelo D, em triplicado, a qual deve conter as quantidades mensais produzidas no mês anterior, o seu valor, as bases utilizadas para as determinação do seu preço e outros elementos necessários ao cálculo do imposto devido.

O pagamento é feito até ao final do mês estabelecido para a entrada da declaração.

O pagamento é sempre efectuado em dinheiro, salvo notificação para pagamento em espécie.

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Taxa de Superfície

Incidência Sobre a área definida no título de concessão, estando obrigados ao seu pagamento anual os titulares de direitos de prospecção mineira.

Taxa Minerais Valores (em USD) por Km2

1.º ano 2.º ano 3.º ano 4.º ano 5.º ano

Diamantes 7 12 20 30 40

Restantes minerais estratégicos,pedras e metais preciosos

5 10 15 25 35

Pedras semi-preciosas 4 7 10 15 20

Minerais metálicos não preciosos 3 5 7 12 18

Materiais de construção de origem mineira e outros minerais

2 4 6 10 15

Liquidaçãoe Pagamento

Para obtenção do título de prospecção ou da sua prorrogação, os interessados devem proceder ao pagamento da taxa de superfície junto da repartição fiscal competente, com base numa guia de pagamento a emitir em triplicado pelo ministério da tutela, onde conste:· O mineral objecto do título de prospecção;· Área abrangida pelo título de prospecção, em quilómetros quadrados ou suas

fracções e sua localização;· A fase de reconhecimento, prospecção, pesquisa e avaliação, distinguindo-se

o período inicial ou prorrogação em que se deve enquadrar;· O montante a pagar anualmente, nos termos estabelecidos.

Os pagamentos subsequentes ao primeiro ano devem ser efectuados até 31 de Janeiro do ano a que respeita o título.

Taxa Artesanal

Taxa artesanal dos minerais não estratégicos

As entidades que exerçam actividade de exploração mineira artesanal de minerais não estratégicos estão sujeitas ao pagamento de uma taxa sobre o exercício da mineração artesanal ou taxa artesanal.

É estabelecida por decreto do Executivo, por proposta dos Ministros das Finanças e da tutela.

O valor da taxa artesanal é fixado em salários mínimos, sendo distinto para cada tipo de mineral explorado.

Taxa artesanal dos minerais estratégicos

O detentor do título de exploração artesanal de minerais estratégicos está sujeito ao pagamento de:· Impostos e taxas legais aplicáveis;· Imposto sobre o Valor dos Recursos Minerais (Royalty) até 5%;· Imposto sobre o Valor dos Recursos Minerais (Royalty), no caso dos

diamantes 3%.

A liquidação e entrega dos impostos devidos são da responsabilidade do órgão público de comercialização de minerais estratégicos, que responde pela totalidade de cada imposto e acréscimos no caso de não pagamento.

FundoAmbiental

As entidades que exerçam a actividade de exploração mineira (com excepção da actividade mineira artesanal) estão sujeitas ao pagamento de uma contribuição ao Estado, com valor a definir em diploma próprio, que se destina à constituição de um fundo ambiental.

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Acordo paraevitar a DuplaTributação

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A 18 de Setembro de 2018 foi assinado o Acordo para evitar a Dupla Tributação entre Portugal e Angola (“ADT”). Após a conclusão de procedimentos em matéria protocolar, o ADT entrou em vigor a 22 de Agosto de 2019 em matérias do foro penal fiscal. Nas restantes matérias, o ADT entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2020.

Este ADT não afecta a tributação de quaisquer rendimentos e lucros derivados de hidrocarbonetos.

Em Angola, o referido ADT aplica-se ao IRT, Imposto Industrial, Imposto Predial e IAC e os principais aspectos a serem considerados encontram-se sistematizados de seguida.

Estabelecimentos estáveisEntre outros aspectos relevantes, salientamos que este ADT prevê uma definição do conceito de estabelecimento estável (“EE”) que inclui não apenas uma instalação física através da qual uma empresa exerça toda ou parte da sua actividade, mas também os EE de serviços (i.e., as actividades de prestação de serviços, quando as mesmas se mantenham por um período ou períodos que, no total, excedam 183 dias num período de 12 meses) e, bem assim, os EE de agentes dependentes (i.e., EE de agency).

No que respeita a instalações ou estruturas utilizadas para a pesquisa e exploração de recursos naturais, considera-se que as mesmas despoletam a existência de um EE quando se mantiverem por um período superior a 30 dias.

Este tratado prevê limitações específicas à dedutibilidade fiscal dos encargos associados a certos pagamentos efectuados pelo EE à casa-mãe localizada no outro Estado Contratante (nomeadamente no que respeita a royalties, honorários pela prestação de serviços, juros, entre outros).

Dividendos e remessas de lucrosO ADT permite a redução para 8% da taxa de retenção na fonte aplicável a dividendos, nos casos em que a sociedade beneficiária detenha directamente 25% ou mais do capital da entidade distribuidora, por um período de 365 dias (incluindo o dia em que os dividendos são pagos).

Caso contrário, a taxa de retenção na fonte aplicável neste âmbito não poderá exceder 15% do valor bruto dos dividendos.

A definição do termo “dividendos” é ampla, incluindo também os rendimentos distribuídos por fundos de investimento imobiliários ou sociedades de investimento imobiliário.

A taxa de retenção na fonte aplicável à remessa de lucros de um EE para a casa- -mãe do outro Estado Contratante também não poderá exceder os 8%.

Juros e royaltiesA taxa de retenção na fonte aplicável a juros provenientes de um Estado Contratante, e pagos a um residente de outro Estado Contratante, não poderá exceder 10% do valor bruto dos juros, a não ser que os referidos juros sejam pagos ou recebidos por um Estado Contratante, as suas subdivisões políticas ou administrativas, autarquias locais ou o Banco central – caso em que apenas poderão ser tributados no Estado de residência do beneficiário.

A taxa de retenção na fonte aplicável a royalties provenientes de um Estado Contratante e pagos a um residente de outro Estado Contratante não poderá exceder 8% do valor bruto do rendimento.

Serviços técnicosOs honorários pagos a título de serviços técnicos, provenientes de um Estado Contratante e pagos a um residente de outro Estado Contratante, poderão ser tributados no estado da fonte, mas a taxa de retenção na fonte aplicável não poderá exceder 5% do valor bruto dos mesmos.

É considerado um honorário por serviços técnicos um pagamento relativo a qualquer serviço de natureza técnica, de gestão ou de consultoria, excepto em alguns casos específicos.

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Mais-valiasO ADT estabelece que as mais-valias realizadas com a alienação de partes de capital numa sociedade ou direitos similares (i.e., direitos numa partnership ou numa estrutura fiduciária), apenas poderão ser tributados no estado de residência da entidade alienante, excepto se em qualquer momento durante os 365 dias anteriores à alienação, o valor dessas partes de capital ou direitos similares resulte, directa ou indirectamente, em mais de 50% de bens imobiliários situados nesse outro Estado.

Eliminação da dupla tributaçãoO estado de residência do beneficiário de um rendimento deverá conceder um crédito pelo imposto pago sobre esse rendimento no outro Estado Contratante. O crédito de imposto concedido não poderá, contudo, exceder a fracção do imposto sobre o rendimento, calculado antes da dedução, correspondente aos rendimentos que podem ser tributados nesse outro Estado.

No que respeita a pagamentos provenientes de Angola, e pagos a um beneficiário em Portugal, em certos casos poderá ser concedido um crédito de imposto presumido correspondente ao imposto que, de acordo com o disposto no ADT, deveria ter sido pago em Angola, mas não o foi devido a uma isenção/redução de imposto temporária.

Aplicabilidade e vigência do ADTEm Angola, as disposições do ADT são aplicáveis quando o facto gerador dos impostos ocorrer em, ou depois de, 1 de Janeiro de 2020.

O presente ADT permanecerá em vigor por um período de 8 anos, sendo automaticamente renovado por períodos iguais e sucessivos, salvo no caso em que um dos Estados Contratantes opte pela sua denúncia.

Procedimentos temporários a adoptar para accionar as convenções para evitar a dupla tributação Para accionar as disposição previstas no ADT, e assim beneficiar de uma taxa reduzida de retenção na fonte sobre os rendimentos, o beneficiário efectivo do rendimentos ou o seu substituto tributário, deve preencher, electronicamente, no Portal do Contribuinte a Declaração de Conformidade, publicada pelo Decreto Executivo n.º 424/19, de 30 de Dezembro.

Não tendo sido possível a entrega electrónica da referida Declaração de Conformidade, a AGT disponibilizou, a título provisório, uma versão editável da Declaração de Conformidade.

Assim, para que possa ser accionado um ADT, deverão ser apresentados junto da Repartição Fiscal competente os seguintes documentos:

• Certificado de Residência Fiscal do beneficiário efectivo do rendimento (o qual deverá ser emitido pelas Autoridades Fiscais do país de residência deste beneficiário);• No caso de estar em causa uma prestação de serviços, a factura da prestação de serviço, para que a AGT possa confirmar os dados do fornecedor e a data da prestação do serviço; e • A Declaração de Conformidade disponibilizada pela AGT devidamente preenchida.

A este respeito, salientamos que nos termos do Decreto Executivo n.º 424/19, de 30 de Dezembro, a Declaração de Conformidade deverá ser obrigatoriamente preenchida pelo interessado em momento anterior ao pagamento ou vencimento dos juros ou colocação à disposição dos rendimentos.

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Guia Fiscal 2021

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